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Políticas públicas de saúde Autora Patricia Silva de Figueiredo 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Objetivos Nesta unidade vamos compreender as principais políticas desenvolvidas para a garantia de assistência à saúde, como estratégia de saúde da família, políticas para o enfrentamento dos diversos tipos de câncer e políticas para o combate e controle de doenças transmissíveis. Vale ressaltar que essas são algumas das diversas políticas de saúde, mas fique tranquilo, pois ao decorrer desta unidade serão indicados materiais para complementar seus estudos. 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Políticas públicas de saúde1 Antes de iniciar o assunto de ESF, vamos entender o conceito de políticas públicas de saúde. A base institucional das Políticas Públicas em Saúde é o Sistema Único de Saúde (SUS). Ele é uma rede serviços e ações, hierarquizada e regionalizada, que assiste todo território nacional. Ele tem como princípios: a universalização, a integralidade, a descentralização e a participação popular. A política de saúde está inserida num contexto [da] política pública: a Seguridade Social, que abarca também as políticas de assistência e previdência social (Lucchese et al., 2004). Um breve histórico Agente Comunitário de Saúde (ACS), criado pelo Ministério da Saúde, foi oficializado como Programa de Agentes Comunitários de Saúde (Pacs) em 1991. A Estratégia Saúde da Família (ESF) surgiu na década de 1980, por meio da experiência de Agentes Pacs, teve grande capilaridade em vários municípios brasileiros e, em 1994, o Programa Saúde da Família (PSF) foi formalizado, com equipe de profissionais de saúde mais completa em relação ao Pacs, implantando-se polos de capacitação para os novos profissionais em 1997. No ano 2000, foi criado o Departamento de Atenção Básica para dedicar-se aos assuntos relacionados à reestruturação da atenção básica no País, fundamentada nos pressupostos da saúde da família e, em 2003, iniciou-se a execução do Programa para Expansão da ESF, para que ela pudesse ser ampliada para grandes cidades. Características da ESF A ESF é o modelo de atenção fundamentado na Vigilância da Saúde e indicado pelo Ministério da Saúde brasileiro para substituir o modelo tradicional e para promover aproximação das ações de saúde a famílias e comunidades, de modo a reverter a forma predominante de atenção à saúde, medicalocêntrica e curativa. Seus ideários estão embasados nos princípios da Reforma Sanitária Brasileira e possuem enfoque na família e não no indivíduo, com ações preventivas sobre a demanda e integradas à comunidade e em que se prioriza o trabalho em equipe multiprofissional: a. médico; b. enfermeiro; c. auxiliar e/ou técnico de enfermagem; d. ACS. Cada equipe ESF é responsável por uma população adscrita de 2.000 a 3.500 pessoas, sendo quatro equipes por Unidade Básica de Saúde (em municípios ou territórios com menos de 2.000 habitantes, esse parâmetro muda para apenas uma equipe). Destaca-se que a definição do número de ACS por equipe pode variar com base nos seguintes critérios: demográficos, epidemiológicos e socioeconômicos. Estratégia de saúde da família (ESF)1.1 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Figura – Estratégia de saúde da família Fonte: InformaSUS/UFSCAR. Apesar de possuir características e modo de organização e funcionamento que se adequam às necessidades atuais da população brasileira, a ESF ainda tem ações de vigilância da saúde incipientes, que precisam ser aprimoradas para qualificação do cuidado ofertado. Por outro lado, quando se tem a atenção básica funcionando de modo adequado, com equipes ESF responsáveis por seu território, a demanda por serviços de média e alta complexidade aumenta, pois os fluxos de encaminhamento para outros níveis de atenção tendem a ficar mais efetivos. Veja, de maneira dinâmica, o trabalho das equipes de saúde da família. Acesse: youtu.be [https://youtu.be/EvAbGkvf3Yw?si=k85akb4p4SUpFfTu] Para que a ESF avance na integralidade da atenção, é preciso que os profissionais que nela atuam visualizem os indivíduos como um todo, e isso requer algumas alterações no perfil do egresso de cursos de graduação em saúde, que favoreça esse olhar ampliado da saúde e, especialmente, humanização no atendimento, com acolhimento adequado e favorecimento do estabelecimento de vínculos. Também é necessária a mudança da mentalidade dos atores envolvidos, em que se altere a crença de que serviços simples são “ruins e ineficazes” e de que a área da saúde só trabalha bem com recursos altamente especializados. Ou seja, ainda é necessária a adequada reversão para o modelo da vigilância da saúde. Além do exposto, a ESF precisa de mecanismos e ferramentas avaliativas mais claras e sistemáticas. 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/892895e346147406e701a17636f5f2a0.jpeg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/892895e346147406e701a17636f5f2a0.jpeg https://youtu.be/EvAbGkvf3Yw?si=k85akb4p4SUpFfTu https://youtu.be/EvAbGkvf3Yw?si=k85akb4p4SUpFfTu Diretrizes da atenção básica à saúde da ESF Entre as diretrizes, encontram-se: a. Regionalização e hierarquização, em que a atenção básica é o ponto de comunicação dos outros pontos de atenção da rede de atenção à saúde (RAS), tendo-a entre eles. A região de saúde é um recorte espacial estratégico para o planejamento e para a organização e gestão da RAS. A hierarquização é a organização de pontos de atenção à saúde entre si (fluxos de referências), especialmente para otimização de recursos. b. Territorialização e adstrição, que permite o planejamento, a programação descentralizada e o desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com base territorial, com foco num território específico para produção de impacto na situação de saúde da população adstrita, compreendida como aquela que está presente no território da Unidade Básica de Saúde (UBS). Assim, há estímulo ao vínculo, à responsabilização entre equipes e população, à longitudinalidade do cuidado e ao estabelecimento de referência no cuidado. c. Cuidado centrado na pessoa, que representa o cuidado em saúde de forma singularizada. Isso auxilia os indivíduos em seu autocuidado por considerar as necessidades e potencialidades das pessoas e por envolver a família, a comunidade e outras coletividades na produção de saúde. d. Resolutividade, que é a utilização e a articulação de diferentes tecnologias de cuidado individual e coletivo para conferir maior resolutividade da maioria dos problemas de saúde da população, principalmente por meio da coordenação do cuidado em outros pontos de atenção. e. Longitudinalidade do cuidado, que significa a continuidade da relação de cuidado com a construção de vínculo, a responsabilização entre profissionais e usuários, o acompanhamento dos efeitos das intervenções em saúde e de outros elementos na vida das pessoas, a minimização de perda de referências e a redução dos riscos de iatrogenia. f. Coordenação do cuidado, por meio da elaboração, do acompanhamento e da organização do fluxo dos usuários, em que a atenção básica atua como centro de comunicação entre os diversos pontos de atenção numa relação horizontal, contínua e integrada com outros pontos de atenção à saúde, e com articulação com outras estruturas intersetoriais das redes. g. Ordenação das redes, reconhecendo-se as necessidades de saúde da população sob sua responsabilidade e a organização das necessidades dessa população em relação aos outros pontos de atenção à saúde. h. Participação da comunidade, em que há estímulo à participação das pessoas, a orientação comunitária das ações de saúde e a competência- Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://doi.org/10.1590/1413-81232020251.29312019 https://doi.org/10.1590/1413-81232020251.29312019 https://doi.org/10.1590/1413-81232020251.29312019 https://redehumanizasus.net/90219-corresponsabilizacao/ https://redehumanizasus.net/90219-corresponsabilizacao/ https://www.scielo.br/j/icse/a/RJqDYVvr7985ndrDrxmvBsy/ https://www.scielo.br/j/icse/a/RJqDYVvr7985ndrDrxmvBsy/ http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/8_conferencia_nacional_saude_relatorio_final.