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Disciplina : CCE0317 – Refrigeração e Climatização 1 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 4ª Aula 2 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Umidificação e Desumidificação Uma das melhorias que uma instalação de ar condicionado propicia ao ambiente é o controle da umidade relativa, não só para conforto, mas também para processos industriais. Não há dúvida de que há outras condições a serem controladas, como a velocidade e a pureza do ar, mas esses controles não estão incluídos nas transformações termodinâmicas, como a temperatura e a umidade. Também se poderia controlar a umidade por meios físico-químicos, como o uso de sílica-gel, cloreto de cálcio ou alumina ativada, que conduzem à desumidificação do ar, porém esses processos são especiais. Nas instalações usuais, a desumidificação está ligada ao processo do resfriamento do ar abaixo do seu ponto de orvalho, que produz a condensação do vapor d'água contido. Como o ar extremamente frio não é desejável, usa-se após a desumidificação a elevação da temperatura do ar utilizando meios externos ao sistema. 3 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Dois métodos são usados para a desumidificação a baixas temperaturas: 1- água gelada a temperaturas suficientemente baixas, espargida sob a forma de "spray" no meio do ar. Quando as gotículas de água são muito finas, há uma grande área de contato do ar com a água espargida. Assim a condensação do vapor dágua se verifica sob a forma de gotas, sendo retirada como líquido saturado; 2 - resfriando diretamente o ar que passa através do evaporador do sistema de refrigeração. Em alguns casos o evaporador é constituído por uma fileira de bobinas (row) e em outros por várias fileiras. o que obriga a umidade relativa do ar a ficar próxima da saturação, ou seja, próxima de 100%. 4 Curso : 841 - Engenharia Mecânica No processo de desumidificação, dois fatores devem ser considerados: a que temperatura o ar deve ser refrigerado para se obter a desejada desumidificação? - qual a quantidade de calor que deve ser retirada do ar? Supõe-se que o ar ao passar pelo evaporador seja saturado e a pressão parcial do vapor deve ser tal que quando aquecido a temperatura determinada sairá com a umidade desejada. Como a pressão total permanece constante durante o aquecimento, a pressão do vapor permanece também constante. No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade. Albert Einstein 5 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Exemplo : Num ambiente condicionado, o ar deve permanecer a 26°C e a umidade relativa a 45%. Determinar a temperatura em que o ar deixa o evaporador, supondo-se que seja saturado. Solução: Pode-se responder a essa questão simplesmente usando a carta psicrométrica. Loca-se o ponto A, com os dados do problema, ou seja, temperatura de bulbo seco de 26°C e UR = 45%. Traça-se, a partir de A, uma horizontal até encontrar a curva de UR = 100% e então lê-se a temperatura t = 13,5°C. 6 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Trocas de calor entre o ar e a água O ar e a água, quando postos em contato, trocarão entre si o calor do seguinte modo: se a temperatura da água é superior à temperatura do bulbo úmido do ar, haverá queda de temperatura da água e crescimento da temperatura do bulbo úmido do ar; se a temperatura da água é inferior à temperatura do bulbo úmido do ar, haverá elevação da temperatura da água e queda na temperatura do bulbo úmido do ar; em ambos os casos, a temperatura da água nunca atingirá a temperatura do bulbo úmido do ar, ficando ora um pouco acima (no primeiro caso), ora um pouco abaixo (no segundo caso). 7 Curso : 841 - Engenharia Mecânica A fim de que se possa umidificar o ar com um borrifador de água, a temperatura da nuvem d'água deve estar sempre acima da do ponto de orvalho desejado para o ar. Para que se possa desumidificar o ar, a temperatura final da água deve ser sempre mantida abaixo da temperatura desejada do ponto de orvalho do ar. A estupidez coloca-se na primeira fila para ser vista; a inteligência coloca-se na retaguarda para ver. Bertrand Russel 8 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Misturas de ar Em instalações de ar condicionado é comum o ar de retorno do ambiente ser misturado com o ar exterior, para complementar as diferentes perdas de ar. Se, na carta psicrométrica , colocarmos o ponto A como relativo às condições internas do recinto e o ponto E às condições do ar exterior, em um ponto C da reta AE teremos as condições da mistura. Se a metade do ar necessário retornar ao recinto e metade do ar vier do exterior, o ponto C estará no meio; se apenas uma quarta parte vier do exterior, o ponto C estará a 1/4 da distância AE e assim por diante. Um dos métodos usados para a locação do ponto C é baseado na temperatura de bulbo seco do ar exterior e o de retorno, computando-se o percentual de cada um na mistura. 