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Desenvolvimento segundo Schumpeter Professor: Clésio Lourenço Xavier Estágio em Docência/CAPES: Maria Inês Cunha Miranda TDE- caps. 3 e 6 1 Capítulo 3:Crédito e Capital Noção fundamental: a essência do desenvolvimento econômico consiste num emprego diferente dos serviços existentes do trabalho e da terra. Então, a realização de combinações novas tem lugar mediante a retirada de serviços do trabalho e da terra de seus empregos anteriores; Qual o papel do dinheiro e do credito na economia? Dinheiro não é apenas meio de circulação ou meio de pagamento; Para novas combinações, faz-se necessário o credito, ou seja, poder de compra para tomar emprestado os meios de produção produzidos. Essa função de criação de credito ou criação de meios de pagamentos é uma função dos bancos e constitui sua função fundamental. 2 Capítulo 3:Crédito e Capital Nem sempre o crédito está coberto por depósitos em ouro ou por mercadorias, por isso o credito tende a ser maior do que aquele coberto. Crédito normal: aquele coberto por mercadorias, tem correspondência no produto social. Crédito anormal: aquele não coberto por mercadorias, não tem correspondência no produto social. Ninguém além do empresário precisa de crédito: não se dedica ao estudo do credito para consumo na medida em que esse não interfere no processo produtivo. 3 Capítulo 3:Crédito e Capital Toda a espécie de extensão de crédito para fins de inovações (novas combinações) é por definição a concessão de crédito ao empresário, e constitui um elemento do desenvolvimento econômico; Com o desenvolvimento, há um poder de compra momentaneamente ocioso, o qual está disponível para o empréstimo aos empresário; Sem desenvolvimento, essa quantia ficaria sob custodia das famílias e empresas, ficando ociosas durante o período que não usassem; Nesse sentido, a principal função do mercado monetário (ou de capital) é disponibilizar credito ao empresário, financiando o densenvolvimento. 4 Mas, o que é capital? O capital é a alavanca com a qual o empresário controla os bens concretos de que necessita, nada mais do que um meio de desviar os fatores de produção para novos usos ou de ditar uma nova direção para a produção; Essa é a única função do capital e por ela se caracteriza inteiramente o lugar do capital no organismo econômico. Todas as categorias usadas no processo produtivo (ferramentas, terra e trabalho) são importantes para o processo produtivo sendo compradas com dinheiro pelo empresário; Por isso, não há razão para fazer distinção entre todos os bens que o empresário compra, e isso não lhes confere o papel de “capital”. 5 Capítulo 3:Crédito e Capital A função dos bens consiste em servir a um fim produtivo que corresponde à natureza técnica; A função do capital consiste em obter para o empresário os meios com que produzir; O capital se coloca como um terceiro agente necessário à produção numa economia de trocas, entre o empresário e o mundo dos bens; Não faz parte diretamente da produção, ele próprio não é elaborado; pelo contrário, desempenha uma tarefa que deve ser feita antes que a produção técnica possa começar. 6 Capítulo 3:Crédito e Capital Então, o capital é um fundo de poder de compra. Em que consiste esse fundo? Em dinheiro e nos outros ativos calculados em dinheiro A função do capital consiste em assegurar ao empresário o controle sobre os bens de produção, não sendo essa a condição necessária para se tornar um empresário. No mercado monetário se defronta a demanda pelo lado dos empresários e do lado da oferta produtores e negociantes do poder de compra, isto é, banqueiros ambos com suas equipes de agentes e intermediários. O que acontece é simplesmente a troca de poder de compra presente por futuro. 7 Capítulo 3:Crédito e Capital Em geral a demanda por crédito não se faz de forma contínua, mas assim que surge a necessidade quase de um dia para outro, o que provoca grandes flutuações nesse mercado; Tudo influencia nas decisões do mercado monetário ou na opinião dos empresários, por isso flutuações são normais nesse mercado. Assim, a função principal do mercado monetário ou de capital é o comércio de crédito com o propósito de financiar o desenvolvimento. O desenvolvimento cria e alimenta esse mercado. 8 Capítulo 3:Crédito e Capital Capítulo 6: O Ciclo Econômico. O autor tenta explicar as flutuações econômicas em forma de onda e não a própria crise, na medida em que as situações alternantes são a forma que o desenvolvimento econômico toma na era capitalista; O nexo causal começa antes de tudo com os meios de produção que são comprados com o capital e que o boom se materializa antes de tudo na produção de plantas industriais (fabricas, minas, navios, ferrovias, etc.); O boom surge porque se investe mais capital, este se fixa em novos negócios. Este impulso inicial se difunde para os mercados de matérias primas, trabalho, equipamentos, etc; O investimento de capital não é distribuído uniformemente no tempo, mas aparece em massa por intervalos, por isso causa perturbações no sistema. 