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PARTE II Administração de cooperativas SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Pesquisa na Cooperativa Agrícola de Cotia evidenciou que os destinos das sobras líquidas eram, teoricamente, definidos pela Assembléia Geral dos Sócios e, de fato, pela direção, mas referendados pelos votos desta mesma Assembléia. Loureiro (1981) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: Problemas com associados comparecer às reuniões apenas para votar e se “livrar” o mais rápido possível dos deveres na Assembléia Geral dos Sócios. Nas Cooperativas do Rio Grande do Sul, os balanços são desconhecidos antes da realização da Assembléia Geral dos Sócios, fato que impede os associados de opinar e votar conscientemente. Barreto (1980) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas com associados participar das reuniões sem conhecer os direitos e deveres do associado da cooperativa, normas estatutárias, assuntos a serem tratados em reuniões. Estudo da Fecotrigo constatou um cooperativismo empresarial formado por um grupo influente de produtores, onde a situação economica inferior dos pequenos produtores, dentro e fora da cooperativa, serve apenas para facilitar o acesso destes ao capital estatal em nome dos associados. Duarte (1986) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas com associados omitir discordâncias nas reuniões da Assembléia Geral, principalmente quando lesados em seus direitos que deveriam ser iguais, ficando submisso às decisões da Direção. Em cooperativas de laticínios de São Paulo, constatou-se que determinado grupo de sócios (grupo com poder dentro da cooperativa em função de apoio a uma diretoria eleita com votos viciados) era favorecido, enquanto os demais associados serviam apenas para a manutenção da cooperativa para os grupos dominantes. Fleury (1983), Crúzio (1993) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas com associados trocar voto por benefícios extras nos serviços gerais da cooperativa, comprometendo resultados de eleições e a representatividade de cargos de Direção e Conselho Fiscal. Um dos principais problemas das cooperativas é o “gigantismo”, que se inicia na representação da classe cooperativista, passando pelas federações e centrais, e cuja consequencia é o distanciamento dos associados de sua própria associação. Macedo (1993) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas com associados desconhecer necessidades organizacionais e administrativas da cooperativa (número de funções, cargos e órgãos) propiciando crescimento desnecessário e oneroso. Estudo de cooperativas do Rio Grande do Sul, 80,7% dos sócios afirmaram que as decisões dependiam pouco ou nada de sua atuação; para 60,1%, a cooperativa é dirigida e controlada por uma minoria de sócios. Prochnow (1978) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas com associados votar em propostas vagas ou apenas recomendadas pela direção, sem pensar na missão ou objetivos da associação, principalmente em decisões to SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: Alternativas para associados nas reuniões da Assembléia Geral dos Sócios Conhecer todos os direitos e deveres na cooperativa, além de normas estatutárias, discutindo e comprovando determinados assuntos nas reuniões da Assembleia Geral. opinar e exigir nas reuniões da Assembleia Geral dos Sócios, a apresentação de recibos de compra e venda, minutas de contratos firmados, notas de pagamentos, extratos bancários etc. evitar comprometimentos com determinados grupos de sócios em troca de voto em eleições para cargos da direção e conselheiro fiscal. discutir propostas eleitorais dos candidatos a cargos de direção e Conselho Fiscal com outros associados, considerando a missão, objetivos e políticas da cooperativa. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: Alternativas para associados nas reuniões da Assembléia Geral dos Sócios Denunciar, se possível em grupo e por escrito, nas reuniões da Assembléia Geral, qualquer irregularidade cometida pela direção ou profissionais contratados, como desvios financeiros, má qualidade do atendimento aos associados etc., exigindo punições previstas no Estatuto Social; sugerir melhorias nos procedimentos administrativos, se possível em conjunto com outros sócios e por escrito considerando, por exemplo, excesso de documentos, assinaturas, protocolos, demoras na prestação de serviços etc.; exigir a implantação e funcionamento de processos internos que visem à educação dos associados em doutrina e gestão de cooperativas; SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: Alternativas para associados nas reuniões da Assembléia Geral dos Sócios discutir com outros associados o tipo de profissional apto a ingressar na cooperativa e, na Assembleia Geral dos Sócios, estabelecer os critérios para admissão de sócios. atentar para criação e extinção de órgãos na cooperativa, a contratação definitiva ou temporária de profissionais pela direção, formas contratuais e valores salariais; observar percentuais determinados para constituição do capital social da cooperativa, fundos de reserva e assistência técnica, educacional e social e honorários da direção. Em cooperativas do sistema Fecotrigo, constatou-se que as atividades do Conselho Fiscal se resumiam aos aspectos contábeis e financeiros, na realizando a avaliação do desempenho do Conselho de Administração, conforme dispunham os objetivos e