9 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Exemplo : Em uma instalação de ar condicionado, temos as seguintes condições: - internas: bulbo seco 25,5°C e umidade relativa 50%; - externas: bulbo seco 34°C e bulbo úmido 27,2°C. A percentagem do ar exterior é de 20% do total. Quais as temperaturas BS e BU da mistura? Solução: Operando-se apenas com as temperaturas BS, temos: - ar de retomo: 0,80 X 25,5 = 20,4°C - ar exterior : 0,20 X 34,0 = 6,8°C - temperatura final da mistura: 27,2ºC Com este valor de 27,2ºC, elevando-se uma vertical, encontra-se o ponto C, que dá as condições da mistura : BS = 27,2ºC e BU = 20,3ºC 10 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Exemplo: Suponhamos as mesmas condições internas do Exemplo anterior e que o ar frio, ao atravessar as serpentinas do evaporador do aparelho condicionador, esteja nas seguintes condições: - umidade relativa: 90%; - temperatura de bulbo seco: 10°C; - quantidade de ar: 180 m3/min (MCM); - ar de retorno: 120 m3/min (MCM). Quais são as condições da mistura. O truque da filosofia é começar por algo tão simples que ninguém ache digno de nota e terminar por algo tão complexo que ninguém entenda. Bertrand Russel 11 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Percentagem do ar de retorno na mistura: 120 / 180 = 0,66 Percentagem do ar exterior: 60 / 180 = 0,33 (180-120)/180 - ar de retorno: 0,66 x 25,5 (do prob. anterior) = 16,8°C; (interna) - ar exterior : 0,33 x 34,0 (do prob. anterior) = 11,2°C; (externa) - temperatura final da mistura: = 28,0°C (na carta psicrométrica) Com esta temperatura o ar é lançado no evaporador, de onde sai com 90% de umidade relativa e temperatura BS = 10ºC e BU = 8,5°C (ambos os resultados – tirados da carta) Solução : (fig. 1.36) Volume total de ar : 180 MCM 12 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Vazão Necessária de Ar Qualquer ambiente de ar condicionado, para manter as condições desejadas, necessita de uma determinada vazão constante de ar, insuflado pelo ventilador, depois de passar pelo evaporador, umidificador ou desumidificador. Essa vazão de ar frio ou quente é que, em mistura com o ar do ambiente, faz a temperatura e a umidade permanecerem dentro das condições desejadas, combatendo o fluxo de calor que entra no recinto (ou dele sai). A carga térmica do recinto é expressa em kcal/h; é a soma do calor sensível e do calor latente. Já sabemos que para o calor sensível, temos: Qs = m . c . (t2 – t1) 13 Curso : 841 - Engenharia Mecânica onde : Q = vazão de ar em m³/h. 14 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Cálculo da Absorção de Umidade do Ar de Insuflamento A absorção de umidade do ar de insuflamento pode ser feita com o equipamento de refrigeração. O ar a ser insuflado no recinto passa através do evaporador de equipamento e, se a temperatura do evaporador estiver abaixo da do ponto de orvalho do ar, haverá condensação do vapor d'água, que deve ser eliminado para o exterior. Para se saber a quantidade de vapor d'água que deve ser eliminada, precisamos conhecer as umidades específicas que são fornecidas pela carta psicrométrica, mas que também podem ser calculadas pelas equações já estudadas. As pessoas são como elas são, e não como nós gostaríamos que fossem. . . GRAM 15 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Como o objetivo é o projeto de instalações de ar condicionado, usaremos a carta psicrométrica. Na Fig. 1.37 vamos imaginar que no ponto E loquemos as condições do ar exterior e, no ponto A, as condições a serem mantidas no recinto, através do exemplo a seguir. h1 h2 h3 (E) = exterior (A) = Interior 16 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Exemplo I : As condições do ar exterior são: BS = 34°C e umidade relativa 65%. As condições a serem mantidas no recinto são: BS = 26ºC e umidade relativa 45%. Se a vazão de ar é de 125 m³/h, queremos saber a umidade que precisa ser eliminada pelo equipamento de refrigeração e a capacidade desse equipamento. 17 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Solução: O desumidificador abaixará a temperatura do ar até a sua saturação, ou seja, umidade relativa de 100% (ponto B). Como a temperatura do ar na saída do evaporador é muito baixa (13,2°C), haverá necessidade de se elevar a temperatura até as condições do ponto A, mantendo a umidade específica. 18 Curso : 841 - Engenharia Mecânica A umidade específica eliminada sob a forma de condensado é: UEe – UEi = 22 - 9,4 = 12,6 X 10-3 kg/kg de ar seco (resposta) Fazendo o balanço energético na entrada do desumidificador, temos: entalpia do ar entrando (h1) = entalpia do ar saindo (h2) + entalpia do condensado (hc) + calor removido. h1 = h2 + hc + Qr Qr = h1 – h2 - hc 19 Curso : 841 - Engenharia Mecânica A entalpia do condensado será m c t2 hc = m c t2 = 12,6 x 10-³ x 150 x 1 x 13,2 = 24,9 kcal/h ou 24,9 x 4,186 = 104,2 kJ/h Assim, o calor removido = h1 – h2 – hc = 13.650 – 5.625 – 104,2 = 7.920 kJ/h A capacidade do equipamento de refrigeração será de 7.920 kJ/h Embora ninguém possa voltar atrás de fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim” (Chico Xavier) 20 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Se quisermos saber a capacidade do aquecedor (heater) que vai fornecer calor ao ar até o ponto desejado no ambiente, tem que ser feito outro balanço energético: entalpia do ar entrando no aquecedor (h2) + calor entrando = entalpia do ar saindo (h3) ou