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/8_conferencia_nacional_saude_relatorio_final.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/8_conferencia_nacional_saude_relatorio_final.pdf http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8080.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9656compilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9656compilado.htm BRASIL. 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Acesso em: 7 fev. 2019. 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 http://www.scielo.br/pdf/rsp/v47n6/0034-8910-rsp-47-06-01092.pdf http://www.scielo.br/pdf/rsp/v47n6/0034-8910-rsp-47-06-01092.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2002000700015&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2002000700015&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2002000700015&lng=en&nrm=iso https://slideplayer.com.br/slide/292620/ https://slideplayer.com.br/slide/292620/ https://doi.org/10.1093/heapro/6.3.217 https://doi.org/10.1093/heapro/6.3.217cultural no cuidado, cujos objetivos envolvem a ampliação da autonomia e da capacidade das pessoas e articulação e integração de ações intersetoriais. 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Figura – Princípios do SUS Fonte: InformaSUS/UFSCAR. Atenção Não confunda diretrizes com princípios, todos norteiam o atendimento na saúde pública. Leia mais em: informasus.ufscar.br [https://informasus.ufscar.br/afinal-o-que-e-a-estrategia-de- saude-da-familia-e-qual-o-seu-papel-no-enfrentamento-a-pandemia/] Estratégia de saúde da família Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/942392453". 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/9dabe59f2fec586f07a7126b5db51c44.jpeg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/9dabe59f2fec586f07a7126b5db51c44.jpeg https://informasus.ufscar.br/afinal-o-que-e-a-estrategia-de-saude-da-familia-e-qual-o-seu-papel-no-enfrentamento-a-pandemia/ https://informasus.ufscar.br/afinal-o-que-e-a-estrategia-de-saude-da-familia-e-qual-o-seu-papel-no-enfrentamento-a-pandemia/ https://informasus.ufscar.br/afinal-o-que-e-a-estrategia-de-saude-da-familia-e-qual-o-seu-papel-no-enfrentamento-a-pandemia/ Essa política implica a produção e a gestão do cuidado em saúde compartilhadas, com a inclusão de trabalhadores, gestores e usuários nos processos de planejamento, tomada de decisão e avaliação. Princípios do HumanizaSUS De acordo com o texto-base do HumanizaSUS (Brasil, 2013), seus princípios são: a. transversalidade, ou seja, presença e inserção da humanização em todo o SUS, com ampliação do contato e da comunicação, redução das relações de poder hierarquizadas e produção compartilhada do saber; b. indissociabilidade entre atenção e gestão, para isso sendo necessário o envolvimento de trabalhadores e usuários: no funcionamento e nas ações dos serviços de saúde, na gestão e nas tomadas de decisões e nas ações de saúde coletiva; c. protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e coletivos, com ampliação da autonomia e da vontade das pessoas, compartilhamento de responsabilidades, reconhecimento do papel de cada um, cujo resultado é a legitimação da cidadania. Diretrizes do HumanizaSUS As diretrizes que comandam o HumanizaSUS são (Brasil, 2013): a. acolhimento; b. gestão participativa e cogestão; c. ambiência; d. clínica ampliada e compartilhada; e. valorização do trabalhador; e f. defesa dos direitos dos usuários. A seguir, é apresentada breve explicação de cada um deles. O acolhimento implica o reconhecimento da necessidade de saúde do outro, com realização de escuta qualificada e garantia de acesso oportuno (em tempo hábil) a todos e atendendo-se prioritariamente aqueles de maior vulnerabilidade, gravidade e risco, independentemente do ciclo de vida em que se encontram. A gestão participativa e a cogestão promovem a inclusão dos sujeitos nos processos decisórios, fazendo destes espaços de aprendizado conjunto a partir da utilização de alguns dispositivos, tais como: colegiados gestores, rodas de conversa e gerência de porta aberta. A ambiência prevê a criação de espaços saudáveis, acolhedores, confortáveis e com privacidade, bem como a inclusão dos sujeitos nas decisões sobre o ambiente físico dos serviços de saúde. A clínica ampliada e compartilhada leva em consideração a singularidade do sujeito, suas particularidades e complexidade do processo saúde-doença. A partir dela enfrenta-se a fragmentação do cuidado, pois prioriza-se a qualificação do diálogo entre os membros da equipe multiprofissional e usuário do serviço para a construção conjunta de projeto terapêutico singular (que é o plano de tratamento proposto para o indivíduo). HumanizaSUS1.2 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 A valorização do trabalhador consiste em dar visibilidade e valorizar a experiência dos profissionais de saúde e a inclusão destes na tomada de decisão, e no estímulo à capacitação profissional. A defesa dos direitos dos usuários prevê a divulgação e o incentivo do conhecimento sobre os direitos legais dos usuários, e a equipe deve envidar esforços para assegurar o cumprimento desses direitos. Leia o artigo Potencialidades e limitações das práticas de saúde desenvolvidas por apoiadores institucionais da Política Nacional de Humanização. Disponível em: redehumanizasus.net [https://redehumanizasus.net/acervo/potencialidades-e-limitac%cc%a7o%cc%83es-das- praticas-de-saude-desenvolvidas-por-apoiadores-institucionais-da-politica-nacional-de- humanizac%cc%a7a%cc%83o/] Mas qual seria, nessa perspectiva, o diferencial proposto pela Política Nacional de Humanização (PNH) na discussão da atenção básica? Por sua condição de política transversal, a PNH é convocada a lidar com os limites territoriais e modos de funcionamento das políticas do SUS, construindo composições que resultem em entendimento comum e permitam a inclusão em suas formulações e modos de fazer dos princípios, diretrizes e método da humanização (Brasil, 2010). A Política Nacional de Atenção Básica incluiu a humanização como uma de suas orientações; da mesma forma, a estratégia do NASF tomou a humanização como diretriz e princípio, e vários de seus dispositivos, como Projeto Terapêutico Singular, Apoio Matricial, Acolhimento com Classificação de Risco e Vulnerabilidade, entre outros, foram incluídos como ferramentas de ação (Brasil, 2010). Mas, sobretudo, a inclusão do conceito-ferramenta apoio institucional, principal tecnologia de ação da humanização, é uma contribuição indelével da PNH para a atenção básica (Brasil, 2010). Dessa forma, a atenção básica, além de se constituir em importante local de contato entre população e sistema de saúde, fornecer atenção para os problemas e agravos de saúde mais frequentes, produzir cuidado longitudinal, articular ações assistenciais e não assistenciais, entre outros, se apresenta como estratégia de organização da atenção à saúde, de onde se formariam compromissos e contratos sanitários que dão forma e concretude a redes de cuidados (Brasil, 2010). A atenção básica, portanto, deveria ser concebida como ethos fundamental na produção de saúde em sistemas integrados, sendo responsável pela resolutividade da maioria dos problemas sanitários do conjunto da população, agindo sobre um território. Além disso, deveria ser elemento estratégico da integração das diferentes formas e modalidades de cuidado, orientado pelas diretrizes das políticas públicas, no caso brasileiro, a base discursiva do SUS. Vamos explorar mais sobre a Clínica Ampliada? 