Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor Cerca de 10-25% das crianças com incapacidade graves, déficit cognitivo ou comportamental tem interferência na qualidade de sobrevida. O ideal é que crianças com atraso no desenvolvimento neuropsicomotor sejam incluídas em um Programa de saúde e desenvolvimento infantil (IHDP), permitindo uma intervenção precoce (estimulo dos pais ou grupos de profissionais) e uma melhora de valores de QI. RECÉM NASCIDO DE RISCO: podem vir a desenvolver uma atraso neuropsicomotor. +Hipóxico-isquêmico: moderado ou grave. + Prematuridade: principalmente os grandes prematuros (≤1500g). + Infecção intrautero: TORCH, HIV, parvovirus. +Abuso na gravidez: drogas, álcool, fumo. + Infecções peri e pós-natais: HIV, sepsis, meningite. Influenciam o SNC. + Baixo peso (PIG): é mais preocupante que um prematuro de 34 semanas, pois ele não recebeu o aporte proteico necessário para o seu desenvolvimento. Fatores de risco: + Biológicos: prematuridade, baixo peso. Essas casos tem alta prevalência para - baixo desempenho testes cognitivos, alterações comportamento, dificuldade escolares. Acabam precisando de retenção escolar e educação especial. + Social: desnutrição (inteligência e cognição, principalmente por carboidratos e proteínas); pouca estimulação (ex. televisão); desajustes familiares (ex. pais com transtornos psiquiátricos). AVALIAÇÃO: exame físico geral, desenvolvimento pondero estatural, perímetro cefálico, exame neurológico, screening teste (ex. Denver II), equipe interdisciplinar. Desenvolvimento pondero estatural: a desnutrição pode causar comprometimento nas áreas motora, linguagem e inteligência. Exame neurológico: aumento ou diminuição do tônus, ausências de reflexos. Avaliar reflexos profundos e superficiais; reflexos automáticos (moro, preensão plantar, reflexo do esgrimista, Landau, reflexo do salvamento); etc. Investigação: + Eletrocefalograma: feito somente em crianças maiores, pois em crianças menores de 2 anos tem padrão diferente que pode ser confundido com patologias. Para o recémnascido pedir uma poligrafia neonatal. +Neuroimagem: - Tomografia e ressonância. O problema da ressonância é a sedação e o fato que o SNC ainda está em processos de maturação (estrutura ainda não é fidedigna). - Ecografia: usado entre fontanelas permite identificar algumas má formações. DESENVOLVIMENTO MOTOR: sustentar a cabeça (2 meses), sentar sem apoio (6 meses), andar (1 ano), correr (17 meses), subir escada (19 meses). Avaliação: usar instrumentos como martelo (ou com dedo consegue reflexo), fita métrica, régua para ângulos, objeto pontiagudo (reação de retirada). Analisar sinais piramidais, tônus, força, equilíbrio, perímetro cefálico, medida de aurícula a aurícula. A sensibilidade é difícil de avaliar. Fatores do atraso motor: falta de estímulos, complicações perinatais (prematuridade [principalmente prematuro extremo <1,5 kg], PIG), malformação cerebral (já pode ser detectado no ultrassom), paralisia cerebral. Sinais de alerta: prematuros, meningite na lactância (repercussão depende do agente), epilepsia parcial, dificuldade apendicular, quedas frequentes (ex. alteração de tônus). Causas de atraso motor: atraso na maturação (maior em meninos do que meninas); privação psicossocial; retardo mental (50% tem atraso no desenvolvimento psicomotor); doenças metabólica (erros inatos do metabolismo); malformação cerebral; epilepsia de difícil controle. + Epilepsia de difícil controle: questiona-se se as convulsões causam o atraso ou se a epilepsia e o atraso tem a mesma causa. Nessas crianças é feito cirurgia, não para diminuir convulsões, mas sim para diminuir atraso no desenvolvimento. DESENVOLVIMENTO DA FALA: balbuciar (6 meses), primeiras palavras (1 ano), dez palavras (18 meses), cinquenta palavras (24 meses). Uma criança aprende 4 a 8 palavras ao dia, após isso começa a combinar as palavras e formar frases curtas. Avaliação: a criança raramente demostra suas habilidades linguísticas na consulta, por isso depende muito do relato dos pais. Cerca de 10-15% demonstram atraso aos 2 anos, sendo que com o uso do Denver II a detecção pode ocorrer mais cedo. Somente 5% dos casos persistem com atraso aos 3 anos, mas essa idade já é tarde demais para fazer alguma intervenção. +Observar: -Escuta voz humana, música e telefone. - Emite sons que lembra fala - afasta surdez profunda, mas pode haver hipoacusia de moderada e alta frequência (50%). Fatores de atraso: história familiar (genético - autossômico dominante); complicações perinatais (prematuridade – kernicterus e falha na audição); malformação cerebral; malformação em crânio; meningites (tropismo por NCVIII); surdez; autismo. Bom prognóstico da fala: + 18 a 24 meses com atraso no vocabulário expressivo, receptivo normal (não fala, mas consegue entender). Isso porque a compreensão está mais ligada a inteligência. + Imitação, intenção e pensamento simbólico preservados - reconhece figuras e partes do corpo; compreende comandos 2 direções; interesse em brinquedos. + Pais com vocabulário amplo utilizado no diálogo com seus filhos. A criança que vai para a escola mais cedo amplia mais o seu vocabulário. + Pais que repetem. + Pais que expandem a fala do filho. Sinais de alerta: ausência de palavras aos 18 meses; não juntar 2 palavras aos 2 anos; não fazer jogos simbólicos aos 2 anos; não fazer jogos imitativos aos 2 anos; não formar sentenças aos 3 anos; fala ininteligível aos 3 anos. Causas de atraso na fala: déficit auditivo; atraso da maturação (masculino maior que feminino); transtorno da linguagem expressiva (dislexia); bilíngue (proficiência com menos de 5 anos); deprivação psicossocial; retardo mental (50%); autismo (masculino maior que feminino). + Bilíngue: atualmente é recomendado que primeiro a criança domine a língua materna para depois aprender outra.
Compartilhar