calor entrando = h3 - h2; Qe = h3 – h2 h3 = 50,65 kJ/kg (da carta psicrométrica); h3 = 50,65 X 150 = 7.597,5 kJ/h; calor entrando = 7.597,5 - 5.625 = 1.972,5 kJ/h. Se desejarmos a potência da resistência elétrica em kW para fornecer esse calor em 1 hora, podemos calcular a partir da relação: 1 kW = 1 kJ/s, admitindo o rendimento de 50% (=) kW = Qe / T(em seg) x = 1972,5 / (3600 x 0,5) = 1,09 kW 21 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Noções sobre Refrigeração O nosso estudo será dedicado mais ao resfriamento, ou seja, ar condicionado para o verão. Observação : este é o enfoque do livro do Helio Creder, não é o do Curso de Refrigeração e Climatização. Nosso cérebro é o maior brinquedo já criado : nele se encontram todos os segredos, inclusive o da felicidade” (Charles Chaplin) 22 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Suponhamos um recinto a ser condicionado cuja temperatura é ts e a temperatura do exterior é te (Fig. 1.39). 23 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 24 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Temos a equação: Q = Qe + Qg. O equipamento de refrigeração deverá retirar o calor Q e mais o calor devido às perdas no processo. Refrigeração é o termo usado quando o sistema é mantido a uma temperatura mais baixa que a vizinhança. Como a tendência do calor é penetrar no recinto, por diferença de temperatura, correspondente quantidade de calor deve ser retirada do sistema para manter a sua temperatura ts Como veremos adiante, há vários sistema. de refrigeração. Estudaremos com mais detalhes o sistema de compressão de vapor. 25 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Como visto, o ciclo reverso de Carnot, o sistema de compressor de vapor é também um ciclo reverso, por isso necessita de um trabalho externo que é feito através do compressor. Na Fig. 1.40, vemos o diagrama de um ciclo de refrigeração a compressão de vapor e nas Figs. 1.42 e 1.43, uma vista dos equipamentos utilizados neste ciclo de refrigeração. O compressor aspira o fluido do espaço refrigerado e o bombeia para o reservatório de alta temperatura (condensador); este transfere o calor para a atmosfera, que é o absorvedor das altas temperaturas. 26 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Fig. 1.42 vista de um ciclo típico de refrigeração 27 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Fig. 1.43 Condensador (detalhes) 28 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Na Fig. 1.41 vemos o diagrama pressão-entalpia para o fréon-22 *, um dos fluidos refrigerantes utilizados no sistema de compressão a vapor. A fim de melhor entendermos as transformações pelas quais o fluido frigorígeno passa, devemos nos reportar à Fig. 1.41, onde estão locados os pontos mostrados na Fig. 1.42. Imaginemos o ciclo do refrigerante se iniciando no ponto 1 da Fig. 1.41 onde o refrigerante, sob a forma de líquido saturado, atravessa a válvula de expansão, sem troca de calor (h1 = h2), porém com perda de pressão. No ponto 2 do ciclo, temos o refrigerante, sob a forma de vapor úmido, forma sob a qual é impulsionado através do evaporador, onde se vai processar o efeito de refrigeração, à pressão constante: Q = h3 - h2 = h3 – h1 29 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ao sair do evaporador, o refrigerante está sob a forma de vapor saturado, quando entra no compressor, que recebe energia da fonte externa, em geral um motor elétrico, motor diesel ou a explosão, passa ao estado de vapor superaquecido no ponto 4 da figura. Se chamarmos de Aw essa energia, temos: Aw = h4 - h3 No estado de vapor superaquecido, o refrigerante entra no condensador, onde cede à água de circulação ou ao ar a diferença de entalpias: Q = h4 – h1 completando-se o ciclo. Também podemos representar o ciclo de refrigeração num diagrama T-S, conforme a Fig. 1.44. O ciclo reverso de Camot tem o mais alto rendimento na produção da refrigeração . O efeito da retirada do calor do sistema é efetuado pelo evaporador entre 2-3, pois para se efetuar a evaporação do fluido necessita-se do "calor latente de vaporização". 30 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Fig. 1.44 Sistema de compressão a vapor – Diagrama T-S Notem : o que acontece com a entropia (S) quando a temperatura aumenta ou diminui ? 31 Curso : 841 - Engenharia Mecânica O efeito de refrigeração é mostrado na área 2-3-5-6. O vapor deixando o evaporador entra no compressor e, no caso ideal, é comprimido isentropicamente até o ponto 4. Essa pressão é suficientemente alta para que o fluido seja condensado, eliminando calor e saindo no ponto 1, como líquido em alta pressão. Essa eliminação pode ser feita a água ou a ar. A quantidade de calor eliminado é mostrada na área 1-4-5-6. Saindo do condensador, o fluido entra na válvula de expansão e, no caso ideal, essa expansão 1-2 é isentrópica. A diferença entre o . calor eliminado pelo condensador e o calor absorvido pelo evaporador é mostrada na área 1-2-3-4. 