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://redehumanizasus.net/acervo/potencialidades-e-limitac%cc%a7o%cc%83es-das-praticas-de-saude-desenvolvidas-por-apoiadores-institucionais-da-politica-nacional-de-humanizac%cc%a7a%cc%83o/ https://redehumanizasus.net/acervo/potencialidades-e-limitac%cc%a7o%cc%83es-das-praticas-de-saude-desenvolvidas-por-apoiadores-institucionais-da-politica-nacional-de-humanizac%cc%a7a%cc%83o/ https://redehumanizasus.net/acervo/potencialidades-e-limitac%cc%a7o%cc%83es-das-praticas-de-saude-desenvolvidas-por-apoiadores-institucionais-da-politica-nacional-de-humanizac%cc%a7a%cc%83o/ https://redehumanizasus.net/acervo/potencialidades-e-limitac%cc%a7o%cc%83es-das-praticas-de-saude-desenvolvidas-por-apoiadores-institucionais-da-politica-nacional-de-humanizac%cc%a7a%cc%83o/ A Política Nacional de Humanização da Atenção e Gestão do SUS aposta na indissociabilidade entre os modos de produzir saúde e os modos de gerir os processos de trabalho, entre atenção e gestão, entre clínica e política, entre produção de saúde e produçãode subjetividade. Tem por objetivo provocar inovações nas práticas gerenciais e nas práticas de produção de saúde, propondo para os diferentes coletivos/equipes implicados nessas práticas o desafio de superar limites e experimentar novas formas de organização dos serviços e novos modos de produção e circulação de poder (Brasil, 2010). Entre as muitas correntes teóricas que contribuem para o trabalho em saúde, podemos distinguir três grandes enfoques: o biomédico, o social e o psicológico. Cada uma dessas três abordagens é composta de várias facetas; no entanto, pode-se dizer que existe em cada uma delas uma tendência para valorizar mais um tipo de problema e alguns tipos de solução, muitas vezes de uma forma excludente (Brasil, 2010). Nesse contexto, a proposta da Clínica Ampliada busca se constituir numa ferramenta de articulação e inclusão dos diferentes enfoques e disciplinas. A Clínica Ampliada reconhece que, em um dado momento e situação singular, pode existir uma predominância, uma escolha, ou a emergência de um enfoque ou de um tema, sem que isso signifique a negação de outros enfoques e possibilidades de ação (Brasil, 2010). Nesse contexto, a Clínica Ampliada busca ser uma ferramenta de inclusão em diferentes enfoques, em cada momento uma situação singular. Todos sabemos que as pessoas não se limitam às expressões das doenças de que são portadoras. Alguns problemas, como a baixa adesão a tratamentos, as iatrogenias (danos), os pacientes refratários (ou “poliqueixosos”) e a dependência dos usuários dos serviços de saúde, entre outros, evidenciam a complexidade dos sujeitos que utilizam serviços de saúde e os limites da prática clínica centrada na doença (Brasil, 2010). Por exemplo: se a pessoa com hipertensão é deprimida ou não, se está isolada, se está desempregada, tudo isso interfere no desenvolvimento da doença. O diagnóstico pressupõe uma certa regularidade, uma repetição em um contexto ideal. Mas, para que se realize uma clínica adequada, é preciso saber, além do que o sujeito apresenta de “igual”, o que ele apresenta de “diferente”, de singular. Inclusive um conjunto de sinais e sintomas que somente nele se expressam de determinado modo (Brasil, 2010). 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Humaniza SUS Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/942392721". Política pública em saúde mental A Reforma Psiquiátrica é um movimento que busca transformar os modelos de assistência em saúde mental, especialmente no que diz respeito ao tratamento de pessoas com transtornos mentais. Surgiu no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, como resposta à crise do modelo de assistência centrado no hospital psiquiátrico e aos esforços dos movimentos sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos. Essa reforma propõe a substituição dos hospitais psiquiátricos por serviços comunitários e alternativos, baseados no acolhimento, na humanização do cuidado e na inclusão social das pessoas com transtornos mentais. Defende também a promoção da autonomia e da participação social desses indivíduos, buscando reintegrá-los à sociedade. A Reforma Psiquiátrica visa garantir os direitos das pessoas com transtornos mentais, respeitando sua dignidade e promovendo sua inclusão social. Além disso, propõe uma abordagem mais ampla e humanizada da saúde mental, considerando não apenas os aspectos clínicos, mas também os sociais, culturais e econômicos que influenciam a saúde mental das pessoas. O início do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil é contemporâneo da eclosão do “movimento sanitário”, nos anos 1970, em favor da mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços e protagonismo dos trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão e produção de tecnologias de cuidado (Brasil, 2005). Exemplos de políticas públicas no Brasil 1.3 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Embora contemporâneo da Reforma Sanitária, o processo de Reforma Psiquiátrica brasileira tem uma história própria, inscrita num contexto internacional de mudanças pela superação da violência asilar. Fundado, no final dos anos 1970, na crise do modelo de assistência centrado no hospital psiquiátrico, por um lado, e na eclosão, por outro, dos esforços dos movimentos sociais pelos direitos dos pacientes psiquiátricos, o processo da Reforma Psiquiátrica brasileira é maior do que a sanção de novas leis e normas e maior do que o conjunto de mudanças nas políticas governamentais e nos serviços de saúde (Brasil, 2005). A Reforma Psiquiátrica é um processo político e social complexo, composto de atores, instituições e forças de diferentes origens, e que incide em territórios diversos, nos governos federal, estadual e municipal, nas universidades, no mercado dos serviços de saúde, nos conselhos profissionais, nas associações de pessoas com transtornos mentais e de seus familiares, nos movimentos sociais e nos territórios do imaginário social e da opinião pública. Compreendido como um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o processo da Reforma Psiquiátrica avança, marcado por impasses, tensões, conflitos e desafios (Brasil, 2005). LEI N. 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001 POLÍTICA NACIONAL DA SAÚDE MENTAL. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Artigo 1º - Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra. Artigo 2º - Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo. Parágrafo único - São direitos da pessoa portadora de transtorno mental: I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades; II - Ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade; III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas; V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária; VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis; VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento; VIII - ser tratada em ambiente terapêutico pelos meios menos invasivos possíveis; IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental. Artigo 3º - É responsabilidade do Estado o desenvolvimento da política de saúde mental, a assistência e a promoção de ações de saúde aos portadores de transtornos mentais, com a devida participação da sociedade e da família, a qual será prestada em estabelecimento de saúde mental, assim entendidas as instituições ou unidades que ofereçam assistência em saúde aos portadores de transtornos mentais. 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Artigo 4º - A internação, em qualquer de suas modalidades, só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes. Dica Assista ao filme Nise: o Coração da Loucura, que conta e mostra a história de uma médica psiquiatra antes da reforma psiquiátrica. Disponível em:youtu.be [https://youtu.be/- m4F6HA1gyE?si=pdTdoXv54AWz93gM] . E vejam quão importante é uma política que protege os direitos do paciente. Figura – Imagem do filme Nise: o Coração da Loucura (2015) Fonte: CRESS/RN. Redução de leitos O processo de redução de leitos em hospitais psiquiátricos e de desinstitucionalização de pessoas com longo histórico de internação passa a tornar-se política pública no Brasil a partir dos anos 1990, e ganha grande impulso em 2002 com uma série de normatizações do Ministério da Saúde, que instituem mecanismos claros, eficazes e seguros para a redução de leitos psiquiátricos a partir dos macro-hospitais. Para avaliar o ritmo da redução de leitos em todo o Brasil, no entanto, é preciso considerar o processo histórico de implantação dos hospitais psiquiátricos nos estados, assim como a penetração das diretrizes da Reforma Psiquiátrica em cada região brasileira, uma vez que o processo de desinstitucionalização pressupõe transformações culturais e subjetivas na sociedade e depende sempre da pactuação das três esferas de governo (federal, estadual e municipal). O gráfico a seguir ilustra o processo de redução de leitos da segunda metade da década de 1990 até 2005. 