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Thiago Bracks Da Matta 
 
 
 
ISOLAMENTO ACÚSTICO NAS EDIFICAÇÕES: DESEMPENHO 
 
 
Trabalho de conclusão de curso apresentado 
como exigência parcial para obtenção do 
título de graduação do curso de Engenharia 
Civil da Escola de Engenharia Kennedy. 
 
 
 
Prof. Ms. Pedro Alcântara de Mattos Junior – Orientador 
 
 
 
Prof.(a) Karin Cristina Sommerfeld – Faculdades Kennedy - Examinador 
 
 
 
Prof. Ricardo Antonio Pereira da Silva – Faculdades Kennedy - Examinador 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte, 20 de Agosto de 2014. 
 
	
  
	
  
 
FACULDADES KENNEDY 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
Thiago Bracks da Matta 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ISOLAMENTO ACÚSTICO NAS EDIFICAÇÕES: DESEMPENHO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2014 
	
  
	
  
MATTA, Thiago Bracks da*; MATTOS JUNIOR.**, Pedro Alcântara. Isolamento 
Acústico nas Edificações: desempenho. Curso de Engenharia Civil, Faculdades 
Kennedy. Belo Horizonte, 2014. 
 
 
RESUMO 
A mudança no padrão dos empreendimentos e a busca constante pela redução do custo 
das construções resultaram na mudança no padrão das edificações com grande elevação 
dos problemas relacionados ao ruído. Considerando a importância do tema este trabalho 
objetivou realizar uma revisão de literatura enfocando avaliação de ruídos, acústica de 
edificações e desempenho acústico. O trabalho foi realizado utilizando 32 artigos 
publicados na base de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo). Vale destacar 
que a legislação ABNT NBR 15575 determina o padrão de desempenho acústico para 
edificações. Para avaliação acústica são utilizados decibelímetros devidamente 
calibrados. Para avaliar o desempenho acústico de paredes, fachadas e pisos são 
realizadas medições do nível de pressão sonora aérea e do ruído de fundo nos dois 
ambientes separados pela partição, e medições de tempo de reverberação e da absorção 
sonora equivalente no interior do ambiente receptor, além de medições do nível de 
pressão sonora de impacto no ambiente receptor. Para o isolamento acústico vários 
materiais podem ser empregados. Entre eles podemos citar o material fibroso ou poroso, 
painéis flexíveis e ressonadores. Entre o material de construção com melhor índice de 
absorção acústica destacam-se a argila expandida, lã de rocha, chapa metálica 20% 
perfurada sem lã mineral. Podem ser usados a parede dupla com câmara de ar, piso de 
borracha, lajes flutuantes, lã de vidro, painel rígido de lã de vidro de alta densidade com 
gesso acartonado, entre outros. É necessário, portanto, que os profissionais tenham 
consciência da importância do conforto acústico no planejamento das edificações. 
 
 
Palavras-chave: Ruído. Acústica de edificações. Materiais acústicos. NBR 15575. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
____________________________________________________________________________________ 
*acadêmico do curso de Engenharia Civil das faculdades Kennedy. 
**mestre, professor do curso de Engenharia Civil das Faculdades Kennedy. 
 
4 
	
  
1. INTRODUÇÃO 
 
Nas áreas urbanas e grandes cidades, o ruído constitui um problema econômico e 
de saúde pública (ZANQUETA et al., 2009; BASTOS, SOEIRO e MELO, 2009). 
Ruídos provenientes do tráfego, máquinas, indústrias, atividades comerciais e 
recreativas, vizinhos ou outras fontes incomodam e prejudicam a qualidade de vida. A 
exposição prolongada a altos níveis de ruído pode causar danos à saúde, dessa forma, a 
qualidade acústica de ambientes é um fator crucial para o bem estar e o conforto da 
população (MICHALSKI, 2011). 
A Organização Mundial da Saúde (WHO, 2011) sinaliza que 51% da população 
mundial ocupa os espaços urbanos, áreas que são ao mesmo tempo centros de 
desenvolvimento e focos de geração de ruído ambiental. Este problema se torna mais 
evidente no Brasil, pois o planejamento das cidades e das edificações muitas vezes não 
leva em consideração as questões acústicas e não apresenta um efetivo programa de 
controle de ruídos (MENDONÇA et al., 2013). 
O crescimento das cidades, a mudança no padrão dos empreendimentos e a 
busca constante pela redução do custo das construções resultaram na mudança no 
padrão das edificações. Prédios começaram a ser construídos para atender a nova 
demanda populacional e como consequência tem sido percebido o aumento dos 
problemas relacionados ao ruído. Pensando nisso, faz-se cada vez mais necessária a 
combinação de materiais com desempenho acústico satisfatório em pisos, paredes, 
divisórias e forros de forma a obter bons resultados e reduzir sons indesejados 
(LOTURCO, 2005). 
O ideal é que seja adotado na construção civil um planejamento urbano 
adequado, de forma que os edifícios sejam implantados visando o combate da poluição 
sonora. Para isso, é necessário que se conheçam todas as fontes de ruído que podem 
interferir no contexto da edificação e da cidade (VIEGAS, 2004). A avaliação do 
projeto acústico na fase inicial é de extrema importância visto que o tratamento acústico 
de um edifício na fase de projeto representa de 1% a 1,5% do preço total da construção, 
enquanto, para se obter o mesmo desempenho em um estágio avançado o custo pode 
chegar a 15% do valor da construção (LOTURCO, 2005). 
O tema foi escolhido considerando a importância da avaliação do ruído nas 
edificações, do isolamento acústico na qualidade de vida e crescimento econômico e da 
publicação da NBR 15575 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), cujo 
5 
	
