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P2 Economia Monetaria Gabriella Martins

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Avaliação 2: Tópicos Especiais em Economia Monetária
IM-UFRRJ 2015-2
Prof. Nicholas
Aluna: Gabriella Cristina da Silva Martins
Matrícula nº: 201369020-5
O Plano Keynes e o Sistema Monetário Internacional
	Em julho de 1944 é realizada a Conferência de Bretton Woods, nos Estados Unidos. Os grandes e influentes países dominantes na economia mundial estabeleceram as diretrizes de uma nova ordem econômica global. Um dos principais objetivos dessa reunião era a reconstrução do capitalismo, estabelecendo novas regras financeiras e comerciais entre os países para evitar novas possíveis crises, como a Grande Depressão dos anos 30, registrada após a Primeira Guerra Mundial. Durante essa grande reunião foram criadas instituições voltadas para tentar alcançar a estabilidade financeira mundial, como por exemplo o Fundo Monetário Internacional e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento. 
	Os participantes da grande conferência discutiram os graves problemas provocados pelos conflitos mundiais e os caminhos para superar estes problemas. Um dos objetivos era evitar a repetição de crises consequente do período de guerra, onde gerou instabilidade na economia mundial, baixo crescimento e hiperinflação. A estabilidade das moedas mundiais era indispensável para alcançar a retomada do crescimento econômico mundial, ou seja, retomando o desenvolvimento do comércio mundial propiciando assim a tomada do crescimento em países devastados e a retomada de outros ainda em desenvolvimento. 
	Para isto seria necessário a criação de empregos. Assim foram criadas duas propostas que tiveram grande importância no cenário mundial da época: o Plano White, de Harry Dexter White, apresentado pelos Estados Unidos e o Plano Keynes, a proposta britânica de John Maynard Keynes. Como os Estados Unidos se saiu como a potência vitoriosa no pós Segunda Guerra, venceu assim o plano white, onde suas políticas eram menos intervencionistas, pois temiam possíveis restrições ao comércio americano. Assim, os Estados Unidos, através da criação de uma instituição, pretendia criar uma forma de evitar grandes mudanças no câmbio dos países para não afetar o comércio, o que era completamente oposto ao plano keynes, que defendia uma política mais intervencionista. Essa instituição também ajudaria países com dificuldade financeira, sendo este o papel desempenhado pelo FMI. Ao fim do encontro, em 1944, ficou decidido que o dólar passaria a ser a moeda forte no mundo. Para isso, foi instituído um conjunto de regras para regular a política econômica dos países. A moeda americana, nova referência internacional, estava atrelada ao ouro.
	Ambos os planos tinham como objetivo a busca do pleno emprego e da prosperidade de crescimento econômico, porém, com visões diferentes em relação ao funcionamento da economia como um todo diante do cenário. Essas diferenças eram explicadas de acordo com o interesse de cada país com seus planos propostos, assim, podemos ver que o plano americano foi o vencedor, fazendo com o plano keynes ficasse em segundo plano. Com o passar do tempo as relações econômicas não são mais as mesmas, as instituições e regras criadas na conferência não tinham se concretizado. A instabilidade monetária mundial permaneceu durante anos, sendo questionado o fato de que o plano econômico escolhido pode ter sido uma escolha tendenciosa por conta da influência do poder político dos Estados Unidos, levando a questionar a ideia de o plano keynes ter sido implementado ao invés do plano white e o que teria ocorrido durante esses anos e os resultados alcançados. 
	A Inglaterra era oposta a ideia de restaurar o padrão ouro, logo Keynes criticava o padrão-ouro desde sempre, assim, um país ao aderir o padrão ouro tem problemas com o crescimento da economia, pois este padrão exige uma alta oferta de moeda para manter a atividade econômica e o volume de produto, sem precisar aumentar a taxa de juros ou diminuir os preços dos bens e serviços. No padrão ouro a moeda depende de um fator exógeno, o ouro, ou seja, não depende da produtividade dessas economias. Se faltar ouro, faltará moeda para que tal economia realize suas operações. Para combater a falta de liquidez é elevando a taxa de juros, para atrair ouro de outros países. Isso prejudica a economia como um todo, ou seja, os outros países fariam o mesmo, prejudicando também a economia nacional, ou seja, a expectativa dos investidores seria negativa em relação à taxa de juros e seus investimentos e também seria ruim para os próprios consumidores.
	 Outro problema do padrão ouro seria o fato de uma economia, ao crescer mais do que as outras economias tende a obter déficit na balança comercial. Isso acontecesse pois quando a renda de um país cresce, cresce também a necessidade de importar bens. Já as exportações são exógenas, ou seja, depende apenas da renda de outros países. Assim, se um país cresce muito rápido, sua necessidade de importação cresce muito rápido, mas suas exportações não acompanham o mesmo ritmo. Isso gera déficit para o país, fazendo com que este diminua sua demanda por importação, que só pode ser restringida com a imposição de tarifas ou por uma queda na renda nacional. 
	