32 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 33 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Fusão Liquefação Solidificação Sublimação Sólido Gasoso Líquido Mudanças de Estado Evaporação Liquefação = Condensação 34 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Curva de Saturação Líquido Vapor Mistura Líquido + Vapor P1 1ª bolha Última gota 35 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Título: É a fração de vapor na mistura líquida + vapor Resfriamento : Diminuição da temperatura até antes da temperatura de congelamento. Vazão: Vazão mássica: é a vazão em massa na unidade de tempo. Ex.: Kg/s Vazão volumétrica: é a vazão em volume na unidade de tempo. Ex.: m3/s Arrefecimento : Diminuição da temperatura até a temperatura ambiente Congelamento : Diminuição da temperatura até abaixo da temperatura de congelamento. Densidade e Volume Específico: A densidade de um Fluido é a massa que ocupa uma unidade de volume. O volume específico é o volume ocupado pela unidade de massa. 36 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Unidades de Pressão Pascal (Pa), unidade derivada de pressão do Sistema Internacional (SI) , equivalente a um Newton por metro quadrado ortogonal à força (N/m²) Kgf/cm2 - Sistema técnico gravitatório = Quilograma força por centímetro quadrado (kgf/cm2) m.c.a. - Sistema técnico de unidades = metro de coluna de água = unidade de pressão básica; milímetro coluna de água (mmc.a.) PSI – (pound per square inch) - Sistema inglês = KSI = 1000 PSI , unidade de pressão básica deste sistema; libra por polegada quadrada (lbf/in2) 37 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Torr (Torricelli) = milímetro de mercúrio (símbolo: mmHg), é uma unidade de pressão antiga, que equivale a 133,322 Pa. Surgiu quando Evangelista Torricelli inventou o barômetro de mercúrio, em 1643 e tem vindo a cair em desuso com o aparecimento de tecnologia mais eficaz para a medição da pressão atmosférica e com a disseminação das unidades do SI. Hg por quê é Hg = mercúrio Hg do Latim Hidrargirium Cu cobre do Latim Cuprum Au ouro do Latim Aurum Ag prata do Latim Argentum Na sódio do Latim Natrium 38 Curso : 841 - Engenharia Mecânica atm – (atmosfera) = por definição : a pressão de atmosfera, medida ao nível do mar, é acompanhada por anomalias tais como densidade e temperatura do ar, portanto não é regular, porém, é importante salientar que originalmente (durante convenção do sistema metrico mundial) deveria ser o peso exercido de quilograma sobre sobre 1 cm² ou equivalente ao peso de 1 m³ de atmosfera o que é o mesmo da força exercida por 1 quilo sobre um cm2. Este termo refere-se ao mesmo valor de pressão definida como pressão normal. Nenhum cientista pensa com fórmulas Einstein 39 Curso : 841 - Engenharia Mecânica bar (símbolo: bar) - equivale a exatamente 100.000 Pa (105 Pa). Este valor de pressão é muito próximo ao da pressão atmosférica padrão, que é definido como 101.325 Pa. O plural do nome da unidade de pressão bar é bars (Ex.: 2 bars de pressão). É frequente medir a pressão atmosférica em milésimos de bar (mbar) e também pressões de diversos sistemas hidráulicos e pneumáticos. Quando a pressão é dada relativamente à pressão atmosférica, representa-se a medida por barg ou bar(g), da expressão bar gauge. 40 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Unidades de pressão e fatores de conversão Pa bar at atm Torr psi 1 Pa ≡ 1 N/m² = 10−5bar ≈ 10,2·10−6at ≈ 9,87·10−6atm ≈ 7,5·10−3Torr ≈ 145·10−6psi 1 bar = 100 000 Pa ≡ 106dyn/cm² ≈ 1,02 at ≈ 0,987 atm ≈ 750 Torr ≈ 14,504 psi 1 at = 98 066,5 Pa = 0,980665 bar ≡ 1 kgf/cm² ≈ 0,968atm ≈ 736 Torr ≈ 14,223 psi 1 atm = 101 325 Pa = 1,01325 bar ≈ 1,033 at ≡ 101 325 Pa = 760 Torr ≈ 14,696 psi 1 Torr ≈ 133,322 Pa ≈ 1,333·10−3bar ≈ 1,360·10−3at ≈ 1,316·10−3atm ≡ 1 mmHg ≈ 19,337·10−3psi 1 psi ≈ 6894,757 Pa ≈ 68,948·10−3bar ≈ 70,307·10−3at ≈ 68,046·10−3atm ≈ 51,7149 Torr ≡ 1lbf/in² at = atmosfera técnica atm = atmosfera padrão 41 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Definição de Ar Condicionado 42 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Definição de Ar Condicionado O “ar condicionado” é a designação de um sistema de condicionamento de ar; com a finalidade de extrair o calor de uma fonte quente transferindo-a para uma fonte fria, visando o controle simultâneo em ambiente delimitado, de pureza, umidade, temperatura e movimentação do ar. Por extensão, também são denominados como "ares condicionados" os aparelhos destinados ao condicionamento de ar. Componentes básicos da unidade Ventilador : forçar a passagem do ar (eixo duplo : do evaporador e do condensador. Grupo refrigerador : compressor, evaporador e condensador. Termostato : age no compressor (funciona como circulador e renovador de ar). O cadáver é que é o produto final. Nós somos apenas a matéria prima Millor Fernandes 43 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Definição de Ar Condicionado A climatização constitui um processo semelhante ao condicionamento de ar, mas não inclui algumas funções daquele. Climatização é o conjunto de meios que permitem manter, em recinto fechado, um grau de umidade e uma temperatura desejada. Climatizar um ambiente, nada mais é do que controlar o seu clima com a utilização de um sistema que condicione o ar, de acordo com a nossa vontade. Clima pode ser definido como a reunião de elementos atmosféricos como, por exemplo, temperatura, massas de ar, umidade, pressão e ventos. 