Buscar

(COMPLETO) - Coleta de Material Biológico com os exercícios

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 56 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Aula 01: Estrutura Básica e Considerações Acerca de Um Laudo na Área Diagnóstica em Saúde
Introdução
A finalidade e função do Laboratório de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial é de fornecer subsídios clínicos que:
Confirmem ou rejeitem o diagnóstico;
Providenciem linha de conduta para lidar com o paciente;
Estabeleçam um prognóstico;
Detectem a doença caso a caso ou por screening (exame de massa);
Possibilitem o acompanhamento da pós-terapia.
Tais objetivos são alcançados através de rigorosos controles de garantia de qualidade, exatidão e precisão em seus ensaios, rapidez e objetividade de seus laudos e relatórios, bem como produção de valores de qualidade laboratorial que podem ser obtidos atendendo-se aos princípios básicos de coleta apropriada, manuseio e processamento da amostra de cada paciente. Outros aspectos a considerar incluem recrutar e treinar o pessoal qualificado, para ter uma visão global e acesso aos resultados dos exames e testes, quando participam da decisão nos cuidados do paciente.
Esta aula irá abordar o conceito de um laudo laboratorial, sua estrutura básica, importância e finalidade, além de trazer algumas informações úteis e considerações acerca deste tópico.
O que é um laudo laboratorial?
É o documento que contém os resultados das análises laboratoriais, validados e autorizados pelo responsável técnico do laboratório ou seu substituto. O laudo faz parte da etapa pós-analítica de um exame laboratorial ao qual foi submetida uma amostra biológica. Ele deve ser legível e não pode conter nenhum tipo de rasura de transcrição.
Estrutura básica de um laudo laboratorial
Um laudo laboratorial deve conter:
Um número que corresponde à abertura da ficha de exames do paciente, o qual identifica a data de coleta e as possíveis amostras biológicas deste paciente submetidas aos diferentes ensaios laboratoriais;
O nome do paciente, escrito por extenso;
O nome do médico solicitante;
O nome do exame solicitado e o tipo de amostra biológica utilizada para a sua execução, por exemplo, soro, sangue total, urina, fezes, etc;
O nome do método analítico empregado pelo laboratório para a execução do exame, o qual possibilitou se chegar ao resultado final;
O resultado, o qual pode ser expresso em valores numéricos, seguidos ou não de uma unidade de grandeza, ou simplesmente referido como positivo ou negativo, ou reagente ou não-reagente, dependendo do exame;
O valor de referência;
A assinatura do responsável técnico que conferiu e emitiu o laudo, seguida por sua inscrição no devido Conselho representativo de sua categoria profissional;
A data em que o laudo foi emitido.
Apesar de a interpretação do resultado de um exame, bem como sua conclusão diagnóstica ser atos médicos e depender da análise conjunta dos dados clínicos e demais exames do paciente, sempre que pertinente, o laboratório, através do laudo, pode emitir observações, comentários, sugestões ou notas explicativas a respeito do resultado do exame obtido, que visem a auxiliar o clínico no esclarecimento do diagnóstico. Por exemplo, um resultado elevado nos títulos de IgG em um recém-nascido significa transferência passiva de anticorpos maternos e não infecção neonatal. Por isso, é muito importante que toda a equipe que trabalha no laboratório esteja devidamente treinada, envolvida e atenta, para valorizar dados que mereçam ser relatados e evitar a emissão de comentários ou informações desnecessárias, que absolutamente agregam algum valor ao resultado final
O laudo deve ser impresso em papel contendo o timbre do laboratório, seu endereço e telefone.
Importância e finalidade do laudo laboratorial
Um laudo laboratorial bem elaborado gera dados clinicamente úteis, que não somente proporcionam o melhor para o paciente, como também esclarecem o clínico quanto ao diagnóstico, permitindo a correta tomada de decisão a um custo e modo apropriados. Por esta razão, o cumprimento nos prazos de resultados deve ser seguido rigorosamente pelo laboratório e seu pessoal deve ter em mente que um atraso no relato pode tornar os dados inúteis.
O que é um laudo evolutivo?
Alguns laboratórios emitem, juntamente com o laudo do exame atual ao qual o paciente foi submetido, resultados anteriores do mesmo exame, realizados no laboratório, em momentos diferentes. É o que se denomina laudo evolutivo. O laudo evolutivo pode ser bastante útil ao clínico assistente do paciente, na medida em que proporciona uma visão concisa, em ordem cronológica, dos resultados de alguns exames mais freqüentemente utilizados para acompanhamento clínico, sendo um complemento dos resultados tradicionais.
Por quanto tempo um laudo laboratorial deve ser guardado pelo laboratório?
A documentação da requisição dos exames e resultados faz parte da administração do laboratório e deve ser mantida por cinco anos. Laudos que fornecem o diagnóstico atual são retidos por, pelo menos, 20 anos, embora em casos de alguns exames, este tempo áser ainda maior, como é o caso de relatórios de citogenética.
A retenção de dados eletrônicos em discos de computador, fitas magnéticas, microfibras ou disco ótico é aceitável. Ela requer consideravelmente menos espaço físico e oferece uma rápida recuperação da informação.
Confidencialidade dos resultados
O paciente deve ser assegurado da estrita confidencialidade a respeito de seu cuidado de saúde, incluindo tipos de medições de laboratório e exames e resultados. A liberação de qualquer informação do paciente deve ser previamente autorizada pelo mesmo. Discussões e documentos escritos sobre qualquer resultado de laboratório do paciente devem ser limitados às partes autorizadas envolvidas no seu cuidado, e a transgressão desse sigilo, mesmo que acidentalmente, pode resultar em infração grave e litígio, podendo originar punições à luz da lei para os responsáveis.
EXERCÍCIOS
O que você entende por laudo laboratorial?
É um tipo de declaração, que atesta as condições gerais de saúde do paciente.
É um protocolo de exames do paciente, no qual constam seus dados pessoais, data da coleta da amostra e o número de exames realizados.
É um tipo de exame, que traz informações sobre o estado de saúde do paciente.
É o documento que contém os resultados das análises laboratoriais, validados e autorizados pelo responsável técnico do laboratório ou seu substituto.
É o documento que assegura que todos os resultados de exames laboratoriais do paciente serão mantidos em sigilo absoluto.
O que deve constar em um laudo laboratorial?
a) O diagnóstico final das principais queixas apresentadas pelo paciente ao seu
médico assistente.
b) O agente causador da enfermidade do paciente.
c) O nome, sexo, idade, naturalidade e estado civil do paciente, além de informações relativas ao exame laboratorial realizado.
d) Além de conter um número de ficha que identifica o paciente e a data em que a amostra foi colhida, os nomes do paciente e do médico, o nome do exame, tipo de amostra e a metodologia empregada, é fundamental que o laudo forneça o resultado obtido naquela amostra, acompanhado do valor de referência para aquele método e a assinatura do responsável técnico que conferiu e emitiu o laudo.
e) No laudo devem constar informações relevantes que justifiquem o uso da metodologia empregada pelo laboratório para a execução de determinado exame
Aula 02: Importância dos Valores de Referência Para a Interpretação dos Resultados Laboratoriais
Introdução
O maior propósito na realização da determinação dos analitos é ajudar no diagnóstico e gerenciamento dos pacientes com doenças e indivíduos com deficiências na saúde. Portanto, é importante entender como se chega aos valores de referência para cada analisado cujo nível está sendo determinado. Uma vez que os valores dos níveis dos analitos específicos foram determinados e considerados anormais, é importante estar alerta de quanto esses valores anormais são confiáveis no diagnóstico de estados de doençasespecíficos. Por exemplo, ao nos depararmos com elevados títulos de anticorpos totais anti-HIV-1 no soro de um paciente, com que grau de confiança nós podemos fazer o diagnóstico de infecção? Além disso, se os resultados de um ou mais exames laboratorais foram considerados anormais, quais diagnósticos clínicos são possíveis, baseados nestes achados? Nesta aula, iremos abordar a importância dos valores de referência para a correta interpretação dos resultados dos exames laboratoriais, bem como o intervalo dos valores e confiabilidade nos valores dos testes.
O que é valor de referência?
Também conhecido como "ponto de corte", o valor de referência de um determinado teste laboratorial representa o limiar a partir do qual o mesmo se torna "positivo" ou discriminador da doença.
Qual é a importância do valor de referência de um teste laboratorial para a interpretação de um resultado de exame?
Através da comparação dos valores obtidos em uma determinada análise com o devido valor de referência do teste utilizado para tal, podemos classificar tais valores como normais ou anormais, de acordo com os limites desta referência e, a seguir, comparando esses resultados com padrões podemos determinar a presença de doenças.
Por essa razão, a interpretação das mensurações de laboratório dependem de um conhecimento do valor normal e do intervalo esperado para estes valores. Os profissionais devem estar cientes de que, dependendo da maneira em que este ponto for definido, muda o enfoque com que o teste passa a ser visto. Teoricamente, "normal" pode referir-se ao estado de saúde ideal, aos valores médios de referência ou aos tipos de distribuição estatística. Os valores normais são aqueles situados dentro de dois desvios padrões (DP) do valor médio para a população normal.
Como são definidos os valores de referência?
A maneira clássica com que os laboratórios de análises clínicas definem seus valores de referência é seguindo os recomendados pelo fabricante do "kit" que está sendo usado. No entanto, este procedimento pode levar a interpretações errôneas, visto que, entre outras coisas, nem sempre as populações de sadios e "doentes" com os quais o fabricante determinou o seu valor de referência correspondem à realidade prática do laboratório. Portanto, faixas ou intervalos de referência normais descritos para um teste podem variar, em algum grau, de um laboratório para outro, o método usado, a população testada e as condições de coleta e preservação das amostras. Assim, cada laboratório deve especificar seus próprios valores normais.