políticas definidas na Assembléia Geral dos Sócios. Benetti (1982) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros fiscais no Conselho Fiscal Desconhecer ou neglicenciar a função fiscal, permitindo à Direção (no Conselho de Administração) tomar decisões que comprometam os objetivos da associação. Alguns estudos demonstram que atividades do Conselho Fiscal, principalmente ligadas a auditorias, não passam de mera homologação ou aprovação de relatórios administrativos. Eschenburg (1986) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros fiscais no Conselho Fiscal Participar da Assembléia Geral enquanto membro do Conselho Fiscal apenas para aprovar (e a verificação ???) relatórios administrativos apresentados pela Direção. Levantamentos realizados pelo Ministério da Agricultura concluíram que 43,8% dos associados das regiões Sul e Sudeste e 65% da Região Nordeste justificaram o não comparecimento às reuniões da Assembleia Geral dos Sócios alegando desconhecimento das reuniões. Outros 27,7% nas regiões Sul e Sudeste e 8% na região Nordeste alegaram que não tinham interesse em participar porque isso não mudaria nada na cooperativa. Ou seja, rotineiramente, quem decide nas cooperativas é um grupo formado por uma minoria de sócios. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros fiscais no Conselho Fiscal Isto enfraquece a função fiscal, comprometendo a apuração de possíveis irregularidades administrativas. Em uma cooperativa agropecuária, no interior de São Paulo, determinado sócio,ao mesmo tempo que ocupava um cargo de direção do Conselho de Administração, também exercia cargo público na prefeitura local, prática proibida pelo Estatuto Social da referida cooperativa. Crúzio (1994) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros fiscais no Conselho Fiscal Exercer cargo no Conselho Fiscal ou Conselho de Administração de uma cooperativa e também uma atividade externa da qual a cooperativa depende comercialmente; ou, paralelamente, exercer cargo público, facilita possível contratos inapropriados etc. Pesquisas têm demonstrado que a participação nos bens e serviços da cooperativa e proporcionalmente maior no caso daquelas pessoas que antes de ingressarem na cooperativa já usufruíam de certas condições econômicas e sociais favoráveis. Schneider (1991) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros fiscais no Conselho Fiscal Permitir benefícios extras na cooperativa a determinados grupos de associados. Contatou-se que os regulamentos estatutários são violados ou ignorados ou, quando formalmente observados, não conseguem promover a participação efetiva dos associados nas decisões. De certa forma, é uma contradição entre doutrina cooperativista democrática e participação efetiva dos sócios. Paas(1974) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros fiscais no Conselho Fiscal Desconhecer regulamentos estatutários ou da legislação cooperativista e dar pouca importância à interpretação e à prática dos princípios básicos do cooperativismo. A análise de processos de controle e fiscalização de algumas cooperativas do sistema Fecotrigo constatou que, devido à dependência financeira do Conselho Fiscal, muitas vezes os serviços de auditoria e consultoria não tinham independência necessária e isenção para permitir pareceres e juízos críticos, especialmente quando ocorriam distorções administrativas e financeiras. Auozani (1989) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros fiscais no Conselho Fiscal Depender da Direção para liberação de recursos financeiros necessários à contratação de auditorias externas, o que compromete a independência e a isenção fiscal. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: Alternativas para associados nas reuniões do Conselho Fiscal: associados em geral Indicar ou formar chapa para concorrer a cargos do Conselho Fiscal com associados sem a mínima experiência em contas gerais da cooperativa e que não conheçam de forma apropriada os princípios básicos do cooperativismo, o Estatuto Social e legislação cooperativista; evitar indicar associados para o Conselho Fiscal que vejam a cooperativa como um “bico” ou se revezem ora nos cargos de Conselho Fiscal, ora nos da Direção, principalmente se eleitos pelo voto “viciado” de menos da metade mais um dos sócios; exigir da Assembleia Geral que os novos sócios eleitos para cargos do Conselho Fiscal dêem continuidade a auditorias iniciadas pelo conselheiros fiscais anteriores sobre possíveis irregularidades. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: Alternativas para associados nas reuniões do Conselho Fiscal: associados eleitos para o Conselho Fiscal procurar conhecer possíveis insatisfações dos associados, relacionadas com os serviços prestados pela cooperativa, apurando os fatos e exigindo soluções da Direção; reunir a Assembléia Geral Extraordinária sempre que a Direção extrapolar suas funções e o Estatuto Social, arriscando a economia geral da Cooperativa; denunciar em Assembléia Geral possíveis desvios da direção, considerando missão, objetivos e políticas estatutárias da cooperativa; dar continuidade às auditorias, apurando irregularidades e exigindo que sejam solucionadas pela Direção. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: Alternativas para associados nas reuniões do Conselho Fiscal: associados eleitos para o Conselho Fiscal Acompanhar o encaminhamento do edital de convocação da Assembléia Geral dos Sócios, considerando prazos mínimos para expedição previstos no Estatuto; apurar possíveis irregularidades nas operações gerais da cooperativa e exigir punições previstas em Lei. Estudos sobre cooperativas no RS revelaram que, enquanto uma cooperativa constituía uma estrutura de profissionais, o contato pessoal era substituído pelo contato funcional e impessoal, principalmente nas relações com dirigentes, que ocorriam esporadicamente. Barreto (1980) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros no Conselho de Administração Distanciar associados das decisões da associação, mediante entraves administrativos ao atendimento direto deles. Em cooperativas agrícolas da Região Nordeste, foi constatado que os associados com renda mais elevada tendem a receber maiores serviços, principalmente quanto à assistência técnica, empréstimos financeiros e uso de equipamentos. Rios (1976) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros no Conselho de Administração Utilizar cargos de direção para discriminar associados no que diz respeito aos benefícios gerais da cooperativa, sobretudo por questões políticas internas e externas à cooperativa. Segundo o presidente de uma Cooperativa do estado do Mato Grosso, a crise na cooperativa se deve à má administração. A cooperativa se endividou para montar uma rede de supermercados, uma revenda de peças de tratores e de máquinas agrícolas, desviando-se de sua atividade principal, ligada à produção de cana. Em 1993, a cooperativa se encontrava com data marcada para ser liquidada e fechada. Folha de São Paulo (1993) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros no Conselho de Administração Tomar decisões, além das atribuições estatutárias da Direção e por em risco o patrimônio da cooperativa assumindo atividades que não domina ou que não têm conhecimento necessário para desenvolver. No estado do Paraná foi constatado que os produtores eram obrigados a esperar, em média, 20 dias após a entrega do produto na cooperativa para receber, sem correção, o que deveria ser pago à vista ao associado. Por outro lado, na compra de insumos por parte do mesmo produtor, a cooperativa estipula um prazo para pagamento, incluindo pagamento de juros diários. Tibúrcio (1993) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros no Conselho de Administração Submeter o associado às práticas de lucro de empresas privadas. Pesquisas demonstram que a maioria dos associados das cooperativas brasileiras não está devidamente informada, ou não tem condições profissionais e técnicas para verificar até que ponto as decisões tomadas pelos executivos são efetivamente do seu interesse. Eschenburg (1986) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros no Conselho de Administração Elaborar um edital de convocação deAssembléia Geral com pautas de interesse exclusivo da Direção e convocar reuniões às pressas, impossibilitando a compreensão e discussão dos assuntos pelos associados. Depoimento do presidente da Sociedade Rural do Paraná: “[...] enquanto na área privada, um excelente administrador de empresas tem vencimentos próximos a US$ 3 mil, diretores de cooperativas chegam a pró-labores superioes a US$ 5 mil; enquanto isso, o associado, por força das circunstâncias e dependente passivo da organização, assiste à falência de um sistema que foi criado justamente para atendê-lo”. Situação semelhante à Cooperativa Agrícola de Cotia, que pagava salários de quase US$ 15 mil aos membros da diretoria. Folha de São Paulo (1993) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros no Conselho de Administração Atribuir valores elevados ao honorários da direção e salários dos profissionais contratados, sem submeter essa decisão à discussão da Assembléia Geral dos Associados. Estudo realizado em cooperativas do RS constatou que a maioria ingressa na associação para utilizar algum tipo de serviço ou vantagem, não por ver a associação como uma forma organizada de cooperação, mas em virtude de imediatismo econômico. Tabliapietra (1979) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros no Conselho de Administração Permitir ingresso de pessoas na cooperativa, cujos interesses na produção, comercialização ou prestação de serviços sejam opostos ou desfavoráveis, economicamente e financeiramente, aos do grupo. Análises do desenvolvimento da Cotrijuí, Cotrisa e Fecotrigo indicou que o processo teve como condição a perda de representatividade da Assembléia Geral dos Sócios e o estreitamento das relações com certos associados, principalmente do corpo diretivo e com o capital bancário. Benetti (1982) SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: problemas envolvendo associados e conselheiros no Conselho de Administração Assumir contratos de riscos econômicos com terceiros em nome da cooperativa sem consultar a Assembléia Geral dos Sócios, expondo as finanças, bens etc. da cooperativa às regras de fornecedores, instituições financeiras etc. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: Alternativas para associados nas reuniões do Conselho de Administração: associados em geral Votar e eleger chapa de associados cujos candidatos conheçam, pelo menos, os princípios do cooperativismo, o Estatuto Social e legislação cooperativista; verificar as decisões tomadas pela Direção com as atribuições previstas para a função (considerar possíveis abusos de poder, desvios etc); solicitar, por escrito, da direção e conselheiros fiscais, informações sobre os negócios gerais da cooperativa. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: Alternativas para associados nas reuniões do Conselho de Administração: associados eleitos Procurar reunir o maior número de associados nas reuniões; evitar desenvolver novas frentes de trabalho, produtos etc. que não sejam de domínio técnico ou comercial da cooperativa; conhecer os princípios básicos do cooperativismo e procurar praticá-los, bem como o Estatuto Social e legislação cooperativista; contratar técnicos e/ou especialistas para auxiliar a direção, mas não confiar totalmente e entregar a gestão da cooperativa aos mesmos; evitar tratamentos especiais a determinados associados; evitar qualquer tipo de negociação de bens de produção, consumo ou serviços cujo fornecedor externo se encontre direta ou indiretamente ligado a cargos da direção. Pesquisas realizadas nas cooperativas agropecuárias e agroindustriais brasileiras têm relevado uma certa falta de profissionalismo necessária ao gerenciamento dos recursos dessas associações. Essa deficiência administrativa tem contribuído para a falência de um grande número de cooperativas. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: Autogestão, portanto, não significa que os associados devam exercer todas as atividades/operações (técnicas e/ou administrativas) da cooperativa. Associados praticarão a autogestão ocupando cargos de direção do Conselho de Administração e cargos fiscais do Conselho Fiscal da cooperativa. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: As funções operacionais técnicas e/ou administrativas especializadas (contabilidade gerencial, adminstração etc.) da cooperativa devem ser de responsabilidade de profissionais contratados para essas funções. Expansão vertical Expandir verticalmente as operações ou atividades de uma cooperativa significa ingressar em outra atividade ou operação que seja dependente da atividade principal. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas Expansão vertical e horizontal : vantagens e desvantagens Ex.: Cooperativa de profissionais sapateiros que, além da compra e venda de calçados de seus associados, também produz e comercializa produtos derivados do couro, como cintos, bolsas etc. Expansão vertical SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas Expansão vertical e horizontal : vantagens e desvantagens Vantagem do crescimento vertical: cooperativas podem aproveitar a mesma matéria-prima, máquinas, mão de obra, espaço físico etc., reduzindo com isso os custos com contratação de mão de obra, investimentos em máquinas etc. Desvantagem do crescimento vertical: comercialização de uma única linha de produto e dependência de um único mercado, sujeito a mudanças de preferências dos consumidores, alterações de preços, restrições de matérias- primas, controles governamentais etc. Expansão horizontal Expandir horizontalmente as operações ou atividades de uma cooperativa significa ingressar em outra atividade ou operação totalmente diferente da atividade principal. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas Expansão vertical e horizontal : vantagens e desvantagens Ex.: Cooperativa de profissionais sapateiros que, além da compra e venda de calçados de seus associados, também comercializa com papelão, vasilhames diversos, materiais metálicos etc., para reciclagem. Expansão vertical SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas Expansão vertical e horizontal : vantagens e desvantagens Vantagem do crescimento horizontal: compensação de uma atividade economicamente fraca da cooperativa com outras que tenham melhores condições de comercialização e venda no mercado. Desvantagem do crescimento horizontal: a prática de diversas atividades ao mesmo tempo, sem as condições técnicas, financeiras, infraestruturais etc. necessárias à comercialização e à venda, o que pode comprometer o objetivo principal da cooperativa a fim de dar conta de outras operações ou atividades secundárias. SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: Principais problemas do crescimento vertical e/ou horizontal de cooperativas Crescer de forma desordenada e executar diferentes operações ou atividades, comprometendo a qualidade de produtos e serviços prestados a terceiros; ingressar em diferentes atividades comerciais sem que os associados tenham o devido preparo técnico e/ou operacional, comprometendo a eficiênciae eficácia frente ao mercado consumidor; desviar a cooperativa de seu objetivo principal, comprometendo a estabilidade financeira e econômica da associação e associados. Exemplo SOCIOLOGIA E COOPERATIVISMO Prof. Ms Ivens Cristian Vargas Administração de cooperativas: Principais alternativas para o crescimento vertical e/ou horizontal de cooperativas Investir na atividade principal da cooperativa, levando em conta a qualidade de produtos e serviços prestados, a redução de custos, o aumento de vendas ou prestação de serviços a terceiros, além da qualidade do atendimento. só ingressar em outra alternativa de trabalho ou atividade quando a atividade principal da cooperativa estiver garantida financeiramente e economicamente, e mediante a concordância da Assembléia Geral dos Sócios, com o voto da maioria. incorporar a cooperativa a outras cooperativas da mesma área ou segmento de produtos ou serviços, visando a formar uma federação ou confederação antes de se aventurar em outras operações ou atividades que não se conhece ou domina.
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