44 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto livro de Refrigeração : Dossat As aplicações do ar condicionado têm como finalidade proporcionar um ambiente interior cujas condições se mantenham relativamente constantes, dentro dos padrões que ofereçam mais conforto às pessoas, apesar das variações das condições meteorológicas exteriores e das cargas térmicas interiores. O ar condicionado permite que os edifícios sejam mais altos, uma vez que a velocidade do vento aumenta significativamente com a altitude, tornando a ventilação natural impraticável em edifícios muito altos. Chato...Indivíduo que tem mais interesse em nós do que nós temos nele Millor Fernandes 45 Curso : 841 - Engenharia Mecânica As aplicações de conforto para os vários tipos de edifícios são bastante diferentes e podem ser categorizadas da seguinte maneira: Edifícios residenciais baixos - incluindo casas familiares e pequenos edifícios de apartamentos; Edifícios residenciais altos - incluindo grandes blocos de apartamentos e hotéis; Edifícios de comércio e serviços - incluindo edifícios de escritórios restaurantes, centros comerciais e espaços industriais onde seja necessário o conforto dos trabalhadores; Edifícios institucionais - incluindo hospitais, repartições públicas e escolas; Veículos de transporte - incluindo automóveis, comboios, embarcações, aeronaves e espaçonaves. Ar Condicionado de Conforto 46 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Temperatura média corpórea 36,5º A remoção constante de calor ocorrem : 3 processos naturais simultâneamente Há duas coisas que ninguém perdoa: nossas vitórias e nossos fracassos Millor Fernandes 47 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Convecção calor flui : superfície quente para a fria calor flui : do corpo para o ar que o circunda (temperatura menor que a da pele Com estes 2 fenômenos : o corpo emite calor para o ar frio circundante; o ar circundante torna-se mais quente, processa-se um movimento ascencional do mesmo, `a medida que o ar quente sobe , outro ar frio ocupa seu lugar Ciclo de Convecção 48 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Radiação O calor é transmitido de uma fonte (sol, fogo, etc.) para outro corpo, mediante raios de calor. independe da convecção; não é afetada pela temperatura do ar; é afetada pela temperatura das superfícies circundantes. 49 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Evaporação Processo em que a umidade transforma-se em vapor à medida que a umidade evapora sobre uma superfície quente, extrai calor, resfriando a superfície 50 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Ar Convecção Radiação Evaporação Frio aumenta a velocidade aumenta a velocidade aumenta a velocidade Quente retardaa velocidade diminuea velocidade retarda a velocidade 51 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Convecção – Radiação - Evaporação 52 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Para Verão e Inverno 53 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Umidade Unidades: sistema métrico o grama EUA e outros grão [derivada do grão de trigo 1 lb (=453 g) de água pesa 7 mil grãos] É medida em percentual 54 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Umidade Exemplo 1 : Ambiente com temperatura de 21 C possui 3,6 g de vapor dágua por m3 mantendo-se a temperatura constante e agregando vapor dágua até que não possa absorver mais água (= ar saturado), deste modo o ar não pode conter mais que 18,1 g de vapor dágua por m3 . Não é triste mudar de ideias, triste é não ter ideias para mudar Barão de Itararé 18,1 g/m3 ------------------------ 100% (umidade relativa) 3,6 g/m3 ------------------------- x x = 3,6 /18,1 = 0,2 = 20% 55 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Umidade Exemplo 2 : Ambiente com temperatura de 27 C , 1 m3 pode conter um máximo de 25,5 g de vapor dágua; mantendo-se a temperatura constante; se em 1 m3 de ar contém 3,6 g/m3 . 25,5 g/m3 ------------------------ 100% (umidade relativa) 3,6 g/m3 ------------------------- x x = 3,6 /25,5 = 0,14 = 14% 56 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Umidade Exemplo 3 : Diminuindo a UR de 3,6 para 2 g/m3 com a temperatura de 21 C , 1 m3 2 g/m3 ------------------------ 100% (umidade relativa) 18,1 g/m3 ------------------------- x x = 2 / 18,1 = 0,11 = 11% 57 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Umidade Conclusões : aumentar conteúdo de UR no ar para aumentar a UR - diminuir a temperatura do ar diminuir conteúdo de UR no ar para diminuir a UR - aumentar a temperatura do ar Quem empresta, adeus Barão de Itararé 58 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Conforto Conforto Humano Movimento do ar o processo de evaporação e consequente remoção do calor do corpo aumenta devido à umidade que se encontra nas proximidades do corpo é levada a uma maior velocidade. o processo de convecção aumenta pelo aumento da velocidade porque a camada ou película de ar que rodeia o corpo é levada mais rapidamente. o processo de radiação aumenta porque o calor das superfícies circundantes é removido a maior velocidade causando uma maior radiação do corpo quando o movimento do ar aumenta quando o movimento do ar diminue ocorre o inverso para os 3 processos 59 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ar Condicionado de Processo O ar condicionado de processo destina-se a garantir condições ambientais adequadas à execução de um determinado processo, independentemente da carga térmica e umidade interiores e das condições meteorológicas exteriores. Apesar destas condições ambientais incluirem-se frequentemente dentro dos padrões de conforto humano, são as necessidades do processo que as determinam e não as necessidades humanas. Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra! Barão de Itararé 60 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Aplicações de ar condicionado de processo incluem: Salas de Cirurgia - o ar é altamente filtrado para reduzir os riscos de infecção e a umidade é controlada para limitar a desidradatação dos pacientes. Apesar das temperaturas se encontrarem dentro dos padrões de conforto, alguns procedimentos de especialidades, como as operações de coração aberto, necessitam de baixas temperaturas (cerca de 18 °C) e outros, como as que lidam com recém-nascidos, necessitam de temperaturas relativamente altas (cerca de 28 °C); Salas limpas - para a produção de circuitos integrados, de produtos farmacêuticos e outros, cujos processos precisam de níveis muito elevados de limpeza do ar, bem como um estrito controle da temperatura e umidade; Ar Condicionado de Processo 61 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Aplicações de ar condicionado de processo incluem: Viveiros para a criação artificial de animais - uma vez que muitos animais normalmente só se reproduzem na primavera, mantê-los em instalações com condições ambientais que refletem as daquela época permite a sua reprodução durante o ano inteiro; Ar Condicionado de Processo Aeronaves - apesar de, normalmente, de destinar ao conforto dos passageiros e tripulação e ao arrefecimento do equipamento, as condições do ar condicionado das aeronaves constituem um desafio especial devido à alteração da densidade do ar associada às mudanças em termos de altitude; 5. Centros de Processamento de Dados; 6. Fábricas Têxteis; 7. Instalações de testes de resistências mecânicas; 62 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 8. Estufas e outras instalações para criação de plantas; 9. Instalações nucleares; 10. Laboratórios químicos e biológicos; 11. Minas; 12. Instalações com ambientes industriais; 13. Cozinhas e outras instalações de processamento de alimentos. Aplicações de ar condicionado de processo incluem: Ar Condicionado de Processo 63 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana Barão de Itararé 64 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Carga Térmica é o resultado da soma de todas as formas de calor em um determinado ambiente ou é a quantidade de calor que deve ser retirada ou fornecida a um local ou sistema, na unidade de tempo, objetivando a manutenção de determinadas condições térmicas Radiação Condução por T com o ar externo Iluminação Fonte quente Pessoas Utensílios elétricos Condução por T com o ar externo Infiltração de ar por portas, janelas, etc Condução por T com o ar de sala vizinha ao recinto 65 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica 66 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Unidades : kcal (quilocaloria) – quantidade de energia necessária para elevar em 1 C a temperatura de 1 kg ( 1 litro) de água. BTU (British Thermal Unit) – não pertence ao SI, quantidade de energia necessária para elevar 1 lb de água de 59,5 F para 60,5 F à pressão constante. kJ (quilojoule) – pertence ao SI, a quantidade de energia gasta por uma força de 1 N (newton) para mover um objeto 1 metro na direção da força kW (quilowatt) – pertence ao SI, unidade de potência elétrica/térmica TR (toneladas de refrigeração) – não pertence ao SI 67 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Conversão deUnidades (multiplicadora) TR kcal/h BTU/h kW TR 1 3.024 12.000 4 kcal/h 3,31 x 10-4 1 4 1,16X10-3 BTU/h 8,33 x 10-5 0,25 1 2,93 x 10-4 kW 0,28 860 3412 1 Consciência é como vesícula, a gente só se preocupa com ela quando dói Sergio Porto 68 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Definições Calor Sensível : é o calor notado pelos sentidos, é o indicado pelo termômetro comum. Calor Latente : é o calor que causa a mudança de estado de uma substância em outro ou da estrutura molecular à pressão e temperaturas constantes. exemplo : vaporização da água à pressão atmosférica e 100C = 970 kcal/kg Q : quantidade de calor, normalmente medida em kcal/h TBS ( Temperatura de Bulbo Seco) : é a temperatura do ar ambiente, devendo ser medida por termômetro de mercúrio comum 69 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Definições TBU ( Temperatura de Bulbo Úmido) : tipo de medida de temperatura que reflete as propriedades físicas de um sistema constituído pela evaporação da água no ar, a temperatura mais baixa que pode ser alcançada apenas pela evaporação da água. É a temperatura que se sente quando a pele está molhada e está exposta a movimentação de ar. Ao contrário da