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://youtu.be/-m4F6HA1gyE?si=pdTdoXv54AWz93gM https://youtu.be/-m4F6HA1gyE?si=pdTdoXv54AWz93gM https://youtu.be/-m4F6HA1gyE?si=pdTdoXv54AWz93gM https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/5b832aee0e965bf8c451f7d7a76ca5a0.jpeg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/5b832aee0e965bf8c451f7d7a76ca5a0.jpeg Figura - Leitos Psiquiátricos SUS por ano (1996-2005) Fonte: Brasil (2005). A Política de Saúde Mental (Lei nº 10.216/2001) “tem como uma de suas principais diretrizes a reestruturação da assistência hospitalar psiquiátrica, objetivando uma redução gradual, programada e pactuada dos leitos psiquiátricos de baixa qualidade hospitalar” (Brasil, 2011). Apesar de ser considerada um importante ganho para o Movimento de Reforma Psiquiátrica, essa lei traz elementos muito distantes do projeto original (do deputado Paulo Delgado). A extinção dos manicômios e a substituição por outros serviços foram substituídas pelo redirecionamento e pela política de proteção de direitos (Luzio; Yasui, 2010). A Lei nº 10.216/2001 define uma redução gradual, mas somente em 2004 o Ministério da Saúde (MS) aprova a Portaria 52, que estabelece o Programa Anual de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar no SUS (PRH). Nas considerações dessa Portaria, o MS indica a “necessidade de estabelecer critérios técnicos para a redução progressiva de leitos, especialmente nos hospitais de maior porte, de modo a garantir a adequada assistência extra- hospitalar aos internos” (Brasil, 2004). Um dos critérios usados é o redirecionamento dos recursos financeiros para a rede extra- hospitalar de saúde mental. Para impor essa redução de leitos, uma das propostas é a remuneração menor para os hospitais de maior porte. Os números atuais Entre 2012 e 2022, o número de leitos de saúde mental habilitados em hospitais gerais no Estado de Minas Gerais cresceu enquanto houve redução do número de leitos psiquiátricos. 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/7ba6eb36ecc139d0a883444c697745bc.jpeg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/7ba6eb36ecc139d0a883444c697745bc.jpeg Figura - Evolução do número de LSMHG versus número de leitos psiquiátricos habilitados no Estado de Minas Gerais entre 2012 e 2022 Fonte: Souza (2023). Portanto, a Política Nacional de Saúde Mental traz humanização ao cuidado dos pacientes e por meio dela foram criadas diretrizes para diminuição de leitos psiquiátricos. O estudo da reforma psiquiátrica mostra o quanto esses pacientes sofreram antes de tais políticas, e nos tempos atuais os esforços estão concentrados em diminuir os leitos e aumentar a rede de atenção ambulatorial e programas de reinserção do paciente na comunidade. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança O Brasil assumiu, na Constituição Federal de 1988, a garantia do direito universal à saúde, com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e, em 1990, a proteção integral da criança, com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Além disso, ratificou os mais importantes pactos, tratados e convenções internacionais sobre os direitos humanos da criança. Desde então, a saúde da criança vem apresentando melhora significativa (Brasil, 2018). O País conquistou grande diminuição nas taxas de mortalidade infantil (menores de 1 ano) e de mortalidade na infância (menores de 5 anos), tendo com isso cumprido o Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) número quatro para 2015, com três anos de antecedência e com redução de 77%, uma das maiores do mundo. Também se observa admirável controle da morbimortalidade por doenças imunopreveníveis e diarreia, grande diminuição dos índices de desnutrição e melhora crescente nos indicadores de aleitamento materno (Brasil, 2018). Por outro lado, o Brasil vem enfrentando novos desafios. A identificação de novos agentes infecciosos e o ressurgimento de doenças, até então consideradas sob controle, ao lado dos efeitos do envelhecimento populacional e da violência urbana, estão hoje como centro das atenções de profissionais da saúde, acadêmicos, gestores, agentes e atores de políticas públicas, das instituições governamentais e não governamentais. Os mesmos determinantes que, acreditava-se, reduziriam as doenças infecciosas também podem atuar na direção inversa, propiciando o surgimento e a disseminação de novas e antigas doenças infectoparasitárias (Brasil, 2018). As altas taxas de parto cesáreo e prematuridade, ao mesmo tempo que crescem a prevalência da obesidade na infância e os óbitos evitáveis por causas externas (acidentes e violências), 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/24ada0a1c0b87623bd11e67b17eafe28.jpeg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/24ada0a1c0b87623bd11e67b17eafe28.jpeg além das doenças em razão das más condições sanitárias, apontam a complexidade sociocultural e de fenômenos da sociedade contemporânea que afetam a vida das crianças (Brasil, 2018). Apesar dos avanços nos indicadores de saúde infantil e dos investimentos nas políticas públicas federais voltadas à saúde da criança, como a Rede de Atenção à Saúde Materna, Neonatal e Infantil (Rede Cegonha), o Programa Intersetorial Brasil Carinhoso e o Programa Criança Feliz, fica evidente a necessidade de ampliar o enfrentamento das iniquidades relacionadas às condições de saúde e, ao mesmo tempo, universalizar todos os avanços para grupos de maior vulnerabilidade, tais como as crianças indígenas, quilombolas, ribeirinhas, com deficiências e as com doenças raras, além de garantir não só a sobrevivência, mas o desenvolvimento integral de todas as crianças, condição essencial para o exercício da cidadania e a garantia do desenvolvimento nacional, bem como para o cumprimento dos compromissos do País diante das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2015-2030 (ODS) (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 2015). Frente a desafios tão complexos e plurais e visando à qualificação das estratégias e ações voltadas à saúde da criança na agenda da saúde pública brasileira, nas esferas federal, estadual e municipal, mostrou-se necessária a elaboração de uma Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Pnaisc) que venha ao encontro do pleito de entidades da sociedade civil e militantes da causa dos direitos da criança e do adolescente, como a Rede Nacional da Primeira Infância (RNPI),a Pastoral da Criança, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), além de organismos internacionais como o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) (Brasil, 2018). A Pnaisc está estruturada em princípios, diretrizes e eixos estratégicos. Tem como objetivo promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno, mediante atenção e cuidados integrais e integrados, da gestação aos nove anos de vida, com especial atenção à primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade, visando à redução da morbimortalidade e um ambiente facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento (Brasil, 2018). O reconhecimento de que a criança é prioridade e que se trata do grupo mais vulnerável da humanidade dá suporte à importância da atenção integral à sua saúde, pelos impactos potenciais no presente e no futuro. A absoluta dependência dos adultos, seja no âmbito das famílias, seja no da sociedade, de forma mais ampla, e o fundamental interesse em garantir o desenvolvimento adequado de gerações futuras, com indivíduos