  
conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos Organismos 
de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais 
(ABNT/CEE). Esta norma foi elaborada por Comissões de Estudo (CE), formadas por 
representantes dos setores envolvidos: produtores, consumidores e neutros 
(universidades, laboratórios e outros) (ABNT, 2008). 
A ABNT NBR 15575 foi elaborada pelo Comitê Brasileiro da Construção Civil 
e pela Comissão de Estudos de Desempenho de Edificações tendo a previsão de conter 
requisitos 1) gerais; 2) para os sistemas estruturais; 3) para os sistemas de pisos; 4) para 
os sistemas de vedações verticais internas e externas; 5) para os sistemas de coberturas 
e 6) para os sistemas hidrossanitários. A norma estabelece que o edifício habitacional 
deve apresentar isolamento acústico adequado das vedações externas, no que se refere 
aos ruídos aéreos provenientes do exterior da habitação e isolamento acústico adequado 
entre ambientes, de forma a gerar conforto acústico para seus habitantes. 
Considerando a importância do tema e da norma NBR 15575 este trabalho 
objetivou realizar uma pesquisa literária sobre o tema enfocando os itens avaliação de 
ruídos, conforto acústico, isolamento sonoro, acústica de edificações, desempenho 
acústico, acústica do ambiente construído, simulação acústica, e monitoramento 
acústico a partir de artigos da base de dados Scientific Electronic Library Online. 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
O trabalho foi realizado através de revisão de literatura sobre o tema isolamento 
acústico enfocando os itens envolvidos na avaliação de ruídos. Foi realizado a partir de 
32 artigos publicados na base de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo) 
entre os anos de 2001 e 2014 acessadas através dos descritores: ruído, reverberação, 
conforto acústico, isolamento sonoro, acústica de edificações, desempenho acústico, 
vedações, acústica do ambiente construído, tratamento acústico, materiais acústicos, 
sistemas construtivos e NBR 15575 utilizados como indexadores. 
 
2.1 Conceitos envolvidos na avaliação do isolamento acústico. 
 
O ruído pode ser conceituado como uma mistura de sons cujas frequências não 
seguem nenhuma lei precisa ou simplesmente como todo som indesejável (ABNT, 
6 
	
  
1983; STANSFELD, 1992; SOUSA, 2006). Seus níveis ou intensidades são definidos 
através da pressão sonora e sua unidade é o decibel, unidade logarítmica que expressa a 
razão entrea pressão sonora que está sendo medida e uma referência. O som/ ruído é 
composto por uma variedade de frequências, mas o ouvido humano só é capaz de sentir 
uma parte (audiofrequência 20-20000Hz) (BERGLUND e HASSMÉN, 1996; 
PATRÍCIO, 2008). O medidor de ruído é capaz de selecionar tais frequências e a escala 
A dos decibelímetros é a que melhor representa a percepção humana (SPECHT et al., 
2009). 
O som necessita de um meio de propagação provido de inércia e elasticidade 
para atingir o pavilhão auricular. O meio normal de propagação do som para chegar ao 
nosso ouvido é o ar (IBAPE, 2014). 
O nível do som (nível sonoro) expresso em decibel (dB) é obtido pelo uso de 
equipamentos medidores que determinam a intensidade sonora real por comparação a 
um nível de referência (GREVEN; FAGUNDES; EINSFELDT, 2006). Para avaliar o 
nível do som/nível de pressão acústica são utilizados decibelímetros que por meio dos 
filtros A, B e C simulam o comportamento do ouvido humano. O nível global em dB é 
pouco usado dando lugar ao dB (A), dado ponderado que leva em consideração valores 
correspondentes de igual sensação sonora do aparelho auditivo humano. Atualmente 
somente o dB (A) é usado para as avaliações de ruídos por ser o filtro mais abrangente 
para as bandas de oitavas (IBAPE, 2014). 
A frequência, número de oscilações completas por segundo, é medida em ciclos 
por segundo (cps) ou em Hertz (Hz) e permite atingir sons graves e agudos. Nos 
humanos o campo audível se situa entre 20 e 20000 Hz sendo a voz humana entre 500 e 
1000 Hz. As normas específicas utilizam o campo entre 100 e 5000 Hz subdivididas em 
bandas de 6 oitavas com terços médios centrados em 125, 250, 500, 1000, 2000 e 4000 
Hz (GREVEN; FAGUNDES; EINSFELDT, 2006). 
A pressão mínima audível é da ordem de 20 Pa e se o nível de pressão acústica 
for aumentado ou reduzido em 10 dB o ouvido humano interpreta como se o valor 
tivesse sido duplicado ou reduzido pela metade. Os níveis sonoros são grandezas 
logarítmicas e, portanto, não podem ser adicionadas aritmeticamente. A adição de novos 
níveis sonoros iguais (60 dB), porém de frequências muito diferentes apresenta um 
resultado final de aproximadamente 3 a 5 dB a mais. Dessa forma dois ruídos de 60 dB 
serão percebidos como ruídos de 63 a 65 dB. Um ruído preponderante pode mascar 
outro ruído sempre que os níveis de pressão sonora forem muito diferentes. O ruído 
7 
	
  
mais forte sobrepõe-se ao ruído mais fraco, ficando este último imperceptível ao ouvido 
humano. Dois ruídos de 60 dB e 70 dB decibéis apresentam resultado final de 70 dB 
(IBAPE, 2014). 
 
