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relatório estágio supervisionado II

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FACULDADE UniFTC de JEQUIÉ
ELIAS GONÇALVES DOS SANTOS
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
JEQUIÉ – BA
 2021
ELIAS GONÇALVES DOS SANTOS
PRECEPTORA: IVONEIDE SANTANA RANGEL SOARES
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO II
Relatório apresentado à Faculdade UniFTC de Jequié para fim avaliativo do Componente Curricular “Estágio Supervisionado II” como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Biomedicina.
Professora Orientadora: Deise Kelly Queiroz Santos Trindade.
Período: Junho à setembro de 2021.
JEQUIÉ – BA
2021
SUMÁRIO
1 IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO DA EMPRESA...............................................4
2 INTRODUÇÃO......................................................................................................................7
3 Hematologia............................................................................................................................9
3.1 Hemograma........................................................................................................................10
3.2 Reticulócitos e falcemia.....................................................................................................15
3.3 Velocidade de hemossedimentação (VHS)......................................................................17
3.4 Tipagem sanguínea............................................................................................................19
3.5 Teste de coombs.................................................................................................................18
3.6 Coagulograma...................................................................................................................22
4 BIOQUÍMICA......................................................................................................................26
4.1 Ácido úrico.........................................................................................................................27
4.2 Colesterol............................................................................................................................28
4.3 Creatinina..........................................................................................................................29
4.4 Gama-glutamil transferase (GGT)...................................................................................29
4.5 Glicose...............................................................................................................................30
4.6 Transaminase Oxalacética (TGO) / Aspartato Aminotransferase (AST)...................31
4.7 Transaminase Pirúvica (TGP) / Alanina Aminotransferase (ALT)..............................32
4.8 Triglicérides.......................................................................................................................32
4.9 Fosfatase Alcalina..............................................................................................................32
4.10 Ureia ................................................................................................................................33
4.11 Glutamato desidrogenase (GLDH)................................................................................34
4.12 Determinação de eletrólitos ...........................................................................................34
5 IMUNO/HORMÔNIO.........................................................................................................35
5.1 Proteína C Reativa (PCR)................................................................................................36
5.2 Fator Reumatoide (FR).....................................................................................................38
5.3 Antiestreptolisina (ASLO)................................................................................................38
5.4 Widal..................................................................................................................................39
5.5 Veneral Disease Research Laboratory (VDRL).............................................................40
5.6 Anti-HBsAg........................................................................................................................41
5.7 Anti-HCV...........................................................................................................................43
5.8 Anti- HIV...........................................................................................................................43
5.9 CHIKUNGUNYA IgG/IgM..............................................................................................45
5.10 Dengue (NS1)...................................................................................................................46
5.11 Teste sorológicos para diagnóstico de COVID-19........................................................48
5.12 Imuno-rápido HCG qualitativo.....................................................................................51
5.13 Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes (PSO)...................................................................53
6 UROANÁLISE.....................................................................................................................54
6.1 Exame físico........................................................................................................................55
6.2 Exame químico...................................................................................................................56
6.3 Exame microscópico..........................................................................................................57
7 PARASITOLOGIA..............................................................................................................60
7.1 Método de Hoffman, Pons e Janer (Lutz).......................................................................61
8 CONCLUSÃO......................................................................................................................67
REFERÊNCIAS......................................................................................................................68
ANEXOS..................................................................................................................................71
1 IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
O presente estágio foi realizado no laboratório Instituto de Análises Clínicas de Jequié (IACLIJE), localizado à Rua Silva Jardim, Número 103 – Centro, CEP, Jequié – BA. Fone: (73) 3525 – 1302 / (73) 3525 – 9957, correio eletrônico: contato@laboratorioiaclije.com.br. O mesmo é um laboratório de pequeno porte, com equipamentos automatizados, tem por funcionamento os turnos matutino e vespertino, seu atendimento é de segunda-feira a sábado. O horário do estágio foi intercalado, entre os dois turnos, de modo a manter a segurança dos estagiários no vigente período de pandemia, além de permitir que os estudantes também atuassem em ambas as rotinas. Internamente o laboratório atende demanda de diversos setores, possibilitando o conhecimento em áreas distintas. O estágio foi realizado nas áreas das análises clínicas, com atuação nos setores de hematologia, bioquímica, imunologia, parasitologia, uroanálise e controle interno de qualidade, sendo a professora Deise Kelly Trindade, a orientadora do estágio, e tendo por Supervisora a farmacêutica bioquímica Ivoneide Santana Rangel Soares. Com carga horária de 160, teve por início o dia 14/04/2021 e término no dia 01/06/2021.