mais saudáveis e socialmente adaptados, explicam, em parte, porque as políticas que priorizam a atenção às crianças se constituem, frequentemente, em políticas de consenso (Brasil, 2018). A perspectiva de atenção integral é exigente e pressupõe vínculos muito bem estabelecidos entre a criança, o cuidador/família e o profissional responsável. Nesse sentido, fala-se em corresponsabilização como um dos princípios fundamentais dessa abordagem. A opção de atuação em linhas de cuidado contempla uma visão global das dimensões da vida, numa perspectiva de integração de experiências, em que se inclui a articulação do trabalho em rede e das práticas dos profissionais que compõem uma equipe, tomada também como fator 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 determinante de saúde. Assim, é importante a organização de ações e serviços para a criança e sua família, articulados com a rede de atenção à saúde como potencializadora dos recursos disponíveis para oferecer a resposta mais adequada, completa e resolutiva à sua necessidade, garantindo a continuidade do cuidado integral, desde as ações de promoção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, com fluxo ágil e oportuno em cada nível de atenção até a recuperação completa da criança (Brasil, 2018). Figura – Princípios da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Pnaisc) Fonte: Brasil (2018). Os avanços no acesso universal às políticas de saúde para a população brasileira são inquestionáveis, porém a mortalidade infantil – notadamente o componente neonatal – e na infância persiste em níveis acima do aceitável, especialmente em algumas regiões do País. Além disso, novos desafios apresentam-se como resultantes dos contextos de mudanças sociais, econômicas e demográficas, da transição epidemiológica, das situações de vulnerabilidades sociais, como os acidentes, as violências, os desastres e as calamidades, o acesso ao uso de álcool e drogas por crianças (Brasil, 2018). Outro desafio é em relação ao reconhecimento e à afirmação dos direitos relacionados à diversidade cultural e especificidades de crianças com deficiências, indígenas, negras, quilombolas, ciganas, população rural e das águas, crianças em situação de rua, em serviços de acolhimento, filhos e/ou filhas de mulheres no sistema prisional e crianças de famílias em que há situação de uso abusivo de álcool ou outras drogas (Brasil, 2018). Ainda se colocam os desafios dos processos de medicalização da vida, desde o parto e nascimento, passando pela patologização das dificuldades escolares, de terceirização do cuidado com a criança, do bullying no ambiente escolar, entre outros. Para superar tamanhos desafios e para qualificar a Atenção Integral à Saúde da Criança nesses contextos, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (Pnaisc) estrutura-se em oito eixos estratégicos, a seguir relacionados (Brasil, 2018): 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/bc79a016730bc3632b9e2a5999c59ccb.png https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/bc79a016730bc3632b9e2a5999c59ccb.png Figura – Eixos estratégicos da Pnaisc Fonte: Brasil (2018). A definição de uma Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança pretende sistematizar e articular as diferentes ações, programas e políticas existentes no campo da saúde da criança no País, com o compartilhamento de responsabilidades entre setores governamentais e sociedade, com especial atenção à primeira infância e às áreas e populações de maior vulnerabilidade, visando reduzir a morbimortalidade e contribuir para um ambiente facilitador da vida e do pleno desenvolvimento (Brasil, 2018). O fio condutor do cuidado da criança deve ser por intermédio da Pnaisc. A política traz a possibilidade para o Brasil se consolidar como um país que vem melhorando em relação aos cuidados com suas crianças e adolescentes, e que ainda apresenta grandes desafios nessa área a serem vencidos (Brasil, 2018). Programa Nacional de Imunização O PNI é responsável por definir a política de vacinação do país, desde a definição do Calendário Nacional de Vacinação (CNV) até a aquisição dos imunobiológicos e sua disponibilização nas salas de vacinação da rede pública - mais de 38 mil serviços de saúde -, incluindo o estabelecimento de normas e diretrizes sobre as indicações e recomendações da vacinação em todo o território nacional. Em meio século de existência, o PNI passou de quatro para 48 diferentes imunobiológicos (entre vacinas, soros e imunoglobulinas) ofertados a toda a população. Atualmente, são mais de 20 vacinas, capazes de prevenir com segurança diversas doenças, disponibilizadas para cada fase de vida conforme os CNVs - crianças, adolescentes, gestantes, adultos, idosos e populações especiais (indígenas e pessoas vivendo com condições especiais) (Pércio et al., 2023). As vacinas e a vigilância foram responsáveis pela eliminação da varíola, pela interrupção da transmissão da poliomielite e do sarampo autóctone. Há quatro anos o País está livre de casos de rubéola! Os resultados positivos se sucedem graças a um trabalho articulado que envolve as três esferas de gestão, por meio de ações coordenadas de planejamento, capacitação, infraestrutura e logística, capazes de permitir que na linha de frente do SUS, na ponta do Sistema, no contato da equipe com a população, seja entregue um produto com qualidade, com todas as suas características e especificidades preservadas (Brasil, 2023). 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/98ec57314bdd10862b76225b8fde3259.png https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/98ec57314bdd10862b76225b8fde3259.png Figura - Vacinação Fonte: BBC News Brasil. Figura - Taxa de cobertura vacinal no Brasil Fonte: Universidade Federal de São Paulo - Unifesp. Na Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), braço da Organização Mundial de Saúde (OMS), o PNI brasileiro é citado como referência mundial. Por sua excelência comprovada, o nosso PNI organizou duas campanhas de vacinação no Timor Leste, ajudou nos programas de imunizações na Palestina, na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Nós, os brasileiros do PNI, fomos solicitados a dar cursos no Suriname, recebemos técnicos de Angola para serem capacitados aqui. Estabelecemos cooperação técnica com Estados Unidos, México, Guiana Francesa, Argentina, Paraguai, Uruguai, Venezuela, Bolívia, Colômbia, Peru, Israel, Angola, Filipinas. Fizemos doações para Uruguai, Paraguai, República Dominicana, Bolívia e Argentina (Brasil, 2003). Hoje, os quase180 milhões de cidadãos brasileiros convivem num panorama de saúde pública de reduzida ocorrência de óbitos por doenças imunopreveníveis. O País investiu recursos vultosos na adequação de sua Rede de Frio, na vigilância de eventos adversos pós-vacinais, na universalidade de atendimento, nos seus sistemas de informação, descentralizou as ações e garantiu capacitação e atualização técnico-gerencial para seus gestores em todos os âmbitos. As campanhas nacionais de vacinação, voltadas em cada ocasião para diferentes faixas 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/77884a0d85b04d0f67445f37d3980bb5.jpeg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/77884a0d85b04d0f67445f37d3980bb5.jpeg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/8e49bc8258ed81a942b4cf1b1fd20c4c.png https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/8e49bc8258ed81a942b4cf1b1fd20c4c.png etárias, proporcionaram o crescimento da conscientização social a respeito da cultura em saúde (Brasil, 2003). Covid-19: Pesquisa avalia resposta gerada por vacinas ao longo de um ano Fazer uma avaliação completa da imunidade gerada por duas vacinas contra a Covid-19 foi a proposta de um estudo de fase 4 realizado pela Fiocruz Minas. Ao longo de um ano, os pesquisadores acompanharam 1.587 pessoas vacinadas, para avaliar como se deu a resposta de anticorpos, verificando se houve queda ou se os índices foram mantidos com o passar do tempo. Os cientistas avaliaram também a resposta celular específica, de forma a verificar a