Fatores que podem afetar os valores e influenciar a determinação do intervalo
Muitos fatores podem afetar a determinação dos valores de referência de um teste, bem como de seu intervalo. Estes podem produzir valores que são normais nas condições prevalentes, mas fora dos limites determinados em outras cisrcunstâncias. Assim, são considerados como fatores que podem afetar os valores obtidos, a idade, sexo, raça, ambiente, postura, variações diurnas e outras variações cíclicas, alimentos, hidratação, bebidas, estado de jejum ou pós-prandial, drogas e exercício.
EXERCÍCIOS
Sobre valor de referência de um teste laboratorial, é correto afirmar que:
O mesmo expressa o grau de complexidade dos resultados de um teste.
O mesmo expressa o limiar a partir do qual o teste se torna “positivo” ou discriminador da doença.
O mesmo expressa um valor de previsão quanto ao resultado obtido.
O mesmo se refere ao valor dos resultados obtidos em uma determinada análise.
O mesmo é utilizado para fins de comparação de níveis de normalidade e anormalidade.
Assinale a alternativa que apresenta alguns fatores que podem influenciar na determinação dos valores de referência de um teste.
Idade do paciente, sexo, raça, estado de jejum e uso de medicamentos.
Idade e estado civil do paciente, grau de escolaridade e uso de medicamentos.
Idade e sexo do paciente, estado de jejum e grau de escolaridade.
Estado de jejum do paciente, uso de medicamentos, nível de conhecimento sobre seu estado de saúde.
Estado de jejum do paciente, uso de medicamentos e tempo de espera para a realização da coleta da amostra.
Aula 03: Exames de Laboratório: Interpretação dos Resultados e Estabelecimento de Diagnóstico
Introdução
Nesta aula, trataremos sobre considerações básicas relevantes para a correta interpretação dos resultados de exames de laboratório e estabelecimento de diagnóstico com segurança, alicerçados na Medicina Baseada em Evidências.
A Medicina Baseada em Evidências está influenciando todas as áreas da ciência médica, inclusive a área diagnóstica. Novos paradigmas estão surgindo, exigindo mudanças, por parte dos profissionais da área, no sentido de adequar os métodos laboratoriais e interpretação de seus resultados, impondo um conhecimento muito maior sobre a capacidade diagnóstica dos testes que se está realizando. Assim, a interpretação dos resultados de exames laboratoriais é muito mais complexa que a sua simples comparação com os valores de referência. Certas considerações básicas são fundamentais para a interpretação de qualquer resultado de exames e cruciais quando se decide determinar se o diagnóstico pode ser estabelecido com razoável segurança ou se o valor laboratorial deve alterar a terapia a qual o paciente está sendo submetido.
Há numerosos métodos para quantificar os níveis de um analito específico em fluidos corporais. Nesta aula veremos que é importante como estes valores se comparam com os outros em relação à credibilidade dos resultados e sua reprodutibilidade. O aluno deve ter em mente que não há mais lugar para expressões como "na minha experiência" ou "segundo a minha vivência", pois embora as conclusões possam estar acertadas, é ético e moderno fundamentar decisões clínicas em evidências científicas criteriosamente definidas em bases epidemiológicas e estatísticas.
Acurácia ou eficiência de um teste
É a proporção de testes verdadeiramente positivos e verdadeiramente negativos em relação à totalidade dos resultados. Refere-se, portanto, ao desempenho ou validade do teste.
Sensibilidade e especificidade de um teste (Tabela 1)
Todos os exames laboratoriais possuem certos atributos quanto ao seu desempenho. Tanto o médico quanto o analista clínico devem estar familiarizados com estas características, pois a aplicabilidade do método em questão, bem como a validade do resultado dependem destas características.
Obviamente, os melhores testes são aqueles que apresentam poucos resultados falsos-positivos e falsos-negativos. Porém, como você pôde ver, o teste NÃO acerta sempre. Então, como saber quão bom é um teste?
Todo teste possui parâmetros que o caracterizam intrinsecamente: são a sensibilidade e a especificidade diagnósticas.
A sensibilidade diagnóstica de um teste refere-se à sua capacidade de detectar pacientes com alguma doença específica, ou seja, é a proporção de indivíduos doentes que têm o teste positivo.
Sensibilidade (S) = VP/VP+FN
Um teste com sensibilidade de 90% para uma determinada doença indica que esta doença não será detectada em 10% dos pacientes. Quanto maior a sensibilidade, menor a ocorrência de falsos negativos. Um teste com uma sensibilidade diagnóstica muito alta pode ser mais útil na exclusão de uma hipótese diagnóstica, do que na confirmação, visto que dificilmente deixa de identificar as pessoas doentes.
Portanto, se a preocupação maior for evitar resultados falsos-negativos, por ex. o resultado do teste em um paciente suspeito de AIDS, então o teste deverá ter o máximo de sensibilidade. A aplicação clínica ideal de testes com alta sensibilidade é a de excluir doentes.
A especificidade expressa a proporção de indivíduos sadios que apresentam teste negativo, ou, ainda, pode ser considerada como a freqüência de resultados falsos-positivos. Trata-se de um parâmetro que pode ser calculado como a percentagem de resultados negativos em pacientes sem a doençatestada.
Especificidade (E) = VN/VN + FP
Se a preocupação maior é evitar resultado falso-negativo para um determinado teste, ex: o resultado do teste pode indicar uma cirurgia de alto risco para o paciente, então o teste deverá ter o máximo de especificidade, visto que todo teste com alta especificidade exclui a grande maioria das pessoas sadias testadas. Sua aplicação clínica recomendável éde confirmar uma doença.
Uma especificidade de 90% para uma certa doença indica que 10% dos resultados sugestivos da doença não são, na realidade, devidos a ela. Quanto maior a especificidade, menos falsos positivos. Tanto a sensibilidade quanto a especificidade estão diretamente relacionadas ao desempenho do teste. Vale ressaltar que a escolha entre uma maior ou menor sensibilidade de um teste, e sua relação inversa com a especificidade, depende da aplicação a ser dada, conforme foi exemplificado nos casos acima. Isto acontece porque quando um teste é muito sensível ele se torna menos específico, e vice-versa.
Valor preditivo positivo de um teste (Tabela 1)
Refere-se à probabilidade de um indivíduo ter realmente a doença quando o resultado do teste for positivo. Esta estimativa está fortemente relacionada com a sensibilidade e especificidade do teste empregado no diagnóstico, assim como é influenciada pela prevalência da doença na população.
Valor preditivo positivo (VPP) = VP/Total de positivos no teste
Configura-se, então, que um teste para diagnóstico do Vírus da Imunodeficiência Humana Adquirida (HIV), por exemplo, que tenha VPP de 20%, pode parecer ineficaz, ao analisarmos apenas seu VPP em si (a probabilidade de um indivíduo ser HIV positivo é de 20% se o resultado do exame deu positivo), mas torna-se útil, sabendo-se que a prevalência ça na população geral é menor do que 1%.
Portanto, os resultados de valor preditivo positivo devem ser interpretados levandose em conta as prevalências das doenças nas populações testadas. Neste caso, mesmo um teste que apresente alta sensibilidade e especificidade, terá um valor preditivo baixo, caso a prevalência da doença seja baixa. Assim, como o valor preditivo positivo incorpora informação tanto do teste como da população em avaliação, trata-se de uma boa medida da utilidade clínica global do teste.
O valor preditivo pode ser aplicado a qualquer exame laboratorial, a fim de avaliar a confiabilidade de um resultado positivo (anormal) ou negativo (normal). Com mais freqüência é utilizado para avaliar um resultado positivo.
EXERCÍCIOS
Os testes diagnósticos são instrumentos importantes na facilitação de decisões que o clínico é obrigado a realizar. O teste diagnóstico ideal daria sempre respostas corretas – positivo para a presença da doença e negativo para a ausência da doença. Sabe-se, no entanto, que na prática, tal teste não existe. Como podemos, então, avaliar o desempenho de um teste laboratorial?
Através de sua sensibilidade.
Através de seu valor preditivo positivo.
 c) Através de sua especificidade.
Através de sua sensibilidade e acurácia.
Através de sua sensibilidade, especificidade e valor preditivo positivo.
Imagine um determinado teste laboratorial destinado a detectar um tipo de analito no soro dos pacientes. Este teste mostra-se positivo em 92 amostras de 100 soros de pacientes portadores deste analito. Neste caso, qual a correta?
A acurácia do teste é de 92%
A sensibilidade do teste é de 92%
A especificidade do teste é de 92%
O valor preditivo positivo do teste é de 92%
A prevalência do teste é de 92%
Aula 04: Padronização e Controle de Qualidade no Laboratório Clínico
Introdução
Os testes laboratoriais podem fornecer informações importantes para o diagnóstico e cuidado clínico de pacientes. Assim, toda análise laboratorial visa à obtenção de resultados compatíveis com a metodologia empregada. No entanto, fatores que, muitas vezes, fogem ao nosso controle, provocam a obtenção de valores diferentes para uma determinada análise laboratorial de um mesmo material biológico. Este fato deixa bastante clara a necessidade de um controle de qualidade constante para que possamos obter resultados exatos e seguros. Nesta aula, você irá aprender que em vigilância e em investigação de surtos, como em várias outras aplicações da Epidemiologia e da Medicina Diagnóstica, é importante conhecer os conceitos e aplicações da reprodutibilidade ou precisão de um teste ou de um instrumento de medida, bem como as definições de exatidão, e a importância do estabelecimento de controles de qualidade (CQs) e de procedimentos operacionais padrões (POPs).
O que é reprodutibilidade de um teste?
