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............................................................................................................................... EDUCAÇÃO FÍSICA (BACHARELADO) - FISIOLOGIA GERAL (N1INSAU) MARKUS ALEXANDRE CUNHA FERREIRA - 234172024 ESTUDO DE CASO QUADRO CLÍNICO DE UM PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA ........................................................................................................................................ Guarulhos - São Paulo 2024 MARKUS ALEXANDRE CUNHA FERREIRA ESTUDO DE CASO QUADRO CLÍNICO DE UM PACIENTE COM INSUFICIÊNCIA CARDÍACA Trabalho apresentado ao Curso Educação Física do Centro Universitário ENIAC para a disciplina Fisiologia Geral. Prof. Daniel Tekeshi Ito Guarulhos – São Paulo 2024 Respostas .................................................................................................................... ESTUDO DE CASO Um menino de 4 anos de idade apresenta história de deambulação tardia aos 18 meses de idade, andar na ponta dos pés, hipertrofia das panturrilhas e fraqueza nos músculos proximais da cintura pélvica. Seu pediatra, considerando uma encefalopatia estática leve, não solicitou rastreamento de miopatia, mas encaminhou-o a um cirurgião ortopédico. Este, por sua vez, descobriu que seus níveis de creatina quinase estavam muito elevados, indicando a necessidade de encaminhamento a um neurologista. Teste genético aponta mutação em Xp21 presentes nas distrofias musculares de Duchenne. Outros exames complementares demonstram que as proteínas das células musculares estão sendo substituídas por tecido adiposo e conjuntivo devido ao mecanismo de necrose, fazendo com que os músculos se enfraqueçam progressivamente. 1) Relação do Quadro Clínico com a Insuficiência Cardiovascular A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é uma doença genética ligada ao cromossomo X, o que faz ela afetar principalmente meninos, a DMD afeta aproximadamente 1:3.800 – 6.300 nascidos vivos, o que faz dessa a distrofia muscular mais comum em crianças. Enquanto alguns estudos estimam a sua incidência em 25% aos 6 anos e 59% aos 10 anos de idade, outros descrevem seu início aos 14 e 15 anos de idade. Estudos mostram que aproximadamente 50% a 85% dos pacientes com DMD desenvolvem algum grau de comprometimento cardíaco, sendo a cardiomiopatia uma das principais causas de morte em estágios avançados da doença. Caracterizada por uma mutação no gene da distrofina, uma proteína crucial para a integridade das fibras musculares. A ausência ou deficiência de distrofina leva à degeneração progressiva dos músculos esqueléticos e cardíacos. Clinicamente, isso se manifesta como fraqueza muscular, que começa nos músculos proximais e progride para outros grupos musculares, incluindo o coração. No caso deste paciente, a hipertrofia das panturrilhas, o andar na ponta dos pés e a fraqueza muscular proximal são sinais clássicos da DMD. Com o avanço da doença, o coração, que também depende da distrofina para sua função normal, começa a sofrer de cardiomiopatia dilatada. Esta condição enfraquece o músculo cardíaco, reduzindo sua capacidade de bombear sangue de forma eficiente, o que pode levar à insuficiência cardíaca. Clinicamente, isso se manifesta como fraqueza muscular que começa nos músculos proximais, músculos do quadril, coxas, ombros e braços superiores, e progride para outros grupos musculares, incluindo os músculos cardíacos e respiratórios. 2) Três possíveis comprometimentos são: Depressão: A Distrofia Muscular de Duchenne (DMD), por causar perda progressiva de autonomia e mobilidade, pode levar à depressão. Pacientes têm maior risco de desenvolver problemas emocionais e psicológicos, com impactos na qualidade de vida. Conflitos familiares e isolamento social também contribuem para a piora desse quadro. Pesquisas mostram que a depressão é mais comum em pessoas com DMD do que na população em geral. As crianças com DMD apresentam qualidade de vida comprometida por possuírem um risco três vezes maior de desenvolver problemas emocionais e psicológicos que as crianças que não portam a DMD. Ansiedade: A constante preocupação com a deterioração física e as implicações da doença para o futuro, tanto em termos de saúde quanto de dependência, pode gerar um estado contínuo de ansiedade. Esse estado é exacerbado pelo estresse associado ao tratamento e ao acompanhamento médico frequente. Isolamento Social: As interações sociais e o desenvolvimento de relacionamentos sociais podem ser particularmente problemáticos para crianças com DMD. À medida que a mobilidade diminui, a participação em atividades sociais e do a sentimentos de exclusão e solidão. CONCLUSÃO Portanto conclui-se que o acompanhamento regular e multidisciplinar dos pacientes com Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) é essencial para a detecção precoce de complicações que podem estar associadas à progressão da doença, como no caso do paciente com complicações cardiovasculares. A identificação e o tratamento adequado dessas complicações permitem uma melhora significativa na qualidade e expectativa de vida dos pacientes. Diante disso, torna-se indispensável a implementação de políticas públicas voltadas para a conscientização e educação sobre a DMD, de modo a capacitar familiares e cuidadores a reconhecerem sinais de alerta. Programas de apoio e campanhas informativas podem desempenhar um papel crucial na disseminação do conhecimento necessário, assegurando que os pacientes recebam os cuidados apropriados, promovendo assim uma gestão mais eficaz da doença afim de proporcionar maior conforto e suporte para os indivíduos e suas famílias. Os estudos abordados na literatura científica destacam que a inclusão social e o apoio emocional são essenciais para minimizar esses efeitos negativos. Pode ser interessante citar que, apesar de não haver cura, existem tratamentos que podem retardar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida, como fisioterapia, uso de corticoides e novas terapias genéticas. BIBLIOGRAFIA Distrofia muscular de Duchenne . Disponível em: . Acesso em: 5 conjuntos. 2024. Fique atento - Movimento Duchenne . Disponível em: . Acesso em: 5 conjuntos. 2024. FREITAS, MM et al. Perfil epidemiológico e funcional de pacientes com distrofia muscular de Duchenne atendidos em clínicas de fisioterapia na cidade de Aracaju. Interfaces Científicas - Saúde e Ambiente , v. 2, pág. 21–32, 2013. MARUI, FRRH et al. Comportamento de variáveis de pressão arterial em crianças e adolescentes com distrofia muscular de Duchenne. Arquivos brasileiros de cardiologia , 2018.