Tabela 1 - Níveis de intensidade sonora 
Intensidade sonora Db (A) Local 
0-10 Laboratório acústico a prova de ruídos 
10-20 Estúdios muito isolados acusticamente 
20-30 Interior de uma grande igreja 
30-40 Conversa em voz moderada 
40-50 Sala de escritório 
50-60 Lojas/ruas residenciais 
60-70 Rua de tráfego médio / fábrica média 
70-80 Orquestra sinfônica 
80-90 Rua muito barulhenta 
90-110 Passagem de trem subterrâneo 
110-120 Trovão muito forte/turbina de avião a 100m 
130 Turbina de avião a 25m/ limiar da dor 
Fonte: GREVEN; FAGUNDES; EINSFELDT, 2006. 
 
Tabela 2 - Níveis de Intensidade Sonora x Impressões relativas 
Nível de intensidade sonora dB (A) IMPRESSÃO 
0-10 Silêncio anormal 
10-30 Muito quieto 
30-50 Calmo 
50-70 Música e ruídos comuns 
70-90 Barulhento 
90-110 Desagradável, penoso 
110-130 Insuportável 
Fonte: GREVEN; FAGUNDES; EINSFELDT, 2006. 
 
Os sons produzidos em ambientes fechados persistem, sempre, nos nossos 
ouvidos devido às múltiplas reflexões produzidas nas suas paredes e superfícies 
internas. O tempo de reverberação é o tempo necessário para que a densidade média da 
energia contida num volume ou o nível de pressão sonora tenha um decréscimo de 60 
8 
	
  
dB, a partir do instante em que a fonte de excitação for extinta. Em termos de pressão 
sonora, o tempo de reverberação corresponde a uma redução de mil vezes em relação ao 
valor da pressão sonora inicial (BERANEK e VÉR, 2006; BISTAFA, 2011). 
A reverberação é importante porque o som que ouvimos é a composição do som 
emitido diretamente pela fonte e daquele refletido pelas superfícies do ambiente. Assim, 
no ambiente com muita reverberação, o som ouvido pode ter intensidade maior do que o 
emitido em até 6 dB (CARVALHO, 2006). 
Quando uma onda sonora pura ou livre, isto é, isenta de reflexões secundárias, 
atinge uma superfície uniforme e relativamente grande, em relação ao cumprimento 
dessa onda, a reflexão do som assemelha-se muito à da luz (IBAPE, 2014). 
O som é classificado, segundo sua origem como gerado no ar ou ruído de 
impacto. Sons gerados no ar são aqueles produzidos dentro da massa de ar do ambiente 
e que se transmitem, integralmente, através desse meio elástico, até os nossos ouvidos, 
como por exemplo, um foguete que estoura na atmosfera. Os sons de impacto são 
produzidos pelo choque de elementos sólidos ou líquidos transmitindo-se através de 
elementos também sólidos ou líquidos e as vezes, parcialmente, pelo ar até nosso corpo, 
sendo percebido sob forma de vibração ou de sensação sonora (IBAPE, 2014). 
O som de impacto pode caminhar depois de atravessar um elemento sólido até 
nossos ouvidos, através do ar, como por exemplo, os ruídos das canalizações de água 
ou o ruído de um objeto que cai sobre a laje de um pavimento superior aquele onde nos 
encontramos. Por caminhos secundários (paredes laterais comuns, piso e teto, 
convencionalmente chamados de flancos) sempre ocorrerão transmissões indiretas 
(IBAPE, 2014). 
 
2.2 Legislação sobre isolamento acústico 
 
O conjunto de normas brasileiras para a avaliação do desempenho de edifícios 
habitacionais de até cinco pavimentos, ABNT NBR 15575-1, foi publicado no ano de 
2008 e passa a ser válido a partir de maio de 2010. As normas foram elaboradas pelo 
Comitê Brasileiro da Construção Civil e seu projeto circularam em consulta nacional 
antes da publicação (MICHALSKI, 2009). A legislação ABNT NBR 15575-3, NBR 
15575-4 e NBR 15575-5 destacam a importância da questão acústica nas edificações e 
determinam o padrão de desempenho acústico para edificações. 
9 
	
  
Na tabela G são apresentados os níveis de ruído de fundo em dB(A) para os 
ambientes residenciais. O valor inferior representa o nível sonoro para conforto e o 
superior o nível máximo aceitável para a finalidade (Tabela 3). 
 
Tabela 3 - Níveis de ruído de fundo em dB (A) para os dormitórios e salas de estar. 
Local Ambiente dB (A) 
Residências Dormitórios 35 – 45 
Salas de estar 40 – 50 
Fonte: ABNT, NBR 10152. 
 
 O ruído de fundo representa a média dos níveis de ruído mínimos em local e 
hora considerados na ausência de fontes emissoras. É obtido através da observação do 
ponteiro do medidor de nível sonoro considerando a leitura do nível mínimo que se 
repete várias vezes (média dos mínimos). Quando utilizada a análise estatística dos 
níveis sonoros, o nível de ruído de fundo deve ser considerado como o alcançado em 
90% do tempo de medição (CETESB, 1990). 
 O nível de ruído de fundo é influenciado pelo tipo de zona, estação do ano e 
período do dia, de forma que não devem ser usadas correções. Para medir o ruído de 
fundo o aparelho deve ser posicionado no centro do ambiente, afastado de paredes, 
armários, ou outros móveis existentes. Tudo que gere ruído deve estar desligado e as 
portas e janelas devem ser mantidas abertas ou fechadas, conforme usual no ambiente 
(CETESB, 1990). 
Para avaliação do desempenho acústico de fachadas ou isolamento de sons de 
condução aérea padronizado (D2m,nTw) deve-se medir a diferença entre o nível médio de 
pressão sonora exterior, medido a 2 metros da fachada do edifício (L1, 2 m), e o nível 
médio de pressão sonora medido no local de recepção (L2), corrigido da influência das 
condições de reverberação do ambiente receptor. Para o cálculo desse parâmetrodeve-
se utilizar a fórmula D2m,nTw (dB) = L1, 2m – L2 + 10 log (T/T0) (Figura 1). 
 