capacidade do organismo em reconhecer o vírus ao longo do tempo. Coordenado pela pesquisadora Rafaella Fortini, o estudo teve como foco pessoas vacinadas com a primeira e segunda doses de Coronavac, e a Pfizer, como dose de reforço na maioria dos participantes, aplicada seis meses após o protocolo primário. Entre as principais constatações da pesquisa está a importância da dose de reforço, já que as análises mostraram uma queda significativa nos níveis de anticorpos, entre três e seis meses após a aplicação da segunda dose de Coronavac. A taxa de soropositividade passou de 98%, após 30 e 60 dias da aplicação do imunizante, para 69%, no período que compreendeu entre 91 e 180 dias após a vacinação. Mas, com a aplicação do reforço da Pfizer, tais índices foram restabelecidos, chegando a 100% de soropositividade, 15 dias após a aplicação. [...] O estudo também confirmou a eficácia da vacina em relação ao desenvolvimento da infecção, mostrando uma redução de casos de Covid-19 entre os indivíduos vacinados. Antes da vacinação, dentre os 1.587 participantes, um total de 247, ou seja, 15,6%, havia testado positivo e, desse montante, 136 (8,6%) foram diagnosticados com Covid longa. Após a vacinação, apenas 75 (4.7%) testaram positivo, dentre os quais somente 5 (0,3%) tiveram Covid longa. Os participantes que tiveram Covid-19 antes da vacinação apresentaram índices de anticorpos superiores após a vacinação, em relação aos não infectados. Tal constatação reforça a importância da imunização mesmo para as pessoas que já tiveram a doença, uma vez que a imunidade natural gerada pela doença é inferior à induzida pela vacina (Fiocruz, 2022). Veja qual a importância da imunização como recurso estratégico para prevenção de doenças. Acesse: sp.unifesp.br [https://sp.unifesp.br/epm/noticias/a-importancia-da-imunizacao-como- recurso-estrategico-para-prevencao-de-doencas] 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://sp.unifesp.br/epm/noticias/a-importancia-da-imunizacao-como-recurso-estrategico-para-prevencao-de-doencas https://sp.unifesp.br/epm/noticias/a-importancia-da-imunizacao-como-recurso-estrategico-para-prevencao-de-doencas https://sp.unifesp.br/epm/noticias/a-importancia-da-imunizacao-como-recurso-estrategico-para-prevencao-de-doencas Exemplo de política pública (Política pública de saúde mental) Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/942392937". No Brasil, é considerada baixa a adesão ao tratamento medicamentoso e tem-se observado que tratamentos de saúde feitos com mais de um médico possuem menor adesão por parte dos pacientes (Tavares et al., 2013). Isso demonstra falhas na integralidade do processo de cuidado e na comunicação entre os profissionais de saúde e, além disso, fica evidente a ineficácia dos métodos de melhoria da adesão e a necessidade de avanços nesse campo para que haja ações coordenadas em saúde eficazes. A adesão em saúde envolve a cooperação voluntária do usuário em seguir um esquema prescrito por profissional de saúde. Para Tavares et al. (2013), há vários fatores relacionados à baixa adesão. Dentre eles destacam-se: a. características individuais do paciente; b. autopercepção de saúde; c. tipo de doença; d. melhora clínica; e. custo e quantidade de medicamentos; f. posologia e efeitos adversos do medicamento; g. interação entre profissional e usuário; h. falhas na integralidade do cuidado. Percebe-se, assim, que as ações que podem reverter a baixa adesão devem ser multifacetadas e incluir todos os atores envolvidos no processo do cuidar, especialmente o binômio profissional-usuário. Adesão ao tratamento de saúde1.4 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Aumentar a adesão ao tratamento proposto demanda o envolvimento de trabalhadores e usuários na educação do paciente e no delineamento de esquemas de tratamento mais factíveis, o que, por sua vez, requer melhor comunicação entre médicos e profissionais de saúde e usuários dos serviços. Pacientes com doenças crônicas no Brasil apresentam piora do quadro clínico muitas vezes pela baixa adesão medicamentosa. Vamos refletir a respeito? As doenças crônicas em geral estão relacionadas a causas múltiplas e são caracterizadas por início gradual, de prognóstico usualmente incerto, com longa ou indefinida duração. Apresentam curso clínico que muda ao longo do tempo, com possíveis períodos de agudização, podendo gerar incapacidades (Brasil, 2013). Figura – Grupo de pacientes em atividade Fonte: Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Atualmente, um dos desafios para as equipes da atenção básica é a própria atenção em saúde para as doenças crônicas, como: Aids, diabetes mellitus, hipertensão, entre outras. Essas condições possuem uma alta prevalência, são multifatoriais, com coexistência de determinantes biológicos e socioculturais, e a eficácia de sua abordagem envolve, necessariamente, as diversas categorias de profissionais das equipes de saúde e exige o protagonismo dos indivíduos, de suas famílias e da comunidade (Brasil, 2014). Normalmente o usuário portador de doenças crônicas é um constante frequentador da Unidade Básica de Saúde, buscando-a para a renovação de receitas, consulta de acompanhamento, verificação da pressão e/ou glicemia, atendimento para a agudização de sua condição crônica, entre outras situações (Brasil, 2014). Porém, muitas dessas visitas podem estar relacionadas a não adesão a um tratamento medicamentoso prescrito, situação essa que pode ocorrer por vários fatores. Opções para enfrentar o problema: Opção 1 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/7df168e51ea9fd42784973eee8718953.jpeg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/7df168e51ea9fd42784973eee8718953.jpeg Técnicas educacionais, motivacionais, cognitivas e desenvolvimento de sistemas de lembretes. Opção 2 Oferta de incentivos ao paciente. Opção 3 Intervenções para auxílio na gestão dos medicamentos pelo paciente. Opção 4 Combinação de intervençõesvoltadas ao paciente. Existem estudos relacionados a causas e sugestões de soluções para a baixa adesão. Veja mais em: bvsms.saude.gov.br [https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sintese_evidencias_politicas_tratamento_medicam entoso.pdf] Exemplo de política pública (Política nacional de saúde da criança) Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/942393034". 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sintese_evidencias_politicas_tratamento_medicamentoso.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sintese_evidencias_politicas_tratamento_medicamentoso.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sintese_evidencias_politicas_tratamento_medicamentoso.pdf No dicionário online dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS, 2017), consta que liderança é a “função de dirigir ou de controlar as ações e atitudes de um indivíduo ou grupo, com a aquiescência praticamente voluntária dos seguidores”. A liderança é um dos temas que tem merecido atenção por parte dos investigadores na área da enfermagem. São inúmeros os trabalhos realizados, com predominância no contexto hospitalar, sendo ainda restrita a produção científica sobre liderança na Atenção Primária à Saúde (APS). A liderança é um processo de influência através do qual alguém, individual ou coletivamente, conduz outras pessoas ou entidades a atuarem em prol de objetivos comuns. Entretanto, verifica-se evolução de diversas abordagens, sob diferentes perspectivas ao longo dos anos, no campo da administração, da psicologia organizacional, entre outros campos do conhecimento sobre o processo de liderar. Há definições para todos os gostos, definições simples, incompletas, e definições complexas e pouco práticas. Diferentes propostas conceituais que, por sua vez, são consideradas abundantes e inconclusivas. Estudos apontam que profissionais de enfermagem se constituem como a principal força de trabalho em saúde, responsáveis pela coordenação do processo de trabalho em equipe em diferentes níveis de atenção e, especialmente, na Atenção Primária à Saúde. Todavia, é imprescindível