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Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 1 Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 2 Sumário 1. Introdução e esclarecimentos .................................................. 3 2. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional ............................... 3 3. Políticas Econômicas ................................................................ 3 4. Noções de política monetária .................................................. 4 5. Noções de política fiscal ........................................................... 4 6. Noções de política cambial ...................................................... 4 7. Instrumentos de Política Monetária ........................................ 6 8. Liquidez .................................................................................... 6 9. Mercado Primário e Secundário .............................................. 6 10. Mercado Financeiro: mercado monetário, mercado de crédito, mercado de capitais e mercado cambial. .......................................... 6 11. Mercado de títulos públicos federais ....................................... 7 12. Conselho Monetário Nacional ................................................. 9 13. Banco Central do Brasil .......................................................... 10 14. COPOM - Comitê de Política Monetária ................................ 11 15. Mercado Bancário - Produtos de serviço, produtos de captação, produtos de empréstimo, ............................................... 11 16. Taxas de juros do mercado financeiro. .................................. 11 17. Spread Bancário ..................................................................... 12 18. Depósitos à Vista .................................................................... 12 19. Depósitos a prazo (CDB e RDB) .............................................. 12 20. Cadernetas de poupança ....................................................... 13 21. Letras de câmbio .................................................................... 14 22. Financiamento de Capital Fixo ............................................... 14 23. Financiamento de Capital de Giro .......................................... 14 24. Crédito fixo ............................................................................ 14 25. Crédito rotativo ...................................................................... 14 26. Crédito Direto ao Consumidor (CDC) ..................................... 14 27. Cheque Especial ..................................................................... 15 28. Contas garantidas .................................................................. 15 29. Descontos de títulos .............................................................. 15 30. Hot Money ............................................................................. 15 31. Vendor Finance ...................................................................... 15 32. Compror Finance .................................................................... 16 33. Leasing (tipos, funcionamento, bens) .................................... 16 34. Crédito Rural .......................................................................... 17 35. Pronaf .................................................................................... 18 36. Cobrança e pagamento de títulos, boletos e carnês .............. 18 37. Arrecadação de tributos e tarifas públicas ............................ 18 38. Transferências automáticas de fundos .................................. 18 39. Home / Office Banking ........................................................... 19 40. Remote banking ..................................................................... 19 41. Mobile Banking ...................................................................... 19 42. TED e DOC .............................................................................. 19 43. Mercado interbancário .......................................................... 19 44. Operações de Liquidez no Mercado Interbancário ................ 21 45. Taxas de Juros no Mercado Interbancário ............................. 21 46. Mercado de Capitais .............................................................. 22 47. Conselho Monetário Nacional ............................................... 22 48. Comissão de Valores Mobiliários - CVM ................................ 22 49. Estrutura e Funcionamento ................................................... 23 50. Sociedades Anônimas ou Companhias................................... 23 51. Ação - características ............................................................. 23 52. Direitos dos Acionistas ........................................................... 24 53. Desdobramento e Grupamento de Ações .............................. 24 54. Agentes do Mercado de Capitais ............................................ 24 55. Valor das Ações ....................................................................... 25 56. Bolsas de Valores .................................................................... 25 57. Bolsas de Mercadorias e de Futuros. ...................................... 25 58. BM&FBovespa ........................................................................ 26 59. Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários ............... 26 60. Negociando com Ações ........................................................... 27 61. Funcionamento do mercado à vista de ações......................... 27 62. Mercado de balcão ................................................................. 28 63. Operações de Underwriting .................................................... 28 64. Fundos de Investimento ......................................................... 28 65. Fundos de investimento em renda fixa ................................... 29 66. Fundos de investimento de renda variável ............................. 29 67. Fundos de investimento referenciados em dólar ................... 29 68. Fundos de investimento orientados à aposentadoria ............ 29 69. Planos de aposentadoria e pensão privados abertos ............. 30 70. Planos de aposentadoria e pensão privados fechados ........... 31 71. Sistema de liquidação e custódia – visão geral ....................... 31 72. Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) ................. 31 73. Cetip S.A. - Mercados organizados ......................................... 32 74. BM&FBOVESPA - Câmara de ações ......................................... 32 75. BM&FBOVESPA - Câmara de ativos ........................................ 33 76. BM&FBOVESPA - Câmara de câmbio ...................................... 34 77. Câmara BM&FBOVESPA .......................................................... 35 78. C3 - Central de Cessão de Crédito ........................................... 36 79. Operações com derivativos..................................................... 36 80. Mercado a termo .................................................................... 36 81. Mercado futuro....................................................................... 37 82. Mercado de opções ................................................................ 38 83. Mercado de swaps .................................................................. 39 84. Resumo e Revisão ................................................................... 40 85. Regras prudenciais: ................................................................. 40 86. Risco de crédito ...................................................................... 41 87. Risco cambial.......................................................................... 41 88. Risco de mercado .................................................................... 41 89. Risco de liquidez ..................................................................... 41 90. Conceito de patrimônio de referência .................................... 41 91. Regras prudenciais definidas pelo CMN às instituições financeiras. ....................................................................................... 42 92. Mercado de Câmbio................................................................ 44 93. Instituições autorizadas a operar ............................................ 44 94. Operações básicas .................................................................. 44 95. Contratos de câmbio – características .................................... 45 96. Taxas de câmbio ..................................................................... 45 97. Remessas ................................................................................ 45 98. Posição de Câmbio .................................................................. 47 99. Cartões de Débito ................................................................... 47 100. Cartões de crédito .................................................................. 47 101. Referência Bibliográfica .......................................................... 49 Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 3 1. Introdução e esclarecimentos Seja muito bem-vinda(o) ao curso de Conhecimentos Bancários para o concurso do Banrisul – Banco do Estado do Rio Grande do Sul do Brasil, prova em 13.12.2015. Este curso foi elaborado levando em conta exatamente o conteúdo exigido no Edital Banrisul FDRH nº 01/2015, de 07.10.2015, disponível em fdrh.rs.gov.br/conteudo.php?cod_conteudo=5742. Ao longo do curso teremos a oportunidade de trabalhar todo o conteúdo, por meio de aulas teóricas, exemplos da prática bancária e vários exercícios. Estão inseridos 690 exercícios gabaritados que envolvem somente os assuntos que constam no Edital, que foram divididos em três blocos de 230 exercícios. No primeiro bloco estão as questões mais recentes que caíram nos últimos concursos para instituições financeiras públicas. Nos segundo e terceiros bloco estão questões mais antigas, todas revistas e atualizadas conforme as normas atualmente em vigor. Estarei à disposição em sala de aula e também no meio virtual. Participem da minha comunidade Conhecimentos Bancários no Facebook, acessando facebook.com/ConhecimentoBancario. Estude e realize os seus sonhos! Conte com a minha experiência profissional, pois trabalho em bancos desde 1968. Conte sempre com o meu auxílio e com a minha parceria e comprometimento com a sua aprovação. Fique na paz! Prof. Cid Roberto Brasília (DF) 2. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional Sistema Financeiro Nacional O Sistema Financeiro Nacional - SFN tem a função básica de fazer o encontro dos superavitários (doadores de recursos) com os deficitários (tomadores de recursos). Para que isso ocorra, existem intermediários financeiros legalmente autorizados a fazerem esses encontros. São os operadores do SFN. Eles fazem com que os que têm sobra de dinheiro encontrem alternativas onde aplicar seus recursos financeiros. Esses recursos são repassados para os agentes econômicos que necessitam de dinheiro para atender as suas necessidades de consumo, que podem ser de caráter pessoal bem como para ampliação da capacidade produtiva das empresas. A intermediação financeira implica em captar os recursos dos superavitários, repassando-os para os deficitários. Os intermediários financeiros ganham juros ou comissões, dependendo da operação financeira que estiver realizando. Os superavitários ao aplicarem seus recursos em geral esperam auferir rendimentos positivos. Os deficitários pagam juros pelos recursos que tomam emprestados. Como consta no sítio do Banco Central do Brasil (bcb.gov.br), o SFN está estruturado basicamente em três subsistemas: órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores. Órgãos normativos Entidades supervisoras Operadores Conselho Monetário Nacional - CMN Banco Central do Brasil - Bacen Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros Demais instituições financeiras Comissão de Valores Mobiliários - CVM Bolsas de mercadorias e futuros Bolsas de Valores Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP Superintendência de Seguros Privados - Susep Resseguradores Sociedades Seguradoras Sociedades de Capitalização Entidades Abertas de Previdência Complementar Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc Entidades Fechadas de Previdência Complementar (fundos de pensão) Órgãos Normativos Têm a atribuição de traçar as linhas gerais que devem ser observadas na parte do Sistema Financeiro que está a cargo de cada uma delas. Não executam coisa alguma. São os seguintes: Conselho Monetário Nacional - CMN; Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP; e Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC. Entidades Supervisoras Executam o que foi determinado pelos órgãos normativos, cabendo supervisionar, fiscalizar, acompanhar e punir os operadores do Sistema Financeiro, dentro das atribuições definidas para cada uma delas. São as seguintes: Banco Central do Brasil - Bacen; Comissão de Valores Mobiliários - CVM; Superintendência de Seguros Privados - Susep; e Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc. Operadores (Intermediários Financeiros) São todos aqueles que fazem efetivamente o Sistema Financeiro Nacional alcançar o seu objetivo de proporcionar o encontro dos superavitários com os deficitários, cabendo-lhes observar as regras definidas pelos órgãos normativos e que são implementadas pelas entidades supervisoras. 3. Políticas Econômicas Entende-se como política a habilidade no trato das relações humanas com vista à obtenção dos resultados desejados. De forma mais objetiva, podemos definir política como sendo procedimentos, arranjos adotados com um objetivo específico. Segundo o Dicionário Aurélio, política Econômica é o meio pelo qual um governo busca regular ou modificar os negócios econômicos de uma nação. A política econômica consiste no conjunto de ações governamentais que são planejadas para atingir determinadas finalidades relacionadas com a situação econômica do Brasil. Têm impacto no preço das mercadorias, no nível de produção, no número de empregos, na arrecadação de impostos, à quantidade de moeda na economia. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 4 A gestão da economia visa atender às necessidades de bens e serviços da sociedade e atingir determinados objetivos sociais e macroeconômicos, como: pleno emprego, distribuição de riqueza, estabilidade de preços e crescimento econômico. Para tanto, o governo atua na economia por meio de políticas econômicas, identificadas, principalmente, pela: política monetária, política fiscal e política cambial. Os instrumentos das políticas econômicas são mais eficientes quando aplicados em mercados financeiros mais desenvolvidos. Em mercados menos evoluídos, cuja pequena dimensão e alta concentração de riqueza limitam os efeitos desses instrumentos econômicos, o governo costuma promover maior intervenção no mercado, por meio, principalmente,da fixação das taxas de juros, controle direto do crédito e subsídios ao setor produtivo. 4. Noções de política monetária A política monetária enfatiza sua atuação sobre os meios de pagamento, títulos públicos e taxas de juros, modificando o custo e o nível de oferta do crédito. A política monetária é geralmente executada pelo Banco Central de cada país, o qual possui poderes e competência próprios para controlar a quantidade de moeda na economia. O Banco Central administra a política monetária por intermédio dos seguintes instrumentos clássicos de controle monetário: operações de mercado aberto - open market; recolhimentos compulsórios; controle da taxa de juros; emissão de moeda e operações de redesconto de liquidez. Uma política monetária é expansionista quando eleva a liquidez da economia, injetando maior volume de recursos nos mercados e elevando, em consequência, os meios de pagamentos. Com isso, são dinamizados o consumo e o investimento agregados com reflexos positivos sobre a expansão da atividade econômica. Essa situação é geralmente adotada em momentos de retração do nível da economia, em que se produz um hiato deflacionário. Por outro lado, uma política monetária é restritiva quando as autoridades monetárias promovem reduções dos meios de pagamento da economia, retraindo a demanda agregada (consumo e investimento) e a atividade econômica. As medidas restritivas são tomadas sempre que o crescimento da demanda e dos investimentos empresariais se situarem acima da capacidade da oferta de moeda da economia, visando anular os efeitos de um hiato inflacionário. Essa política visa, em essência, restringir a oferta de crédito e elevar seu custo de forma a adequar o consumo e o investimento agregados à oferta monetária da economia. 5. Noções de política fiscal A política fiscal centraliza suas preocupações nos gastos do setor público e nos impostos cobrados da sociedade, procurando, por meio de maior eficácia no equilíbrio entre a arrecadação tributária e as despesas governamentais, atingir determinados objetivos macroeconômicos e sociais. O governo, ao modificar a carga tributária dos consumidores, influencia também em sua renda disponível e, em consequência, no consumo agregado. Tendo de pagar mais impostos, por exemplo, o consumidor é levado a reduzir seus níveis de poupança e, muito provavelmente, a quantidade de bens e serviços que costuma adquirir. Logo, um aumento de impostos tem por contrapartida esperada uma redução do consumo da população (demanda agregada). Se o governo elevar a cobrança de impostos das empresas, duas importantes repercussões estão previstas: redução dos resultados, o que toma o capital investido menos atraente, e também menor capacidade de investimento, por acumular menores fluxos de caixa, tomando a empresa mais dependente de empréstimos para financiar sua atividade. Pode-se concluir que alterações na política de cobrança de impostos promovem modificações na demanda da economia para consumo e investimento e, identicamente, na situação de equilíbrio da renda nacional. Por outro lado, gastos maiores nas despesas do governo costumam promover incremento na demanda agregada, alterando de forma positiva a renda nacional. Sempre que se verificarem alterações na política fiscal, por meio de impostos e gastos, isso se reflete também no orçamento do Governo. Por exemplo, ao adotar uma política de redução de impostos e aumento de suas despesas para incentivar o crescimento econômico pelo lado da demanda, os resultados dessas medidas oneram o orçamento da União, promovendo um déficit. Esse resultado negativo é coberto pelo Governo geralmente mediante a emissão de moedas ou de títulos públicos, aumentando a dívida pública. No orçamento fiscal do Governo, estão incluídas as receitas tributárias, determinadas pelos diversos impostos e taxas cobrados dos agentes econômicos (IR, PIS, IOF, ICMS etc.), e as despesas de consumo e investimento realizadas. Ocorrendo déficit nesse orçamento, ocasionado por um volume de gastos superior às receitas de impostos previstas, essa necessidade deve ser coberta mediante novas emissões monetárias e de títulos públicos, de maneira a promover o equilíbrio do orçamento. Tanto a colocação de títulos públicos como a emissão de moedas têm reflexos no equilíbrio do sistema monetário, alterando o volume dos meios de pagamento e o nível das taxas de juros do mercado. É importante, diante disso, que as políticas fiscal e monetária sejam estabelecidas de forma complementar, minimizando os desequilíbrios que cada uma das políticas econômicas impõe isoladamente aos mercados. 6. Noções de política cambial A política cambial está baseada na administração das taxas de câmbio, promovendo alterações das cotações cambiais, e, de forma mais abrangente, no controle das transações internacionais executadas por um país. É fixada de maneira a viabilizar as necessidades de expansão da economia e promover seu desenvolvimento econômico. Identicamente às demais políticas econômicas, a política cambial deve ser administrada, evitando-se conflitos com outros agregados macroeconômicos. Por exemplo, uma forte expansão das exportações pode promover, pela conversão de divisas em moeda nacional, um crescimento acentuado da base monetária, gerando pressões inflacionárias na economia e prejudicando o controle dos juros. A principal característica do comércio internacional reside na utilização de diferentes moedas, representativas das economias envolvidas nas operações. Gera-se, com isso, uma necessidade de estabelecer a conversibilidade de uma moeda em outra, definida por taxa de câmbio. Em verdade, a moeda de uma economia é como se fosse um produto, negociável no mercado, que pode ser comprado ou vendido a determinado preço em relação a outra moeda. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 5 A taxa de câmbio representa o valor com que a autoridade monetária de um país aceita negociar sua moeda, ou seja, vender a moeda de sua emissão (compra de moeda estrangeira) ou adquiri-la (vender moeda estrangeira). O Banco Central de um país deve adquirir moeda estrangeira e pagar em moeda nacional os exportadores de bens e serviços e os devedores que tenham obtido empréstimos no exterior. As operações de venda de moeda estrangeira vinculam-se a diversos pagamentos internacionais, como importações, amortizações de dívidas internacionais etc. A taxa de câmbio expressa uma relação entre unidade de uma moeda e outra, ou seja, uma relação entre os valores das moedas. Por exemplo, real frente ao euro, dólar diante da libra esterlina, e assim por diante. Ao admitir-se que são necessários R$ 2,50 para se adquirir € 1,00, diz-se que a taxa de câmbio é de R$ 2,50 reais por 1,0 euro. Se, em algum momento, forem necessários mais reais para se adquirir a mesma quantidade de euros, conclui-se que a moeda nacional se desvalorizou; em caso contrário, entende-se que o real se valorizou (apreciou) frente à moeda estrangeira. A taxa de câmbio é entendida como a quantidade de moeda nacional necessária para que se adquira moeda estrangeira. O câmbio segue diversos padrões monetários, destacando-se na atual ordem econômica mundial as seguintes taxas de câmbio: fixas flutuantes e o currency board. Uma taxa de câmbio é fixa quando tem seu valor atrelado a um referencial fixo, como ouro, dólar ou até mesmo uma cesta de moedas de diversas economias. O valor da moeda passa, assim, a ser expresso em determinada quantidade desses padrões de maneira fixa. Quando ocorrem pressões para alterar a cotação da moeda, o ajuste para se manter a taxa de câmbio inalterada é processado, com a modificação da quantidade de moeda negociadano mercado. Por exemplo, fortes pressões de venda da moeda nacional no mercado desequilibram sua paridade diante de outras moedas, exigindo um enxugamento quantitativo dessa oferta, para evitar sua desvalorização. As taxas de câmbio fixas permitem maior nível de certeza ao comércio internacional, por revelarem, previamente, o valor futuro da moeda. No entanto, a manutenção desse padrão é de maior risco aos governos, obrigando, em momentos de desequilíbrio, que gastem elevadas somas de suas reservas cambiais para manter a cotação da moeda nacional. Por outro lado, o câmbio flutuante (ou flexível), apesar de menos disciplinador, permite maior liberdade às economias na execução de suas políticas monetárias. Atribui, também, agilidade no tratamento de eventuais desequilíbrios econômicos, promovendo alterações nas taxas de câmbio em consonância com as variações da oferta e procura de moeda no mercado. No modelo de câmbio flutuante, as taxas acompanham livremente as oscilações da economia, ajustando-se mediante alterações em seus valores. Em verdade, o equilíbrio de uma taxa de câmbio processa-se pela interação entre a oferta de divisas, em que se situam os agentes econômicos com disponibilidade de moeda estrangeira para conversão, e a demanda, em que estão aqueles que procuram divisas estrangeiras para efetuar pagamento no exterior. Valorizações ou desvalorizações do câmbio provocam diversas consequências relevantes para a economia. Por exemplo, uma desvalorização cambial permite maior competitividade ao produto nacional no exterior, estimulando as exportações do país; por elevar a quantidade de moeda nacional necessária para comprar divisas internacionais, há um encarecimento das importações, desestimulando essa forma de comércio; os investimentos estrangeiros no país também ganham incentivos, dado que com o mesmo volume de moeda estrangeira é possível adquirir maior quantidade de recursos nacionais; a desvalorização encarece ainda o empréstimo no exterior, dificultando os pagamentos da dívida; e assim por diante. Em diferentes momentos, diversas economias emergentes têm adotado o controle do câmbio, o qual define unilateralmente quem pode ou não trocar a moeda local pela moeda estrangeira de maior poder de compra. Em geral, a adoção do câmbio centralizado pelo governo é feita em crises econômicas de grandes repercussões, de forma a evitar a saída maciça de moeda forte da economia, o que fragilizaria a capacidade de pagamento do país. Essa medida, no entanto, apesar de ser eventualmente justificada no horizonte de curto prazo, não sobrevive às críticas e deformações que promove no ambiente econômico em prazos mais longos. Em verdade, o controle cambial costuma promover maior desconfiança aos investidores, principalmente com relação ao resgate do capital investido, tomando a economia menos atraente para investimentos estrangeiros. O Brasil, após um longo período de fortes turbulências econômicas, adotou durante um período o sistema cambial de bandas, que permite uma oscilação da taxa cambial dentro de certos limites mínimos e máximos estabelecidos. Toda vez que o valor da moeda evidencia sinais de exceder esse intervalo, o Banco Central intervém no mercado adquirindo dólares, na hipótese de a taxa cambial recuar para níveis abaixo do limite mínimo, ou vendendo dólares, no caso de a moeda nacional valorizar-se acima do máximo. O currency board (conselho de moeda) é um sistema em que a autoridade monetária assume o compromisso legal de efetuar o câmbio de moeda nacional por moeda estrangeira forte (moeda âncora) a uma cotação fixa. A ideia básica é de que a autoridade monetária de um país passe a funcionar como uma “caixa de conversão”, detendo reservas em moeda forte equivalentes a pelo menos 100% da moeda nacional em circulação. Nesse regime monetário, a autoridade pode somente emitir moeda nacional até o limite das reservas internacionais mantidas no país, devendo honrar toda a operação de compra e venda de moeda forte a uma taxa de câmbio predeterminada. Nesse regime monetário, a aceitação da moeda pelo mercado decorre principalmente da realidade de conversibilidade da moeda nacional em moeda forte (lastro da emissão nacional), a qualquer momento e na quantidade desejada. A condição básica para adotar o currency board numa economia é a existência de reservas monetárias suficientes para lastrear as emissões necessárias de moeda nacional. Para atingir os objetivos do currency board, o governo deve atuar com bastante disciplina, vinculando as emissões da moeda local ao volume de suas reservas internacionais. Nesse regime, a autoridade monetária não pode promover alterações no valor da moeda como forma de administrar eventuais desequilíbrios, devendo atuar com maior rigor e parcimônia sobre as contas nacionais. No sistema de currency board, ainda, o país não tem como atuar na economia através da política monetária. A quantidade de moeda em circulação passa a ser função das reservas internacionais, e não de decisões soberanas de políticas econômicas. Quando adotado esse sistema, espera-se que as taxas de juros e a inflação do país aproximem-se dos patamares praticados pelo país emitente da moeda forte adotada como âncora. O câmbio flutuante é o regime cambial atualmente adotado na economia brasileira. Nesse regime não está prevista a obrigação do Governo de intervir no mercado, sendo a cotação das moedas fixada pela livre interação entre as forças da oferta e procura. Em outras palavras, não há obrigação do Governo em manter o câmbio fixo. Assim, quanto mais dólar estiver em circulação na economia, seja trazido por investidores, turistas, ou resultado Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 6 superavitário da balança comercial, menor o seu valor em relação à moeda nacional. Ao contrário, se ocorrer maior saída de dólar da economia, a cotação da moeda nacional se desvaloriza. É importante acrescentar que, nesse regime cambial, os reflexos de uma crise econômica ocorrem sobre a taxa de câmbio, determinando uma variação expressiva em sua relação. Toda vez que as autoridades monetárias julgarem oportuno, no entanto, pode ocorrer alguma intervenção no mercado, seja adquirindo moedas estrangeiras ou vendendo. Essas atuações do Banco Central não são frequentes, sendo justificadas principalmente para reforço das reservas monetárias do Governo, para conter eventuais sobrevalorizações da moeda nacional ou do dólar, para dar liquidez ao Governo diante de um pagamento externo mais vultoso, e assim por diante. As taxas de câmbio podem ser cotadas no mercado a vista (câmbio a vista ou spot) ou no mercado a prazo (câmbio futuro e câmbio a termo ou forward). No mercado a vista, ou spot, são realizadas operações de câmbio para liquidação imediata. No Brasil, a liquidação da operação costuma ocorrer dois dias úteis após a sua contratação, conhecida por D + 2. As operações de câmbio futuro são realizadas em ambientes organizados de bolsas, seguindo as normas e padronizações adotadas. Por exemplo, as bolsas usualmente impõem certas exigências de garantias, depósitos de margens, limites de flutuações das cotações, datas predeterminadas de vencimento dos contratos, lotes padrões de negociação, e assim por diante. O câmbio a termo, ou forward, é também uma operação a prazo, porém tem seus principais parâmetros de negociação determinados livremente pelas partes contratantes. As operações forward não costumam seguir critérios estabelecidos nos mercados futuros de bolsas, permitindo que sejam negociados os prazos, preços e garantias. No que se refere à entrega da moeda estrangeira objeto da negociação, o câmbio pode ser: manual ou sacado. No mercado de câmbiomanual, as operações são realizadas em espécie (cédulas, moedas ou traveller’s checks), envolvendo a troca física da moeda nacional pela moeda estrangeira. Constitui-se tipicamente em câmbio para turismo e viagens a negócios, voltado para atender a gastos fora do país, e realizado por instituições financeiras credenciadas a operar (bancos, distribuidoras e corretoras) e agências de turismo, desde que autorizados pelo Banco Central do Brasil. Por exemplo, o viajante que chega ao país compra reais em espécie, e o brasileiro que viaja ao exterior adquire cédulas e traveller’s checks mediante pagamentos em espécie, cheques ou débitos em conta corrente. Em operações de comércio externo são usados para o câmbio principalmente ordens de pagamento, letras de câmbio e títulos de crédito. O mercado de câmbio sacado engloba a maioria das operações de compra e venda de divisas realizadas pelas instituições bancárias autorizadas a operar em câmbio. As movimentações externas de dinheiro (remessa ao exterior ou recebimento) ocorrem geralmente através de transferências bancárias entre a instituição nacional e a instituição estrangeira selecionada para participar da transação. 7. Instrumentos de Política Monetária São três, basicamente, os instrumentos utilizados pelo governo: compra e venda de títulos públicos (operações do mercado aberto) - quando o governo vende (lança) títulos no mercado ele retira moeda da economia e quando compra títulos ele coloca moeda na economia; depósitos compulsórios - corresponde a um percentual das captações que os bancos são obrigados a recolher ao Banco Central; quanto maior o percentual do compulsório menos moeda na economia e vice-versa; e controle da taxa de juros - quanto maior a taxa de juros menos pessoas estarão dispostas a tomar dinheiro emprestado, resultando em menos moeda na economia. Alguns defendem que o redesconto e a emissão de moeda também são instrumentos de política monetária. 8. Liquidez Três conceitos: quantidade de dinheiro na economia; capacidade de honrar compromissos financeiros; e possibilidade de transformar algo em dinheiro. 9. Mercado Primário e Secundário Mercado primário As empresas ou o governo emitem títulos e valores mobiliários para captar novos recursos diretamente de investidores. Mercado secundário É composto por títulos e valores mobiliários previamente adquiridos no mercado primário, ocorrendo apenas a troca de titularidade, isto é, a compra e venda. Não envolve mais o emissor e nem a entrada de novos recursos de capital para quem o emitiu. Seu objetivo é gerar negócios, isto é, dar liquidez aos títulos. 10. Mercado Financeiro: mercado monetário, mercado de crédito, mercado de capitais e mercado cambial. A intermediação financeira desenvolve-se de forma segmentada, com base em quatro subdivisões estabelecidas para o mercado financeiro: mercado monetário; mercado de crédito; mercado de capitais; mercado cambial. Apesar de servirem de referência para o estudo do mercado financeiro, esses segmentos sugeridos de mercado muitas vezes se confundem na prática, permitindo que as várias operações financeiras interajam por meio de um amplo sistema de comunicações. Apresentam, ainda, uma referência comum para as diversas negociações financeiras, a taxa de juros, entendida como a moeda de troca desses mercados. O mercado monetário envolve as operações de curto e curtíssimo prazos, proporcionando um controle ágil e rápido da liquidez da economia e das taxas de juros básicas pretendidas pela política econômica das autoridades monetárias. O mercado de crédito engloba as operações de financiamento de curto e médio prazos, direcionadas aos ativos permanentes e capital de giro das empresas. Esse mercado é constituído, basicamente, pelos Bancos Comerciais e Sociedades Financeiras. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 7 Estrutura dos Mercados Financeiros Mercados Atuação Maturidade Monetário Controle dos meios de pagamentos (liquidez) da economia Curtíssimo e curto prazos Crédito Créditos para consumo e capital de giro das empresas Curto e médio prazos Capitais Investimentos, financiamentos e outras operações Médio e longo prazos Cambial Conversão de moedas A vista e curto prazo Mercado monetário O mercado monetário encontra-se estruturado visando ao controle da liquidez monetária da economia. Os papéis são negociados nesse mercado tendo como parâmetro de referência a taxa de juros, que se constitui em sua mais importante moeda de transação. Os papéis que lastreiam as operações do mercado monetário caracterizam-se pelos reduzidos prazos de resgate e alta liquidez. São negociados, principalmente, os papéis emitidos pelo Tesouro Nacional, com o objetivo de financiar o orçamento público, por exemplo: NTN - Notas do Tesouro Nacional; LTN - Letras do Tesouro Nacional); e diversos títulos públicos emitidos pelos Estados e Municípios. São ainda negociados no mercado monetário os certificados de depósitos interfinanceiros (CDI), exclusivamente entre instituições financeiras, e títulos de emissão privada, como o certificado de depósito bancário (CDB) e debêntures. O mercado monetário é essencial para o estabelecimento do nível de liquidez da economia, controlando e regulando o fluxo de moeda convencional (papel-moeda) e de moeda escritural (depósitos a vista nos bancos comerciais). Para adequar o volume de moeda com o objetivo de manutenção de liquidez da economia, a autoridade monetária (Banco Central) atua no mercado financeiro disponibilizando ou retirando recursos da economia. Para aumentar a oferta de moeda, o Banco Central compra títulos no mercado, injetando assim recursos. Ao contrário, para reduzir a liquidez, o Banco Central vende títulos para os investidores de mercado, retirando assim recursos da economia. Mercado de crédito O mercado de crédito visa fundamentalmente suprir as necessidades de caixa de curto e médio prazos dos vários agentes econômicos, seja por meio da concessão de créditos às pessoas físicas, seja por empréstimos e financiamentos às empresas. As operações desse mercado, dentro de uma política de especialização do Sistema Financeiro Nacional, são tipicamente realizadas por instituições financeiras bancárias (bancos comerciais e múltiplos). As atividades dos bancos, que visam principalmente reforçar o volume de captação de recursos, têm evoluído para um processo de diversificação de produtos financeiros e também na área de serviços prestados. Muitas vezes, são também incluídas no âmbito do mercado de crédito as operações de financiamento de bens de consumo duráveis praticadas pelas sociedades de crédito, financeiro e investimento, as financeiras. Nessa estrutura, a atuação do mercado torna-se mais abrangente, provendo recursos a médio prazo, por meio de instituições financeiras não bancárias, aos consumidores de bens de consumo. No processo de intermediação financeira para as operações de crédito, uma instituição pode atuar como sujeito ativo (credor de empréstimos de recursos), ou sujeito passivo (devedor de recursos captados). A Instituição Financeira recebe recursos de poupador, funding da operação de crédito, assumindo a obrigação de devolver o principal acrescido de juros. É uma posição passiva, ficando o banco devedor dos recursos captados. Exemplos: depósitos a vista e depósitos a prazo fixo. Com o capital levantado junto a investidores de mercado, o banco realiza operações de empréstimos e financiamentos a tomadores carentes de recursos, na expectativa de receber no futuro o principal acrescido de juros. Exemplos: empréstimose financiamentos concedidos pelos bancos. As taxas cobradas nas operações ativas são geralmente maiores que as pagas nas operações passivas, formando a diferença entre as taxas um resultado bruto definido por spread. Uma estrutura de intermediação financeira mais avançada envolve a participação indireta da instituição. A sua função é a de conciliar os interesses de poupadores e aplicadores de recursos para viabilizar os negócios, cobrando uma comissão por esses serviços. A Instituição Financeira não se envolve diretamente com os recursos, atua somente no sentido de colaborar com as partes para a realização do negócio. Este formato de intermediação financeira é mais representativo de operações a longo prazo, próprias de mercado de capitais. Os créditos concedidos pelos bancos podem ser realizados por meio de recursos livres ou recursos direcionados. Uma parcela dos fundos captados pelos bancos (passivos dos bancos) deve ser necessariamente direcionada para operações de crédito específicas, atendendo condições de taxas, volume e prazo preestabelecidos pelo Banco Central. Os beneficiários destes recursos direcionados são, basicamente, o setor rural, infraestrutura e habitacional. Os créditos com recursos livres, que constituem a maior parte das operações ativas dos bancos, são concedidos com taxas de juros livremente estabelecidas entre os tomadores e as instituições financeiras. As instituições bancárias realizam diversas modalidades de créditos no mercado, de curto e médio prazos, destacando-se o desconto de títulos, contas garantidas, créditos rotativos, hot money, empréstimos para capital de giro e para pagamento de tributos das empresas, vendor, repasse de recursos externos (Resolução 63) e crédito direto ao consumidor, assunção de dívidas e adiantamentos de contratos de exportação (ACC e ACE). Mercado de Capitais e Mercado Cambial Os assuntos Mercado de Capitais e Mercado Cambial serão estudados com detalhes mais a frente. 11. Mercado de títulos públicos federais O governo federal costuma captar recursos no Mercado Financeiro por intermédio da emissão de títulos públicos visando suprir suas necessidades de recursos de custeio e investimento. Esses títulos constituem-se em alternativa de investimento para o mercado e são registrados como dívida mobiliária. Os títulos públicos federais têm aceitação e liquidez. Essencialmente, os títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional estão voltados para a execução da política fiscal do Governo, antecipando receitas orçamentárias ou financiando déficits fiscais. Anteriormente, o Banco Central podia emitir títulos públicos com o objetivo principal de implementação e execução da política monetária. No entanto, por resolução do Conselho Monetário Nacional, o Banco Central não pode mais emitir títulos da dívida pública desde o ano 2.002, por conta das restrições previstas na Lei Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 8 Complementar nº 101, de 04.05.2000, a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal. Os títulos públicos federais são emitidos e garantidos pelo Governo Federal e têm por finalidade financiar a dívida pública, antecipar as receitas, ou serem utilizados como instrumento de política monetária. As vendas de títulos públicos podem ser realizadas mediante três formas: oferta pública com realização de leilões; oferta pública sem a realização de leilões (venda direta pelo Tesouro); emissões destinadas a atender a necessidades específicas previstas em lei. Os leilões de títulos públicos no mercado pode ocorrer de duas formas: Leilão formal (primário). Leilão informal (go around). No leilão formal, a autoridade monetária divulga ao mercado as condições dos negócios, como tipo, características, quantidade e prazo dos títulos que serão objetos do leilão, entre outras informações. Os investidores efetivam suas propostas de compra, as quais são encaminhadas ao Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) para que sejam efetuadas as respectivas transferências de titularidade e liquidações financeiras. O leilão informal caracteriza-se pela possibilidade do Banco Central intervir no mercado, comprando ou vendendo títulos conforme sejam seus objetivos. Para colaborar neste processo, o Banco Central atua junto com instituições credenciadas a operar no mercado aberto, conhecidas por dealers. Ao decidir entrar no mercado para comprar ou vender títulos, o Banco Central avisa aos agentes de sua intenção através dos dealers. Os interessados em negociar com o Banco Central enviam suas ofertas, as quais poderão ser aceitas ou rejeitadas. Desta forma, o Banco Central atua regularmente no mercado aberto, negociando títulos públicos de forma definitiva, ou através de operações compromissadas, que apresentam uma obrigação de recompra. Seu objetivo com estas intervenções é o de direcionar as taxas de juros para a meta estabelecida. Todas as pessoas residentes no Brasil que possuam Cadastro de Pessoa Física (CPF) podem investir diretamente em títulos públicos, através do programa conhecido por Tesouro Direto. Estão disponíveis para compra diversos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, como: LTN - Letra do Tesouro Nacional, LFT - Letra Financeira do Tesouro, NTN - Notas do Tesouro Nacional, entre outros. O Tesouro Direto é um programa de venda de títulos públicos para investidores pessoas físicas por via eletrônica (Internet). Nessa modalidade, a compra dos títulos é feita diretamente, não ocorrendo em custos de intermediação. Estes títulos são considerados de baixíssimo risco, e assumem somente o risco conjuntural. Por definição, um título público não tem o risco do emitente. O Governo Federal é considerado risco zero. Ele é considerado o melhor pagador. A rentabilidade dos títulos pode ser prefixada, pós-fixada ou indexada por algum índice de preços da economia. O investidor pode vender os títulos adquiridos a qualquer momento do prazo de emissão. Assim, se mantiver os títulos até o vencimento, auferirá um retomo exatamente igual à rentabilidade (antes dos impostos) definida no momento da aplicação. Ao desejar negociar antecipadamente o título, se sujeitará aos preços de mercado vigentes na data da venda, podendo o retomo superar ou ficar abaixo da taxa contratada. Os títulos da dívida pública do Governo Federal, de responsabilidade do Tesouro Nacional, classificados pela natureza de suas emissões, e suas principais características de negociação, são apresentados a seguir: Títulos do Tesouro Nacional Títulos do Banco Central BTN - Bônus do Tesouro Nacional LTN - Letras do Tesouro Nacional LFT - Letras Financeiras do Tesouro NTN - Notas do Tesouro Nacional CTN - Certificado do Tesouro Nacional CFT - Certificado Financeiro do Tesouro BBC - Bônus do Banco Central LBC - Letras do Banco Central NBC - Notas do Banco Central Por resolução do Conselho Monetário Nacional, o Banco Central do Brasil não pode mais emitir títulos da dívida pública a partir de 2 anos após a data de publicação da Lei Complementar nº 101, de 04.05.2000. BTN - Bônus do Tesouro Nacional Este título veio substituir a antiga OTN (Obrigações do Tesouro Nacional). O valor nominal deste título é de NCz$ 1,00 (um cruzado novo), referente a fevereiro de 1989, sendo esse valor corrigido monetariamente a cada semestre. O título paga ainda juros de 6% a.a. sobre o valor nominal corrigido. Com o fim do período de altas taxas de inflação, o Governo decidiu em 1991 extinguir o BTN. LTN - Letras do Tesouro Nacional Possuem valor nominal múltiplo de R$ 1.000,00 e são negociadas com deságio sobre o valor nominal no mercado (desconto), pagando o investidor uma quantiainferior a seu valor de face. O resgate se dá pelo valor nominal do título. As formas de emissão e colocação das LTNs se dão por: oferta pública, com a realização de leilões, podendo ser ao par, com ágio ou deságio; forma direta, mediante expressa autorização do Ministério da Fazenda, não podendo nesse caso ser colocadas por valor inferior ao par. O prazo das LTNs é definido no momento de sua emissão. LFT - Letras Financeiras do Tesouro Têm seus rendimentos definidos pela média da taxa Selic, garantindo uma rentabilidade de mercado ao investidor. O resgate se dá pelo valor nominal acrescido do respectivo rendimento acumulado desde a data-base do título. São papéis atraentes e seus prazos de resgate são definidos por ocasião de sua emissão. As formas de emissão e colocação desses papéis são idênticas às descritas para as LTNs: oferta pública e direta. São emitidas diversas séries de Letras Financeiras do Tesouro, alterando-se basicamente a forma de remuneração. NTN - Notas do Tesouro Nacional Oferecem rendimentos pós-fixados e atrelados a um indexador de preços da economia. Os juros são pagos periodicamente. São lançadas também diversas séries de NTN, pagando rendimentos diferenciados. Estes títulos apresentam opções de rendimentos e prazos diferentes de acordo com seu tipo de emissão. CTN - Certificado do Tesouro Nacional Objetiva levantar recursos visando cobrir déficits orçamentários. O valor nominal do título é atualizado pela variação de um índice de preços da economia. O preço unitário é calculado aplicando-se a taxa de desconto de 12% sobre o valor nominal atualizado. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 9 CFT - Certificado Financeiro do Tesouro Tem por objetivo atender a finalidades específicas previstas em lei. O prazo de emissão do CFT é definido no momento de seu lançamento. A taxa de juro oferecida pelo título é definida também quando de sua emissão, sendo calculada sobre o valor nominal atualizado. Há diversas séries emitidas do título, diferenciando-se basicamente pelo rendimento oferecido. BBC - Bônus do Banco Central Caracteristicamente de curto prazo e utilizados nos leilões de títulos públicos do Banco Central. Apresentam rendimentos prefixados na forma de desconto (deságio). Os prazos desses títulos são de 28, 35, 42 e 49 dias. LBC - Letras do Banco Central São títulos bastante semelhantes às Letras Financeiras do Tesouro (LFT), tendo sua remuneração definida pela taxa média diária (overnight) do Selic. São ativos quase-moeda de grande atratividade para os investidores. NBC - Notas do Banco Central Oferecem rendimentos postecipados e atrelados a um indexador da economia. Os juros costumam ser pagos periodicamente, e seu prazo de emissão mínimo é de três meses. As autoridades monetárias lançaram uma série especial desse título (NBC-E), com correção atrelada à variação do dólar. A gestão da dívida pública federal, interna e externa, é de responsabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). O Banco Central é o agente financeiro do Tesouro Nacional, e responsável pelos negócios (compra e venda) com títulos mobiliários internos. Os títulos da dívida pública podem oferecer rendimentos prefixados, ou pós-fixados, atrelados a algum indexador, como inflação, taxa Selic ou variação cambial. O título prefixado tem a rentabilidade definida no momento da compra, sendo garantida ao investidor desde que permaneça com o papel até o seu vencimento (não realiza venda antecipada). O título pós-fixado tem a rentabilidade atrelada à variação de algum índice de preços previamente selecionado ou taxa de juros. O investidor não é obrigado a manter o título até o seu vencimento. A negociação desses papéis no mercado ocorre à taxa do dia, podendo ser diferente da taxa contratada na aquisição. O investidor garante a rentabilidade prometida pelo título na compra somente se manter o título até o seu vencimento. O quadro abaixo apresenta um resumo dos rendimentos dos principais títulos públicos. Títulos prefixados Títulos pós-fixados LTN NTN-F (Série F) LFT - Atualizado pela Selic NTN-B (Série B) - Atualizado pelo IPC-A NTN-C (Série C) - Atualizado pelo IGP-M NTN-D (Série D) - Atualizado pela variação cambial (dólar) NTN-H (Série H) - Atualizado pela TR - Taxa Referencial 12. Conselho Monetário Nacional O Conselho Monetário Nacional (CMN) foi instituído pela Lei nº 4.595, de 31.12.1964. É o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Tem a responsabilidade de expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. Dentre suas funções estão: fixar a meta anual de inflação; adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia e seu processo de desenvolvimento; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras com vistas a propiciar, nas diferentes regiões do País, condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico da economia nacional; propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública interna e externa; regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras; fixar as diretrizes e normas da política cambial, inclusive quanto a compra e venda de ouro; disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas; regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades no SFN, bem como a aplicação das penalidades previstas; regulamentar, fixando limites, prazos e outras condições, as operações de redesconto e de empréstimo, efetuadas com quaisquer instituições financeiras públicas e privadas de natureza bancária; estabelecer normas a serem observadas pelo Banco Central do Brasil - Bacen em suas transações com títulos públicos; estabelecer limites para a remuneração das operações e serviços bancários ou financeiros (juro, tarifas, etc); outorgar ao Banco Central o monopólio das operações de câmbio quando necessário; determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas; expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras; autorizar as emissões de moeda; aprovar os orçamentos monetários preparados pelo Banco Central; aplicar aos bancos estrangeiros que funcionem no País as mesmas vedações ou restrições equivalentes, que vigorem nas praças de suas matrizes, em relação a bancos brasileiros ali instalados ou que nelas desejem estabelecer-se; determinar o recolhimento de até 60% do total dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições financeiras por: subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, recolhimento em espécie. Em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil; fixar e divulgar a TJLP - Taxa de Juros de Longo Prazo até o último dia do trimestre imediatamente anterior ao de sua vigência (no caso, 31.12, 31.03, 30.06 e 30.09). Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito - Comoc, composta dos seguintes membros: presidente e quatro diretores do Banco Central do Brasil; presidente da Comissão de Valores Mobiliários; secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Secretário-Executivo e Secretários do Tesouro Nacional e de PolíticaEconômica do Ministério da Fazenda. A Comoc possui as seguintes competências: Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 10 propor a regulamentação das matérias tratadas na presente Lei, de competência do Conselho Monetário Nacional; manifestar-se, na forma prevista em seu regimento interno, previamente, sobre as matérias de competência do Conselho Monetário Nacional, especialmente aquelas constantes da Lei nº 4.595, de 31.12.1964; outras atribuições que lhe forem cometidas pelo Conselho Monetário Nacional. Estão previstas de funcionar também junto ao CMN as seguintes Comissões Consultivas: de Normas e Organização do Sistema Financeiro; de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros; de Crédito Rural; de Crédito Industrial; de Crédito Habitacional, e para Saneamento e Infra-Estrutura Urbana; de Endividamento Público; e de Política Monetária e Cambial. É constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda (Presidente), pelo Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento Gestão e pelo Ministro de Estado Presidente do Banco Central do Brasil (Bacen). Os seus membros reúnem-se ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente por convocação do seu presidente para deliberarem sobre assuntos relacionados com as competências do CMN. A data, a hora e o local de cada reunião serão determinados pelo presidente do conselho. Participam das reuniões do CMN: os conselheiros; os membros da Comoc; os diretores do Banco Central do Brasil, não integrantes da COMOC; representantes das Comissões Consultivas, quando convocados pelo Presidente do CMN. Poderão assistir às reuniões do CMN: assessores credenciados individualmente pelos conselheiros; convidados do presidente do conselho; funcionários da secretaria-executiva do conselho, credenciados pelo Presidente do Banco Central do Brasil. Somente aos conselheiros é dado o direito de voto. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de Resoluções, normativo de caráter público, sempre divulgado no Diário Oficial da União e na página de normativos do Banco Central do Brasil. De todas as reuniões são lavradas atas, que informarão o local e a data de sua realização, nomes dos conselheiros presentes e demais participantes e convidados, resumo dos assuntos apresentados e debates ocorridos e as deliberações tomadas, cujo extrato é publicado no Diário Oficial da União - DOU. As decisões de caráter confidencial serão comunicadas somente aos interessados. Os serviços de secretaria do CMN são exercidos pelo Bacen. As metas de inflação e os respectivos intervalos de tolerância serão fixados pelo Conselho Monetário Nacional - CMN, mediante proposta do Ministro de Estado da Fazenda até 30 de junho de cada segundo ano imediatamente anterior ao da meta. 13. Banco Central do Brasil Trata-se de uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, com diretoria colegiada composta de nove membros (presidente e oito diretores), todos nomeados pelo Presidente da República, sujeitos à aprovação do Senado Federal. É o principal órgão executivo do Sistema Financeiro Nacional. O Bacen faz cumprir todas as determinações do CMN (Conselho Monetário Nacional). É por meio do Bacen que o governo intervém diretamente no Sistema Financeiro. As principais atribuições do Bacen são: executar as políticas monetárias e cambiais, de acordo com as diretrizes do Governo Federal; regular e administrar o Sistema Financeiro Nacional; administrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) administrar e sanear o meio circulante; emitir papel moeda; autorizar e fiscalizar o funcionamento das instituições financeiras, punindo-as se for o caso; controlar o fluxo de capitais estrangeiros; exercer o controle do crédito executar os serviços de meio circulante; determinar os recolhimentos compulsórios de até: até 100% do total de depósitos a vista; e até 60% de outros títulos contábeis (também chamados de rubricas contábeis ou contas do balanço patrimonial). Seja na forma de subscrição de Letras ou Obrigações do Tesouro Nacional ou compra de títulos da Dívida Pública Federal, seja através de recolhimento em espécie. Em ambos os casos entregues ao Banco Central do Brasil. Pode ser diferente em função das regiões geográficas, das prioridades e da natureza das instituições financeiras, receber os recolhimentos compulsórios dos bancos; realizar operações de redesconto; efetuar como instrumento de política monetária a compra e venda títulos públicos federais; e regular o serviço de compensação de cheques e outros papeis. É vedado ao Banco Central: fazer operações bancárias de qualquer natureza com outras pessoas de direito público ou privado, salvo as expressamente autorizadas por lei. Os encargos e serviços de competência do Banco Central, quando por ele não executados diretamente, serão contratados de preferência com o Banco do Brasil S. A., exceto nos casos especialmente autorizados pelo Conselho Monetário Nacional. Constituem receita do Banco Central do Brasil as rendas: de operações financeiras e de outras aplicações de seus recursos, das operações de câmbio, de compra e venda de ouro e de quaisquer outras operações em moeda estrangeira, e eventuais, inclusive as derivadas de multas e de juros de mora aplicados por força do disposto na legislação em vigor. Banco dos bancos Depósitos compulsórios e redesconto de liquidez. Gestor do SFN Normas, autorizações, fiscalização e intervenção. Executor da política monetária Controle dos meios de pagamento - liquidez do mercado. Banco emissor Orçamento monetário, emissão e saneamento do meio circulante. Banqueiro do governo Gestor e fiel depositário das reservas internacionais do país, e representante do país diante das instituições financeiras internacionais. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 11 14. COPOM - Comitê de Política Monetária O Comitê de Política Monetária (Copom), constituído no âmbito do Bacen, em 20.06.1996, tem como objetivos implementar a política monetária, definir a meta da Taxa Selic e seu eventual viés e analisar o Relatório de Inflação. É composto pelos Presidente e os Diretores do Bacen, que se reúnem ordinariamente oito vezes por ano e, extraordinariamente, por convocação de seu Presidente, presentes, no mínimo, o Presidente, ou seu substituto, e metade do número de Diretores. O Copom deliberará por maioria simples de votos, a serem proferidos oralmente, cabendo ao Presidente voto de qualidade. Compete ao Copom avaliar o cenário macroeconômico e os principais riscos a ele associados, com base nos quais são tomadas as decisões de política monetária. As decisões do Copom têm como objetivo cumprir as metas para a inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional. Se as metas não forem atingidas, cabe ao presidente do Banco Central divulgar, em Carta Aberta ao Ministro da Fazenda, os motivos do descumprimento, bem como as providências e prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos. A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para a Taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê. Se for o caso, o Copom também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao presidente do Banco Central para alterar, na direção do viés, a meta para a Taxa Selic a qualquer momento entre as reuniões ordinárias. Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o Copom publica o documento“Relatório de Inflação”, que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira do País, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação. 15. Mercado Bancário - Produtos de serviço, produtos de captação, produtos de empréstimo, Segundo o Dicionário Aurélio, a palavra “mercado” em economia, significa o conjunto de compradores e vendedores e sua interação. No Mercado Bancário temos os agentes econômicos comprando e vendendo seus recursos financeiros por meio dos vários produtos e serviços bancários ofertados pelas várias instituições financeiras, de natureza bancária ou não, públicas ou privadas. Os produtos e serviços bancários podem ser divididos da seguinte forma em três segmentos: Operações passivas Ocorrem quando a instituição financeira capta recursos. Nessa hora o banco passa a ter um passivo, uma obrigação de devolver ao cliente o dinheiro captado. As principais operações passivas são: depósitos a vista, depósitos a prazo e depósitos de caderneta de poupança. Operações ativas Acontecem quando a instituição financeira empresta dinheiro. A partir do momento do empréstimo o banco passa a ter um ativo, o direito de receber do cliente o dinheiro emprestado. São os empréstimos e os financiamentos. As principais operações ativas são: crédito direto ao consumidor, cheque especial, conta garantida, desconto de títulos, operação de arrendamento mercantil e o financiamento imobiliário. Operações acessórias São as prestações de serviços. Não envolve captação nem empréstimo de dinheiro. A instituição financeira por meio da sua rede agências presta serviços aos clientes. Exemplo: cobrança de títulos, carnês e assemelhados, arrecadação de tributos e impostos, ordens de pagamento, consórcios, cartão de crédito e etc. 16. Taxas de juros do mercado financeiro. Taxa Referencial de Juros - TR A principal razão apontada para a criação da TR (1991) era promover a substituição da indexação presente na economia brasileira, a qual vinha realizando-se mediante inúmeros índices, como ORTN, OTN, BTN, entre outros. Nessa concepção, a taxa referencial devia corrigir todos os instrumentos financeiros de mercado que previssem alguma forma de indexação em seus valores, além de permitir a emissão de títulos públicos e privados com correção atrelada à TR. As autoridades monetárias esperavam, ainda, que a introdução da TR no mercado funcionasse como a taxa básica da economia, referencial para a formação dos juros de seus vários ativos e passivos financeiros. Durante muito tempo, o mercado operou também com a TRD - taxa referencial diária, que refletia a TR rateada pelo número de dias úteis existentes no mês. Essa taxa pro rata foi extinta em 1993. A TR é apurada e anunciada mensalmente pelo Governo. Sua forma de cálculo segue regras próprias, sendo obtida com base na remuneração média mensal (taxas prefixadas) dos CDB/RDB com prazo de 30 a 35 dias corridos operados pelos maiores bancos. Esta remuneração média é conhecida por Taxa Financeira Básica (TBF). Atualmente, são consideradas as 20 maiores instituições bancárias classificadas por volume de captação. Para o cálculo da TR do mês é deduzido, da taxa média de captação dos bancos, um redutor que deve refletir a tributação incidente sobre os CDB/RDB e a taxa real de juros da economia. Nessa metodologia, a TR equivale a uma taxa futura esperada de inflação, embutida pelos agentes econômicos na remuneração dos títulos de renda fixa. O redutor anunciado reflete, por seu lado, a taxa real de juros admitida pelo Governo para os próximos 30 dias. A divulgação dessas taxas é importante para o mercado, permitindo que os agentes melhorem suas estimativas com relação às várias taxas de economia (inflação, juros reais etc.). A determinação do redutor TR vem sofrendo diversas alterações em sua metodologia de cálculo e periodicidade desde sua criação, sendo necessário um acompanhamento das normas vigentes. É importante notar, ainda, que a TR é formada a partir das taxas dos CDB/RDB, as quais são definidas supondo influências das variações da taxa cm. Com isso é ressaltada, uma vez mais, a enorme importância da taxa cm para todo o mercado financeiro, atuando efetivamente sobre a formação dos preços de seus diversos instrumentos financeiros. Taxa Financeira Básica - TBF A taxa financeira básica foi criada em 1995 com o intuito principal de alongar o perfil das aplicações financeiras da economia, meta sempre almejada pelas autoridades monetárias. Os rendimentos da TBF são superiores aos da TR, pois em seu cálculo não se inclui o redutor. O Banco Central calcula a TBF com base nos rendimentos médios mensais oferecidos pelos CDB pré-fixados com prazo de 30 a 35 dias, informando seu percentual periodicamente ao mercado. A taxa divulgada é utilizada para remunerar as aplicações financeiras a prazo fixo com maturidade mínima de dois meses. A TBF é uma taxa futura de juros dos títulos de renda fixa do mercado financeiro nacional que transmite aos agentes uma ideia sobre o comportamento dos juros previstos para os próximos 30 dias. Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP A TJLP é uma taxa de juros aplicada preferencialmente em operações de longo prazo, constituída de maneira a viabilizar as Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 12 operações de maior maturidade e substituir definitivamente a indexação da economia. O prazo de vigência da taxa de juros de longo prazo (TJLP) é de três meses, sendo fixada pelo Conselho Monetário Nacional e divulgada pelo Banco Central, como taxa nominal anual, até o último dia do trimestre anterior (período de aplicação) ao de sua vigência. Pelo calendário anual, as datas máximas para divulgação da TJLP são: 31 de dezembro, 31 de março, 30 de junho e 30 de setembro. Por exemplo, a TJLP divulgada até 31 de março permanecerá válida para o período de 01 de abril a 30 de junho, passando a partir dessa data a vigorar a nova TJLP. Para cálculo da TJLP são consideradas a taxa meta de inflação calculada para o seu período de vigência e as taxas de juros dos títulos da dívida interna e externa do Brasil, admitidas quando de suas respectivas emissões no mercado primário. A proporção e a natureza dos títulos a serem incluídos no cálculo TJLP são definidas pelo Banco Central, tendo em seus parâmetros de negociabilidade e liquidez. Dessa forma, a TJLP é determinada a partir de fatores básicos: meta de inflação dos doze meses seguintes ao primeiro mês de vigência da taxa, e calculada pro rata; taxa de juro real internacional; prêmio pelo risco Brasil. A TJLP é aplicada em: linhas de financiamento geridas pelo BNDES, sendo seu principal fator de correção; Recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), Fundo de Participação PIS-PASEP e Fundo de Marinha Mercante (FMM). Está autorizada também a aplicação da TJLP componente de remuneração de todas as operações ativas e passivas praticadas no mercado financeiro nacional, conforme resolução do Conselho Monetário Nacional. O custo financeiro das operações diretas do BNDES é calculado considerando a TJLP mais um spread básico, definido pelo próprio BNDES, e um spread de risco, apurado de acordo com a classificação de risco do cliente. Quando o financiamento tiver a intermediação de um agente financeiro, o spread de risco é substituído pela comissão do agente financeiro, sendo acrescida ainda ao custo da operação uma taxa de intermediação financeira. Taxa básica de juros A taxa básica de juros da economia brasileira é definidapela taxa SELIC. Esta taxa, fixada pelo Copom – Comitê de Política Monetária do Banco Central, é a taxa de referência no mercado financeiro, exercendo influências diretas sobre o volume da dívida pública,oferta de crédito, nível de inflação, entre outros indicadores econômicos importantes. A SELIC é usada também para estabelecer o custo do dinheiro nas operações de mercado aberto com títulos públicos (open market). A taxa média dessas operações em um dia é conhecida no mercado por Taxa Média SELIC (TMS). Assim, a taxa conhecida por SELIC é uma taxa “over”, válida para dias úteis, e definida para operações realizadas com títulos públicos de emissão do Governo Federal, e registrados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). A taxa SELIC é admitida como a de mais baixo risco no mercado financeiro nacional, sendo referência para as demais taxas de juros do mercado. O Banco Central do Brasil, através do Copom - Comitê de Política Monetária - fixa a taxa SELIC regularmente. Todo dia, ainda, é divulgada a Taca Selic Diária, que é média ponderada diária de todas as taxas praticadas nas operações com títulos públicos daquele dia. Por orientação do Banco Central, a taxa SELIC é expressa em termos anuais (taxa ao ano over - a.a.o.), fixando-se o ano em 252 dias úteis. 17. Spread Bancário Em termos simplificados, o Spread Bancário é a diferença entre a taxa de juros cobrada aos tomadores de crédito e a taxa de juros paga aos depositantes pelos bancos. Em outras palavras, é a diferença entre a remuneração que o banco paga ao aplicador para captar um recurso e o quanto esse banco cobra para emprestar o mesmo dinheiro. O cliente que deposita dinheiro no banco, em poupança ou outra aplicação, está de fato fazendo um empréstimo ao banco. Portanto o banco remunera os depósitos de clientes a uma certa taxa de juros (chamada taxa de juros de captação ou simplesmente taxa de captação). Analogamente, quando o banco empresta dinheiro a alguém, cobra uma taxa pelo empréstimo - uma taxa que será certamente superior à taxa de captação. A diferença entre as duas taxas é o chamado Spread Bancário. 18. Depósitos à Vista A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica e própria dos bancos comerciais, o que os configura como instituições financeiras monetárias ou bancárias. É a chamada captação a custo zero. Como há custos para a abertura e movimentação da conta corrente, os bancos podem estabelecer valores mínimos para a abertura. Os bancos nada podem cobrar a título de manutenção de conta corrente. A conta corrente é o produto básico de relacionamento entre o banco e o cliente, através dela são movimentados os recursos do cliente via depósito, cheques, ordens de pagamento, créditos de salários e benefícios e débitos de contas agendadas (luz, telefone, fatura de cartão de crédito, tv a cabo, internet e etc.). A conta corrente pode ser pode ser pessoal ou conjunta. A conjunta pode ser: simples (exige a assinatura de, no mínimo, dois participantes) ou solidária (exige a assinatura apenas de um participante). 19. Depósitos a prazo (CDB e RDB) O CDB - Certificado de Depósito Bancário é um título de crédito (físico ou escritural) e o RDB - Recibo de Depósito Bancário é um recibo que ao serem emitidos geram a obrigação das instituições emissoras pagar ao aplicador, ao final do prazo contratado, o capital inicial mais a remuneração prevista. O investidor ao adquirir um CDB ou RDB está concedendo empréstimos ao banco onde é correntista tornando-se credor do banco e o banco, naturalmente, torna-se devedor do investidor. A principal diferença entre os dois é que o CDB, sendo um título, pode ser negociado por meio de transferência. O RDB é inegociável e intransferível. Trata-se de dívida do setor privado que permite aos bancos captarem recursos de pessoas físicas e jurídicas. A rentabilidade vem dos juros pagos pela instituição ao cliente pelo empréstimo do dinheiro ao fim do término do contrato. A aplicação inicial varia conforme o banco. Pode ser formalizada por um banco múltiplo, comercial, de investimento ou sociedade crédito, financiamento e investimento (essa somente na forma de RDB). Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 13 É um investimento de renda fixa, que pode ser contratado com taxa pré-fixada ou taxa pós-fixada. Podem ser: pré-fixado - o investidor sabe, no momento da aplicação, quanto irá receber no vencimento (ex. 2% a.m.); e pós-fixado - o rendimento é composto por uma taxa de juros definida no momento da aplicação e ainda é atrelado a algum índice (ex. 1,7% a.m. + TR). Pode também ser contratado com taxas flutuantes. Quando a taxa flutua, ela varia conforme o seu comportamento no mercado financeiro. Exemplo de aplicação de taxa flutuante: Vamos supor que um investidor tenha feito uma aplicação em depósito a prazo por cinco dias, renováveis diariamente. O público-alvo dos CDBs são tanto pessoas físicas como as jurídicas. O CDB pode ser transferido para outra pessoa até o vencimento, possibilitando a sua negociação no mercado secundário. O resgate antes do vencimento pode ocorrer, caso o banco emissor concorde em resgatá-lo antecipadamente. Isso pode gerar a perda dos rendimentos previstos inicialmente. Não há prazo máximo. O prazo mínimo varia conforme o indexador: Esses investimentos podem ter a incidência de quatro alíquotas distintas de Imposto de Renda na Fonte sobre os seus rendimentos, conforme o prazo da aplicação: No primeiro mês há a incidência de IOF, limitado ao rendimento da aplicação. Começa com 96% do rendimento no 1° dia e vai diminuindo até chegar a 0% no 30° dia. Para não haver incidência alguma de IOF a aplicação tem o prazo mínimo de 30 dias. O CDI, Certificado de Depósito Interbancário ou Certificado de Depósito Interfinanceiro, é o depósito a prazo realizado entre duas instituições bancárias ou financeiras. Essas operações são realizadas normalmente no curto prazo, em geral com o prazo de um dia. 20. Cadernetas de poupança É a aplicação mais simples, tradicional, conservadora e popular, onde se pode aplicar pequenas somas e ter liquidez, apesar da perda de rentabilidade para saques fora da data de aniversário da aplicação. Não há restrição para aplicação de grandes valores, mas na poupança prevalece o pequeno investidor, por conta da facilidade operacional, rendimento e a possibilidade de resgatar o valor depositado a qualquer momento. Trata-se de um investimento de renda fixa com taxa pós-fixada. Podem depositar pessoas físicas e jurídicas. Remunera a pessoa física e a pessoa jurídica sem fins lucrativos mensalmente e a pessoa jurídica com fins lucrativos trimestralmente, da seguinte forma: A abertura da poupança e os depósitos podem ser feitos em qualquer dia do mês, sendo que as contas abertas nos dias 29, 30 e 31, bem como os depósitos realizados nesses dias, começam a contar rendimento a partir do primeiro dia do mês seguinte. Os rendimentos obtidos por pessoas físicas e jurídicas “não tributadas” não pagam imposto de renda. As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real pagam o imposto de renda sobre os rendimentos auferidos. Os riscos em aplicar na poupança são quase inexistentes. Não há risco de liquidez, visto que o valor depositado pode ser sacado a qualquer momento. O risco de crédito é minimizado por ser garantido pelo Fundo Garantidor do Crédito - FGC até o limite de R$250.000,00. Os rendimentos de depósitos efetuados em cheque, desde que esses não sejam devolvidos, começam a ser contados a partir do dia depósito e não a partir da liberação do cheque. É vedado às instituições financeiras a cobrança de qualquer remuneração a título de manutenção de contas de poupança, sem exceção. Os bancos só podem cobrar as tarifas previstas na Res. CMN 3.919, de 25.11.2010. Os tipos de serviçosprestados pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo BCB são classificados em quatro modalidades: serviços essenciais: aqueles que não podem ser cobrados serviços prioritários; serviços especiais; e serviços diferenciados. Serviços essenciais (sem cobrança): 1. fornecimento de cartão com função débito; 2. fornecimento de segunda via do cartão de débito, exceto nos casos decorrentes de perda, roubo, furto, danificação e outros motivos não imputáveis à instituição emitente; 3. realização de até dois saques, por mês, em guichê de caixa ou em terminal de autoatendimento; 4. realização de até duas transferências, por mês, para conta de depósitos de mesma titularidade; 5. fornecimento de até dois extratos, por mês, contendo a movimentação dos últimos trinta dias; 6. realização de consultas mediante utilização da internet; Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 14 7. fornecimento, até 28 de fevereiro de cada ano, do extrato consolidado, discriminando, mês a mês, os valores cobrados no ano anterior relativos a tarifas; e 8. prestação de qualquer serviço por meios eletrônicos, no caso de contas cujos contratos prevejam utilizar exclusivamente meios eletrônicos. Atenção: A regulamentação estabelece também que a realização de saques em terminais de autoatendimento em intervalo de até trinta minutos é considerada como um único evento. 21. Letras de câmbio É uma ordem de pagamento, à vista ou a prazo, que um sacador emite contra um sacado, em favor de um beneficiário (tomador), que pode ser o próprio sacador ou um terceiro. Na letra de câmbio, participam os seguintes personagens: sacador ou emitente ou ordenante - aquele que dá a ordem para pagar. sacado - aquele contra quem é dada a ordem. É o devedor do título. Aceitando-a, passa a denominar-se aceitante. beneficiário, favorecido ou tomador - aquele a favor de quem é dada a ordem. São requisitos essenciais da letra de câmbio: a expressão “letra de câmbio"; a quantia que deve ser paga; o nome de quem deve pagar; o nome da pessoa a quem deve ser paga; data e lugar onde a letra é sacada (emitida); assinatura do sacador. Na falta de lugar de pagamento, presume-se pagável no domicílio do sacado ou no lugar indicado junto a seu nome. O vencimento da letra de câmbio pode ser: à vista - na apresentação (neste caso, a letra de câmbio tem validade de 1 ano após a emissão); a dia certo (data de vencimento); a tempo certo da data (prazo após a emissão); a tempo certo de vista (prazo após o aceite). Quanto ao protesto, a letra de câmbio pode ser protestada por falta de pagamento, ou por falta ou recusa de aceite. Na letra de câmbio, a prescrição da ação cambial ocorre nos seguintes prazos: contra o aceitante: 3 anos a partir do vencimento; contra os endossantes e contra o sacador: 1 ano a partir do protesto; ação de regresso (do endossante que foi demandado contra os anteriores e contra o sacador): 6 meses após ter pago o título. Especial atenção deve ser dada à chamada Letra de Câmbio Financeira, que só pode ser emitida por instituição financeira, sendo uma das principais formas de captação de recursos das sociedades de crédito, financiamento e investimento (financeiras). 22. Financiamento de Capital Fixo São os recursos liberados pelas instituições financeiras com a destinação específica de financiar a aquisição dos bens fixos das empresas. Como bens fixos, devemos entender aqueles classificados no ativo imobilizado das empresas. São os veículos, as instalações, os móveis e utensílios, a infra- estrutura da empresa, o maquinário, os computadores, as instalações complementares, ou seja, tudo aquilo que é necessário para que a empresa possa exercer sua atividade produtiva. São operações de longo prazo e com juros mais em conta para viabilizar o desenvolvimento da empresa e até de uma região. Desta forma, as fontes (funding) destas operações têm origem nas entidades e instituições governamentais. Destaca-se o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como o grande financiador das empresas no longo prazo. 23. Financiamento de Capital de Giro O capital de giro é o conjunto de valores (dinheiro) necessário para a empresa fazer seus negócios acontecerem (girar) e está diretamente relacionado com o circulante da empresa. Tem a ver com os recebimentos e os pagamentos da empresa. A necessidade de capital de giro acontece quando a empresa tem algum compromisso a pagar e só terá os recursos necessários dali a alguns dias. Estes compromissos podem ser impostos, aluguéis, folha de pagamento, fornecedores e etc. O financiamento de capital de giro visa atender essa necessidade de capital da empresa. Firma-se um contrato específico de abertura de crédito, onde é estabelecido o prazo, taxa, valor e garantias. 24. Crédito fixo O contrato de abertura de crédito fixo é a linha de crédito aberta com determinado valor para que o cliente utilize de uma única vez. É fixo exatamente por ter não ter mobilidade, o cliente é obrigado a usar o valor liberado de uma única vez, sendo o fixado o valor de cada parcela a ser paga periodicamente, devendo restituir ao banco o valor tomado emprestado em prazo também pré-estabelecido contratualmente. Na prática não se formaliza uma operação de crédito fixo, mas alguma das modalidades possíveis de serem realizadas: crédito direto ao consumidor, financiamento imobiliário. 25. Crédito rotativo O contrato de abertura de crédito rotativo é a linha de crédito aberta com determinado limite para que o cliente utilize conforme sua necessidade. É rotativo exatamente por ter mobilidade, o cliente utiliza o quanto necessita, quando quiser, pelo período que precisar, restituindo ao banco assim que puder. Como está pré-estabelecido não há data certa para o uso do crédito nem para devolver (a data-limite é a data de vencimento do contrato). Na prática não se formaliza uma operação de crédito rotativo, mas alguma das modalidades possíveis de serem realizadas: cheque especial, conta garantida ou cartão de crédito. 26. Crédito Direto ao Consumidor (CDC) É a operação realizada pelas financeiras para que seus clientes adquiram bens e serviços. Sua maior utilização é para a aquisição de veículos e eletrodomésticos. O bem financiado geralmente serve como garantia da operação, ficando alienado à financeira, ou seja, o cliente transfere à financeira a propriedade do bem adquirido com o dinheiro emprestado até o pagamento total da dívida. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 15 Atualmente, os contratos têm sido firmados com a incidência somente de juros pré-fixados e não há prazo máximo para a sua realização. Existe um tipo especial de CDC, chamado CDC-i, que vem a ser o Crédito Direto ao Consumidor com a interveniência do lojista vendedor. A palavra interveniência significa, segundo o Aurélio, entre outros, que há prática de intervenção. Esse CDC é chamado com interveniência porque o lojista vendedor intervém na operação, garantindo-a. Caso o financiado não pague, caberá ao lojista quitar o financiamento. O financiamento não é realizado somente com a participação da financeira e do cliente comprador do produto que estiver sendo vendido. Esse tipo de operação atende os interesses de lojas varejistas que tradicionalmente fazem vendas a prazo. Como essas lojas não são instituições financeiras elas não podem financiar seus compradores. Assim, esses lojistas firmam contratos com instituições financeiras que assumem o compromisso de financiar as vendas desses varejistas. Quando da formalização do contratocom o lojista, a instituição financeira passa a contar com o lojista garantindo adicionalmente a operação além da garantia real do produto vendido quando ele fica vinculado ao financiamento na forma de alienação fiduciária. O risco de crédito é menor nesse tipo de operação, refletindo numa menor taxa de juros para o financiado. Para o comprador é interessante, pois contrata o financiamento diretamente na loja onde estiver comprando, sem haver a necessidade de procurar alguma financeira que possa financiar suas compras. O lojista tem a vantagem de receber a vista as vendas que serão pagas parceladamente à financeira pelo seu cliente comprador. 27. Cheque Especial Destina-se praticamente às pessoas físicas. É um limite de crédito pré-estabelecido, vinculado à conta corrente do cliente, utilizado de forma automática pela emissão de cheques quando não há saldo disponível. Conforme a conta corrente vai recebendo créditos, os recursos vão sendo transferidos para cobrir o saldo devedor utilizado. Os encargos são os juros e o IOF incidentes sobre os valores utilizados e o respectivo prazo. 28. Contas garantidas São contas de empréstimo separadas, mas vinculadas às contas correntes, com limite de crédito de utilização rotativa destinado a suprir eventuais necessidades de capital de giro. Geralmente são movimentadas diretamente pelos cheques emitidos pelos clientes, quando não há saldo disponível na conta corrente. São rotativas por que um limite é pré-definido para o cliente utilizar quando necessário e conforme a conta corrente vai recebendo créditos os recursos vão sendo transferidos à conta garantida até cobrir o saldo devedor. Destinam-se às pessoas jurídicas. São garantidas por que o cliente tem um limite de uso garantido previamente e também porque para a abertura da conta o cliente oferece garantias que podem ser: nota promissória com aval dos sócios ou terceiros que possam apresentar algum bem, caução de títulos de crédito (duplicatas ou cheques pré-datados), e/ou alienação fiduciária/hipoteca. Os encargos desta operação são calculados diariamente sobre o saldo devedor e cobrados, normalmente, no primeiro dia útil do mês seguinte ao da movimentação. Os encargos são os juros e o IOF incidentes sobre os valores utilizados e o respectivo prazo. 29. Descontos de títulos São os adiantamentos de recursos que os bancos fazem aos clientes, sobre valores de duplicatas de cobrança ou notas promissórias, para antecipar o fluxo de caixa do cliente. O cliente garante o recebimento de recursos que, teoricamente, só teria disponíveis no futuro. Geralmente, o desconto é feito sobre títulos com prazo máximo de 60 dias e prazo médio de 30 dias. O banco tem o direito de regresso, ou seja, no vencimento, caso o título não seja pago pelo sacado, o cedente assume a responsabilidade do pagamento, inclusive de multas e/ou juros de mora por atraso. Descontos também podem ser feitos sobre os recibos de venda com cartões de crédito e os cheques pré-datados (no caso de cheques pré-datados, esses documentos ficam em caução como garantia do empréstimo). 30. Hot Money É o empréstimo de curtíssimo prazo, com prazo mínimo de um dia máximo de 29 dias. Normalmente é realizado por um dia. Têm a finalidade de financiar o capital de giro das empresas para cobrir necessidades imediatas de recursos, sem contrato de empréstimo de caráter complexo. A formação de taxa para o hot money é definida levando em conta a taxa do Certificado de Depósito Interbancário (ou interfinanceiro) CDI do dia da operação, tributos e ganho pretendido. Por ser uma operação de curto prazo o hot money tem a vantagem de permitir uma rápida mudança de posição no caso de uma variação brusca nas taxas de juros para baixo. O Comunicado Bacen 7.569, diz que para efeito de distinção entre as operações de “hot money” e de capital de giro deve-se classificar como na segunda modalidade aquelas contratadas com prazo igual ou superior a 30 dias. Sendo assim, hot money tem prazo de até 29 dias. Com prazo igual ou superior a 30 dias é operação de capital de giro. 31. Vendor Finance É uma operação de financiamento de vendas com base na cessão de crédito, permitindo que uma empresa venda seu produto a prazo e receba o pagamento à vista. Envolve transações de compra e venda entre pessoas jurídicas. Supõe que a empresa compradora seja cliente tradicional da vendedora, pois será a vendedora quem assumirá o risco do negócio, como intermediadora. A empresa vendedora transfere o crédito decorrente da venda ao banco que em troca de uma taxa de intermediação paga à vista ao próprio vendedor e financia o comprador. Como a venda não é financiada diretamente pela empresa vendedora, a base de cálculo para a cobrança de tributos, comissões e royalties, torna-se menor. Reduz também a carga de IPI, ICM, PIS e Cofins que incide sobre o preço da Nota Fiscal da empresa vendedora. Se a própria vendedora financiasse a venda, iria embutir no preço os custos financeiros, aumentando mais ainda os impostos a pagar. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 16 Com o vendor é possível vender por um preço mais competitivo, além do que ao receber a vista tem imediato reforço no seu caixa. O cliente comprador beneficia-se com taxas menores que as do mercado para o financiamento isolado de uma empresa, pois estará obtendo uma taxa que leva em conta o risco do vendedor. Em resumo, é uma modalidade de financiamento de vendas na qual quem contrata o crédito é o vendedor do bem, mas quem paga o crédito é o comprador. Esta operação favorece as vendas da grande empresa e naturalmente as compras do pequeno empresário. A operação é formalizada com a assinatura de um contrato, com direito de regresso entre o banco e a empresa vendedora (fornecedora) e um contrato de abertura de crédito entre as partes: empresa vendedora, banco, e empresa compradora. 32. Compror Finance É a operação inversa do vendor. É uma operação de financiamento de compras com base na cessão de crédito, permitindo que uma empresa compre o seu produto a prazo e o vendedor receba o pagamento à vista. Ocorre quando pequenas indústrias vendem para grandes fábricas e montadoras. Diferentemente do compror, onde a grande montadora ou indústria compradora funciona como um fiador, no vendor é ela mesmo a devedora. É um instrumento de crédito que dilata o prazo de pagamento de compra sem envolver o vendedor (fornecedor). O título a pagar funciona como um “lastro” para o banco financiar o cliente que irá lhe pagar em data futura pré-combinada, acrescido de juros e IOF. Como no compror, este produto exige um contrato-mãe definindo as condições básicas da operação, que será efetivada quando do envio ao banco dos contratos-filhos, com as planilhas dos dados dos pagamentos que serão financiados. Esta operação favorece as vendas do pequeno empresário e naturalmente as compras da grande empresa. 33. Leasing (tipos, funcionamento, bens) O princípio básico que fundamenta a operação de leasing é que o fato gerador de rendimentos para uma empresa é a utilização e não a propriedade de um bem. No Brasil, o leasing é chamado de arrendamento mercantil. Há dois tipos de leasing: financeiro - funciona como uma operação financeira, o total recebido a título de contraprestação mais o VRG, será suficiente para que a arrendadora recupere o valor gasto na aquisição e tenha a rentabilidade financeira esperada na operação representada pela taxa pactuada; e operacional - não funciona como uma operação financeira, o total recebido a título de contraprestação mais a quantia que for apurada ao final do contrato com a venda do bem, deveráser suficiente para que a arrendadora recupere o valor gasto na aquisição e tenha a rentabilidade financeira esperada no negócio. No leasing financeiro é obrigatória a definição do VRG - Valor Residual Garantido. O VRG Para o cliente exercer uma das três opções que ele pode exercer ao final do contrato: comprar o bem arrendado; renovar o contrato; ou devolver o bem arrendado. Quanto a forma de pagamento, o VRG pode ser pago: antecipado; diluído; misto; ou no final. A descaracterização do contrato de arrendamento mercantil pode ocorrer caso a opção de compra seja exercida antes do prazo mínimo do contrato de leasing. Após o prazo mínimo isso não ocorre. diferenças entre o leasing: financeiro operacional prazo mínimo 2 anos para bens com vida útil de até 5 anos 3 anos para bens com vida útil acima de 5 anos 90 dias prazo máximo não há 75% da vida útil do bem arrendado manutenção do bem arrendado a cargo do arrendatário pode ser a cargo do arrendador ou do arrendatário VRG obrigatório não é permitido opção de compra pelo valor do VRG pelo valor de mercado Bens arrendáveis Podem ser objeto de arrendamento mercantil os bens móveis e imóveis, novos e usados, de fabricação nacional e estrangeira. Vantagens para o arrendatário (PJ): “financiamento” total do bem, liberação do capital de giro da empresa, longo prazo da operação, dedução dos valores das contraprestações pagos como despesa operacional. Vantagens para o arrendatário (PF): mais uma alternativa de financiamento. encargos financeiros mais baixos. Sale and Leaseback Operação onde o fornecedor e o arrendatário são a mesma pessoa. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 17 34. Crédito Rural É a disponibilização de recursos para aplicação exclusiva nas atividades agropecuárias (setor rural). Seu objetivo é: estimular os investimentos rurais feitos por produtores ou por suas cooperativas; favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de produtos agropecuários; fortalecer o setor rural; incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando ao aumento de produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada utilização dos recursos naturais; propiciar, pelo crédito fundiário, a aquisição e regularização de terras pelos pequenos produtores, posseiros e arrendatários e trabalhadores rurais; desenvolver atividades florestais e pesqueiras; estimular a geração de renda e o melhor uso da mão-de-obra na agricultura familiar. O crédito rural financia: custeio das despesas normais de cada ciclo produtivo; investimento em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por vários ciclos produtivos; comercialização da produção. O custeio pode ser: agrícola; pecuário; de beneficiamento ou industrialização. O crédito de custeio destina-se às despesas normais de: do ciclo produtivo de lavouras periódicas, da entressafra de lavouras permanentes ou da extração de produtos vegetais espontâneos ou cultivados, incluindo o beneficiamento primário da produção obtida e seu armazenamento no imóvel rural ou em cooperativa; de exploração pecuária; de beneficiamento ou industrialização de produtos agropecuários. O crédito rural pode ser utilizado por: produtor rural (pessoa física ou jurídica); cooperativa de produtores rurais; e pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das seguintes atividades: a) pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas; b) pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial e embriões; c) prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis rurais, inclusive para a proteção do solo; d) prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais; e) exploração de pesca e aquicultura, com fins comerciais; f) medição de lavouras; g) atividades florestais. A contratação de assistência técnica não é obrigatória, cabendo ao produtor decidir sobre a necessidade de assistência técnica para elaboração de projeto e orientação, salvo quando considerados indispensáveis pelo financiador ou quando exigidos em operações com recursos controlados. São exigências essenciais para que o crédito rural seja concedido: idoneidade do tomador; apresentação de orçamento, plano ou projeto, exceto em operações de desconto de Nota Promissória Rural ou de Duplicata Rural; oportunidade, suficiência e adequação de recursos; observância de cronograma de utilização e de reembolso; fiscalização pelo financiador; liberação do crédito diretamente aos agricultores ou por intermédio de suas associações formais ou informais, ou organizações cooperativas; observância das recomendações e restrições do zoneamento agroecológico e do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE). É necessária a apresentação de garantias para obtenção de financiamento rural, que são livremente acertadas entre o financiado e o financiador, que devem ajustá-las de acordo com a natureza e o prazo do crédito. As garantias podem ser qualquer das previstas no Sistema Financeiro Nacional: penhor agrícola, pecuário, mercantil, florestal ou cedular; alienação fiduciária; hipoteca comum ou cedular; aval ou fiança; seguro rural ou ao amparo do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro); proteção de preço futuro da commodity agropecuária, inclusive por meio de penhor de direitos, contratual ou cedular; outras que o Conselho Monetário Nacional admitir. O crédito rural está sujeito às seguintes despesas: remuneração financeira (juros); Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações relativas a Títulos e Valores Mobiliários - IOF; custo de prestação de serviços; as previstas no Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro); sanções pecuniárias; prêmio de seguro rural; prêmios em contratos de opção de venda, do mesmo produto agropecuário objeto do financiamento de custeio ou comercialização, em bolsas de mercadorias e futuros nacionais, e taxas e emolumentos referentes a essas operações de contratos de opção. Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos efetuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrentes de expressas disposições legais. O Decreto 6.306 estabelece alíquota zero de IOF para as operações de crédito rural, exceto nos casos previstos em norma legal. Os recursos para o crédito rural são classificados em controlados e não controlados. Os controlados são: a) os recursos obrigatórios (decorrentes da exigibilidade de depósito à vista); b) os oriundos do Tesouro Nacional; c) os subvencionados pela União sob a forma de equalização de encargos (diferença de encargos financeiros entre os custos de captação da instituição financeira e os praticados nas operações de financiamento rural, pagos pelo Tesouro Nacional); d) os oriundos da poupança rural, quando aplicados segundo as condições definidas para os recursos obrigatórios. Os não controlados são todos os demais. As taxas praticadas com recursos obrigatórios e controlados são mais baixas do que as com recursos não controlados. Os prazos, as garantias e os cronogramas de pagamentos do crédito rural são definidos em função da capacidade de pagamento do mutuário e de forma a fazer os vencimentos coincidirem com os períodos de recebimento de recursos pelo produtor rural, quando da comercializaçãodos seus produtos. Sobre o Crédito Rural, vale a pena conferir as informações oferecidas pelo Banco Central do Brasil em goo.gl/Tv9tx. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 18 35. Pronaf O Pronaf - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar destina-se ao apoio financeiro das atividades agropecuárias e não agropecuárias exploradas mediante emprego direto da força de trabalho do produtor rural e de sua família. Entende-se por atividades não agropecuárias os serviços relacionados com turismo rural, produção artesanal, agronegócio familiar e outras prestações de serviços no meio rural, que sejam compatíveis com a natureza da exploração rural e com o melhor emprego da mão de obra familiar. Sobre o Pronaf, confira as informações oferecidas pelo Banco Central do Brasil em goo.gl/b4hYm. 36. Cobrança e pagamento de títulos, boletos e carnês Trata-se de uma prestação de serviços voltada para o setor privado. Entende-se por cobrança a ação de cobrar ou receber uma dívida. As empresas podem promover a cobrança de seus títulos mercantis de várias formas, entre as quais: recebimento por meio da tesouraria; cobrança no local do estabelecimento ou da residência do cliente (devedor), utilizando cobradores; e a cobrança através de estabelecimentos bancários ou financeiros. Cobrança bancária é a operação que consiste em o banco receber títulos e dívidas em favor de seus clientes cedentes, tais como: notas promissórias, duplicatas, etc., cuja cobrança o banco se encarrega, por conta dos donos das importâncias neles consignadas. É um produto que apresenta um dos maiores potenciais de geração de receitas de tarifas bancárias para os bancos, também atuando como importante fidelizador de clientes, abrindo caminho para outros negócios. O valor cobrado é automaticamente creditado na conta corrente do cliente em D ou D+1, de acordo com o acertado entre o banco e o cliente. Pode ainda, ser combinado o “float” que é o número de dias que o banco permanece com os recursos do cliente antes do repasse. Esse procedimento possibilita a isenção de cobrança da tarifa pelo serviço prestado. A cobrança bancária é feita por meio dos bloquetos que substituem duplicatas, notas promissórias, letras de câmbio ou recibos, e que circulam pela câmara de compensação. Esses bloquetos são todos emitidos com código de barras, o que permite que eles sejam recebidos em qualquer agência bancária. Por conta do sistema de compensação, os títulos podem ser cobrados em qualquer praça, se pagos: até o vencimento, em qualquer agência bancária; após o vencimento, apenas nas agências do banco emissor do boleto. Atualmente, a cobrança é eletrônica e totalmente automatizada. Por meio do bloqueto, os dados dos títulos a serem cobrados são passados aos bancos via computador, e seu valor automaticamente creditado na conta do cedente. Vantagens do produto Para o banco aumento de depósitos à vista, pelo crédito das liquidações; aumento das receitas pela cobrança de tarifas sobre serviços; consolidação do relacionamento com o cliente; inexistência do risco de crédito nessa prestação de serviço. Para o cliente capilaridade da rede bancária; não há necessidade de o devedor (sacado) dirigir-se a empresa para o pagamento; a empresa não precisa contratar cobradores; crédito imediato do título recebido, a menos que algum “float” tenha sido negociado; consolidação do relacionamento com o banco; garantia do processo de cobrança, inclusive com o protesto do título, quando necessário. 37. Arrecadação de tributos e tarifas públicas A arrecadação consiste no serviço de recebimento de valores das instituições públicas e concessionárias de serviços públicos, por meio de acordos e convênios específicos, que estabelecem as condições e a forma do repasse desses tributos/tarifas. Os prazos que os recursos ficam retidos no banco, o fluxo dos documentos e as formas de repasse variam conforme cada tributo/tarifa. Os bancos por meio de seus pontos de atendimento substituem, na verdade, as antigas coletorias; este serviço já foi o maior gerador de filas nas agências bancárias, hoje isso está minimizado por conta das várias alternativas e facilidades de pagamento que há fora das agências, por meio de: terminais de auto atendimento; home/office banking; mobile banking; e correspondentes bancários (lotéricas e outros). Os bancos cada vez mais aperfeiçoam a tecnologia de informática e criam métodos alternativos para o recolhimento e o repasse mais ágeis deste serviço. Vantagens do produto Para o banco aumento de aplicações graças aos valores arrecadados, com consequente aumento das receitas, atrativo para a conquista de novos clientes, ancoragem do cliente no banco (domicílio bancário). Para o cliente/instituição pública: certeza do rigor no cumprimento das cláusulas contratuais, eliminação de custos administrativos, segurança e tranquilidade no manuseio dos valores. Para o cliente/contribuinte: comodidade do recolhimento/pagamento do tributo num domicílio bancário, financiamento/remuneração dos recolhimentos, segurança dos serviços executados, eliminação da perda de tempo e do trabalho de pagamento em diferentes órgãos públicos, possibilidade do agendamento através do débito em conta. 38. Transferências automáticas de fundos Como o próprio nome diz, trata-se da transferência automática de fundos efetuada a pedido, desde que observadas as condições estipuladas pelo cliente. É um serviço prestado ao cliente que por gerenciamento de seu caixa, necessite ter uma ou mais contas em uma ou mais agências do banco. O cliente informa previamente ao banco em que contas deseja manter este ou aquele saldo; o banco, automaticamente, ao final do dia, movimenta as contas do cliente, de forma a fechar o saldo diário dessas contas de acordo com o determinado pelo cliente. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 19 O DOC e a TED não são consideradas transferências automáticas de fundos, visto que são efetuadas de forma manual. 39. Home / Office Banking Trata-se do banco em casa ou no escritório. Pode também ser chamado de internet banking, visto que o acesso ao banco da casa ou do escritório ocorre por meio da internet. Quando o acesso ocorre por meio do telefone celular é denominado mobile banking. Basicamente, é toda e qualquer ligação entre o computador do cliente e o computador do banco, permitindo às partes se comunicarem a distância. O cliente, sem sair de casa ou do escritório, pode entre outras coisas obter/fazer: informações sobre saldo e movimentação em conta corrente, saldo e movimentação de cobrança/contas a pagar, posição, aplicações e resgates em fundos, operações de empréstimos, cotações de moedas/índices e bolsas de valores, saldo em caderneta de poupança, pagar suas contas de cobrança bancária, de concessionárias de serviços, de tributos, realizar a transferência de recursos, e realizar operações de câmbio. De forma bem objetiva podemos dizer que o home banking permite ao cliente pessoa física acessar a sua conta corrente pessoal por meio de um computador em qualquer lugar onde esteja enquanto o office banking permite ao cliente pessoa jurídica acessar a conta corrente da sua empresa por meio de um computador a partir também de qualquer lugar onde esteja. 40. Remote banking Trata-se do procedimento que permite acessar a conta bancária de forma remota, à distância, sem a necessidade de ir ao prédio da agência bancária onde o cliente mantem sua conta corrente. Isso acontece por meio de terminaisde autoatendimento localizadas na rede de agências dos bancos e também em terminais colocados em locais de grande movimentação de pessoas. Além dos terminais próprios o acesso pode ser feito por meio da rede do Banco 24 Horas. No processo de redução de custos, os bancos reconheceram a importância de reduzir o trânsito e a fila de clientes nas agências e a necessidade de investirem em instalações alternativas de atendimento. Assim foi intensificado o atendimento remoto (fora das agências), segmentado pelo tipo de serviço prestado pelos bancos: saques de dinheiro, depósito fora do caixa dos bancos, entrega em domicílio de talões de cheque, pagamento de contas fora do caixa dos bancos, débito automático em conta corrente de concessionárias de serviços públicos e outras empresas, e troca de informações constante com os bancos para obter/fazer as várias transações possíveis através do home/office banking. 41. Mobile Banking Mobile Banking tem a ver com Mobile Phone, ou seja, com o telefone celular. Dessa forma, a expressão mobile banking é utilizada para designar qualquer transação realizada pelo cliente junto ao seu banco por meio de diapositivos móveis, telefones celulares (mobile phone) e tablets. É uma forma remota de acesso às contas no banco, permitindo a realização das mais variadas transações bancárias. Quando se estuda remote banking, a gente aprende que remote tem a ver com acessar o banco a distância. A tecnologia proporcionada pela informática permite que o cliente acesse sua conta bancária e faça as mais diversas transações a distância. Os acessos remotos ocorrem via terminais de auto-atendimento localizados fora da agência bancária, em farmácias, shopping centers, postos de gasolina e etc. Acontecem também por meio da internet. A pessoa física fazendo uso do home banking e a pessoa jurídica usando o office banking. E mais recentemente, com os iphones e outros smartphones é possível este acesso remoto por meio do mobile banking. O Mobile Banking caracteriza transações bancárias com o uso do mobile phone, o telefone celular. 42. TED e DOC Tanto o DOC - Documento de Crédito e quanto a TED - Transferência Eletrônica Disponível permitem a transferência de recursos de um banco para outro banco, a crédito de uma conta no banco destinatário. A principal diferença entre essas formas de transferência de recursos está relacionada ao tempo em que são efetivadas. Um DOC, que transita pela Compe - Serviço de Compensação de Cheques e Outros Papéis, leva um dia útil para ser compensado, de forma que o recebedor somente tem a informação do crédito no dia útil seguinte à sua emissão pelo pagador. Já a TED terá liquidação no próprio dia, ou seja, atualizará o saldo da conta do recebedor na mesma data em que é emitida pelo pagador. Para fazer uma transferência entre bancos, tanto por meio do DOC quanto da TED, é preciso ter as seguintes informações do favorecido: CPF (se o beneficiário é pessoa física) ou CNPJ (se o beneficiário é pessoa jurídica); nome do beneficiário, para que possa ser conferido antes de confirmar a transferência (não obrigatório); e dados bancários do beneficiário: Banco, agência e conta. O horário limite para envio de uma TED é às 17h30, visto sendo que a grade horária para ordens de transferências de fundos que transitam pelo STR - Sistema de Transferência de Fundos, a favor de cliente, encerra às 17h30. A maioria dos bancos aceitam TEDs até às 17h. O DOC não tem valor mínimo, mas tem valor máximo de R$4.999,99. O valor mínimo da TED desde 16.01.2015 é R$500,00 e não possui valor máximo. Há algumas notícias na internet dando conta de que o valor mínimo da TED teria sido reduzido para R$250,00 a partir de 03.07.2015. No site da Febraban não há qualquer notícia a respeito. Lá consta como sendo ainda R$500,00. Para nós permanece esse valor de R$500,00. 43. Mercado interbancário O sistema financeiro tem, hoje, como único instrumento capaz de traduzir suas expectativas, o mercado interbancário de reais. A este segmento, o Banco Central não tem acesso. Nele, os preços estão livres da intervenção e, portanto, de balizamentos oficiais. Este mercado é privativo dos bancos e dos brokers, que fazem a ponte entre compradores e vendedores de dinheiro com lastro em títulos privados. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 20 Não está imune, contudo, às influências sazonais do fluxo de recursos mantidos entre o sistema bancário e o governo. Normalmente, o custo do dinheiro de um dia negociado no mercado interbancário – DI - é muito próximo do custo de troca das reservas bancárias disponíveis lastreadas em títulos federais que ocorrem no mercado aberto (Selic), podendo, inclusive, ser uma referência para o custo do Selic no dia seguinte. Eventualmente, pode haver distorções entre esses dois custos por causa de impactos mais fortes dos recolhimentos bancários sobre a disponibilidade de moeda na economia que levem os bancos a uma procura maior por moeda. Assim, a sazonalidade típica da primeira quinzena do mês, quando aumenta consideravelmente o recolhimento de tributos e contribuições federais, normalmente amplia a retirada de moeda do sistema bancário. Pequenos ajustes no fluxo dos recursos recolhidos pelo BC ou pelo Tesouro contribuem para evitar as flutuações exageradas e bruscas dos juros que, naturalmente, tendem a diminuir na segunda quinzena do mês, quando o Tesouro Nacional passa de arrecadador para pagador, injetando moeda no mercado financeiro. Certificado de Depósito Interbancário - CDI Antes da criação do CDI, atualmente mais conhecido como Depósito Interfinanceiro ou Interbancário (CDI ou DI), as instituições financeiras monetárias e não-monetárias disputavam no mercado os recursos disponíveis para captação. Devido à volatilidade das taxas dos diferentes papéis em mercado, os recursos financeiros disponíveis procuravam as melhores aplicações, quer fossem em Certificado de Depósito Bancário (CDB), Letra de Câmbio (LC) ou Letra Interfinanceira (LI). Naturalmente existiria, em diferentes momentos, perdas para uns e ganhos para outros. De forma a garantir uma distribuição de recursos que atendesse ao fluxo de recursos demandado pelas instituições, foi criado, em meados da década de 80, o CDI. Os Certificados de Depósito Interbancário são os títulos de emissão das instituições financeiras monetárias e não-monetárias que lastreiam as operações do mercado interbancário. Suas características são idênticas às de um COB, mas sua negociação é restrita ao mercado interbancário. Sua função é, portanto, transferir recursos de uma instituição financeira para outra. Em outras palavras, para que o sistema seja mais fluido, quem tem dinheiro sobrando empresta para quem não tem. A regulamentação atual do DI tem como referência básica a Resolução 3.399, de 29.08.2006. Nela, o BC autoriza os bancos múltiplos, os bancos comerciais, os bancos investimento, os bancos de desenvolvimento, as caixas econômicas, as sociedades de crédito, financiamento e investimento, as sociedades de crédito imobiliário, as associações de poupança e empréstimo, as cooperativas de crédito e as sociedades de arrendamento mercantil a receberem depósitos interfinanceiros, desde que satisfeitas as seguintes condições: não haja emissão de certificado; sejam registrados e liquidados financeiramente em sistema de registro e liquidação financeira de ativos autorizada pelo BC; e tenham como depositantes os mesmos tipos de instituições, além das sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários. Na realização dos depósitos interfinanceiros, anteriormente mencionados, a instituição depositante deveobservar os limites de diversificação de risco estabelecidos pela Resolução 2.844, de 29.06.01, e suas alterações posteriores, sendo que para as cooperativas de crédito os limites foram estabelecidos pela Resolução 3.859, de 27/10/10 e suas alterações posteriores. A maioria das operações é negociada por um só dia. Suas vantagens são: não há taxação, é rápida e segura. Normalmente, o custo do dinheiro de um dia negociado no mercado interbancário é muito próximo do custo de troca das reservas bancárias disponíveis lastreadas em títulos federais que ocorrem no mercado aberto. Os DI prefixados ou com taxa flutuante podem ser negociados por um dia ou por mais longos, opcionalmente 30 dias, sempre via Cetip S.A. Os DI de um dia estabelecem um padrão de taxa média diária, o DI over. É o DI over que reflete a expectativa de custo das reservas bancárias para a manhã seguinte à do fechamento das transações. Os DI pós- fixados são emitidos com prazo mínimo de um mês, e remunerados pela TR, ou TJLP, pelo prazo mínimo de dois meses, remunerados pela TBF, e pelo prazo mínimo de um ano, remunerados por índice de preços. Os DI podem ser liquidados antecipadamente, depois de cumpridos os prazos mínimos. As taxas do DI over, que representam o custo da troca de reservas interbancárias por um dia, estabelecem o parâmetro de taxas para as operações de empréstimo de curtíssimo prazo, o chamado hot money, que, normalmente, embute o custo do DI over mais um spread mínimo. Uma instituição financeira compradora de DI (instituição depositante) não pode adquirir em DI mais do que 30% do PR de outra instituição financeira vendedora DI (instituição depositária). Uma instituição financeira vendedora de DI (instituição depositária) não pode captar recursos acima de 2,5 vezes o seu Patrimônio de Referência - PR em DI de prazo inferior a 30 dias. As vendas de DI podem ser intermediadas pelas sociedades corretoras de valores e pelas distribuidoras de valores. Os bancos comerciais e os bancos múltiplos com carteira comercial podem captar recursos com a emissão do Depósito Interfinanceiro Vinculado ao Crédito Rural - DIR - como instrumento complementar de operações do setor rural com prazo mínimo de 60 dias pré ou pós com TR, TJLP ou TBF. A Resolução 3.224, de 29.07.04, instituiu o DIR- Pronaf caso uma instituição opte por não cumprir a exigibilidade aplicar os recursos no Pronaf, como por ela é definido. As instituições financeiras vinculadas ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo podem captar recursos, conforme condições da Resolução 3.932, de 16.12.10, e seu regulamento anexo, com suas alterações posteriores, por meio da emissão do Depósito lnterfinanceiro Imobiliário - DII -, nos mesmos prazos mínimos demais DI. Finalmente, a Circular 3.197, de 31.07.2003, estabeleceu as condições de emissão do Depósito Interfinanceiro de Microfinanças - DIM -, vinculado às operações de micro crédito com prazo mínimo de 30 dias e sua proibição de negociação. CDI-Reserva A Circular 2.279, de 03/93, abriu a possibilidade de os bancos comerciais e/ou múltiplos com carteira comercial e as caixas econômicas negociarem recursos no mercado interbancário com outra instituição financeira do gênero, com liquidação no mesmo dia, ou seja, em D, nas reservas bancárias contabilizadas na autoridade monetária. Tais operações serão registradas no Selic e nominadas de CDI - Reserva. Os prazos mínimos destes títulos são, exclusivamente, de dois dias com taxas pré, conforme Circular 2.890, de 20.05.99. Assim, tal operação possibilita que os bancos troquem reservas sem lastro em títulos públicos, permitindo que o fluxo de liquidez entre as instituições se faça de maneira mais eficiente. Após essa circular, então, são três as alternativas para um banco recompor sua posição nas reservas bancárias em D: recorrer ao Redesconto do BC; atuar junto à mesa do mercado aberto do BC com lastro em títulos públicos federais; trocar com outros bancos reservas sem lastro em títulos públicos - CDI - Reserva. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 21 Interbancário em Moeda Estrangeira - Dólar Os bancos, entre si, compram e vendem moeda à vista ou no futuro de acordo com suas sensibilidades específicas, como forma de captar recursos em dólar para operações de empréstimos em reais. Por outro lado, o BC, através do Sisbacen, contabiliza e monitora todas as operações que envolvem a moeda estrangeira. As operações conduzidas sob a sistemática de interbancário eletrônico são realizadas com ou sem intermediação de câmara ou prestador de serviços de compensação e de liquidação cujo sistema tenha sido autorizado pelo BC para liquidação de operações de câmbio. Elas representam um compromisso firme e irrevogável entre as partes, substituindo, para todos os efeitos legais, o formulário de contrato de câmbio definido pelo BC. A Circular 3.372, de 12.12.07, estabelece que quando do registro das operações de câmbio interbancário os bancos devem declarar no Sisbacen se as operações têm por finalidade o giro financeiro ou se é uma passagem de linha para outra instituição financeira. As operações de câmbio interbancárias que têm por finalidade o giro financeiro são aquelas contratadas por bancos que atuam em posição intermediária e final em uma cadeia de operações negociada cujo resultado corresponde a uma operação entre dois bancos que não seria comportada por seus próprios limites operacionais recíprocos ou por outros fatores impeditivos. As operações de câmbio interbancárias que têm por finalidade a passagem de linha são aquelas em que um banco entrega moeda estrangeira a outro por intermédio de uma operação de venda de moeda estrangeira para liquidação em determinada data e, simultaneamente, contrata o recebimento dessa mesma moeda estrangeira por meio de uma operação de compra para liquidação em um dia a mais em relação à data de liquidação da operação de venda. As movimentações diárias do mercado de câmbio, não só de operações financeiras com o dólar, mas, também, as resultantes das operações vinculadas às exportações/importações, provocam entradas e saídas de moeda nos bancos, que são contabilizadas pelo BC e, evidentemente, vão influenciar o volume de recursos disponíveis no mercado financeiro. 44. Operações de Liquidez no Mercado Interbancário O Mercado Interbancário envolve as operações realizadas pelas instituições bancárias e financeiras. As operações de liquidez têm o objetivo de equilibrar o Caixa das instituições financeiras. Aquelas que têm sobra de recursos repassam esses recursos para aquelas que estão necessitando desses recursos. Atualmente, pouquíssimas pessoas mantêm muito dinheiro no bolso. Elas têm contas correntes em que fazem depósitos. Quando precisam de dinheiro, fazem saques ou recorrem a um empréstimo. Os bancos não mantêm o dinheiro que você deposita guardado, mas fazem empréstimos com ele. Se você e muitos outros resolverem sacar recursos de seu banco hoje, ele pode fechar o dia no negativo. Por meio do chamado mercado interbancário, os bancos emprestam dinheiro uns aos outros. Obviamente, eles cobram e pagam juros por isso. De forma a garantir uma distribuição de recursos que atenda ao fluxo de recursos demandados pelas instituições, foi criado, em meados da década de 1980, o CDI. Os Certificados de Depósito Interbancário são os títulos de emissão das instituições financeiras, que lastreiam as operações do mercado interbancário. Suas características são idênticas às de um CDB, mas sua negociação é restrita ao mercado interbancário. Sua função é, portanto, transferir recursos de uma instituição financeira para outra. Em outras palavras, para que o sistema seja mais fluido, quem temdinheiro sobrando empresta para quem não tem. As operações se realizam fora do âmbito do Banco Central, tanto que, neste mercado, não há incidência de qualquer tipo de imposto, as transações são fechadas por meio eletrônico e registradas nos computadores das instituições envolvidas e nos terminais da CETIP S. A. Mercados Organizados. A maioria das operações é negociada por um só dia. Portanto, pode-se definir como sua função manter a fluidez do sistema, ou seja, quem tem dinheiro em excesso empresta para quem estiver precisando. Grande parte das operações é negociada com período de apenas um dia. Apesar disso, tem as vantagens de ser rápido, seguro e não sofrer nenhum tipo de taxação. Os CDI’s também podem ser negociados em prazos mais dilatados e com taxas pré-fixadas e pós-fixadas. Os Certificados de Depósitos Interbancários negociados por um dia, também são denominados Depósitos Interfinanceiros e detém a característica de funcionarem como um padrão de taxa média diária, a CDI over. As taxas do CDI over vão estabelecer os parâmetros das taxas referentes às operações de empréstimos de curtíssimo prazo, conhecidas como hot money que embute, na maioria dos casos, o custo do CDI over acrescido de um spread mínimo, além do custo do PIS. Como o CDI quantifica o custo do dinheiro para os bancos em um determinado dia, ele é utilizado pelo mercado como parâmetro para fundos de renda fixa e DI. O CDI é usado também como parâmetro para operações de Swap (contrato de troca de qualquer tipo, seja ele de moedas, commodities ou ativos financeiros), na Bolsa de Mercadoria & Futuros (BM&F) para o ajuste diário do DI futuro. 45. Taxas de Juros no Mercado Interbancário No contexto de uma operação financeira, o juro é a remuneração que o tomador (captador) de um empréstimo paga ao doador (aplicador) de recursos. Os fatores fundamentais que afetam os juros são: expectativa de inflação; risco do tomador de recursos; liquidez de mercado e risco conjuntural. A influência dos juros é sentida em todo o mercado financeiro, atuando sobre as decisões de investimentos e financiamentos, tanto a curto como a longo prazos. Quando os juros apresentam um comportamento de alta, os investidores de mercado são atraídos para títulos de renda fixa com maior remuneração esperada. Em momentos de baixa dos juros, a situação inverte-se, migrando os investidores para o mercado de renda variável (ações). A definição da taxa de juros promove amplas repercussões em toda a economia, influenciando a inflação, o crescimento da atividade, a poupança e o investimento. A taxa de juro é apropriadamente identificada como o preço do crédito, refletindo uma dimensão temporal. O juro exprime o preço de troca de ativos disponíveis em diferentes momentos do tempo. Quaisquer que sejam os tipos de taxas de juros conhecidos no mercado, todos eles exprimem a remuneração pela alocação de capital. A taxa de juros mais importante no Mercado Interbancário é a Taxa DI, que é a taxa praticada pelas instituições financeiras quando tomam ou emprestam dinheiro via CDI - Certificado de Depósito Interfinanceiro. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 22 Como as mais usuais no mercado interbancário, as taxas registradas nas operações um dia servem de referência para o cálculo da taxa CDI Over. A taxa média diária do CDI de um dia, também conhecido como Depósito Interfinanceiro, é, portanto, calculada com base nas operações de emissão de Depósitos Interfinanceiros pré-fixados, pactuadas por um dia útil e registradas e liquidadas na CETIP, conforme determinação do Banco Central. São selecionadas apenas as operações de um dia útil de prazo (conhecidas também como overnight), considerando somente as operações realizadas entre instituições de conglomerados diferentes, não sendo contabilizadas as taxas de transações dentro de um mesmo grupo financeiro. Por representar as condições de liquidez do mercado, o CDI Over é uma média obtida e divulgada em termos anuais, no começo da noite de cada dia útil, após o fechamento do mercado. Com isso, esta taxa serve de referência para o custo de reservas da manhã seguinte, influenciando na formação da taxa Selic. Embora flutue em patamares próximos, esta taxa não é a Selic fixada pelo Copom, que é referida no mercado como Selic Meta. Por ser uma taxa importante no mercado interbancário, ela acaba servindo de referencial para outras taxas praticadas pelos bancos. Por exemplo, um aumento no CDI Over pode indicar que o custo de captação dos bancos esteja crescendo, de forma que as instituições podem decidir pelo aumento nas suas taxas de empréstimos, tanto para pessoas físicas como jurídicas, para manter uma margem estável. Além de patamar para outras taxas, o CDI Over também é utilizado como referencial para avaliar a rentabilidade das aplicações em fundos de investimento. Embora alguns analistas e instituições critiquem esta utilização, já que esta é uma taxa de curtíssimo prazo disponível apenas para instituições financeiras, este segue sendo o índice de referência mais popular na renda fixa. 46. Mercado de Capitais No Mercado de Capitais são negociados valores mobiliários, predominando, ações, debêntures e quotas de fundos de investimento. Entretanto, existem vários outros tipos de valores mobiliários. O art. 2º da Lei nº 6.385, de 07.12.76, com alterações feitas pela Lei nº 10.303, de 31.10.01, define como valores mobiliários: as ações, debêntures e bônus de subscrição; os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento relativos aos valores mobiliários; os certificados de depósito de valores mobiliários; as cédulas de debêntures; as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer ativos; as notas comerciais (commercial papers); os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos subjacentes sejam valores mobiliários; outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros. Nenhuma emissão pública de valores mobiliários poderá ser distribuída, no mercado, sem prévio registro na CVM, entendendo- se por atos de distribuição a venda, promessa de venda, oferta à venda ou subscrição, aceitação de pedido de venda ou subscrição de valores mobiliários. Estão expressamente excluídos do mercado de valores mobiliários os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal. 47. Conselho Monetário Nacional Como já visto anteriormente, é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Compete ao CMN estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia; regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras; e disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial. Com relação ao Mercado de Capitais, conforme o art. 3º da lei 6.385, de 07.12.76, compete ao Conselho Monetário Nacional: definir a política a ser observada na organização e no funcionamento do mercado de valores mobiliários; regular a utilização do crédito nesse mercado; fixar, a orientação geral a ser observada pela Comissão de Valores Mobiliários no exercício de suas atribuições; definir as atividades da Comissão de Valores Mobiliários que devem ser exercidas em coordenação com o Banco Central do Brasil. aprovar o quadro e o regulamento de pessoal da Comissão de Valores Mobiliários,bem como fixar a retribuição do presidente, diretores, ocupantes de funções de confiança e demais servidores. 48. Comissão de Valores Mobiliários - CVM A Lei que criou a CVM (6.385/76) e a Lei das Sociedades por Ações (6.404/76) disciplinaram o funcionamento do mercado de valores mobiliários e a atuação de seus protagonistas, assim classificados, as companhias abertas, os intermediários financeiros e os investidores, além de outros cuja atividade gira em torno desse universo principal. É administrada por um Presidente e quatro Diretores, nomeados pelo Presidente da República e aprovados pelo Senado Federal. Eles formam o chamado “colegiado” da CVM. Seus integrantes têm mandato de 5 anos e só perdem seus mandatos “em virtude de renúncia, de condenação judicial transitada em julgado ou de processo administrativo disciplinar". A CVM tem poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado. A Lei atribui à CVM competência para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas no mercado. Diante de qualquer suspeita a CVM pode iniciar um inquérito administrativo, por meio do qual, recolhe informações, toma depoimentos e reúne provas com vistas a identificar claramente o responsável por práticas ilegais, oferecendo-lhe, a partir da acusação, amplo direito de defesa. O Colegiado tem poderes para julgar e punir o faltoso. As penalidades que a CVM pode atribuir vão desde a simples advertência até a inabilitação para o exercício de atividades no mercado, passando pelas multas pecuniárias. De acordo com a lei que a criou, a Comissão de Valores Mobiliários exercerá suas funções, a fim de: estimular a formação de poupanças e a sua aplicação em valores mobiliários; promover a expansão e o funcionamento eficiente e regular do mercado de ações, e estimular as aplicações permanentes em ações do capital social de companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais; assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão; Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 23 proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra: emissões irregulares de valores mobiliários; atos ilegais de administradores e acionistas controladores das companhias abertas, ou de administradores de carteira de valores mobiliários. 49. Estrutura e Funcionamento O mercado de capitais é o conjunto de mercados, instituições e ativos que viabiliza a transferência de recursos financeiros entre tomadores (companhias abertas) e aplicadores (investidores) destes recursos. Essa transferência ocorre por meio de operações financeiras que ocorrem por meio de intermediários financeiros. As operações que ocorrem no mercado de capitais, bem como seus participantes são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As companhias abertas necessitam de recursos financeiros para realizar investimentos produtivos, tais como: construção de novas plantas industriais, inovação tecnológica, expansão da capacidade, aquisição de outras empresas ou mesmo o alongamento do prazo de suas dívidas. Os investidores, por outro lado, possuem recursos financeiros excedentes, que precisam ser aplicados de maneira rentável e valorizar-se ao longo do tempo, contribuindo para o aumento de capital do investidor. Para compatibilizar os diversos interesses entre companhias e investidores, estes recorrem aos intermediários financeiros, que cumprem a função de reunir investidores e companhias, propiciando a alocação eficiente dos recursos financeiros na economia. O papel dos intermediários financeiros é harmonizar as necessidades dos investidores com as das companhias abertas. Por exemplo, uma companhia que necessita captar recursos para investimentos, se desejar fazê-lo por meio do mercado de capitais, deve procurar os intermediários financeiros, que irão distribuir seus títulos para serem oferecidos a diversos investidores, possibilitando mobilizar o montante de recursos requerido pela companhia. O primeiro passo para isso é o registro de companhia aberta junto à CVM. O intermediário financeiro irá pedir o registro em nome da companhia apresentando uma série de documentos que são especificados pela CVM, entre eles os principais atos societários, as últimas demonstrações financeiras, parecer de auditor independente, entre outros. Uma vez obtido o registro de companhia aberta junto à CVM, a empresa pode, por exemplo, emitir títulos representativos de seu capital, as ações, ou representativos de empréstimos tomados via mercado de capitais, como debêntures e notas comerciais (“commercial papers”). A colocação inicial desses títulos ou valores mobiliários se dá no chamado mercado primário, onde as ações e/ou debêntures, por exemplo, são vendidas pela primeira vez e os recursos financeiros obtidos são direcionados para a respectiva companhia. Finalizada essa primeira etapa, os investidores que adquiriram esses títulos e valores mobiliários podem revendê-los no chamado mercado secundário, onde ocorre a sua negociação entre os investidores. As negociações no mercado secundário ocorrem nas bolsas de valores e nos mercados de balcão organizado e não organizado. 50. Sociedades Anônimas ou Companhias A sociedade anônima ou companhia tem o seu capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas, conforme o Art. 1º da Lei 6.404, conhecida como Lei das S.A. A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões “companhia” ou “sociedade anônima”, expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final. Segundo o Art. 4º Lei 6.404, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. Companhia Aberta É também chamada de empresa com capital aberto, ou seja, a participação no seu capital é acessível a qualquer investidor. Uma companhia é considerada aberta quando promove a colocação de valores mobiliários em bolsas de valores ou no mercado de balcão organizado. As companhias abertas estão obrigadas à divulgação de qualquer deliberação da assembleia de acionistas, ou qualquer fato relevante que possa influir de modo ponderável na cotação de suas ações, na decisão de seus investidores em negociar com seus títulos e na determinação dos investidores de exercerem quaisquer direitos inerentes à condição de titular dos valores emitidos pela companhia. Os atos ou fatos considerados relevantes, segundo a instrução CVM 358. Da sua leitura, constatamos que se trata de procedimentos que terão reflexos no resultado da empresa e consequentemente no valor das suas ações. Companhia Fechada É também chamada de empresa com capital fechado, dessa forma, a participação no seu capital é limitada a alguns investidores. É uma empresa com capital de propriedade restrita, cujas ações não podem ser negociadas em bolsas de valores. Sua ações são negociadas no próprio balcão da empresa. Não está sujeita a divulgar as informações obrigatórias ao Mercado, conforme exigência da CVM para as empresas de capital aberto. 51. Ação - características Ação é um valor mobiliário, emitido por sociedades anônimas, que representa uma parcela do seu capital social. O proprietário de ações emitidas por uma companhia é chamado de acionista e tem status de sócio, tendo direitos e deveres perante a sociedade, no limite das ações adquiridas. Apesar de todas as sociedades anônimas terem o seu capital dividido em ações, somente as ações que forem emitidas por companhias de capital aberto, asquais possuem registro na CVM, poderão ser negociadas publicamente. A propriedade da ação é representada por um “Certificado de Ações” ou pelo “Extrato de Posição Acionária” emitidos, respectivamente, pela companhia e por uma instituição contratada pela sociedade para o atendimento aos acionistas. Em qualquer caso, no documento deverá constar, dentre outras informações, o número de ações possuídas e o nome do acionista. Obs.: Atualmente, as ações são predominantemente escriturais, isto é, sua propriedade é comprovada por extratos e não mais por cautelas. O investimento em ações é considerado de renda variável. Tipos de Ações No Brasil, há três espécies de ações emitidas pelas companhias abertas. O que as diferencia são os direitos que concedem a seus acionistas. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 24 O Estatuto Social das Companhias, que é o conjunto de regras que deve ser cumprida pelos administradores e acionistas, define as características de cada espécie de ações. Ação Ordinária (sigla ON) - Sua principal característica é conferir ao seu titular direito a voto nas Assembleias de acionistas. Ação Preferencial (sigla PN) - Normalmente, o Estatuto retira dessa espécie de ação o direito de voto. Em contrapartida, concede outras vantagens, tais como: Prioridade na distribuição dos dividendos (sua principal característica), o que significa que não podem ser pagos dividendos às ações ordinárias sem que se paguem os dividendos às ações preferenciais; Prioridade no reembolso do capital, o que significa que, no caso de liquidação da companhia, depois de pagos os credores, os recursos que sobrarem serão destinados primeiramente ao resgate das ações preferenciais. No que diz respeito aos dividendos, o detentor de ações preferenciais terá, no mínimo, uma das seguintes vantagens ou preferências: receber, no mínimo, 25% do lucro líquido da empresa, proporcional à quantidade de ações possuídas; caso o percentual mínimo de 25% não seja definido, ele receberá dividendos de 10% acima do dividendo distribuído ao acionista ordinário; em caso de venda da companhia, o acionista preferencial tem direito a vender suas ações por, no mínimo, 80% do valor pago aos acionistas controladores (ação ordinária). Este direito é conhecido no mercado como “tag along”. As ações preferenciais devem contar com pelo menos uma das vantagens ou preferências acima citadas. Caso não haja distribuição de dividendos por três anos (exercícios) consecutivos, as ações preferenciais adquirem direito a voto. Ações de Fruição - São ações que já foram amortizadas, ou seja, a companhia antecipou ao acionista a quantia a que ele teria direito no caso de liquidação da companhia. Somente o Estatuto ou a Assembleia Geral Extraordinária da companhia poderá autorizar esta operação. Quanto à forma, as ações serão nominativas, emitidas em nome de seu titular, o qual estará inscrito no Livro de Registro de Ações Nominativas. O controle da posição dos titulares poderá também ser feito por instituições financeiras especificamente autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM, sendo essas ações apresentadas na forma escritural. 52. Direitos dos Acionistas Quando você compra uma ação de uma companhia aberta se torna acionista e participa do lucro da companhia por meio do recebimento de dividendos e de bonificações. Quando for o caso de emissão de novas ações por parte da companhia, haverá ainda o direito de subscrição dessas ações. Pode ganhar também caso haja valorização do preço das ações na bolsa de valores. Obedecida a Legislação e observando o contido no Estatuto Social da Companhia, os administradores propõem e os acionistas, em assembleia geral, deliberam a distribuição de direitos aos acionistas, dentre os quais se destacam: Dividendos - O dividendo é a parcela do lucro distribuída em dinheiro aos acionistas, sendo deliberado em Assembleia Geral Ordinária, anualmente realizada para aprovação das contas do exercício social anterior. Bonificações - Ao longo das atividades, a Companhia poderá destinar parte dos lucros sociais para a constituição de uma conta de “Reservas” (termo contábil). Caso a companhia queira, em exercício social posterior, distribuir aos acionistas o valor acumulado na conta de Reservas, poderá fazê-lo na forma de Bonificação, podendo efetuar o pagamento em espécie ou com a distribuição de novas ações. Subscrições de novas ações - É o ato de adquirir novas ações emitidas em decorrência de aumento de capital da Companhia. O aumento de capital tem como objetivo suprir as necessidades de recursos, seja para ampliar a capacidade produtiva, suprir as necessidades de capital de giro ou para sanear o passivo. Bônus de Subscrição - É um direito dado ao acionista de subscrever novas ações numa data futura a um preço determinado. Esses bônus de subscrição podem ser alienados ou atribuídos, como vantagem adicional, aos subscritores de ações e debêntures, ou o investidor terá que pagar um preço por esse direito que, logicamente, será inferior ao preço da ação no mercado. 53. Desdobramento e Grupamento de Ações Desdobramento (Split) Consiste em dividir as ações existentes, sem alterar o valor do investimento, também conhecido como “split". Esta operação é realizada quando a administração da companhia acredita que deve aumentar a quantidade de papéis em circulação no mercado para facilitar sua negociação. Com a divisão da ação, o valor dela no mercado também será dividido proporcionalmente. Exemplo: se um acionista detém 100 ações ao preço de R$ 8,00 cada ação, terá um investimento total de R$ 800,00. Se a companhia resolve dividir cada ação em duas, o investidor passará a ter 200 ações ao preço de R$ 4,00, valendo sua aplicação os mesmos R$ 800,00. Grupamento (Inplit) É a operação contrária ao Desdobramento, consistindo em reunir várias ações em uma, conhecida como “inplit". O grupamento ocorre quando uma companhia decide elevar o preço da ação para facilitar sua negociação em bolsa pois, entende que o preço baixo está dificultando as operações. Da mesma forma que o desdobramento, a operação não altera o valor do investimento. Exemplo: Se um acionista detém 100 ações ao preço de R$ 2,00 cada ação, terá um investimento total de R$ 200,00. Se a companhia resolve grupar duas ações em uma, o investidor passará a ter 50 ações ao preço de R$ 4,00 cada e seu investimento valerá os mesmos R$ 200,00. 