Figura 1. Avaliação do desempenho acústico de fachadas. 
 
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Segundo a NBR 15575 os níveis de desempenho acústico mínimo para sistema 
de fachadas deve ser maior ou igual a 20 dB para habitação localizada distante de fontes 
de ruído intenso de quaisquer naturezas e maior ou igual a 30 dB para habitação sujeita 
a ruído intenso (Tabela 4). 
 
Tabela 4 - Níveis de desempenho acústico mínimos para sistema de fachadas. 
Classe 
de ruído 
ELEMENTO D2m,nT,w [dB] 
I 
Habitação localizada distante de fontes de ruído intenso de 
quaisquer naturezas. 
≥ 20 
II 
Habitação localizada em áreas sujeitas a situações de ruído 
não enquadráveis nas classes I e III. 
≥ 25 
III 
Habitação sujeita a ruído intenso de meios de transporte e de 
outras naturezas, desde que esteja de acordo com a 
legislação. 
≥ 30 
Legenda: D2m,nT,w = diferença padronizada de nível ponderada. 
Fonte: ABNT NBR 15575 
 
Segundo a NBR 15575-3 o isolamento acústico do sistema de piso constitui o 
grupo de operações e técnicas construtivas (serviços), composto por uma ou mais 
camadas com a finalidade atenuar a passagem de ruídos. São considerados o isolamento 
de ruído de impacto no sistema de piso (caminhada, queda de objetos e outros) e o 
isolamento de ruído aéreo (conversação, som de televisão e outros). 
Os valores normativos são obtidos por meio de ensaios realizados em campo 
para o sistema construtivo. O isolamento de ruído de impacto padrão em sistema de 
pisos determina, em campo, de forma rigorosa, o nível de pressão sonora de impacto 
padrão em sistema de piso entre unidades autônomas, caracterizando de forma direta o 
comportamento acústico do sistema e é descrito na norma ISO 140-7. Já o isolamento 
de ruído aéreo de sistema de pisos determina, em campo, de forma rigorosa, o 
isolamento sonoro de ruído aéreo entre unidades autônomas e entre uma unidade e áreas 
comuns, caracterizando de forma direta o comportamento acústico do sistema e é 
descrito na norma ISO 140-4. 
 
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Os parâmetros de verificação utilizados na norma constam na Tabela 5. 
 
 
Tabela 5 - Parâmetros acústicos de avaliação 
Símbolo Descricao Norma Aplicacao 
L’nT,w 
Nível de pressão sonora de 
impacto padrão ponderado 
ISO 140-7 
ISO 717-2 
Sistema de piso 
Dnt,w 
Diferenca padronizada de nível 
ponderada 
ISO 140-4 
ISO 717-1 
Vedação vertical e 
horizontal, em edifícios 
(pisos, paredes e etc.) 
Fonte: ABNT NBR 15575 
 
Os dormitórios das unidades habitacionais devem ser avaliados. Deve-se utilizar 
um dos métodos de isolamento do ruído de impacto padrão em sistema de pisos ou 
isolamento de ruído aéreo de sistema de pisos para a determinação dos valores do nível 
de pressão sonora padrão ponderado (L’nT,w). As medições devem ser executadas com 
portas e janelas fechadas, tais como foram entregues pela empresa construtora ou 
incorporadora e a avaliação deve considerar o sistema de piso, conforme entregue pela 
empresa construtora. 
Para o isolamento de ruído aéreo dos sistemas de pisos entre unidades 
habitacionais deve-se avaliar o isolamento de som aéreo de ruídos de uso normal (fala, 
TV, conversas, música) e uso eventual (áreas comuns, áreas de uso coletivo). 
Para avaliar o desempenho acústico de pisos ou isolamento sonoro de sons de 
condução aérea padronizado (D’nTw) deve-se medir a diferença entre o nível médio de 
pressão sonora (L1) medido no ambiente emissor (A.E.) produzido por uma ou mais 
fontes sonoras e o nível médio de pressão sonora (L2) medido no ambiente receptor 
(A.R.), corrigido da influência das condições de reverberação do ambiente receptor. 
Para o cálculo desse parâmetro deve-se utilizar a fórmula D’nT,w (db) = L1 – L2 + 10log 
(T/T0). 
 Para avaliar o nível de ruído de impacto ou nível sonoro de percussão 
padronizado (L’nTw) deve-se medir o nível sonoro médio (L1) medido no ambiente 
receptor (A.R.), proveniente de uma excitação de percussão normalizada exercida sobre 
um pavimento, corrigido da influência das condições de reverberação do ambiente 
receptor (A.R.). O desempenho é calculado através da fórmula L’nTw (dB) = L1 – 
10log(T/T0) (Figura 2). 
12 
	
  
Figura 2. Avaliação do isolamento acústico em pisos. 
 
