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INSTITUTO SUPERIOR DE MONTES CLAROS FACULDADE DE COMPUTAÇÃO DE MONTES CLAROS Curso de Bacharelado em Sistemas de Informação Júnior Tadeu de Jesus Lima COMPUTAÇÃO EM NUVEM: os principais aspectos de sua aplicação no ambiente organizacional Montes Claros/MG 2015 Júnior Tadeu de Jesus Lima COMPUTAÇÃO EM NUVEM: os principais aspectos de sua aplicação no ambiente organizacional Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência parcial para obtenção do diploma de Bacharel em Sistemas de Informação da Faculdade de Computação de Montes Claros. Orientador: Especialista Richard Wagner Abreu Silva Montes Claros /MG 2015 Júnior Tadeu de Jesus Lima COMPUTAÇÃO EM NUVEM: os principais aspectos de sua aplicação no ambiente organizacional Trabalho de conclusão de curso apresentado como exigência parcial para obtenção do diploma de Bacharel em Sistemas de Informação da Faculdade de Computação de Montes Claros. Aprovado em: 26/11/2015 BANCA EXAMINADORA Ass. ________________________________________________________ 1º Exam.: Rogério Santos Brant – Mestre – Facomp Ass. ________________________________________________________ 2º Exam.: Wagner José dos Santos Júnior – Especialista – Facomp Ass. ________________________________________________________ 3º Exam.: Richard Wagner Abreu Silva – Especialista – Facomp Montes Claros /MG 2015 Dedico esse trabalho a Deus, meus pais (in memorian) e à minha família. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar agradeço a Deus pelo privilégio de poder concluir mais essa etapa na minha vida. Agradeço também aos meus pais que sempre me ensinaram a lutar pelos meus sonhos e nunca desistir. A minha esposa, pela paciência, compreensão, por sempre me incentivar, e por me apoiar em todas as minhas decisões. Ao meu orientador Richard Wagner pela disposição, paciência e ajuda e aos mestres que me ensinaram que é preciso a cada dia buscar expandir o conhecimento e que é preciso fazer a diferença para que alcancemos nossos objetivos. Enfim, aos demais amigos, familiares, o meu sincero agradecimento. “A tecnologia vai reinventar o negócio, mas as relações humanas continuará a ser a chave para o sucesso”. (Stephen Covey) RESUMO As soluções de gestão corporativas e estratégias de negócio como ERP ou BI, estão cada vez mais presentes nas organizações que buscam melhores resultados em seus processos organizacionais e de negócio. Esse trabalho vem apresentar como as organizações podem melhorar ainda mais seus resultados utilizando esses sistemas em ambiente de computação em nuvem. A computação em nuvem é uma tecnologia que surge com o propósito de proporcionar grandes benefícios como redução de custos, melhora na produtividade e agilidade nos negócios. Assim, a utilização desses sistemas aliados a nuvem, pode ser uma grande alternativa para as empresas que buscam maximizar seus resultados e melhorar seus processos com qualidade e em menor tempo se comparado a utilização desses sistemas de forma tradicional. Esse trabalho foi desenvolvido baseando-se no método de pesquisa exploratório. Palavras-Chave: Benefícios, computação em nuvem, estratégias de negócio, soluções de gestão ABSTRACT Corporate management solutions and business strategies as ERP or BI, are increasingly present in organizations seeking better results in their organizational and business processes. This work hereby presents how organizations can further improve your results using these systems to cloud computing environment. Cloud computing is a technology that comes with the purpose of providing great benefits as reduced costs, improved productivity and business agility. Thus, the use of these systems combined with cloud, can be a great alternative for companies looking to maximize your results and improve your processes with quality and in less time compared to use of these traditionally systems. This work was developed based on the exploratory research method. Keywords: Business strategies, benefits, cloud computing, management solutions LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1 - Representação da computação em nuvem .............................................14 FIGURA 2 - Representação da nuvem privada ..........................................................19 FIGURA 3 - Representação da nuvem pública ...........................................................20 FIGURA 4 - Representação da nuvem híbrida ...........................................................21 FIGURA 5 - Representação da nuvem comunitária ....................................................22 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AWS: Amazon Web Services BI: Business Intelligence (Inteligência de Negócio) CEO: Chief Executive Officer (Chefe Executivo de Ofício) CIO: Chief Information Officer (Chefe de Informação de Ofício) CRM: Customer Relationship Management (Gestão de Relacionamento com o Cliente) DaaS: Database as a Service (Banco de Dados como Serviço) DW: Data Warehouse (Armazenamento de Dados) ERP: Enterprise Resource Planning (Planejamento dos Recursos Empresariais) ETL: Extract Transform Load (Extração, Transformação e Carga) IaaS: Infrastructure as a Service (Infraestrutura como Serviço) HaaS: Hardware as a Service (Hardware como Serviço) IBM: International Business Machines IDC: International Data Corporation IEC: Instalações e Engenharia de Corrosão ODS: Operational Data Store (Armazenamento de dados Operacionais) OLAP: On-line Analytical Processing (Processamento analítico on-line-line) ONU: União das Nações Unidas PaaS: Platform as a Service (Plataforma como Serviço) PC: Personal Computer (Computador Pessoal) ROI: Return on Investment (Retorno sobre Investimento) SaaS: Software as a Service (Software como Serviço) SAP: Systems Applications and Products (Sistemas, Aplicativos e Produtos) SI: Sistemas de Informação SLA: Service level Agreement (Acordo de Nível de Serviço) TIaaS: TI as a Service (TI como Serviço) TI: Tecnologia da Informação TLC: Travel & Living Channel VOIP: Voice Over Internet Protocol (Voz sobre o Protocolo da Internet IP) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12 2 ASPECTOS BASICOS DA COMPUTAÇÃO EM NUVEM ......................................14 2.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA COMPUTAÇÃO EM NUVEM ..................16 2.2 MODELOS DE IMPLANTAÇÃO ...........................................................................182.2.1 Nuvem Privada ................................................................................................18 2.2.2 Nuvem Pública ................................................................................................19 2.2.3 Nuvem Híbrida .................................................................................................21 2.2.4 Nuvem Comunitária ........................................................................................22 2.3 MODELOS DE SERVIÇO ....................................................................................23 2.3.1 Software como Serviço (SaaS) .......................................................................23 2.3.2 Plataforma como Serviço (PaaS) ...................................................................24 2.3.3 Infraestrutura como Serviço (IaaS) ................................................................25 3 A COMPUTAÇÃO EM NUVEM NAS EMPRESAS .................................................27 3.1 ANTES DE MIGRAR PARA A NUVEM .................................................................27 3.2 AMBIENTE DE TESTES PARA APLICAÇÕES EM NUVEM.................................29 3.3 INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS DE TI NA MEDIDA CERTA ...........................30 3.3 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS POSSIBILITADOS PELA NUVEM ............................31 3.3.1 Redução de Custos .........................................................................................31 3.3.2 Produtividade ..................................................................................................32 3.3.3 Agilidade nos Negócios ..................................................................................33 3.3.4 Segurança ........................................................................................................33 4 METODOLOGIA .....................................................................................................37 5 SOLUÇÕES DE GESTÃO E ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO NO AMBIENTE DECOMPUTAÇÃO EM NUVEM .............................................................................38 5.1 SISTEMAS ERP (ENTERPRISE RESOURCE PLANNING) ................................39 5.1.1 Principais Características e Vantagens do ERP............................................40 5.1.2 ERP na Nuvem .................................................................................................42 5.2 BIG DATA (MEGA DADOS) .................................................................................45 5.2.1 Tecnologias e Vantagens do Big Data ...........................................................46 5.2.2 O Big Data e a Computação em nuvem ..........................................................48 5.2.3 Serviço de Nuvem para Análise .....................................................................50 5.3 GESTÃO DE RELACIOANMENTO COM O CLIENTE (CRM) ..............................51 5.3.1 Marketing de Relacionamento e CRM ............................................................53 5.3.2 CRM na Nuvem ................................................................................................56 5.4 BUSINESS INTELLIGENCE (BI) ..........................................................................60 5.4.1 Arquitetura do BI .............................................................................................60 5.4.2 Data Mining (Mineração de Dados) ................................................................61 5.4.3 Benefícios do BI ..............................................................................................62 5.4.4 BI na Nuvem .....................................................................................................63 6 CONCLUSÃO .........................................................................................................67 REFERÊNCIAS .........................................................................................................68 12 1 INTRODUÇÃO As organizações buscam constantemente formas de melhorar seus processos organizacionais, tanto internos como externos, através de tecnologias da informação (TI) e estratégias de negócios, utilizando-se de sistemas de gestão empresarial, obtendo assim melhores resultados em suas transações e em seus processos gerenciais. De acordo com Laudon e Laudon (2010), através desses sistemas, as empresas buscam obter vantagem competitiva, excelência operacional, estreitar o relacionamento com clientes e fornecedores e melhorar a tomada de decisão. Há uma grande necessidade de melhora nos processos, coordenando e mantendo o controle da organização e melhorando a tomada de decisão (LAUDON; LAUDON, 2010). Sendo assim, torna-se necessária a busca por tecnologias que proporcionem esses resultados. Mesmo podendo alcança-los, implantar, adequar e manter esses sistemas, demanda tempo e os custos são altos. É nesse cenário que surge a cloud computing (computação em nuvem), que é uma tecnologia que vem mudando a maneira de se trabalhar com TI. A computação em nuvem traz uma nova perspectiva sobre a forma de aquisição de recursos computacionais, onde esses recursos agora passam a ser ofertados como serviço (VERAS, 2012). Esta é uma tecnologia que traz inúmeras possibilidades para as empresas devido a características como elasticidade e serviço sob demanda, e que pode possibilitar grandes benefícios. A utilização de soluções de gestão e estratégias de negócio presentes nas empresas em ambiente de nuvem, além de poder proporcionar benefícios, podem vir a resolver problemas decorrentes da utilização desses sistemas na forma tradicional, tais como equipamento ocioso, custos autos, processos lentos, dentre outros. (AMAZON, 2015) 13 De acordo com Velte, Velte, Elsenpeter (2013), tais benefícios podem ser operacionais, onde pode-se alterar os processos de negócio através da redução de custos com tecnologia, automação da equipe de TI, flexibilidade para testar e implantar aplicações com facilidade, e etc. Ainda segundo o autor, esses benefícios também podem ser econômicos com a redução de pessoal, redução de hardware, pois pode-se contratar armazenamento ou ciclos computacionais, dispensando a compra de servidores físicos, e tempo, pois com a nuvem, pode-se ter um aplicativo funcionando mais rápido do que no cenário convencional. Essa nova forma de se trabalhar com TI pode favorecer as organizações, pois o uso desses sistemas aliados a computação em nuvem, pode maximizar os benefícios existentes além de propiciar novos benefícios, melhorando ainda mais os resultados de suas transações e processos organizacionais. Diante disso, esse trabalho tem como objetivo abordar os principais aspectos da aplicação da computação em nuvem no ambiente organizacional, levando em consideração a utilização de sistemas de gestão e estratégia de negócios através desta tecnologia, visando a melhora de seus processos de negócio. Este trabalho está dividido de maneira que o referencial teórico vem conceituar computação em nuvem e apresentar seus aspectos básicos como principais características, modelos de implantação e modelos de serviço, apresentar alguns aspectos importante quanto a adoção da nuvem, a nova forma de se adquirir infraestrutura e serviços de TI sob demanda e os possíveis benefícios proporcionados pela computação em nuvem. Em seguida, a metodologia é descrita quanto a sua classificação como exploratória, e procedimentos técnicos como bibliográfica e documental. E por fim, como principal estudo, o trabalho aborda as principais soluçõesde gestão e estratégias de negócio no ambiente organizacional e sua aplicação no ambiente ne nuvem. 14 2 ASPECTOS BASICOS DA COMPUTAÇÃO EM NUVEM Essa sessão do referencial teórico, busca abordar o conceito de computação em nuvem bem como apresentar suas principais características, modelos de implantação e serviços oferecidos. O conceito de computação em nuvem ainda vem se aprimorando. De acordo com Veras (2012, p. 33), computação em nuvem “[...] é um conjunto de recursos virtuais facilmente utilizáveis e acessíveis, tais como hardware, software, plataformas de desenvolvimento e serviços.” Tais recursos podem se ajustar de acordo com a necessidade de cada organização, permitindo a otimização de seu uso, o corte de custos e deixando os departamentos de TI estrategicamente mais focados na empresa (VELTE; VELTE; ELSENPETER, 2013). Segundo o autor, a internet é representada por uma nuvem, o que deu origem ao nome computação em nuvem, que é representada conforme mostra a figura 1. FIGURA 1 – Representação da computação em nuvem Fonte: SOUSA; MOREIRA; MACHADO, 2009 15 A imagem da nuvem representa tudo que funciona na rede. Todos os dispositivos que fazem acesso e os que permitem que a mesma funcione. “[...] a computação em nuvem é uma ideia que nos permite utilizar as mais variadas aplicações via internet, em qualquer lugar e independente da plataforma [...]”. (VELTE; VELTE; ELSENPETER, 2013) Cloud computing traz novas funcionalidades e serviços que são desenvolvidos com o auxílio de novas tecnologias como a virtualização (VERAS, 2012). A virtualização possibilitou as empresas a utilizarem melhor os recursos de hardware e a separação entre o mesmo e software possibilitando uma melhor utilização de seus recursos e um melhor aproveitamento da capacidade de TI. De acordo com Veras (2012), a virtualização consiste na separação entre hardware e software, onde o software é isolado para que não haja acesso direto aos recursos do hardware. Ela permite a emulação de sistema operacional e de rede. É como se a máquina física fosse dividida em várias máquinas lógicas, podendo assim ter mais de um sistema em uma única máquina. Com a virtualização então, pode-se ter até mais de um servidor rodando em uma única máquina, explorando ao máximo sua capacidade, evitando assim o desperdício econômico e de seus recursos. Ao se entender o conceito de virtualização, pode-se entender o conceito de computação em nuvem, pois a nuvem também é um ambiente virtualizado. A ideia de virtualização é justamente a separação do hardware específico dos recursos computacionais, que é o que ocorre com a computação em nuvem (CHEES; FRANKLIN, 2013). Percebe-se então que existe uma importante relação entre essas duas tecnologias pois a implementação de cloud computing, depende em muito da virtualização. 16 2.