O laboratório IACLIJE atua com as análises clinicas atendendo a população de Jequié a mais de 25 anos. Sendo conhecido pela qualidade dos seus serviços, e prestando resultados precisos e seguros, garantido a segurança e confiabilidade dos seus usuários. Está divido em setores, sendo os funcionários responsáveis pelos diferentes setores. A demanda de atendimento clinico ambulatorial era realizada em partes, onde o primeiro contatocom o paciente acontece na recepção, sendo essa responsável por prestar todas as informações aos usuários, além de estar instruindo sobre como proceder antes da realização dos exames. Os procedimentos de coleta, triagem, e análise do material propriamente dito do material eram realizados pelos técnicos, farmacêuticos, e biomédicos, sendo tais processos realizados pelo estagiário apenas quando sob supervisão dos tutores.
Ao chegar no laboratório, cada paciente respondia a uma ficha de anamnese, em que constava informações como a idade, RG,CPF, telefone, presença de doenças crônicas, horário em que fez a última refeição e de jejum, uso drogas medicamentosas. Em algumas análises como o beta HCG, ou mesmo para coleta de amostra para de covid-19 algumas perguntas eram feitas, sendo respectivamente: A data de ultima menstruação? E se o paciente apresentava sintomas? Após o preenchimento da ficha, começa o preparo para a coleta da amostra. Para coleta de sangue, os tubos devem estar identificados na ordem correta, de modo a atender a rotina de análises realizadas: tubo amarelo (gel com ativador de coágulo), tubo roxo (EDTA), tubo cinza (fluoreto de sódio). Após isso, e com o uso correto dos EPIs, era feita uma inspeção da veia adequada para a punção. O braço era garroteado, higienizado e a coleta era feita com o cuidado de não ultrapassar um minuto de garroteamento, e fazer a homogeneização mínima de cinco a oito vezes (no caso de tubos com anticoagulante ou ativador de coágulo).
Para realizar os exames de sangue, o paciente era orientado sobre a importância do jejum. Para a realização do exame parasitológico de fezes, ou pesquisa de sangue oculto, o paciente era orientado a depositar as fezes em recipiente (urinol) ou algum recipiente semelhante, diminuindo assim o risco de contaminação; fazer a coleta de várias partes do bolo fecal, e entregar no prazo determinado: amostras de aspecto líquidas ou diarreicas, entregar máximo em 30 minutos, enquanto fezes pastosas ou sólidas, não ultrapassar prazo de uma hora. Os mesmos eram recomendados a não guarda a amostra na geladeira, se fosse necessário a preservação da amostra, se deveria usar o coletor especial com conservante, podendo esse ser posto na geladeira por no máximo 24 horas. Para exames que utilizassem urina, o paciente era recomendado a repousar oito horas seguidas, sendo a coleta feita a partir da primeira micção do dia, sendo antes feito a higienização correta da região genital com água e sabão neutro, e o desprezo do primeiro jato de urina. Feito isso haverá coleta de um volume superior a 10 mL. Em ambas análises, se orientava a utilização de recipiente adequado, com boca larga, e tampa rosqueada para uma melhor vedação.
No período vigente do estágio foram realizados diariamente exames de hemograma completo, grupo sanguíneo, teste de coombs direto e indireto, falcemia, reticulócitos, velocidade de hemossedimentação (VHS) no setor de hematologia. No setor da bioquímica, a análise fica por parte do analisador automático, sendo o trabalho manual de colocar os tubos na cubeta e realizar o manuseio do “software”, no computador responsável pelo equipamento. Esse setor era o responsável pelas análises de: ácido úrico , colesterol, ureia, creatinina, gama-glutamil transferase (GGT), glicose, transaminase oxalacético (TGO)/aspartato aminotransferase (AST), transaminase pirúvica (TGP)/alanino aminotransferase (ALT),e triglicérides. No departamento de parasitologia ocorriam as análises parasitológicas e pesquisa de sangue oculto (PSO), sendo a primeira realizada pelos métodos Hoffman, Pons e Janer (sedimentação espontânea ), e o PSO realizado através de teste rápido   imunocromatográfico. No setor da uroanálise executava-se exames de urina, sendo as análises em etapas, sendo físico-química, e microscopia do sedimento. As análises imunológicas eram realizadas por testes rápidos, que utilizam a técnica imunocromatográfico. Os principais exames imunológicos disponíveis foram PCR, ASLO, Látex, FR, PCR, HIV 1 e 2, HIV triline, HCV, HBV, dengue, VDRL, Widal, Waaler Rose, Zika IgG/IgM, HCG (tira), COVID-19 Ag, COVID-19 IgG/IgM, Chikungunya IgG/IgM.