desenvolver a liderança da enfermagem e a formação de redes de pesquisa, a nível mundial, conforme aponta o relatório Triple impact of nursing, ratificado pela OMS. No complexo contexto da APS, o enfermeiro desempenha o papel fundamental de “assegurar a integralidade da atenção e a qualidade e humanização do atendimento” (Brasil, 2001, p. 2). O seu processo de trabalho constitui-se como prática social relevante para promoção da integralidade do cuidado, da intervenção frente aos fatores de risco, da prevenção de doenças e da promoção da saúde e da qualidade de vida, contribuindo, por conseguinte, para mudanças no modelo de saúde e consolidação do SUS (Barros et al., 2021, p. 2). A liderança do(a) enfermeiro(a) na APS se restringe aos aspectos gerenciais, tendo a maioria dos estudos voltados para teorias comportamentais, com predomínio do estilo democrático. Há um número ainda restrito de pesquisas na Atenção Primária à Saúde; e o maior número de pesquisas sobre liderança se concentra na área hospitalar. As pesquisas apontam fragilidades na função gerencial e na função de liderança dos/as enfermeiros/as na APS. Desse modo, faz- se necessário o gestor do SUS adotar programas de desenvolvimento de líderes e projetos de educação permanente nos serviços de saúde, a fim de capacitar esses profissionais para o exercício da liderança na APS. Comunicação é a “transferência de informação dos peritos nas áreas de medicina e saúde pública para os pacientes e o público. Estudo e uso de estratégias de comunicação para informar e influenciar decisões individuais e comunitárias”. Esses atributos de liderança, comunicação e corresponsabilização têm sua relevância no contexto atual porque são elementos necessários à escuta ativa. Esta, por sua vez, é uma Liderança, comunicação e corresponsabilização na atuação em saúde 1.5 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 estratégia de humanização em que são necessárias tecnologias duras, leve-duras e leves (Merhy, 2005; Oliveira et al., 2018). A escuta qualificada é o interesse pelo que está sendo dito e requer aproximação corporal entre os sujeitos, identificação da real demanda do paciente e exige concentração e energia por parte do profissional, voltado ao acolhimento e à humanização da assistência. A escuta ativa é como o mais alto e efetivo nível de escuta. Trata-se de uma habilidade de alto nível que possibilita uma comunicação mais eficaz. É baseada em direcionar plenamente a atenção ao que o interlocutor está dizendo, ouvindo atentamente sem interromper e demonstrando total interesse (Gonzalez, 2009 apud Malta; Carmo, 2020). Dessa forma, considerando não apenas as definições da literatura, mas também nossa própria experiência profissional, entendemos que a escuta ativa é um ato intencional de atenção plena que cria um ambiente emocionalmente acolhedor e livre de julgamentos. Isso permite que a pessoa que fala se sinta verdadeiramente ouvida e possa se compreender melhor por meio da interação com o ouvinte (Gonzalez, 2009 apud Malta; Carmo, 2020). Figura – Profissional de saúde e paciente Fonte: Rede Dandaras. Estamos nos referindo à capacidade de estar completamente presente durante o diálogo com o interlocutor, demonstrando um interesse genuíno em sua história e assegurando um espaço de fala sem interrupções. Embora o tema da importância da escuta nas interações entre profissionais de saúde e pacientes seja frequentemente abordado em aulas, discussões e na literatura, deparamo-nos com dados de estudos que revelam não apenas uma fragilidade nessa habilidade, mas também falhas na autopercepção por parte de alguns profissionais de saúde em relação às suas próprias habilidades de escuta (Malta; Carmo, 2020). A escuta ativa na área da saúde refere-se a uma abordagem de comunicação em que o profissional de saúde se dedica a ouvir ativamente o paciente, demonstrando interesse genuíno, atenção plena e empatia. Envolve não apenas ouvir as palavras do paciente, mas também compreender suas emoções, preocupações e necessidades subjacentes. A escuta ativa na saúde é essencial para estabelecer uma relação terapêutica sólida, promover a 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/30e27817581548ae051442a8ebaaa2be.jpeg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/30e27817581548ae051442a8ebaaa2be.jpeg confiança do paciente, melhorar a comunicação e garantir que o cuidado seja centrado no paciente. Para Oliveira et al. (2018), a baixa adesão à escuta qualificada está relacionada à configuração dos serviços de saúde, à insuficiência de tempo versus excesso de trabalho e ao despreparo dos profissionais de saúde para realizar atendimento adequado de escuta. Ao definir empatia em relação a profissionais de saúde, Hojat (2013) se refere a um atributo cognitivo que possibilita ao profissional a compreensão das preocupações, experiências e perspectivas do paciente, aliado a habilidade de comunicar essa compreensão. Hegazi e Wilson (2013) sugerem que a empatia no âmbito do cuidado de saúde é a “ferramenta mais poderosa” disponível, enquanto Stepien e Baernstein (2006) defendem que a empatia pode influenciar significativamente não apenas a satisfação do paciente, mas a adesão às recomendações médicas e os resultados clínicos (Malta; Carmo, 2020, p. 45-46). Corresponsabilização é a “responsabilização compartilhada e pactuada entre os sujeitos envolvidos na terapêutica”. Figura - Corresponsabilização Fonte: Autossustentável - Conteúdo de Sustentabilidade. Benevides e Passos (2005a) defendem a ideiade que a aposta da humanização do SUS se faz pela produção de subjetividades, e esclarecem que tal proposição não pressupõe a busca de uma equivalência ou indiferenciação entre os múltiplos atores presentes no campo da saúde. Eles refutam esta hipótese apoiados na convicção de que a posição diferenciada que ocupa o conjunto de sujeitos da saúde resulta em subjetividades díspares e conflitivas que produzem a realidade e são produzidas por ela. Ao entender que as subjetividades são produzidas, estes autores propõem que o trabalho de explicitação do plano de produção do instituído deve ser acompanhado por um outro trabalho, que é o de criar condições para a emergência de efeitos-subjetividades 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/75c9c530ffd664c18730878ca9207670.png https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator_realize/images/75c9c530ffd664c18730878ca9207670.png compatíveis com as mudanças das práticas de saúde preconizadas pelo SUS. Advertem ainda que a predeterminação daquilo que se espera alcançar em termos de ação inventiva dos sujeitos envolvidos com o processo de produção de saúde, dificulta o processo de valoração dos processos de autonomia, protagonismo, corresponsabilidade ou cogestão. Os desafios para a participação no âmbito da gestão em saúde no Brasil, particularmente pela via dos conselhos de saúde e/ou conferências, vêm sendo alvo privilegiado no debate na produção mais recente sobre o tema. Um entusiasmo inicial sobre as potencialidades destes mecanismos, enquanto vetores de participação política e de controle social, cede lugar a uma posição mais cética, ou quiçá mais crítica. Com efeito, termos como "dilemas", "utopias", "desafios", "problemas" são evocados por diferentes autores para realçar as dificuldades evidenciadas nos processos de participação social no Brasil (Martins et al., 2008; Guizardi, Pinheiro 2006; Morita et al., 2006; Silva, 2006). Ribeiro (2007) destaca três questões essenciais na produção de políticas públicas comprometidas com a garantia do direito à saúde e valorização dos direitos humanos e da cidadania: a integridade e a dignidade como fundamentos para a organização e regulação das intervenções públicas; o reconhecimento e o respeito à diferença como condição para a realização do direito à saúde; a territorialização dos problemas e das políticas na produção de respostas às novas realidades (Trad; Esperidião, 2009). Corresponsabilidade na gestão e no cuidado: a visão dos usuários Trad e Esperidião (2009) discutiram limites