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA COMPUTAÇÃO EM NUVEM Para que a computação em nuvem seja realmente denominada nuvem, seus provedores precisam dispor de alguns requisitos que são necessários a essa tecnologia. De acordo com o Mell, Grance (2011), a computação em nuvem deve apresentar 5 características essenciais que representam algumas vantagens dessa tecnologia. - Serviços Sob Demanda: Todos os serviços oferecidos pela nuvem devem ser providos automaticamente, conforme a necessidade do cliente e independentemente da quantidade de recursos necessários sem a necessidade de interação humana com o provedor do serviço. (MELL; GRANCE, 2011) - Elasticidade: É a capacidade de prover recursos computacionais com rapidez, aumentando ou diminuindo esses recursos ao mesmo tempo em que são executados (MELL; GRANCE, 2011). O cliente pode, em determinadas épocas, pouco utilizar os serviços como também aumentar essa demanda consideravelmente, logo esses serviços precisam estar sempre disponíveis ao cliente, independentemente de sua necessidade. Com isso, para os clientes, os recursos parecem ilimitados e estarão à disposição e em qualquer quantidade quando precisarem. - Pool de Recursos: Todo ambiente de nuvem deve dispor de uma grande quantidade de recursos que devem estar disponíveis a qualquer momento sempre que o cliente necessitar. Alguns desses recursos devem ser: processamento, memória, armazenamento e largura de banda (MELL; GRANCE, 2011). Esses recursos devem servir a múltiplos usuários em um modelo chamado de multi-tenant (multi-clientes). É como uma caixa de ferramentas que está sempre à disposição de quem precisar. Geralmente, o 17 cliente não tem nenhum conhecimento de onde esses recursos estão, mas pode especificar alguns detalhes como país, estado ou datacenter1. - Serviço Mensurável: Além de provisionar recursos sob demanda, um ambiente de nuvem deve disponibilizar a seus usuários um sistema para monitoração, que forneça informações sobre quais recursos foram utilizados e a quantidade consumida (MELL; GRANCE, 2011). Isso traz transparência tanto para provedor quanto para o cliente que pode ter um controle do que está sendo utilizado. Para que isso seja possível, são utilizados SLAs (Service level Agreement) ou acordo de nível de serviço, que especificam características, qualidade e os valores a serem cobrados pelo serviço. (SOUZA; MOREIRA; MACHADO, 2009) - Amplo Acesso a Serviços de Rede: Segundo Mell, Grance (2011), “recursos devem estar disponíveis através da rede e acessados por mecanismos que promovam o padrão utilizado por plataformas heterogêneas (por exemplo, telefones celulares, laptops e PDAs2).” Hoje em dia, as empresas fazem uso de dispositivos móveis e portáteis além de computadores com sistemas operacionais variados como Windows, Linux ou Mac, logo a nuvem deve proporcionar um ambiente de fácil acesso através desses dispositivos. Nenhuma empresa tem obrigação de mudar aplicativos ou plataformas em virtude de serviços de nuvem, muito pelo contrário, a nuvem é que deve se adequar ao ambiente de trabalho das empresas. 1 “É um conjunto integrado de componentes de alta tecnologia que permitem fornecer serviços de infraestrutura de TI [...]”. (VERAS, 2012) 2 Personal Digital Assistant, ou assistente numérico pessoal é um computador de bolso. Disponível em <http://br.ccm.net/contents/397-pda>. Acesso em 04 de nov. 2015. 18 2.2 MODELOS DE IMPLANTAÇÃO Quanto à implantação de cloud computing, há diferentes possibilidades levando em consideração as necessidades das empresas. A aceitação ou rejeição a determinado modelo, varia de acordo com tipo de negócio, informação, e a visão do empreendedor. (SOUZA; MOREIRA; MACHADO, 2009) Para se implantar um modelo de nuvem, deve-se estar certo de suas reais necessidades e levar em consideração os riscos para seu negócio. Mell, Grance (2011), apresentam quatro modelos de implantação de computação em nuvem que são nuvens: privada, pública, híbrida e comunitária. Esses modelos têm como principal objetivo, estabelecer um ambiente de trabalho que venha suprir as necessidades de cada organização. 2.2.1 Nuvem Privada No ambiente corporativo, empresas que trabalham com informações altamente confidencias, tem grandes preocupações com relação à segurança. Diante dessa situação, a nuvem privada é a melhor opção, pois é administrada pela própria empresa ou por terceiros, não sendo disponibilizada publicamente e também possibilitando um maior controle de sua infraestrutura, além de oferecer várias opções de configuração,a mesma ainda pode ser local ou remota. (SOUZA; MOREIRA; MACHADO, 2009) Por estar em um ambiente interno, uma opção de configuração é a de restrição de acesso. De acordo com a política de segurança da empresa, algumas aplicações podem ser restritas a níveis hierárquicos, o que aumenta ainda mais a segurança. (SOUZA; MOREIRA; MACHADO, 2009) 19 A figura 2 exemplifica a representação de um modelo de nuvem privada. Neste ambiente é feito o controle de permissões de acesso e somente usuários devidamente habilitados podem acessar aplicações e usuários não habilitados são barrados. FIGURA 2 – Representação do modelo de nuvem privada Fonte: BORGES et al, 2011 Segundo Veras (2012), existem dois tipos básicos de nuvem privada: aquela onde a nuvem é hospedada pela própria empresa e a outra é quando a nuvem é hospedada por um provedor de serviços. Alguns benefícios da nuvem privada incluem maior controle de segurança e qualidade de serviços, fácil integração, custos totais mais baixos, despesas de capital e despesas operacionais. 2.2.2 Nuvem Pública Esse é um modelo ofertado publicamente, onde o cliente paga somente pelo que usar e são oferecidos por empresas públicas ou grandes grupos industriais. Esse modelo possui alguns benefícios exclusivos como baixo custo inicial, economia de escala, 20 simplicidade para gerenciamento e pagamento como despesas operacionais. (VERAS, 2012) Na nuvem pública qualquer usuário pode fazer acesso através da internet, mas também existe o ambiente do cliente onde usuários habilitados podem acessar suas aplicações com segurança. Na figura 3 tem-se uma representação desse modelo. FIGURA 3 – Representação do modelo de nuvem pública Fonte: BORGES et al, 2011 Taurion (2012), diz que as vezes, para as empresas, torna-se dispendioso manter um datacenter que não agrega valor, então torna-se muito mais vantajoso transferir sua infraestrutura, ou pelo menos parte dela, para uma nuvem pública. Com isso, a uma troca de despesa de capital para despesa operacional, sem falar que a nuvem pública é mais segura que um datacenter. Esse tipo de nuvem oferece serviços sem nenhuma complexidade. Todo o processo de implantação, gerenciamento, disponibilização e manutenção, é de total responsabilidade de seu provedor. 21 2.2.3 Nuvem Híbrida A nuvem híbrida é uma combinação de dois modelos que mantem suas características originais e são unidas por uma tecnologia que permite a transferência mutua de informações e aplicações entre os mesmos (SANTOS, 2012). O mais comum é a junção da nuvem privada e da nuvem pública, onde a criação, geralmente fica a cargo das empresas e o seu gerenciamento é dividido entre as mesmas e os provedores de nuvem pública. Na figura 4 pode ser observado que através da união da nuvem privada e da nuvem pública, surge a nuvem híbrida. FIGURA 4 – Representação do modelo de nuvem híbrida Fonte: BORGES et al, 2011 Esse modelo torna-se interessante para empresas que necessitam de serviços para aplicativos internos e ao mesmo tempo precisam ser atendidos em situações como teste e validação de sistemas ou capacidade extra de recursos computacionais. (SANTOS, 2012) 22 2.2.4 Nuvem Comunitária Nesse modelo, a nuvem é compartilhada entre várias empresas que possuem interesses comuns como requisitos de segurança, políticas, dentre outros. (VERAS, 2012) Esse tipo de nuvem pode existir localmente ou remotamente e pode ser gerida por uma das empresas participantes ou por terceiros. Conforme pode ser visto na figura 5, as comunidades compartilham os mesmos recursos com acesso restrito aos usuários habilitados de cada comunidade. FIGURA 5 - Representação do modelo de nuvem comunitária Fonte: BORGES et al, 2011 23 2.3 MODELOS DE SERVIÇOS A computação em nuvem oferece hoje três modelos de serviço que são responsáveis por definir um padrão arquitetural na forma em que as soluções são disponibilizadas (SOUZA; MOREIRA; MACHADO, 2009). Mell, Grance (2011) definem esses modelos em: SaaS (Software as a Service - Software como Serviço), PaaS (Platform as a Service - Plataforma como Serviço), e IaaS (Infrastructure as a Service - Infraestrutura como Serviço). 2.3.1 Software como Serviço (SaaS) Neste modelo de serviço, as aplicações são ofertadas aos usuários em substituição ao armazenamento e processamento local, e são acessados através do navegador (VERAS, 2012). Segundo o mesmo autor, o conceito de software como serviço é semelhante ao de ASPs3, onde se disponibiliza o acesso a aplicações aos usuários pela internet. Para Velte, Velte, Elsenpeter (2013), é fácil pensar em SaaS quando se pensa em serviços de e-mail oferecidos por empresas como Microsoft e Google. Os critérios básicos são satisfatórios. O fornecedor hospeda os dados e os programas de forma centralizada e fornece o acesso aos usuários através da web. Com o SaaS, já não há a necessidade de adquirir licenças para rodar a aplicação, o aplicativo SaaS é ofertado em um modelo de assinatura onde os clientes pagam uma taxa contínua para poder usá-lo. (VERAS, 2012) 3 (Aplication Service Provider, em português FAA para fornecedor de aplicações alojadas) Trata-se do fornecimento de serviços e aplicações através da rede. Disponível em: < http://br.ccm.net/contents/196- aplicacao-service-provider-asp>. Acesso em 11 de nov. 2015. 24 No modelo tradicional das empresas, elas precisão adquirir um conjunto de licenças para seus PCs (Personal Computer – Computador Pessoal) ou servidores em diversos departamentos (BORGES et al, 2011). Como o software está na web os usuários podem acessa-lo de qualquer lugar, o que permite maior integração entre as empresas e também com outros softwares. “O SaaS pode ser dividido em duas grandes categorias:” (VELTE; VELTE; ELSENPETER, 2013, p. 174) Linha de serviços empresariais: estas são soluções empresariais[...]