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REI. Era dos Impérios Cap. 2

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
Mário Barbosa Neto e Luísa Paula
Resenha Coletiva: A Era dos Impérios: Capítulo II: Uma economia mudando de Marcha
Parte I
Durante a fundação da Internacional Comunista, em 1889, um cientista americano caracterizou que a economia mundial desde 1873 passava por uma “agitação sem precedentes e depressão do comércio”. Esta universalidade afetava tanto as nações que estavam em paz, como as que estavam em guerra; as que tinham livre comércio e as que tinham algum tipo de restrição; atingia desde as velhas economias europeias bem como as novas da América Latina e Oceania. Observadores atuais apontam que nesse período que o ritmo comercial(motor da economia capitalista), apesar de ter sofrido algumas depressões agudas entre 1873 e 1890, a produção mundial, longe de estagnar, continuou a aumentar acentuadamente, dobrando a produção de ferro e multiplicando por 20 de aço. O crescimento do comércio mundial internacional continuou a ser impressionante, porem com taxas vertiginosas menores. Nessas décadas de crise que se destacaram a economia americana e alemã (com passos agigantados), e foram introduzidos novos atores industriais como a Suécia e Rússia. Os países ultramarinos (ex-colônias) conheceram um surto de desenvolvimento, dando o primeiro passo desses países a um endividamento internacional, principalmente na América Latina (Argentina e Brasil). A crise entendida aqui pelos empresários e economistas era a prolongada “depressão de preços, uma depressão de juros e uma depressão de lucros”. Dessa maneira aponta Hobsbawm que após o colapso do ano de 1870, o que estava em questão não era produção, mas a lucratividade.
A agricultura foi à vítima mais “espetacular” desse declínio de lucros, fora o setor da economia que sofrera com a depressão mais profunda de toda a economia, acarretando consequência politicas imediatas. A produção mundial agrícola havia crescido muito e inundava o mercado mundial, até então protegido contra a concorrência estrangeira pelo custo elevado do transporte marítimo, dessa maneira afetando os produtos agrícolas europeus e das economias exportadoras (colônias) de forma dramática, como exemplo a diminuição de 1/3 no preço do trigo. Como aponta Hobsbawm “as décadas de depressão foram um mau momento para os agricultores de qualquer país envolvidocom o mercado mundial”. As reações do campo variaram de acordo com as estruturas políticas de cada país: na Rússia czarista morreram de fome; revoltas camponesas nos EUA (produção de trigo), Irlanda e Sicília; o caso mais impactante era da Grã-Bretanha, pois já não havia mais campesinato, deixando sua agricultura atrofiar cerca de 2/3; a Dinamarca trocou a agricultura pela pecuária; e os outros (Alemanha e França) optaram pelas tarifas alfandegárias que mantiveram os preços elevados. Porém duas reações não governamentais mais comuns foram à emigração e a formação de cooperativas. Os anos de 1880 conheceram as mais altas taxa de migração ultramarina, sendo os principais exportadores das massas Itália, Espanha, Áustria-Hungria, Rússia e Balcãs. Esta era a válvula de escape que mantinha a pressão social abaixo do ponto de rebelião ou revolução. Enquanto as cooperativas ofereciam empréstimos modestos aos pequenos camponeses, financiando a compra de suprimentos, comercialização e de processamento.
O setor empresarial tinha seus próprios problemas. Os homens de negócios do século XIX estavam preocupados com a queda dos preços, ou seja, a deflação de 1873-1896. A deflação reduziu a taxa de lucro. A saída para isso seria uma expansão do mercado, mas a rapidez real do crescimento do mercado internacional não foi suficiente, em parte porque a nova tecnologia industrial fez aumentar os custos de produção, e também o número de economias concorrentes no mercado mundial havia aumentado. Os custos de produção no curto prazo eram mais estáveis que os preços, pois os salários não podiam ser reduzidos proporcionalmente,ao passo que a tecnologia empregada pelas fábricas já estavam obsoletos, e o baixo lucro desestimularia o novo investimento.
Os governos eram influenciados por determinados grupos, e iniciou um processo um protecionismo contra a concorrência de bens importados. Este processo foi iniciado com Alemanha e Itália a respeito dos produtos têxteis, dessa maneira as tarifas protecionistas se tornaram um elemento permanente no cenário econômico internacional. Contra esse protecionismo, a Grã Bretanha foi o único país industrial a continuar o livre comercio irrestrito. Os motivos para abertura econômica eram a ausência de um campesinato grande; sua economia era baseada na exportação de produtos industrializados muito mais do que seus concorrentes; ela era a maior exportador de capital (serviços financeiros e comerciais “invisíveis”) e serviços de transporte (frete). Porém à medida que a concorrência estrangeira ia prejudicando a indústria britânica, a marinha mercante inglesa tornava-se elemento central na economia mundial. Outro ponto importante da economia britânica era o fato de ser o maior mercado comprador de matérias primas das colônias, dominando alguns deles. Assim sendo, o livre comercio parecia indispensável, pois permitia que os fornecedores ultramarinos de produtos primários trocassem suas mercadorias por manufaturados britânicos, reforçando a simbiose entre o Reino Unido e o mundo subdesenvolvido, a base essencial do poderio econômico britânico. Assim, a Grã Bretanha continuou comprometida com o liberalismo econômico, dando à opção dos países protecionistas a liberdade de controlar seus mercados internos e muito espaço para promover suas exportações.