9 A situação que inverte o ciclo é a superprodução de capital com relação, por um lado, ao capital existente, e, por outro, à demanda efetiva; O efeito do aparecimento de novos empreendimentos em massa sobre as empresas antigas e sobre a situação econômica estabelecida torna necessário um processo especial de adaptação. O desenvolvimento não é um processo linear com continuidade ininterrupta, há colapsos frequentes no sistema de valores econômicos; 10 Capítulo 6: O Ciclo Econômico. Após o contratempo ser superado, o desenvolvimento anterior não começa do ponto alcançado antes que fosse interrompido, mas sim tem um novo início; Estes contratempos interferem nas expectativas dos empresários, levando a flutuações econômicas; Assim, sobre as crises, Schumpeter afirma: Crises não são homogêneas: na espécie e nas suas causas; As crises podem ou não ser passiveis de uma explicação econômica: podem ser fruto de outros eventos como guerras; 11 Capítulo 6: O Ciclo Econômico. Mas, então, por que é que o desenvolvimento econômico não avança uniformemente como cresce uma arvore, mas por assim dizer apresenta altos e baixos? Isso se deve exclusivamente porque as combinações novas não são, como se poderia esperar segundo os princípios gerais de probabilidade, distribuídas uniformemente através do tempo, mas aparecem, se é que o fazem, descontinuamente, em grupos ou bandos. Sendo essa a principal causa da reversão do ciclo econômico. 12 Capítulo 6: O Ciclo Econômico. Três circunstâncias aumentam o efeito do aparecimento em conjunto dos novos empreendimentos: Grande maioria das novas combinações não brota das antigas empresas, mas aparecerá ao lado e competirá com elas; A demanda empresarial ao aparecer em massa significa um aumento substancial do poder de compra por toda a esfera dos negócios. Isso inicia um boom secundário que se espalha por todo o sistema econômico e é o veículo do fenômeno da prosperidade geral: inflação creditícia. Erros devem desempenhar um papel considerável no começo do boom e no curso da depressão. Como? Isso porque a combinação de novas coisas não necessariamente deve ser um sucesso, sendo o erro um elemento acidental de apoio e reforço, mas não a causa primaria do ciclo, por isso o autor não se detém nesse ponto. 13 Capítulo 6: O Ciclo Econômico. Mas porque os empresários aparecem, não de modo contínuo, mas aos grupos? Porque o aparecimento de um induz ou facilita o aparecimento de outros. Isso porque a realização de novas combinações é difícil e acessível apenas a pessoas com certas qualidades (liderança), o que significa que nem todos tem sucesso no seu empreendimento; Desprezando casos excepcionais, com a progressiva simplificação da tarefa, cada vez mais pessoas poderão tornar-se empresários, embora progressivamente menos qualificados. Isso explica que os empresários apareçam em grupos, na verdade a ponto de eliminar o lucro empresarial, antes do tudo no ramo da indústria em que aparecem os pioneiros. 14 Capítulo 6: O Ciclo Econômico. Quanto mais o processo de desenvolvimento se torna comum e quanto mais fraco se tornam os obstáculos, no correr do tempo, menor a “liderança” que será necessária para suscitar inovações; Assim se tornará menos pronunciado o aparecimento conjunto dos empresários e mais suave o movimento cíclico. O aparecimento de empresários em grupo é a única causa do boom; O aumento do investimento de capital é o primeiro sintoma do boom que chega, por que as indústria produtoras de meios de produção são as primeiras a apresentar estímulo acima do normal. 15 Capítulo 6: O Ciclo Econômico. O boom cria por si mesmo necessariamente uma depressão e assim uma posição temporária de relativa fixidez e ausência de desenvolvimento; A depressão é o processo “normal” de reabsorção e liquidação; O boom em si necessariamente leva muitas empresas a funcionar com prejuízos, causa uma queda dos preços além da que é devida à deflação e adicionalmente provoca a deflação mediante a contração de crédito; Além disso, diminui o investimento de capital e da atividade empresaria, como por isso, a estagnação das industrias produtoras de meios de produção; 16 Capítulo 6: O Ciclo Econômico. Com a queda da demanda de meios de produção, também caem o volume de emprego e taxa de juros. A demanda de outras mercadorias finalmente cai e então o processo terá penetrado em todo o sistema econômico. O quadro de depressão está completo. O curso dos acontecimentos em períodos de depressão apresenta um quadro de incerteza e irregularidade levando a um novo equilíbrio; 17 Capítulo 6: O Ciclo Econômico. Nesse novo estágio a corrente de bens é enriquecida, a produção parcialmente reorganizada, os custos de produção reduzidos e o que a princípio aparece como lucro empresarial incrementa depois as rendas reais permanentes de outras classes. A saída da depressão em direção ao novo processo expansivo se dá pela inovação descontínua e em bandos, levando a um novo ciclo e a um novo equilíbrio diferente do anterior; Assim a introdução das inovações confere instabilidade ao sistema econômico, na medida em que aparecem de forma descontínua e agrupada. 18 Capítulo 6: O Ciclo Econômico.
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