	
2 INTRODUÇÃO
	
As análises clínicas constituem uma das áreas fundamentais das ciências da saúde, a mesma pode ser denominada Patologia clínica/Medicina laboratorial. Tem por função fornecer, apoio diagnóstico a prática clínica, sendo importante para avaliar a profilaxia, diagnóstico, terapêutica e o prognóstico de inúmeras processos patológicos. O profissional biomédico com essa habilitação está apto a atuar em análises de caráter clinico e/ou toxicológicas, além de assumir a responsabilidade técnica e firmar os respectivos laudos, assumir e executar o processamento de sangue, suas sorologias e exames pré transfusionais, acreditar chefias técnicas, assessorias e direção destas atividades (SILVA et al., 2015; BRASIL, 2021).
Entre os profissionais que podem exerce as análises clínicas, estão os biomédicos. Esses profissionais para atuarem frente a um laboratório necessitam de constantes aprimoramento e treinamentos, dado que a crescente expansão tecnológica possibilita inovações e renovações dos métodos diagnósticos conhecidos. Os avanços tecnológicos visam trazer para os métodos analíticos, maior especificidade, sensibilidade, confiabilidade, isso em menor demanda de tempo e dinheiro, sendo em parte alcançados por meio da automação e semi-automação; o que torna o processo mais rápido e seguro, não dispensando a colaboradores qualificados.
O laboratório clínico é de suma importância, é por meio dele que saem diversos exames, e esses são ferramentas de auxílio para a classe médica, sendo seu emprego na detecção e busca de anormalidades fisiológicas, patologias diversas e/ou monitoramento de processos fisiológicos e patológicos ao nível de avaliação da gravidade ou mesmo verificar, resposta ao tratamento, ou funcionamento biológico. Este espaço é visto por possui uma organização complexa, sofrendo influência de diversos fatores como internos e ambientais, o que consequentemente modifica a qualidade do resultado. Este local permite a realização de até três mil (3.000) tipos diferentes de análises (SILVA et al., 2015) 
 É estimado que cerca de 65% a 75% das decisões medicas médicas são embasadas em resultado de análises laboratoriais. Com uma ampla gama de serviços ofertados, esse ambiente precisa de foco na qualidade, repensando estrutura, qualificação, processos analíticos e claro relações profissionais, de modo a obter de resultados fidedignos, permitindo um diagnóstico verídico possibilitando uma melhor terapêutica (VIEIRA et al., 2011; SANTA HELENA, 2012; SILVA et al., 2015).
O processo operacional de um laboratório envolve algumas etapas, e por meio desta constitui um sistema de entrada, processamento e por fim a saída, sendo esta última por um laudo analítico. O atendimento ao paciente é constituído de 3 fases distintas sendo respectivamente a fase pré-analítica, fase analítica e fase pós-analítica. A fase de pré-análise engloba do recebimento da solicitação de exame, preparo do indivíduo assim o fornecendo as orientações necessárias e cabíveis, coleta, transporte e finalmente preparação da amostra. A fase analítica, diz respeito a análise da amostra. A fase pós- analítica envolve a preparação do laudo, transmissão e até a tomada de decisões pertinente aos resultados analíticos. A relevância dos erros em saúde pública está relacionada com danos potencias aos pacientes, dessa forma gerando aumento de custos para o sistema, além de interferir no diagnóstico correto associado com uma terapêutica eficaz (ABDALLA et al., 2016; COSTA, 2018; FLEURY, 2019).
A constante busca por um serviço de qualidade em processos analíticos, fez com que surgisse, programas de acreditação, assim como o Departamento de Inspeção e Credenciamento de Qualidade ( DICQ), instituição patrocinada pela Sociedade Brasileira de Análises Clínicas ( SBAC). (DA COSTA, 2018). Esse último estabeleceos requisitos de gestão de qualidade voltada para laboratórios clínicos, e por meio disto proporciona melhorias e desenvolvimento, o que aumenta a capacidade administrativa e mercadológicas de organizações acreditadas. A acreditação contribui para a formação de um mercado mais competitivo, e que busque melhores resultados. A busca por resultados mais significativos se justifica visto que as análises clínicas apresentam um forte laço com a saúde pública, e está necessita de resultados que transpareçam responsabilidade ( SANTA HELENA, 2012; COSTA, 2018) 
Esse ramo da ciência envolve diversas áreas, entre parasitologia, microbiologia, imunologia, hematologia, bioquímica e uroanálise e micologia. A parasitologia estuda e identifica inúmeras categorias de parasitos, entre os quais teremos os intestinais, hemoparasitas e os ectoparasitas. A microbiologia tem sua área de estudo voltado para os micro-organismo, estudando os processos de interação entre organismo hospedeiro, e como esta é prejudicial ou benéfica, e mesmo controle de infecções. Por meio dos procedimentos imunológicos chegam-se a diagnóstico de enfermidades congênitas. Graças a imunologia alguns processos patológicos, e mesmo o nosso sistema imunológico pode ter seu mecanismo de funcionamento descrito (SILVA et al., 2015).