Numa perspectiva teórica da economia internacional, os elementos constitutivos dela eram as “economias nacionais”. Analisando essa ótica, por um lado, era razoável supor que o que fazia essa economia funcionar e crescer eram as decisões econômicas de suas partículas básicas. Por outro lado, era e só podia ser mundial. Ademais essa economia não reconhecia fronteiras, pois funcionava melhor quando nada interferia no livre movimento dos fatores de produção. Assim, o capitalismo, além de internacional na prática, era internacionalista na teoria. Para Hobsbawm era um modelo inadequado. A economia capitalista mundial em expansão era formada por um conjunto de blocos sólidos, mas também fluidos. Independente das origens das “economias nacionais” que constituíam esses blocos e das limitações teóricas de uma teoria econômica baseada nelas, a economias nacionais existiam porque as nações-Estados existiam.
A industrialização e a Depressão transformaram o mundo econômico num grupo de economias rivais, em que os ganhos de uma pareciam ameaçar a posição de outras. A concorrência se dava não só entre empresas, mas também entre nações. Para Hobsbawm, o excesso de protecionismo generalizado era lesivo para o crescimento econômico mundial. Era do protecionismo entre 1880-1914, não era em geral restringindo o comércio de mercadorias e não afetava os movimentos de mão de obra nem as transações financeiras internacionais. O protecionismo industrial ampliou a base industrial do mundo, ao incentivar as indústrias nacionais a produzirem com vistas aos mercados internos desues países, que também estavam expandidos a passos largos. Se o protecionismo era a reação política instintiva do produtor preocupado com a Depressão, era a reação mais significativa do capitalismo as suas dificuldades. Ela resultava da combinação de concentração econômica e racionalização empresarial, ou na terminologia americana que agora começa a definir os estilos globais, “trustes” e a “administração cientifica”. Ambos eram tentativas de ampliar as margens de lucro, comprimidas pela concorrência e pela queda de preços.
Entretanto o controle do mercado e a eliminação da concorrência constituíam apenas um aspecto de um processo mais geral de concentração capitalista, e não eram nem universais nem irreversíveis. Assim como a concentração econômica, a “administração científica” começou a desenvolver suasideias na altamente problemática indústria siderúrgica americana em 1880. Dessa maneira os métodos tradicionais improvisados não eram mais adequados à condução das empresas. Surge assim a necessidade de uma forma mais racional (“cientifica”) de controlar, monitorar e programar empresas grandes e que visavam à maximização do lucro. A tarefa em que o “taylorismo” concentrou imediatamente os seus esforços em como conseguir que os operários trabalhassem mais. Os Três métodos principais eram: 1)isolar cada operário do seu grupo de trabalho e transferia o controle do processo de trabalho do operário ou do grupo a agentes da administração que determinavam o que e o quanto deveria fazer e produzir; 2) uma divisão sistemática de cada processo em unidades cronometrada (‘estudo do tempo e do movimento”); 3) um sistema de pagamentos dos salários, que incentivasse o operário a produzir mais,ou seja, pagamento por produção. Havia uma terceira saída possível para os problemas empresariais: o Imperialismo. As pressões do capital à procura de investimentos mais lucrativos, bem como a produção à procura de mercados, contribuíram para as políticas expansionistas, inclusive a conquista colonial (“a expansão territorial não é se não o subproduto da expansão do comércio”).
Um resultado final da Grande Depressão foi às revoltas do proletariado. Levou a uma mobilização maciça das classes operárias em números países, e a emergência dos movimentos socialistas e trabalhistas em muitos deles.
Parte II
De meados dos anos 1890 à Grande Guerra as coisas mudaram e se passou o que foi conhecida como “belle époque”, um período de prosperidade, de boom econômico, contradizendo os que desacreditavam cada vez mais no capitalismo. Os historiadores econômicos atentam para dois aspectos: a distribuição do poder e da iniciativa econômicos, ou seja, o relativo declínio britânico e avanço absoluto dos EUA e da Alemanha; e o problema das flutuações do sistema capitalista, longas e curtas (“onda longa” de desenvolvimento do capitalismo, de Kondratiev). Destaca-se o aumento considerável das populações da Alemanha e dos EUA e o trunfo alemão de exportação de produtos manufaturados (à exceção de países semi-industriais – colônias para asas metrópoles), principalmente no mundo industrial.