. Eles são vendidos através de um serviço de subscrição[...], incluem processos de negócio como gerenciamento de aplicações de cadeia de fornecimento, aplicações de relacionamento com o cliente e ferramentas similares de orientação aos negócios. Serviços de orientação ao cliente: estes serviços são oferecidos ao público em geral em forma de assinatura. Mas frequentemente, entretanto, são oferecidos gratuitamente e suportados pela publicidade. (VELTE; VELTE; ELSENPETER, 2013, p. 174) De acordo com Veras (2012), o SaaS traz duas grandes oportunidades para as empresas. Melhora o gerenciamento de riscos de aquisição de software, e traz mudanças no foco da equipe de TI, que podem se concentra em outras atividades. 2.3.2 Plataforma como Serviço (PaaS) O PaaS é uma plataforma vinculada ao desenvolvimento de aplicações (VERAS, 2012). O PaaS disponibiliza todo um ambiente para criação, hospedagem e testes de software, além de sistema operacional, linguagens de programação e banco de dados (BORGES et al, 2011), evitando assim os custos e dificuldades que normalmente se tem com a aquisição e gerenciamento de software e infraestrutura que são necessários a um ambiente de desenvolvimento. PaaS faz uso de plataforma de terceiros e a grande diferença para o modelo convencional é que a plataforma se encontra em datacenters externos como o Windows Azure da Microsoft. (VERAS, 2012) 25 Neste caso, a equipede TI fica responsável somente por desenvolver o código enquanto todo o ambiente para desenvolvimento e operações fica por conta do fornecedor. O usuário não tem controle sobre o ambiente mas pode controlar as aplicações que estão nela e até algumas configurações. (SOUZA; MOREIRA; MACHADO, 2009) 2.3.3 Infraestrutura como Serviço (IaaS) IaaS é o serviço responsável por dar suporte fornecendo toda a infraestrutura a PaaS e SaaS (SOUZA; MOREIRA; MACHADO, 2009). Conforme Veras (2012, p. 147), infraestrutura como um serviço “[...] é a capacidade que o provedor tem de oferecer uma infraestrutura de processamento e armazenamento de forma transparente para o cliente, normalmente uma organização”. Assim, os usuários não têm nenhum controle sobre a infraestrutura, mas sim sobre os recursos que são oferecidos por ela através de sua virtualização. Orlando (2011) afirma que: Para negócios, o maior valor de IaaS é por meio de um conceito chamado cloud bursting4 — o processo de transferir tarefas para a nuvem nos momentos em que o máximo de recursos de computação é necessário. O potencial para economia de capital por meio de cloud bursting é significativo, pois as empresas não precisam investir em servidores adicionais que operam a 70% da capacidade duas ou três vezes por ano, ficando, no resto do ano, em uma carga de 7 a 10%. Esse serviço é uma ótima alternativa para as empresas que precisam de recursos computacionais por breves períodos de tempo. Elas podem simplesmente alugar os recursos necessários por um tempo determinado ao invés de compra-los, evitando custos e o desperdício de recursos. 4 cloud bursting ou estouro de nuvem é modelo de implantação de aplicativos em que um aplicativo é executado em uma nuvem ou centro de dados privado explode em uma nuvem pública quando há demanda por computação e picos de capacidade. Disponível em: <http://searchcloudcomputing.techtarget.com/definition/cloud-bursting>. Acesso em: 11 de nov. 2015. 26 Além dos modelos de serviços aqui apresentados, existem outros como TIaaS (Tecnologe Information as a Service – Tecnologia da informação como serviço), onde se fornece serviços de TI que agreguem algum tipo de valor de forma intangível. HaaS (Hardware as a Service – Hardware como Serviço), e DaaS (Database as a Service – Banco de Dados como Serviço). A computação em nuvem prove uma grande variedade de serviços, de acordo com a necessidade de cada empresa, que podem pagar conforme o uso e que podem proporcionar grandes benefícios. Isso tudo se torna um grande atrativo para as empresas, mas é preciso estar bem preparado antes de tomar uma decisão favorável a adoção dessa tecnologia. A cessão seguinte, vem sugerir alguns aspectos importantes que devem ser levados em consideração antes de decidir migrar para a nuvem além de apresentar os principais possíveis benefícios da computação em nuvem. 27 3 A COMPUTAÇÃO EM NUVEM NAS EMPRESAS Atualmente as organizações são um conjunto de processos que devem responder a diversas demandas. Devido as constantes mudanças das estratégias empresarias, esses processos acabam sofrendo alterações (VERAS, 2012), com isso, o ideal é uma reconfiguração que acompanhe essas mudanças através de uma TI flexível. A arquitetura cliente/servidor e a arquitetura distribuída, trouxeram essa flexibilidade que a TI precisava, mas a utilização desses recursos ficou degradada (VERAS, 2012). De acordo com este autor, esses recursos eram mais baratos e ficaram sem importância em comparação a flexibilidade que proporcionavam. Teoricamente, a computação em nuvem pode otimizar o uso de recursos sem perder a flexibilidade. A nuvem ganhou destaque por uma TI com crescimento de base de dados e mobilidade devido a diversidade de dispositivos de acesso e a variedade de aplicativos. (VERAS, 2012) 3.1 ANTES DE MIGRAR PARA A NUVEM Ao pensar em migrar para nuvem, a primeira pergunta que se faz é: por onde começar? A questão é que, é preciso conhecer a empresa, saber o que quer e o que deve ser migrado. (VELTE; VELTE; ELSENPETER, 2013) O processo de migração deve ser gradual, assim, tem-se a oportunidade de ver como os dados estão se adequando a nuvem, tendo a chance de perceber como as coisas funcionam (VELTE; VELTE; ELSENPETER, 2013). Se algo der errado, pode-se tomar medidas para correção ou então simplesmente cancelar o serviço. Com planejamento e esforço, as coisas podem ficar bem encaminhadas. 28 Diógenes (2011), ressalta que existem desafios com relação a computação em nuvem no que diz respeito à segurança, mas muitos desses desafios podem ser identificados com um bom planejamento de migração. “A maioria dos casos de fracassos na migração para nuvem acontece por falta de um planejamento inicial [...]”. (DIÓGENES, 2011, p. 9) Mesmo com todos os benefícios que a computação em nuvem pode proporcionar, os gerentes de negócios e de TI ainda são um pouco cautelosos ao migrar dados importantes para a nuvem (SEVERINO, 2014). Ainda segundo ele, existem nove passos para uma migração segura e bem-sucedida: 1. É importante fazer uma profunda avaliação das aplicações da empresa, pois algumas podem estar muito fixadas ao seu sistema, logo a migração não atingira o grau satisfatório desejado. 2. Para a escolha certa do tipo de nuvem que será adotado, é fundamental classificar dados e determinar quais dados e processos são mais importantes. 3. É preciso saber quais as reais necessidades da empresa, saber qual a nuvem é mais adequada: SaaS, PaaS ou IaaS. 4. Escolher o modelo a ser adotado: nuvem pública, privada, híbrida ou comunitária. 5. Especificar uma arquitetura para a plataforma a ser implantada. Isso deve incluir especificações para computação, armazenamento, backup, roteamento de rede, virtualização e hardware dedicado. 6. Especificar os serviços de segurança tais como firewall, detecção de intrusos, gerenciamento de identidades, prevenção contra perda de dados, criptografia, entre outros. 7. Verificar minuciosamente se as políticas do provedor de nuvem estão de acordo com os requerimentos da empresa. 29 8. Analisar bem o provedor do serviço. A análise deve levar em conta se o serviço está geograficamente disperso, se podem ser feitas atribuições de recursos de forma autônoma e se o provedor tem capacidade suficiente para atender o crescimento do negócio. 9. É importante também avaliar se o provedor possui documentação da metodologia para monitoramento do tráfego de seus usuários evitando assim os ataques de negação de serviço que podem ocorrer sem intenção, quais os acordos de níveis de serviço (SLAs) e estabilidade financeira da empresa. 