A hematologia é o setor responsável pela avaliação do tecido hematopoiético sendo avaliado sua normalidade e as doenças que atingem tal tecido. Os exames bioquímicos dizem respeito a maior parte das análises laboratoriais, a mesma avalia fluidos biológicos como a urina, sangue, líquor , fezes entre outros. Os testes bioquímicos apresentam importância significativa, eles atuam auxiliando no diagnóstico e manutenção de vários distúrbios patológicos como doenças renais, hepáticas cardíacas, endócrinas, processos cancerígenos, entres outras. A uroanálise avalia a urina através do exame físico, bioquímico e análise do sedimento e a micologia estuda os micro-organismo (SANTA HELENA, 2012; SILVA et al., 2015).
Na atualidade muitas são as tecnologias que fornecem apoio nas investigações de diversa enfermidades dessa forma obtendo resultados fidedignos e mais preciso. Dentre algumas das ferramentas tecnológicas, encontraremos técnicas como, a imuno-histoquímica, que engloba a imunofluorescência e técnicas imunoenzimáticas, citometria de fluxo, cultura celular , a morfometria, além de biologia molecular (sequenciamento de DNA, espectrometria de massas e análise do exoma ,hibridação molecular, reação em cadeia da polimerase-PCR (SANTA HELENA, 2012;BRASIL, 2017; FILHO, 2019).
3 HEMATOLOGIA
A hematologia é um ramo da biologia que se encarrega de estudar o sangue. Ela avalia os elementos figurados do tecido hematopoiético, estes elementos são as hemácias também chamados de glóbulos vermelhos ou eritrócitos, as plaquetas que são os glóbulos brancos. Essa parte da biologia também investiga o processo de gênese desse tecido, além dos órgãos responsáveis pela sua síntese. A realização de análises hematológicas permite analisar as normalidades do sangue bem como na detecção de doenças que o atinge como anemias, leucemias, coagulopatias, Hemoglobinopatias, Doenças hematológicas clonais, mieloma múltiplo, plasmocitoma, síndromes mielodisplásicas, policitemia vera, trombocitemia essencial, mielofibrose idiopática, entre outras (SILVA et al., 2015). O profissional responsável por esse setor deve ter suas competências sempre em treinamento, isso inclui áreas como a hematologia básica e clínica, a citomorfologia além de outras mais (BRASIL, 2017). 
Todos os cuidados referentes a coleta devem ser tomados de forma prévia, isso inclui a higienização correta de aparelhos e ferramentas que serão utilizados. A anamnese consiste em uma entrevista com o paciente, e este fornecerá informações capazes de provocar alguma interferência no resultado. Entre as variáveis que pode provocar mudanças nos processos analíticos teremos o jejum, uso de substâncias alcoólicas, fármacos, exercícios físicos, gravidez, e outros. Os exames de sangue fazem parte da rotina médica, e por meio deles conseguimos monitorar o nosso estado de saúde (VIVAS, 2006). Umas das etapas da hematologia consiste na coleta sanguínea, e para que esta ocorra de forma eficaz, torna-se necessário que o profissional responsável por essa atividade possua conhecimentos e habilidade suficientes, desta forma diminuem-se as chances de erros que pode lesar o paciente ou mesmo alteras futuros resultados( ABDALLA et al., 2016).
No período em ocorreu o Estágio Supervisionado I, foram realizados diariamente atividades como a tipagem sanguínea, hemograma completo, proteína c reativa (PCR), teste de coombs, falcemia, velocidade de hemossedimentação (VHS), analises do perfil hemostático e reticulócitos.
3.1 Hemograma
O hemograma consiste na denominação dada ao conjunto de análises do tecido hematopoiético, que quando em conjunto com dados clínicos do paciente possibilita resultados diagnóstico e monitoramento de inúmeros processos patológicos. Entre os exames mais solicitados pela classe médica encontra-se o hemograma, o mesmo representa grande significância para a pratica clínica, uma vez que fornece dados que devem serem levados em conta para elucidação diagnóstica, prognóstica e de acompanhamento. Revestido de grande importância, esse exame não permite erros ou mesmo conclusões duvidosa, tendo em vista que estes levarão a resultados falhos e ineficazes, implicando assim em prejuízos ao sistema e ao seu usuário. Esse conjunto de dados permite avaliar os elementos que compõe o tecido sanguíneo, seja de forma quantitativa ou qualitativa. Essa análise é composta por três determinações de caráter básico são elas, as avaliações dos eritrócitos (série vermelha), leucocitária (série banca) e plaquetas ( série plaquetária) (NAOUM; NAOUM, 2008).