 
Para o sistema de pisos são indicados os valores mínimos de desempenho e o 
desempenho mínimo de diferença padronizada de nível ponderada (D’nT,w) conforme 
Tabelas 7 e para o nível de desempenho acústico de partições verticais são utilizados os 
parâmetros disponíveis na tabela 8. 
 
Tabela 6 - Níveis de desempenho acústico do ruído de impacto em sistemas de pisos. 
ELEMENTO L'nT,w [dB] 
Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas 
posicionadas em pavimentos distintos. 
≤ 80 
Sistema de piso de áreas de uso coletivo (atividades de lazer e esportivas, 
tais como home theatre, salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos, 
banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas) sobre 
unidades habitacionais autônomas. 
≤ 55 
Legenda: L’nT,w = nível de pressão sonora padrão ponderado. Fonte: ABNT NBR 15575 
 
Tabela 7 - Níveis de desempenho acústico de ruído aéreo em sistemas de pisos. 
ELEMENTO DnT,w [dB] 
Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas de áreas 
em que um dos recintos seja dormitório. 
≥ 45 
Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas de áreas 
comuns de trânsito eventual, tais como corredores e escadaria nos 
pavimentos, bem como em pavimentos distintos. 
≥ 40 
Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas de áreas 
comuns de uso coletivo, para atividades de lazer e esportivas, tais como 
home theatre, salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos, 
banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas. 
≥ 45 
Legenda: DnT,w = desempenho mínimo de diferença padronizada de nível ponderada 
13 
	
  
Para avaliar o desempenho acústico de partições verticais ou isolamento sonoro 
de sons de condução aérea padronizado (DnTw) deve-se medir a diferença entre o nível 
médio de pressão sonora (L1) medido no ambiente emissor (A.E.) produzido por uma ou 
mais fontes sonoras e o nível médio de pressão sonora (L2) medido no ambiente 
receptor (A.R.), corrigido da influência das condições de reverberação do ambiente 
receptor. Para o cálculo desse parâmetro deve-se utilizar a fórmula D’nT,w (db) = L1 – L2 
+ 10log (T/T0) (Figura 3). 
 
Figura 3. Avaliação do isolamento acústico em partições verticais. 
 
 
 O nível de desempenho acústico para partições verticais pode ser verificado na 
tabela 8. 
 
Tabela 8 - Nível de desempenho acústico para partições verticais. 
ELEMENTO DnT,w [dB] 
Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação), 
nas situações onde não haja ambiente dormitório. 
≥ 40 
Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede de geminação), 
no caso de pelo menos um dos ambientes ser dormitório. 
≥ 45 
Parede cega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas 
comuns de trânsito eventual, tais como corredores e escadaria nos 
pavimentos. 
≥ 40 
Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade habitacional e áreas 
comuns de trânsito eventual, tais como corredores e escadaria dos 
pavimentos. 
≥ 30 
Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas comuns de 
permanência de pessoas, atividades de lazer e atividades esportivas, tais 
como home theatre, salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos, 
banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas. 
≥ 45 
 
14 
	
  
Continuação... 
ELEMENTO DnT,w [dB] 
Conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall 
(DnT,w obtida entre as unidades). 
≥ 40 
Legenda: D’nT,w = desempenho mínimo de diferença padronizada de nível ponderada 
Fonte: ABNT NBR 15575 
 
2.3 Equipamentos utilizados para avaliar o ruído 
 
Todas as mediçõesdevem ser realizadas com fontes sonoras e de impacto 
padronizadas e medidores de nível de pressão sonora com filtros de frequências de 1/3 
de oitava, calibrados por laboratórios acreditados pelo INMETRO. Devem ainda, seguir 
as recomendações indicadas nas normas ABNT NBR 15575. 
Como equipamentos podem ser utilizados medidores de nível de pressão sonora 
como o da marca Quest, modelo 1100-20 (figura A), que atende às Normas ANSI S.1 – 
1983 e IEC 651, para o padrão Tipo 2. Tal equipamento permite leitura dos níveis de 
ruído com resolução de 0,1 dB e opera medições nas faixas de leitura entre 30 e 100 dB, 
50 e 120 dB, e 70 e 140 dB, em curvas de ponderação das leituras em escalas A ou C 
(OCHOA, ARAÚJO e SATLER, 2012). 
Outro equipamento que pode ser utilizado é o decibelímetro da marca Minipa 
MSL 1351 (figura B) com display digital, microfone de eletreto de 1/2", faixa dinâmica 
de 50dB, precisão de ±1,5dB (94dB/1kHz); a escala A foi adotada para as medições, 
assim como a resposta rápida (SPECHT et al., 2009). 
As medições de ruído podem ser realizadas com decibelímetro da marca 
Instrutherm, modelo DEC-5010 (figura C), fabricado conforme norma ANSI S1.4, IEC-
651 e IEC-804. Também pode ser utilizado um calibrador acústico do mesmo fabricante 
modelo CAL – 3000, para aferição do decibelímetro antes a após cada medição. Ambos 
os equipamentos devem possuir certificado de calibração. O equipamento deve ser 
ajustado na curva “A” e com resposta lenta (slow) conforme preconizam as normas. O 
equipamento possui uma precisão de ± 1,5 dB. 
 
Figura A, B, C e D. Equipamentos para avaliação de ruído. 
15 
	
  
 
 
Legenda: Na sequência: A) medidor de nível de pressão sonora, marca Quest, modelo 1100-20; B) 
decibelímetro MSL 1351 com display digital, microfone de eletreto de 1/2 da marca Minipa, C) 
Decibelímetro da marca Instrutherm, modelo DEC-5010 e D) Decibelímetro Digital tipo 2 com saída AC 
e DC marca Instrutherm DEC460- CERT. 
 