temperatura de bulbo seco, a temperatura de bulbo úmido é uma indicação da quantidade de umidade no ar. Quanto menor a umidade relativa do ar (UR), maior o resfriamento 70 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Definições A temperatura do termômetro de bulbo seco é de 20 C e a do de bulbo úmido é de 12 C ; diferença de 8 C. No cruzamento de duas retas nos eixos X e Y, acha-se 32 que é a UR do ar. 71 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Para efeito dos cálculos de Carga Térmica ambiental, devemos observar os seguintes aspectos e em conformidade com a NB-16401 da ABNT. Janelas (insolação) : recebem luz solar de acordo com os pontos cardeais Janelas (transmissão) : tipo de vidro, tijolo, proteção, etc Paredes externas e internas : orientação (pontos cardeais) Teto : tipo, insolação, etc Piso : tipo Portas e vãos Iluminação de aparelhos : tipos 72 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Potência de aparelhos elétricos : tipos Número de pessoas : atividade, tipo de trabalho Ventilação : infiltração, ventilação Dutos : insuflamento, retorno Calores sensível e latente Os valores morais são os únicos que conservaram os preços de antigamente Sergio Porto 73 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Condicionamento de Ar Insolação Condução Pessoas Infiltração de Ar Renovação de ar Iluminação Equipamento Carga térmica de Aquecimentos Condução Infiltração de Ar Parcela a Diminuir (Que Somam no Aquecimento) Pessoas Iluminação Equipamentos 74 Curso : 841 - Engenharia Mecânica PARCELA DE CARGA TÉRMICA DE CONDUÇÃO Esta é uma parcela de calor sensível transmitido através das superfícies que limitam o ambiente. Qa = (K. A . T) kcal/h K coeficiente global de transmissão de calor (kcal/m2 h ºK) ver (Tab. I e J da Springer) A área em m2 T diferença entre a temperatura do ambiente externo (te) e a temperatura desejada no ambiente (ti) ==> T = (te - ti ) Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam Henry Ford 75 Curso : 841 - Engenharia Mecânica CARGA DE INSOLAÇÃO Esta é uma parcela de calor sensível devido a energia de radiação solar. t’ é a diferença de temperatura hipotética, dita de insolação, que varia com: coordenadas geográficas do local (latitude) hora do dia orientação da superfície cor da superfície t’ Ver tabelas F e G da Springer 76 Curso : 841 - Engenharia Mecânica CARGA DEVIDO AO AR EXTERIOR É a parcela de calor trocado devido ao ar exterior que se introduz no ambiente através das frestas; portas ou para renovação do ar no ambiente, sendo uma parte calor sensível e outra latente. V volume de ar que se introduz no ambiente em m3 /h. Para câmaras frigoríficas V = Vc. n onde Vc = volume da câmara n = Tab. 2 (Coleção Técnica) em função do tamanho da Câmara Para ar condicionado a Portaria no 3523/98 do Ministério da Saúde fixa renovação de ar exterior em 27 m3/pessoa. A TAB. 4 para a determinação da renovação de ar. A TAB. 8 da NBR-6401 determina infiltração através de frestas; 77 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Peso específico do ar 1,2 kg /m3 h É a diferença de entalpia do ar exterior e o ar interior do ambiente (através da carta psicrométrica) Outra forma de calcular é através das equações a seguir: Qcs = V..c. (te - ti ) 0,288 m3 / h (te - ti ) (kcal/h) Qcl = V..r. (We - Wi ) 0,72 m3 / h (te - ti ) (kcal/h) r calor de vaporização We umidade de ar em kg/kg ar seco do ar exterior c - calor específico do ar Wi - umidade do ar em kg/kg ar seco do ar desejado no ambiente. 78 Curso : 841 - Engenharia Mecânica CARGA TÉRMICA DEVIDO AO PRODUTO A carga térmica do produto é aquela formada pelo calor que deve ser retirado do produto a ser refrigerado e pode ser constituída pelas seguintes parcelas: Calor sensível de refrigeração antes do congelamento. Calor latente de congelamento. Calor sensível de refrigeração após o congelamento. Calor vital (para os vegetais). Os três (03) primeiros podem ser englobados na expressão: Qd1 = G[c(ti - to ) + r + c’(to - tf) ] G - Peso do produto em trânsito p/ unidade de tempo (kg/h) ti - Temperatura inicial do produto to - Temperatura de congelamento do produto (Tab. 4. - Coleção Técnica) tf - Temperatura final do produto r - Calor Latente de congelamento do produto (Tab. 4 - Coleção Técnica) c - Calor específico do produto antes do congelamento c’- Calor específico do produto após o congelamento Qd2 - O calor vital que resulta do metabolismo dos vegetais, onde consomem O2 e produzem CO2 e vapor de água é encontrado em tabelas (Tab. 4 - Coleção Técnica). 79 Curso : 841 - Engenharia Mecânica CARGA TÉRMICA DEVIDO À PESSOAS Todo o ser humano libera calor sensível e calor latente que variam com a temperatura e a atividade do indivíduo (ver tab. 12 - NBR-6401) Qe = n.q n nº de pessoas (a NBR-6401 traz valores p/ ocupação). q calor liberado por pessoa e p/ hora (tab. 12 - NBR-6401). 