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Receptores de antígenos
1. Os anticorpos 
Os anticorpos são glicoproteínas plasmáticas circulantes, do tipo das gamaglobulinas, denominadas também de imunoglobulinas  (Ig). Cada uma interage especificamente com determinado antígeno epítopo) responsável por estimular sua formação. São secretados pelos plasmócitos resultantes da proliferação e diferenciação do linfócito B.
O anticorpo possui uma função importante de se combinar especificamente com o epítopo que ele reconhece, provocando o aparecimento de sinais químicos indicando aos outros componentes dosistema imunitário, que há um invasor no organismo. Alguns anticorpos possuem a capacidade de aglutinar células e precipitar antígenos solúveis. Esta aglutinação facilita a fagocitose do micro-organismo e a precipitação de moléculas estranhas que são agressivas, podem torná-las inócuas.
Existem cinco classes de imunoglobulinas com função de anticorpos, são elas: IgA, IgD, IgE, IgG eIgM. Estas se diferenciam pelas suas propriedades biológicas, localizações funcionais e capacidade de lidar com os diversos antígenos. As imunoglobulinas são moléculas de estrutura tridimensional, sendo que cada uma possui duas cadeias pesadas, unidas a uma cadeia leve cada, através de duas pontes de enxofre e mais duas cadeias pesadas unidas entre si.
A mais abundante na circulação sanguínea é a IgG, constituindo cerca de 75% das imunoglobulinas presentes no plasma. Serve como modelo para as outras classes. Formada por duas cadeias leves idênticas e duas cadeias pesadas, também idênticas, ligadas por pontes de dissulfeto e forças não-covalentes.
A IgA está presente em pequena quantidade na circulação sanguínea. Encontra-se sob a forma de SIgA, sendo o principal anticorpo encontrado na lágrima, no leite, na saliva, nas secreções nasal e bronquial, na secreção presente no lúmen do intestino delgado, na secreção da próstata e também no líquido que umedece a vagina. É muito resistente às enzimas proteolíticas, deste modo, sendo adaptada para atuar nas secreções sem sofrer inativação pelas enzimas presentes nestas.
A IgM constitui 10% dos anticorpos do plasma sanguíneo, existindo na maior parte das vezes, sob a forma de pentâmero (combinação de cinco moléculas). Este imunoglobulina é a predominante no início das respostas imunitárias. Juntamente com a IgD é a mais encontrada na superfície de linfócitos B, exercendo a função de receptoras, combinando com antígenos específicos. O resultado desta combinação é a proliferação destes linfócitos e sua posterior diferenciação em plasmócitos. A IgM livre no sangue, a circulante, pode ativar o complemento, resultando na lise de bactérias.
A IgE, geralmente está na forma de monômero, possui grande afinidade para receptores localizados na membrana de mastócitos e basófilos. Após estas moléculas de imunoglobulinas serem secretadas pelos plasmócitos, elas irão se prender àqueles receptores, praticamente desaparecendo no plasma. A reação alérgica é mediada pela atividade desta imunoglobulina e dos alérgenos que estimulam sua produção. Quando este é encontrado novamente pelo IgE, o complexo antígeno-IgE formada na superfície dos mastócitos e basófilos, determina a produção e a liberação de várias substâncias biologicamente ativas (heparina, histamina, leucotrienos e ECF-A)
A IgD sua função principal ainda não foi esclarecida. Está presente no plasma sanguíneo em concentrações muito baixas, representando apenas 0,2% do total de imunoglobulinas. Esta molécula, juntamente com a IgM, está presente na superfície dos linfócitos B participando da diferenciação desta célula.
Fontes: Histologia Básica – Luiz C. Junqueira e José Carneiro. Editora Guanabara Koogan S.A. (10° Ed), 2004.
2. O MHC ou CPH Complexo principal de histocompatibilidade 
2ª molécula de reconhecimento antigênico.
Existem 2 coisas que podemos chamar MHC ou CPH: uma é a região genética do DNA lá dentro do núcleo; a outra é a molécula secretada por essa região genética na superfície da célula – é essa nos interessa. MHC ou CPH é a região de genes altamente polimórficos; polimorfismo é a mesma coisa de variabilidade da molécula de anticorpo. Para o anticorpo – variabilidade, para o MHC polimorfismo.
Polimorfismo: numa única região genética, no local gênico, por exemplo, temos varias opções de posições de moléculas diferentes. Então o MHC é uma região genética altamente polimórfica que vai produzir alguma coisa. 
Toda região genética codifica algum produto; Os produtos produzidos pelos genes do MHC vão dar origem a moléculas expressas na superfície de uma variedade muito grande de células. Essas moléculas expressas são também chamadas de MHC.