Entende-se por reprodutibilidade o grau de estabilidade exibida quando uma mensuração é repetida sob condições idênticas. Em outras palavras, a reprodutibilidade refere- se ao grau pelo qual os resultados obtidos por uma mensuração podem ser reproduzidos. Portanto, a reprodutibilidade de um teste assegura que o mesmo irá fornecer resultados iguais quando realizado na mesma amostra repetidas vezes. A falta de reprodutibilidade pode resultar da divergência entre observadores ou instrumentos de medida, ou pela instabilidade do analito que está sendo medido. São sinônimos de reprodutibilidade: confiabilidade e precisão. De acordo com suas características, a reprodutibilidade é dita intra-teste, quando ocorre em replicatas ao mesmo tempo, ou inter-teste, quando ocorre em testes sucessivos, ou em laboratórios diferentes, ou ainda com diferentes lotes de reagentes. A reprodutibilidade pode ser medida matematicamente, pelo desvio padrão ou pelo coeficiente de variação.
O que é exatidão de um teste?
É a relação entre o valor encontrado e o valor verdadeiro. Um teste é exato quando os valores encontrados estão bem próximos dos valores verdadeiros. Matematicamente, pode-se calcular a exatidão pelo erro da média.
Como funciona o CQ no laboratório clínico?
O CQ monitora a confiança geral no laboratório traduzida em termos de exatidão e precisão de acordo com os critérios especificados para cada medida/exame. Podemos dizer que o CQ visa a distanciar um método analítico dos erros que comumente determinam falsos resultados. Seu êxito está na execução diligente e persistente das seguintes atividades:
Pesquisa de amostras controles.
Manutenção de instrumental.
Análise estatística dos dados.
Avaliação dos testes de proficiência.
A premissa fundamental do CQ é que valores de laboratório relatados devem corresponder aos valores corretos ou aos valores esperados.
O CQ pode ser divido em dois tipos maiores: o CQ interno (CQ intralaboratorial), que monitora primariamente o desempenho do dia-a-dia dos testes laboratoriais, tais como a precisão, e o CQ externo (CQ interlaboratorial), que monitora primariamente a exatidão dos testes. O CQ intralaboratorial pode ser embasado tanto nos resultados do controle das amostras (controle de amostra geralmente é um produto liofilizado preparado de grandes misturas de soro e disponível comercialmente, cujos valores de um analito em questão se encontram em níveis próximos ou iguais àqueles para decisão clínica), como nos resultados das amostras de pacientes. A demonstração de suas observações pode ser feita por uma variedade de técnicas estatísticas com a utilização de gráficos. É imprescindível para validar um ensaio, visto que, ao registrar os valores obtidos com amostras-padrão, podemos verificar se a aferição do que estamos buscando está realmente correta, fornecendo resultados confiáveis.
O CQ interlaboratorial irá analisar resultados de diferentes laboratórios e verificar se os valores são compatíveis, buscando, assim, a concordância dos resultados em centros diferentes.
Fatores que contribuem para o sucesso do CQ
Vários fatores interferem direta ou indiretamente no êxito do CQ. Entre eles, podemos citar:
Procedimento correto na coleta das amostras;
Pureza dos reagentes;
Padronização correta dos exames; 
Calibração e manutençãoperiódica dos equipamentos utilizados;
Rigorosa seleção e limpeza de todo o material volumétrico utilizado;
Treinamento continuado do pessoal da área técnica;
Ambiente e condições de trabalho adequadas;
Cálculos corretos;
Procedimento Operacional Padrão (POP)
Todo laboratório deve manter ao alcance de seu pessoal técnico manuais que descrevam detalhadamente os procedimentos técnicos empregados em um determinado exame. Estes procedimentos nada mais são do que os chamados POPs. Os POPs são de extrema importância para a garantia da qualidade, pelo fato de representarem o documento que expressa todo o protocolo e planejamento necessários para a execução de um determinado exame e que deve ser rigorosamente cumprido para que se possa alcançar a excelência. Desta maneira, evitamos que ocorra a introdução de vícios ou modificações injustificadas, por parte do operador técnico, durante a execução de uma análise, o que poria em risco a confiabilidade dos resultados.
O POP deve conter: listagem dos equipamentos, peças e materiais utilizados na tarefa, incluindo-se os instrumentos de medida; padrões de qualidade; descrição dos procedimentos da tarefa por atividades críticas; condições de fabricação, de operação e pontos proibidos de cada tarefa; pontos de controle (itens de controle e características da qualidade) e os métodos de controle; relação de anomalias passíveis de ação; roteiro de inspeção periódicas dos equipamentos de produção.
EXERCÍCIOS
1. Suponha que você seja o assessor técnico do Setor de Imunologia de um laboratório.
Preocupado em manter um bom nível de qualidade dos exames, você decide que diariamente será inserido, na corrida de um teste para a detecção de anticorpos para Toxoplasma gondii, um soro cujos valores sejam conhecidos unicamente por você. O analista que executa a rotina desconhece os valores fornecidos por esta amostra, mas você sabe que a mesma deverá apresentar o mesmo resultado, sempre que fizer parte da rotina diáriadaquele exame. O que você está tentando mensurar com esta conduta?
A reprodutibilidade do teste.
A especificidade do teste.
A sensibilidade do teste.
A acuidade do teste.
A exatidão do teste.
2. Ainda em relação ao teste anterior, podemos dizer que, quanto às características, que tipo de reprodutibilidade você está efetuando?
Intra-teste.
Inter-teste.
Intralaboratorial.
Interlaboratorial.
Contínua.
Aula 05: Imunoensaios.
Introdução
A resposta imunológica tem grande aplicação no diagnóstico de laboratório, pois quantidades extremamente pequenas de antígenos são suficientes para evocá-la á-la detectável por meio de metodologias apropriadas.
Assim, os testes laboratoriais de imunologia ou imunoensaios, também chamados de exame imunodiagnóstico ou sorodiagnóstico, vêm se tornando amplamente utilizados como instrumentos analíticos.
O que é imunoensaio?
É um teste que estuda as reações antígeno - anticorpo "in vitro" para diagnosticar doenças infecciosas, distúrbios do sistema imunitário e doenças neoplásicas.
Os testes mais estabelecidos e clássicos são voltados para a detecção de anticorpos contra parasitas, fungos, bactérias, vírus, indicando a presença de uma resposta imune contra o agente e, portanto, confirmando o diagnóstico para uma determinada infecção. No entanto, testes mais modernos e sensíveis podem detectar a presença de antígenos destes microrganismos, indicando diretamente a sua presença no hospedeiro. Os testes imunológicos podem se utilizados, ainda, para a detecção de produtos como drogas ou hormônios, e antígenos tumorais, ajudando no acompanhamento clínico de pacientes.
Importância dos imunoensaios
Em função da especificidade da reação antígeno-anticorpo, os imunoensaios podem fornecer informações importantes para o diagnóstico e cuidado clínico de pacientes, com a grande vantagem de ser de fácil execução, eliminando processos tediosos de prétratamento de amostras que possam conter milhares de moléculas, permitem detectar quantidades ínfimas de antígenos (da ordem de picogramas), possuem um custo barato, quando comparados a metodologias mais sofisticadas e oferecem resultados precisos quanto à hipótese diagnóstica.
Classificação dos testes imunológicos pela sua metodologia
Quando divididos pela sua metodologia, os testes imunológicos podem ser agrupados em:
a) Imunoprecipitação
O prinicípio da imunoprecipitação se baseia na interação de antígenos solúveis com seus anticorpos correspondentes, em concentrações suficientes para a formação de precipitados ou complexos insolúveis, os quais podem ser vistos a olho nu.
Em laboratório de análises clínicas, as reações de precipitação são usadas para a identificação da presença de bactérias ou para pesquisar a presença de uma proteína que aparece no soro de pessoas com determinadas infecções, denominada proteína C-reativa.
Inúmeras técnicas para estudos de imunoprecipitação, que utilizam equipamentos de dispersão de luz, foram desenvolvidas. A nefelometria é um exemplo. Trata-se de um método direto de medida de dispersão de um feixe luminoso de partículas em suspensão capaz de quantificar as reações de precipitação entre antígenos e anticorpos. O equipamento utilizado para este fim chama-se nefelômetro.
b) Imunoaglutinação
Caracteriza-se pela formação de agregados visíveis resultantes da interação de anticorpos específicos e partículas insolúveis, como hemácias, látex ou carvão, revestidas por antígenos.
As reações de aglutinação vêm se tornando um tipo de ensaio rotineiro utilizado como um recurso simples para a detecção da gonadotrofina coriônica humana (hCG) para a confirmação diagnóstica de gravidez e para a tipagem de grupos sangüíneos dos sistemas ABO e Rh.
c) Reações de imuno-hemólise
São reações que têm por princípio a ligação antígeno-anticorpo e ativação do sistema complemento. O consumo de complemento nestas reações pode ser empregado para detectar a presença de anticorpos, antígenos ou ambos.
Durante algum tempo, o teste de fixação do complemento foi considerado dos mais importantes no sorodiagnóstico devido à sua maior sensibilidade em relação aos testes da época. Atualmente, é pouco utilizado por ser muito laborioso e complexo. No entanto, alguns laboratórios ainda o utilizam para a detecção de anticorpos virais, por exemplo.
d) Ensaios receptor-ligante
Compreendem várias categorias de imunoensaios, os quais se baseiam no emprego de diferentes substâncias como sistemas marcadores (enzimas, radicais fluorescentes, radioisótopos) que irão amplificar o sinal resultante de sua ligação a um antígeno ou anticorpo específico. São amplamente utilizados em laboratório clínico, devido à sua fácil execução e rapidez, podendo ser aplicados para a detecção dos mais variados analitos. São exemplos de ensaios receptor-ligante: os testes de imunofluorescência, os imunoensaios enzimáticos e fluorimétricos, o ensaio imunoabsorvente ligado a enzimas (ELISA), o dot-ELISA, o Western blotting e os ensaios quimioluminescentes.
e) Imunohistologia
As técnicas de imunohistologia visam à detecção de antígenos nos próprios tecidos e têm adquirido uma ênfase muito grande na imunologia, tanto na pesquisa quanto no diagnóstico. Estas técnicas se baseiam na capacidade de um anticorpo reconhecer, especificamente, um determinado componente tissular. Um exemplo desta reação é a técnica da imunoperoxidase, a qual consiste na obtenção de um fragmento de tecido, ou uma suspensão celular, e a reação com um anticorpo (específico para o antígeno que se deseja identificar). O anticorpo deverá ter sido previamente ligado, através de uma reação química, à enzima peroxidase.