 O eritrograma que consiste na análise das hemácias ou série vermelha, fornece valores como a dosagem de hemoglobina (Hb) em g/dL, contagem de eritrócito (CE) em 106/mm3, hematócrito (Ht) em %, índices hematimétricos que são Volume Corpuscular Médio (VCM) em µm3 ou fm3, Hemoglobina Corpuscular Média (HCM) em pg, Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM) em g/dL e Red Cell Distribution Width (RDW) em % (LORENZI, 2006; NAOUM; NAOUM, 2008).
A avaliação quantitativa da série eritrocitária possibilita identificar as características das hemácias. O volume corpuscular médio demonstra variação no tamanho dos glóbulos vermelhos, sendo seu resultado expresso em fentolitro (fL). É a variável de maior importância no diagnóstico de anemias. Quando células sanguíneas apresentam tamanho inferior (<80 fL), estas serão consideradas de caráter microcítico. As anemias ferropriva e talassemias são exemplos de distúrbios microcítico. As hemácias cujo tamanho seja de (>100 fL), serão distúrbios macrocíticos. Dentro desse grupo teremos síndromes megaloblástica, o que inclui a anemia perniciosa. A hemoglobina corpuscular média, é fornecida em pictogramas, e mostra o peso do eritrócito processos (NAOUM; NAOUM, 2008; SILVA & RICARDO, 2013).
A concentração de hemoglobina corpuscular média, como o próprio nome sugere, indica as concentrações de hemoglobina no interior das hemácias, servindo para indicar hipocromia, quando (<32), ou hipercromia quando apresenta valores (>36). Serão consideradas normais ou normocítica quando seus valores estiverem entre os intervalos (32 até 36 g/dL). O RDW indica o percentual de variação de tamanho, ou anisocitose. A análise dos glóbulos vermelhos, em conjunto o exame microscópico da morfologia eritrocitária fornece contribuição para o diagnóstico das principais causas de processos anêmicos, além de permite a classificação laboratorial de tais processos (NAOUM; NAOUM, 2008; SILVA & RICARDO, 2013).
 As análises da série branca ou simplesmente leucograma, avalia as contagens total e diferencial dos leucócitos, assim como o aspecto morfológico principalmente dos neutrófilos, linfócitos e monócitos. Esta por sua vez é analisada por meio dosseguintes índices contagem total de leucócitos (CTL) em 106/mm3 e Contagem diferencial de leucócitos (CDL). Esta última fornece valores diferencias de neutrófilos (bastonetes e segmentados, eosinófilos, basófilos, linfócitos, monócitos sendo seus valores expresso da seguinte forma em % (valor relativo) ou 103/mm3 (valor absoluto). O valor absoluto representa uma melhor expressão do diagnóstico, quando compara do ao valor relativo fornece a contagem de leucócitos total. O plaquetograma fornece a contagem de plaquetas e suas variações, sendo expressa em (CP: 103 /mm3 ). Por meio da automação tornou-se possível obter os índices PDW (%). Este por sua vez que fornece o resultado da amplitude presente nas superfícies dos corpos plaquetário, assim como o MPV (fm3 ) que mostra o volume médio das plaquetas (LORENZI, 2006; NAOUM; NAOUM, 2008; FAILACE, 2009).
Os processos envolvidos na contagem celular, ocorreu de forma automatizada, sendo realizada por um analisador hematológico automatizado, denominado Sysmex XS-800i. Este aparelho, tem entre seus mecanismos de funcionamento, a citometria de fluxo fluorescente. Esse método combina a tradicional citometria de fluxo + corante de polimetina, altamente específico; o que permite  diferenciação de populações de células. O processo analítico consiste na aspiração de uma pequena fração de sangue, ocorrendo em seguida a determinação de valores (Sysmex XS-800i, Manual de Operações).
O analisador automático faz as suas determinações baseadas em diferentes técnicas, sendo cada uma alvo de um objeto. A determinação da série plaquetária e eritrocitária, ocorre por meio do método de impedância e foco hidrodinâmico que minimiza os fenômenos de coincidência e recirculação. O hematócrito (HCT) é diretamente determinado através da detecção individual do volume de cada eritrócito. Para determinação da hemoglobina utiliza-se do método lauril sulfato de sódio (SLS), livre de cianeto. A contagem diferencial de 5-partes é possível pela marcação por fluorescência, a técnica revela a relação núcleo-citoplasma em cada célula corada individualmente permitindo que os analisadores desse tipo diferenciem 5 populações de leucócitos. O aparelho trabalha com análise de amostras de sangue total aspiradas em volume de 20 μL se for no modo aberto, ou 67 μL no modo capilar (pré-diluído). Possui capacidade de analisar até 60 amostra/hora em modo aberto (Sysmex XS-800i, Manual de Operações). Fonte: Autoria própria.