Na clinica médica o MHC é chamado de HLA, o HLA é o MHC humano. Para fazer transplantes é preciso fazer transplante de HLA; os genes do MHC exercem um papel central nas respostas imunes aos antígenos proteicos. Isso, porque os linfócitos T antígenos específicos só reconhecem porções de antígenos proteicos (peptídicos) ligados aos produtos do gene MHC. O MHC é ao mesmo tempo uma molécula codificada por esse gene.
O linfócito T não vê antígenos soltos na circulação. Ele só vê antígeno apresentado por uma molécula apresentadora de antígeno (APC).
A APC possui em sua superfície a molécula de MHC; se o MHC só reconhece antígeno proteico e o linfócito T só reconhece antígeno apresentado pelo MHC na superfície de uma APC, pode se afirmar que linfócito T só vê antígeno proteico. E não é qualquer antígeno proteico, devem ser peptídeos, estes devem ter sequencia de AA linear.
Linfócito T reconhece antígeno: peptídico, linear. Em outras palavras, a molécula de MHC proporciona um sistema para apresentar peptídeos antigênicos às células T; a molécula de MHC que está na superfície da APC vai ser utilizada para quebrar o antígeno dentro da célula e apresentá-la na superfície ao TCR que é o receptor do linfócito T.
 
3. Os receptores de células T
Os receptores de células T (TCR), assim como as imunoglobulinas (Ig) ou anticorpos, são receptores antígeno-específicos essenciais para a resposta imune. Estão presentes na superfície externa dos linfócitos T (células T), mas diferem, entretanto, das imunoglobulinas:
1. Imunoglobulinas são formadas por quatro cadeias polipeptídicas (duas cadeias leve e duas cadeias pesadas) e possuem dois sítios de reconhecimento de antígeno. Os TCRs possuem somente um sítio de reconhecimento de antígeno.
2. Imunoglobulinas podem estar ancoradas na superfície dos linfócitos B ou secretadas nos fluídos corpóreos, principalmente no plasma sanguíneo. Os TCRs existem somente como proteínas ancoradas na superfície externa dos linfócitos T.
3. Imunoglobulinas reconhecem antígenos solúveis e antígenos na sua forma nativa. Os TCRs só reconhecem antígenos que tenham sido previamente processados em peptídeos, os quais têm que estar ligados a moléculas de MHC (complexo principal de histocompatibilidade), na superfície das células apresentadoras de antígenos ou APCs (macrófagos, monócitos, linfócitos B e células dendríticas).
Este fenômeno é chamado de restrição-MHC. A educação de células T, tornando-as aptas ao reconhecimento de moléculas MHC do próprio corpo (MHC próprio) ocorre no timo.
O receptor TCR convencional, ou TCR alfa/beta é expresso pela maioria dos linfócitos T e consiste de duas cadeias polipeptídicas glicosiladas (alfa e beta) mantidas juntas por ligações dissulfeto. O TCR alfa/beta é por sua vez associado fisicamente (mas não por ligação covalente) a uma proteína chamada CD3, formando o complexo funcional TCR-CD3 na superfície dos linfócitos T.
O TCR alfa/beta deve discriminar os diferentes peptídeos não-próprios apresendados pelas moléculas de MHC na superfície das APCs. O TCR alfa/beta participa na interação peptídeo-MHC e o CD3 na transdução de sinais no interior dos linfócitos T.
Os linfócitos T alfa/beta representam 90-99% dos linfócitos T periféricos maduros no homem e, incluem duas populações de linfócitos; os T CD4+ (T auxiliadores) e os T CD8+ (Tsupressores/citotóxicos).
Tais células T alfa/beta estão implicadas no reconhecimento de  antígenos exógenos como peptídeos de microrganismos ligados a MHC de classe II e são, em sua maioria, T CD4+ auxiliadores. As células T alfa/beta CD8+ (aproximadamente 30% das células T alfa/beta) reconhecem peptídeos gerados por processamento endógeno e ligados a moléculas de MHC de classe I. São os chamados linfócitos T citotóxicos e responsáveis pela destruição de células infectadas e células cancerosas.
CD4 e CD8 são moléculas que interagem com a região não polimórfica de MHC de classe II e de classe I, respectivamente. As células T gama/delta representam 1-10% dos linfócitos T periféricos maduros humanos, expressam a proteína CD3, mas não CD4 ou CD8.
Um segundo tipo de TCR, chamado de TCR gama/delta, é composto pelas respectivas cadeias polipeptídicas gama e delta, também associadas a CD3, todas na superfície externa de linfócitos T. As células T gama/delta CD4- CD8- reconhecem antígenos de maneira independente de MHC de classe I ou de classe II. Tais células estão envolvidas no reconhecimento de proteínas induzidas por estresse por choque térmico (oriundas de bactérias ou de células autólogas) e também antígenos de micobactérias.
A função dos linfócitos T gama/delta é eliminar as células do corpo que estão sob estresse, por exemplo, as células infectadas ou aquelas que estão no processo de transformação tumoral.

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