Usos e aplicações práticas dos imunoensaios
Quanto à sua aplicação, os imunoensaios se classificam em:
Testes para detecção de antígenos
Testes para detecção de anticorpos
Testes para a avaliação da imunidade celular
Testes de avaliação do sistema complemento
Testes de histocompatibilidade
ImunohematologiaTestes imunológicos mais representativos
Veja um quadro com os testes imunológicos mais representativos.
EXERCÍCIOS
1. Assinale a alternativa correta.
a) Imunoensaio é um tipo de método laboratorial utilizado para o diagnóstico de
desordens metabólicas.
b) Imunoensaio é um teste imunológico que estuda os fenômenos relacionados
com as condições nutricionais do paciente.
c) Imunoensaio é um teste que estuda as reações antígeno-anticorpo “in vitro”.
d) Imunoensaio é um teste “in vitro” que estuda as características dos diferentes antígenos.
e) Imunoensaio é um teste “in vitro” que estuda as diferentes classes de anticorpos.
2. Qual é um exemplo de imunoensaio?
a) A reação em cadeia da polimerase.
b) A cultura de linfócitos.
c) A técnica da coloração de Gram.
d) A técnica de imunofluorescência.
e) Os testes de função pulmonar.
Aula 06: Diagnóstico Microbiológico das Infecções Bacterianas
Introdução
Cabe ao laboratório de microbiologia clínica a função de examinar e cultivar amostras para a detecção de microrganismos, identificar com certeza as espécies envolvidas em isolamentos importantes e realizar as provas de suscetibilidade a antibióticos, quando indicadas, a fim de auxiliar o médico no diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas. Nesta aula iremos abordar os pontos relevantes que envolvem a colheita, o transporte e o processamento de amostras clínicas no laboratório de microbiologia para que se chegue ao diagnóstico de uma infecção bacteriana.
Colheita de amostras para o exame microbiológico
Quando se suspeita de uma doença infecciosa, devem ser solicitados cultivos apropriados que visem à confirmação da hipótese diagnóstica através do isolamento do microrganismo em questão. Para isso, é fundamental a colheita apropriada da amostra biológica, devendo-se, portanto, obter o material a ser submetido para análise, do sítio real de infecção, evitar a introdução de contaminantes, estabelecer o momento ótimo para a colheita, colher a quantidade suficiente para a execução das técnicas de cultivo solicitadas, utilizar dispositivos de colheita, recipientes e meios de transporte apropriados.
Transporte de amostras
Qualquer material clínico pode ser submetido a cultura, desde que enviado ao laboratório em meios de manutenção ou transporte e/ ou frascos adequados para cada tipo de material e cultura solicitada. Os meios de transporte são utilizados na coleta para transporte de amostras clínicas e servem apenas para a preservação e viabilidade dos microrganismos nas amostras, mantendo-as o mais próximo possível de seu estado original, evitando a sua dessecação. São exemplos destes meios o meio de transporte Stuart ou Amies e Cary-Blair.
Meios de cultura
Os meios de cultura são preparações sólidas, líquidas ou semi-sólidas, estéreis, que contêm todos os nutrientes necessários para o crescimento de microrganismos e são utilizados com a finalidade de cultivar e manter microrganismos viáveis no laboratório.
Microscopia e técnicas de coloração
A microscopia é o método mais comum utilizado para a detecção de microrganismos diretamente de amostras clínicas e para a melhor caracterização morfotintorial dos microrganismos isolados em cultura. Há uma variedade de técnicas microscópicas empregadas no diagnóstico microbiológico, como, por exemplo, a coloração de Gram (bacterioscopia), a coloração de Albert-Laybourn, a coloração de Fontana-Tribondeau, a coloração de Ziehl-Neelsen, etc.
Antibiograma (teste de sensibilidade a agentes antimicrobianos)
O antibiograma determina a resposta de um microrganismo específico a diferentes classes e tipos de antibióticos. É um teste que vai detectar o tipo e a quantidade de agentes quimioterápicos para inibir o crescimento bacteriano. Freqüentemente, cultura e antibiograma são solicitados juntos.
Provas bioquímicas
Representam a investigação das atividades metabólocas "in vitro", em um isolado de uma bactéria, a fim de caracterizá-la.
Nestas provas de identificação, o microbiologista irá observar as transformações químicas que ocorrem num determinado substrato, pela ação das enzimas de um dado microrganismo.
EXERCÍCIOS
1. Para que as bactérias presentes em uma amostra possam crescer “in vitro”, é necessário:
a) mantê-las congeladas.
b) semeá-las em meios de cultura apropriados.
c) semeá-las em meios de transporte.
d) mantê-las aquecidas.
e) corá-las pelo método de Gram.
2. Por que o antibiograma é um teste bastante solicitado com culturas 
bacterianas?
a) Porque indica a quantidade de bactérias presentes em um isolado que sofrem a ação de quimioterápicos.
b) Porque indica as transformações químicas ocorridas em um substrato, por ação de enzimas bacterianas.
c) Porque permite o melhor crescimento bacteriano.
d) Porque permite a diferenciação das bactérias quanto à forma.
e) Porque determina a resposta de um microrganismo específico a diferentes classes e tipos de antibióticos
Aula 07: Diagnóstico de Infecções Virais
Introdução
Com o avanço da virologia clínica nos últimos 30 anos, os vírus têm se firmado como uma das causas mais freqüentes de doenças infecciosas do homem. Por isso, um diagnóstico viral específico é clinicamente benéfico, tem custo eficiente e permite ao clínico otimizar o monitoramento do paciente e utilizar adequadamente as drogas antivirais, além de reduzir tratamento e exames diagnósticos desnecessários. Nesta aula serão abordados os procedimentos requeridos para a coleta e transporte de amostras, o cultivo viral e os métodos utilizados para a identificação dos vírus isolados.
Coleta e transporte de amostras
O sucesso de qualquer método diagnóstico das infecções virais é totalmente dependente de coleta e transporte adequados das amostras. Assim, as amostras para cultura, detecção de antígenos e ensaios com sondas de ácido nucléico exigem a presença de vírus viáveis e, portanto, devem ser coletadas durante a fase aguda da doença e do local de infecção aguda, pois é nesta fase em que há maior liberação dos vírus. Já na fase de convalescença a recuperação dos vírus de material biológico é esporádica e pouco confiável. A viabilidade viral varia com o transporte e o armazenamento. A fim de preservar a infectividade de vírus patogênicos comuns, devem-se utilizar meios de transporte contendo uma solução salina tamponada, um estabilizador de proteínas, um indicador de pH e antibióticos para inibir o crescimento indesejado de bactérias. Todas as amostras, exceto as amostras sangüíneas, devem ser transportadas e estocadas a 4°C e nesta temperatura devem permanecer até o seu processamento. Amostras transportadas em temperatura ambiente devem ser evitadas e desencorajadas, pois isto diminui as chances de isolamento viral. Somente amostras sangüíneas devem ser mantidas em temperatura ambiente.
Cultivo viral
Os vírus, como parasitas desprovidos de mecanismos de síntese intracelulares estritos, desenvolveram um parasitismo absoluto, utilizando os mecanismos celulares de produção de energia, o RNA de transferência e os ribossomos da célula.
São agentes infecciosos de dimensões submicroscópicas que existem como parasitas intracelulares. Desta forma, para o cultivo de vírus há a necessidade de cuturas celulares, ou qualquer outro sistema vivo, como ovos embrionados e animais experimentais.
A identificação de um isolado viral baseia-se na análise do efeito citopático (ECP) estabelecido em uma cultura de células, nas alterações que ocorrem no nível do ovo embrionado inoculado com a amostra, ou nos sinais de infecção de animais de laboratório inoculados, em geral camundongos recém-nascidos, coelhos ou cobaias. Para fins diagnósticos, o isolamento de vírus em culturas celulares é considerado o "padrão ouro" e, para tal, vários tipos celulares podem ser utilizados, como, por exemplo, células de rim de macaco, fibroblastos humanos, células de carcinoma de orofaringe, etc.
Métodos utilizadospara a identificação dos vírus isolados
Um isolado viral pode ser identificado por meio de testes sorológicos rápidos, tais como a reação de imunofluorescência, os ensaios imunoenzimáticos ou técnicas mais sofisticadas, empregando testes de biologia molecular, ou, ainda, técnicas de eletroforese. Todos estes métodos visam à confirmação de um determinado vírus isolado a partir de diferentes sistemas.
EXERCÍCIOS
1. De que maneira é feito o envio de uma amostra clínica para isolamento de vírus ao laboratório?
a) Transportada em temperatura ambiente, sem a necessidade do uso do meio de transporte.
b) Transportada em temperatura ambiente, em frasco com meio de transporte.
c) Transportada a 4°C, sem a necessidade do uso do meio de transporte.
d) Com exceção de amostras sangüíneas, as demais amostras devem ser trasnsportadas a 4°C, em frascos com meio de transporte.
e) Todas as amostras, inclusive sangue, devem ser trasnsportadas a 4°C, em frascoscom meio de transporte.
