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Prematuridade e sua influência no desenvolvimento infantil

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Neste dia 17 de novembro, comemora-se o Dia Internacional de Sensibilização para a Prematuridade. Parece uma data como outra qualquer, mas expressa o sentimento de muitos de nós, especialistas em crianças e em seu desenvolvimento, que ainda sonham em ver nosso país e nossa cultura realmente engajadas na luta e no desejo de propiciar um começo de vida realmente favorável para nossos filhos e pacientes. Tenho sempre o hábito de dizer que a aprendizagem escolar começa no útero materno e isto não é um exagero. Com as evidências científicas mais recentes, posso ampliar esta frase e afirmar, com certeza, de que não somente a aprendizagem escolar mas também aspectos do comportamento infantil e, mais diretamente do desenvolvimento, começam na fase uterina da vida e dependem muito de como e quando esta criança irá nascer. Neste contexto, nascer prematuro nunca é vantagem, muito pelo contrário! Crianças prematuras estão mais expostas às complicações do nascimento, das doenças e complicações obstétricas e, indo para o ambiente de UTI Neonatal, expõem-se mais aos riscos de sequela neurológica. Não é demais lembrar que a prematuridade é uma anormalidade pois a criança – via de regra – deve nascer a termo e com peso e maturação corporal ideais para uma boa adaptação no mundo extra-uterino. Ao contrariar esta regra da natureza por motivos ora evitáveis, ora irreversíveis, esta criança começa logo cedo a lutar pela sua própria sobrevivência, encarando infecções, problemas respiratórios, metabólicos, neurológicos e nutricionais e, infelizmente, fica a perigo constante de sequelas permanentes visíveis ou que somente emergirão, mais tarde, em idades escolares.
Tais condições aumentam os riscos desta criança desenvolver as mais diversas patologias e transtornos associados a anomalias do desenvolvimento. Distúrbios como TDAH, Autismo, Transtornos de Aprendizagem, Transtornos do desenvolvimento da coordenação, Transtornos de Linguagem e Epilepsias são 3 a 4 vezes mais frequentes em crianças nascidas prematuras e a incidência destas condições já atingem 12% da população nos EUA.
Prematuros tem mais riscos de apresentarem encefalopatias por sequela hipóxico-isquêmica, paralisia cerebral e transtornos neuropsiquiátricos podendo assim ter seu futuro comprometido para atingir o sucesso escolar e a plenitude social. Portanto, é necessária intensa vigilância dos meios da Saúde e da Educação para se evitar o nascimento prematuro e detectar após o nascimento, o mais precoce possível, sinais de risco de problemas de desenvolvimento buscando intervir o mais cedo possível para remediar atrasos que poderão acarretar em severas restrições futuras nos mais diversos eixos da vida do infante. 
 Prematuridade:
Nascimento que ocorre antes das 37 semanas de gravidez;
Importante causa de mortalidade perinatal (28 sem - 7º dia de vida);
Causas muitas vezes inexplicáveis;
Esforços maiores no manejo do que na prevenção (já que não se sabe as causas, é feita a prevenção, como exemplo: hipotermia, distúrbios hormonais… não pode provocar um choque no bebê.
Pré natal é essencial! Assim como o ultrassom.
Estresse, deslocamento precoce de placenta, infecções e doenças na gestação da mulher, são umas das mais comuns causas de nascimento precoce.
Nos últimos anos, a mortalidade diminuiu, porém houve aumento do sofrimento da criança e das famílias e dos efeitos econômicos;
A prematuridade é ⅓ das mortes nos EUA;
A prematuridade é 47% das mortes no Brasil;
Sequelas permanentes em diferentes gravidades (oftalmológica, auditiva e neurológica;
Associado a efeitos neurocomportamentais e a problemas de aprendizagem.
Sequelas neurológicas aparecem lá na frente! (geralmente entre 4 e 5 anos)
O cérebro em formação (2º e 3º trimestre da gestação)
Migração neuronal
↳ neurônios da área mais central do cérebro para a periferia.
Proliferação glial
	↳ células gliais que nascem e se proliferam durante o processo de migração neuronal. Os neurônios são organizados na superfície do cérebro.
Crescimento axonal
	↳ axônios se estendem.
 Formação das sinapses
	↳ comunicações entre neurônios, responsável pelas habilidades motoras/sensitivas. 
 Mielinização
	↳ formação da mielina que envolve os axônios que estão crescendo nos neurônios
Estabilização da conectividade neuronal
	↳ conexão entre áreas neuronais
Durante essa fase da gestação, nenhuma infecção pode acontecer, nem outra coisa que possa causar danos ao bebê. 
Efeitos de complicações da prematuridade:
Visíveis 
Tardios
*Hemorragia é um efeito agudo.
O bebê tem instabilidade de vasos sanguíneos no centro do cérebro, próximos aos ventrículos. A entubação (devido a baixa oxigenação), pulmão imaturo e hipoglicemia levam à hemorragia que vai para dentro dos ventrículos.
Leucomalácia peri ventricular: lesão localizada e permanente dentro das substância branca.
6 meses de gestação: aumento de axônios
Efeitos negativos imediatos:
Acidente vascular cerebral (7%)
Deficiência intelectual (4-5%)
Surdez (1-2%)
Cegueira (1-2%)
Paralisia cerebral ⇒ acomete mais as áreas motoras ⇒levando a hipertonia, espasticidade, falta de equilíbrio, falta de coordenação
Efeitos negativos a longo prazo:
(Kieviet, 2013)
Cognitivos:
	↳ rebaixamento do QI
	↳ disfunções executivas
	↳ memória de trabalho
	↳ planejamento
	↳ atenção (com ou sem hiperatividade)
Prematuridade aumenta em 3% o risco de TDAH
 2. Motor:
	↳ planejamento
	↳ coordenação
	↳ habilidades visuo-motoras
Prematuridade aumenta em 6 vezes o risco de ter problemas na aprendizagem
Prematuridade
Risco 6X maior de levar a problemas cognitivos e motores;
Associado a transtornos de desenvolvimento (TDAH, TEA-Transtorno Espectro Autismo, TDC-Transtorno Desenvolvimento Coordenação, TA-Transtorno Aprendizagem ㅡverbais ou não verbais);
Risco elevado para problemas de aprendizagem;
Necessidade de vigilância dos possíveis efeitos neurológicos e desenvolvimentais.
Entre 4 e 5 anos é essencial vigiar o desenvolvimento da criança na escola.
Livros:	Desenvolvimento de Crianças Nascidas Pré-Termo
			Tatiana I. J. S. Riechi
			Maria Valeriana L. Moura-Ribeiro
		
		
Growing into a different brain
	Jornt F. de Kieviet
Neurologia do desenvolvimento da criança
	Maria Valeriana L. Moura-Ribeiro

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