Outros instrumentos utilizados para avaliação de ruído incluem o analisador de 
frequência que permite determinar o espectro sonoro de ruído e analisar o 
comportamento dos níveis de pressão sonora em cada frequência; o registrador gráfico 
que registra graficamente o comportamento das ondas sonoras no decorrer do tempo e 
os calibradores que emitem tom puro sendo usados para calibrar os decibelímetros a 
cada 4 horas de uso em medições (FEAMIG, 2007). 
 
 
2.4Testes utilizados na avaliação do isolamento acústico 
 
Por meios de medições dos parâmetros acústicos tempo de reverberação, ruído 
de fundo, nível de pressão sonora no ambiente emissor e receptor, são verificados os 
desempenhos de sistemas construtivos de uma edificação para verificar o atendimento 
aos critérios estabelecidos na norma (ABNT NBR 15575-2013). 
Para o desempenho acústico de paredes e fachadas são realizadas medições do 
nível de pressão sonora aérea e do ruído de fundo nos dois ambientes separados pela 
partição, e medições de tempo de reverberação e da absorção sonora equivalente no 
interior do ambiente receptor. Com esses dados é avaliada a perda de transmissão 
sonora aérea e determinado o índice de isolamento sonoro aéreo da parede o que 
resultará na classificação do desempenho acústico conforme a norma (ABNT NBR 
15575-4, 2013). 
16 
	
  
Para o desempenho acústico de pisos são realizadas medições de nível de 
pressão sonora aérea e do ruído de fundo nos dois ambientes separados pelo piso; 
medições de tempo de reverberação e da absorção sonora equivalente no interior do 
ambiente receptor; e medições do nível de pressão sonora de impacto no ambiente 
receptor. Assim é possível determinar o isolamento sonoro do piso e quantificar o índice 
de isolamento sonoro aéreo e de impacto que resultará na classificação dos 
desempenhos sonoros aéreos e de impacto do piso, conforme a norma brasileira (ABNT 
NBR 15575-3, 2013). 
 
O nível de pressão sonora pode ser calculado a partir da pressão utilizando a 
equação a seguir: 
 
NPS (dB) 20 log P . 
Po 
 Onde: P=pressão sonora de interesse e Po=pressão de referência “0” (zero) 
 Portanto para se calcular a pressão a partir do NPS a expressão fica: 
 
 Log P = NPS – 93,9794 
 20 
 Cálculo da potência sonora 
W = p2 x 4π r2 = Watt 
δ c 
 
 Onde: W=Watt; δ c= 420 rayls; r=distância da fonte e P=pressão sonora 
 Se tivermos a potência e quisermos calcular a pressão, a expressão acima fica: 
 P = 5,78 w = N/m2 
 r2 
(FEAMIG, 2007) 
 
Todas as medições devem ser realizadas com fontes sonoras e de impacto 
padronizadas e medidores de nível de pressão sonora com filtros de frequências de 1/3 
de oitava, calibrados por laboratórios acreditados pelo INMETRO. Devem ainda, seguir 
as recomendações indicadas nas normas ABNT NBR 15575. 
17 
	
  
 
2.5 Material de construção, isolamento acústico e absorção acústica 
 
Atualmente a preocupação acústica não é apenas uma questão de 
condicionamento acústico do ambiente, mas também do controle de ruído e preservação 
da qualidade ambiental. A questão acústica urbana passa a ter mais importância do que 
até então, pois, o número de fontes produtoras de ruído é cada vez maior e as 
consequências desses ruídos para o homem são cada vez mais prejudiciais (IBAPE, 
2014). 
Considera-se isolamento a capacidade de certos materiais de impedir que a onda 
sonora passe de um ambiente para outro (EGAN, 1988). Nestes casos se deseja impedir 
que o ruído alcance o homem. Normalmente são utilizados materiais densos (pesados), 
como, por exemplo, concreto, vidro, etc. para a criação das barreiras (BOLOGNESI, 
2008). Já a absorção acústica trata do fenômeno que minimiza a reflexão das ondas 
sonoras num mesmo ambiente. Para este caso normalmente são utilizados material leve, 
fibroso ou de poro aberto como espumas de poliéster de células abertas e fibras de 
cerâmica e de vidro. 
O tratamento acústico é, portanto, o conjunto de operações destinadas a atenuar 
o nível de energia sonora entre a fonte geradora e o ouvido captador. Isto pode ser 
alcançado através de três procedimentos: 1) tratamento absorvente ou capacidade de um 
material ou componente construtivo de absorver total ou parcialmente a energia sonora 
incidente; 2) isolamento atenuador ou conjunto de procedimentos praticados para inibir 
ou atenuar a transposição do som de um ambiente a outro ou 3) os dois procedimentos 
combinados. A solução decorrerá, também, da origem da energia sonora, a saber, sons 
provenientes da via aérea, via sólida ou pelas duas vias (IBAPE, 2014). 
Nenhuma parede é perfeitamente refletora das ondas sonoras e, portanto, uma 
parcela da energia incidente é absorvida pelo material da parede (GREVEN; 
FAGUNDES; EINSFELDT, 2006). O material de construção é seletivo quanto às 
frequências de sons que absorvem. As paredes e divisões, geralmente rígidas, vibram no 
todo, ou em parte devido a energia das ondas sonoras. Essas divisões vibram como se 
fossem diafragmas e reirradiam a energia que nelas incide (IBAPE, 2014). 
Outra maneira de isolar o som é através do uso de “sanduíches” 
(massa/mola/massa ou massa/lã de vidro/massa) de material leve e rígido e de material 
poroso e resiliente que pelo efeito do amortecimento pode circunscrever a energia ao 
18 
	