2. Assinale a alternativa que apresenta as possibilidades para o cultivo de vírus in vitro:
a) Agar-sangue, cultura de células e animais experimentais.
b) Agar-sangue, cultura de células e ovos embrionados.
c) Cultura de células, ovos embrionados e animais experimentais.
d) Meios de transporte, ovos embrionados e animais experimentais.
e) Meios de transporte, Agar-sangue e animais experimentais.
Aula 08: Diagnóstico Laboratorial das Infecções Parasitárias
Introdução
As infecções parasitárias colocam uma enorme carga em um sistema de saúde com recursos limitados e causam um grande impacto no desenvolvimento econômico e social em vários países do mundo. Nesta aula iremos abordar, de forma geral, os exames utilizados para recuperar e identificar parasitas protozoários e helmintos a partir de amostras sangüíneas e de fezes.
Métodos laboratoriais para o diagnóstico de protozoários sistêmicos
Exame de sangue
Parasitas sistêmicos (que podem ser detectados em amostras de sangue) incluem os agentes da malária, da babesiose, da doença de Chagas, da leishmaniose e da filariose. As técnicas mais importantes a ser realizadas num laboratório clínico para auxiliar no diagnóstico de parasitas sangüíneos são preparação, coloração e exame de lâmina de sangue (esfregaços espessos e finos). Para esta finalidade, colhe-se sangue de polpa digital ou de punção venosa e preparam-se as lâminas, as quais serão posteriormente coradas de forma apropriada e examinadas.
Exame de amostras fecais
A presença de parasitas intestinais é feita inicialmente pelo exame direto das fezes, utilizando técnicas de material a fresco, de concentração ou preparações coradas. Alternativamente, imuno-ensaios também podem ser utilizados. Nas preparações a fresco, tentam- se recuperar helmintos ou protozoários, em diferentes estágios de desenvolvimento, tais como ovos, larvas e vermes intactos ou partes dos mesmos, para o caso de helmintos, e trofozoítos, cistos ou oocistos, para o caso de protozoários.
Para o exame parasitológico de fezes (EPF), o ideal é que seja colhida uma amostra, naturalmente evacuada, em dias alternados, até um total de três amostras, uma vez que nem sempre é possível identificar um parasita com precisão em uma única amostra. A amostra pode ser colhida em frascos apropriados, limpos e secos, sem contaminação com urina, e pode ou não conter conservantes. Todas as amostras para estudo parasitológico devem ser coletadas antes de iniciar o tratamento com antibióticos, porém, se esses medicamentos tiverem sido administrados, novas colheitas fecais devem ser iniciadas somente duas semanas após o término do tratamento.
EXERCÍCIOS
1. O diagnóstico laboratorial das infecções parasitárias é utilizado para quê?
a) A confirmação de parasitoses intestinais, exclusivamente.
b) A confirmação de parasitoses sistêmicas, exclusivamente.
c) A confirmação de parasitoses intestinais e sistêmicas.
d) A confirmação de distúrbios gastro-intestinais e de motilidade gástrica.
e) A exclusão de infecções de outras etiologias.
2. Para o diagnóstico de infecções parasitárias intestinais, recomenda-se:
a) A coleta de uma única amostra de fezes, com o uso de laxantes.
b) A coleta de uma única amostra, sem o uso de laxantes.
c) A coleta de três amostras, de uma só evacuação.
d) A coleta de três amostras, com o uso de laxantes.
e) A coleta de três amostras alternadas, evacuadas naturalemente.
Aula 09: Diagnóstico Laboratorial das Infecções Parasitárias, continuação
Introdução
As doenças fúngicas, também conhecidas como micoses, têm se tornado cada vez mais comuns, fato explicado possivelmente pelo uso prolongado de drogas antibacterianas e imunossupressoras.
O isolamento e identificação de fungos é parte importante da microbiologia, embora a sua investigação em laboratório não seja fácil em alguns casos. Essa dificuldade se deve às diferentes técnicas empregadas na abordagem diagnóstica, às variadas características apresentadas por fungos em cultivo e parasitismo, e às diversidades das manifestações clínicas.
Além disso, os fungos apresentam crescimento lento, quando cultivados, sendo, portanto, os resultados obtidos não tão rápidos como aqueles obtidos na rotina laboratorial com as bactérias.
Classificação clínica das doenças fúngicas
As doenças fúngicas podem ser classificadas de acordo com o tipo de tecidos envolvidos.
As dermatofitoses incluem micoses superficiais e cutâneas, como tinea é-de-atleta ou frieira), tinea cruris (tinha) e tinea ungulum (onicomicose).
As micoses subcutâneas envolvem os tecidos subcutâneos e os músculos, como a esporotricose.
As micoses sistêmicas envolvem os tecidos profundos e órgãos, sendo consideradas as mais graves dos três grupos de micoses. Como exemplo destas micoses, podemos citar a blastomicose e a histoplasmose.
As micoses oportunísticas geralmente são observadas em pacientes com distúrbio na imunidade (pacientes imunocomprometidos) e apresentam localização variada, como a criptococose, a candidíase invasiva, a aspergilose, etc.
Tipos de amostras clínicas
A obtenção de amostras clínicas a ser submetidas à análise laboratorial varia de acordo com a área e o tipo de tecido envolvido, devendo-se, para isso, utilizar técnicas estéreis, especialmente com as superfícies da pele, unhas e pêlos. Além disso, deve-se tratar o espécime com hidróxido de potássio a 10% para destruir os elementos teciduais. Outras amostras incluem raspados de lesões, pus, líquido cefalorraquidiano, biópsias de tecidos, urina, sangue, fezes, escarro, lavado brônquico, etc.
Métodos diagnósticos das infecções fúngicas
Exame microscópico direto de amostras de tecido colocadas sobre uma lâmina e coradas para se determinar a presença de um possível agente fúngico.
Culturas para o isolamento do tipo específico de fungo. Para esta finalidade, podem-se utilizar uma variedade de meios de cultivo que permitem o crescimento dos fungos in vitro, sendo o agar glicose de Sabouraud (leia "saburô") o meio mais convencionalmente utilizado nos laboratórios de diagnóstico para o crescimento destes agentes. Devido ao seu pH baixo, este meio inibe o crescimento bacteriano.
Testes sorológicos são úteis na identificação dos fungos de isolados clínicos.
EXERCÍCIOS
1. As infecções fúngicas ou micoses têm assumido um papel relevante nos processos infecciosos. Isto se deve ao seguinte fato:
a) Uso prolongado de antibióticos e drogas imunossupressoras.
b) Falta de saneamento básico.
c) Falta de medidas de proteção individual.
d) Uso indiscriminado de cosméticos indevidamente esterilizados.
e) Falta de medicamentos específicos ao seu tratamento.
2. Para a coleta de amostras clínicas visando ao isolamento de um agente fúngico, o que podemos utilizar?
a) Sangue e saliva, apenas.
b) Pele, pêlos ou unhas, entre outros.
c) Urina e sangue, apenas.
d) Fezes e urina, apenas.
e)Secreções corpóreas, apenas.
Aula 10: Exame de Urina de Rotina e Testes Relacionados
Introdução
O exame de urina, também conhecido como urinálise, representa um elemento indispensável da patologia clínica, considerando-se que pode fornecer uma ampla variedade de informações úteis no que diz respeito às doenças envolvendo os rins e qualquer parte do trato urinário inferior. A urinálise é útil no diagnóstico de nefrose (degeneração dos rins sem inflamação); nefrite (inflamação dos rins), incluindo pielonefrite (infecção bacteriana) ou glomerulonefrite (sem infecção); e cistite (inflamação da bexiga). O objetivo desta aula é discutir as informações fornecidas pela urinálise de rotina.
Urinálise de rotina
O exame de urina de rotina é composto por dois componentes principais: a análise macroscópica da urina, que fornece informações importantes da urina quanto à coloração, odor, turvação, densidade específica, pH, volume e demais componentes químicos da urina, e o exame microscópico do sedimento urinário.
Exame com fita reagente
Alguns tipos de fitas-testes estão disponíveis e permanecem sendo um teste de linha de frente útil para a detecção precoce e acompanhamento de pacientes com anormalidades químicas, e faz parte de toda avaliação urinária. A urinálise com fita reagente permite a análise físico-química da urina. De aspecto semelhante a pedaços de papel mata-borrão em uma fita de papel ou plástico, estas fitas reagentes quimicamente impregnadas possibilitam a rápida determinação do pH, proteínas, glicose, cetonas, bilirrubina, hemoglobina (sangue), nitrito, esterase leucocitária, urobilinogênio e densidade urinária específica. A ponta da fita é impregnada com substâncias químicas que reagem com substâncias específicas na urina para produzir resultados visuais codificados por cores, e comparados
com controles de cor fornecidos.
Exame microscópico do sedimento urinário
Este exame é efetuado no sedimento da urina centrifugada. Trata-se do procedimento laboratorial mais comum utilizado para a detecção de doença renal ou do trato urinário. No indivíduo saudável, a urina contém um pequeno número de células, como hemácias, leucócitos e células epiteliais, provenientes da descamação ou esfoliação espontânea dos rins e estruturas adjacentes; cilindros, que representam conglomerados protéicos que adquirem a forma dos túbulos renais onde são formados; microrganismos, como bactérias, fungos e parasitas; cristais de fosfato, urato e oxalato; espermatozóides e muco.
EXERCÍCIOS
1. Quais são os componentes principais da urinálise de rotina?
a) Cultura da urina, análise macroscópica e microscópica.
b) Cultura da urina e análise macroscópica.
c) Cultura da urina e análise microscópica.
d) Cultura da urina e testes sorológicos.
e) Análise macroscópica e exame microscópico do sedimento urinário.