54. Agentes do Mercado de Capitais Emissores Companhias abertas Intermediários Bancos de Investimento Corretoras de Mercadorias Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários Agentes autônomos de investimento Administradores de carteiras Administradores de Mercado Bolsas de Valores Depositárias Câmaras de Compensação e Liquidação Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 25 Outros Analistas de Mercado de Valores Mobiliários Empresas de Auditoria Consultorias Investidores Pessoas Físicas Institucionais Empresas Estrangeiros Outros 55. Valor das Ações O preço das ações, chamado no mercado de “cotação”, oscila conforme a expectativa dos investidores em relação à companhia. Vários fatores influenciam os investidores na decisão de comprar ou vender as ações, entre eles: a perspectiva de lucro da companhia em suas atividades; o fluxo de dividendos a serem distribuídos; as projeções realizadas pelos analistas de mercado relativas aos rumos da Companhia; análises das escolas que estudam a tendência do preço das ações; a liquidezdas ações no mercado; o grau de alinhamento de interesses existente entre administradores, acionista controlador e demais acionistas; indicadores de mercado. Se o resultado desse conjunto de fatores for favorável, a procura por essas ações fará com que sua cotação suba. Se acontecer o contrário, sua cotação cairá. Os investidores devem comprar ou vender ações emitidas por companhias abertas através das corretoras ou distribuidoras de valores mobiliários sociedades integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários que possuem registro na CVM. 56. Bolsas de Valores A principal função da bolsa de valores é manter local transparente e adequado para as negociações de compras e vendas de ações. É onde funciona o chamado mercado secundário, é onde os investidores conseguem transformar em dinheiro as ações que possuem. Ali ocorrem as transações entre investidores, sem impacto no caixa da empresa emissora da ação. Para funcionar dependem de autorização da CVM, sob cuja supervisão e fiscalização desenvolvem suas atividades. As bolsas de valores podem ser constituídas como associações civis ou sociedades anônimas, tendo por objeto social: manter local ou sistema adequado à realização de operações de compra e venda de títulos e/ou valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado pela própria bolsa, sociedades membros e pelas autoridades competentes; dotar, permanentemente, o referido local ou sistema de todos os meios necessários à pronta e eficiente realização e visibilidade das operações; estabelecer sistemas de negociação que propiciem continuidade de preços e liquidez ao mercado de títulos e/ou valores mobiliários; criar mecanismos regulamentares e operacionais que possibilitem o atendimento, pelas sociedades membros, de quaisquer ordens de compra e venda dos investidores, sem prejuízo de igual competência da CVM, que poderá, inclusive, estabelecer limites mínimos considerados razoáveis em relação ao valor monetário das referidas ordens; efetuar registro das operações; preservar elevados padrões éticos de negociação, estabelecendo, para esse fim, normas de comportamento para as sociedades membros e para as companhias abertas e demais emissores de títulos e/ou valores mobiliários, fiscalizando sua observância e aplicando penalidades, no limite de sua competência, aos infratores; divulgar as operações realizadas, com rapidez, amplitude e detalhes; conceder, à sociedade membro, crédito para assistência de liquidez, com vistas a resolver situação transitória, até o limite do valor de seus títulos patrimoniais ou de outros ativos especificados no estatuto social mediante apresentação de garantias subsidiárias adequadas, observado o que a respeito dispuser a legislação aplicável; e exercer outras atividades expressamente autorizadas pela CVM. No desempenho das suas atividades as bolsas de valores possuem as seguintes competências: promover a fiscalização direta e ampla das sociedades membros, podendo, para tanto, examinar livros e registros de contabilidade e outros papéis ou documentos ligados a suas atividades, mantendo à disposição da CVM e do BCB os relatórios de inspeção realizados por fiscais ou auditores da bolsa de valores; admitir à negociação e à cotação quaisquer títulos e/ou valores mobiliários previstos em lei, desde que não se trate de título dependente de autorização específica, bem como cancelar tal admissão; promover a fiscalização das operações realizadas na bolsa de valores; impedir a realização de negociações que estejam sendo realizadas em bolsa de valores, que possam configurar infrações a normas legais e regulamentares, ou consubstanciar práticas não equitativas; suspender a negociação de quaisquer títulos ou valores mobiliários admitidos na bolsa de valores; cancelar os negócios realizados na bolsa de valores ou solicitar às entidades de compensação e liquidação de operações com títulos e valores mobiliários a suspensão da sua liquidação; determinar a apuração, mediante inquérito administrativo, das infrações às normas cujo cumprimento incumbe à bolsa de valores fiscalizar, bem como de práticas não equitativas e modalidades de fraude ou manipulação no mercado; suspender as atividades das sociedades membros relacionadas aos negócios realizados nas bolsas de valores ou ao exercício das funções de seus administradores, comunicando de imediato à Comissão de Valores Mobiliários e ao Banco Central do Brasil; e exercer outras funções que lhe forem atribuídas pelo seu Conselho de Administração. As bolsas de valores devem manter Fundo de Garantia, com finalidade exclusiva de assegurar aos investidores do mercado de valores mobiliários, até o limite do Fundo, ressarcimento de prejuízos decorrentes da atuação de administradores, empregados ou prepostos de sociedade membro ou permissionária, em relação à intermediação de negociações realizadas em bolsa e aos serviços de custódia. 57. Bolsas de Mercadorias e de Futuros. As bolsas de mercadorias e futuros têm como objetivo efetuar o registro, a compensação e a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema eletrônico. Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e transparente, que proporcione aos agentes econômicos a oportunidade de efetuarem operações de hedging (proteção) ante flutuações de preço de commodities agropecuárias, índices, taxas de juro, moedas e metais, bem como Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 26 de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica cuja incerteza de preço no futuro possa influenciar negativamente suas atividades. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa e são fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários. Atualmente, a única bolsa de mercadoria e futuros em funcionamento no país é a BM&FBovespa. 58. BM&FBovespa No passado, o Brasil chegou a ter nove bolsas de valores, mas atualmente a BM&FBovespa é a única em funcionamento. A BM&FBovespa foi criada em maio de 2008 com a integração entre Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), tornando-se a maior bolsa da América Latina, a segunda das Américas e a terceira maior do mundo. Nela são negociados títulos e valores mobiliários, tais como: ações de companhias abertas, títulos privados de renda fixa, derivativos agropecuários (commodities), derivativos financeiros, entre outros valores mobiliários. Os mercados de capitais são mais eficientes em países onde existem bolsas de valores bem estruturadas, transparentes e líquidas. Para que elas desempenhem suas funções, o ambiente de negócios do país tem que ser livre e as regras devem ser claras. Nestes contextos, as bolsas podem beneficiar todos os indivíduos da sociedade e não somente aqueles que detêm ações de companhias abertas. Até pouco tempo atrás, grande parte dos negócios ainda era realizada por meio do pregão viva-voz, mas, atualmente, todos os negócios com ações e opções são realizados por meio do sistema Mega Bolsa, implantado em 1997. Em março de 1999, a Bovespa lançou o sistema Home Broker, que permitia que investidores pudessem comprar e/ou vender ações e opções em suas casas por meio da Internet. 59. Sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e Sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários O investidor que queira vender ou comprar ações na bolsa valores não pode negociar diretamente com outro investidor, nem diretamente com a bolsa de valores, precisa da intermediação de uma instituição credenciada pela bolsa de valores a atuar em seu ambiente operacional.Esses intermediários são as SCTVM e as SDTVM, que, hoje, fazem praticamente a mesma coisa. Para vender ou comprar ações na Bovespa o investidor deve dar uma ordem de compra ou de venda para a SCTVM ou SDTVM onde for cliente, que irá cumprir a ordem conforme as condições por ele definidas. As SCTVMs e as SDTVMs funcionam como corretores, ou seja, proporcionam o encontro daquele que quer comprar com aquele que quer vender e vice-versa. São remuneradas por meio da cobrança de taxas pelos serviços prestados. A grande diferença que existia entre as duas era por conta de que as SCTVM podiam atuar no ambiente das bolsas de valores e as SDTVM não. Isso perdurou enquanto a Bovespa era uma sociedade civil sem fins lucrativos, quando somente as SCTVM detinham os títulos patrimoniais que possibilitavam a atuação no ambiente operacional daquela instituição. Com o processo de desmutualização, por meio do qual a BM&FBovespa deixou de ser sem fins lucrativos para ser com fins lucrativos, passando a ser uma Sociedade Anônima, essa diferença deixou de existir. Hoje as SDTVMs também podem operar diretamente na Bovespa. Em 02.03.2009, o BCB e a CVM editaram a Decisão-Conjunta nº 17, autorizando as Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários a operar diretamente nos ambientes e sistemas de negociação das bolsas de valores. Embora possam, nem todas as Distribuidoras operam no ambiente operacional da Bovespa. Aquelas que operam fazem suas transações diretamente com a BM&FBovespa. As Distribuidoras que não operam realizam suas operações por meio de uma Corretora. Essas Distribuidoras repassam as ordens recebidas de seus clientes para alguma Corretora, dividindo a taxa de corretagem com a Corretora. Para o cliente da Distribuidora não faz diferença alguma. O importante para ele é que a ordem seja cumprida. Tanto as Corretoras como as Distribuidoras oferecem, em geral, aos seus clientes: suporte para entender o funcionamento da Bolsa e para definição do perfil do investidor; fornecimento de informativos sobre o mercado e relatórios de recomendação de ações, como forma de auxiliar na escolha de ações ou de tipos de investimentos; disponibilização de ferramentas e serviços facilitadores, como o home broker (investimento via Internet) e ferramentas de análise gráfica; assessoria de especialistas; aviso sobre novos produtos no mercado, possibilitando a diversificação de seus investimentos; e informação sobre o recebimento de dividendos e outros valores que as empresas pagam aos acionistas. Ambas podem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. Na denominação social da SCTVM deve constar a palavra “Corretora”, combinada com as expressões “de Títulos” e/ou “Valores” e/ou “Mobiliários”. Na denominação social da SDTVM deve constar a expressão “Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”. Possuem como atividade principal a intermediação no mercado de ações (venda, compra e distribuição de títulos e valores mobiliários). De forma resumida, podem: promover ou participar de lançamentos públicos de ações; administrar e custodiar carteiras de títulos e valores mobiliários; organizar e administrar fundos e clubes de investimentos; prestar serviços de assessoria técnica em operações inerentes ao mercado financeiro; operar, como intermediadora, na compra e venda de moedas estrangeiras, por conta e ordem de terceiros (operações de câmbio), desde que autorizada pelo Banco Central do Brasil; operar em bolsas de valores e de mercadorias e futuros, por conta própria e de terceiros; realizar operações de conta margem com seus clientes; efetuar operações de compra e venda de metais preciosos, por conta própria e de terceiros. As Corretoras são regulamentadas pela Res. CMN 1.655 e as Distribuidoras pela Res. CMN 1.120, que também definem que o BCB e a CVM, cada um dentro da sua esfera de competência, poderão baixar as normas e adotar as medidas julgadas necessárias para que essas sociedades desenvolvam suas atividades. De acordo com as Resoluções acima citadas as SCTVMs e as SDTVMs possuem objeto social quase idênticos, conforme a tabela abaixo: Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 27 OBJETO SOCIAL SCTVM SDTVM Operar em recinto ou em sistema mantido por bolsa de valores. Subscrever, isoladamente ou em consórcio com outras sociedades autorizadas, emissões de títulos e valores mobiliários para revenda. Intermediar oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado. Comprar e vender títulos e valores mobiliários por conta própria e de terceiros, observada regulamentação baixada pela Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil nas suas respectivas áreas de competência. Encarregar-se da administração de carteiras e da custódia de títulos e valores mobiliários. Incumbir-se da subscrição, da transferência e da autenticação de endossos, de desdobramento de cautelas, de recebimento e pagamento de resgates, juros e outros proventos de títulos e valores mobiliários. Exercer funções de agente fiduciário. Instituir, organizar e administrar fundos e clubes de investimento. Constituir sociedade de investimento - capital estrangeiro e administrar a respectiva carteira de títulos e valores mobiliários. Exercer as funções de agente emissor de certificados e manter serviços de ações escriturais. Emitir certificados de depósito de ações Intermediar operações de câmbio. Praticar operações no mercado de câmbio de taxas flutuantes. Praticar operações de conta margem, conforme regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários. Realizar operações compromissadas. Praticar operações de compra e venda de metais preciosos, no mercado físico, por conta própria e de terceiros, nos termos da regulamentação baixada pelo Banco Central do Brasil. Operar em bolsas de mercadorias e de futuros por conta própria e de terceiros, observada regulamentação baixada pela Comissão de Valores Mobiliários e Banco Central do Brasil nas suas respectivas áreas de competência. Prestar serviços de intermediação e de assessoria ou assistência técnica, em operações e atividades nos mercados financeiro e de capitais. Exercer outras atividades expressamente autorizadas, em conjunto, pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários. A constituição e o funcionamento de SCTVM e de SDTVM dependem de autorização do Banco Central do Brasil. O exercício de atividades de SDTVMs no mercado de valores mobiliários depende de prévia e expressa autorização da Comissão de Valores Mobiliários. Somente podem ser administradores de SCTVM e SDTVM as pessoas naturais, residentes no Brasil, que atendam às condições previstas na legislação e regulamentação vigentes. A sociedade corretora deverá manter, para cada área de atividade que desenvolver, administrador tecnicamente qualificado responsável pelas operações, admitida a acumulação de áreas, salvo nos casos defesos (proibidos) em normas legais e regulamentares. Devem manter sistema de conta corrente, não movimentável por cheque, para efeito de registro das operações por conta de seus clientes. São proibidas de realizar operações que caracterizem, sob qualquer forma, a concessão de financiamentos, empréstimos ou adiantamentos a seus clientes, inclusive através da cessão de direitos, ressalvadas as hipóteses de operação de conta margem e as demais previstas na regulamentação em vigor. Não podem cobrar de seus comitentes (contratante dos serviços) corretagem ou qualquer outra comissão referente a negociações com determinado valor mobiliário durante seu período dedistribuição primária. Estão obrigadas a manter sigilo em suas operações e serviços prestados, devendo guardar segredo sobre os nomes e as operações de seus comitentes, só os revelando mediante autorização desses, dada por escrito. O nome e as operações do comitente devem ser informados, sempre que solicitado, à Comissão de Valores Mobiliários, às Bolsas de Valores e ao Banco Central do Brasil, observadas as respectivas esferas de competência, bem como nos demais casos previstos na legislação em vigor. Estão sujeitas às normas de escrituração expedidas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil. A SCTVM está sujeita à permanente fiscalização da Bolsa de Valores e, no âmbito das respectivas competências, às do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários. 60. Negociando com Ações Negociar com ações implica na compra e venda desses ativos mobiliários. Quando o investidor pretende negociar diretamente, ou seja, sem ser por meio de fundos ou de clubes de investimento, necessita dirigir-se ao intermediário financeiro, que pode ser uma corretora ou distribuidora de valores credenciada a operar no recinto da bolsa. Essas instituições são fiscalizadas pelo Banco Central e pela Comissão de Valores, que podem estar ou não ligada a um banco. As credenciadas são as únicas instituições autorizadas a operar na Bolsa de Valores. Quando a compra ou venda é feita por outro tipo de instituição, que pode ser uma distribuidora não credenciada à bolsa, um banco de investimento ou agente autônomo, por exemplo, este intermediário repassará as ordens para uma corretora ou distribuidora credenciar providenciar a liquidação das operações na Bolsa. As corretoras e as distribuidoras oferecem diferentes serviços aos seus clientes, tais como indicação de compra e venda de ações, informações sobre as maiores altas e maiores baixas da Bolsa, análise de empresas, entre outros. 61. Funcionamento do mercado à vista de ações É a compra ou venda de uma determinada quantidade de ações, a um preço estabelecido em pregão. Assim, quando há a realização de um negócio, ao comprador cabe arcar com o valor financeiro envolvido na operação, sendo que o vendedor deve fazer a entrega dos títulos-objeto da transação, nos prazos estabelecidos pela Bolsa de Valores de São Paulo - BOVESPA e pela BM&FBOVESPA - Câmara de Ações - (antiga CBLC). Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 28 São títulos-objeto todas as ações de emissão de empresas admitidas à negociação na BOVESPA. Os preços são formados em pregão, pela dinâmica das forças de oferta e demanda de cada papel, o que torna a cotação praticada um indicador confiável do valor que o mercado atribui às diferentes ações. A maior ou menor oferta e procura por determinado papel está diretamente relacionada ao comportamento histórico dos preços e, sobretudo, às perspectivas futuras da empresa emissora, aí se incluindo sua política de dividendos, prognósticos de expansão de seu mercado e dos seus lucros, influência da política econômica sobre as atividades da empresa etc. A realização de negócios no mercado a vista requer a intermediação de uma Sociedade Corretora ou Distribuidora, que seja credenciada junto a bolsa, que poderá executar a ordem de compra ou venda de seu cliente por meio de um de seus representantes (operadores), ou ainda autorizar seu cliente a registrar suas ordens no Sistema Eletrônico de Negociação, utilizando para isso o Home Broker da Corretora (que permite ao investidor comprar e vender ações pela internet). O encontro das ofertas e o fechamento de negócios é realizado automaticamente pelos computadores da BOVESPA. Desde 29.03.1999, também entrou em operação um novo conceito de atendimento e de realização de negócios no mercado acionário: o Home Broker. O Home Broker é um moderno canal de relacionamento entre os investidores e as Sociedades Corretoras ou Distribuidoras, que torna ainda mais ágil e simples as negociações no mercado acionário, permitindo o envio de ordens de compra e venda de ações pela internet, e possibilitando o acesso às cotações, o acompanhamento de carteiras de ações, entre vários outros recursos. A liquidação das operações realizadas na BOVESPA é efetuada pela BM&FBOVESPA - Câmara de Ações, que também faz a guarda de ativos e se encarrega da atualização e repasse dos proventos distribuídos pelas companhias abertas. Todo processo de transferência da propriedade dos títulos e do pagamento/recebimento do montante financeiro envolvido é intermediado pela BM&FBOVESPA - Câmara de Ações, e abrange duas etapas: 1ª) Entrega dos títulos (liquidação física): implica a disponibilização dos títulos à BM&FBOVESPA - Câmara de Ações - (antiga CBLC), pela Sociedade Corretora intermediária ou pela instituição responsável pela custódia dos títulos do vendedor. Ocorre no segundo dia útil (D2) após a realização do negócio em pregão. A liquidação física ocorre no terceiro dia útil (D3), quando as ações são entregues ao comprador após a respectiva liquidação financeira. 2ª) Pagamento da operação (liquidação financeira): compreende a quitação do valor total da operação pelo comprador, o respectivo recebimento pelo vendedor e a efetivação da transferência das ações para o comprador. Ocorre no terceiro dia útil (D3) após a realização do negócio em pregão. 62. Mercado de balcão Mercado de Balcão Não Organizado Mercado que negocia títulos e ativos financeiros entre instituições financeiras, investidores institucionais e outros investidores, em que não existe uma entidade de autorregulação que coordene as atividades de compra e venda. Normalmente, as negociações se fazem por telefone. Mercado de Balcão Organizado O mercado de balcão é chamado de organizado quando se estrutura como um sistema de negociação de títulos e valores mobiliários podendo estar organizado como um sistema eletrônico de negociação por terminais, que interliga as instituições credenciadas em todo o Brasil, processando suas ordens de compra e venda e fechando os negócios eletronicamente. O Mercado de Balcão Organizado é um segmento de negociação de ativos administrado pela BVSP, em que há a presença da entidade autorreguladora exercendo a supervisão dos negócios. Entretanto, os parâmetros de negociação e as regras de listagem são menos exigentes do que os do Mercado de Bolsa. Mais informações no Caderno CVM Mercado de Balcão Organizado, disponível em goo.gl/pIIvp (acesso em 12.10.2015). 63. Operações de Underwriting São realizadas por bancos de investimentos e demais instituições do sistema de distribuição de valores mobiliários (corretoras e distribuidoras). Visam intermediar a colocação (lançamentos) ou distribuição valores mobiliários (ações e debêntures) no mercado de capitais. Recebem uma comissão pelos serviços prestados; Podem ser realizadas nos seguintes mercados: primário - a primeira vez os papéis vão a mercado, secundário - quando os papéis são negociados outras vezes além da primeira. Tipos de underwriting: garantia firme - quando a instituição financeira coordenadora da operação garante a colocação de um determinado lote de títulos a um determinado preço previamente pactuado com a emissora, encarregando-se por sua conta e risco de colocá-la no mercado, melhores esforços (best efforts) - quando a instituição assume o compromisso de desenvolver os melhores esforços para revender o máximo de uma emissão nas melhores condições possíveis e por um prazo determinado, stand-by - quando a instituição assume o compromisso de ela própria efetivar a subscrição, após determinado prazo, dos títulos que se comprometeu a colocar no mercado mas que não encontrou interessados, book building - trata-seda oferta global (global offering) dos títulos de uma empresa visando a colocação de seus papéis no País e no exterior (exige maior sofisticação na elaboração). 64. Fundos de Investimento Fundo de Investimento é uma comunhão de recursos, captados de pessoas físicas ou jurídicas, com o objetivo de obter ganhos financeiros a partir da aplicação em títulos e valores mobiliários. Isto é: os recursos de todos os investidores de um fundo de investimento são usados para comprar bens (títulos) que são de todos os investidores, na proporção de seus investimentos. Um fundo é organizado sob a forma de condomínio e seu patrimônio é dividido em cotas, cujo valor é calculado diariamente por meio da divisão do patrimônio líquido pelo número de cotas em circulação. O patrimônio líquido é calculado pela soma do valor de todos os títulos e do valor em caixa, menos as obrigações do fundo, inclusive aquelas relativas à sua administração. As cotas são frações do valor do patrimônio do fundo. Exemplo: Um investidor aplica $2.000 em cotas de um fundo que, na data do investimento, possui um patrimônio líquido de $500.000 e 100.000 cotas. A partir destas informações, é possível calcular: o valor da cota na data da aplicação: $500.000 / 100.000 = $5 o número de cotas adquiridas pelo investidor: $2.000 / $5 = 400 Supondo que, num determinado intervalo de tempo, o patrimônio líquido sofra um aumento de 20% e o número de cotas aumente 9%. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 29 Neste caso, o valor da cota aumentará ($600.000 / 109.000 = $5,5), da mesma forma como o valor a resgatar (400 x $5,5 = $2.200). E se quisermos calcular a rentabilidade no período, basta dividir o valor da cota no resgate pelo valor na data da aplicação e ajustar para percentual: $5,5 / $5 = 1,1 ou 10%. Fundos Abertos x Fundos Fechados O funcionamento dos Fundos de Investimento depende de prévia autorização da CVM. Os fundos de investimento podem ser organizados sob a forma de condomínios abertos ou fechados. Nos fundos abertos é permitida a entrada de novos cotistas ou o aumento da participação dos antigos por meio de novos investimentos, assim como é permitida a saída de cotistas, por meio do resgates de cotas, isto é, mediante a venda de ativos do fundo para a entrega do valor correspondente ao cotista que efetuou o resgate, total ou parcial, de suas cotas. Já nos fundos fechados, a entrada e a saída de cotistas não é permitida. Após o período de captação de recursos pelo fundo, não são admitidos novos cotistas nem novos investimentos pelos antigos cotistas (embora possam ser abertas novas fases de investimento, conhecidas no mercado como “rodadas de investimento”). Além disso, também não é admitido o resgate de cotas por decisão do cotista, que tem que vender suas cotas a terceiros se quiser receber o seu valor antes do encerramento do fundo. É obrigação do administrador fornecer o regulamento e o prospecto do fundo a todos os cotistas, assim como relatórios periódicos sobre as suas atividades, além de divulgar ampla e imediatamente qualquer informação que possa influenciar na decisão do cotista em permanecer investindo. Cabe também ao administrador efetuar diariamente a marcação a mercado do valor da cota e divulgar aos cotistas esse valor. O Prospecto contém, dentre outras informações relevantes que devem ser analisadas pelo investidor: a apresentação do Administrador do Fundo e sua respectiva experiência; as metas e objetivos de gestão do Fundo; a explicação da política de investimentos; o público-alvo a que se destina o Fundo; as hipóteses de contratação de terceiros para prestação de serviços; a política de distribuição de resultados, compreendendo prazos e condições de pagamento; os riscos envolvidos; o Estudo de Viabilidade. 65. Fundos de investimento em renda fixa Os fundos de renda fixa devem aplicar pelo menos 80% de seus recursos em ativos de renda fixa. Portanto, têm como principal fator de risco a variação da taxa de juros ou de índice de preços. Podem incluir na carteira títulos que apresentam maior risco de crédito, como os títulos privados, e podem utilizar derivativos tanto para proteção da carteira quanto para alavancagem. A Renda fixa não significa resultado garantido ou sempre positivo. Ao contrário, há riscos que devem ser considerados. 66. Fundos de investimento de renda variável Fundos de Ações São também chamados de fundos de renda variável e devem investir, no mínimo, 67% de seu patrimônio em ações negociadas em bolsa ou mercado de balcão organizado e em outros valores mobiliários relacionados às ações, conforme disposto no artigo 95-B ad instrução CVM 409/2004. Alguns fundos deste tipo têm como objetivo de investimento acompanhar ou superar a variação de um índice do mercado acionário, tal como o IBOVESPA. Como seu principal fator de risco é a variação nos preços das ações que compõem sua carteira, podem ser compatíveis com objetivos de investimento de longo prazo e que suportem uma maior exposição a riscos em troca de uma expectativa de rentabilidade mais elevada. Geralmente o crédito do resgate se dá quatro dias após a solicitação. Fundos Multimercado Devem apresentar política de investimento que envolva vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial, podendo investir em ativos de diferentes mercados - como renda fixa, câmbio e ações - e utilizar derivativos tanto para alavancagem quanto para proteção da carteira. Considerados os fundos com maior liberdade de gestão, buscam rendimento mais elevado em relação aos demais, mas também apresentam maior risco, sendo, portanto, compatíveis com objetivos de investimento que, além de procurar diversificação, tolerem uma grande exposição a riscos na expectativa de obter uma rentabilidade mais elevada. Nestes fundos, o crédito do resgate nem sempre se dá no mesmo dia da solicitação. 67. Fundos de investimento referenciados em dólar Fundos Cambiais Devem manter, no mínimo, 80% de seu patrimônio investido em ativos que sejam relacionados, direta ou indiretamente (via derivativos), à variação de preços de uma moeda estrangeira, ou a uma taxa de juros denominada cupom cambial. Os mais conhecidos são os chamados Fundos Cambiais Dólar, que buscam acompanhar a variação de cotação da moeda americana. Geralmente o crédito do resgate se dá no dia seguinte ao da solicitação. 68. Fundos de investimento orientados à aposentadoria São aplicações cujas características de longo prazo têm como objetivo a complementação da aposentadoria de seu investidor. Tais aplicações gozam do benefício da portabilidade, ou seja, a possibilidade do segurado-investidor solicitar a transferência dos valores acumulados para aposentadorias entre diferentes instituições – entidades abertas de previdência complementar e seguradoras –, depois de cumpridos os de carência estabelecidos em contrato para cada plano - que vão de 60 dias a 24 meses. A base legal de portabilidade é a Resolução 66/01 do CNSP e a Circular 211/02 da Susep. A portabilidade só é permitida entre planos do mesmo segmento, isto é, entre planos de previdência complementar aberta, tais como o FAPI, o PGBL e o Tradicional, ou entre planos de seguro de vida com cobertura por sobrevivência, caso do VGBL. Não é possível transferência de recursos de um PGBL para um Tradicional ou para um VGBL, por exemplo, ou entre participantes. O prazo estabelecido para que a transferência seja efetivada pela Susep é de quatro dias úteis, podendo se estender para cinco dias úteis, no caso de planos aprovados a partir de 30.01.07. Os recursos financeiros são transferidos diretamente entre as instituições, sempassar pela conta do titular do plano. Independentemente do valor, os participantes dos planos de previdência não têm qualquer custo ao migrar de um plano para outro, mesmo que seja para outra instituição. Fundo de Aposentadoria Programada Individual- FAPI A Lei 9.4 77, de 24.07.97, instituiu o FAPI como uma nova forma de investimento voltada ao planejamento programado de uma aposentadoria individual. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 30 É constituído sob a forma de um condomínio aberto e administrado prioritariamente por instituições financeiras monetárias, Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários - CTVM e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários - DTVM com capital acima de determinado valor, e seguradoras autorizadas pela Susep. Trata-se, portanto, de um Fundo de investimento, cujo objetivo é constituir para o aplicador um plano de complementação da aposentadoria básica da Previdência Social. Pode ser considerado, portanto, como um produto de previdência complementar na forma de um condomínio capitalizado. Qualquer pessoa física pode aplicar no FAPI mediante a abertura de uma conta específica em banco múltiplo, comercial, de investimento, caixa econômica ou seguradora. O público-alvo são as pessoas físicas que não dispõem de Fundos de pensão, tais como profissionais liberais, empresários e funcionários de pequenas e médias empresas. As normas sobre a periodicidade dos depósitos são bastante flexíveis. No FAPI, como a aplicação é feita em um Fundo de Investimento comum, a ele vinculado o cotista é o titular direto das cotas do Fundo e, dessa forma, está sujeito à cobrança de Imposto de Renda sobre o ganho de capital, mas em compensação eles cobram não cobram taxas de carregamento, que podem vir a incidir sobre depósitos ou saques outros planos de aposentadoria. As empresas que quiserem adotar o FAPI para seus funcionários poderão criar o Plano de Incentivo à Aposentadoria Programada Individual - PIAPI -, desde que contribuam para, pelo menos, 50% de seus funcionários. Elas poderão abater estas despesas do IR, até o limite de 20% do salário bruto de cada funcionário. Os recursos utilizados pelo empregador na compra das cotas do Fundo não serão considerados como parte integrante da remuneração do beneficiário. Ao final do período de contribuição ao FAPI, o investidor poderá sacar todos os recursos acumulados, dando-lhes o destino que lhe aprouver. Será cobrada pelo administrador do Fundo uma taxa de administração que, junto com a rentabilidade obtida, será um instrumento de concorrência. Caso queira mudar de administrador, o aplicador poderá fazê-lo ao final de seis meses de contribuição (portabilidade), sem pagamento de multas ou impostos. No FAPI não há, como nos planos de previdência complementar rentabilidade mínima prevista, mas, em compensação, todo o rendimento será sado ao investidor, da mesma forma que nos PGBL e VGBL. Os recursos do FAPI podem ser aplicados em uma carteira diversificada de títulos, valores mobiliários, demais ativos financeiros e modalidades operacionais, prévia e expressamente identificadas com limites máximos de composição de composição de aplicações e observada a seguinte estrutura básica: até 100% em títulos públicos federais e créditos securitizados do Tesouro Nacional; até 80% em investimentos de renda fixa; até 40% em investimentos de renda variável; possibilidade de contratação de operações de empréstimo de ações - na condição de emprestador - em mercados organizados de derivativos. Os limites de diversificação relativos às aplicações do FAPI em ativos de emissão e/ou coobrigação de uma mesma pessoa jurídica ou conglomerado econômico estão fixados em 10% do PL do Fundo. É vedada a aplicação de recursos do Fundo em papéis de responsabilidade da instituição administradora e de empresas do qual pertença. As contribuições ao FAPI, em conjunto com os abatimentos de outros planos de previdência complementar, inclusive o PGBL, podem ser deduzidas até o limite de 12% do rendimento bruto do contribuinte, como benefício fiscal. Não se trata de isenção ou dedução, mas sim de diferimento, já que deverá ser pago o IR no resgate do Fundo sobre o valor integral resgatado, conforme as regras de tributação do IR dos Fundos de Aposentadoria. 69. Planos de aposentadoria e pensão privados abertos Funcionam como um fundo de investimento com o objetivo de complementar a aposentadoria do seu investidor. Aposentadoria básica é a aposentadoria oficial paga pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). A previdência complementar fechada é uma opção de aposentadoria complementar oferecida pelas empresas aos empregados, ou seja, a empresa constitui um fundo de pensão para o qual contribuem a própria empresa e seus funcionários, não sendo, portanto aberto para outras pessoas. A previdência complementar aberta oferece uma opção de aposentadoria complementar para qualquer pessoa que adquira seu plano. Ao final do prazo definido para contribuições, tanto na fechada como na aberta, o investidor pode sacar todo o valor acumulado de uma só vez ou pode passar a receber uma renda vitalícia, com a possibilidade de ser transferida para um beneficiário indicado quando do falecimento do investidor. PGBL - Plano Gerador de Benefício Livre É mais vantajoso para aqueles que fazem a declaração do imposto de renda pelo formulário completo. É uma aplicação em que incide risco, já que não há garantia de rentabilidade, que inclusive pode ser negativa. Ainda assim, em caso de ganho, ele é repassado integralmente ao participante. O resgate pode ser feito no prazo de 60 dias de duas formas: de uma única vez, ou transformado em parcelas mensais. Também pode ser abatido até 12% da renda bruta anual do Imposto de Renda e tem taxa de carregamento de até 5%. É comercializado por seguradoras. Com o PGBL, o dinheiro é colocado em um fundo de investimento exclusivo, administrado por uma empresa especializada na gestão de recursos de terceiros e é fiscalizado pelo Banco Central. VGBL - Vida Gerador de Benefício Livre Uma de suas principais vantagens está na possibilidade de se optar, já quando da adesão ao plano, pela idade de quando se começará a receber o rendimento investido. Essa renda poderá ser recebida em uma única parcela ou então em quantias mensais. Também há a possibilidade de se contribuir com quantias variáveis, podendo se fazer um aporte maior quando houver disponibilidade para tal. O valor acumulado pelo participante também pode ser sacado há qualquer momento. É aconselhável para aqueles que não têm renda tributável, já que não é dedutível do Imposto de Renda, ainda que seja necessário o pagamento de IR sobre o ganho de capital. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 31 PGBL VGBL O Que é Tem por finalidade a acumulação de recursos no longo prazo com vistas à complementação da renda na aposentadoria Para quem é mais indicado Mais atraente para quem declara Imposto de Renda completo, podendo aproveitar do abatimento da Renda Bruta anual na fase de contribuição. Para quem declara Imposto de Renda simplificado ou tem previdência complementar e/ou já abate o limite máximo de 12% da Renda Bruta anual. Tratamento fiscal durante o período de acumulação Os recursos aplicados e os rendimentos estão isentos de tributação. Tratamento fiscal no resgate Abatimento das contribuições no Imposto de Renda (até o limite de 12% da Renda Bruta anual) durante o período de acumulação. Sobre os valores de resgate e rendas haverá a incidência de tributaçãoconforme alíquota da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física em vigor. No momento do recebimento de renda ou resgate haverá a incidência de Imposto de Renda, apenas sobre os rendimentos auferidos. Tanto o PGBL como o VGBL estão sujeitos à taxa de Administração e de Carregamento. É possível a portabilidade de planos entre planos do mesmo segmento. Não sendo possível a portabilidade de VGBL para PGBL, PGBL para VGBL e nem é permitida a transferência (portabilidade) de recursos entre pessoas diferentes. 70. Planos de aposentadoria e pensão privados fechados As características desses planos variam dependendo do grupo dos trabalhadores a que se refere e também à disposição do empregador em arcar com a parte que lhe cabe. Destinam-se, exclusivamente, aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas ou aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores ou aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominadas instituidores. Os planos de benefícios devem ser, obrigatoriamente, oferecidos a todos os empregados dos patrocinadores ou associados dos instituidores. As características desses planos variam dependendo do grupo dos trabalhadores a que se refere e também à disposição do empregador em arcar com a parte que lhe cabe. 71. Sistema de liquidação e custódia – visão geral Como regra, podemos entender os Sistemas de Liquidação e Custódia em função das duas coisas que todas elas fazem: Liquidação – fazem a liquidação física e financeira dos títulos ali negociados; Custódia – efetuam a guarda eletrônica dos títulos ali negociados. No Brasil, a maioria dos títulos é desmaterializada, existindo apenas sob a forma de registros eletrônicos. Os sistemas de negociação, de compensação e de liquidação são automatizados e o STP (straight-through processing) é amplamente utilizado. O princípio da entrega contra pagamento (EcP) é observado em todos os sistemas de liquidação de títulos e valores mobiliários. No caso das operações interbancárias de câmbio, o princípio equivalente, de pagamento contra pagamento (PcP), é observado se a liquidação é feita por intermédio da Câmara de Câmbio da BM&FBOVESPA. Na liquidação de operações com títulos e valores mobiliários, o SPB apresenta segmentação. O Selic liquida operações com títulos públicos federais em tempo real. A Câmara de Ativos da BM&FBOVESPA também liquida operações com títulos públicos federais custodiados no Selic, assumindo a posição de contraparte central (CPC). A Câmara de Ações da BM&FBOVESPA (antiga CBLC) liquida operações com ações, títulos de dívida corporativa e derivativos de ações. A BM&FBOVESPA também opera a Câmara BM&FBOVESPA, que liquida operações com derivativos padronizados e de balcão. As operações contratadas na BM&FBOVESPA podem ser realizadas tanto em bolsa quanto em mercado de balcão. Na Câmara de Ativos, o Sisbex é a plataforma de negociação. Na Câmara de Ações, assim como nas Câmara BM&FBOVESPA e na Câmara de Câmbio, o PUMA é a plataforma de negociação e ambiente de registro de balcão, enquanto que o BovespaFix é a plataforma de negociação para títulos privados de renda fixa (operações definitivas no mercado à vista). A Cetip registra derivativos de balcão e títulos de renda fixa privados, e faz a custódia de títulos de dívida corporativa e de alguns títulos de dívida pública. Em 2011, a CIP passou a operar o Sistema Central de Cessão de Crédito (C3). A partir de 30.01.2012, o sistema passou a coordenar entrega contra pagamento (ECP), liquidando as operações em tempo real. 72. Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, do Banco Central do Brasil, é um sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro Nacional, bem como ao registro e à liquidação de operações com os referidos títulos. O Selic é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e nessa condição processa, relativamente a esses títulos, a emissão, o resgate, o pagamento dos juros e a custódia. Todos os títulos são escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica. A liquidação da ponta financeira de cada operação é realizada por intermédio do Sistema de Transferência de Reservas - STR, ao qual o Selic é interligado. O STR é um sistema de transferência de fundos com liquidação bruta em tempo real (LBTR), operado pelo Banco Central do Brasil, que Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 32 funciona com base em ordens de crédito, isto é, somente o titular da conta a ser debitada pode emitir a ordem de transferência de fundos. O Selic é gerido pelo Banco Central do Brasil e é por ele operado em parceria com a ANBIMA - Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais tem seus centros operacionais (centro principal e centro de contingência) localizados na cidade do Rio de Janeiro. O horário normal de funcionamento é das 6h30min às 18h30min, em todos os dias considerados úteis. Tratando-se de um sistema de liquidação em tempo real, a liquidação de operações é sempre condicionada à disponibilidade do título negociado na conta de custódia do vendedor e à disponibilidade de recursos por parte do comprador. Se a conta de custódia do vendedor não apresentar saldo suficiente de títulos, a operação é mantida em pendência pelo prazo máximo de 60 minutos ou até 18h30min, o que ocorrer primeiro (não se enquadram nessa restrição as operações de venda de títulos adquiridos em leilão primário realizado no dia). A operação só é encaminhada ao STR para liquidação da ponta financeira após o bloqueio dos títulos negociados, sendo que a não liquidação por insuficiência de fundos implica sua rejeição pelo STR e, em seguida, pelo Selic. 73. Cetip S.A. - Mercados organizados A CETIP S.A. - Mercados organizados é uma sociedade administradora de mercados de balcão organizados, ou seja, de ambientes de negociação e registro de valores mobiliários, títulos públicos e privados de renda fixa e derivativos de balcão. A empresa - instituída pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em 1984, e que passou a operar em março de 1986 - surgiu como o porto seguro das instituições financeiras e ajudou o Brasil a superar diversos desajustes financeiros e seus planos econômicos. A CETIP, hoje uma sociedade anônima de capital aberto com ações negociadas no Novo Mercado, da BMF&Bovespa, é a maior depositária de títulos privados de renda fixa da América Latina e a maior Câmara de ativos privados do mercado financeiro brasileiro. Por meio de soluções de tecnologia e infraestrutura, proporciona liquidez, segurança e transparência para as operações financeiras, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do mercado e da sociedade brasileira. A Cetip é depositária principalmente de: títulos de renda fixa privados - Certificados de Depósito Bancário - CDB, Recibos de Depósito Bancário - RDB, Depósitos Interfinanceiros - DI, Letras de Câmbio-LC, Letras Hipotecárias - LH, debêntures e commercial papers, entre outros; títulos públicos estaduais e municipais; e títulos representativos de dívidas de responsabilidade do Tesouro Nacional - de que são exemplos os relacionados com empresas estatais extintas, com o Fundo de Compensação de Variação Salarial - FCVS, com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária - Proagro e com a dívida agrária (TDA). Na qualidade de depositária, a entidade processa a emissão, o resgate e a custódia dos títulos, bem como, quando é o caso, o pagamento dos juros e demaiseventos a eles relacionados. Com poucas exceções, os títulos são emitidos escrituralmente, isto é, existem apenas sob a forma de registros eletrônicos (os títulos emitidos em papel são fisicamente custodiados por bancos autorizados). As operações de compra e venda são realizadas no mercado de balcão, incluindo aquelas processadas por intermédio do CetipNet (sistema eletrônico de negociação. Com a ação coordenada entre as funções de custódia, registro e liquidação financeira, a Cetip pode assegurar aos vendedores que a entrega do objeto vendido será realizada contra o efetivo pagamento do valor acordado. Da mesma forma, os compradores têm certeza de que o pagamento somente será processado mediante o recebimento do objeto da operação. A Cetip não é contraparte central das operações negociadas e/ou registradas em seus Sistemas e, consequentemente, não é responsável direta ou indiretamente pela liquidação ou satisfação dos direitos referentes às mesmas, bem como das obrigações relativas aos Ativos em Custódia Eletrônica. A instituição aplica o conceito da entrega contrapagamento, o chamado DVP - Delivery Versus Payment. Para isso, as informações do comprador e do vendedor do título são comparadas e, se houver alguma divergência, o sistema rejeita a operação. A existência de diversos ciclos diários de liquidação, com finalização em D+0 (no mesmo dia de sua realização), e a possibilidade de agendamento de operações facilitam a interconexão com mercados situados em diferentes fusos horários. As operações efetuadas pela Plataforma Eletrônica seguem o STP - Straight Through Processing, ou seja, são processadas sem a descontinuidade e a reentrada de dados, com a integração das funções de depósito e de liquidação financeira. O Centro de Processamento de Dados está localizado no Rio de Janeiro, e está dividido em dois sites: um principal e um secundário (fora da sede, que é o site de contingência hot stand-by, no qual todas as informações do site principal são instantaneamente replicadas). Existe ainda um terceiro site, fora do Rio de Janeiro, apto a assumir o desempenho das funções em curto prazo, caso haja indisponibilidade dos outros dois. Se houver necessidade de operar no ambiente de contingência, as instituições participantes serão orientadas, em tempo hábil, sobre os procedimentos de substituição de seu endereço fixo (IP). As liquidações previstas pra ocorrerem no âmbito da Cetip, ocorrem nas datas dos respectivos vencimentos, exceto nas hipóteses estabelecidas em norma específica. A liquidação financeira final é realizada via STR em contas de liquidação mantidas no Banco Central do Brasil (excluem-se da liquidação via STR as posições bilaterais de participantes que têm conta no mesmo banco liquidante). Podem participar da Cetip bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, sociedades corretoras de valores, sociedades distribuidoras de valores, sociedades corretoras de mercadorias e de contratos futuros, empresas de leasing, companhias de seguro, bolsas de valores, bolsas de mercadorias e futuros, investidores institucionais, pessoas jurídicas não financeiras, incluindo fundos de investimento e sociedades de previdência privada, investidores estrangeiros, além de outras instituições também autorizadas a operar nos mercados financeiro e de capitais. Os participantes não titulares de conta de reservas bancárias liquidam suas obrigações por intermédio de instituições que são titulares de contas dessa espécie. 