  
seu interior, dissipando-a, antes que reflita ou se transmita para o ambiente ou para o 
material vizinho (IBAPE, 2014). 
Quanto mais rijas e polidas forem a superfícies, maior será a persistência sonora 
e o tempo de reverberação do local. De forma análoga, quanto mais absorventes forem 
as superfícies, menor será o tempo de persistência do som (IBAPE, 2014). 
Sales et al. (2001) destacam que o fechamento externo em alvenaria possui 
desempenho acústico superior ao da maioria dos fechamentos industrializados do 
mercado, sendo que apenas os painéis de concreto apresentamdesempenho similar. Para 
fechamento interno, os painéis de gesso acartonado, ou dry wall, que também são de 
montagem rápida, poderiam ser usados. Tais painéis, quando constituídos, de paredes 
duplas e recheadas de materiais isolantes proporcionam desempenho acústico próximo 
ao da alvenaria. Já com divisórias pré-fabricadas moduladas, percebe-se que os ruídos 
das salas vazam de um andar a outro. Esse efeito é aumentado devido à fresta existente 
e à não instalação de rodapés de borracha (RIBAS E SOUZA, 2007). 
Vários materiais podem ser empregados no isolamento acústico. Entre eles 
podemos citar o material fibroso ou poroso, painéis flexíveis e ressonadores. Os 
materiais fibrosos ou porosos como a lã de vidro ou lã de rocha apresentam uma 
variedade de poros que se comunicam entre si. Dessa forma, quando uma onda de som 
encontra esse material ela penetra integralmente no seu interior e o ar contido nos poros 
entra em movimento. Devido ao atrito do ar com as partes sólidas, uma parte da energia 
é transformada em calor (VIEGAS, 2004). 
Os painéis refletores ou ressonadores obedecem ao mesmo princípio. A onda 
acústica penetra no material fibroso e faz as moléculas de ar vibrarem, existindo 
absorção. A vibração torna-se importante, o ar entra em atrito com as paredes e a 
energia acústica transforma-se em calor, ocorrendo dispersão de energia. Os painéis 
flexíveis e ressonadores são muito utilizados em acústica de salas (VIEGAS, 2004). 
 Entre o material de construção com melhor índice de absorção acústica nas 
diversas faixas de frequência destacam-se a argila expandida, lã de rocha, chapa 
metálica 20% perfurada sem lã mineral e lã de rocha aglomerada revestida com papel 
Kraft (Tabela 9). 
 
 
 
19 
	
  
Tabela 9 - Material de Construção e índice de Absorção Sonora por Faixa de Frequência 
(Hz) 
 
MATERIAL 
α 
125 250 500 1000 2000 4000 
Lã de rocha (100Kg/m3, esp=50mm) 0,27 0,62 0,68 0,93 0,81 0,76 
Massa plástica (8Kg/m3, eps=20mm) 0,14 0,19 0,31 0,62 0,81 0,72 
Fibra de madeira (230Kg/m3, esp.=20mm) 0,15 0,44 0,45 0,44 0,53 0,59 
Gesso perfurado (furos= 6mm, esp.=12mm sem 
lã mineral (esp.=18mm) 
0,10 0,19 0,42 0,74 0,57 0,34 
Chapa metálica (20% perfurada) sem lã 
mineral (esp.=10mm) 
0,61 0,75 0,73 0,70 0,76 0,67 
Madeira envernizada 0,05 0,04 0,03 0,03 0,03 0,03 
Reboco 0,01 0,03 0,03 0,04 0,05 0,05 
Mármore 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 
Gesso 0,04 0,03 0,03 0,04 0,05 0,08 
Tijolo aparente 0,02 0,02 0,03 0,04 0,05 0,07 
Compensado (esp.=5mm) a 20mm da parede 0,07 0,12 0,28 0,11 0,08 0,08 
Compensado (esp.=5mm) a 50mm da parede 0,47 0,34 0,30 0,11 0,08 0,08 
Lã de rocha aglomerada (esp.=40mm) 
revestida de papel kraft 
0,30 0,70 0,88 0,85 0,65 0,60 
Lã de vidro (esp.=25mm) 0,15 0,58 0,60 0,64 0,62 0,62 
Lã de vidro (esp.25mm) sobre treliça metálica 
flutuante 
0,45 0,45 0,45 0,50 0,52 0,52 
Lã de vidro (esp.=25mm) revestida de tecido 
poroso 
0,39 0,45 0,56 0,59 0,61 0,55 
Argila expandida 0,40 0,90 0,90 0,80 0,75 0,85 
Placas de pedra (esp.=100mm) 0,09 0,13 0,13 0,16 0,27 0,49 
Laje de concreto 0,06 0,06 0,06 0,09 0,16 0,25 
Paredes de Tijolos estriados 0,05 0,27 0,23 0,13 0,21 0,46 
Concreto Aparente 0,02 0,02 0,02 0,04 0,05 0,05 
Blocos de Concreto Rugoso 0,36 0,44 0,31 0,29 0,39 0,25 
Blocos de Concreto Pintado 0,10 0,05 0,06 0,07 0,09 0,08 
Fonte: VIEGAS, 2004. 
 