2. Qual é a finalidade das medições da urina em fitas-reagentes?
a) Avaliação de elementos celulares.
b) Avaliação de agentes infecciosos.
c) Avaliação de constituintes físico-químicos da urina.
d) Avaliação de constituintes biológicos da urina.
e) Avaliação de constituintes do sedimento urinário.
Aula 11: Exame do Líquido Cefalorraquidiano
Introdução
O líquido cefalorraquidiano (LCR) é formado dentro das cavidades ou ventrículos do encéfalo pelo plexo coróide e plasma sangüíneo difundido. Nos adultos, é produzido a uma taxa de 20 mL/h, o que corresponde a aproximadamente 500 mL/24 h. Como o volume do LCR é de cerca de 100 a 150 mL, isso significa que ele é renovado em média a cada 6 horas ou três vezes por dia. Entre as suas diferentes funções, a principal é proteger mecanicamente o tecido cerebral.
Além disso, atua como um lubrificante, evitando atrito com o crânio, realiza a coleta de resíduos, faz circular nutrientes e varia sua produção de acordo com a pressão intracraniana. A composição do LCR é controlada pelas barreiras hematoencefálica a e hematoliquórica, que também protegem contra a invasão de agentes externos.
O exame do LCR vem sendo utilizado como arma diagnóstica desde o final do século XIX, contribuindo significativamente para o diagnóstico de diferentes patologias neurológicas, tais como hemorragia subaracnóide, processos malignos do sistema nervoso central (SNC), doenças desmielinizantes, infecção meníngea (meningite meningocócica). Nesta aula, iremos descrever os exames básicos realizados no LCR.
Obtenção do LCR
O LCR é obtido preferencialmente através de punção lombar, realizada por médico, e este procedimento marca a análise do LCR, visto que é no momento da coleta que se verificam as pressões liquóricas (a medida da pressão é realizada para detectar comprometimento do fluxo de LCR ou para reduzir a pressão do LCR através da remoção de um pequeno volume do mesmo) e o aspecto geral do LCR.
Normalmente, cerca de 20 mL de LCR podem ser removidos e o médico deve estar ciente da quantidade de LCR necessária para os exames laboratoriais solicitados, de maneira a assegurar que uma amostra suficiente seja obtida. De modo geral, a amostra é dividida em três tubos estéreis: o primeiro é destinado para os estudos bioquímicos e imunológicos, o segundo para o exame microbiológico e o terceiro para a contagem celular e diferencial.
Em caso de suspeita de processos malignos, um tubo adicional poderá ser inserido na posição número 3, para análise citológica. Tubos de vidro devem ser evitados, a fim de evitar a aderência de células em suas paredes e comprometer os resultados da contagem celular e contagem diferencial.
Exame microscópico do LCR
a) Contagem total de células
É realizada em LCR não diluído, em câmara de contagem manual (câmara de Fuchs- Rosenthal). O LCR é examinado quanto à presença de hemácias e leucócitos, os quais são contados e identificados pelo tipo. O LCR normal é totalmente desprovido de células, ou pode conter até 5 células/mm3. O aumento do número de leucócitos no LCR é denominado pleocitose e pode ser provocado por diferentes processos patológicos.
b) Contagem diferencial de células
É feita a partir da citocentrifugação rápida do LCR, posterior secagem ao ar livre e coloração pelo método de Wright. Neste esfregaço, será feita a contagem diferencial de células. Alternativamente a contagem diferencial poderá ser feita pela técnica de citometria de fluxo.
Análise bioquímica do LCR
Compreende a dosagem de proteínas, de glicose e de cloretos, tendo em vista que tais substâncias, apresentando-se em concentrações alteradas no LCR, são indicativas de diferentes processos mórbidos do SNC.
EXERCÍCIOS
1. A análise do LCR é útil no esclarecimento das seguintes enfermidades:
a) doenças reumáticas e cardíacas.
b) doenças do SNC e infecções bacterianas, como a meningite meningocócica.
c) distúrbios metabólicos.
d) disfunções hepáticas.
e) transtornos alimentares.
2. Quanto ao aspecto do LCR normal, é correto afirmar que:
a) este apresenta-se amarelado, lembrando a tonalidade da urina.
b) este apresenta-se levemente rosado, visto que é composto de hemácias.
c) este apresenta-se incolor e límpido, lembrando a aparência da água.
d) este apresenta-se na cor castanho clara, devido aos resíduos por ele 
transportados.
e) este apresenta-se esverdeado, devido às altas concentrações de cloro nele presentes.
Aula 12: Exames Hematológicos Básicos
Introdução
Existem vários exames que formam a base do diagnóstico laboratorial em hematologia (a hematologia compreende o estudo das células do sangue e da coagulação; as análises da concentração, estrutura e função das células do sangue; seus precursores na medula óssea; constituintes químicos do plasma ou soro ligados à estrutura e função das células sangüíneas e a função das plaquetas e proteínas envolvidas na coagulação sangüínea). Nesta aula iremos abordar os exames hematológicos básicos, os quais possibilitam uma avaliação de diferentes distúrbios do sangue relacionados à produção(hematopoiese), síntese e função celular.
Obtenção de amostras de sangue
As amostras de sangue para testes hematológicos podem ser obtidas por punção de polpa digital ou por punção venosa, sendo que este procedimento permite a obtenção de maiores quantidades de sangue. Já a aspiração de medula óssea, um procedimento invasivo, é realizada por médico e consiste da obtenção de amostra de medula óssea através de biópsia ou aspiração com agulha.Trata-se de um exame importante na avaliação de vários distúrbios hematológicos e de doenças infecciosas.
Hemograma completo
É um teste de triagem básico amplamente solicitado pelos médicos e consta da análise qualiquantitativa das células do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas) e inclui contagem global e diferencial de leucócitos (neutrófilo, eosinófilo, basófilo, monócito, linfócito, outros), contagem global de eritrócitos, dosagem de hemoglobina (Hb), hematócrito (Ht), índices hematimétricos: hemoglobina corpuscular média (HCM), volume corpuscular médio (VCM), concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM), amplitude de distribuição dos eritrócitos (RDW) e contagem global de plaquetas.
Os achados no hemograma completo fornecem informações diagnósticas úteis sobre o sistema hematológico, processos infecciosos e inflamatórios, prognóstico, resposta ao tratamento e recuperação de várias enfermidades. Por exemplo, a avaliação eritrocitária pode identificar processos anêmicos, policitêmicos, alterações de forma e tamanho das hemácias.
A avaliação leucocitária pode identificar processos inflamatórios, infecciosos, alérgicos, parasitários e leucêmicos. Pode também indicar a presença de elementos anormais e de atipias linfocitárias.
A avaliação plaquetária identifica processos de trombocitopenias adquiridas ou hereditárias e trombocitoses. A análise quantitativa das hemácias, leucócitos totais, plaquetas e a avaliação dos índices hematimétricos é hoje realizada por meio de equipamentos automatizados que combinam diferentes métodos de avaliação de alta tecnologia e precisão à capacidade de análise de milhões de células, permitindo resultados mais precisos.
A análise qualitativa é realizada pela avaliação da lâmina corada, associada aos resultados obtidos pela avaliação eletrônica. A coloração das células diferencia em detalhes
as estruturas nucleares e citoplasmáticas, permitindo a avaliação do tamanho das células, a relação núcleo/ citoplasma, a forma do núcleo, a presença de nucléolos, o padrão da cromatina e a coloração do citoplasma, a presença de granulação, vacúolos e outras alterações morfológicas.
Contagem de reticulócitos
Os reticulócitos são células jovens que representam uma fase intermediária entre os eritroblastos da medula óssea e os eritrócitos maduros, anucleados e já totalmente hemoglobinizados. Por ainda não estarem totalmente maduros, os reticulócitos apresentamse na periferia como células um pouco maiores que os eritrócitos e com uma coloração azul-acinzentada que se deve à existência de material nuclear residual de cor azulada associada à cor avermelhada da hemoglobina.
A contagem de reticulócitos é importante, pois serve como indicador da produção de eritrócitos pela medula óssea. As causas mais comuns de reticulocitose são as hemor ragias agudas, as anemias hemolíticas agudas e crônicas e a resposta ao tratamento de reposição de ferro, folato e vitamina B12. Uma contagem diminuída de reticulócitos pode ocorrer nas anemias aplásticas, na invasão medular e nas anemias carenciais antes do tratamento.
Para a execução desta técnica, são misturadas três gotas de sangue a um corante vital, como o azul de cresil brilhante ou azul de metileno e a seguir este material é observado ao microscópio, onde os reticulócitos aparecem com uma coloração azul-pálida e contêm material reticulado ou granuloso de cor azul-escura; os eritrócitos se coram em azul-pálido ou azul-esverdeado.
Velocidade de hemossedimentação
A velocidade de hemossedimentação (VHS) reflete o resultado entre as forças envolvidas no movimento de sedimentação das hemácias e os mecanismos oponentes exercidos por substâncias plasmáticas, principalmente o fibrinogênio e as proteínas de fase aguda.
O teste de VHS baseia-se no fato de que quando o sangue venoso, bem misturado, é colocado num tubo vertical, os eritrócitos tendem a sedimentar no fundo e o comprimento da queda, a contar do topo da coluna de eritrócitos, pode, então, ser mensurado, num determinado intervalo de tempo.
O VHS é um indicador não-específico de infecção e lesão tecidual. É útil para monitorar inflamação crônica, inclusive a atividade da doença como na artrite reumatóide, visto que a presença de processos inflamatórios leva a uma agregação maior das hemácias,
formando agregados conhecidos como rouleaux, e esse fenômeno favorece o aumento da
velocidade de sedimentação das hemácias.