	A solução de Keynes para esse problema era fazer com que os outros países também crescessem, pois assim absorveriam parte das exportações dos outros países, assim os países estariam com superávits e não precisariam diminuir sua renda ou diminuir as suas importações. No padrão ouro isso não seria possível pois um país depende do outro para crescer, pois sempre existirá desequilíbrio por conta da escassez do ouro e para que um país seja superavitário, outro teria que ser deficitário. Assim a proposta de Keynes era criar regras monetárias internacionais para resolver esses problemas, em parte gerados pelo padrão ouro que seriam a rigidez da oferta de liquidez e o problema do ajuste do balanço de pagamentos dos países deficitários. 
	O Plano Keynes tinha como uma de suas principais propostas a criação de uma espécie de Banco Central para transações internacionais, onde seriam feitos todos os pagamentos em relação a importações e exportações entre os países. Os bancos centrais das economias seriam membros dessa instituição e realizariam as transferências internacionais da mesma forma que fazem os bancos nacionais entre si. Dentro de um país os bancos pagam uns aos outros movimentando suas contas de reserva junto ao banco central. Na proposta de Keynes, os bancos centrais teriam contas de reservas da mesma forma que bancos nacionais. Não haveria uma moeda física internacional, como por exemplo o ouro ou o dólar, mas seria apenas uma moeda escritural, registrando as operações feitas pelos bancos centrais de cada país uns com os outros. 
	Para que este mecanismo proposto por Keynes funcione, seria necessário a criação de uma nova moeda, que circularia apenas entre os bancos centrais junto à instituição criada, o banco central dos bancos centrais, chamada por Keynes de bancor. Como não possui existência física, é apenas uma moeda escritural, esta não poderia existir fora desse sistema entre os bancos centrais. Esse sistema equilibraria o sistema monetário internacional sempre que necessário, criando ou destruindo moeda escritural. A liquidez internacional não dependeria mais do ouro, e sim, do bancor e das transações feitas pelos bancos centrais. Caso um país apresentasse déficit e este ocorresse por conta da baixa demanda de outro país, superavitário, este teria que aumentar sua demanda, fazendo com que as exportações do país deficitário aumente, diminuindo a diferença entre eles. Assim todos os países obteriam um crescimento no mesmo ritmo, por conta
Zona do Euro e o Plano Keynes
	A Zona do Euro tem muitas características em comum com o plano proposto por Keynes, onde a ideia de uma união monetária proporcionaria um crescimento estável de todos os países participantes e manteria equilibrado o sistema monetário de determinadas economias. O fato de existir um câmbio
fixo mostra a desvantagem desses países da Zona do Euro em relação aos países do resto do mundo. O Plano Keynes foi criado para uma economia mundial, sendo comparada com a economia apenas determinados países, mostra sua desvantagem.

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