3.2 AMBIENTE DE TESTES PARA APLICAÇÕES EM NUVEM Antes de comprar um carro o cliente faz um teste drive para analisar o desempenho, consumo, tecnologias e etc., com a computação em nuvem não é diferente. Testar a nuvem antes de decidir para saber se a mesma suporta as soluções utilizadas pela empresa é importante, pois ajuda a determinar qual o caminho certo para sua empresa. É importante conhecer bem o serviço que vai utilizar antes de decidir por ele, seja SaaS, PaaS ou IaaS. Algumas empresas provedoras de serviços em nuvem como Amazon, IBM e VMware, provem ambientes de testes para seus clientes. A Amazon por exemplo, disponibiliza o AWS Test Drive onde as empresas podem entendero funcionamento de soluções consagradas de empresas como a Microsoft, Oracle e CISCO. Os resultados obtidos podem ser usados para uma avaliação preliminar antes de tomar uma decisão, seja ela a favor ou contra a migração. (AMAZON, 2015) 30 3.3 INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS DE TI NA MEDIDA CERTA A computação em nuvem oferece às empresas uma forma simples e rápida para adquirir serviços de TI sob demanda, pagando pelo que usar, seja para tarefas simples ou operações específicas sempre com flexibilidade e a um baixo custo. A computação em nuvem elimina suposições quanto a sua capacidade de infraestrutura, além de eliminar problemas com ociosidade de recursos caros e de capacidade limitada (AMAZON, 2015). No ambiente de nuvem, os recursos de TI estão disponíveis em menor tempo em relação a contratação de serviços de forma tradicional. Com a nuvem, as empresas não necessitam mais gastar tanto dinheiro com hardware e nem tempo com manutenção e gerenciamento. A nuvem provisiona exatamente o tipo e a quantidade de recursos necessários para gerenciar o departamento de TI. Por ter como uma característica a elasticidade, a computação em nuvem permite que a empresas consumam aquilo que realmente precisam. A carga de trabalho das empresas pode variar (MYERSON, 2011). Há períodos em que existem cargas maiores, o que implica em uma maior quantidade de recursos como mais armazenamento, maior poder de processamento, mais recursos de rede, enfim, além dos custos a mais, há também desperdício desses recursos, pois em períodos de cargas menores, os mesmos caem em desuso. Com a computação em nuvem, não existe mais esse problema. Se houver à necessidade de mais recursos para sua infraestrutura, basta contrata-los pelo tempo necessário (MYERSON, 2011), voltando ao consumo normal ao final desse período, economizando tempo e recursos de investimentos que podem ser redirecionados para operações e projetos que agreguem maior valor aos negócios, além de manter sua infraestrutura sempre na medida certa. Para se aproveitar melhor a elasticidade da nuvem, faz-se necessário um bom planejamento sobre a capacidade de cargas de trabalho, o que com certeza não é nada fácil. (MYERSON, 2011) 31 3.4 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS POSSIBILITADOS PELA COMPUTAÇÃO EM NUVEM O modelo de nuvem pode trazer muitos benefícios para as operações de TI e equipes de apoio. Tudo que é necessário para construir uma solução de TI tradicional, pode sair caro e o esforço as vezes torna-se ineficiente. (WINKLER, 2013) Uma infraestrutura de nuvem inteligentemente planejada e organizada pode ser mais eficaz e mais eficiente se construído e operado por uma equipe menor do que se você tivesse que tomar a mesma quantidade de hardware e dispersá-la através de inúmeras salas de servidores. (WINKLER, 2013) 3.3.1 Redução de Custos Manter uma infraestrutura com servidores e softwares, traz um grande custo com manutenção e atualizações, sem contar o custo com energia e com recursos humanos (CHEES; FRANKLIN, 2013). Um dos grandes benefícios da computação em nuvem é a redução de custo. Aplicações executadas em nuvem tendem a ser mais baratas do que investir em infraestrutura, compra e administração das mesmas. (VELTE; VELTE; ELSENPETER, 2013) Além dos gastos com hardware, as empresas também têm altos custos com software. Se existe à necessidade de uma melhor gestão e integração dos departamentos da empresa, logo a aquisição de um software mais robusto como um ERP (Enterprise Resource Planning – Planejamento de Recursos Empresariais), é indispensável. Assim, além de custos com licença do software e banco de dados, ainda haveria os custos com pessoal especializado para configuração de tudo. Veras (2012) afirma que há uma economia em escala do lado do fornecimento que é proporcionada por grandes datacenters que baixam os custos por servidor. Isso ocorre devido à redução de custos com energia, pois os datacenters estão localizados em 32 lugares estratégicos, o que reduz mais os custos se comparados a datacenters mantidos em grandes companhias, e também há a redução dos custos de pessoal, pois um administrador de nuvem pode gerenciar mais servidores do que um administrador com um único datacenter. 3.3.2 Produtividade Bueno (2010) afirma que a nuvem oferece vários meios que podem agilizar os negócios. Hoje, tem-se por exemplo serviços gratuitos de e-mail como o OneDrive e o Gmail, que além do serviço de mensagem, também oferecem serviço de armazenamento com um certo limite é claro, tendo a opção de aumentar a capacidade pagando um preço bem razoável. Outra opção ofertada é a de edição online de documentos de texto e planilhas com suporte a vários formatos, além de sincronização de arquivos e chat. Comunicação integrada, documentos e multimídia, são apenas alguns dos recursos. Outro grande serviço, é o de telefonia com VOIP5 onde pode-se citar o Skype For Business (BUENO, 2010). O Skype possui chat, chamadas com vídeo e compartilhamento de tela, serviços que ajudam em reuniões e atendimento a clientes a longa distância. Esse tipo de serviço pode reunir toda a empresa, funcionários, clientes e colaboradores para trabalharem em perfeita harmonia. Esses são apenas alguns recursos que veem demonstrar um pouco da grande capacidade da computação em nuvem e o quanto ela pode melhorar a produtividade das empresas com um preço bastante acessível e muitas vezes até de forma gratuita. (BUENO, 2010) 5 Voice over Internet Protocol, ou voz sobre IP, permite que chamadas telefônicas sejam feitas utilizando a internet. Disponível em: <http://nfs.net.br/2013/11/25/o-que-e-voip-e-quais-sao-seus- beneficios/>. Acesso em 11 de nov. 2015. 33 3.3.3 Agilidade nos Negócios Cloud computing deve ser visto também como uma estratégia de negócio e não somente como mais uma tecnologia (TAURION, 2011). A agilidade nos negócios pode incluir a redução de custos com a adoção da nuvem, de forma a reorientar seus recursos para inovação (COMPUTERWORLD, 2012). Também o SaaS permite uma maior agilidade ao proporcionar flexibilidade na utilização de softwares. Nesse sentido, os colaboradores podem terminar mais rapidamente suas tarefas. Quando se dispõe de práticas de trabalho eficientes, tem-se mais espaço para que a criatividade das pessoas cresça, ajudando as empresas a aumentar o valor da informação que possuem. (COMPUTERWORLD, 2012) Segundo Taurion (2011), ao migrar seus sistemas não-ERP para a nuvem, além da redução do custo operacional, ao mesmo tempo há uma maior agilidade nas novas demandas de TI por partes dos usuários. 3.3.4 Segurança A segurança sempre foi um requisito essencial nas áreas de TI. De acordo com Chees e Franklin (2013), a segurança nos departamentos de TI era voltada em dois aspectos: proteger o hardware e proteger os dados. A situação hoje em dia é totalmente diferente. Ainda de acordo com os mesmos autores, as empresas já não consideram os ativos de hardware como uma prioridade, e sim como uma condição necessária para proteger seus dados, que agora são parte fundamental nos processos de sistemas de informação. 34 Segundo Vinícius Roveda CEO6 – ContaAzul, a nuvem é um ambiente seguro sim. Todo dispositivo eletrônico é passível de falha, perda, roubo dentre outros. A perda de dados pode ocorrer em qualquer dispositivo físico (ROVEDA, 2015). A computação em nuvem proporciona segurança e integridadede seus dados mesmo que um dispositivo de hardware venha a falhar, além de permitir o acesso a eles de qualquer outro dispositivo. Chees e Franklin (2013), ressaltam que a nuvem dispõe de algumas funções de segurança. Autenticação de usuários, onde somente usuários autorizados podem ter acesso aos recursos e informações. O recurso de filtro, garantindo que apenas dados autorizados possam trafegar pela rede e se existe o envolvimento de usuários autorizados, e a encriptação dos dados, que garante a não utilização dos mesmos caso sejam transferidos de forma não autorizada. Paulo Pabliusi, presidente do Cloud Security Alliance Brasil Chapters afirma que “são sete importantes princípios a seguir, quando o assunto é a segurança da informação em computação em nuvem:” (CHAPTERS, 2014) 1. Acesso privilegiado de usuários – A sensibilidade de informações confidenciais nas empresas obriga um controle de acesso dos usuários e informação bem específica de quem terá privilégio de administrador, para que então esse administrador controle os acessos. 2. Compliance7 com regulamentação – As empresas são responsáveis pela segurança, integridade e confidencialidade de seus próprios dados. Os fornecedores de computação em nuvem devem estar preparados para auditorias externas e certificações de segurança. 6 CEO (Chief Executive Officer – Chefe Executivo Oficial), pode ser considerado o principal chefe da empresa. Disponível em: <http://www.mundocarreira.com.br/guia-de-carreiras/siglas-corporativas- entenda-o-que-significa-ceo-cio-cfo-e-coo/ >. Acesso em 11 de nov. 2015. 7 Significa agir de acordo, estar em conformidade com as leis. Disponível em: <http://michaellira.jusbrasil.com.br/artigos/112396364/o-que-e-compliance-e-como-o-profissional-da- area-deve-atuar>. Acesso em: 13 de nov. 2015 35 3. Localização dos dados – A empresa que usa nuvem provavelmente não sabe exatamente onde os dados estão armazenados, talvez nem o país onde as informações estejam guardadas. O fornecedor deve estar disposto a se comprometer a armazenar e a processar dados em jurisdições específicas, assumindo um compromisso em contrato de obedecer aos requisitos de privacidade que o país de origem da empresa pede. 4. Segregação dos dados – Geralmente uma empresa divide um ambiente com dados de diversos clientes. É importante entender o que é feito para a separação de dados e que tipo de criptografia é seguro o suficiente para o funcionamento adequado da aplicação. 