EXERCÍCIOS
1. Assinale a alternativa que apresenta testes que se relacionam às hemácias:
a) VHS e índices leucocitários.
b) VHS e contagem de leucócitos.
c) Contagem de reticulócitos e contagem de leucócitos.
d) Hb, Ht e índices hematimétricos.
e) Hb, HT e contagem de leucócitos.
2. VHS pode auxiliar no esclarecimento diagnóstico dos seguintes processos mórbidos:
a) Displasias mamárias.
b) Acidente vascular cerebral.
c) Artrite reumatóide e polimialgia reumática.
d) Síndrome de Guillain Barre.
e) Síndrome de Sabin..
Aula 13: Banco de Sangue: Imuno-Hematologia
Introdução
O termo imuno-hematologia define as propriedades e reações imunológicas de todos os componentes e constituintes sangüíneos, estando intimamente relacionado à medicina transfusional, a qual representa uma seção de patologia clínica que envolve a transfusão sangüínea, de seus componentes e de seus derivados.
Os testes imuno-hematológicos identificam antígenos altamente reativos, presentes nas hemácias, e seus anticorpos presentes em células do sangue (os leucócitos). O objetivo desta aula, portanto, é fornecer ao aluno informações relevantes quanto aos testes laboratoriais realizados para evitar possíveis efeitos indesejáveis de transfusões sangüíneas. Para a total compreensão do assunto, o aluno deve ter em mente que todo sangue doado, enquanto é processado, deve ser submetido a vários testes relativos aos componentes sangüíneos, como, por exemplo, grupos sangüíneos ABO; fatores Rh; e, também, testes sorológicos para algumas doenças infecciosas transmitidas pelo sangue, como, por exemplo, sorologia para HIV e hepatites B e C; vírus T-linfotrópicos humanos tipo I (HTLVI) ou vírus linfotrópicos de células T humanas do tipo I (HTLV-I), VDRL; malária, entre outros. A nossa abordagem irá se ater aos testes relativos aos componentes sangüíneos.
Tipagem ABO
O sistema de grupo sangüíneo ABO baseia-se no fato de que o sangue humano é agrupado de acordo com a presença ou ausência de antígenos de grupo sangüíneo específicos, encontrados na superfície das hemácias, e estes antígenos podem induzir o organismo a produzir anticorpos.
A compatibilidade do sistema ABO é a base de todos os outros testes pré-transfusão. Portanto, todos os doadores e possíveis receptores de sangue devem ter seu tipo sangüíneo determinado para evitar transfusão com hemoderivados incompatíveis.
Tipagem Rh
O sangue humano é classificado como Rh-positivo ou Rh-negativo e esta classificação relaciona-se à presença ou ausência do antígeno Rh na membrana da hemácia. O antígeno Rh (agora denominado Rh0 [D]) é, depois dos antígenos A e B, o mais importante na prática da transfusão, uma vez que indivíduos Rh-negativos podem desenvolver anticorpos contra antígenos Rh-positivos se forem estimulados através de uma transfusão de sangue Rh-positivo ou através de sangramento fetal-materno de um feto Rh-positivo. A tipagem Rh é efetuada em todos os doadores e receptores de sangue.
Teste de Coombs direto
Trata-se de um teste realizado em uma única etapa e que demonstra a presença de anticorposque recobrem as hemácias, indicando, assim, que houve a sensibilização das hemácias do paciente com estes anticorpos a ela fixados. É realizado com sangue total. Este fenômeno pode ser devido, por exemplo, ao recebimento de sangue incompatível quanto ao sistema Rh. As principais indicações para o teste de Coombs direto incluem o diagnóstico de doença hemolítica do recém-nascido; o diagnóstico de anemia hemolítica em adultos, especialmente a anemia hemolítica de caráter auto-imune e a pesquisa de reações transfusionais hemolíticas.
Teste de Coombs indireto (pesquisa de anticorpos irregulares do receptor)
O teste de Coombs indireto permite a identificação de anticorpos antieritrocitários no soro. É importante, por exemplo, para a avaliação de gestantes Rh (-), pois revela anticorpos anti-Rh maternos durante a gravidez, indicando incompatibilidade e nas fases pré-transfusionais, especialmente em pacientes já transfundidos, em que pode ter ocorrido sensibilização para Rh e outros sistemas.
Teste de compatibilidade (prova cruzada)
É um procedimento que testa o soro do receptor com as hemácias a ser transfundidas. Na prática, será simulado in vitro o que pode acontecer in vivo, ou seja, a capacidade biológica de um anticorpo causar destruição de eritrócitos incompatíveis imediata ou tardiamente.
EXERCÍCIOS
1. O que você entende por imuno-hematologia?
a) Define as propriedades e reações imunológicas de todos os componentes e
constituintes sangüíneos, estando intimamente relacionada à medicina transfusional.
b) Define as características antigênicas dos constituintes sangüíneos e de seu uso em medicina transfusional.
c) Define as características imunológicas dos anticorpos presentes nas hemácias e seu impacto em transfusões sangüíneas.
d) Define as reações sorológicas ocorridas no sangue e seus derivados em uma transfusão inadequada.
e) Define o impacto de uma transfusão mal sucedida no organismo de um receptor.
2. Para uma transfusão de sangue bem sucedida, é fundamental que:
a) o sangue do doador seja compatível com o sangue do receptor pelo menos em relação ao número de hemácias/mm3.
b) o sangue do doador seja compatível com o sangue do receptor pelo menos em relação ao sistema de antígenos ABO e Rh.
c) o sangue do doador seja compatível com o sangue do receptor pelo menos em relação ao sistema HLA.
d) o sangue do doador seja compatível com o sangue do receptor pelo menos em relação ao número de leucócitos/ mm3.
e) o sangue do doador seja compatível com o sangue do receptor pelo menos em relação ao número de plaquetas/ mm3.
Aula 14: Perfil Bioquímico
Introdução
Os exames bioquímicos são exames complementares que devem ser analisados em conjunto com outros exames como o hemograma e a urinálise para auxiliarem o diagnóstico clínico. Determinar um perfil bioquímico significa ter acesso a múltiplas determinações bioquímicas simultâneas para avaliar a função de um ou mais sistemas do organismo, tais como os rins, o fígado e algumas glândulas endócrinas, além do metabolismo de lipídeos, proteínas e nutrientes. Os exames relacionados à bioquímica sanguínea compreendem as dosagens de metabólitos, minerais e enzimas.
A tabela a seguir mostra alguns dos parâmetros do perfil bioquímico mais comumente
solicitados:
Condições da amostra
A amostra utilizada para a execução dos testes que compõem o perfil bioquímico é de sangue e, para fins de coleta, é necessário seguir um período de jejum, o qual varia para cada parâmetro analisado.
Glicose
A dosagem de glicose no sangue é um dos exames mais solicitados aos laboratórios clínicos e tem como finalidade diagnosticar e acompanhar o tratamento de portadores de algum distúrbio no metabolismo de carboidratos que levem a situações de hipo ou hiperglicemia. Um dos problemas mais freqüentes envolvendo carboidratos é o diabetes mellitus, que pode ser descrito como um grupo de doenças metabólicas de diversas etiologias, caracterizado por hiperglicemia, glicosúria e outras manifestações clínicas decorrentes do comprometimento, principalmente, do sistema vascular e do sistema nervoso, levando a lesões em múltiplos órgãos, em especial olhos, rins e coração.
Nitrogênio uréico sangüíneo
O nitrogênio uréico sangüíneo (uremia) é, na realidade, determinado mais no soro do que no sangue total, podendo, também, ser dosado na urina. Trata-se de uma importante prova de função renal que reflete a incapacidade dos rins em depurar suficientemente a uréia, a qual irá se acumular no sangue.
Ácido Úrico
A determinação de ácido úrico é útil no diagnóstico das hiperuricemias, como as encontradas na gota, na calculose e nefropatia úricas, na insuficiência renal, em neoplasias, leucemias, linfomas, mieloma, policitemia, toxemia da gravidez, psoríase e glicogenose tipo I, sendo que em pacientes hospitalizados, a insuficiência renal é a causa mais comum de níveis elevados de ácido úrico.
Colesterol total
O exame do colesterol detecta distúrbios dos lipídeos sangüíneos e indica o potencial risco de doença coronariana. Como níveis elevados de colesterol estão implicados em processos ateroscleróticos, isso faz dele um dos parâmetros mais freqüentemente dosados no laboratório clínico.
Proteínas totais
A avaliação de níveis séricos de proteínas é de grande auxílio na avaliação do estado nutricional e da presença de doenças sistêmicas agudas ou crônicas.
Geralmente, o valor isolado da proteína total tem utilidade médica em grandes elevações como no mieloma múltiplo ou na diminuição acentuada de seus níveis, como os encontrados nos estados graves de desnutrição, perdas como na síndrome nefrótica e enteropatias perdedoras de proteínas, ou na alteração da síntese protéica, que ocorre nas doenças hepáticas graves.
Bilirrubina total e frações
A determinação da bilirrubina total e frações é útil na avaliação de hepatopatias, de quadros hemolíticos e, em particular, na avaliação da icterícia do recém-nascido. Além da eritroblastose fetal, outras causas de icterícia no recém-nascido incluem: icterícia fisiológica, reabsorção de hematoma, hipotiroidismo, obstrução das vias biliares, galactosemia, sífilis, toxoplasmose, citomegalia, rubéola, deficiência de glicose-6-fosfato desidrogenase (G6PD) e esferocitose.
Transaminase glutâmico-oxaloacética
A dosagem desta enzima no soro é útil na avaliação de hepatopatias e cardiopatias.
Transaminase glutâmico-pirúvica
O teste é útil na avaliação de hepatopatias. É um teste sensível para lesão hepatocítica e recomendado para rastreamento de hepatites.