Sobre o “ciclo” de Kondratiev, a explicação que se relaciona a tal teoria é a de Shumpeter, que associa cada etapa “descendente” ao esgotamento do lucro potencial de uma série de “inovações” econômicas e o novo movimento ascendente a um novo conjunto de inovações basicamente tecnológicas, empresas como “setores líderes” (motores da economia mundial) do crescimento econômico. É a teoria mais plausível, pois se identifica com cada um dos períodos seculares de movimento ascendente desde os anos 1780, mas depois de1890 as indústrias inovadoras não tinham força suficiente para moldar movimentos da economia.
Contudo aspectos da análise de Kondratiev são importante para o período de “globalização” acelerada vivida: a relação entre o setor industrial mundial (expandido pela revolução na produção) e a produção agrícola mundial (abertura de novas zonas geográficas de cultivo para exportação).
Com o aumento no cultivo (de trigo, por exemplo), os “termos de troca” tenderam a ficarem mais favoráveis à agricultura e menos as indústrias (indústria pagaria mais pelo que agricultura produzisse, e esta, menos pelo que a indústria produzisse). Tal mudança nos termos de troca explica a mudança da queda de preços em 1873-96 para alta até 1914. Dessa forma, houve uma mudança nos lucros das empresas, mas também dos operários: o aumento rápido salário real da depressão desacelerou-se visivelmente, causando tensões sociais.
O dinamismo da economia mundial se deu, assim, na faixa central dos países industrializados e em vias de industrialização, que agiam como tanto como produtores como mercados. Formavam uma massa produtiva enorme e um corpo possante de compradores dos bens e serviços do mundo, que, graças à queda dos preços da Depressão, tinham bem mais dinheiro para gastar (mesmo com a redução do salário real). Cita-se, com a acumulação de fregueses, a ascensão da indústria publicitária.
A parcela de europeus na população mundial cresceu e acrescentando os EUA e algumas economias ultramarinas há a representação de 80% do mercado internacional, que determinam o desenvolvimento e a economia do resto do mundo de acordo com suas demandas. 
Parte III
Síntese das características da economia mundial na Era do Império:
Economia com uma base geográfica muito mais ampla, a parcela industrializada e em processo de industrialização aumentou, devido a revolução industrial e, fora da Europa, ao desenvolvimento da América do Norte e do Japão. O mercado internacional de produtos primários cresceu enormemente assim como as áreas destinadas a produção e integração.
Economia pluralista, caracterizada pela rivalidade entre os Estados e pela mudança da relação entre o mundo desenvolvido e subdesenvolvido, com o aumento das exportações destes. “A Era do Império já não era monocêntrica”, com mais países participantes da economia. Contudo, o relativo declínio industrial britânico reforçou sua posição financeira e sua riqueza devido à persistente dependência dos serviços financeiros, comerciais e da frota da Grã-Bretanha. Londres ainda era o centro de operações das transações comerciais que recebia muito rendimento; o peso dos investimentos britânicos no exterior e de sua frota mercante era enorme; tinha uma posição dominante no mercado internacional de capitais. E o déficit comercial gerado pelos países ascendentes que compravam muitos produtos primários dos subdesenvolvidos era equilibrado pela Grã-Bretanha, pois ela importava mais bens faturados de seus rivais, exportava seus produtos para o mundo independente e detinha enormes rendimentos, sendo assim o maior credor mundial.
Revolução Tecnológica: telefone, telégrafo sem fio, fonógrafo, cinema, automóvel, avião, aspirador de pó, aspirina, bicicleta. Aperfeiçoamento da tecnologia do vapor e do ferro: o aço e as turbinas. Indústrias tecnologicamente revolucionárias, baseadas na eletricidade, química e no motor de combustão. Aumento das redes ferroviárias.
Dupla transformação da empresa capitalista. Em sua estrutura: concentração de capital, aumento da escala, retraimento do mercado livre de concorrência. E em seu modus operandi: tentativa de racionalização da produção e direção da empresa por “métodos científicos” – tecnologia, organização e cálculos.
Transformação excepcional do mercado de bens de consumo: quantitativa e qualitativamente. Com o aumento da população, da urbanização e da renda real o mercado de massa passou de suprir somente necessidades básicas e dominar bens de consumo. Uma tecnologia revolucionária junto com o imperialismo criou uma série de produtos e serviços novos para o mercado de massa. Desenvolveu-se uma produção em massa que mudou a distribuição, o crédito e criou os meios de comunicação em massa.
O crescimento acentuado, tanto absoluto como relativo, do setor terciário da economia, tanto público como privado.
A crescente convergência de política e economia, o papel cada vez maior do governo e do setor público. Segundo ideólogos liberais: “o avanço ameaçador do ‘coletivismo’ às custas da velha, boa e vigorosa iniciativa individual ou voluntária.

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