Figura 1 - Analisador hematológico automático Sysmex XS-800i.
Um hemograma de qualidade e confiabilidade envolve a confecção de uma esfregaço sanguíneo. O mesmo faz-se necessário quando os resultados do hemograma apresentam anormalidades. Sendo uma técnica útil na identificação de diferentes leucócitos, permitindo observar células anormais ou imatura. Em modo geral o esfregaço possui uma ampla gama de uso, sendo entre as principais, observar a morfologia das hemácias, leucócitos e plaquetas, assim determinando aspectos morfológicos e valores quantitativos em porcentagem, dessa forma auxiliando na pratica clínica para o diagnóstico de diferentes distúrbios, doenças e deficiências . Seu uso na clínica permite a diferenciação de células da série branca e vermelha, e busca por parâmetros anormais, que possa vir a indicar alguma possível anomalia no tecido hematopoiético, como anemias, leucemias entre outra. Sua importância também está no monitoramento para pacientes que fazem alguns tipos de tratamento como a quimioterapia ou radioterapia, ou mesmo buscando variantes de hemoglobina.
 Para preparação do esfregaço alguns cuidados devem ser tomados como por exemplo higienizar a lâmina com álcool, desta forma removendo resquício de gordura que pode estar presente. Por meio destes cuidados evita-se a formação de bolha, o que favorece uma lâmina de esfregaço de melhor qualidade ( DA SILVA; DOYLE; MONTEIRO, 2006). A realização do esfregaço sanguíneo (Figura 2) consiste em:
1. Colocar uma gota da amostra de sangue em aproximadamente 1 ou 2 cm da extremidade de uma lâmina de microscopia, que esteja limpa, desengordurada e sem riscos;
2. Com o auxílio de outra lâmina extensora (lâmina de mesmo caráter), colocar a gota de sangue em contato com sua borda. Para isso a lâmina extensora deve fazer um movimento para trás tocando a gota com o dorso em um ângulo 45;
3. O sangue irá se espalhar por capilaridade, seguindo para as laterais da lâmina. A lâmina deve então deslizar suave e uniformemente sobre a outra, em direção oposta a extremidade em que está a gota de sangue. O sangue será “puxado” pela lâmina;
4. Depois de completamente estendido, o sangue forma uma película sobre a lâmina de vidro;
5. Deve-se identificar o esfregaço com o auxílio de um lápis, e deixar que ele seque sem nenhuma interferência;
6. Seguir para o passo de coloração.
Um esfregaço de boa qualidade não deve apresentar falhas ou paradas, também não deverá ser muito espesso, nem muito delgado. A região da cauda, ou franja como é como também é conhecida não deve apresentar falha, uma vez que será nessa região onde será feita a leitura. A mesma concentra a menor quantidade de sangue da lâmina, e deve apresentar hemácias e leucócitos bem distribuídos. Coloração hematológica Panótica ou coloração segundo Romanowsky. Essa técnica utiliza da capacidade que algumas soluções de corante têm para corar as estruturas celulares, sendo sua atuação em 15 segundos. As cores vista são os resultados das interações entre estruturas celulares, o corante e as variações de pH. Seguir abaixo as fases da coloração panótico rápido:
1. Mergulhar por 5 segundos o esfregaço no recipiente contendo a solução reagente nº1. Realizar movimentos contínuos de cima para baixo durante a execução do procedimento. Feito isso deve-se retirar a lâmina do recipiente e espera que ela escorra toda solução. Essa etapa tem por função fixar a extensão e realçar a coloração das plaquetas;
2. Mergulhar a lâmina em movimento continuo de cima para baixo por 5 segundos no recipiente contendo a solução nº2. Retirar o esfregaço e deixar escorrer a solução;
3. Submergi durante 10 segundo na solução reagente nº3, mantendo os movimentos de cima para baixo até completar o intervalo desejado, retirar o mesmo e lavar com água deionizada ou mesmo com água corrente. Esperar secar naturalmente;
4. Colocar óleo de imersão sobre o esfregaço, e observar no microscópio na objetiva de 100x.
O tempo de imersão em cada solução pode apresentar variações de acordo com o laboratório de análise, ou mesmo do analista. Lâminas que ficam imersas por uma maior quantidade de tempo, tende a apresentar uma coloração mais forte.Fonte: Autoria própria.
