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Depressão anaclítica e hospitalismo

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DOENÇAS DE CARÊNCIA AFETIVA DO BEBÊ
Depressão como um mal-estar da sociedade contemporânea.
Dano sofrido pela criança privada de sua mãe será proporcional à duração de privação.
Duas condições:
O fator nosogênico é quantitativo: tempo da ausência física da mãe (moléstia, morte, etc.)
O substituto da mãe seja inadequado ou praticamente inexistente
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(Cont.)
Doenças de carência afetiva: privação dos cuidados maternos e das provisões afetivas vitais que normalmente receberia através dos intercâmbios com a mãe.
Duas categorias de privação afetiva:
Parcial – depressão anaclítica (apoiar-se em)
Total – hospitalismo. (pode levar a óbito)
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DEPRESSÃO ANACLÍTICA
Pesquisa de privação afetiva parcial – observação de 123 crianças de uma creche – 19 apresentavam a síndrome.
Estas crianças tiveram boas relações com suas mães durante os primeiros seis meses de vida e apresentavam bom desenvolvimento.
Privação do contato com a mãe: durante três meses apresentou um quadro clínico que foi piorando progressivamente.
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QUADRO CLÍNICO
1º mês: as crianças se tornavam chorosas e exigentes (tendiam a apegar-se ao observador quando este consegue estabelecer contato com elas).
2º mês: o choro se transforma em gemido. Começa a perda de peso. Há uma parada do quociente de desenvolvimento.
3º mês: as crianças recusam o contato. Permanecem a maior parte do tempo de bruços no berço e rosto escondido. Começa a insônia e a perda do peso continua. Há uma tendência para contrair moléstias. O atraso motor torna-se generalizado. Início da rigidez facial.
Após o terceiro mês: a rigidez facial consolida-se. O choro cessa e é substituído por lamúria. Letargia. O quociente de desenvolvimento começa a diminuir.
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FATORES ETIOLÓGICOS
Entre o sexto e o oitavo mês de vida, todas as crianças foram privadas da mãe por um período praticamente ininterrupto de três meses.
Há um período de transição de mais ou menos dois meses durante o qual todos os sintomas tornam-se marcantes e se consolidam.
Se durante esse período de transição a mãe retorna, a maioria da criança recupera-se.
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(Cont.)
Depressão em adultos # depressão anaclítica: são entidades psiquiátricas completamente diferente.
O processo subjacente é basicamente diferente:
No adulto – presença de um superego sadicamente cruel, sob cuja perseguição implacável o ego se fragmenta.
Na criança – os precursores do superego não podem ser reconhecidos
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HOSPITALISMO
Caso as crianças, no primeiro ano de vida, sejam privadas de todas as relações objetais, por um período que ultrapassa cinco meses, elas apresentarão sintomas de progressiva deterioração, surgindo uma outra síndrome.
Estes sintomas, pelo menos em parte, são irreversíveis.
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(Cont.)
Pesquisa em instituição de crianças abandonadas – 91 bebês foram observados
As crianças eram amamentadas durante os três primeiros meses por suas próprias mães.
Após o terceiro mês, mãe e filho eram separados.
As crianças eram tratadas adequadamente quanto a todos os aspectos corporais.
Emocionalmente carentes: tinham um décimo da quantidade normal de afeto proporcionado no relacionamento comum entre mãe e filho. 
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QUADRO CLÍNICO
O atraso motor tornou-se evidente (passividade total): permaneciam inertes em suas camas
Não tinham controle motor necessário para virar-se de bruços
A expressão do rosto tornou-se vaga e “imbecil”; e a coordenação dos olhos defeituosa.
Quando a mobilidade reapareceu, tomou a forma de spasmus nutans ou movimentos dos dedos (que lembravam os movimentos descerebrados).
Quociente de desenvolvimento ficava no nível de “idiotia”. 
Não conseguiam sentar-se, ficar de pé, andar ou falar.
Predisposição crescente à infecção - levando a um índice elevado de mortalidade
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REFERÊNCIA
SPITZ, R. O primeiro ano de vida. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

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