Glutamiltransferase (GGT)
Trata-se de uma enzima cuja determinação no soro é indicada para identificar disfunção dos hepatócitos e para detectar hepatopatia induzida por álcool. Níveis elevados de GGT podem ser observados em pacientes portadores de obesidade e no uso de drogas como analgésicos, anticonvulsivantes, quimioterápicos, estrogênio e contraceptivos orais.
Nos períodos após infarto agudo do miocárdio, a GGT pode permanecer alterada por semanas.
Desidrogenase lática
Seus valores encontram-se elevados em todas as situações em que ocorre grande destruição celular.
Os níveis séricos elevados são encontrados em diferentes condições como anemia megaloblástica e hemolítica, leucemias, linfoma, hemoglobinopatias, nfarto agudo do miocárdio, infarto pulmonar, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência coronariana, choque e hipóxia importantes, doenças musculares, lesões hepáticas, neoplasias primárias ou secundárias (metastáticas), hepatites, icterícias obstrutivas e cirrose.
Fosfatases alcalinas
Representam um grupo de isoenzimas, de origem variada, cuja determinação é útil na avaliação e seguimento de hepatopatias, processos colestáticos em geral e no diagnóstico e seguimento de processos ósseos que resultam em aumento da sua atividade.
Fosfatase ácida prostática
Este exame faz diagnóstico de câncer metastático da próstata e monitora a eficácia do tratamento.Cálcio
Exame útil no diagnóstico e seguimento de distúrbios do metabolismo de cálcio e fósforo, incluindo doenças ósseas, nefrológicas e neoplásicas com repercussões naquele metabolismo.
Fósforo
O teste é útil no diagnóstico das hiperfosfatemias (mieloma múltiplo, metástases ósseas, insuficiência renal crônica, hipoparatiroidismo e cetoacidose diabética) e das hipofosfatemias (hiperparatiroidismo, síndrome de Fanconi, alcoolismo agudo, síndrome de má absorção, deficiência de vitamina D e acidose tubular renal). Os níveis de fósforo são sempre avaliados em relação aos níveis de cálcio, pois os mecanismos de regulação do cálcio afetam também os níveis de fósforo, havendo entre os dois uma relação inversa: a elevação de um significa a diminuição do outro.
EXERCÍCIOS
1. Para doenças coronarianas, um dos parâmetros bioquímicos + utilizados é:
a) Dosagem de bilirrubinas totais e frações.
b) Dosagem de colesterol total.
c) Dosagem de glicose.
d) Dosagem de ácido úrico.
e) Dosagem de fósforo.
2. Valores alterados nos níveis séricos de fósforo, influenciam os níveis de:
a) Magnésio
b) Cloro
c) Potássio
d) Cálcio
e) Amônia
Aula 15: Marcadores Tumorais
Introdução
O câncer é o resultado da transformação de uma célula normal para uma célula com características de malignidade, como a falta de controle do crescimento celular. Durante o seu desenvolvimento, uma célula tumoral expressa diferentes produtos que podem ser utilizados como marcadores tumorais. Estes produtos podem ser enzimas, proteínas séricas, metabólitos, hormônios, glicoproteínas, etc. Marcador tumoral é uma substância presente no tumor, no sangue ou em outros fluidos biológicos, produzida primariamente por ele ou, à presença do tumor.
É importante que esta substância possa ser utilizada para diferenciar tecidos normais de neoplásicos e que possa ser caracterizada e/ ou quantificada por procedimentos relativamente práticos. Poucos marcadores tumorais possuem especificidade para um determinado tipo de tumor, sendo que a maioria deles pode ser detectada em diferentes tumores. Os marcadores tumorais são usados como fatores prognósticos ou de risco e permitem obter uma maior sensibilidade e especificidade sobre a atividade tumoral.
Na prática, a maioria dos marcadores tumorais é achada em baixas concentrações em indivíduos normais e em quantidades mais altas durante processos inflamatórios e outras condições malignas e não-malignas. Por isso, seu papel mais importante não está no diagnóstico da neoplasia, e sim como um co-fator, orientador e confirmatório, do diagnóstico, com um papel definido na avaliação das recidivas, na resposta à terapia e na avaliação do prognóstico de evolução do tumor. Nesta aula iremos apresentar algumas considerações importantes a respeito dos marcadores clínicos em uso atual.
Classificação dos marcadores tumorais
Os marcadores tumorais são divididos em 5 categorias:
Enzimas e proteínas
Glicoproteínas
Glicoproteínas mucinas
Hormônios
Moléculas do sistema imune
Enzimas e proteínas
A tabela a seguir mostra as principais enzimas e proteínas usadas como marcadores tumorais e suas características relevantes:
Glicoproteínas
As glicoproteínas são marcadores tumorais derivados de tecido fetal ou placentário, encontrados em pequenas quantidades no tecido de adulto normal. Portanto, esses marcadores não são específicos para nenhum tumor. A tabela a seguir mostra exemplos de marcadores tumorais dessa classe.
Glicoproteínas mucinas
Glicoproteínas mucinas são antígenos de superfície celular de alto peso molecular. Elas são compostos por 60 a 80% de carboidrato e têm uma semelhança estrutural com os antígenos de grupo sangüíneo Lewis A e B. As glicoproteínas mucinas expressas na superfície epitelial incluem CA 15-3, CA 19-9 e CA 125 (tabela).
Hormônios
Moléculas do sistema imune
EXERCÍCIOS
1. Podemos definir marcadores tumorais como:
a) Substâncias com capacidade de marcar os tumores.
b) Substâncias com capacidade de destruir os tumores.
c) Substâncias com capacidade de tratar os tumores.
d) Substâncias com capacidade de promover a proliferação dos tumores.
e) Substâncias presentes no tumor, no sangue ou em outros fluidos biológicos, produzidas primariamente por ele ou, secundariamente, pelo organismo, em resposta à presença do tumor.
2. Como se classificam os marcadores tumorais?
a) Lipídeos e carboidratos.
b) Lipídeos, metabólitos, açúcares e eletrólitos.
c) Enzimas e proteínas, glicoproteínas, glicoproteínas mucinas, hormônios e moléculas do sistema imune.
d) Enzimas e proteínas, açúcares e eletrólitos.
e) Lipídeos, metabólitos, hormônios e moléculas do sistema imune.
Aula 16: Provas de Função Tireoidiana
Introdução
Determinações laboratoriais da função tireoidiana são úteis para distinguir pacientes com eutireoidismo (função da glândula tireóide normal) daqueles com hipertireoidismo (função aumentada) ou hipotireoidismo (função diminuída).
O quadro clássico de hipertireoidismo ou de hipotireoidismo quase sempre é incompleto e pode estar totalmente ausente. Pode haver apenas um sintoma ou sinal perceptível, que pode ser vago, confuso ou sugestivo de alguma outra doença. Por esta razão, o médico deve recorrer ao laboratório para confirmar ou excluir o diagnóstico.
Nesta aula, abordaremos as determinações laboratoriais mais importantes que medem a capacidade secretória da glândula tireóide, auxiliando, assim, na elucidação do diagnóstico das tireoidopatias.
Dosagem sérica de tiroxina (T4) total
T4 é um hormônio produzido pela tireóide, que circula, em grande parte, ligado a uma proteína como, por exemplo, a albumina. Algumas drogas, como os anticoncepcionais, ou a gravidez elevam os níveis de T4, sem que isso necessariamente signifique doença tireoidiana. Outros fatores que podem interferir são uso de hormônios tireoidianos e corticóides, desnutrição, patologias hepáticas ou renais, etc. A dosagem de T4 é útil no diagnóstico do hiper e do hipotireoidismo. Nos casos de hipertireoidismo, os níveis séricos de T4 se elevam, enquanto que nos casos de hipotireoidismo, tais níveis se encontram reduzidos.
Dosagem sérica de triiodotironina (T3) total
O hormônio T3 é produzido pela tireóide (1/3) e a partir de T4 (2/3) nos tecidos periféricos. Sua concentração é cerca de 1/70 daquela de T4.
Assim como T4, circula associado a proteínas, como a albumina. Sua dosagem é realizada para o diagnóstico de hipertireoidismo. Pode estar reduzido em certas situações, como no pós-operatório, doenças graves, jejum, uso de corticóides, propranolol, amiodarona e em pessoas idosas.
Dosagem de T4 livre
A tiroxina livre (T4L) é um hormônio biologicamente ativo, que está disponível para os tecidos, não unido a proteínas transportadoras e constitui uma pequena fração da tiroxina total. Níveis elevados de T4L estão associados à doença de Graves, um distúrbio do sistema imunitário, e à tireotoxicose causada por superprodução de T4. Níveis reduzidos de T4L estão associados a hipotireoidismo primário, secundário (hipofisário) e terciário (hipotalâmico) e tireotoxicose causada por superprodução de T3.
Dosagem de T3 livre (T3L)
Aproximadamente 0,5% do T3 circula na forma livre, não associado a proteínas e, assim como T4, é considerado uma fração biologicamente ativa. A grande indicação do T3L é o diagnóstico e o acompanhamento do paciente hipertireoidiano.
Dosagens do hormônio estimulante da tireóide (TSH)
O TSH é um hormônio secretado pela hipófise anterior e estimula a tireóide a liberar T3 e T4. Sua dosagem é utilizada no diagnóstico de hipotireoidismo primário e de hipertireoidismo (onde é indetectável). A determinação de TSH é útil em diferentes circunstâncias, sendo considerada um ensaio de primeira linha para o diagnóstico de patologias funcionais da tireóide.
EXERCÍCIOS
1. O hipertireoidismo ocorre quando:
a) T3 e T4 são produzidos

Continue navegando

Outros materiais