Figura 2 - Distensão de sangue periférico após coloração rápida com panótico.
Uma das etapas que antecede a realização das análises hemográficas e o processo de coleta. É orientado que sempre que possível, essa seja feita tomando a veia superficial que está localizada na fossa ante cubital. Deve ser dado atenção ao calibre das agulhas que serão utilizadas, bem como ângulo correto de posicionamento, esse último deve ser feito sobre o ângulo de 30º ou menos. O ato de garrotear não deverá ultrapassar o tempo limite de 1 minuto, tal medida visa diminuir os riscos de hemólise ou hemossedimentação. Outro fator de alta relevância é respeito a ordem correta dos tubos de coleta, dessa forma irá evitar a transferência errônea , inclusive de anticoagulantes. Para analise deste caráter, a amostra deve ser coletada em tubos contendo o ácido etilenodiamino tetra-acético (EDTA). Ao termino da coleta o tubo contendo o analito deverá ser homogeneizado, durante o intervalo de 5 a 8 vezes (BASTOS;BERNER; RAMOS, 2010; ANDRIOLO, A et al; FAILACE, 2015).
Fonte: Autoria própria.
Figura 3 – Esfregaço de sangue periférico, com a presença de hemácias, metamielócito no centro, e um neutrófilo segmentado nas coordenadas a 8 horas.
3.2 Reticulócitos e falcemia
A contagem de reticulócitos, é um exame que tem por finalidade clínica a avaliação da atividadeeritropoiética da medula óssea, sendo importante no diagnóstico de várias . Os reticulócitos são hemácias jovens, que ainda possuem fragmentos de RNA ribossômico, são produzidos e liberados pela medula óssea na corrente sanguínea. Esses fragmentos ribossômicos possuem a capacidade de serem corados pelo corante cresil brilhante, podendo ser observado no microscópio óptico. Esta análise consiste em utilizar de 100µl de uma amostra de sangue total, juntamente a 100µ do reagente, o corante azul cresil brilhante. O composto formado é posto ao banho Maria por cerca de 30 minutos, feito esse processo, deve-se começar a confecção do esfregaço. Realizar a leitura da lâmina (Figura #), em microscópio óptico com objetiva de imersão (aumento de 1000x). A técnica de Citometria de fluxo utiliza-se de um corante fluorescente que se liga ao RNA ribossomal produzindo mais resultados fiáveis do que métodos manuais, além fornece informações sobre reticulócitos como a imaturidade (CORTELLAZZI et al., 2003; NAOUM; NAOUM, 2008). Fonte: Autoria própria.
 Figura 4 – Reticulócito visto em objetiva de 100X, sobre o óleo de imersão.
 
O traço falciforme, consiste em uma heterozigose que afeta o gene S da hemoglobina, é um distúrbio hematológico de caráter benigno, sendo herdado de forma hereditária. É a forma mais conhecida das hemoglobinopatias, sendo está associada a alta morbidade e mortalidade infantil, tendo como agravo principalmente sepse bacteriana, síndrome torácica aguda, além de crise de sequestração esplênica. O distúrbio prevalece entre os afros-descendentes. Diagnóstico precoce, bem como terapêutica adequada são capazes de reduzir os índices de morbidade e mortalidade de crianças portadores dessa síndrome, melhorando a taxa de sobrevida, assim como a sua qualidade. (LEONELI et al., 2000; MURAO; FERRAZ, 2007; WATANABE et al., 2008).
O exame de falcemia, ou falcização se mostra útil para o diagnóstico de algumas anemias como o traço falciforme, ou anemia falciforme, além de outro processos hereditários. Sua realização consiste em:
1. Identificação do paciente na lâmina;
2. Colocar em um tubo 50µl de sangue total + 100µl de solução fisiológica 0,9%, misturar por inversão;
3. Adicionar 100µl de metabissulfito de sódio a 2%. Misturar por inversão; 
4. Colocar na lâmina de microscopia 10 a 20µl da mistura e espalhar por um espaço de 4cm2;
5. Espalhar a mistura como em uma lâmina de esfregaço e recobrir com a lamínula (uma boa lâmina não deve conter bolhas de ar);
6. Vedação de todos os cantos da lâmina com esmalte incolor ou resina de vela;
7. A lâmina deve ser armazenada em uma placa de Petri contendo algodão embebido em água;
8. A lâmina deve ser lida nas objetivas de 10x ou 40x, após 1,3,6, e 24 horas ou somente após as 24 horas.
Essa técnica tem como princípio básico a formação de longos polímeros de hemoglobina o que altera a forma do eritrócito, e que é resultante da desoxigenação da hemácia pelo metabissulfito. Tal processo simula o que ocorre nas hemácias em condições patológicas como na anemia falciforme. Em resultados positivos a lâmina revela drepanócitos (células em formato de foice) de coloração amarelada (NAOUM; NAOUM, 2008; BRASIL, 2016).