20 
	
  
A avaliação acústica do material de construção mostra que enquanto a parede de 
alvenaria isola 45dB a parede dupla com câmara de ar isola 55db. Para melhorar o 
isolamento em janelas, pode ser utilizado vidro duplo de espessuras diferentes mais 
câmara de ar de 8 a 13 cm devendo todas as frestas estar vedadas. Para melhorar o 
isolamento em portas as mesmas devem estar recheadas de material acústico absorvente 
ou isolante, usando dobradiças especiais embutidas e feltro ou borracha de neoprene nos 
batentes. Pode-se observar que enquanto a porta comum isola 18dB a porta tratada isola 
40 dB (LAMBERTS; MARINOSKI WESTPHAL, 2013). 
Para o isolamento de ruídos de impacto pode ser utilizado piso de borracha, 
tapete e forro e lajes flutuantes. A absorção pode ser realizada por material resistivo (lã 
de vidro, lã de rocha e espuma), material reativo (ressonador de Helmoltz e placa 
vibrante) e mecanismo ativo (cancelamento do ruído pode outro campo gerador) 
(LAMBERTS; MARINOSKI; WESTPHAL, 2013). 
Estão disponíveis no mercado vários produtos para revestimento termo-acústico. 
Entre eles pode ser citado o revestimento para parede de aplicação residencial, industrial 
e comercial, composto de um painel rígido de lã de vidro de alta densidade (25mm) 
colado a uma placa de gesso acartonado (10mm). Também pode ser encontrado o painel 
rígido constituído por lã de vidro (2,40x1,20) para tratamento acústico de recintos 
hometheatres e estúdios. A isolação acústica de paredes de gesso pode ser realizada 
utilizando feltro flexível constituído por lã de vidro, material extremamente leve e 
incombustível, encontrado em rolos de 1,2m de largura. Para o isolamento acústico de 
pisos pode ser utilizada espuma de polietileno vendida em rolos de 1,5x75m 
(LAMBERTS; MARINOSKI; WESTPHAL, 2013). 
Novas propostas de material de construção com capacidade de isolamento 
acústico vêm sendo desenvolvidas. Uma das ideias é produzir estruturas de gesso com 
elevada resistência mecânica para substituir, em alguns casos, o uso do cimento na 
construção civil. Os estudos têm mostrado que é possível preparar placas de gesso com 
adição mínima de água para satisfazer a reação de hidratação. Dessa forma, são obtidas 
peças mais densas e, portanto, de alta resistência mecânica, mais fortes até do que as de 
concreto. A técnica permite que o produto seja usado em paredes internas e externas, 
piso, forro e como isolante térmico e acústico. O isolamento acústico, bem como o 
aumento da resistência à flexão, ao impacto e a redução da densidade, são alcançados 
nos compósitos gesso-fibra, que podem ser obtidos usando fibras de papel, coco, tronco 
de bananeira ou fibras lignocelulósicas (DI GIULIO, 2007). 
21 
	
  
3. CONCLUSÃO 
 
O objetivo deste trabalho foi alcançado abordando os itens relevantes do 
desempenho acústico através da análise das publicações dos artigos da Scientific 
electronic library online (Scielo). 
A utilização de material adequado, que aumente a absorção sonora, modifique os 
níveis de pressão sonora e o reduza tempo de reverberação é de extrema importância 
para melhorar a qualidade acústica dos ambientes e o custo associado a este tipo de 
material não afeta substancialmente o custo total da obra. 
É necessário que os profissionais da construção civil tenham consciência da 
importância do conforto ambiental na saúde e qualidade de vida da população. Este 
tema deve ser considerado da concepção do projeto a entrega da edificação, pois, 
somente assim pode ser efetivamente aplicado. 
Para assegurar a qualidade acústica do ambiente construído é imprescindível a 
aplicação efetiva da legislação e adequada fiscalização por parte dos órgãos 
competentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
	
  
MATTA, Thiago Bracks da; MATTOS JR., Pedro Alcântara. Acoustic Insulation in 
Buildings: performance. Engineering Course, Faculdades Kennedy. Belo Horizonte, 
2014. 
 
 
ABSTRACT 
The changing pattern of developments and the constant quest for reducing the cost of 
construction resulted in a change in the pattern of buildings with great elevation of the 
problems related to noise. Considering the importance of this theme the study aimed to 
conduct a literature review focusing on noise, sound insulation and acoustic 
performance of buildings. The study was conducted using 32 articles published in the 
database Scientific Electronic Library Online (Scielo). It is worth noting that the 
legislation ABNT NBR 15575 determines the pattern of acoustic performance for 
buildings. For acousticanalysis calibrated decibelimeters are used. To evaluate the 
acoustic performance of walls, facades and floors measurements of sound pressure level 
of air and background noise are performed in two environments separated by partition, 
measurements of reverberation time and equivalent sound absorption within the 
receiving environment, as well measurements of the sound pressure level of impact on 
the receiving environment. For the acoustic insulation a lot of materials can be 
employed. Among them we can mention the fibrous or porous material, flexible panels 
and resonators. Among the building materials with better sound absorption index we 
mention expanded clay, rock wool, 20% perforated metal sheet without mineral wool. 
The double-walled tube, rubber flooring, floating slabs, glass wool, rigid panel of glass 
wool of high density plasterboard, among others can be used. It is necessary, therefore, 
that professionals are aware of the importance of acoustic comfort in the planning of 
buildings. 
 
 
Keywords: Noise. Acoustics of buildings. Acoustic materials. NBR 15575. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
	
  
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