74. BM&FBOVESPA - Câmara de ações A Câmara de Ações liquida operações realizadas por meio dos sistemas de negociação “PUMA” e “Bovespa Fix”. O “PUMA” negocia títulos de renda variável (mercados à vista e de derivativos - opções, termo e futuro) e o “Bovespa Fix” negocia títulos privados de renda fixa (operações definitivas no mercado à vista). A Câmara de Ações atua também como depositária central de ações e de títulos de dívida corporativa, além de operar programa de empréstimo sobre esses títulos (BTC), com garantia da BM&FBOVESPA. Contas individualizadas permitem a identificação do investidor final das operações realizadas. Normalmente, a liquidação é feita com compensação multilateral de obrigações, sendo que, em situações específicas previstas no regulamento do sistema, como as emissões primárias, a liquidação é Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 33 feita pelo valor bruto em D+3. No caso de compensação multilateral de obrigações, a BM&FBOVESPA atua como contraparte central e assegura a liquidação das operações entre os agentes de compensação. A liquidação financeira final é feita por intermédio do STR. Nas operações de compra e venda de títulos, o sistema observa a entrega contra pagamento para as operações do mercado secundário e para o mercado primário. A transferência de custódia, no caso dos títulos de renda variável e dos títulos privados de renda fixa, é feita diretamente na depositária central da BM&FBOVESPA. O dia da liquidação depende do tipo de mercado e do momento em que a operação é registrada, conforme resumido a seguir: Ciclo de liquidação por tipo de título e de operação Mercado Tipo de Operação Dia da liquidação Títulos privados de renda fixa À vista D para as operações registradas até 13h; D+1 para as demais Títulos de renda Variável À vista D+3 A termo D+n (dia do vencimento) Futuros 1 (D+n)+3 (terceiro dia após o vencimento) Opções 2 D+1 Participam do sistema, como agentes de compensação, bancos e corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários. Os agentes de compensação são divididos em três categorias: agentes próprios, agentes plenos e agentes específicos. Os primeiros liquidam apenas negócios por eles conduzidos em nome próprio ou de clientes, incluindo empresas do mesmo grupo econômico e fundos de investimento por eles administrados. Os agentes plenos liquidam, adicionalmente, operações conduzidas por terceiros (outras corretoras e investidores qualificados 3 , tais como fundos de investimento, fundos de pensão, seguradoras, etc). Os agentes específicos são aqueles que possuem funcionalidades direcionadas ao mercado de renda fixa privada. Para liquidar suas posições financeiras, o participante sem acesso direto ao STR pode utilizar os serviços de uma instituição titular de conta de reservas bancárias, na forma de contrato firmado entre eles. As operações são registradas em sistemas próprios dos ambientes de negociação 4 , sendo informadas para os sistemas de pós- negociação em seguida. Na cadeia de responsabilidades, a Câmara de Ações garante a liquidação das obrigações de um agente de compensação em relação aos demais agentes de compensação. Cada agente de compensação, a seu turno, responde pela eventual inadimplência de corretoras e investidores qualificados vinculados a ele. Por fim, as corretoras respondem pela inadimplência de seus clientes. 1 Os ajustes diários são liquidados em D+1. 2 Prazo para liquidação dos prêmios negociados (no caso de exercício da opção, é observado o ciclo normal de liquidação do mercado à vista). 3 O investidor qualificado pode liquidar suas operações diretamente com um agente de compensação pleno, independentemente da corretora com a qual tenha operado. 4 PUMA e Bovespa Fix, respectivamente, para títulos de renda variável e títulos privados de renda fixa. Como regra geral de funcionamento, todos os agentes de compensação devem depositar garantias para cobertura dos riscos das posições sob sua responsabilidade. Com base nas garantias previamente depositadas, aCâmara de Ações atribui limite operacional para cada agente de compensação, sendo que cada um deles, seguindo critérios próprios de avaliação, deve distribuir o limite recebido do sistema entre as corretoras e investidores qualificados vinculados a ele. O limite operacional pode ser dividido entre os diferentes mercados. Para o cálculo de margem das posições nos mercados de derivativos e de empréstimo de ativos, é utilizado o sistema CM-TIMS desenvolvido pela Options Clearing Corporation - OCC. A cobertura dos riscos calculados para esses mercados é feita por intermédio de depósitos de garantias realizados pelos investidores finais detentores das respectivas posições. No processo de gerenciamento de riscos, é utilizado, entre outros, o aplicativo RiskWatch, desenvolvido pela Algorithimics Incorporated, que foi adaptado para as condições do mercado financeiro nacional. Em especial, o RiskWatch é utilizado para monitoramento dos limites operacionais (metodologia de Simulação Histórica) e para determinação do valor do fundo de liquidação necessário para cobrir eventual inadimplência dos dois agentes de compensação que apresentem os maiores valores em risco (metodologia de Cenários de Estresse). O fundo de liquidação, cuja atualização é feita em bases mensais, é formado por contribuições dos agentes de compensação, proporcionais aos riscos das posições sob responsabilidade de cada um. Para cumprir a liquidação em situação de inadimplência de participante, o sistema utiliza os seguintes recursos, na ordem indicada: recursos obtidos com a execução de garantias depositadas pelo agente de compensação inadimplente ou por participante a ele vinculado; recursos do fundo de liquidação correspondentes à participação do agente de compensação inadimplente; recursos do fundo de liquidação correspondentes à participação dos demais agentes de compensação; recursos do fundo de liquidação correspondentes à contribuição institucional da BM&FBOVESPA; e recursos relacionados ao patrimônio especial do sistema (ativos segregados na forma de regulamento do Banco Central do Brasil). 75. BM&FBOVESPA - Câmara de ativos Em 17.05.2004, a Câmara de Ativos entrou em operação para compensação e liquidação de operações com títulos públicos federais. Além das operações contratadas no âmbito do Sisbex, que é uma plataforma eletrônica de negociação operada pela própria BM&FBOVESPA, a Câmara de Ativos pode liquidar também operações do mercado de balcão. Em todos os casos, a liquidação é feita com compensação multilateral e a entidade atua como contraparte central (CPC). É observado o modelo 3 de entrega contra pagamento, sendo que a transferência dos resultados líquidos é efetuada por intermédio do STR e do Selic, respectivamente no que diz respeito à movimentação financeira e à movimentação dos títulos. Podem ser objeto de compensação e liquidação na câmara as operações definitivas (à vista e a termo), operações compromissadas, de empréstimo e de troca. As operações à vista podem ser liquidadas no próprio dia (D), se negociadas até determinado horário-limite (11h). As operações a termo, a seu turno, são liquidadas na data futura contratada pelas contrapartes iniciais da operação (até 23 dias úteis Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 34 após a data da contratação), sendo mais comuns as operações para liquidação no dia útil seguinte (D+1). Nas operações compromissadas, a “operação de ida” é geralmente contratada para liquidação em D+0 e a “operação de volta”, para liquidação em D+1 (admitido até D+23) 5 . A entidade oferece o Serviço de Empréstimo de Títulos (SET), por intermédio do qual os participantes podem oferecer títulos para empréstimo 6 . Sujeitas a limites quantitativos estabelecidos pela Câmara, são admitidas vendas a descoberto (short) para títulos que se enquadram no SET ou no programa de empréstimo de títulos do Selic. Os participantes da Câmara de Ativos se sujeitam a limites operacionais, que são fixados com base nas garantias por eles previamente depositadas e nos ativos transacionados. Os limites operacionais são verificados em tempo real, sendo que os ativos (garantias e ativos transacionados) são marcados a mercado no mínimo diariamente. No gerenciamento do risco das posições em aberto, a Câmara de Ativos adota a abordagem de risco de portfólio, considera diversos cenários (stress testing) e a agregação intertemporal de riscos. Para mensurar sua exposição ao risco, a BM&FBOVESPA, seguindo a mesma metodologia geral observada na Câmara de Derivativos, decompõe os ativos em fatores primitivos de risco. Como mecanismo complementar, a Câmara de Ativos conta com um fundo operacional constituído com recursos da própria BM&FBOVESPA, que pode ser usado para concluir o processo de liquidação em caso de inadimplência de participante, bem como para cobrir eventuais prejuízos de terceiros causados por erros no registro de suas operações pelas corretoras participantes do Sisbex. 76. BM&FBOVESPA - Câmara de câmbio A Câmara de Câmbio, que entrou em operação em 22.04.2002, liquida operações interbancárias de câmbio realizadas na plataforma eletrônica de negociação (PUMA) e no mercado de balcão da BM&FBOVESPA 7 . No ambiente da Câmara de Câmbio, são atualmente aceitas apenas operações que envolvem o dólar americano e a liquidação é geralmente feita em D+2 8 . As obrigações correspondentes são compensadas multilateralmente e a BM&FBOVESPA atua como contraparte central. O sistema observa o princípio do “pagamento contra pagamento” (a entrega da moeda nacional e a entrega da moeda estrangeira são mutuamente condicionadas), sendo que, para isso, a BM&FBOVESPA monitora e coordena o processo de liquidação nas pontas em moeda nacional e em moeda estrangeira. Em cada ciclo de liquidação, as posições compensadas são liquidadas: em moeda nacional, nas contas de reservas bancárias mantidas pelos participantes no Banco Central do Brasil; 5 As operações compromissadas podem ter lastro específico (o pertinente título é indicado, em cada operação, no momento da negociação) ou genérico (a especificação do lastro é feita para o valor correspondente ao resultado da compensação multilateral dessas operações e deve compreender título integrante de um conjunto previamente definido). 6 As operações correspondentes são realizadas na forma de operações compromissadas. 7 quando contratada no mercado de balcão, por opção das partes contratantes, a operação pode ser liquidada diretamente entre eles ou por intermédio da Câmara de Câmbio. Em caso de liquidação direta entre os participantes, a liquidação na moeda nacional é feita por intermédio do STR e a liquidação na moeda estrangeira, por intermédio de bancos correspondentes no exterior. 8 A liquidação também pode ser feita em D ou D+1. em dólar americano, em contas mantidas pelos participantes junto a bancos correspondentes em Nova Iorque. Para limitar sua exposição aos riscos de liquidação, a câmara estabelece limites operacionais para os participantes, bem como exige garantias, em reais, dólares americanos ou em títulos públicos federais, para cobrir a volatilidade da taxa de câmbio. Os ativos dados em garantia pelos participantes são marcados a mercado diariamente. A entidade conta com linhas de crédito em moeda nacional e em moeda estrangeira, as quais lhe dão condições de concluir tempestivamente o ciclo de liquidação mesmo no caso de inadimplência de participante. Também para reduzir sua exposição a riscos, a câmara selecionou bancos correspondentes no exterior com baixo risco de crédito, diversificando suas movimentaçõesentre eles. A liquidação das operações é assegurada primeiramente pelas garantias constituídas pelos participantes. Se os recursos obtidos com a execução das garantias do participante inadimplente não forem suficientes para a liquidação de suas posições, o valor faltante é repartido entre os bancos adimplentes que contrataram operações para liquidação na data em que ocorreu a inadimplência. A aceitação da operação pela câmara, para fins de liquidação, observa processo automático de análise que leva em conta a posição líquida já contratada de cada participante, os respectivos limites operacionais, as garantias por eles oferecidas e ainda não comprometidas, necessárias para cobrir a volatilidade da taxa de câmbio, e a razoabilidade da taxa de câmbio contratada em comparação com a taxa média que está sendo praticada no mercado. Se uma operação é contratada fora da faixa de preços considerada normal, sua aceitação é condicionada à apresentação de garantias extras pelos participantes. No dia da liquidação, os participantes com posições líquidas devedoras, em moeda nacional e em moeda estrangeira, devem transferir os correspondentes recursos para a câmara até 13h05 (horário de Brasília). No caso da moeda nacional, as transferências são efetuadas para a conta de liquidação da câmara no Banco Central do Brasil, por intermédio do STR, e, no caso da moeda estrangeira, para a conta da câmara no banco correspondente que ela indicar. Às 14h05 a câmara promove, por intermédio do STR, as transferências de fundos em reais para os participantes com posição líquida credora nessa moeda (participantes com posição vendedora líquida de moeda estrangeira), bem como as transferências de fundos em dólares americanos para os participantes com posição compradora líquida nessa moeda, utilizando, para comandar as transferências no exterior, mensagens Swift para seus bancos correspondentes. Se deixar de cumprir alguma obrigação financeira, isto é, se deixar de entregar a quantidade devida de reais ou de moeda estrangeira, conforme seja comprador ou vendedor líquido de moeda estrangeira, o participante é considerado devedor operacional ou inadimplente, conforme, na avaliação da Câmara, o fato tenha decorrido de problemas operacionais ou de incapacidade financeira. Em qualquer situação, o problema deve ser solucionado no máximo até 15h30 do mesmo dia. O participante em situação irregular, nas duas situações (devedor operacional e inadimplente), deixa de receber o montante em moeda que lhe seria devido, sendo que a câmara utiliza os recursos recolhidos pela parte adimplente para a necessária compra de moeda, isto é, de reais ou de dólares conforme a contraparte adimplente seja, na operação original, vendedora ou compradora de moeda estrangeira. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 35 Essa compra de moeda é feita em caráter definitivo ou com compromisso de revenda, conforme o participante em situação irregular seja considerado inadimplente ou devedor operacional. Para que a compra seja efetuada na forma compromissada, sujeita, portanto, à reversão, o participante considerado devedor operacional deve recolher à câmara, até 13h15, o valor referente ao custo dessa operação (o recolhimento é sempre feito em reais e por intermédio do STR). Em qualquer situação, a compra de moeda é feita junto ao banco que oferecer a melhor proposta, entre aqueles previamente contratados pela câmara. A compra com compromisso de revenda passará a ser definitiva se a contraparte inadimplente, inicialmente declarada devedor operacional, não regularizar a situação até o horário limite para isso determinado. Se o movimento da taxa de câmbio assim determinar, isto é, na hipótese de a parte adimplente ser a compradora da moeda estrangeira e houver depreciação da taxa de câmbio, ou se essa parte for a vendedora da moeda estrangeira e houver apreciação da taxa de câmbio, a Câmara realizará garantias dadas pela parte que veio a inadimplir, na quantia necessária para cobertura da variação de taxa de câmbio desfavorável ao participante adimplente. Em qualquer situação, na própria data de liquidação contratada, a parte adimplente receberá os recursos que lhe são devidos, sendo que, se houver necessidade, a Câmara recorrerá às linhas de liquidez previamente contratadas, em reais ou em dólares, conforme o caso. Podem participar da Câmara, sujeitos à avaliação dela, os bancos autorizados a operar no mercado de câmbio e corretoras autorizadas a intermediar operações de câmbio. Enquanto os bancos podem atuar tanto na negociação quanto na pós-negociação de moeda estrangeira, as corretoras somente podem atuar na negociação (PUMA ou balcão), devendo indicar um banco titular de conta de reservas bancárias para a pós-negociação. 77. Câmara BM&FBOVESPA Na BM&FBOVESPA são negociados contratos à vista, a termo, de futuros, de opções e de swaps. Os principais contratos são referenciados a taxas de juros, taxas de câmbio, índices de preços e índices do mercado acionário. As obrigações financeiras relacionadas com esses contratos são liquidadas por intermédio da Câmara BM&FBOVESPA, operada pela própria BM&FBOVESPA. Nessa câmara, a liquidação é feita com compensação multilateral em D+1, por intermédio do STR, em contas Reservas Bancárias ou Conta de Liquidação, e a BM&FBOVESPA atua como contraparte central. São participantes diretos da Câmara BM&FBOVESPA os membros de compensação 9 , os participantes com liquidação direta (PLD) 10 e os participantes de liquidação especial (PLE) 11 . Podem atuar como membros de compensação e participantes com liquidação direta bancos e corretoras que atendam os requisitos para isso estabelecidos no regulamento do sistema, destacando-se entre eles a exigência de capital mínimo e a necessidade de comprovação de capacidade gerencial, organizacional e operacional. 9 O membro de compensação é geralmente uma corretora, que liquida operações próprias e de clientes. 10 O PLD é uma instituição regularmente cadastrada e habilitada a atuar como membro de compensação, diferenciando-se deste por liquidar apenas operações da carteira própria, ou de titularidade de investidor não- residente, fundos de investimento, clubes de investimento e de carteira administrada. 11 Assim como o PLD, o PLE é uma instituição regularmente cadastrada e habilitada a atuar como membro de compensação. Porém, habilitam-se como PLE apenas empresas cujo principal ramo de atividade seja o agronegócio ou a administração/gestão de recursos de terceiros. A cadeia de responsabilidades especifica as interrelações de responsabilidades pela liquidação de operações entre os diversos participantes. Dessa forma, cada corretora se responsabiliza pelas posições dos seus clientes finais; cada membro de compensação se responsabiliza pelas posições das corretoras, próprias e de terceiros, relacionadas a ele, bem com pelas posições dos clientes finais que operam diretamente com ele; e a Câmara BM&FBOVESPA se responsabiliza pelas posições consolidadas dos membros de compensação e dos participantes com liquidação direta, isto é, responde pelos riscos de liquidação de um membro de compensação ou PLD em relação aos demais membros de compensação e PLDs. A Câmara registra também operações com derivativos realizadas em mercado de balcão, cabendo às partes decidir se a Câmara atua como contraparte central (CPC). Caso não optem pela CPC, as operações são liquidadas bilateralmente pelas partes contratantes, com ou sem intermediação da Câmara. Para assegurar a liquidação das operações cursadas, além de mecanismos de proteção embasados em limites operacionais e em chamadas intradiárias demargem, a câmara conta com três fundos de liquidação. Quando ocorre a entrega física, a entrega da mercadoria ou do ativo está condicionada ao efetivo pagamento, sendo, pois, observado o princípio da entrega contra pagamento. A Câmara tem capacidade operacional para realizar chamadas de margem intradiárias, sempre marcando as garantias a preços de mercado e aplicando deságio, maior ou menor conforme o risco de crédito e a liquidez de cada ativo. O monitoramento do risco observa duas etapas: no próprio dia da contratação (D), em tempo real, com base nas posições líquidas dos membros de compensação; nos dias seguintes à contratação (D + n, com n > 0), em base bruta, isto é, o risco é gerenciado cliente a cliente. A chamada de margem, inicial ou adicional, é atendida principalmente por títulos públicos federais, mas também aceita depósito em dinheiro, cartas de fiança, ações, certificados de depósito bancário e certificados de ouro custodiados na própria BM&FBOVESPA. Desde a Resolução 3915, de 20 de outubro de 2010, é vedado aos participantes não residentes o depósito de garantias de terceiros, como cartas de fiança. Normalmente, a chamada de margem é atendida em D + 1, mas a câmara tem, por regulamento, a prerrogativa de chamar margem adicional intradia, se e quando julgar necessário. Também com o propósito de gerenciar sua exposição aos riscos de liquidação, a BM&FBOVESPA fixa limites de posições em aberto e de oscilação de preços. Os sistemas de gerenciamento de risco são desenvolvidos internamente. Para mensurar o risco de cada contrato, a câmara o decompõe em fatores primitivos de risco. Os riscos mensurados são agregados no conceito de carteira (portfolio), sendo que as correlações observadas entre os preços de diversos ativos financeiros contribuem para reduzir a exigência de garantias para um mesmo nível de proteção. No cálculo das necessidades de garantia, são considerados cenários de estresse. O processo de avaliação do risco associado à determinada carteira compreende, assim, quatro etapas: decomposição dos contratos em fatores primitivos de risco; estabelecimento do conjunto de cenários de estresse para cada fator de risco; cálculo do risco para as diversas combinações de fatores; e escolha da pior combinação. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 36 Ocorrendo inadimplência, configurada pelo não atendimento à chamada de garantia ou pelo não pagamento de ajuste diário requerido pela BM&FBOVESPA, as posições do participante são encerradas. Se, depois de compensados os contratos, for apurado resultado líquido negativo, a BM&FBOVESPA realiza as garantias constituídas pelo participante. Se for o caso, isto é, se as garantias se mostrarem insuficientes, a câmara utiliza recursos disponíveis em diferentes fundos constituídos para esse fim e que contam com recursos das corretoras, dos membros de compensação e da própria câmara. Caso, ainda assim, os recursos se mostrem insuficientes, a câmara pode solicitar novos aportes de recursos aos seus participantes e, em último caso, utilizar seu próprio patrimônio. 78. C3 - Central de Cessão de Crédito Em julho de 2011, a CIP tornou-se uma Câmara de Custódia e Liquidação de Ativos, por meio do lançamento do sistema C3 – Central de Cessões de Crédito, que visa assegurar a centralização das informações de operações de cessões de crédito efetuadas no âmbito do SFN, de forma a permitir aos Participantes a verificação de que os créditos em processo de cessão não tenham sido cedidos a outro cessionário, evitando a duplicidade de Cessão do Crédito. Atualmente, todas as cessões de crédito entre bancos devem ocorrer no C3, ou seja, as instituições que desejarem ceder contratos ou parcelas de crédito devem primeiramente registrá-los no C3. O sistema coordena a entrega contra pagamento (EcP) nas cessões de crédito. A EcP funciona da seguinte maneira: a negociação ocorre sem intervenção da CIP, cabendo às partes informá-la sobre os termos da cessão de crédito. Ocorre então a liquidação financeira das operações pelo valor bruto e, em seguida, a troca da titularidade da carteira de crédito. A C3 (Câmara de Cessões de Crédito) operacionalizada pela CIP permite às Instituições Financeiras e aos Fundos de Investimento registrar suas operações de cessão e bloqueio de contratos de crédito, de tal forma que um mesmo contrato não seja cedido mais de uma vez pela mesma IF ou oferecido como lastro em mais de uma operação. As informações relacionadas às cessões de crédito de contratos de financiamentos de veículos registrados na C3 são verificadas automática e periodicamente (validação e monitoramento) com os dados registrados na base de dados do Sistema Nacional de Gravames. A CIP também firmou parceria com o INSS para permitir que os contratos de crédito consignado do ente INSS sejam confrontados com a base de dados da DATAPREV. Todos os contratos submetidos ao processo de validação e monitoramento na C3 que estejam consistentes e sem restrição são considerados aptos para a negociação na Câmara. Já os contratos que apresentam inconsistências ou restrições ficam inabilitados até que as mesmas sejam sanadas. Da mesma forma a C3 recebe informações sobre os contratos portados na CTC (Central de Transferência de Crédito) e os inabilita para negociação na Câmara. Por ser uma Câmara de Ativos com significativa contribuição para a segurança, integridade e transparência do sistema financeiro nacional, o Banco Central do Brasil define a C3 como Câmara sistemicamente importante. 79. Operações com derivativos Derivativos são instrumentos financeiros que têm seus preços derivados (daí o nome) do preço de mercado de um bem ou de outro instrumento financeiro. Por exemplo, o mercado futuro de petróleo é uma modalidade de derivativo cujo preço é referenciado dos negócios realizados no mercado a vista de petróleo, seu instrumento de referência. No caso de um contrato futuro de dólar, ele deriva do dólar a vista; o futuro de café, do café a vista, e assim por diante. Uma operação com derivativos pode ter diferentes objetivos, mas os quatro principais são: proteção, alavancagem, especulação e arbitragem. Entenda cada um deles: Hedge: é como seu fosse um seguro de preço. Objetiva proteger o participante do mercado físico de um bem ou ativo contra variações adversas de taxas, moedas ou preços. Alavancagem: os derivativos têm grande poder de alavancagem, já que a negociação com esses instrumentos exige menos capital do que a compra do ativo a vista. Assim, ao adicionar posições de derivativos a seus investimentos, você pode aumentar a rentabilidade total deles a um custo menor Especulação: o mesmo que tomar uma posição no mercado futuro ou de opções sem uma posição correspondente no mercado a vista. Nesse caso, o objetivo é operar a tendência de preços do mercado. Arbitragem: significa tirar proveito da diferença de preços de um mesmo produto negociado em mercados diferentes. O objetivo é aproveitar as discrepâncias no processo de formação de preços dos diversos ativos e mercadorias e entre vencimentos. Tipos de derivativos Derivativos agropecuário Derivativos Financeiros Açúcar cristal Ouro Boi Gordo Índices Café Arábica Taxas de Câmbio Etanol Taxas de Juro Milho Títulos da Dívida Externa Soja Derivativos agropecuário 80. Mercado a termo Uma operação no mercado a termo é a compra ou a venda de uma determinada quantidade de ativos-objeto, a um preço fixado, para liquidação em prazo determinado, a contar da data da operação, resultando em um contrato entre as partes, as quais liquidarão a transação na data de entrega acordada pelo preçopreviamente combinado. Mercado a Termo de Derivativos Sobre Commodities Os contratos a termo sobre commodities não são negociados em bolsa, pois são acordos particulares entre duas instituições financeiras, entre uma instituição financeira e seus clientes ou diretamente entre produtor e comprador de uma commodity. A maioria dos contratos a termo resulta na entrega do ativo físico ou na liquidação financeira final. É possível registrar contratos a termo na BM&F, entrando a Bolsa ou não como contraparte. Quando a BM&F assume o papel de contraparte, o contrato a termo adquire características semelhantes às do contrato futuro (que veremos em seguida), mas continua mantendo a essência do contrato a termo: um contrato particular livremente negociado entre as partes, com compromisso de entrega do ativo-objeto em data pré-estabelecida. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 37 Mercado a Termo da Bovespa Os contratos a termo na Bovespa são padronizados, ao contrário dos contratos a termo sobre mercadorias (registrados ou não na BM&F). Por esta padronização, os prazos dos contratos a termo na Bovespa são pré-estabelecidos. O prazo do contrato a termo é livremente escolhido pelos investidores, podendo ter o prazo mínimo de 16 dias e máximo de 999 dias corridos. Todas as ações negociáveis na Bolsa podem ser objeto de um contrato a termo A realização de um negócio a termo na Bovespa é semelhante à de um negócio à vista, necessitando a intermediação de uma sociedade corretora, que executará a operação, em pregão, por um de seus representantes. O preço a termo de uma ação resulta da adição, ao valor cotado no mercado à vista, de uma parcela correspondente aos juros - que são fixados livremente em mercado, em função do prazo do contrato. Toda transação a termo requer um depósito de garantia na sociedade corretora, e desta na bolsa. Qualquer corretora pode pedir a seus clientes garantias adicionais àquelas exigidas pela bolsa. Essas garantias são prestadas em duas formas: cobertura ou margem. Nos contratos a termo, as garantias são exigidas das duas partes, comprador e vendedor, pois ambas assumem obrigações no contrato a termo. Cobertura - um vendedor a termo que possua os títulos-objeto pode depositá-los junto à Bolsa, como garantia de sua obrigação. Esse depósito, denominado cobertura, dispensa o vendedor de prestar outras garantias adicionais. Margem - depósito na Bolsa em dinheiro ou em títulos aceitos pela bolsa como garantia. A Bolsa estabelece o valor da margem inicial requerida, tendo como referência a diferença entre o preço à vista e o preço a termo do papel. Margem Adicional - sempre que ocorrer redução no valor de garantia do contrato, em função da oscilação na cotação dos títulos depositados como margem e/ou dos títulos-objeto da negociação, será necessário o reforço da garantia inicial, que poderá ser efetuado mediante o depósito de dinheiro ou demais ativos autorizados pela bolsa. É importante não confundir margem adicional com ajuste diário de posição. No contrato a termo, diferentemente do contrato futuro que veremos a seguir, não há ajuste diário de posição, pois o valor do contrato é pré-estabelecido e fixado. A margem adicional no contrato a termo de ações torna-se necessária quando o valor das garantias é insuficiente para a cobertura mínima exigida pela Bovespa. Remuneração das Margens - todas as margens de garantia depositadas em dinheiro junto à CBLC (instituição que presta serviço de liquidação e custódia à Bovespa) são remuneradas diariamente, conforme taxas divulgadas pela CBLC e publica das no Boletim Diário de Informações - BDI da Bovespa. O cálculo da remuneração tem início no dia em que ocorre o depósito e cessa no dia em que a garantia é liberada ou o seu resgate é solicitado. A CBLC informa, diariamente, ao Agente de Compensação, os valores das Garantias depositadas e a remuneração diária aplicável. As garantias prestadas em moeda corrente nacional são passíveis de aplicações financeiras por decisão exclusiva da CBLC. Em observação à legislação aplicável, a devolução da garantia é passível de descontos relativos à tributação aplicável, salvo se houver regime tributário diferenciado aplicável ao prestador das garantias. A liquidação de uma operação a termo, no vencimento do contrato ou antecipadamente, se assim o comprador o desejar, implica a entrega dos títulos pelo vendedor e o pagamento do preço estipulado no contrato pelo comprador. Ressalvemos que é muito rara a liquidação antecipada de um contrato a termo, mesmo os padronizados da Bovespa. 81. Mercado futuro O mercado futuro é o segmento do mercado de derivativos organizado na BM&F e na Bovespa, no qual as partes intervenientes numa operação assumem compromissos de compra e/ou venda para liquidação (física ou financeira) em data futura, tendo como característica básica o sistema de gerenciamento de posições, que engloba: o ajuste diário do valor dos contratos (o qual se constitui em ganho ou prejuízo diário para as respectivas posições) e as margens de garantia. As margens de garantia são uma espécie de caução que o investidor tem que depositar para entrar no mercado. Ela deve ser suficiente para cobrir o valor de certo número de ajustes diários, ou seja, a volatilidade de preço no pregão da bolsa do ativo específico. Diferentemente do mercado a termo, no mercado futuro cada uma das partes envolvidas em um contrato se relaciona com a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CLBC) no caso do mercado futuro de ações, ou com a Clearing de Derivativos da BM&F nos derivativos negociados na BM&F - e não diretamente com a outra parte do contrato. Ou seja, nas negociações com contratos futuros, a contraparte do comprador e do vendedor da posição é a própria Bolsa. Tal fato permite que ambos tenham o direito de liquidar financeiramente sua posição a qualquer momento, entre o registro e o vencimento do contrato. Esta liquidação financeira se dá por meio da recompra ou revenda dos contratos a qualquer momento no mercado, com a simples reversão de sua posição. A Reversão de Posição consiste em se fazer uma operação inversa à anteriormente realizada, ou seja, se quem está comprado vende ou se quem está vendido compra, envolvendo a mesma quantidade de ativos-objeto com as mesmas características e prazos, a posição está encerrada (revertida). Em resumo, o mercado futuro representa um aperfeiçoamento do mercado a termo: no mercado futuro existe ajuste diário de posições, e permite a ambos os participantes de uma transação reverter sua posição antes da data do vencimento. Vamos entender melhor o que significa o ajuste diário de posições. As partes no mercado futuro podem assumir duas posições: compradora ou vendedora, conforme estejam manifestando o interesse em comprar ou vender determinada commodity ou título. Enquanto o contrato futuro não é liquidado, as partes estão assumindo o que se chama de posições em aberto. No jargão do mercado, as posições compradas e vendidas são também conhecidas respectivamente como long e short. Para cada lote de contratos futuros - lote este definido pelo ativo- objeto e período de vencimento, entre outras variáveis - a Bolsa define o chamado preço de ajuste, apurado por modelos matemáticos e econométricos que verificam a volatilidade do ativo- objeto e dos derivativos a ele relacionados. As posições compradoras e vendedoras em aberto são então diariamente ajustadas, com base no preço de ajuste apurado pela Bolsa. O ajuste diário de posições em aberto acarreta uma movimentação simultânea a crédito (quando a variação for positiva) e a débito (quando a variação for negativa) nas contas de ajuste de margem das partes envolvidas emum contrato futuro. O ajuste das posições compradoras e vendedoras é feito diariamente, desde o dia do registro do negócio até o dia de seu encerramento. No dia da negociação, o ajuste da posição em aberto é determinado confrontando-se o preço da operação com o preço de ajuste para a data, definido pela Bolsa. Os ajustes deverão ser liquidados financeiramente no dia útil subsequente ao dia do ajuste. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 38 Para entendermos melhor a sistemática de ajuste de posição, vamos ver o exemplo que é dado pelo próprio site da Bovespa: "O investidor comprou, hoje, DØ, no Mercado Futuro de Ações, 1.000 ações PETR4 por R$ 56,00 por ação, com vencimento para o próximo mês. O preço de ajuste do dia, calculado após o fechamento do pregão, foi de R$ 55,92. Neste caso, tem-se: Preço da compra R$ 56,00 Preço de ajuste do dia R$ 55,92 Ajuste: (preço do ajuste do dia - preço do negócio) x quantidade de ações = R$ 80,00 = ((55,92 - 56,00) x 1.000) Ou seja, o comprador a futuro, no dia seguinte, em D+1, será debitado em R$ 80,00 na sua conta, uma vez que comprou por um preço superior ao preço de referência do dia. Já o vendedor terá um crédito de R$ 80,00 em sua conta, correspondente ao ganho que auferiu com sua operação. Se, após o encerramento das negociações do dia seguinte, D+ 1, o preço de ajuste for de R$ 56,30 e os investidores mantiverem as mesmas posições do dia anterior, então, a situação será a seguinte: Preço de ajuste do dia R$ 56,30 Preço de ajuste do dia anterior R$ 55,92 Ajuste: (preço do ajuste do dia - preço do dia anterior) x quantidade de ações = R$ 380,00 = ((56,30 - 55,92) x 1.000) Neste caso, o comprador será creditado em R$ 380,00, porque sua posição está valorizada em relação ao dia anterior, e o vendedor será debitado em R$ 380,00, pelo motivo inverso.” (fonte: site da Bovespa) Os dias de vencimento dos contratos futuros de ações da Bovespa são os mesmos de vencimento do mercado de opções (ver próximo item), permitindo ao investidor a montagem de estratégias entre estes dois mercados e o mercado à vista, ampliando e flexibilizando suas alternativas. No Mercado Futuro há margem de garantia. As garantias aceitas são as seguintes: Moeda nacional; Títulos públicos federais nacionais; Títulos privados nacionais; Ouro ativo financeiro; Cotas de ETFs e ações de empresas listadas na BM&FBOVESPA e custodiadas na Central Depositária da BM&FBOVESPA; Cotas de fundos de investimento selecionados; Cartas de fiança bancária; Títulos de emissão do Tesouro norte americano; Outros ativos ou instrumentos financeiros. Os investidores não residentes no país estão autorizados a constituir garantias em moeda estrangeira e títulos de emissão do Tesouro norte-americano, sendo estas as únicas formas disponíveis a esses investidores. Fonte: B&MFBovespa (goo.gl/PCpOj) 82. Mercado de opções O mercado de opções é o segmento do mercado de derivativos em que são negociados direitos de compra ou de venda de ativos- objeto, com preços e prazos de exercício preestabelecidos. Por esses direitos, o titular de uma opção paga um prêmio, podendo exercê- las até a data de vencimento (no caso de opção americana) ou na data de vencimento (no caso de opção européia), ou revendê-las no mercado. Titular, portanto, é aquele que adquire o direito. Ou seja, o titular de uma opção de compra terá o direito de comprar o ativo-objeto pelo chamado preço de exercício, que é o preço do ativo-objeto definido na opção. Aquele que vende o direito - no linguajar do mercado, lança a opção - é chamado de lançador, e a venda do direito é chamada de lançamento da opção. É importante ter muito clara a diferença entre a aquisição da opção e o exercício da opção. Na aquisição do direito, o titular passa a ter a possibilidade de exercer o direito - direito de comprar ou de vender o ativo-objeto: direito de comprar se for uma opção de compra, direito de vender se for uma opção de venda. Para adquirir este direito - na linguagem do mercado, para assumir uma posição titular numa opção - o titular paga um prêmio ao lançador. O prêmio, portanto, é o “valor do direito". O que existe de surpreendente para muitos no mercado de opções é que sempre o titular paga o prêmio ao lançador, mesmo no caso de uma opção de venda, na qual o titular terá o direito de vender o ativo-objeto. Não é do senso comum que alguém pague para ter direito de vender, mas é exatamente isso que ocorre numa opção de venda. Por outro lado, o lançador é aquele que embolsa o prêmio (“valor da opção”), e por conseqüência terá sempre a obrigação de atender ao direito do titular, caso o titular exerça o seu direito. Ou seja, em uma opção de compra o lançador terá obrigação de vender (para garantir o direito de comprar do titular), e numa opção de venda o lançador terá a obrigação de comprar (para garantir o direito de vender do titular). Vamos ver com mais detalhes como são as opções de compra e de venda. Opção de compra (conhecida no jargão do mercado como “call” - uma opção de compra confere ao seu titular o direito de comprar o ativo-objeto, ao preço de exercício, obedecidas as condições estabelecidas pela bolsa. O lançador de uma opção de compra é uma pessoa que, por intermédio de seu corretor, lança uma opção de compra no pregão, assumindo assim, perante a Bolsa, a obrigação de vender o ativo-objeto a que se refere a opção, após o recebimento de uma comunicação de que sua posição foi exercida. Opção de venda (conhecida no jargão do mercado como “put”) - uma opção de venda dá ao seu titular o direito de vender o ativo- objeto, ao preço de exercício, obedecidas as condições estabelecidas pela Bolsa. O lançador que, por intermédio de seu corretor, lança uma opção de venda no pregão, assume perante a Bolsa a obrigação de comprar o ativo-objeto, caso sua posição seja designada para o atendimento de uma operação de exercício. Nesse caso ele pagará o preço de exercício, recebendo as ações-objeto. Cabe ressaltar que as opções de venda (puts) possuem reduzida liquidez no mercado brasileiro. Resumindo, temos o seguinte quadro: Titular Lançador Opção de Compra Direito de comprar Obrigação de vender Opção de Venda Direito de vender Obrigação de comprar Principais Termos Opções Européias x Opções Americanas Uma opção européia pode ser exercida apenas na data de seu vencimento. É um contrato que permite ao seu detentor optar por exercê-lo, ou não, apenas numa determinada data, a data de exercício. Uma opção americana pode ser exercida em qualquer dia até o vencimento, o que dá aos seus detentores mais direitos, ou maiores possibilidades de escolha, e por isso mesmo tem um prêmio maior do que uma opção européia. Prêmio - Preço da opção Em função dos direitos adquiridos e das obrigações assumidas no lançamento, o titular (comprador) paga e o lançador recebe uma quantia denominada prêmio. O prêmio, ou preço da opção, é negociado entre comprador e lançador, através de seus representantes no pregão da Bolsa. Ele reflete fatores como a oferta Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 39 e a demanda, o prazo de vigência da opção, a volatilidade de preço e outras características do ativo-objeto. O prêmio é pago pelo titular e recebido pelo lançador da opção, seja ela de compra ou de venda. No mercado de opções da Bovespa, o prêmio é pago em D+1. Preço de exercício É o preço pelo qual será exercida a opção. Os preços de exercício das opções são determinados pela Bolsa, segundo critérios por ela estabelecidos. Exercício da opção É a operação pela qual o titular de uma opção de compra exerce seu direito decomprar o ativo-objeto ao preço de exercício. Da mesma forma, o titular de uma opção de venda exerce o seu direito de vender o ativo-objeto, ao preço de exercício. Reversão de posição Quando se faz uma operação inversa à anteriormente realizada, ou seja, se quem está comprado vende ou se quem está vendido compra, envolvendo a mesma quantidade de ativos-objeto com as mesmas características e prazos, a posição está encerrada (revertida). A reversão de posição é possível tanto no mercado futuro (como já vimos anteriormente) como no mercado de opções. Vamos tornar mais clara esta possibilidade com um exemplo. Suponhamos que um investidor comprou, em janeiro, opções de venda sobre 100 mil ações da Empresa A com vencimento em abril, ao preço de exercício de R$ 50,00, pagando de prêmio R$ 2,50 por ação (R$ 250.000,00 no total). Dois meses depois, como o preço da ação objeto no mercado à vista caiu, a opção teve seu prêmio elevado para R$ 3,00. O titular pode realizar o lucro vendendo opções da mesma série, encerrando sua posição e ganhando o diferencial dos prêmios menos os custos de transação (R$ 50.000,00). Portanto, para liquidar opções antes do vencimento o investidor deverá assumir no mercado a posição oposta à qual ele anteriormente era titular. Se estava comprado, terá de vender, e se estava vendido, terá de comprar. Na reversão de posição no mercado de opções, os contratos comprados e vendidos devem ser idênticos: mesmo ativo-objeto, mesmo vencimento e mesmo preço de exercício; só o que varia é o prêmio da opção. 