5. Recuperação dos dados – O fornecedor em nuvem deve saber onde estão os dados da empresa e o que acontece para recuperação de dados em caso de catástrofe. Qualquer aplicação que não replica os dados e a infraestrutura em diversas localidades está vulnerável a falha completa. Importante ter um plano de recuperação completa e um tempo estimado para tal. 6. Apoio à investigação – A auditabilidade de atividades ilegais pode se tornar impossível em computação em nuvem, uma vez que há uma variação de servidores conforme o tempo, e onde estão localizados os acessos e os dados dos usuários. 7. Viabilidade em longo prazo – No mundo ideal, o fornecedor de computação em nuvem jamais vai falir ou ser adquirido por uma empresa maior. A empresa precisa garantir que os seus dados estarão disponíveis caso o fornecedor de nuvem deixe de existir ou seja migrado para uma empresa maior. Importante haver um plano de recuperação de dados. A cloud computing pode estar se tornando uma tendência, mas as empresas precisam avaliar como ela pode ser benéfica aos seus negócios em comparação a forma tradicional de se trabalhar com TI. Com ela, podem-se abrir novas possibilidades que ajudem no crescimento das empresas. Agilidade, produtividade, redução de custos e 36 segurança, são apenas alguns dos possíveis benefícios que a nuvem pode trazer para as empresas que buscam por melhores resultados. Visando sempre a melhor forma de conduzir seus negócios, as empresas buscam por uma melhor administração através de sistemas de gestão e estratégias de negócio. Esses sistemas proporcionam grandes benefícios, mas também podem trazer possíveis dificuldades. Com a computação em nuvem, os benefícios proporcionados por esses sistemas podem ser maximizados, além de eliminar os problemas que podem surgir decorrentes de sua utilização de maneira tradicional. 37 4 METODOLOGIA Segundo Gil (2002) pode-se classificar uma pesquisa com base em seus objetivos gerais como exploratória, descritiva e explicativa. A presente pesquisa se classifica como exploratória. A pesquisa exploratória objetiva o aprimoramento de ideias e a construção de hipóteses, chegando assim, a uma solução satisfatória para o problema determinado. De acordo com Gil (2002) os diversos tipos de delineamento da pesquisa podem ser classificados de acordo com dois grandes grupos: aqueles que se valem das chamadas fontes de “papel” (pesquisa bibliográfica e pesquisa documental.) e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas (pesquisa experimental, pesquisa ex-post- facto, o levantamento e o estudo de caso, pesquisa-ação e pesquisa participante.). Quanto às chamadas fontes de “papel” a pesquisa se enquadrou como bibliográfica. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Mesmo com dificuldades na realização de pesquisa de campo devido as características da região que não fornece as informações necessárias, segundo Gil (2002), é possível a realização de pesquisas que sejam satisfatórias exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. . Segundo Duarte e Furtado (2002, p.150) “a investigação cientifica é um procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas, curiosidades ou desafios quando são propostos”. A pesquisa bibliográfica atende a esses requisitos e pode perfeitamente alcançar os objetivos desejados. 38 5 SOLUÇÕES DE GESTÃO E ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO EM AMBIENTE DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM O principal objetivo desse estudo é descrever as principais soluções tecnológicas no ambiente empresarial, levando em consideração suas vantagens estratégicas na gestão de negócios no que se refere a integração dos sistemas, relacionamento com o cliente, coleta e armazenagem de dados e no suporte a tomada de decisão, bem como sua aplicação no ambiente de computação em nuvem. Assim as soluções a serem abordadas serão: ERP (Enterprise Resource Planning – Planejamento de Recursos Empresariais), CRM (Customer Relationship Management – Gestão de Relacionamento com o Cliente), Big Data (Mega Dados) e BI (Business Intelligence – Inteligência de Negócios) Alguns estudos indicam que a adoção desse tipo de sistema tem tido um grande crescimento nos últimos anos. De acordo com o IDC8, o mercado de ERP no brasil tem um crescimento anual de 11% (BRANDÃO, 2014). A taxa de crescimento anual do mercado de CRM é de 10% (COMPUTERWORLD, 2014). Outra pesquisa realizada pelo IDC aponta um crescimento anual do mercado de Big Data de 23%. (COMPUTERWORLD, 2015) Essas soluções são tão importantes para as empresas que alguns especialistas apontam uma importância na integração entre elas. Segundo Oliveira, Calvo (2012, p. 12), O sistema ERP com recursos analíticos, passou a assumir uma posição mais estratégica. “O BI precisa de uma fonte de dados e o ERP tem todos os registros da empresa, que podem se transformar em informações valiosas para o negócio. É uma uniãofavorável.” Fernando Lima, analista de software da IDC, afirma que a maioria das empresas já tem implementado um ERP e agora buscam adicionar módulos como CRM e BI. 8 Empresa provedora de inteligência de mercado, consultoria e serviços estratégicos de marketing para os mercados de Tecnologia da Informação e Telecomunicações. Disponível em: <http://br.idclatin.com/about/whyidc.aspx>. Acesso em: 13 de nov. 2015. 39 Mario Tiellet, diretor de vendas e aplicativos da Oracle do Brasil, afirma que houve um aumento da busca pela aliança ERP + BI + CRM, e através dessa aliança, tem-se uma visão 360º da empresa (OLIVEIRA; CALVO, 2012). A maioria das grandes empresas já tem conseguido registrar grandes avanços nos negócios por contarem com uma ferramenta de BI (OLIVEIRA; CALVO, 2012). “As ferramentas do BI dão suporte aos gestores na tomada de decisão por fornecerem o histórico, a visão do cenário atual e auxiliarem em certas previsões quanto às operações [...] ”. (GARCIA, 2015) Com toda a quantidade de dados gerada dentro e fora das empresas, entra em cena o Big Data. O Big Data está sendo considerado como um ativo de grande importância estratégica para o futuro das empresas (STACKPOLE, 2012). Para Eric Williams, CIO9 da Catalina Marketing, “os gestores de tecnologia devem evoluir a arquitetura e cultura de gestão da informação corporativa para oferecer suporte a análises avançadas em armazenamentos de dados”. [...] (STACKPOLE, 2012) As soluções de gestão e estratégias de negócio, são apresentadas a seguir, apresentando seu conceito e aplicação tradicional e posteriormente sua aplicação no ambiente de nuvem. 5.1 SISTEMAS ERP (ENTERPRISE RESOURCE PLANNING) O ERP (Planejamento de Recursos Empresariais) de acordo com Caiçara (2012, p. 90), é “[...] um sistema de informação adquirido em forma de pacotes comerciais de software que permitem a integração entre dados dos sistemas de informações transacionais e dos processos de negócios de uma organização.” Em termos gerais, é um software que pode ser instalado em vários setores de uma empresa permitindo sua integração e compartilhando uma única base de dados, automatizando assim diversas transações. 9 CIO (Chief Information Officer) ou diretor de tecnologia da informação, é o responsável por toda informática da empresa. Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/ceo-cfo-cio-cmo- voc%C3%AA-sabe-o-significado-raphael-da-rocha-le%C3%A3o>. Acesso em: 12 de nov. 2015. 40 O grande objetivo dos sistemas ERP é justamente a unificação dos dados tornando- os disponíveis em tempo real operando através de uma única base de dados que é compartilhada por todos os sistemas (CAIÇARA, 2012). Essa unificação é que permite uma melhor comunicação entre as diversas áreas funcionais de uma empresa proporcionando a alta administração tomar decisões mais acertadas para um melhor controle e planejamento de seus processos de negócios. De acordo com Camargo, Pires e Souza (2010), a grande vantagem proporcionada pela implantação desses sistemas está na padronização dos processos existente que se tornam mais ágeis e aprimorados e no conhecimento adquirido desses processos. 5.1.1 Principais Características e Vantagens dos Sistemas ERP De acordo com Caiçara (2012), um sistema ERP é dotado de algumas características das quais são essenciais para que se cumpra o objetivo do sistema. - Possui banco de dados único – O principal objetivo de sistema ERP é a integração de seus diversos setores, logo se faz necessário um banco de dados único compartilhado por toda a empresa. - São pacotes comerciais – A estrutura de um sistema ERP é adaptável a diversas áreas de negócios. - Apresenta estrutura modular – Os diversos setores de uma empresa são denominados módulos, sendo assim, um sistema ERP é composto por vários módulos integrados que compartilham a mesma base de dados. - É desenvolvido com base nas best pratices – Durante o desenvolvimento de um ERP, são realizados estudos de mercado identificando assim melhores práticas que são aplicadas a cada seguimento, objetivando a criação de um produto que realmente traga vantagens competitivas para a organização na qual será implantado. Dessa maneira, ao adquirir o sistema, a empresa estará 41 adquirindo na verdade uma espécie de consultoria que a ajuda a trabalhar de uma maneira mais otimizada, o que muitas vezes, justifica o investimento e permite analisar o retorno sobre investimento, o ROI (Return on Investment – Retorno Sobre Investimento). “Informação correta, para pessoa correta, na hora correta. [...]