e possibilidades de incorporação da gestão participativa e incorporação do princípio da corresponsabilidade no âmbito da Estratégia Saúde da Família (ESF). Para tanto, desenvolveram um estudo de casos múltiplos, integrando estratégias qualitativas (dominante) e quantitativas, no qual se privilegiou a percepção de profissionais e usuários. O estudo abrangeu seis municípios da Bahia, Sergipe e Ceará. Ao examinar a perspectiva dos usuários de forma abrangente, esses autores observaram, nos seis municípios pesquisados, diversos sinais de fragilidade, tanto em termos conceituais quanto práticos, relacionados aos temas de participação ou controle social, cidadania e direito à saúde. Os depoimentos revelam uma tendência ao conformismo diante dos problemas do sistema de saúde local, mesmo aqueles que têm um impacto direto no dia a dia dos territórios investigados. Embora expressem insatisfação com o tempo de espera e/ou com a dificuldade de acesso a certos serviços, ao fazerem uma análise retrospectiva e compararem a situação atual com a anterior à implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF), muitos usuários tendem a reconhecer tais ocorrências como "normais" ou, pelo menos, "aceitáveis". Chama atenção, sobretudo, o fato de que a maioria dos usuários consultados mantém uma postura de gratidão diante de avanços identificados em termos de ampliação do acesso ou qualidade dos serviços de saúde. São raros aqueles que reconhecem os progressos no sistema de saúde como um direito de cidadania. Nestes termos, a qualidade dos serviços e as melhorias no funcionamento da unidade são percebidas quase como favores (Trad; Esperidião, 2009). Por sua vez, é interessante identificar, entre os usuários, depoimentos que revelam um exercício de autocrítica diante desse quadro: 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Eu acho que há relaxamento, muitas vezes, por parte da comunidade [...]. Isso vem de longe, é uma falta de informação, mais por parte, por causa da questão social, que muita gente se acomoda mesmo. Nós estamos aqui, né? Somos todos iguais. Então, eu acho que falta conscientização da comunidade de também buscar. A gente sabe muito reclamar em casa, com o vizinho, mas na hora de recorrer pras autoridades, a gente se inibe. Eu não sei por quê, isso acontece muito (Usuário, Jardim Bandeirantes, Maracanaú, Ceará) (Trad; Esperidião, 2009). A educação permanente e o apoio institucional surgiram como estratégias objetivando qualificar o processo de cuidado em saúde, para garantir os princípios do SUS e a efetivação dos atributos da Atenção Básica à Saúde, no cotidiano das práticas. Surgiram por causa das limitações do modelo biomédico frente às complexidades das questões do processo saúde- doença, processo este que comporta diversas dimensões da vida dos indivíduos. Esse conjunto de fatores apontou para um modelo de atenção à saúde com olhar ampliado no desenvolvimento de atenção/intervenções que atendam aos determinantes sociais da saúde e compreendam as demandas de saúde não apenas físicas, mas sociais e psicológicas (RHS, 2015). Por mais que o processo de adoecimento dos sujeitos passe pelas condições genéticas, existem evidências de uma importante contribuição de aspectos relacionados ao ambiente social e físico, aos comportamentos culturais ou socialmente construídos/determinados e à natureza da atenção à saúde oferecida (Brasil, 2015). A fragmentação das ações e serviços de atenção em saúde com a finalidade de instituir sistemas integrados e capazes de garantir acesso, a integralidade e continuidade da atenção, visando garantir a integralidade do cuidado, todos esses fatores apontam para a necessidade da organização do serviço em redes. A RAS incorpora três elementos: um território-população, uma estrutura operacional que a viabilize e a adoção de modelos de atenção. Os modelos são sistemas lógicos que organizam o funcionamento da RAS, articulando as necessidades da população às intervenções de saúde, considerando suas vulnerabilidades e riscos, bem como a situação demográfica, epidemiológica e os determinantes sociais (Brasil, 2015). O apoio institucional aparece como uma estratégia de corresponsabilização e gestão participativa, fortalecendo a cogestão (Brasil, 2015). 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Programa nacional de imunização Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/942393211". 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Recapitulando A saúde pública no Brasil é tema que merece constante atualização e aprofundamento, pois sofre influência da conjuntura que se apresenta e dos atores envolvidos na produção do cuidado. Os conteúdos aqui apresentados são a base para esse contínuo aprendizado e servem como ponto de partida para se acompanhar as novas conformações e estruturas que fazem e poderão fazer parte do Sistema Único de Saúde brasileiro, sem deixar de lado seus princípios doutrinários – que a saúde seja ofertada com qualidade, de modo universal, equitativo e integral. 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/202517:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Autoria Autora Graduação em Enfermagem pela Universidade de São Paulo (EERP/USP) no curso de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem, pós-graduação em Centro Cirúrgico, CME e SRPA, experiência assistencial em UTI de pós-operatório em cirurgia cardíaca. Recuperação pós- anestésica e CC. Enfermeira, Educação Permanente em Pronto Atendimento (UPA), atualmente docente do curso de pós-graduação em Enfermagem, Técnico de Enfermagem e preceptora do curso de graduação em Enfermagem. Patricia Silva de Figueiredo 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Glossário Dividir responsabilidade(s) entre duas ou mais pessoas ou entidades. Uma estratégia é um plano de ação projetado para atingir um objetivo específico. Corresponsabilização Estratégia 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Bibliografia ALBUQUERQUE, C. et al. A situação atual do mercado da saúde suplementar no Brasil e apontamentos para futuro. Ciência & Saúde Coletiva, v. 13, n. 5, p. 1421-1430, 2008. Disponível em: scielo.br [http://www.scielo.br/pdf/csc/v13n5/08.pdf] . Acesso em: 12 fev. 2019. ALMEIDA FILHO, N. de. Transdisciplinaridade e saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1-2, p. 5-20, 1997. 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Reforma psiquiátrica e Bibliografia Clássica 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 17:53 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 http://www.scielo.br/pdf/csc/v13n5/08.pdf http://www.scielo.br/pdf/csc/v13n5/08.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81231997000100005&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81231997000100005&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81231997000100005&lng=en&nrm=iso http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n2/en_a06v25n2.pdf http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n2/en_a06v25n2.pdf http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232018000300953&script=sci_abstract&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232018000300953&script=sci_abstract&tlng=pt http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232018000300953&script=sci_abstract&tlng=pt http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=Mzgw http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=Mzgw http://www.ans.gov.br/component/legislacao/?view=legislacao&task=TextoLei&format=raw&id=Mzgw http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2017/11/plano_de_saude_2004_2007.pdf http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2017/11/plano_de_saude_2004_2007.pdf http://www.saude.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2017/11/plano_de_saude_2004_2007.pdf http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2004/GM/GM-52.htm http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2004/GM/GM-52.htm política de saúde mental no Brasil. 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