83. Mercado de swaps A prática dessas operações foi autorizada pela Resolução nº 2.042, de 13.01.1994, do Conselho Monetário Nacional, que as definiu como “as operações consistentes na troca dos resultados financeiros decorrentes da aplicação de taxas ou índices sobre ativos ou passivos utilizados como referenciais". O swap é uma estratégia financeira caracterizada pela possibilidade de troca das taxas de juros ou índices contratados, incidentes num determinado período, ou seja, duas partes trocam fluxos de pagamentos futuros. Possibilita, por exemplo, alterar uma taxa de juros flutuante para uma fixa ou vice-versa. Essa troca permite alterar as características dos pagamentos das taxas de juros devidas ou a receber, isto é, ela permite o pagamento de uma taxa fixa de juros em lugar de uma taxa flutuante, ou vice- versa, permitindo uma proteção (hedge) contra os riscos de uma variação acentuada das taxas. Uma das principais características dessas operações é a de que as partes envolvidas no negócio só tomam conhecimento do resultado do swap por ocasião da liquidação do contrato. Vale dizer que apenas no momento da entrega do contravalor correspondente à obrigação assumida é que as partes saberão se auferiram ganho ou perda na operação. Verifica-se assim que, em face da imprevisibilidade, o ganho ou perda na operação de swap é de natureza aleatória, dependendo de eventos futuros e incertos. Nesse sentido, é importante salientar que a finalidade precípua das operações de swap é garantir proteção contra eventuais flutuações de taxas, e não a de proporcionar ganho efetivo às partes contratantes. O swap é considerado no mercado a operação de hedge perfeito, pois o objetivo é fundamentalmente proteger-se contra variações indesejadas. Exemplos de estratégia com swap: aplicação em CDB a taxa prefixada com swap em CDI ou US$; empréstimo de capital de giro pré com swap em CDI ou US$; aplicação em CDB indexado à TR e swap com taxa prefixada; captação no mercado interbancário à taxa CDI e swap com US$. Uma operação de swap que tem sido bastante comentada é a do chamado “swap cambial reverso", no qual o Banco Central vende contratos desta operação às instituições financeiras participantes do mercado de câmbio. No leilão de contratos de “swap cambial reverso", as instituições financeiras que compram esses contratos recebem uma taxa de juros. O Banco Central, que vende os papéis, ganha a variação cambial do período de validade dos contratos. Esses títulos são chamados de “reversos” porque o mais comum é o Banco Central receber uma taxa de juros e pagar a variação do câmbio. As operações de swap apresentam vantagens significativas como um mecanismo de proteção contra as flutuações nas taxas de juros. A principal vantagem é que a proteção pode ser feita sob medida, incluindo todo o valor da dívida numa única operação. Já no mercado futuro as empresas são obrigadas a comprar os contratos padronizados do mercado, que têm valores e prazos diversos dos seus empréstimos, além de terem que realizar a cobertura das margens diárias. O swap permite que se faça um hedge ajustado ao prazo e ao valor da operação, embora com custos mais elevados. Possibilita ainda hedges por prazos muito mais longos do que os possíveis nos mercados futuros e de opções, e é mais flexível na escolha dos índices das taxas de juros. Com o swap, essa preocupação fica por conta dos bancos, que negociam os riscos dos contratos. Nas operações de swap é o banco intermediador que paga a diferença entre as taxas fixas e as flutuantes ao contratante e se protege desse risco no mercado futuro de juros. Assim, os riscos da operação se assemelham aos de uma concessão de crédito às empresas, tornando-o seletivo na escolha dos clientes. Numa operação de swap de taxas de juros, haverá sempre além do banco intermediário duas empresas envolvidas: uma que tem dívidas em taxas flutuantes e quer trocá-Ias por taxas fixas e uma segunda empresa disposta a fazer a operação inversa. A troca das taxas irá alterar só o cálculo dos juros e a forma de serem pagos - não há reflexos sobre o pagamento do valor do empréstimo ou compromisso inicial. O Mercado de Balcão de Swaps O volume de contratos de balcão de swap de taxa de juros é muito maior do que o de contratos de swap padronizados da BM&F. Utilizam-se mais as operações derivativas de balcão porque assim pode-se elaborar contratos de acordo com as características dos riscos ou objetivos do cliente, que muitas vezes não encontra nos contratos padronizados negociados nos pregões das bolsas o que deseja. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 40 Invariavelmente os bancos representam a contraparte para seus clientes, mas também realizam operações de troca de posições com outros clientes. Ao atuar por conta própria, os bancos utilizam-se das transações financeiras derivativas para: aumentar o retorno dos seus ativos; fazer arbitragem entre mercados ineficientes; e proteger o patrimônio contra os riscos de flutuações nas taxas de juros, de câmbio, índices de ações e cotações das demais commodities. 84. Resumo e Revisão Comparação Entre Contrato a Termo Contrato Futuro Tratam-se ambos de um acordo para comprar ou vender um ativo em certa data, por determinado preço. O contrato a termo é semelhante ao mercado futuro, em que as partes assumem compromisso de compra e/ou venda para liquidação em data futura. No mercado a termo, porém, não há ajuste diário nem intercambialidade de posições, ficando os intervenientes vinculados um ao outro até a liquidação do contrato. Nos contratos a termo, uma única data de entrega é especificada, e nos contratos futuros há um período de entrega que pode incluir vários dias. Resumindo, temos então o seguinte esquema: a termo futuro negociação direta entre as partes Bolsa vencimento livre e específico diversos e determinados contrato não-padronizado (commodities) padronizado objetivo entrega das mercadorias proteção/ especulação liquidação no vencimento (antes, se na bolsa) a qualquer momento risco de créditodas partes Bolsa caracterização flexibilidade liquidez ajuste diário não há há margem não há (se na Bolsa, há) há Hedger e Especulador Vamos agora entender o papel e os interesses do hedger e do especulador no mercado futuro. A lógica que vamos apresentar também se aplica à atuação destes personagens no segmento de opções. O hedger busca através das operações de compra e venda a futuro eliminar o risco de perdas decorrentes das variações de preços das commodities. Podemos ter duas posições de hedge no contrato futuro: hedger de venda (por exemplo, um produtor de commodities agrícolas) ou hedger de compra (por exemplo, um industrial que fabrica produtos a partir de commodities). O hedger de venda abre mão de realizar a venda por preços melhores em troca de não correr o risco de ter que, no futuro, vender por preços mais baixos. Já o hedger de compra abre mão da possibilidade de comprar por menos para deixar de correr o risco de uma alta abrupta nos preços da commodity de seu interesse. Ou seja, o hedger de venda procura defender-se da queda dos preços da commmodity a ser vendida no futuro, e o hedger de compra procura defender-se da alta de preços das commodities que tem interesse em comprar no futuro. Já o especulador pode ser uma pessoa física ou instituição que busca ganhos financeiros com a volatilidade dos mercados futuros. Os hedgers tomam uma posição a futuro e a mantêm praticamente inalterada, ajustando-a ou transferindo-a para outra data ao aproximar-se o vencimento. Já os especuladores não têm interesse comercial pela commodity: sua intenção é lucrar com a diferença dos preços de compra e venda. Um hedger de venda pode não encontrar um hedger de compra compatível, seja em relação à data de liquidação, à quantidade ou outros fatores. Entra aí o especulador, que se torna a contraparte, assumindo para si o risco de variação de preços, que pode ser-lhe benéfica ou não. Os hedgers buscam travar o preço da commodity que negociam, enquanto os especuladores aproveitam-se das variações nos preços para lucrar entre as diferenças dos preços de compra e venda. O especulador vende o que não tem e compra o que não quer adquirir com o propósito de lucrar. Enquanto o hedger dá lastro aos contratos, ofertando ou demandando commodities ou títulos e buscando segurança, o especulador confere-Ihes liquidez. Levantamento efetuado pela BM&F no mercado mundial de derivativos aponta que, hoje em dia, os derivativos financeiros são os mais negociados, tanto em quantidade de contratos quanto em volume financeiro de operações. No mercado de derivativos brasileiro, entre os derivativos financeiros merece estudo destacado o contrato futuro de juros na BM&F. 85. Regras prudenciais: As regras prudenciais de um país com relação ao seu sistema financeiro visam: a manutenção da estabilidade e de confiança no sistema financeiro nacional, ou seja, a solvabilidade e solidez financeira das instituições, e, a proteção dos utilizadores (depositantes, investidores e aplicadores de recursos) contra perdas/prejuízos resultantes de uma má gestão, fraudes e falências dos fornecedores de serviços financeiros. Podemos dividir-se essas regras em dois grandes grupos: os que influenciam as condições de acesso ao mercado, com o intuito de evitar que nele atuem entidades ou pessoas de reputação duvidosa ou que não disponham de solidez financeira e patrimonial adequada às operações que se propõem executar e; os que visam, em última análise, o controle dos riscos subjacentes às atividades financeiras envolvidas. Como em qualquer segmento da economia, os negócios realizados na atividade bancária também estão sujeitos aos mais diversos riscos. Não se pode confundir risco com incerteza. As diferenças são: risco - existe quando o tomador da decisão pode embasar-se em probabilidade para estimar diferentes resultados, de modo que sua expectativa se fundamente em dados históricos, possibilitando a tomada da decisão a partir de estimativas consideradas aceitáveis. incerteza - ocorre quando o tomador não dispõe de dados históricos acerca de um fato, o que poderá exigir que a decisão se faça de forma subjetiva, isto é, apenas por meio de sua sensibilidade pessoal. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 41 86. Risco de crédito O Banco Central do Brasil defino risco de crédito como a possibilidade de ocorrência de perdas associadas ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas obrigações financeiras nos termos pactuados, à desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na classificação de risco do tomador, à redução de ganhos ou remunerações, às vantagens concedidas na renegociação e aos custos de recuperação. A definição de risco de crédito compreende, entre outros: o risco de crédito da contraparte, entendido como a possibilidade de não cumprimento, por determinada contraparte, de obrigações relativas à liquidação de operações que envolvam a negociação de ativos financeiros, incluindo aquelas relativas à liquidação de instrumentos financeiros derivativos; o risco país, entendido como a possibilidade de perdas associadas ao não cumprimento de obrigações financeiras nos termos pactuados por tomador ou contraparte localizada fora do País, em decorrência de ações realizadas pelo governo do país onde localizado o tomador ou contraparte, e o risco de transferência, entendido como a possibilidade de ocorrência de entraves na conversão cambial dos valores recebidos; a possibilidade de ocorrência de desembolsos para honrar avais, fianças, coobrigações, compromissos de crédito ou outras operações de natureza semelhante; a possibilidade de perdas associadas ao não cumprimento de obrigações financeiras nos termos pactuados por parte intermediadora ou convenente de operações de crédito. 87. Risco cambial Pode-se entender por risco cambial a possibilidade das taxas de câmbio entre moedas dos países exportadores e importadores se moverem adversamente entre a data da cotação e a data da liquidação de um negócio. Ou a possibilidade de uma perda ou de um ganho resultante de uma variação nas taxas de câmbio entre moedas. As empresas que trabalham com divisas estrangeiras, deverão preocupar-se com a gestão eficiente do risco cambial. Essas empresas esperam do Governo - por meio da Política Cambial – esclarecimentos dos riscos que correm nesse mercado. A partir do momento em que a empresa está ciente, ela assume os riscos e sabe que estará vulnerável a fatores externos, os quais fogem ao controle da gestão interna da mesma. Também cabe à empresa um minucioso planejamento para alcançar a minimização dos custos, bem como a maximização dos ganhos, determinando qual margem do fluxo de caixa estará vinculado à taxa cambial. Algumas medidas podem afetar diretamente as empresas que operam com o risco cambial, são elas: Decréscimo nas taxas de câmbio O decréscimo nas taxas de câmbio torna a moeda nacional mais barata face às restantes. A desvalorização da moeda tem um efeito benéfico sobre as exportações, que se tornam mais competitivas. Consequentemente, tem um efeito nefasto sobre as importações. Funciona como instrumento corretor de desequilíbrios da balança de pagamentos. Se um Estado não produz um determinado bem essencial, a sua importação não diminui face às alterações das taxas de câmbio. É preciso ter em conta que, em longo prazo, em Estados com elevada dependência das importações, a descida das taxas de câmbio é geradora de inflação. Subida das taxas de câmbio A subida das taxas de câmbio tem o efeito contrário. As exportações perdem competitividade no mercado concorrencial, tornando as importaçõesmais baratas. Consequentemente, as empresas nacionais reduzem o seu volume de vendas, o que gera menos receitas fiscais e desemprego. Minimizando os efeitos do risco cambial nas empresas Os caminhos para se evitar ou minimizar os riscos cambiais nos negócios empresariais passa por uma Gestão de responsabilidade, eficiência e eficácia. Mesmo o melhor administrador, não conseguirá conhecer tudo o que se passa na empresa em detalhes, mas o seu trabalho é assegurar que os sistemas de controles adequados dos riscos sejam implementados. Algumas formas de minimizar o risco cambial: Evitá-lo: a melhor forma de evitar o risco cambial é obter financiamento na moeda local; Estabelecer políticas sobre a exposição e a gestão cambial: determinar políticas e medidas específicas antes de aceitar a exposição cambial; Explorar instrumentos de cobertura cambial: é crescente o número de instituições que trabalham com este produto, disponíveis em algumas divisas, porém, com alto custo. 88. Risco de mercado Está relacionado à flutuação dos preços de ativos ou passivos das instituições. Em outras palavras, podemos definir risco de mercado como a variação (volatilidade) dos preços. Os principais elementos deste risco relacionado ao mercado financeiro são: taxas de juro; taxas de câmbio; preço das ações; preços das commodities. Uma variação muito grande ou inesperada de um desses elementos pode levar a instituição a grandes perdas, ou até mesmo, à falência. É fundamental o gerenciamento desses riscos com a finalidade de evitar grandes perdas. Importante: o risco de mercado depende do comportamento dos preços. 89. Risco de liquidez O Banco Central do Brasil define o risco de liquidez como: a possibilidade de a instituição não ser capaz de honrar eficientemente suas obrigações esperadas e inesperadas, correntes e futuras, inclusive as decorrentes de vinculação de garantias, sem afetar suas operações diárias e sem incorrer em perdas significativas; e a possibilidade de a instituição não conseguir negociar a preço de mercado uma posição, devido ao seu tamanho elevado em relação ao volume normalmente transacionado ou em razão de alguma descontinuidade no mercado. 90. Conceito de patrimônio de referência O Patrimônio de Referência (PR) é uma informação importante para as instituições financeiras. O seu cálculo é determinado por uma metodologia do Conselho Monetário Nacional (Resolução 3444/2007). Esta resolução determina que ao valor do patrimônio líquido de cada instituição financeira sejam somados alguns itens (provisão, dívidas subordinadas, instrumentos híbridos de capital de dívidas) e subtraídos outros (reservas, créditos tributários, ativos diferidos, entre outros), que resultarão no valor do PR. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 42 A implementação das regras de Basileia II no Brasil, especialmente com relação à exigência de capital, trouxe diversas modificações na forma de mensurar o capital para suportar os riscos inerentes às atividades bancárias. O cronograma de implementação de Basileia II no Brasil foi oficializado pelo Bacen por meio do Comunicado 12.746, de 09.12.2004, e posteriormente ajustado pelo Comunicado 6.137, de 27.09.2007. Essa agenda foi construída em fases, prevendo no primeiro momento, quanto à exigência de capital, a utilização de abordagem padronizada (definida pelo Bacen), e no final, a utilização de modelos avançados. Em 29.10.2009, o Bacen, por meio do Comunicado 19.028, ajustou os cronogramas divulgados anteriormente visando complementar as medidas e procedimentos necessários à adequada implementação de Basileia II no Brasil. Para disciplinar a transição de Basileia I para Basileia II (abordagem padronizada), o Bacen publicou diversas normas sobre requerimento de capital (Pilar I), processo de supervisão e transparência das informações (Pilares II e III). Patrimônio de Referência (PR) Em 28.02.07, o CMN aprovou alterações nas regras de definição do PR das instituições financeiras por meio da Resolução 3.444, revogando a Resolução CMN 2.837, de 30.05.2001. Na mesma data, foi editada pelo Bacen a Circular 3.343/2007, que dispõe sobre os procedimentos a serem adotados na solicitação de enquadramento de instrumentos de captação no Nível I4 e Nível II5 do PR. O PR é constituído pelo somatório das parcelas Nível I e Nível II , deduzidos os saldos dos ativos representados pelos seguintes instrumentos de captação emitidos pela instituição financeira: ações, instrumento híbridos de capital e dívida, instrumentos de dívida subordinada e demais instrumentos financeiros descritos na Resolução CMN 3.444/2007, art. 12 e art. 13, § 3º. Segundo a Resolução CMN 3.444/2007, para fins de composição do PR, o valor das ações preferenciais emitidas com cláusula de resgate com prazo original inferior a dez anos, acrescido do valor dos instrumentos de dívida subordinada (DS), fica limitado a 50% do PR Nível I (art. 14, inciso III). Já o montante de instrumentos híbridos de capital e dívida (IHCD) limita-se ao valor do PR Nível I, deduzido o montante de DS existente e sua margem de emissão remanescente (art. 14, inciso I). Em dezembro de 2009 a margem disponível de IHCD para compor o PR era de R$ 17,0 bilhões, ao passo que para emissão de DS era de R$ 3,4 bilhões. Patrimônio de Referência Exigido (PRE) A Resolução CMN 3.490, de 29.08.2007, instituiu o conceito de Patrimônio de Referência Exigido (PRE), em substituição ao conceito de Patrimônio Líquido Exigido (PLE), revogando o anexo IV da Resolução CMN 2.099/1994, e demais normas sobre o assunto. O PRE passou a ser composto das seis parcelas a seguir: PRE = PEPR + PCAM + PJUR + PCOM + PACS + POPR Onde: PEPR - parcela referente às exposições ponderadas pelo FPR a elas atribuído; PCAM - parcela referente ao risco das exposições em ouro, em moeda estrangeira e em operações sujeitas à variação cambial; PJUR - parcela referente ao risco das operações sujeitas à Variação de taxas de juros e classificadas na carteira de negociação, na forma da Resolução nº 3.464, de 27.06.2007, onde n = número das diferentes parcelas relativas ao risco das operações sujeitas à Variação de taxas de juros e classificadas na carteira de negociação; PCOM - parcela referente ao risco das operações sujeitas à Variação do preço das mercadorias (commodities); PACS - parcela referente ao risco das operações sujeitas à Variação do preço de ações e classificadas na carteira de negociação, na forma da Resolução nº 3.464, de 27.06 2007; POPR - parcela referente ao risco operacional. 91. Regras prudenciais definidas pelo CMN às instituições financeiras. Segundo o Dicionário Aurélio a palavra “prudencial” tem a ver com prudência, que é a qualidade de quem age com moderação, comedimento, buscando evitar tudo o que acredita ser fonte de erro ou de dano. Dessa forma, regras prudenciais podem ser entendidas como um conjunto de regras visando a preservar a solvência das instituições financeiras. Controles Internos A Res. 2.554, de 1998, determinou a implantação de controles internos voltados: as atividades por elas desenvolvidas, seus sistemas de informações financeiras, operacionais e gerenciais e o cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis. Desse sistema, fazem parte: Auditoria Interna, Compliance, Comitê de Auditoria, e Gestor do Risco Operacional. Devem ser efetivos e consistentes com: a natureza, a complexidade e o risco das operações por ela realizadas. Responsabilidade da diretoria: a implantação e a implementação de uma estrutura de controles internos efetiva mediante a definiçãode atividades de controle para todos os níveis de negócios da instituição; o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos mesmos; a verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos procedimentos definidos em função do acima disposto. Devem prever: a definição de responsabilidades dentro da instituição; a segregação das atividades para evitar o conflito de interesses, bem minimizar e monitorar as áreas de potencial conflito; meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente os objetivos da instituição; a existência de canais de comunicação que assegurem aos funcionários a informações consideradas relevantes; a contínua avaliação dos diversos riscos associados às atividades da instituição; o acompanhamento sistemático das atividades desenvolvidas de forma a avaliar: se os objetivos da instituição estão sendo alcançados, se os limites estabelecidos e as leis e regulamentos aplicáveis estão sendo cumpridos, quaisquer desvios que possam ser prontamente corrigidos; a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico. Devem ser periodicamente revisados e atualizados, de forma a que sejam a eles incorporadas medidas relacionadas a riscos novos ou anteriormente não abordados. Auditoria Interna Faz parte do SCI e quando não executada por unidade específica da própria instituição ou integrante do mesmo conglomerado, poderá ser exercida: Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 43 por auditor independente devidamente registrado na CVM, pela auditoria da entidade ou associação de classe ou de órgão central a que filiada a instituição; por auditoria de entidade ou associação de classe de outras instituições autorizadas a funcionar pelo BCB, mediante convênio, previamente aprovado por este, firmado entre a entidade a que filiada a instituição e a entidade prestadora do serviço. A Auditoria Interna exercida por unidade própria deverá essa estar diretamente subordinada ao conselho de administração ou, na falta desse, à diretoria da instituição. Quando a Auditoria Interna não exercida por unidade própria, o responsável deverá reportar-se diretamente ao conselho de administração ou, na falta desse, à diretoria da instituição. A instituição deve manter à disposição e garantir o acesso irrestrito do BCB aos papéis de trabalho, relatórios e quaisquer outros documentos elaborados pela auditoria interna da instituição. O acompanhamento das atividades do SCI deve ser objeto de relatórios, no mínimo semestrais, contendo: as conclusões dos exames efetuados; as recomendações a respeito de eventuais deficiências e o cronograma de saneamento; a manifestação dos responsáveis a respeito das deficiências e as medidas efetivamente adotadas para saná-las. As conclusões, recomendações e manifestação antes mencionadas, devem: ser submetidas ao conselho de administração ou, na falta desse, à diretoria, bem como à auditoria externa da instituição; permanecer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de cinco anos. Incumbe à diretoria da instituição, além das responsabilidades já enumeradas, a promoção de elevados padrões éticos e de integridade e de uma cultura organizacional que demonstre e enfatize, a todos os funcionários, a importância dos controles internos e o papel de cada um no processo. O BCB pode: determinar a adoção de controles adicionais se constatada inadequação dos controles; imputar limites operacionais mais restritivos à instituição que deixe de observar determinação; baixar as normas e adotar as medidas julgadas necessárias, incluindo a alteração do cronograma previsto para ser implantado até 31.01.1999. Compliance O termo compliance tem origem no verbo “to comply” em inglês, que significa “cumprir, executar, satisfazer, realizar o que lhe foi imposto”. O compliance tem o dever de cumprir, de estar em conformidade e de fazer cumprir regulamentos internos e externos impostos às atividades da instituição. A missão compliance consiste em: assegurar, em conjunto com as demais áreas, a adequação, o fortalecimento e o funcionamento do sistema de controles internos da instituição, procurando mitigar os riscos de acordo com a complexidade de seus negócios, bem como disseminar a cultura de controles para assegurar o cumprimento de leis e regulamentos existentes. Deve atuar também na orientação e conscientização à prevenção de atividades e condutas que possam ocasionar riscos à imagem da instituição. A função compliance busca assegurar a existência de: políticas e normas; pontos de controle nos processos para mitigar os riscos; relatórios, ou outros meios adequados, contendo informações da base de dados do risco operacional materializado, para os gestores atuarem com a área de compliance na busca da regularização e melhoria dos controles internos procurando mitigar o risco; práticas saudáveis para a gestão de riscos operacionais. A estrutura da função compliance de um banco depende de diversos fatores, incluindo porte e sofisticação, natureza e cobertura geográfica de suas atividades. Porém, seja qual for a estrutura utilizada pelo banco, dois princípios básicos devem ser observados: o papel e as responsabilidades da função compliance devem ser definidos de forma clara; a função compliance deve ser independente das atividades de negócio do banco. O custo de não estar em compliance pode gerar aos empregados, aos gestores e à organização: processo administrativo; processo criminal (penal); bloqueio de bens e valores (determinados pela justiça); multa; prisão; danos à reputação e à marca; ações do regulador. Comitê de Auditoria A Res. 3.198 impôs a criação do Comitê de Auditoria nas instituições financeiras, demais instituições autorizadas a funcionar pelo BCB e para as câmaras e prestadores de serviços de compensação e de liquidação. Devem constituir este órgão estatutário os que tenham apresentado no encerramento dos dois últimos exercícios sociais: PR igual ou superiora R$ 1 bilhão; ou administração de recursos de terceiros em montante igual ou superior a R$ 1 bilhão; ou somatório das captações de depósitos e de administração de recursos de terceiros em montante igual ou superior a R$ 5 bilhões. O termo "comitê de auditoria" é de uso restrito de órgão estatutário constituído na forma da Res. 3.198, que deve reportar-se diretamente ao conselho de administração ou, na sua inexistência, à diretoria da instituição. São várias as suas atribuições, em geral envolvendo as seguintes atividades: estabelecimento de regras e procedimentos recomendações revisões avaliações divulgações reuniões verificações outras determinadas pelo BCB Deve elaborar, ao final dos semestres findos em 30.06 e 31.12, o relatório do comitê de auditoria contendo, no mínimo, as seguintes informações: atividades exercidas no âmbito de suas atribuições, no período; avaliação da efetividade dos sistemas de controle interno da instituição, com ênfase no cumprimento do disposto na Res. 2.554 (controles internos) e com evidenciação das deficiências detectadas; descrição das recomendações apresentadas à diretoria, com evidenciação daquelas não acatadas e respectivas justificativas; Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 44 avaliação da efetividade das auditorias independente e interna, inclusive quanto à verificação do cumprimento de dispositivos legais e normativos aplicáveis à instituição, além de regulamentose códigos internos, com evidenciação das deficiências detectadas; avaliação da qualidade das demonstrações contábeis relativas aos respectivos períodos, com ênfase na aplicação das práticas contábeis adotadas no Brasil e no cumprimento de normas editadas pelo Banco Central do Brasil, com evidenciação das deficiências detectadas. Deve manter à disposição do Banco Central do Brasil e do conselho de administração da instituição o relatório do comitê de auditoria, pelo prazo mínimo de cinco anos, contados de sua elaboração. Gerenciamento do Risco Operacional A Res. 3.380, de 2006, determinou a implementação de estrutura de gerenciamento do risco operacional. A estrutura deve ser compatível com a natureza e a complexidade dos produtos, serviços, atividades, processos e sistemas da instituição. O risco operacional e a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos, incluindo o risco legal associado à inadequação ou deficiência em contratos firmados pela instituição, bem como a sanções em razão de descumprimento de dispositivos legais e a indenizações por danos a terceiros decorrentes das atividades desenvolvidas pela instituição. Entre os eventos de risco operacional, incluem-se: fraudes internas; fraudes externas; demandas trabalhistas e segurança deficiente do local de trabalho; práticas inadequadas relativas a clientes, produtos e serviços; danos a ativos físicos próprios ou em uso pela instituição; aqueles que acarretem a interrupção das atividades da instituição; falhas em sistemas de tecnologia da informação; falhas na execução, cumprimento de prazos e gerenciamento das atividades na instituição. A atividade de gerenciamento do risco operacional deve ser executada por unidade específica nas instituições que deve ser segregada da unidade executora da atividade de auditoria interna, devendo ser indicado diretor responsável pelo gerenciamento do risco operacional. O BCB poderá determinar a adoção de controles adicionais, nos casos de inadequação ou insuficiência dos controles do risco operacional implementados pelas instituições. 92. Mercado de Câmbio Até março de 2005, o mercado de câmbio compreendia dois segmentos: o de taxas livres ou, como era chamado comumente, o comercial, e o mercado de câmbio de taxas flutuantes, comumente chamado de turismo. A partir de 04.03.2005, com a Res. 3.265 do CMN, foram unificados os segmentos comercial e taxas livres (turismo) num único mercado de câmbio, sendo também extinta a Consolidação das Normas Cambiais (CNC), substituída pelo Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI). Por lei, compete ao Banco Central o monopólio sobre toda moeda estrangeira transacionada no mercado de câmbio. Na prática, o Banco Central autoriza bancos e outras instituições a operar nesse mercado e estabelece as regras a serem observadas por todos. Chama-se mercado de câmbio o ambiente, abstrato, onde se realizam as operações de câmbio, entre os agentes autorizados e entre estes e seus clientes. No mercado de câmbio, também prevalece a lei da oferta e da procura. Portanto, existem agentes no mercado de câmbio que ofertam moeda estrangeira e outros agentes que demandam moeda estrangeira, quais sejam: os que ofertam divisas - são os que trazem recursos financeiros estrangeiros para o Brasil. São os exportadores, turistas estrangeiros, devedores de empréstimos e investimentos (no ingresso dos recursos internacionais) e os que recebem transferências do exterior; os que demandam divisas - são os que remetem recursos financeiros para o exterior. São os importadores, aqueles que enviam remessas para o exterior em forma de dividendos e lucros, os que fazem transferência ao exterior, os devedores de investimentos e empréstimos (quando remetem ao exterior o principal e os juros). Entende-se como “divisas” os recursos financeiros em moeda estrangeira, tendo o dólar americano como referência. No caso dos turistas estrangeiros, eles ofertam divisas ao trocarem seus dólares por reais em uma instituição autorizada a operar com câmbio. 93. Instituições autorizadas a operar Podem operar no mercado de câmbio, desde que autorizadas pelo Banco Central, as seguintes instituições: bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, bancos de desenvolvimento, bancos de câmbio, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, corretoras de câmbio, corretoras de títulos e valores mobiliários, distribuidoras de títulos e valores mobiliários e agências de fomento. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e as administradoras de cartões de crédito também são autorizados pelo Bacen a realizar operações de câmbio, respectivamente com vales postais e compras internacionais. 94. Operações básicas Câmbio é toda operação em que há troca de moeda nacional por moeda estrangeira ou vice-versa. Compreende também as operações de troca de uma moeda estrangeira por outra moeda estrangeira. Entende-se por operações de câmbio a troca de moeda de um país pela de outro. As denominações compra e venda têm como referência a instituição autorizada a operar com câmbio. Especificando melhor, em relação ao estabelecimento operador as operações de câmbio se classificam em: compra - recebimento de moeda estrangeira e entrega de moeda nacional; venda - entrega de moeda estrangeira e recebimento de moeda nacional; arbitragem - entrega de moeda estrangeira e compra de outra moeda estrangeira. Assim, a compra de moeda estrangeira significa o banco ou instituição receber moeda estrangeira e entregar reais, enquanto a operação de venda significa o banco entregar moeda estrangeira e receber reais. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 45 No que se refere às trocas de moedas, podemos classificá-las em duas formas: câmbio manual - operações que envolvem a compra e venda de moedas estrangeiras em espécie (inclusive travellers checks); câmbio sacado - quando na troca existem títulos ou documentos representativos da moeda. 95. Contratos de câmbio – características No Brasil, toda operação de câmbio deve ser realizada por meio de contrato de câmbio, tendo sempre como uma das partes uma instituição autorizada a operar em câmbio pelo Banco Central, que comprará ou venderá a moeda estrangeira. Como toda regra tem exceção, nas operações de compra ou de venda de moeda estrangeira de até US$ 3 mil, ou seu equivalente em outras moedas estrangeiras, não é obrigatória a formalização do contrato de câmbio, mas o agente do mercado de câmbio deve identificar seu cliente e registrar a operação no Sistema Câmbio. Qualquer pessoa, física ou jurídica, pode ir então, a uma instituição autorizada (banco, caixa econômica, agência de turismo, meio de hospedagem, corretora de valores. distribuidora de valores), para trocar moeda nacional por moeda estrangeira e vice-versa. Deve ser observada, porém, a regulamentação específica, que se encontra no Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais (RMCCI), para a perfeita identificação do que se refere a operação de câmbio. O contrato de câmbio é um instrumento particular, bilateral, no qual um vendedor se compromete a entregar determinada quantidade de moedas estrangeiras, sob determinadas condições (taxas, prazos, formas de entrega) a um comprador, recebendo em contra partida o equivalente em moeda nacional. O contrato de câmbio é o instrumento por intermédio do qual se efetua a operação de câmbio, tanto o câmbio manual quanto o sacado. É o documento queformaliza a operação, ou seja, é o comprovante a ser apresentado à fiscalização. Nele, constam necessariamente, dentre outras informações, a moeda estrangeira que o agente do mercado está comprando ou vendendo, a taxa contratada, o valor correspondente em moeda nacional, os nomes do comprador e do vendedor (e respectivas assinaturas). À margem da lei, funciona um segmento denominado mercado paralelo, mercado negro, ou câmbio negro. Os negócios realizados nesse mercado, bem como a posse de moeda estrangeira sem origem justificada, são ilegais e sujeitam o cidadão ou a empresa às penas da lei. Devemos lembrar ainda que e o dólar paralelo possibilita o financiamento e a lavagem de dinheiro oriundo das atividades ilegais como narcotráfico e superfaturamentos, tanto nas importações como exportações. 96. Taxas de câmbio Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. A moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a cotação de referência utilizada seja a dessa moeda. Dessa forma, quando dizemos, por exemplo, que a taxa de câmbio brasileira é 1,80, significa que um dólar americano custa R$ 1,80. A taxa de câmbio reflete apenas um custo de uma moeda em relação a outra, não agregando quaisquer custos operacionais incorridos pelos bancos para realização do negócio. No seu conceito mais simples, a taxa de câmbio divide-se em taxa de venda e taxa de compra. Pensando sempre do ponto de vista do banco (ou outro agente autorizado a operar pelo BC), a taxa de venda é preço que o banco cobra para vender a moeda estrangeira (a um importador, por exemplo), enquanto a taxa de compra reflete o preço que o banco aceita pagar pela moeda estrangeira que lhe é ofertada (por um exportador, por exemplo). O intervalo entre a taxa de compra (a menor) e a de venda (a maior) representa o ganho do banco com a negociação da moeda, e é conhecido como spread cambial. A seguir descrevemos as várias taxas de câmbio que circulam pelo mercado: taxa do mercado de câmbio - estabelece o parâmetro para as operações oficiais de compra e venda de moeda no comércio exterior e demais operações do mercado de câmbio; taxa de câmbio interbancária pronta - estabelece o parâmetro para as operações de compra e venda de moedas entre bancos no interbancário em dólar para entrega em 48 horas; taxa de câmbio de mercado de cabo - estabelece o parâmetro de compra e venda de moeda que será utilizada para transferência direta para o exterior; taxa PTAX do Bacen - é a taxa média do dólar interbancário, apurada pelo Bacen ao final do dia; taxa de câmbio de mercado paralelo - estabelece o parâmetro para compra e venda de moeda fora dos padrões oficiais via doleiros. Relembramos que o mercado paralelo é ilegal, estando seus agentes e usuários sujeitos a prisão em flagrante e processo criminal. Existe ainda no mercado de câmbio a chamada taxa de paridade, que é a relação entre uma moeda estrangeira e o dólar americano ou outra moeda estrangeira, isto é, quando nenhuma das moedas é o real (R$). No mercado de câmbio brasileiro, a taxa de paridade é sempre obtida em relação ao dólar americano, que é a moeda de referência do mercado cambial. Mais informações sobre o Mercado de Câmbio Brasileiro estão disponíveis em goo.gl/5ja7P. 97. Remessas A desburocratização e a simplificação das leis e das normas cambiais brasileiras que aconteceram nos últimos anos tornaram mais simples e barato o envio de dinheiro para o Brasil ou para o exterior. Essa facilidade também alcançou os cartões de uso internacional, beneficiando diretamente os viajantes que os utilizam em suas viagens. Hoje não é necessário qualquer tipo de autorização governamental para fazer remessas do Brasil para o exterior e nem para receber recursos do exterior. Atualmente, as operações de câmbio com recebimento ou entrega de moeda estrangeira em espécie tem se restringido aos casos de viagens internacionais. Os recursos recebidos do exterior destinados a residentes devem ser obrigatoriamente convertidos em reais em instituição autorizada a operar no mercado de câmbio pelo Banco Central do Brasil. Da mesma forma, a moeda estrangeira destinada ao exterior deve ser adquirida nessas instituições. As operações de câmbio feitas em desacordo com essas condições são consideradas ilegais. Remessa de dinheiro do exterior para o Brasil A remessa de dinheiro do exterior para o Brasil pode ser feita de forma prática e segura de três maneiras diferentes: por ordem de pagamento, por cartão internacional ou pelos Correios. Independentemente da forma utilizada, sempre estão envolvidos o remetente do dinheiro e o beneficiário. O remetente é quem está no exterior e faz a remessa do dinheiro. A identificação do remetente deve seguir a legislação do país da remessa. O beneficiário é quem vai receber o dinheiro no Brasil. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 46 Remessa por meio de ordem de pagamento As ordens de pagamento podem ser remetidas do exterior em moeda estrangeira ou em reais, mas sempre serão pagas aos residentes no Brasil em reais. Se a ordem de pagamento for em moeda estrangeira, será necessária a realização da operação de câmbio no Brasil entre o beneficiário e uma instituição autorizada a operar no mercado de câmbio. A taxa de câmbio é aquela negociada entre o beneficiário e a instituição financeira autorizada. Sugerimos leitura do capítulo referente ao Valor Efetivo Total (VET). Se a ordem de pagamento for em reais, a operação de câmbio que se fizer necessária irá ocorrer entre o remetente e a instituição no exterior. O beneficiário recebe os reais sem necessidade de operação de câmbio no Brasil. Nesse caso, o banco do exterior deve manter conta em reais em bancos no país para viabilizar os pagamentos e os créditos ao beneficiário no Brasil. O remetente deve procurar uma instituição no exterior para transferir o dinheiro ao beneficiário no Brasil. É possível fazer a remessa de moeda estrangeira do exterior por meio de empresas não financeiras especializadas em transferências externas, dependendo da legislação de cada país. Para evitar contratempos, é recomendável que o beneficiário de ordem de pagamento do exterior tome previamente algumas providências, tais como: procurar uma instituição financeira no Brasil autorizada a operar no mercado de câmbio ou, no caso de transferências até o equivalente a US$ 3 mil, correspondente contratado por uma instituição financeira, próximo de sua residência, e perguntar o nome de instituição no exterior que possua ponto de atendimento na cidade de onde será efetuada a remessa; informar para a pessoa que vai remeter o dinheiro do exterior: a) dados do beneficiário no Brasil (nome completo, documento de identidade, endereço residencial, motivo da remessa, banco, agência e o número da conta para o depósito, se houver); e b) identificação da instituição financeira no Brasil (número, agência e o código de identificação do banco utilizado em transferências internacionais). Por sua vez, o remetente dos recursos do exterior, no momento da remessa, deve fornecer à instituição no exterior (banco ou transferidora de recursos) os dados do beneficiário (nome completo, documento de identidade, endereço residencial, o número do banco, da agência e da conta destinatária dos recursos, se houver). Se o valor não ultrapassar R$ 10 mil, é possível receber o dinheiro em espécie ou em qualquer instrumento de pagamento em uso no mercado financeiro. A partir desse valor, somente mediante crédito em conta, transferência bancária ou cheque. Para receber o valor em reais, é sempre necessário o beneficiárioapresentar documento de identificação. Em geral, o banco somente solicitará documentação adicional nas seguintes situações: a) operações acima de R$ 10 mil no caso de ordens de pagamento em reais; ou b) operações com valor superior ao equivalente a US$ 3 mil no caso de ordens de pagamento em moeda estrangeira. Remessa por meio de cartão internacional É possível aos bancos brasileiros e à Caixa Econômica Federal aceitar remessas de valores dos brasileiros que estão no exterior por meio de cartão emitido no exterior. O valor, em reais, pode ser creditado em conta corrente ou poupança no Brasil, do próprio remetente ou de outro beneficiário, ou ser recebido em dinheiro, diretamente pelo beneficiário, desde que observado o limite em vigor de R$ 10 mil. Caso seja de interesse do brasileiro que se encontre temporariamente no exterior, é possível abrir uma conta em reais simplificada no Brasil, por meio da internet, em banco de sua escolha ou na Caixa Econômica Federal. Para conhecer os procedimentos para a abertura dessa conta simplificada, visite a página na internet da instituição de sua preferência. Para fazer a remessa, o remetente, no exterior, deve procurar uma instituição que ofereça o serviço de transferência de valores com utilização de cartão internacional. Remessa pelos Correios Os Correios estão autorizados a prestar serviço de transferências financeiras internacionais. O envio e o recebimento de valores são feitos eletronicamente entre o Brasil e os países conveniados. O remetente deve comparecer à empresa de correios do local onde se encontra, no exterior, para fornecer as informações necessárias. Para conhecer os países conveniados, os limites, as tarifas, os prazos e as outras condições das transferências postais, visite o endereço www.correios.com.br. Remessa de dinheiro do Brasil para o exterior A remessa de dinheiro do Brasil para o exterior pode ser feita por intermédio de instituição autorizada pelo Banco Central do Brasil a operar em câmbio de forma prática e segura por meio de ordem de pagamento e pelos Correios. Independentemente da forma utilizada, sempre estão envolvidos o remetente do dinheiro e o beneficiário. O remetente é quem está no Brasil e que vai fazer a remessa do dinheiro. A identificação do remetente deve ocorrer em todas as situações, independentemente do valor da remessa. O beneficiário é quem vai receber o dinheiro no exterior. Remessa por meio de ordem de pagamento Diferentemente das ordens de pagamento do exterior para o Brasil, as ordens de pagamento do Brasil para o exterior devem ser feitas exclusivamente em moeda estrangeira. A taxa de câmbio deve ser negociada entre o remetente e a instituição no Brasil. Sugerimos leitura do capítulo referente ao Valor Efetivo Total (VET). Para transferir o dinheiro ao beneficiário, no exterior, o remetente deve procurar uma instituição no Brasil. É possível fazer a remessa por meio de instituição autorizada a operar no mercado de câmbio ou, no caso de transferências até o equivalente a US$ 3 mil, por meio de empresas contratadas por instituições autorizadas a operar no mercado de câmbio. Pode-se adquirir moeda estrangeira mediante a entrega de reais em espécie ou em qualquer instrumento de pagamento em uso no mercado financeiro, até o limite de R$ 10 mil. Acima desse valor, somente mediante débito em conta, transferência bancária ou cheque. O remetente deve procurar uma instituição ou um estabelecimento contratado de sua preferência e se informar sobre os dados necessários para a remessa. Em seguida, deve obter com o beneficiário esses dados, que deverão ser informados à instituição no Brasil para que a remessa seja feita. Normalmente, os dados mais importantes são o nome e a localização da instituição no exterior para onde será feita a remessa, além do endereço e da identificação do beneficiário. Remessa pelos Correios Os Correios estão autorizados a prestar serviço de transferências financeiras internacionais . O envio e o recebimento de valores são feitos eletronicamente entre o Brasil e os países conveniados. O remetente deve comparecer a agência dos Correios no Brasil para fornecer as informações necessárias. Para conhecer os países conveniados, os limites, as tarifas, os prazos e as outras condições das transferências postais, visite o endereço www.correios.com.br. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 47 98. Posição de Câmbio A posição de câmbio representa o volume das operações de compra e de venda de moeda estrangeira realizadas pelas instituições financeiras que podem operar em câmbio. Essas operações são consolidadas diariamente pelo seu equivalente em dólares dos Estados Unidos e de forma centralizada para cada instituição. O valor da posição de câmbio é obtido pela diferença entre as compras e as vendas do dia, acrescida ou diminuída da posição de fechamento do dia anterior, podendo ter os seguintes resultados: nivelada, quando o total de compras é igual ao total de vendas; comprada, quando o total de compras é maior que o total de vendas; vendida, quando o total de compras é menor que o total de vendas. À primeira vista, poderíamos pensar que posição de câmbio seria então algo parecido com “saldo de caixa em moeda estrangeira". Esta suposição não é correta, pelo simples motivo de que muitas transações de câmbio são feitas para liquidação futura, especialmente aquelas que envolvem compra e venda de moeda estrangeira entre instituições financeiras - o chamado interbancário em dólar - e entre uma instituição financeira e um agente de comércio exterior. Só que, para apuração da posição de câmbio de um agente autorizado, são computadas todas as transações fechadas naquele dia, independentemente se são para liquidação pronta - até 48 horas, considerada à vista no mercado de câmbio - ou para liquidação futura. Não há limite preestabelecido para as posições de câmbio comprada ou vendida dos bancos e caixas econômicas autorizados: estas instituições podem assumir qualquer valor de posição comprada ou vendida, desde que seus ativos comportem o risco assumido. Os demais integrantes do Sistema Financeiro Nacional só podem ter posição de câmbio comprada. Agências de turismo não têm posição de câmbio, pois só operam à vista no câmbio manual. Estes agentes devem observar um limite operacional diário de US$ 200 mil para as agências no caso destes consideradas globalmente todas as suas dependências no país. O valor de eventual excesso sobre os limites atribuídos às agências de turismo e aos meios a operar no mercado de câmbio, podendo os meios de hospedagem vender também a agências de turismo. 99. Cartões de Débito O dinheiro é um meio de pagamento. Por meio dele os seres humanos obtêm as coisas necessárias à sobrevivência. É o jeito que o mundo inventou para as coisas mudarem de dono. O dinheiro de plástico é o meio de pagamento com a utilização dos cartões magnéticos, que podem ser de débito, ou de crédito. Os cartões de débito não representam um estímulo ao consumo, pois permitem compras mediante o saque no presente sobre valores já existentes na conta corrente do cliente. Os cartões de crédito estimulam o consumo, pois permitem compras mediante o saque no presente sobre o limite de crédito do cliente, sem que, necessariamente, os valores existam na conta corrente dele. O cartão de débito é um cartão magnético que possibilita ao portador sacar dinheiro em sua conta corrente ou de poupança e efetuar o pagamento eletrônico de compras de produtos e serviços. Os saques ocorrem na boca do caixa ou em terminais de autoatendimento. A transação de compra acontece por meio de equipamentos disponíveis nas lojas credenciadas, verdadeirosterminais eletrônicos conectados aos bancos, chamados POS (Point of Sale), sendo efetivada somente após a senha digitada ser aprovada e o sistema comprovar que o cliente possui saldo suficiente disponível. Embora o cartão de débito tenha o tamanho e aspecto idênticos aos do cartão de crédito, na prática funciona de forma semelhante ao cheque, sendo uma ordem de pagamento a vista sobre os recursos financeiros que o portador possui no banco emissor do cartão. Possui as seguintes vantagens para o portador: maior segurança em relação ao cheque, visto que para ser utilizado é necessário o uso da senha para que ocorra a liberação dos fundos bancários do portador do cartão; maior controle dos gastos por parte do portador, pois as transações só são efetivadas se o cliente dispuser efetivamente de saldo em conta corrente; não incentiva o consumo, visto que o cliente só poderá efetuar compras e saques até o limite do seu saldo disponível; e as compras e saques não geram encargos financeiros. Para o lojista, a grande vantagem é ter garantido pelo banco o recebimento do valor da compra quando a transação é aprovada, oferecendo muito mais segurança do que se o pagamento tivesse ocorrido por meio de cheque. 100. Cartões de crédito O uso do cartão de crédito vem crescendo ao longo dos anos, acompanhando o aumento da renda e os avanços em geral conquistados pela sociedade brasileira. Facilidade, segurança e ampliação das possibilidades de compras são pontos que agradam à população na hora de efetuar seus pagamentos com o cartão. É utilizado para a aquisição de bens ou serviços nos estabelecimentos credenciados. Para esses estabelecimentos trazem a real vantagem de ser um indutor ao crescimento das vendas e a suposta desvantagem de um rebate no seu preço à vista pela demora no prazo do repasse dos recursos provenientes das vendas. Para o portador, quando paga os valores no vencimento seguinte a compra representa a vantagem de ganhos reais sobre a inflação além de ajustar suas necessidades de consumo às suas disponibilidades momentâneas de caixa. Os cartões de crédito têm a desvantagem de incentivar o consumo nos momentos em que o consumidor desejava poupar. Além de dinheiro de plástico são, acima de tudo, um crédito automático, sendo uma operação de crédito rotativo, visto que um limite de crédito é estabelecido para o cliente. O cliente não é obrigado a utilizar esse limite, mas quando desejar fazer uso poderá consumir pagando com o cartão até alcançar o limite estabelecido, sem precisar adotar qualquer outro procedimento. Trata-se de crédito rotativo porque quando o limite é alcançado, o cliente não pode mais fazer uso do cartão. Todavia, quando ele efetua o pagamento de algum valor definido em sua fatura, o limite de crédito é imediatamente restabelecido. Por isso a rotatividade. Podem ser de uso nacional ou internacional (neste último caso a conversão é feita pela taxa do dólar do dia do pagamento da fatura). Os procedimentos utilizados para realizar compras com cartões de crédito, débito e pré-pago, seja em moeda nacional ou em moeda estrangeira são considerados arranjos de pagamentos, sujeitos às normas disciplinares previstas na Lei nº 12.865, de 09.10.2013. As bandeiras Visa, Mastercard e American Express são exemplos de arranjos de pagamento. O Banco Central definiu três modalidades de instituições de pagamento: Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 48 as emissoras de instrumento de pagamento pós-pagos (os cartões de crédito pós-pagos), as emissoras de moeda eletrônica, quando gerenciam transações pré-pagas (os cartões pré-pagos) as credenciadoras de lojistas (empresas como Cielo e Rede, que capturam compras com cartão no varejo), As atividades das instituições de pagamento estão sujeitas à regulamentação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil, nos termos dos artigos 6º a 11 da Lei 12.865, de 09.10.2013. Os cartões de lojas varejistas, conhecidos como “private label”, emitidos por empresas com destinação exclusiva para a aquisição de seus próprios bens ou serviços, não são arranjos de pagamento e não estão sujeitos à regulação e supervisão do Banco Central. O banco pode debitar em conta os valores relativos à fatura do cartão de crédito, desde que o portador tenha, previamente, solicitado ou autorizado por escrito ou por meio eletrônico a realização do débito. A referida autorização é admitida no próprio instrumento contratual de abertura de conta de depósito. O contrato de cartão de crédito pode ser cancelado a qualquer momento, mesmo que haja compras parceladas no cartão com parcelas ainda a serem pagas. No entanto, é importante salientar que o cancelamento do contrato de cartão de crédito não quita ou extingue dívidas pendentes. Assim, deve ser buscado entendimento com o emissor do cartão sobre a melhor forma de liquidação da dívida. Para tornar as regras mais claras na prestação desse serviço, o CMN decidiu, em 25.11.2010, pela edição da Resolução nº 3.919, que, entre outras mudanças, padronizou a cobrança de tarifas sobre cartões de crédito. Segundo essas normas, existem dois tipos de cartões de crédito: básico diferenciado Cartão básico É o cartão de crédito exclusivo para o pagamento de compras, contas ou serviços. O preço da anuidade para sua utilização deve ser o menor preço cobrado pela emissora entre todos os cartões por ela oferecidos. As instituições financeiras, no processo de negociação com os clientes, estão obrigadas a oferecer o cartão básico. Esse cartão não pode ser associado a programas de benefícios e/ou recompensas. Cartão diferenciado É o cartão de crédito que, além de permitir o pagamento de compras, está associado a programas de benefícios e recompensas. O preço da anuidade do cartão diferenciado deve abranger, além da utilização do cartão para o pagamento de compras, também a participação do usuário nos programas de benefícios e recompensas associados ao cartão. É opção do cliente contratar o cartão básico ou o cartão diferenciado. Tanto um como o outro pode ser nacional e/ou internacional. É admitida a cobrança de cinco tarifas, válidas tanto para os cartões básicos quanto para os diferenciados. São elas: anuidade; para emissão de 2ª via do cartão; para retirada em espécie na função saque; no uso do cartão para pagamento de contas; e no caso de pedido de avaliação emergencial do limite de crédito. Além das tarifas, a fatura do cartão de crédito deve ter informações, pelo menos, a respeito dos seguintes itens: limite de crédito total e limites individuais para cada tipo de operação de crédito passível de contratação; gastos realizados com o cartão, por evento, inclusive quando parcelados; identificação das operações de crédito contratadas e respectivos valores; valores relativos aos encargos cobrados, informados de forma separada de acordo com os tipos de operações realizadas com o cartão; valor dos encargos a serem cobrados no mês seguinte, no caso de o cliente optar pelo pagamento mínimo da fatura; e Custo Efetivo Total (CET), para o próximo período, das operações de crédito passíveis de contratação. Com o objetivo de diminuir o risco de superendividamento, o CMN determinou que, desde 01.06.2011, o valor mínimo da fatura de cartão de crédito a ser pago mensalmente não poderia ser inferior a 15% do valor total da fatura, percentual esse que estava previsto subir para 20% a partir de 01.12.2011. Todavia, em 11.11.2011 o Banco Central decidiu por manter o mínimo de 15%. Atualmente prevalece esse percentual mínimo de 15%. Quando ocorre o pagamento do valor mínimo da fatura ou de partedo valor total, o contrato firmado entre o cliente e a instituição emissora do cartão de crédito prevê os procedimentos a serem adotados nessas situações. É usual prever a contratação automática de operação de crédito em valor correspondente ao saldo remanescente não liquidado. Essas operações de crédito, naturalmente, estão sujeitas à incidência de encargos financeiros. As taxas de juros cobradas na operação de crédito decorrente do não pagamento do valor total da fatura do cartão de crédito são livremente pactuadas entre o cliente e a emissora do cartão. A regulamentação em vigor proíbe a remessa do cartão de crédito sem prévia solicitação. No caso de recebimento indevido de um cartão de crédito, não solicitado pelo cliente, esse cartão não deve ser utilizado, cabendo entrar em contato com a instituição que o emitiu para registrar a ocorrência e solicitar o seu cancelamento. Tanto no caso de recebimento indevido de cartão como quando da cobrança indevida de tarifas do cartão de crédito, o cliente deve procurar primeiramente sua agência de atendimento e buscar a solução do problema com o gerente responsável por sua conta. Essas providências podem ser tomadas nas agências da instituição financeira emissora do cartão de crédito e nos serviços de atendimento ao consumidor (SAC) disponibilizados pelos bancos por telefone e/ou pela internet. Se essas tentativas de solução não funcionarem, será necessário entrar em contato com a ouvidoria da instituição financeira emissora do cartão de crédito. A lista das ouvidorias dos bancos, com os nomes dos ouvidores e contatos das ouvidorias, pode ser obtida no site do Banco Central (www.bcb.gov.br), no Perfil Cidadão, Bancos e Ouvidorias dos Bancos. Por fim, caso não consiga solução, o cliente poderá apresentar sua reclamação aos órgãos de defesa do consumidor ou ao Banco Central, contribuindo, dessa forma, com subsídios para o processo de fiscalização das instituições supervisionadas. Cartão co-branded É o cartão de marca compartilhada que carrega o logotipo da empresa associada e a bandeira, trazendo vantagens específicas Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 49 para seus portadores como, por exemplo: milhagem áreas e descontos progressivos nas compras. Reflete uma parceria em vendas e marketing cujo objetivo é fidelizar o cliente. Exemplos: cartões de empresas aéreas, indústria automobilística, redes de varejo etc. Cartão afinidade O cartão de afinidade reflete uma parceria entre a administradora do cartão de crédito com organizações não lucrativas. Trata-se de um cartão que possui um apelo que tem como objetivo identificar o cliente com a empresa, sendo que o mesmo opta por contribuir financeiramente, mesmo que indiretamente, com essas organizações. Nesse tipo de cartão o cliente é informado quanto e como ele está contribuindo com a empresa. Exemplos: Credicard Unicef, Real USP, Bradesco APAE, etc. Private Label (retailer card) É um tipo de cartão de crédito emitido por um varejista e usualmente válidos apenas para a realização de compras com este varejista ou em qualquer estabelecimento credenciado. Charged Card É o cartão carregado previamente. Como exemplo, temos os cartões vale-refeição, vale-alimentação e o travelmoney. 101. Referência Bibliográfica Livros ASSAF, A. Mercado Financeiro. 11ª ed. São Paulo: Atlas. Cabral, G. Conhecimentos Bancários em tópicos. Brasíia: Alumnus, 2014. 360 p. FORTUNA, E. Mercado Financeiro: produtos e serviços. 19ª ed. Rio de Janeiro: Qualitymark. Newlands Jr., C. A. Sistema Financeiro e Bancário - Teoria e Questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 512 p. PINHEIRO, J. L. Mercado Capitais: Fundamentos e Técnicas. 6ª ed. São Paulo: Atlas. O Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro. Rio de Janeiro: Comissão de Valores Mobiliários, 2014. 376 p., disponível gratuitamente para download em goo.gl/v7if7v Sites (consultas em 12.10.2015) Banco Central do Brasil - glossário: bcb.gov.br/glossario.asp?idioma=P Comissão de Valores Mobiliários - CVM portaldoinvestidor.gov.br Educação Financeira brasil.gov.br/economia-e-emprego/educacao-financeira Ordem dos Economistas do Brasil - Enciclopédia de Finanças enfin.com.br/ UOL - Universo On Line - Dicionário Financeiro: economia.uol.com.br/glossario/ Wikipédia - A enciclopédia livre: pt.wikipedia.org Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario Exercícios – 1ª parte 1. (BB/Gran Cursos/2015) O SFN é composto por um conjunto de órgãos e instituições que regulamenta, supervisiona e realiza operações necessárias à circulação de moeda e de crédito na economia. São órgãos normativos do Sistema Financeiro Nacional: (A) Conselho Monetário Nacional; Conselho Nacional de Seguros Privados; Comitê de Política Monetária (Copom). (B) Conselho Nacional de Seguros Privados; Banco Central do Brasil; Conselho Monetário Nacional. (C) Superintendência de Seguros Privados; Comitê de Política Monetária (Copom); Conselho Federal de Valores Mobiliários (CFVM). (D) Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários; Conselho de Controle de Atividades Finaneiras (Coaf). (E) Conselho Nacional de Seguros Privados; Conselho Nacional de Previdência Complementar; Fundo Garantidor do Crédito (FGC). 2. (Basa/Cesgranrio/2015) O SFN é composto por um conjunto de órgãos e instituições que regulamenta, supervisiona e realiza operações necessárias à circulação de moeda e de crédito na economia. São órgãos normativos do Sistema Financeiro Nacional: (A) Conselho Monetário Nacional; Conselho Nacional de Seguros Privados; Comitê de Política Monetária (Copom) (B) Conselho Nacional de Seguros Privados; Banco Central do Brasil; Conselho Monetário Nacional (C) Superintendência de Seguros Privados; Comitê de Política Monetária (Copom); Conselho Federal de Valores Mobiliários (D) Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários; Conselho Monetário Nacional (E) Conselho Nacional de Seguros Privados; Conselho Nacional de Previdência Complementar; Conselho Monetário Nacional 3. (Banestes/CKM/2015) Classificam-se como entidades operadoras no Sistema Financeiro Nacional (A) a Sociedade de Arrendamento Mercantil e o Conselho Monetário Nacional. (B) a Agência Especial de Financiamento Industrial e a Superintendência de Seguros Privados. (C) o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social e o Conselho Nacional de Seguros Privados. (D) o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. (E) a Bolsa de Valores de São Paulo e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar. 4. (Banestes/CKM/2015) Dentre alguns dos órgãos normativos integrantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN), pode-se considerar o(a): (A) Comissão de Valores Mobiliários – CVM e a Superintendência de Seguros Privados – SUSEP. (B) Banco Central do Brasil – BCB e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC. (C) Superintendência de Seguros Privados – SUSEP e o Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC. (D) Ministério da Fazenda e a Comissão de Valores Mobiliários – CVM. (E) Conselho Monetário Nacional – CMN e o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP. 5. (BB/Cesgranrio/2015) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é um órgão que regula e fiscaliza o mercado de capitais no Brasil, sendo (A) subordinada ao Banco Central do Brasil (B) subordinada ao Banco do Brasil (C) subordinada à Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA) (D) independente do poder público (E) vinculada ao poder executivo (Ministério da Fazenda) 6. (BNB/FGV/2014) O Sistema normativo é composto pelas entidades que regulam e fiscalizam o funcionamento do Sistema Financeiro Nacional. Por esse motivo estão no topo doorganograma, ou seja, as outras instituições têm que, obrigatoriamente, acatar as decisões do sistema normativo. Entre as entidades que compõem o Sistema Normativo, encontram-se: (A) sociedades corretivas e distribuidoras; (B) bancos múltiplos e de investimento; (C) Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal; (D) Conselho Monetário Nacional e Banco Central do Brasil; (E) Bolsa de Valores e Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 7. (Banpara/Inaz-PA/2014/Contador) No que tange a composição e a competência do Sistema Financeiro Nacional (SFN) é correto afirmar que: (A) O Conselho Monetário Nacional (CMN), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) constituem os órgãos reguladores do SFN. (B) É atribuição do Conselho Monetário Nacional (CMN) fiscalizar os bancos comerciais, os múltiplos, os bancos de desenvolvimento, de investimentos, as caixas econômicas e as sociedades de crédito, financiamento e de investimento. (C) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tem a prerrogativa de supervisionar os fundos de investimento quanto aos mecanismos de gestão e controle de riscos da instituição que administra os recursos e verificar se há a segregação entre a administradora e o fundo. (D) São operadores do Sistema Financeiro Nacional (SFN) as instituições financeiras de depósito a vista, as bolsas de valores, as bolsas de câmbio, as demais entidades exportadoras e as outras instituições financeiras. (E) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é supervisionado pelo Banco Central do Brasil (BACEN), pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC). 8. (BB/Cesgranrio/2014) O Sistema Financeiro Nacional é composto de dois grandes subsistemas: Subsistema Normativo e Subsistema de Intermediação. Tendo em vista essa classificação, fazem parte do Subsistema (A) de Intermediação o Banco Central do Brasil e o Banco do Brasil. (B) de Intermediação os Comitês de Política Monetária (Copom) dos bancos comerciais. (C) Normativo o Banco Central do Brasil e o Banco do Brasil. (D) Normativo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a Comissão de Valores Mobiliários. (E) de Intermediação as Bolsas de Valores e de Mercadorias e Futuros atuantes no Brasil. 9. (Basa/Cesgranrio/2013) O Sistema Financeiro Nacional, em todas as partes que o compõem, foi estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do país e a servir aos interesses da coletividade. Em relação à sua composição, o Sistema Financeiro Nacional pode ser dividido em (A) órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores. (B) organizações governamentais, instituições públicas e instituições financeiras. (C) instituições financeiras, instituições filantrópicas e entidades operadoras. (D) órgãos fiscalizadores, entidades supervisoras e organizações governamentais. (E) instituições públicas, organizações não governamentais e instituições privadas. 10. (BB/Cespe/2013/Certificação Interna) As instituições integrantes do subsistema de intermediação do Sistema Financeiro Nacional (SFN) incluem (A) o BACEN. (B) o Instituto de Resseguros (IRB). (C) a Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC). (D) a BOVESPA. (E) a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 11. (BB/Cespe/2013/Certificação Interna) A respeito das características e das competências das entidades integrantes do SFN, assinale a opção correta. (A) O IRB é o órgão máximo do Sistema Nacional de Seguros Privados. (B) A SUSEP é uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda. (C) Compete à SPPC do Ministério da Fazenda regular as atividades dos fundos de pensão. (D) A SPPC é responsável pela fiscalização das entidades de previdência privada aberta. (E) O BB integra o subsistema de intermediação na categoria de banco de investimento. 12. (BNDES/Cesgranrio/2013/técnico administrativo) O Sistema Financeiro Nacional (SFN), estruturado e regulado pela Lei nº 4.595, de 31/12/1964, é composto por algumas instituições. NÃO faz(em) parte do SFN o(a) (A) Banco Central do Brasil (Bacen) (B) Conselho Monetário Nacional (CMN) (C) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (D) Banco do Brasil S.A. (BB) e as demais instituições financeiras públicas e privadas (E) Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) 13. (BNDES/Cesgranrio/2013/técnico administrativo) A Lei nº 4.595, de 31/12/1964, dispõe sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e creditícias e dá outras providências. À luz dessa Lei, considere as afirmativas abaixo sobre as instituições financeiras. I - As instituições financeiras somente poderão atuar no País mediante autorização prévia do Banco Central do Brasil (Bacen) ou por decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras. II - As pessoas físicas que exerçam, de forma permanente ou eventual, quaisquer das atividades atribuídas às instituições financeiras não se equiparam a elas. III - Instituições financeiras são pessoas jurídicas públicas ou privadas, cujas atividades principais ou acessórias são a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros. IV - As instituições financeiras terão as condições de concorrência reguladas pelo Bacen, que lhes coibirá os abusos com aplicação de pena nos termos da lei. É correto o que se afirma em (A) I e II, apenas (B) III e IV, apenas (C) I, II e IV, apenas (D) I, III e IV, apenas (E) I, II, III e IV 14. (BB/FCC/2013) O Sistema Financeiro Nacional tem como entidades supervisoras: (A) FEBRABAN e Superintendência Nacional de Previdência Complementar. (B) Receita Federal do Brasil e Resseguradores. (C) Comissão de Valores Mobiliários e Bolsas de Mercadorias e futuros. (D) Banco Central do Brasil e Superintendência de Seguros Privados. (E) Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. 15. (BB/Gran/2013) O Sistema Financeiro Nacional tem na sua composição, como entidade supervisora, (A) o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Federal. (B) o Banco Central do Brasil. (C) o Banco do Brasil. (D) o Conselho Monetário Nacional. (E) o COPOM - Comitê de Política Monetária. 16. (BB/Cespe/2012/Certificação Interna) A respeito do Sistema Financeiro Nacional (SFN), assinale a opção correta. (A) A supervisão dos consórcios, sociedades de capitalização e bolsa de valores está a cargo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). (B) As funções privativas do CMN incluem fixar as diretrizes e normas da política governamental relativa aos seguros privados e à capitalização. (C) Regular, normatizar e coordenar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar são funções privativas da Superintendência de Seguros Privados. (D) A supervisão das instituições financeiras bancárias, tais como os bancos comerciais, caixas econômicas e cooperativas de crédito, está a cargo do BACEN. (E) Cabe ao Conselho Nacional de Seguros Privados fixar as diretrizes para a aplicação das reservas técnicas das sociedades seguradoras, entidades abertas e fechadas de previdência privada e instituições financeiras. 17. (Banestes/Idecan/2012) O Sistema Financeiro Nacional é formado pelo subsistema normativo e pelo subsistema de intermediação. Compõem o subsistema normativo (A) Caixa Econômica Federal, BNDES e Banco do Brasil. (B) Banco Central, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. (C) Conselho Monetário Nacional, Banco Central e Banco do Brasil. (D) Conselho Monetário Nacional, Banco Central e Comissão de Valores Mobiliários. (E) BancoCentral, Comissão de Valores Mobiliários e BM&FBOVESPA. 18. (Banestes/Idecan/2012) É órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados. Dentre suas funções estão: regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, fixando as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro; prescrevendo os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações. As características descritas se referem à seguinte instituição (A) Conselho Monetário Nacional - CMN. (B) Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP. (C) Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC. (D) Banco Central do Brasil - BACEN. (E) Comissão de Valores Mobiliários - CVM. 19. (BRDE/FDRH/2001) De acordo com a lei que instituiu e regula o Sistema Financeiro Nacional, Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964, NÃO integra o Sistema Financeiro Nacional (A) o Banco do Brasil S/A. (B) o Banco Central do Brasil. (C) o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social. (D) a Casa da Moeda do Brasil. (E) o Conselho Monetário Nacional. 20. (Caixa/Cesgranrio/2012) A gestão da economia visa a atender às necessidades de bens e serviços da sociedade e também a atingir determinados objetivos sociais e macroeconômicos, tais como pleno emprego, distribuição de riqueza e estabilidade de preços. Para que isso ocorra, o governo atua por meio de (A) ações fiscais (B) ações monetárias (C) políticas econômicas (D) políticas de relações internacionais (E) diretrizes fiscais e orçamentárias 21. (BB/Gran Cursos/2015) O site G1 Economia, divulgou que Na quinta reunião de 2015, realizada nos dias 28 e 29.07.2015, o COPOM, subiu os juros para 14,75%, atingindo o maior patamar Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario desde julho. O Banco Central do Brasil, ao longo dos últimos onze meses, como executor da política monetária, (A) adotou uma política monetária expansionista. (B) adotou uma política monetária restritiva. (C) fez uso do instrumento de política monetária denominado depósitos compulsórios. (D) adotou uma política monetária restritiva. (E) fez uso do instrumento de política monetária denominado operações do mercado aberto (open market). 22. (Banestes/CKM/2015) É CORRETO afirmar que a inflação baixa pode ser considerada, na Política Monetária do Brasil, como pré- condição para o(a): (A) Estagnação de preços e de salários. (B) Elevação de taxas de juros e crescimento linear. (C) Equilíbrio de preços e alta de juros de capitais de importação. (D) Aumento do mercado de trabalho informal e estabilização de salários. (E) Crescimento do país, de forma sustentada e com estabilidade de preços. 23. (Banestes/Gran/2015) O mercado financeiro pode ser segmentado em quatro subdivisões: mercados monetário, cambial, de crédito e de capitais. O mercado monetário visa, fundamentalmente, a (A) fiscalizar as operações dos seus agentes econômicos. (B) controlar a liquidez da economia com operações de curto e curtíssimo prazos. (C) realizar as operações de compra e venda de moedas internacionais conversíveis. (D) financiar o consumo das pessoas físicas. (E) suprir as necessidades de caixa de curto e médio prazos dos agentes econômicos, sejam eles pessoas físicas ou jurídicas. 24. (BB/Cesgranrio/2015) A taxa de inflação acumulada em 12 meses encontra-se próxima do teto da meta inflacionária. Um dos instrumentos da política monetária que o BC tem disponível para reduzir a inflação é a(o) (A) venda de títulos públicos no mercado aberto. (B) redução da taxa de compulsórios junto ao sistema bancário. (C) redução da taxa de redesconto para empréstimos de liquidez. (D) redução da taxa básica de juros (Selic). (E) alongamento de prazos de dívidas junto aos bancos. 25. (BB/Gran/2015) O Banco Central do Brasil adota como instrumento de política monetária (A) a meta para a Taxa Selic divulgada pelo Copom. (B) a fiscalização das instituições financeiras. (C) a fixação das tarifas cobradas pelas instituições financeiras. (D) o controle das operações no mercado de câmbio. (E) o recolhimento compulsório sobre as operações de crédito rural. 26. (BB/Gran/2015) O CMN e o Bacen têm a prerrogativa de adotar medidas alterando as regras do depósitos compulsório. Supondo que essas regras tenham sido modificadas permitindo que os bancos com os recursos da caderneta de poupança imobiliária possam fazer aplicações adicionais de até R$22,5 bilhões e de até R$2,5 bilhões com recursos da poupança rural. Além disso, no depósito a prazo espera-se recolher cerca de R$ 25 bilhões a mais do sistema bancário. Com essas medidas, percebe-se que a liquidez da economia brasileira poderá ser impactada da seguinte forma: (A) com a retirada de R$50 bilhões. (B) com a entrada de R$50 bilhões. (C) não será alterada. (D) com a retirada de R$25 bilhões, relativos aos recursos da caderneta de poupança (E) com a entrada de R$25 bilhões, relativos aos recursos do depósito a prazo. 27. (Metrô-DF/Iades/2014/Economista) O controle da oferta de moeda objetiva, entre outras coisas, proporcionar estabilidade de preços e assegurar nível adequado de liquidez à economia. Acerca dos instrumentos de política monetária à disposição do Banco Central, assinale a alternativa correta. (A) O aumento da taxa de reservas bancárias reduz a oferta de crédito na economia. (B) As operações de mercado aberto, realizadas pelo Banco Central, correspondem a empréstimos ao sistema bancário para atender insuficiência de liquidez. (C) A compra de títulos públicos no mercado, pelo Banco Central, reduz a oferta monetária. (D) O nível da taxa de redesconto afeta os custos financeiros dos empréstimos concedidos pelo Banco Central, mas não afeta os meios de pagamento. (E) Uma elevação nos depósitos compulsórios causa expansão dos meios de pagamento. 28. (Sudam/Iades/2013/Economista) No regime de metas de inflação, o Banco Central se compromete a manter a inflação dentro de certo intervalo de confiança. Partindo-se de uma situação onde os índices de inflação caminham para ultrapassar o intervalo superior, assinale a alternativa correta com relação ao que poderá proporcionar um maior aumento na velocidade de crescimento dos preços. (A) Um aumento nos encaixes compulsórios dos bancos comerciais. (B) Um aumento na taxa de redesconto. (C) Uma redução na taxa Selic. (D) A emissão de títulos públicos. (E) Uma redução na oferta de moeda. 29. (BNDES/Cesgranrio/2013) Uma operação de mercado aberto do Banco Central, na qual títulos da dívida pública do Governo Federal são comprados e sequentemente aposentados, tem como objetivo (A) diminuir a demanda por moeda estrangeira. (B) diminuir a taxa de inflação. (C) aumentar a oferta monetária. (D) aumentar o volume de depósitos bancários. (E) aumentar a liquidez dos títulos públicos federais. 30. (Banestes/Idecan/2012/analista econômico-financeiro) Em relação ao Sistema Financeiro Nacional e à economia brasileira, analise as afirmativas. I. As políticas fiscal e monetária adotadas pelo governo, ao garantirem condições para um ambiente de estabilidade econômica, reforçaram as tendências delineadas em anos anteriores no sistema financeiro, cuja característica marcante ainda é a busca por ganhos de escala, por meio dos quais as instituições financeiras procuram compensar perda de receitas, agora não mais decorrentes do fim do chamado “lucro inflacionário”, mas resultantes da queda nas taxas de juros. II. Diante das transformações no Sistema Financeiro Nacional, umatendência que também já se consolida é a segmentação dos portfólios das instituições de médio e grande porte, segundo o perfil do cliente. III. Diante das transformações no Sistema Financeiro Nacional, a segmentação dos portfólios busca imprimir maior eficiência operacional - redução de custos e aumento da produtividade - às instituições pela maior especialização de sua estrutura, segundo padrões de estratégia definidos em função das características dos nichos de mercado em que atuam. IV. Diante das transformações no Sistema Financeiro Nacional, as instituições financeiras têm buscado se especializar. Essa maior especialização exige equipes profissionais com conhecimentos específicos sobre os nichos de mercado em que a instituição está presente, de forma a desenvolver produtos com características adequadas ao perfil de demanda de cada um, sem perder de vista as estratégias do concorrente. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s) (A) I (B) I, II, III Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario (C) II, III, IV (D) I, II, III, IV (E) III, IV 31. (Banestes/Idecan/2012) Assinale a afirmativa correta. (A) Na execução da política monetária, o Banco Central compra títulos públicos quando há excesso de liquidez e vende títulos públicos quando há escassez de liquidez. (B) Na execução de uma política monetária contracionista, o Banco Central reduz o percentual do recolhimento compulsório. (C) O contingenciamento do crédito é compatível com uma política monetária expansionista. (D) As operações de mercado aberto representam o instrumento mais eficaz de política monetária porque permitem ao Banco Central impactar a liquidez da economia no curtíssimo prazo. (E) O Banco Central não utiliza as operações de Open Market como instrumento de política monetária. 32. (Banrisul/FDRH/2010) Com referência ao multiplicador bancário, pode-se afirmar que, I - quanto maior for o depósito compulsório (reservas compulsórias), menor será o multiplicador bancário, mantidas constantes as demais circunstâncias. II - quanto menor for o encaixe técnico (reservas voluntárias) dos bancos, menor será o multiplicador bancário, mantidas constantes as demais circunstâncias. III - quanto maior for a taxa SELIC, maior tende a ser o multiplicador bancário, mantidas constantes as demais circunstâncias. Quais afirmações estão corretas? (A) Apenas a I. (B) Apenas a II. (C) Apenas a III. (D) Apenas a I e a II. (E) Apenas a I, a II e a III. 33. (Banrisul/FDRH/2010) No Sistema Financeiro Nacional, existem operações que podem criar, destruir ou manter os volumes dos meios de pagamento. Considere os seguintes exemplos. I - Um exportador (empresa não financeira) vende dólares a um banco comercial brasileiro e recebe em troca um depósito à vista. II - Um banco de investimento compra títulos públicos pertencentes a um banco de desenvolvimento, com pagamento em papel-moeda. III - Um banco comercial vende um imóvel a uma caixa econômica e recebe o pagamento em papel-moeda. Quais constituem operações de criação de meios de pagamento no SFN? (A) Apenas o I. (B) Apenas o II. (C) Apenas o III. (D) Apenas o I e o III. (E) O I, o II e o III. 34. (Banrisul/FDRH/2010) Considerando a classificação dos mercados financeiros, avalie as seguintes afirmações. I - Segundo a necessidade dos clientes, os mercados financeiros são classificados em mercado a vista, a termo, futuro e de opções. II - Segundo o grau de formalização, os mercados financeiros são classificados em mercado primário e secundário. III - Quando considerados os tipos de ativos negociados, os mercados financeiros são classificados em mercado de crédito, de capitais, cambial e monetário. Quais estão corretas? (A) Apenas a I. (B) Apenas a I e a II. (C) Apenas a I e a III. (D) Apenas a II e a III. (E) Nenhuma das afirmações. 35. (Banrisul/FDRH/2005) Dentre as afirmativas abaixo, qual NÃO corresponde corretamente à política monetária ou à moeda? (A) A demanda de moeda é diretamente relacionada à taxa de juros. (B) A demanda de moeda é inversamente relacionada à taxa de juros. (C) A moeda tem como principais funções ser unidade de conta, meio de troca e reserva de valor. (D) O papel-moeda em poder do público mais os depósitos a vista são os ativos com liquidez absoluta. (E) O Banco Central do país é o responsável pela oferta de moeda. 36. (Ceagesp/Vunesp/2010) Constituem políticas monetárias contracionistas: (A) aumento na taxa de redesconto e aumento das reservas compulsórias. (B) diminuição na taxa de redesconto e compra de títulos no mercado aberto. (C) diminuição na taxa de redesconto e venda de títulos no mercado aberto. (D) diminuição dos impostos e aumento das reservas compulsórias. (E) diminuição dos impostos e diminuição das reservas compulsórias. 37. (BRDE/Fundatec/2015) São instrumentos da Política Monetária do Banco Central: (A) Controle Fiscal, Subsídios e Programas do Governo. (B) Taxa de Juros no Mercado de Reserva Bancária, Taxa de Redesconto e Alíquotas de Reservas Compulsórias sobre os Depósitos. (C) Regime de Taxa de Câmbio Fixo e Taxa de Câmbio Flutuante. (D) Arrecadação Tributária, Geração de Emprego e Distribuição de Renda. (E) Controle da Inflação, PAC e Equilíbrio das Contas Externas. 38. (Procon-RJ/Ceperj/2012) Alguns instrumentos de política monetária são utilizados pelo Governo para o controle da inflação. Dentre as alternativas abaixo, há exemplo de política monetária restritiva em: (A) redução da taxa básica de juros (B) aumento dos depósitos compulsórios (C) aumento dos impostos (T) (D) redução dos impostos (T) (E) aumento do salário mínimo 39. (DPE-PR/PUC-PR/2012) Os principais instrumentos de política monetária à disposição do Banco Central são três: as reservas compulsórias, as operações de mercado aberto e as operações de redesconto. Com a utilização adequada de tais instrumentos, será possível ao Banco Central implementar uma política monetária expansionista ou uma política monetária restritiva. Assinale a alternativa que contém apenas ações que caracterizam uma política monetária restritiva: (A) Aumento da taxa de reservas compulsórias; compra de títulos da dívida pública; aumento da taxa de redesconto. (B) Redução da taxa de reservas compulsórias; venda de títulos públicos; redução da taxa de redesconto. (C) Redução da taxa de reservas compulsórias; compra de títulos públicos; redução da taxa de redesconto. (D) Aumento da taxa de reservas compulsórias; venda de títulos da dívida pública; redução da taxa de redesconto. (E) Aumento da taxa de reservas compulsórias; venda de títulos da dívida pública; aumento da taxa de redesconto. 40. (Conab/Iades/2014) O instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para cobrir a insuficiência de caixa das instituições financeiras, decorrente de problemas de liquidez, denomina-se (A) reservas bancárias. (B) redesconto. (C) operações de mercado aberto. (D) taxa de juros. (E) controle do crédito. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 41. (Jucesc/Fepese/2013) A venda de títulos pelo Banco Central com o objetivo de infuenciar a base monetária é identifcada com a seguinte alternativa de política monetária: (A) operação de redesconto (B) operação de mercado aberto (C) operação para estabelecer depósito compulsório. (D) operação para estabelecer valor de taxa de juros de empréstimos. (E) operação para facilitação de normas para concessão de crédito. 42. (CODESP-SP/FGV/2007) Diante de uma recessão econômica intensa, o governo pode adotar as seguintes medidas para estimular a economia: (A) política fiscal expansionista via redução de tributos e política monetária contracionista via aumento da taxa de juros. (B) política monetária expansionistavia redução do compulsório e política fiscal contracionista via redução do gasto público. (C) política fiscal expansionista via aumento de tributos e política monetária expansionista via compra de títulos públicos. (D) política monetária contracionista via redução da taxa de juros e política fiscal expansionista via aumento de gasto público. (E) política fiscal expansionista via redução de tributos e política monetária expansionista via redução do compulsório. 43. (Banestes/Gran/2015) Uma diferença marcante entre o mercado primário e o mercado secundário é que: (A) no primeiro, não há influência direta no caixa da companhia emissora, enquanto, no segundo, há influência direta no caixa dessa companhia. (B) no primeiro, há influência direta no caixa da companhia emissora, enquanto, no segundo, não há influência direta no caixa dessa companhia. (C) no primeiro são produzidos os insumos básicos da economia, enquanto, no segundo, ocorre a industrialização do que foi produzido no primeiro. (D) no primeiro é onde alguém vende pela primeira vez algo que tinha comprado anteriormente. (E) no segundo é onde os recursos financeiros saem do bolso do investidor e vão para o caixa da empresa emissora. 44. (Banpara/Espp/2012) Leia as afirmações abaixo sobre Mercado Primário e Secundário e assinale a alternativa correta. I. A operação de mercado primário implica o recebimento ou a entrega de moeda estrangeira por parte de clientes no País, correspondendo a fluxo de entrada ou de saída da moeda estrangeira do País. Esse é o caso das operações realizadas com exportadores, importadores, viajantes etc. II. Mercado secundário e também denominado mercado interbancário quando os negócios são realizados entre bancos. O cliente, pessoa física, negocia a compra/ venda da moeda estrangeira direto no guichê do banco. III. A operação de mercado primário não implica o recebimento ou entrega de moeda estrangeira no País. (A) Somente a afirmativa I está correta. (B) Somente a afirmativa II está correta. (C) Somente a afirmativa III está correta. (D) Todas as afirmativas estão corretas. (E) Todas as afirmativas estão incorretas. 45. (BB/Gran Cursos/2015) As instituições financeiras e bancárias são chamadas de intermediárias financeiras porque captam recursos de um lado e emprestam do outro lado. Os bancos ganham dinheiro fazendo operações financeiras e operações acessórias. No que diz respeito a essas operações assinale a alternativa correta. (A) As aplicações e repasses, sob a ótica dos bancos, são operações passivas. (B) Nas operações acessórias há incidência de juros e correspondem às prestações de serviços realizadas pelos bancos. (C) Nas operações financeiras o banco efetua a cobrança de títulos, carnês e assemelhados e efetua também a arrecadação de tributos, recebendo tarifas por essa prestação de serviços. (D) As operações ativas correspondem às captações realizadas pelo bancos. (E) As operações financeiras podem ser classificadas de duas formas: passivas e ativas. 46. (Banestes/Gran/2015) Segundo o Dicionário Aurélio, a palavra “mercado” em economia, significa o conjunto de compradores e vendedores e sua interação. Os produtos e serviços bancários podem ser divididos em três segmentos: operações passivas, operações ativas e operações acessórias. (A) são operações passivas: depósitos a vista, caderneta de poupança e cdc (B) são operações ativas: cheque especial, conta garantida e desconto de títulos (C) são operações acessórias: cobrança de títulos, arrecadação de tributos e hot money (D) São operações ativas: crédito direto ao consumidor, cartão de débito e leasing (E) são operações passivas: depósitos a prazo, conta corrente e financiamento imobiliário 47. (BB/Gran/2015) Os empréstimos e os financiamentos são contratados junto a instituição financeira autorizada pelo Banco Central do Brasil a operar. A respeito das taxas de juros cobradas pelos bancos examine as seguintes afirmações: I - é a remuneração do capital emprestado. II - são aquelas praticadas no mercado, variando de instituição para instituição. III - são limitadas pelas autoridades monetárias. IV - são definidas pelo Copom em reuniões realizadas com a periodicidade em torno de 45 dias. Estão corretos os itens (A) I, II, III e IV. (B) I, II e IV, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I e II, apenas. 48. (Banestes/Gran/2015) O spread bancário pode ser definido como (A) o custo total do banco na captação de recursos. (B) a taxa que o banco cobra nas suas operações ativas. (C) os custos variáveis que o banco tem na concessão dos empréstimos. (D) as tarifas que o banco cobra nas suas operações acessórias. (E) a diferença entre os juros cobrados pelo banco dos tomadores de empréstimos e o juros pagos na captação de recursos. 49. (BB/Cespe/2012/Certificação Interna) O spread bancário pode ser definido como (A) o custo total do banco na concessão dos empréstimos. (B) a taxa que o banco cobra dos tomadores de empréstimos. (C) os custos variáveis que o banco tem na concessão dos empréstimos. (D) os custos fixos com os quais o banco tem de arcar na concessão dos empréstimos. (E) a diferença entre a taxa que o banco cobra dos tomadores de empréstimos e a taxa de captação. 50. (Banestes/Gran/2015) Ao Conselho Monetário Nacional (CMN) compete (A) fixar as diretrizes e normas das políticas monetárias e cambiais e cuidar da execução dessas políticas. (B) zelar pela liquidez e pela solvência das instituições financeiras, bem como fiscalizá-las. (C) apoiar o Congresso Nacional nos assuntos relativos às políticas monetária, cambial e de crédito. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario (D) reunir-se periodicamente com intervalo aproximado de 45 dias entre cada reunião. (E) expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras. 51. (BB/Cesgranrio/2015) A autonomia operacional do Banco Central (BC) tem sido um tema de debate entre os economistas. Nesse sentido, muitos analistas consideram que a condução da política monetária, atribuição do BC, pode eventualmente sofrer interferência de instâncias superiores do governo, em especial, no estabelecimento da meta inflacionária. Tal conclusão deriva do fato de que o estabelecimento dessa meta é atribuição (A) unicamente do presidente do BC, que pode sofrer pressões para estimular uma meta mais elevada. (B) do Conselho Monetário Nacional (CMN), formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão e pelo presidente do BC. (C) da equipe econômica definida pelo presidente da República, que anualmente se reúne para fixar a meta inflacionária, e o BC que deve persegui-la através da política de juros. (D) do presidente do BC e dos bancos públicos, dentre eles o Banco do Brasil, que definem as taxas de inflação para um prazo de dois anos. (E) do Comitê de Política Monetária (Copom), que define a meta inflacionária anualmente e a meta da taxa de juros a ser alcançada para que a taxa de inflação convirja para sua meta. 52. (BNB/FGV/2014) O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão responsável pela fixação das diretrizes das políticas monetária, creditícia e cambial do país. Não cabem ao CMN funções executivas. O número de membros do CMN foi variável desde a sua criação (31/12/1964), de acordo com as exigências políticas e econômicas de cada Governo. Em razão da Lei nº 9.069/95, em vigor, o CMN passou a ser integrado por: (A) 11 (onze) membros; (B) 10 (dez) membros; (C) 8 (oito) membros; (D) 4 (quatro) membros; (E) 3 (três) membros. 53. (BNB/FGV/2014) O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão superior do Sistema Financeiro. A política do CMN objetiva: (A) regular o valor interno e externo da moeda; (B)controlar exclusivamente o fluxo de capitais estrangeiros; (C) realizar operações de redesconto e empréstimos, como instrumento de política monetária como auxílio a problemas de liquidez; (D) fiscalizar a interferência de outras sociedades nos mercados financeiros e de capitais; (E) emitir papel moeda e moeda metálica. 54. (Banpara/Inaz-PA/2014/Contador) De acordo com a Lei n.º 4.595/1964, são prerrogativas exclusivas do Conselho Monetário Nacional (CMN), exceto: (A) Estabelecer as diretrizes e normas da política cambial; (B) Regular o crédito, incluindo suas modalidades e operações de aceites, avais e de garantias. (C) Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias. (D) Emitir normas gerais de contabilidade e estatística a serem seguidas pelas instituições financeiras. (E) Remeter ao Congresso Nacional relatórios sobre o recolhimento de compulsórios. 55. (Banpara/Inaz-PA/2014) Compete a ele fixar as metas de inflação e os respectivos intervalos de tolerância de acordo com a estratégia governamental: (A) CMN (B) BACEN (C) COPOM (D) SFN (E) CETIP 56. (BB/Cesgranrio/2014) O Conselho Monetário Nacional (CMN) é a entidade máxima do sistema financeiro brasileiro, ao qual cabe (A) intervir diretamente nas instituições financeiras ilíquidas. (B) apurar e anunciar mensalmente a taxa de inflação oficial. (C) autorizar a emissão de papel-moeda. (D) fixar periodicamente a taxa de juros interbancária. (E) aprovar o orçamento do setor público federal. 57. (BB/Cesgranrio/2014) Nos termos da Lei de regência, cabe ao Conselho Monetário Nacional determinar recolhimento de determinado percentual do total dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições financeiras, seja na forma de subscrição de letras ou obrigações do Tesouro Nacional, seja na compra de títulos da Dívida Pública Federal, ou ainda, através de recolhimento em espécie. Esse percentual corresponderá a até (A) 60% (B) 50% (C) 20% (D) 30% (E) 40% 58. (Banpara/Espp/2012) Dentro do Sistema Financeiro Nacional, existe um subsistema normativo, em que consta um órgão máximo que estabelece diretrizes, mas não executa. Entre suas finalidades está a de estabelecer diretrizes gerais das políticas monetárias, cambial e creditícia, regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras e disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial. A esse órgão máximo dentro do SFN damos o nome de: (A) CVM (B) SUSEP (C) CMN (D) BACEN (E) IFs 59. (Banestes/Idecan/2012/analista econômico-financeiro) O Sistema Financeiro Nacional é composto por instituições responsáveis pela captação de recursos financeiros, pela distribuição e circulação de valores e pela regulação deste processo. Em relação ao Sistema Financeiro Nacional, assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente as afirmativas a seguir. “O _______________________________, seu organismo maior, presidido pelo _______________________________, é que define as diretrizes de atuação do Sistema Financeiro Nacional. Diretamente ligados a ele estão o _______________________________, que atua como seu órgão executivo e fiscalizador das instituições financeiras monetárias, e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que responde pela regulamentação e fomento do mercado de valores mobiliários (de bolsa e de balcão).” (A) Conselho Monetário Nacional (CMN) / Ministro da Fazenda / Banco Central do Brasil (B) Banco do Brasil (BB) / Ministro da Fazenda / Conselho Monetário Nacional (CMN) (C) Conselho Monetário Nacional (CMN) / Ministro do Planejamento Orçamento e Gestão / Banco Central do Brasil (D) Banco Central do Brasil (BACEN) / Ministro da Fazenda / Banco do Brasil (BB) (E) Ministério da Fazenda / Conselho Monetário Nacional (CMN) / Banco Central do Brasil (BACEN) 60. (Banestes/Idecan/2012) A política do Conselho Monetário Nacional objetivará, EXCETO: (A) Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento. (B) Efetuar o controle dos capitais estrangeiros. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario (C) Regular o valor interno da moeda. (D) Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa. (E) Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros. 61. (FURP-SP/Funrio/2010) Constitui órgão normativo do Sistema Financeiro Nacional, sem funções executivas, responsável pela fixação das diretrizes das políticas monetária, creditícia e cambial, (A) o Banco Central do Brasil. (B) o Conselho Monetário Nacional. (C) o Banco Nacional de Desenvolvimento. (D) a Cooperativa Nacional de Crédito. (E) a Agência Nacional de Fomento. 62. (EPE/Cesgranrio/2014) O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é uma importante fonte de financiamento a longo prazo no Brasil. Os juros que ele cobra costumam compor-se de um custo financeiro básico, ao qual se adicionam taxas como as de remuneração do BNDES e de risco de crédito. O custo financeiro básico, em muitos casos, é a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), a qual atualmente é (A) fixada periodicamente nas reuniões do Comitê de Política Monetária do Banco Central. (B) fixada periodicamente pelo Conselho Monetário Nacional. (C) calculada pela média do custo do crédito ao consumidor no mercado bancário brasileiro. (D) calculada pela média do custo de crédito às empresas no mercado bancário brasileiro. (E) calculada pela média da inflação (IPCA) do trimestre anterior acrescida de 0,25% ao trimestre. 63. (Basa/Cesgranrio/2015) O Banco Central do Brasil tem como missão institucional a estabilidade do poder de compra da moeda e a solidez do sistema financeiro nacional. Nesse sentido, é uma função do Banco Central (A) atuar como depositário das reservas em moeda estrangeira, lastreadas na dívida externa. (B) emitir papel-moeda e responsabilizar-se pela liquidez. (C) supervisionar apenas as instituições bancárias. (D) definir políticas e diretrizes para propiciar o aperfeiçoamento das instituições financeiras. (E) conceder liquidez aos bancos de câmbio e instituições financeiras em dificuldade. 64. (Banestes/CKM/2015) Assinale a alternativa CORRETA quanto a uma das competências do Banco Central do Brasil: (A) Assegurar e fiscalizar o funcionamento eficiente das bolsas de valores, do mercado de balcão e das bolsas de mercadorias e futuros. (B) Executar a política monetária mediante utilização de títulos do Tesouro Nacional. (C) Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra emissões irregulares de valores mobiliários, e contra atos ilegais de administradores de companhias abertas ou de carteira de valores mobiliários. (D) Apurar, mediante inquérito administrativo, atos ilegais e práticas não-equitativas de administradores de companhias abertas, e de quaisquer participantes do mercado de valores mobiliários, aplicando as penalidades previstas em lei. (E) Evitar ou coibir modalidades de fraude ou de manipulação que criem condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado. 65. (Banestes/Gran/2015) No que diz respeito às atividades do Banco Central do Brasil, está correta a seguinte afirmativa: (A) está autorizado a instituir recolhimento compulsório de até 100% sobre os depósitos à vista e de até 60% sobre as demais operações passivas das instituições financeiras. (B) realiza operações de redesconto bancário com o fim de assistência financeira de liquidez ao setor produtivo da economia. (C) realiza diariamente operações de mercado aberto, de compra e venda de títulos da dívida pública, com o objetivo de controlara liquidez das instituições financeiras. (D) define a meta para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com intervalos de tolerância de mais ou menos 2%. (E) pode comprar e vender títulos públicos com o objetivo de capitalizar o Tesouro Nacional por meio das chamadas operações de redesconto de liquidez. 66. (BNB/FGV/2014) O Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) foi criado pela lei nº 4595, de 31/12/1964, para atuar como órgão executivo central do sistema financeiro, tendo como funções cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). Entre as atribuições do Banco Central estão: (A) emitir papel-moeda, exercer o controle do crédito e exercer a fiscalização das instituições financeiras, punindo-as quando necessário; (B) determinar as taxas de recolhimento compulsório, autorizar as emissões de papel-moeda e estabelecer metas de inflação; (C) regulamentar as operações de redesconto de liquidez, coordenar as políticas monetárias creditícia e cambial e estabelecer metas de inflação; (D) regular o valor interno da moeda, regular o valor externo da moeda e zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; (E) determinar as taxas de recolhimento compulsório, regular o valor interno e externo da moeda e autorizar as emissões de papel- moeda. 67. (BB/Cesgranrio/2014) Em termos teóricos, podem ser conferidas ao Banco Central diversas atribuições, destacando-se, dentre elas, a de ser o Banco dos Bancos, o Único Banco Emissor ou o Banqueiro do Governo. Sob o enfoque de Banqueiro do Governo, o Banco Central deve ser o (A) financiador das obras de infraestrutura da União (B) emprestador de dinheiro para as obras de fomento (C) centralizador do caixa do governo (D) detentor do monopólio de órgão arrecadador da União (E) detentor do monopólio da distribuição do dinheiro 68. (BB/Cesgranrio/2014) No Brasil, a condução e a operação diárias da política monetária, com o objetivo de estabilizar a economia, atingindo a meta de inflação e mantendo o sistema financeiro funcionando adequadamente, são uma responsabilidade do(a) (A) Caixa Econômica Federal (B) Comissão de Valores Mobiliários (C) Banco do Brasil (D) Banco Central do Brasil (E) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 69. (Basa/Cesgranrio/2013) As instituições que compõem o Sistema Financeiro Nacional exercem suas atividades de modo que todo sistema funcione adequadamente. O principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional é (A) a Bolsa de Valores (B) a Superintendência Nacional de Seguros Privados - SUSEP (C) o Banco Central do Brasil (D) a Caixa Econômica (E) o Conselho Nacional de Seguros Privados 70. (BB/Cespe/2013/Certificação Interna) Com relação às funções da moeda e aos agregados monetários, assinale a opção correta. (A) A aceitação da moeda pelo público decorre da existência de lastro em ouro armazenado no BACEN. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario (B) A moeda pode ser utilizada como meio de troca entre os indivíduos e como unidade de conta, mas não como reserva de valor. (C) A base monetária não inclui os encaixes voluntários realizados pelos bancos comerciais no BACEN. (D) Os títulos públicos federais e as cotas de fundos de investimentos, dada sua alta liquidez, fazem parte do agregado monetário M2. (E) Os meios de pagamento de uma economia, que correspondem ao papel-moeda em poder do público e aos depósitos à vista nos bancos, possuem liquidez imediata. 71. (BB/Cespe/2013/Certificação Interna) A realização de redesconto pelo BACEN consiste (A) no empréstimo de dinheiro aos bancos comerciais, sob taxa de juros e prazo determinados. (B) na compra de títulos públicos. (C) na venda de títulos públicos. (D) na custódia de parte dos depósitos à vista realizados pelos bancos comerciais. (E) no recebimento de dinheiro dos bancos comerciais, sem pagamento de juros. 72. (BNDES/Cesgranrio/2013/Biblioteconomia) O órgão brasileiro responsável pelo controle da oferta monetária do país, ou seja, pelo montante total de dinheiro disponível para a população é o(a) (A) Ministério da Fazenda (B) Banco Central do Brasil (C) Conselho de Valores Mobiliários (CVM) (D) Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) (E) Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) 73. (BB/Gran/2013) O Banco Central do Brasil adota como instrumento de política monetária (A) a meta para a Taxa Selic divulgada pelo Copom. (B) a fiscalização das instituições financeiras. (C) a fixação das tarifas cobradas pelas instituições financeiras. (D) o controle das operações no mercado de câmbio. (E) o recolhimento compulsório sobre as operações de crédito rural. 74. (BB/Cespe/2012/Certificação Interna) Tendo em vista que o Banco Central do Brasil (BACEN) tem a missão de garantir um sistema financeiro sólido e eficiente e assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda, assinale a opção correta. (A) O BACEN, como executor da política monetária, é o responsável pela produção das cédulas de dinheiro e a cunhagem de moedas metálicas no país. (B) Para atingir o objetivo de estabilidade da moeda, o BACEN utiliza os seguintes instrumentos de política monetária: recolhimento compulsório, operações de mercado aberto e operações de redesconto. (C) Entre as competências privativas do BACEN, entendidas como aquelas que não podem ser delegadas para qualquer outra instituição, inclui-se o estabelecimento da meta de inflação. (D) O BACEN, embora seja denominado de o banco dos bancos, delega os serviços de transferências de fundos e liquidações de operações entre bancos para instituições denominadas de clearings. (E) Compete ao BACEN expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas por instituições financeiras. 75. (Banestes/Idecan/2012/analista econômico-financeiro) Sobre o Sistema Financeiro Nacional (SFN), assinale a alternativa INCORRETA. (A) Considerando outros países da América Latina, o SFN apresenta uma estrutura com adequado nível de concorrência, distribuída entre instituições públicas e privadas e, no contexto destas últimas, entre capital nacional e estrangeiro. (B) É forçoso reconhecer que, num sistema financeiro dinâmico como o brasileiro, é natural a existência de uma movimentação entre agentes determinada pela constante busca por novas posições relativas no mercado - subordinada a forças puramente endógenas ao sistema. (C) É razoável admitir que eventual perda de competitividade de alguma instituição implique sua assimilação pelos concorrentes, a mudança de objeto social ou de nicho de mercado determinada por opções estratégicas ou, ainda, a saída pura e simples do mercado, sem que tais movimentos comprometam a higidez do sistema, o nível de concorrência entre as instituições e a oferta de serviços à população. (D) Sintonizados com o movimento de consolidação, os processos de reorganização não apresentaram nenhuma operação que discrepasse da tendência geral do sistema. Em alinhamento com as perspectivas do mercado, sobressaem novos empreendimentos autorizados pelo Banco Central nos segmentos de microfinanças e de financiamento ao consumo. (E) No segmento de crédito ao consumo e crédito pessoal, nos últimos meses, tem se observado um aumento considerável no custo do crédito, o que tem sido provocado pelas ações de política monetária contracionista por parte do Banco Central do Brasil. 76. (Banestes/Idecan/2012) Marque a afirmativa correta. (A) O Conselho Monetário é composto por 3 membros: Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e Presidente do Banco Central. (B) O Banco Centralé o órgão normativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. (C) A Caixa Econômica Federal, o Banco do Brasil e o BNDES integram o subsistema normativo do Sistema Financeiro Nacional. (D) O Banco Central é responsável por regular e fiscalizar o mercado de capitais. (E) Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras é uma das funções do Banco Central. 77. (Banestes/Idecan/2012) O Banco Central do Brasil, autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, foi criado em 31/12/64, com a promulgação da Lei nº 4.595. Entre as suas atribuições, pode-se destacar (A) efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais, executar os serviços do meio circulante e exercer o controle de crédito. (B) exercer a fiscalização das instituições financeiras, autorizar o funcionamento das instituições financeiras e orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras. (C) controlar e fiscalizar o mercado de valores mobiliários do país, estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições financeiras e autorizar o funcionamento das instituições financeiras. (D) exercer a fiscalização das instituições financeiras e centralizar o recolhimento e posterior aplicação dos recursos oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). (E) prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização e Entidades de Previdência Privada Aberta e zelar pela adequada liquidez da economia. 78. (BB/Cespe/2012/Certificação Interna) Como executor da política monetária, o BACEN (A) controla os meios de pagamento e o orçamento monetário da economia. (B) representa o SFN junto a instituições financeiras internacionais. (C) exerce a fiscalização das instituições financeiras. (D) funciona como gestor e fiel depositário das reservas internacionais. (E) emite papel-moeda e moeda metálica nas condições estipuladas pelo CMN. 79. (Banrisul/FDRH/2005) Considere as seguintes atribuições. I - Executar os serviços de meio circulante. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario II - Exercer o controle do crédito. III - Emitir títulos de responsabilidade própria. IV - Autorizar as emissões de papel-moeda. V - Fiscalizar as sociedades de capital aberto e o mercado de capitais. Quantas se incluem entre as atribuições do Banco Central do Brasil? (A) apenas a I e a II. (B) apenas a I, a II e a IV. (C) apenas a I, a III e a IV. (D) penas a II, a III e a V. (E) a I, a II, a III, a IV e a V. 80. (Banrisul/FDRH/2005) O Banco Central do Brasil poderá expandir o agregado Monetário M1, também conhecido por meios de pagamento tipo 1, através das seguintes medidas: (A) elevação da taxa de redesconto e colocação líquida de títulos através de operações de mercado aberto. (B) elevação da taxa de compulsório e redução da taxa de redesconto. (C) elevação da taxa de compulsório e resgate líquido de títulos através de operações do mercado aberto. (D) redução da taxa de compulsório e colocação líquida de títulos através de operações do mercado aberto. (E) redução da taxa de redesconto e resgate líquido de títulos através de operações do mercado aberto. 81. (BRDE/FDRH/2001) Os mercados financeiro e de capitais, conforme a lei que disciplina o mercado de capitais, Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, são disciplinados e fiscalizados, respectivamente, pelo (A) Banco do Brasil S/A e pelo Banco Central do Brasil. (B) Banco do Brasil S/A e pelo Conselho Monetário Nacional. (C) Banco Central do Brasil e pelo Conselho Monetário Nacional. (D) Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil. (E) Conselho Monetário Nacional e pelo Ministério da Fazenda. 82. (Banestes/Gran/2015) O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir uma determinada taxa de juros, denominada: (A) taxa de juros de longo prazo (B) taxa de juros referencial (C) taxa básica de juros (D) taxa de juros da poupança (E) taxa de juros do mercado monetário 83. (BB/Cesgranrio/2015) O Banco Central do Brasil é um órgão do Subsistema Normativo do Sistema Financeiro Nacional. Ele determina, periodicamente, a taxa de juros de referência para as operações de um dia com títulos públicos, via atuação de seu(sua) (A) Comitê de Estabilidade Financeira (COMEF) (B) Comitê de Política Monetária (COPOM) (C) Conselho Monetário Nacional (CMN) (D) Conselho de Administração (E) Câmara de Compensação de cheques e outros papéis 84. (BB/Gran/2015) O CMN - Conselho Monetário Nacional e o COPOM - Comitê de Política Monetária são dois importantes órgãos integrantes do Sistema Financeiro Nacional, possuindo as seguintes características: I. Todos componentes do CMN também fazem parte do COPOM. II. O CMN realiza 12 reuniões ordinárias a cada ano, uma a cada mês. III. O CMN reúne-se ordinariamente exatamente a cada 30 dias. IV. O COPOM reúne-se ordinariamente com a periodicidade em torno de 45 dias. Estão corretas as alternativas (A) I, somente. (B) I e II, somente. (C) I, II e III, somente. (D) II, III e IV, somente. (E) II e IV, somente. 85. (BNB/FGV/2014) O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem o objetivo de estabelecer as diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros, sendo a sistemática de metas de inflação uma das principais diretrizes dessa política. Usualmente a meta de inflação tem sido definida por um valor central e as margens de tolerância, em pontos percentuais, para cima e para baixo. Para 2014, o valor central e as margens de tolerância foram fixadas, respectivamente, em: (A) dois e meio por cento, 2 pontos percentuais; (B) três e meio por cento, 2 pontos percentuais; (C) quatro e meio por cento, 2 pontos percentuais; (D) cinco por cento, 2 pontos percentuais; (E) seis e meio por cento, 1 ponto percentual. 86. (Banpara/Inaz-PA/2014) Qual o órgão responsável pela definição da taxa Selic e seu ocasional viés: (A) CVM (B) COPOM (C) CMN (D) AMBID (E) ANBIMA 87. (BB/Cesgranrio/2014) O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil estabelece as ações que definem a política monetária do governo. O Copom (A) administra as reservas em divisas internacionais do Brasil. (B) determina periodicamente a taxa de juros interbancários de referência, a taxa Selic. (C) é presidido pelo Ministro da Fazenda. (D) impõe limites mínimos de capitalização aos bancos comerciais. (E) impede a entrada de capitais financeiros especulativos no país. 88. (BB/FCC/2013) O Comitê de Política Monetária (COPOM), instituído pelo Banco Central do Brasil em 1996 e composto por membros daquela instituição, toma decisões (A) sobre a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP). (B) a respeito dos depósitos compulsórios dos bancos comerciais. (C) de acordo com a maioria dos participantes nas reuniões periódicas de dois dias. (D) a serem ratificadas pelo Ministro da Fazenda. (E) conforme os votos da Diretoria Colegiada. 89. (BNDES/Cesgranrio/2013/Contador) O Comitê de Política Monetária (Copom) realiza, mensalmente, duas sessões distintas: na terça-feira, a primeira, e, na quarta-feira, a segunda, com o objetivo formal de (A) estabelecer as metas de inflação. (B) implementar a política monetária. (C) efetuar o controle dos capitais estrangeiros. (D) disciplinar a emissão e a distribuição de valores monetários. (E) determinar a metodologia aplicada nas avaliações atuariais. 90. (Manausprev/FCC/2015) Integram o Conselho Monetário Nacional − CMN: (A) o Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Presidente do Banco Central do Brasil, o Presidente da Caixa Econômica Federal (Presidente) e o Presidentedo Banco do Brasil. (B) o Ministro-Chefe da Casa Civil, o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão (Presidente), o Presidente do Banco Central do Brasil e o Presidente do Banco do Brasil. (C) o Ministro da Fazenda (Presidente), o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco Central do Brasil. (D) o Ministro da Integração Nacional, o Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco do Brasil (Presidente). (E) o Ministro da Fazenda, o Presidente do Banco Central do Brasil e o Presidente do Banco do Brasil (Presidente). Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 91. (BB/Gran/2013) O ministro da Fazenda confirmou em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, 03.05.2012, que para baixar juros, governo muda regra do rendimento da poupança. O Rendimento da caderneta de poupança será atrelado a variações na taxa básica de juros, a Selic http://revistaepoca.globo.com/Negocios-e-carreira/noticia/2012/05/para-baixar-juros-governo-muda- regra-do-rendimento-da-poupanca.html Essa Selic mencionada pelo ministro é (A) a taxa calculada periodicamente pelo Copom - Comitê de Politica Monetária. (B) a taxa calculada periodicamente pelo CMN - Conselho Monetário Nacional. (C) a taxa que remunera os depósitos em caderneta de poupança realizados até 03.05.2012. (D) a taxa que incide nas operações de câmbio. (E) garante a rentabilidade dos Planos de Previdência Complementar Fechados. 92. (Banestes/Idecan/2012) Em relação à política monetária, todas as afirmativas estão corretas, EXCETO: (A) No Sistema de Metas de Inflação implantado no Brasil em 1999, o CMN estabelece a meta de inflação com intervalo de tolerância de mais ou menos dois pontos percentuais. (B) O COPOM é responsável pela definição da meta SELIC e seu eventual viés. (C) Divulgar o Relatório de Inflação trimestralmente é uma das atribuições do COPOM. (D) O BACEN define as diretrizes e normas da política monetária, cuja execução fica a cargo do CMN. (E) O CMN é responsável pela definição da Meta de Inflação e o Banco Central é responsável pela definição da Meta SELIC. 93. (Banrisul/FDRH/2010) Considere as seguintes afirmações sobre o Sistema Financeiro Nacional (SFN). I - O Banco Central do Brasil é o órgão responsável pela determinação da meta de inflação, de acordo com o Sistema de Metas de Inflação adotado no Brasil. II - O Comitê de Política Monetária (COPOM), composto por membros da Diretoria do Banco Central do Brasil, é quem fixa a meta para a taxa SELIC. III - O Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão normativo máximo do SFN, tem como atribuição a emissão do papel-moeda e da moeda metálica e a execução dos serviços do meio circulante. Quais estão corretas? (A) Apenas a I. (B) Apenas a II. (C) Apenas a III. (D) Apenas a I e a II. (E) Apenas a II e a III. 94. (Banrisul/FDRH/2005) Em relação ao Certificado de Depósito Bancário (CDB), podemos afirmar que (A) é um título de renda variável. (B) é um título com alto risco de crédito e alta rentabilidade. (C) é um título intransferível por endosso. (D) os recursos captados por seu intermédio são repassados aos clientes na forma de empréstimo. (E) os seus rendimentos são sempre isentos de Imposto de Renda. 95. (Basa/Cesgranrio/2015) As instituições financeiras que captam recursos para serem repassados às pessoas físicas e às pessoas jurídicas na forma de empréstimos, através da emissão de certificado de depósito bancário – CDB, são as(os) (A) corretoras de títulos e valores mobiliários (B) fundos de investimento (C) sociedades de arrendamento mercantil (D) distribuidoras de títulos e valores mobiliários (E) bancos comerciais 96. (Basa/Cesgranrio/2015) Os bancos de investimentos foram criados para canalizar recursos de médio e longo prazos para capital fixo ou de giro das empresas. Uma das formas de captação desses bancos para essa finalidade é através de (A) emissão de debêntures (B) contas-correntes de livre movimentação (C) concessão de empréstimos para empreendimentos imobiliários (D) emissão de títulos públicos (E) emissão de CDB 97. (Banpara/Inaz-PA/2014) Com relação a CDB é incorreto afirmar que: (A) Título de renda fixa, representativo de depósito à prazo, emitido por bancos múltiplos, de investimentos e comerciais. (B) É uma modalidade de aplicação que proporciona ao cliente remuneração sobre o seu capital, sendo obrigatoriamente emitido na forma nominativa, ou seja, com a identificação do investidor. (C) É admitida a sua negociação antes do vencimento, que depende das condições estabelecidas pela instituição emissora, e terá o seu valor de mercado apurado em função da taxa de juros corrente. (D) O CDB em qualquer modalidade não possui carência, no entanto, o investidor deve atender a incidência de IOF sobre resgates com prazo inferior a 30 dias da data de aplicação. (E) É um depósito à prazo, remunerado, que não pode ser resgatado antes do seu vencimento. Isso significa que é um investimento sem liquidez, ou seja, o investidor terá que esperar o dia do seu vencimento para ter o seu dinheiro de volta, acrescido da taxa de juros contratada. 98. (Metrô-DF/Iades/2014/Economista) Os bancos comerciais atuam como parte na intermediação financeira, captando recursos dos agentes econômicos superavitários, os investidores, e disponibilizando-os para os agentes econômicos deficitários, os tomadores. A captação de recursos por meio de depósitos a prazo constitui-se, para o banco, em uma (A) operação ativa. (B) operação passiva. (C) aplicação financeira. (D) intermediação financeira. (E) aplicação de renda variável. 99. (Basa/Cesgranrio/2013) Os títulos de renda fixa emitidos pelos bancos comerciais e pelos bancos de investimento destinados a lastrear operações de capital de giro são os (A) recibos e letras de câmbio (B) registros e títulos públicos federais (C) certificados e letras do tesouro nacional (D) certificados e recibos de depósito bancário (E) títulos federais e debêntures 100. (Banestes/Idecan/2012) O certificado de depósito bancário é uma tradicional forma da captação de recursos no mercado financeiro. Entre suas características, pode-se destacar (A) emissão por bancos comerciais, bancos de investimento, bancos múltiplos e financeiras. (B) conta com a cobertura do fundo garantidor de crédito até o limite de R$250.000,00. (C) o prazo mínimo de emissão é 30 dias. (D) não permite a transferência de titularidade por endosso. (E) só pode ser emitido com remuneração prefixada. 101. (Banrisul/FDRH/2005) Em relação ao Certificado de Depósito Bancário (CDB), podemos afirmar que (A) é um título de captação de recursos de utilização exclusiva de sociedade de crédito, financiamento e investimento (financeiras). (B) é um título que pode ser emitido por credores de crédito imobiliário. (C) é um título intransferível por endosso. (D) os recursos captados por seu intermédio são repassados aos clientes na forma de empréstimo. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario (E) os seus rendimentos são sempre isentos de Imposto de Renda. 102. (BB/Gran Cursos/2015) A respeito da caderneta de poupança, analise as seguintes afirmações: I. Os rendimentos da pessoa física são pagos a cada 30 dias e os da pessoa jurídica com fins lucrativos são pagos a cada 90 dias. II. As instituições financeiras podem cobrar tarifa de manutenção de contas de poupança quando não houver movimentação nos últimos seis meses, mediante autorização expressa do depositante. III. Um dos componentes da sua remuneração é a TR – Taxa Referencial, que varia diariamente, sendo por isso considerada como uma forma de investimento de renda variável. IV. Para os depósitos feitos até 03.05.2012, a poupança rende 0,5% ao mês, mais a variação da taxa de jurosde longo prazo (TJLP). Está(o) correta(s) (A) I, II e III, somente. (B) II e III, somente. (C) I e III, somente. (D) Nenhuma das alternativas. (E) III e IV, somente. 103. (Basa/Cesgranrio/2015) Os rendimentos sobre depósitos de poupança realizados após 04/05/2012 são compostos de duas parcelas: I - a remuneração básica, dada pela Taxa Referencial - TR, e II - a remuneração adicional, correspondente a: a) x% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for superior a y%; ou b) z% da meta da taxa Selic ao ano, mensalizada, vigente na data de início do período de rendimento, enquanto a meta da taxa Selic ao ano for igual ou inferior a y%. Para que o texto acima corresponda à remuneração da poupança tal como descrito pelo Banco Central do Brasil, os valores de x, y e z são, respectivamente (A) 0,5 ; 8,5 e 60 (B) 0,6 ; 12 e 70 (C) 0,5 ; 12 e 70 (D) 0,5 ; 8,5 e 70 (E) 0,6 ; 8,5 e 60 104. (BB/Cesgranrio/2015) Tradicionalmente, o rendimento da Caderneta de Poupança sempre foi determinado pela variação da TR (Taxa Referencial) mais juros de 0,5% ao mês. Entretanto, os depósitos realizados a partir de 04/05/2012 têm rendimento vinculado à meta da taxa Selic. Desde então, se esta meta for igual ou menor que 8,5% ao ano, os juros da Caderneta de Poupança são (A) aumentados para 130% da Selic (B) aumentados para 130% da Selic mais a TR (C) aumentados para 100% da Selic (D) reduzidos para 70% da Selic (E) reduzidos para 70% da Selic mais a TR 105. (BNB/FGV/2014) Com relação aos serviços bancários e financeiros, considere as seguintes afirmativas: (I) A conta especial de depósitos à vista (conta simplificada para clientes de baixa renda) é individual (apenas um titular). Cada cliente pode ter apenas uma conta e não pode ser correntista em qualquer outra instituição financeira. Essa conta está isenta de tarifa e possui franquia mensal de cinco extratos, cinco depósitos e cinco saques. (II) Bancos de investimento captam depósitos à vista e depósitos de poupança, atuando mais fortemente no crédito agrícola. (III) Depósitos a prazo, tais como CDB e RDB, são modalidades de investimento, geralmente classificadas em pós-fixadas, pré-fixadas e flutuantes. (IV) Só é possível a abertura de conta de investimento ao cliente que possuir pelo menos uma conta corrente de depósitos à vista, ainda que em instituição distinta. Assinale se: (A) somente II e III estiverem corretas; (B) somente III e IV estiverem corretas; (C) somente I, II e IV estiverem corretas; (D) I, II, III e IV estiverem corretas; (E) nenhuma afirmativa estiver correta. 106. (Basa/Cesgranrio/2013) A caderneta de poupança é essencialmente uma alternativa de aplicação financeira bastante conservadora e segura ao aplicador, pois o governo garante os depósitos até certo limite. Outra vantagem deste tipo de aplicação é a (A) isenção de imposto de renda até certo limite de aplicação. (B) rentabilidade acima do mercado, quando comparada a outras aplicações. (C) ausência dos riscos de mercado nas aplicações. (D) isenção de taxas e tarifas bancárias. (E) possibilidade de sorteio de prêmios na data de aniversário da caderneta. 107. (BB/FCC/2013) Para depósitos a partir de 04 de maio de 2012, caso a taxa básica de juros (Selic) seja de 8,5% ao ano ou inferior, o rendimento passa a ser de 70% dela acrescido da taxa referencial (TR). Trata-se de investimento em (A) Letra do Tesouro Nacional. (B) Caderneta de Poupança. (C) Recibo de Depósito Bancário. (D) Fundo de Renda Fixa. (E) Título de Capitalização. 108. (BB/Gran/2013) O Ministro da Fazenda afirmou, em 03.05.2012, que as novas regras da poupança aumentarão concorrência entre bancos. Ao explicar a nova fórmula de cálculo do rendimento, o ministro declarou que os fundos de investimento terão de reduzir a taxa de administração para manter os clientes. http://exame.abril.com.br/economia/noticias/novas-regras-da-poupanca-estimularao-concorrencia- entre-os-bancos-avalia-mantega As novas regras na caderneta de poupança possibilitaram a seguinte situação: (A) cada banco pode pagar ao depositante de caderneta de poupança o rendimento que julgar conveniente. (B) quanto maior o porte da instituição financeira maior será o depósito mínimo inicial exigido do investidor. (C) a possibilidade de saque em qualquer momento sem perda alguma nos rendimentos. (D) as aplicações em fundos de investimento ficaram sujeitas ao pagamento de taxa de administração estipuladas pela Comissão de Valores Mobiliários. (E) a necessidade de redução da taxa de administração como forma de evitar a migração de investidores de fundos de investimentos para a Caderneta de Poupança. 109. (BB/Gran/2012) Em 03.05.2012, o Ministro da Fazenda, fez pronunciamento afirmando que quem aplicou na poupança até aquele dia (3) não será afetado pelas novas regras de remuneração da caderneta. A alteração valerá apenas para os depósitos feitos e para as contas abertas a partir do dia seguinte (4). Ao explicar o novo cálculo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que os demais direitos dos aplicadores, como isenção de Imposto de Renda, possibilidade de resgate a qualquer momento e garantia dos depósitos até R$ 250 mil, em caso de quebra do banco, foram mantidos. adaptado de http://exame.abril.com.br/economia/noticias/poupadores-atuais-nao-perderao- vantagem-com-nova-remuneracao-da-caderneta As novas regras na caderneta de poupança envolvem: (A) valor mínimo de depósito. (B) uma única data de aniversário para cada conta. (C) diminuição do rendimento pago pela poupança. (D) prazo máximo para a aplicação (E) tributação pelo Imposto sobre Operações Financeiras - IOF. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario 110. (Sesc-BA/Funcab/2012) O ano de 2012 ficou marcado por algumas políticas econômicas que provocaram discussões até mesmo entre os leigos. Uma das ações econômicas adotadas pelo Governo Federal em 2012 foi: (A) a proibição das importações de produtos industrializados provenientes dos países asiáticos (B) o aumento sistemático da taxa de juros denominada Selic a um patamar superior a 15%. (C) a mudança na regra dos juros para depósitos em novas cadernetas de poupança. (D) o congelamento dos salários dos servidores públicos federais com 20 anos de serviço (E) a isenção de imposto de renda para todo contribuinte com salário de até 3 mil reais por mês. 111. (Basa/Cesgranrio/2013) Atualmente os bancos oferecem diversas modalidades de crédito. A operação de crédito concedida para a aquisição de bens e serviços, com a opção de antecipação de pagamento das parcelas com deságio, é o (A) cartão de crédito (B) cheque especial (C) certificado de depósito interbancário (D) caderneta de poupança (E) crédito direto ao consumidor 112. (Basa/Cesgranrio/2013) Atualmente os bancos oferecem diversas modalidades de crédito. A operação de crédito concedida para a aquisição de bens e serviços, com a opção de antecipação de pagamento das parcelas com deságio, é o (A) cartão de crédito (B) leasing (C) certificado de depósito interbancário (D) hot money (E) crédito direto ao consumidor 113. (BB/FCC/2013) As operações denominadas Crédito Direto ao Consumidor são caracterizadas (A) pela não incidência de IOF para contratos com pessoa física. (B) por destinação ao financiamento de bens e serviços para pessoas físicas ou jurídicas. (C) pela dispensa da informação do Custo Efetivo Total para clientes correntistas dos bancos. (D) pela impossibilidade de antecipação de pagamento de parcelas. (E) pela ausência de gravame no caso de financiamento de veículos usados. 114. (BNB/FGV/2014) Pedreira Pedra Mole Ltda. pretende descontar duplicatas perante o Banco X. Todos os títulos estão vencidos há mais de quarenta dias e sem pagamentopelo aceitante; também não houve protesto por falta de pagamento. Considerando- se que a orientação do Banco X para desconto de duplicatas é sempre poder cobrar do endossante através de processo de execução, a conduta a ser adotada, com a correspondente justificativa, é: (A) recusar o desconto das duplicatas, porque, caso o Banco figure como endossatário, não poderá exercer o direito de regresso em face do endossante; (B) recusar o desconto das duplicatas, porque o aceite na duplicata é proibido, e seu descumprimento acarreta a perda do direito de ação em face dos coobrigados; (C) aceitar o desconto das duplicatas, porque será possível promover ação de execução em face do endossante, já que este é sempre um coobrigado pelo pagamento; (D) aceitar o desconto das duplicatas, porque será possível promover ação de execução em face do endossante, já que este é sempre um coobrigado pelo pagamento; (E) aceitar o desconto das duplicatas, desde que os títulos estejam protestados por falta de pagamento e acompanhados do comprovante de entrega da mercadoria. 115. (Basa/Cesgranrio/2013) Os bancos oferecem diversas modalidades de crédito para as empresas ajustarem seu fluxo de caixa. Uma dessas modalidades é o desconto de títulos, que consiste na (A) liquidação antecipada de títulos dos clientes com um desconto nos juros proporcional ao prazo de antecipação. (B) antecipação de um direito (recebível), seja um boleto ou um cheque, feito pelo banco ao cliente, mediante a cobrança de uma taxa de juros. (C) prorrogação do vencimento de títulos (deveres) dos seus clientes para uma data futura, mediante a cobrança de uma taxa de juros. (D) alienação de recebíveis atrelados a bens móveis e imóveis com desconto na taxa de juros. (E) geração de descontos em tarifas e taxas bancárias para os clientes que realizarem os pagamentos de títulos pela internet. 116. (Banpara/Inaz-PA/2014) Refere-se à deslocação de fundos ou capital de um país para outro por forma a conseguir ganhos rápidos devido a grandes diferenças nas taxas de juros. (A) Letra de Câmbio (B) TED (C) Hot Money (D) SISCOMEX (E) SWAP 117. (Banpara/Espp/2012) Leia as sentenças sobre hot money e assinale a alternativa correta. I. Hot money, em sua origem, designa fundos aplicados em ativos financeiros, em diversos países, que atraem pela possibilidade de ganhos rápidos devido a elevadas taxas de juros ou a grandes diferenças cambiais. II. No Brasil, o termo hot money, amplamente empregado por bancos comerciais, por extensão de sentido aplica-se também a empréstimos de curtíssimo prazo com a finalidade de financiar o capital de giro das empresas para cobrir necessidades imediatas de recursos, sem contrato de empréstimo de caráter complexo. III. São operações de curtíssimo prazo. (A) Somente a afirmativa I está correta. (B) Somente a afirmativa II está correta. (C) Somente a afirmativa III está correta. (D) Todas afirmativas estão corretas. (E) Todas afirmativas estão incorretas. 118. (BB/Cespe/2012/Certificação Interna) O imposto sobre serviços de qualquer natureza (A) é de competência exclusiva da União. (B) é de competência exclusiva dos estados. (C) não incide sobre a prestação de serviços relacionados ao setor bancário. (D) incide sobre a prestação de serviços de arrendamento mercantil (leasing). (E) incide sobre as operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. 119. (Banpara/Espp/2012) O leasing é um contrato denominado na legislação brasileira como “arrendamento mercantil”. Sobre o leasing, leia as sentenças abaixo e assinale a alternativa correta. (A) Pessoa física não pode contratar uma operação de leasing. (B) Não existe limitação de prazo no contrato de leasing. É aplicado de acordo com a vida útil de cada bem. (C) O contrato de arrendamento mercantil pode prever ou não a opção de compra, pelo arrendatário, do bem de propriedade do arrendador. (D) O leasing é considerado uma operação de financiamento. (E) Não podemos afirmar que leasing é um arrendamento mercantil. 120. (Banrisul/FDRH/2005) Chama-se leasing a operação (A) de financiamento do BNDES através da FINAME. (B) através da qual se obriga um fiador a garantir operação de crédito. Banrisul 2015 facebook.com/ConhecimentoBancario (C) que permite ao arrendatário o uso de um bem sem precisar comprá-lo. (D) de swap de taxa de juros. (E) que permite a internalização de recursos externos. 121. (BB/Cespe/2013/Certificação Interna) Constituem objetivos do crédito rural, (A) favorecer o custeio oportuno e adequado da produção, estimular o incremento ordenado dos investimentos rurais e fortalecer o setor rural. (B) fortalecer o setor rural, financiar o pagamento de dívidas e de atividades deficitárias e incentivar a introdução de métodos racionais de produção. (C) antecipar a realização de lucros presumíveis, financiar o pagamento de dívidas e de atividades deficitárias e favorecer o custeio oportuno e adequado da produção. (D) incentivar a introdução de métodos racionais de produção, estimular o incremento ordenado dos investimentos rurais e amparar atividades sem caráter produtivo. (E) melhorar o padrão de vida das populações rurais, incentivar a introdução de métodos racionais de produção e antecipar a realização de lucros presumíveis. 122. (BB/Cespe/2013/Certificação Interna) Os beneficiários do crédito rural no Brasil incluem (A) os produtores rurais, as cooperativas de produtores rurais e os estrangeiros residentes no exterior. (B) os projetos de incentivo à criação do caramujo gigante africano (Achatina fulica) e os sindicatos rurais. (C) as cooperativas de produtores rurais, os sindicatos rurais e as filiais de empresas com sede no exterior. (D) os produtores rurais, as cooperativas de produtores rurais e os prestadores de serviços mecanizados para fins agropecuários. (E) os estrangeiros residentes no exterior, os produtores rurais e os sindicatos rurais. 123. (BB/Cespe/2013/Certificação Interna) De acordo com o BACEN, o crédito de custeio destina-se a cobrir despesas normais dos ciclos produtivos. O prazo máximo de reembolso desse tipo de crédito é de até (A) um ano, para atividades agrícolas, e de até 2 anos, para atividades de pecuária. (B) um ano, independentemente da atividade, podendo ser estendido por mais 6 meses. (C) seis meses, tanto para atividades agrícolas como para atividades de pecuária. (D) seis meses, para atividades agrícolas, e de até 1 ano, para atividades de pecuária. (E) dois anos, para atividades agrícolas, podendo ser estendido por mais 6 meses, para alguns tipos de cultivo de mandioca. 124. (BB/Cespe/2013/Certificação Interna) O crédito de comercialização destina-se (A) ao custeio de atividades sem calendário climático definido. (B) à cobertura de despesas de atividades cujo retorno se estenda por diversos ciclos de produção. (C) à cobertura de despesas próprias da fase posterior à colheita da produção. (D) à cobertura de despesas da exploração das atividades agrícolas e pecuárias em um ciclo produtivo. (E) ao apoio de operações no mercado futuro de commodities agrícolas, de forma exclusiva. 125. (BB/Cespe/2013/Certificação Interna) No Plano Agrícola e Pecuário 2013/2014, os grandes produtores rurais terão R$ 136 bilhões para financiar a próxima safra. O volume disponibilizado será distribuído em R$ 97,6 bilhões para financiamentos de custeio e comercialização e R$ 38,4 bilhões para programas de investimento. A taxa de juros anual média será de 5,5%, podendo chegar a 3,5% em programas de aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem. Internet: <www.ebc.com.br/noticias>. Tendo como referência o texto acima, assinale a opção correta a respeito do crédito rural