. Com efeito, tal afirmação aponta para um produto que pode trazer à empresa inúmeras vantagens. Dentre as principais, apontamos a seguir as mais significativas.” (CAIÇARA, 2012, p. 96) - Elimina a redundância e redigitação dos dados – Como os dados que são digitados no sistema ficam armazenados em um banco de dados único e compartilhado, é possível evitar a ocorrência de dados duplicados e o retrabalho na sua inserção. - Possibilita maior integridade das informações – Sempre que um dado é alterado no sistema, este se reflete em todos os módulos, permitindo, assim, que a informação esteja sempre atualizada. [...] - Aumenta a segurança sobre os processos de negócios – A arquitetura de um ERP, que tem base nas best pratices, concede aos processos de negócios maior segurança. Além disso, os controles de permissões de acesso, baseados em login e senha, também favorecem o aumento de segurança. - Permite rastreabilidade de transações – Como uma pessoa, para se tornar usuária do sistema, deve possuir login e senha, todas as transações efetuadas ficam armazenadas em um arquivo de log, passível de auditoria. - Pode ser implantado por módulos – Como um ERP é composto por módulos, que podem trabalhar independentemente uns dos outros, alguns fornecedores abordam seus clientes através de vendas parciais, contribuindo para a empresa que não possui recurso financeiro necessário para adquirir um sistema completo.Padronização de sistemas – É comum nas 42 organizações a existência de mais de um SI (Sistemas de Informação), funcionando paralelamente, de fabricantes diferentes, desenvolvidos com tecnologias distintas e que apresentam interfaces nada padronizadas. Esse fato acaba gerando um problema de falta de padronização de sistemas, ocasionando vários problemas para a empresa. [...] Através da implantação de um sistema ERP, todas as aplicações são padronizadas independentemente do departamento. Assim, é possível entender que os sistemas ERP não só permitem um melhor controle e planejamento dos processos empresariais, mas também apoiam e facilitam a tomada de decisão por parte dos administradores. 5.1.2 ERP na Nuvem As organizações têm os sistemas ERP como ponto central de suas operações, pois eles ajudam a acompanhar o status e o progresso dos negócios, alinham os custos, diminuem os riscos e melhoram a eficiência operacional ajudando no crescimento do negócio. (GONSALES, 2013) De acordo com Gonsales (2013), “mudar seu atual ERP para tecnologias baseadas na nuvem é uma decisão estratégica que pode trazer muitos benefícios ao negócio [...]”. Uma vantagem percebida é a de não haver necessidade de instalação do sistema, pois como se trata de computação em nuvem, o sistema é acessado diretamente pela internet, o que acaba levando a outra que é a dispensa de toda infraestruturaque seria necessária para implantação do sistema já que agora faz-se necessário apenas uma estrutura simples com computadores pessoais. (GONSALES, 2013) O aplicativo roda diretamente na nuvem com uma estrutura simples, contando apenas com computadores pessoais. Percebe-se assim, uma provável economia no investimento com recursos computacionais. A implantação de um sistema no modelo tradicional requer a compra de servidores de grande capacidade, computadores mais 43 robustos e licenças com programas de banco de dados (CAMARGO; PIRES; SOUZA,2010). No modelo em nuvem não há essa necessidade, o que pode proporcionar essa economia. Os servidores e sistemas são de responsabilidade do provedor, o que reduz os custos operacionais, inclusive o suporte de TI. De acordo com o modelo contratado, pode- se prever os custos mensais. (GONSALES, 2013) Poder controlar os gastos com o sistema torna-se uma possível vantagem. Quando se contrata o sistema, o pagamento é realizado de acordo com o uso, diminuindo o desperdício, haja vista uma subutilização de hardware e software em algumas empresas. As empresas acabam adquirindo equipamento com uma capacidade maior do que realmente precisam como forma de prevenção futura, caso necessitem de alguma alteração ou para dar conta de picos de utilização (CAMARGO; PIRES; SOUZA, 2010). Com o uso da computação em nuvem, essa preocupação já não existe pois pode-se contratar mais serviços sempre que necessário. Transferindo o ERP para a nuvem, a contratação passa a ser sob demanda, ou seja, pode-se ajustar o número de usuários e as aplicações necessárias com maior facilidade para atender as novas exigências do seu negócio e do mercado. (GONSALES, 2013) Segundo Gonsales (2013), é possível testar novas aplicações sem investir muito (compra de hardware e software, por exemplo), podendo assim diminuir o risco de oportunidade caso a solução não atenda às necessidades do negócio. Com isso, à uma melhoria na capacidade de escala. Hoje, os fornecedores de nuvem têm uma grande preocupação e desafio que é a continuidade dos serviços prestados, garantindo assim uma alta disponibilidade para os clientes (GONSALES, 2013). Ainda de acordo com este autor, esses fornecedores possuem várias contingências no que diz respeito a hardware, conectividade, energia elétrica, para evitar que os serviços oferecidos não fiquem inoperantes. Em caso de inoperância dos serviços, são previstos em acordos de níveis de serviços (SLA), 44 multas equivalentes ao comprometimento da operação do cliente. O sistema ERP na nuvem acaba por se tornar uma estratégia para alcançar alta disponibilidade. “Caso sua operação esteja sob sua responsabilidade (em casa) certamente não haverá orçamento para atingir os níveis de contingência dos fornecedores de nuvem, nem tão pouco orçamento para ressarcir os prejuízos de uma eventual parada.” (GONSALES, 2013) Os usuários do sistema ERP podem acessa-lo de qualquer lugar. Segundo Gonsales (2013): A computação em nuvem pode ajudar iniciativas para satisfação de funcionários por permitir que eles realizem todas as suas tarefas de qualquer lugar, inclusive de suas próprias casas, bastando para isso terem uma conexão de internet. Você também pode reduzir significativamente que dados de sua empresa sejam perdidos ou desviados, eliminando a necessidade de transportar arquivos em laptops e pendrives. A Artsoft Sistemas, empresa especializada em soluções de sistemas de gestão ERP e computação em nuvem, afirma que o ERP na web, além de reduzir custos também aumenta a produtividade das instituições. Segundo a empresa, a redução de custos de TI pode chegar a 71% em comparação ao modelo tradicional. Com relação a produtividade, as equipes de TI economizam até 90% de tempo na administração de sistemas. Além disso, o ERP na web promove a colaboração, facilitando a conexão entre matriz e filial e a integração com soluções móveis e o comércio eletrônico. A Artsoft Sistemas também cita alguns casos de sucesso na implantação do ERP na nuvem, como é o caso da IEC, empresa nacional com mais de 40 anos no mercado de engenharia e instalações de estruturas metálicas, migra com total segurança seu setor de faturamento e custos para a nuvem da AWS (Amazon Web Services), obtendo uma maior disponibilidade com acesso remoto a dados e backup automático, redução de custos operacionais, além de poder atender às complexidades do sistema tributário brasileiro eficientemente. (ARTISOFT SISTEMAS, 2015) 45 "Tínhamos um grande gargalo no fluxo de informações. Tivemos atrasos no cronograma e experimentamos alguns problemas com a fragilidade de nossos bancos de dados, escalonamento do sistema e principalmente, no atendimento às obrigatoriedades do sistema tributário brasileiro, que é um dos mais complexos do mundo", explica Rodrigo Sollero Paulo, gerente financeiro da IEC. (ARTISOFT SISTEMAS, 2015) Por essas razões, a IEC teve que adaptar sua antiga estrutura e otimizar seu sistema financeiro, por meio de um gerenciamento eletrônico mais ágil, disponível e elástico, a fim de acomodar novas demandas e assegurar seu desenvolvimento. (ARTISOFT SISTEMAS, 2015) "A melhoria foi sentida pela facilidade da consultoria SAP e dos próprios funcionários conectarem ao sistema de maneira simples e remota, sem depender de infraestrutura interna. Consequentemente os serviços ao cliente final tendem a melhorar", ressalta o especialista. (ARTISOFT SISTEMAS, 2015) 5.2 BIG DATA (MEGA DADOS) Siewert (2013) diz que “Big Data é amplamente definido como captura, gerenciamento e análise de dados que vão além de dados estruturados típicos, que podem ser consultados por sistemas de gerenciamento de banco de dados relacional [...]”