80 Curso : 841 - Engenharia Mecânica CALOR DEVIDO A ILUMINAÇÃO E EQUIPAMENTOS Calor dissipado pelas luminárias e equipamentos . Qf1= 0,86.P P Potência instalada em watts (para ar condicionado) Tab-10 da NBR-6401 fornece potência das luminárias em função da área. Construímos muros demais e pontes de menos. Isaac Newton Qf2 = 636 n / N Potência em CV rendimento do motor A TAB-11 da NBR-6401 traz valores de calor dissipado por diversos equipamentos 81 Curso : 841 - Engenharia Mecânica CARGA TÉRMICA TOTAL QT = Qa + Qb + Qc + Qd + Qe + Qf Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Albert Einstein 82 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Para facilitar os cálculos de Carga Térmica, os fabricantes de aparelhos de ar condicionado, costumam publicar tabelas que fornecem o número de quilocalorias por hora (kcal/h) necessárias a cada tipo de ambiente. Um pequeno exemplo : Dimensionar a capacidade de um ar condicionado para refrigerar um escritório com as seguintes características: 1 – Área do escritório, 25 m² com pé direito de 3 m. O escritório não é de cobertura, situa-se entre andares. 2 – Existem 2 (duas) janelas com cortinas recebendo sol da manhã, cada janela tem área de 2 m². 3 – No escritório trabalham 4 pessoas. 4 – Existem 2 (duas) portas. Cada porta tem área de 2 m². 5 – Máquinas e equipamentos de uso contínuo, com suas respectivas potências. 2 computadores com 60W cada 1 minigeladeira com 70W 6 lâmpadas de 60W cada 1 fax com 20W 83 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Cálculo da carga térmica: 1) Ambiente (Escritório) Volume do ar interno Área x Pé Direito 25 m² X 3 m = 75 m³. Tabela - Ambiente : Para 75m³ entre andares temos 1.200 Kcal/h. 2) Janelas Área das janelas 2 Janelas x 2 m² = 4 m². Tabela – Janelas com cortinas, recebendo sol da manhã, temos: Janelas = 640 Kcal/h 84 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica 3) Nº de Pessoas: As pessoas, dissipam energia, seu metabolismo mantém-se com a temperatura corpórea de 36ºC. Como temos 4 pessoas, a Tabela indica: 4 pessoas = 500 Kcal/h 4) Nº de Portas Temos no escritório 2 portas com 2 m² cada uma Área das portas 2 x 2 m² = 4 m² Tabela = 500 Kcal/h Viver é como andar de bicicleta: É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio. Albert Einstein 85 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica 5) Cálculo da potência dissipada pelos equipamentos elétricos 2 computadores : 2 x 60W = 120W 1 minigeladeira : 1 x 70W = 70W 6 lâmpadas : 6 x 60W = 360W 1 Fax : 1 x 20W = 20W TOTAL = 570W Tabela de aparelhos elétricos : (como a tabela não passa de 500 W), temos : 500W => 450 Kcal 100W => 90 Kcal 600W => 540 Kcal 86 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Total da Carga Térmica Ambiente 1200 Janelas 640 Pessoas 500 Portas 500 Aparelhos 540 TOTAL 3.380 kcal/h Para facilitar a escolha do ar, transformamos Quilocaloria (kcal) em BTU. 1 kcal/h = 3,92 BTU/h 3.380 x 3,92 = 13.250 BTU/h 14.000 14.000 ÷ 12.000 = 1,167 TR (Tonelada de Refrigeração) Escolher no mercado um ar condicionado próximo de 14.000 BTU/h 87 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Exercício com Planilha Excel Janelas 5 ao sol Leste e Oeste com 8 m2 cada = 40 m2 Parede mais insolada leve (15 cm) = 35 m2 Paredes leves (15 cm) 35 m2 Forro de telhado não arejado sem isolamento = 131 m2 Equipamentos : computadores, fax, copiadora, = 900 W Número de pessoas – trabalho leve de escritório : 16 Ventilação – vazão : 864 m3 /h 88 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Exercício com Planilha Excel Q sensível - trabalho de escritório : 864 Kcal/h ventilação : 1.728 Kcal/h Q latente - trabalho de escritório : 944 Kcal/h ventilação : 5.356,8 Kcal/h Iluminação Fluorescente : 3.240 W 89 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Croqui 90 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Planilha 91 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica Planilha 92 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica 93 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica 94 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica 95 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica 96 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Carga Térmica 1. Copiar a planilha do site da Estácio com o nome Planilha de Cálculo de Carga Térmica Deus é hábil, mas nunca enganador. Albert Einstein 97 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Mais uma História : Tonelagem de refrigeração (TR) A capacidade de um sistema qualquer de refrigeração é a rapidez com a qual retira calor de um espaço a ser refrigerado. Indica-se em Kcal/h ou em função de sua capacidade de fundir o gelo Antigamente o gelo foi usado como refrigerante. Tornou-se natural, com o desenvolvimento da refrigeração que a capacidade dos refrigeradores mecânicos fosse comparada com a equivalente fusão do gelo. Para fundir 1 ton métrica de gelo serão absorvidas 80.000 Kcal (1.000 kg x 80 Kcal/kg). Isto feito em 1 dia (24 h) a razão de 80.000 / 24 = 3.333 Kcal/h ou 3.333/60 = 55,56 Kcal/min 98 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Em função do exposto, um sistema refrigeração mecânica, resfria com um ritmo equivalente à fusão de uma tonelada de gelo em 24 h; assim o equipamento tem 1 tonelada ou absorve 1 tonelada métrica de calor. Estabelece-se , pois, mediante sistema comparativo com a fusão de tonelada de gelo, uma unidade de refrigeração a TONELAGEM de REFRIGERAÇÃO
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