. Taurion (2013) afirma que: Pode-se usar a seguinte formula para conceitua-lo. Big Data = volume + variedade + velocidade + veracidade + valor. Volume, pela grande quantidade de dados que é gerado a cada dia. Variedade, pois os dados vêm de diversas fontes. Velocidade porque na maioria das vezes é preciso agir quase que em tempo real sobre um grande volume de dados. Veracidade porque é preciso saber se os dados são verdadeiros e fazem sentido. E valor porque é necessário que haja retorno sobre o investimento em big data. 46 Há uma grande quantidade de dados que passam despercebidos pelas empresas e que poderiam ser utilizados para melhorar os processos ou a tomada de decisões, e o Big Data pode ser utilizado para a descoberta desses dados. (TAURION, 2013) Existem diversas fontes de onde vem essas informações, como os seiscentos milhões de sites, cem mil twites por minuto, os 2,7 bilhões de comentários gerados pelo compartilhamento de mais de um bilhão de usuários diariamente [...] (TAURION, 2013). Siewert (2013) ainda acrescenta que o big data possui novas origens como os arquivos de log, dispositivos móveis e máquina a máquina, onde é informado, através da internet das coisas, o status com o objetivo de planejar a manutenção de veículos e aeronaves. Taurion (2013) diz que os dados são recursos que só tem valor se tratados, analisados e assim, serem utilizados para a tomada de decisão. O autor ainda ressalta que a gerência dos negócios não deve se ater apenas a base de planilhas, pois esse tipo de gestão não atende à complexidade e à velocidade que as decisões exigem. 5.2.1 Tecnologias e Vantagens do Big Data Existem duas formas de se analisar as tecnologias que sustentam a big data: as envolvidas com analytics10, tendo comonomes principais o hadoop11 e mapreduce12 e tecnologia de infraestrutura responsáveis por armazenar e processar os dados (TAURION, 2013). É aqui que se destacam os bancos de dados NoSQLl. 10 Habilidade de utilizar dados, análises e raciocínio no processo de tomada de decisão. Disponível em: <http://metanalytics.com.br/artigos/o-que-e-analytics/>. Acesso em: 12 de out. 2015. 11 É um conjunto de bibliotecas que permite o processamento distribuído de um grande volume de dados. Disponível em: <https://hadoop.apache.org/>. Acesso em: 12 de out. 2015. 12 É um modelo de processamento que permite o processamento de dados. Disponível em: <http://www.devmedia.com.br/hadoop-mapreduce-introducao-a-big-data/30034>. Acesso em 12 de out. 2015. 47 E porque destas tecnologias? De acordo com Taurion (2013, p. 69), “porque big data é a simples constatação prática de que o imenso volume de dados gerados a cada dia excede a capacidade das tecnologias atuais de os tratarem adequadamente.” Devido ao grande volume, variedade e velocidade do big data, os softwares tradicionais já não dão conta, e aí surgem os softwares de banco de dados NoSQL, que tratam imensos volumes de dados estruturados e não estruturados. (TAURION, 2013) A resiliência é algo que vem se tornando extremamente importante. Os dados agora são tratados em tempo real, começam a influenciar na execução de um processo. É de suma importância que alta resiliência e disponibilidade façam parte do projeto de big data (TAURION, 2013). É fundamental ter em mãos uma tecnologia capaz de eliminar ruídos e sujeira dos imensos volumes de dados que são coletados, tornando-os utilizáveis (TAURION, 2013). Nisto são implicados diversos formatos e padrões de dados e desenhos de arquitetura que vem a analisar está complexidade. A época onde o modelo relacional era o padrão de dados já se foi, agora arquitetos e sistemas devem se preparar para trabalhar com vários formatos de dados, tanto relacional quanto a NoSQL, bem como integrar as tecnologias legadas e tecnologias estranhas a TI como hadoop. (TAURION, 2013) Taurion (2013) afirma que no cenário dos negócios, o Big Data já se mostra como um fator diferencial, assim, pode-se identificar algumas das vantagens proporcionadas pelo Big Data: maior transparência, segmentação mais precisa, maior potencial em análises preditivas, a complementação nas decisões com algoritmos automatizados e a criação de novos processos de negócios. (TAURION, 2013) Taurion (2013, p. 44) faz a seguinte afirmação: Portanto, big data não é teoria ou futurologia. Geramos um imenso volume de dados a cada dia e análises de padrões e correlações nessa massa de dados pode produzir informações valiosíssimas em todos os setores da sociedade humana, desde governos buscando entender demandas da população, até empresas buscando se posicionar mais competitivamente no mercado. 48 5.2.2 O Big Data e Computação em Nuvem “Duas iniciativas de TI estão atualmente no topo da lista de prioridades das organizações em todo o mundo: a análise de Big Data e a computação em nuvem (INTEL, 2013).” A nuvem pode ser um grande impulsionador para big data devido a capacidade da nuvem pública de suportar um grande volume de dados além da característica de elasticidade permitindo acionar servidores virtuais apenas no momento de se tratar os dados. (TAURION, 2013) Taurion (2013) afirma que o modelo de computação em nuvem faz todo sentido quanto ao Big Data, devido não se saber o montante de dados que poderá ser tratado. Há uma imensa variação no ajuste da capacidade de processamento e armazenamento, logo fica muito difícil de se planejar uma configuração exata. De acordo com Costa et al (2012, p. 3) “atributos das arquiteturas em nuvem como escalabilidade, baixo custo, agilidade e elasticidade permitem de fato não somente a criação de enormes massas de dados como o tratamento desses dados.” O autor ainda afirma que existe um ciclo que é formado devido à necessidade de novas soluções e desafios que surgem, pois cada vez mais os dados são introduzidos na nuvem. Cada vez mais grandes massas de dados (big data) e nuvem computacional se associam atrás de um mesmo conceito. Alguns analistas preveem que por volta de 2020 a maior parte dos dados digitais no mundo serão manuseados, monitorados e/ou armazenados em nuvens – se não durante todo o ciclo de vida, pelo menos em parte. (COSTA et al, 2012, p. 3) Há uma transição nas organizações que estão passando da fase de se perguntar o que e como armazenar big data para a discussão de como extrair uma análise significativa que responda às necessidades de negócios reais. Um grande número de empresas, que continua a aumentar, está construindo ambientes eficientes e ágeis na nuvem, na medida que a computação em nuvem continua a amadurecer e os provedores de nuvem continuam a expandir a oferta de serviços. (INTEL, 2013) 49 Segundo Matos (2015), Por permitirem infraestrutura mais centralizada e flexível, a Cloud privada se une ao Big Data para acompanhar o desafio de crescimento de TI nas empresas, unificando e facilitando todo o processo de organização de dados, que muitas vezes ainda é feito de forma segmentada, o que toma tempo, torna mais difícil a administração de diversas plataformas e sistemas ao mesmo tempo, consequentemente aumentando as chances de ocorrerem falhas. Faz sentido, então, que as empresas de TI enxerguem a computação em nuvem como uma estrutura que oferece suporte a seus projetos de big data. Há uma necessidade de clusters13 de servidores em ambientes de big data para oferecer suporte às ferramentas que processam os grandes volumes, alta velocidade e os vários formatos de dados. (INTEL, 2013) “As nuvens já estão implementadas em conjuntos de servidores, armazenamento e recursos de rede e podem ter sua capacidade aumentada ou diminuída, conforme necessário.” (INTEL,2013). A nuvem viabiliza uma alternativa econômica para prover suporte a tecnologias de big data e os aplicativos de análise avançada que podem aumentar o valor dos negócios. (INTEL,2013) A interação entre grandes conjuntos de dados para gerar inteligência depende diretamente de efetiva rapidez nas consultas, fácil localização das informações e maior organização dos arquivos, de modo a acelerar todos os processos que as envolvem, mas que demandariam muito mais tempo — e talvez não fossem tão bem executados — caso tivesse que se realizar manualmente toda essa busca e confronto de informações. (MATOS, 2015) Os modelos de serviço em nuvem oferecem flexibilidade excepcional, permitindo assim que a TI avalie qual a melhor abordagem para cada solicitação de usuário de negócios. (INTEL, 2013) 13 Sistema que compreende dois ou mais computadores ou sistemas (denominados nodos) na qual trabalham em conjunto para executar aplicações ou realizar outras tarefas. Disponível em: <http://www.clubedohardware.com.br/artigos/computacao-em-cluster/153>. Acesso em: 11 de nov. 2015. 50 Utilizar a nuvem para fazer análise de Big Data faz sentido por alguns motivos que são: os investimentos em análise de Big Data podem ser significativos e levar a uma necessidade de infraestrutura eficiente e econômica, Big Data pode combinar fontes internas e externas e os serviços de dados são necessários para extrair valor de Big Data. (INTEL, 2013) 5.2.3 Serviços de Nuvem para Análise (AaaS) De acordo com Intel (2013), pode-se utilizar vários tipos de
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