3.3 Velocidade de Hemossedimentação (VHS)
A velocidade de hemossedimentação, corresponde a um teste simples e apresenta baixo custo. O VHS é tido como um marcador inespecífico, e de grande utilidade na identificação de marcadores da resposta inflamatória, processos infecciosos e neoplásicos. Atualmente mesmo com a existências de métodos mais sofisticados, esse teste ainda permanece muito solicitado pela classe médica, incluindo Cardiologistas, hematologistas, clínicos gerais e principalmente por reumatologista. Os reumatologistas utilizam o VHS no diagnóstico e monitoramento de doenças auto imunes como o lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide, além de outras enfermidades reumáticas. É sabido que o mesmo não apresenta eficácia na monitoração de pacientes reumáticos assintomáticos, logo não deverá ser usado para tal finalidade (SANTOS; CUNHA; CUNHA, 2000; COLLARES; VIDIGAL, 2004).
O fundamento dessa análise hematológica consiste em medir a altura da camada de eritrócito de uma amostra de sangue venosos anticoagulado, e que se sedimenta em um tubo de vidro graduado num determinado espaço de tempo e sofrendo o efeito gravitacional. O princípio envolvido no método, é baseado nas cargas elétricas dos componentes sanguíneos, nesse processo em situações não patológicas, as hemácias que possuem cargas elétrica negativas de íon, e se repelem ao chegar ao ir se aproximando do fundo do fundo do recipiente; a repulsão entre esses glóbulos vermelhos ocorre pois quando se aproximam uns dos outros no fundo do recipiente, faz com que devido a polo magnético iguais dessas células se repelem, contundo as forças de interação magnéticas se contrapõe a ação gravitacional levando retardamento do cair das hemácias. Em situações patológicas proteínas e outros componentes que possuem carga positiva se ligam as hemácias presentes ali no soro, o que anular a carga negativa desses eritrócitos, não se contrapondo a gravidade (total (SANTOS; CUNHA; CUNHA, 2000; COLLARES; VIDIGAL, 2004).
 Entre as diversas técnicas disponíveis para determina o VHS, a mais utilizada é a de Westergren. Esse método consiste em misturar 1,6 mL de sangue venosos com mais 0,4 mL de citrato de sódio 3,8% (relação 4:1), ou mesmo sendo adaptado para sangue venoso coletado em EDTA (bi ou tripotássico). O tubo contendo a amostra colhida dever ser colocado num tubo transparente com diâmetro interno de 2,5 mm e comprimento de 200 mm, sendo graduado em milímetros . O tubo deve ser preenchido até o marco zero e posicionado na vertical pelo intervalo de 1 hora, sendo após esse período a realização da leitura. A velocidade de hemossedimentação expressa em mm/h, será a distância entre menisco até o ápice da coluna de hemácias . a análise deve ser realizada até duas horas após a obtenção da amostra, sendo a temperatura usual entre 20ºC e 25ºC. Um segundo exame deve ser realizado com uma amostra de sangue total (SANTOS; CUNHA; CUNHA, 2000; COLLARES; VIDIGAL, 2004). Figura 5 - VHS adaptado para coleta em tubo com EDTA (registro 1 hora após execução da técnica).
Fonte: Autoria própria.
3.4 Tipagem Sanguínea
O exame de tipagem sanguínea é um teste que permite identificar antígenos ABO na membrana eritrocitária, dessa forma identificando o seu tipo sanguíneo ou mesmo o fator Rh . Está técnica é de suma importância uma vez que é um procedimento largamente utilizado nas transfusões sanguíneas e centros de hemoterapia, a fim de garantir eficácia terapêutica, bem como a segurança de uma futura doação. A técnica utilizada durante o estágio foi a prova direta. Nesse tipo de prova os reagentes, os soros-teste anti-A, anti-B e anti-AB (exceto quando se utiliza anticorpos monoclonais, situação que não exige a utilização de anti-AB), eram colocados em contato com a amostra de sangue total. A aglutinação da amostra indicava identificava se havia ou não a presença dos antígenos A ou B, e permitia a identificação dos grupos sanguíneos A, B, AB e O. O antígeno RhD é estabelecido através da adição do antissoro anti-RhD as hemácias. Em contra partida se realiza-se um controle negativo, isso por meio da utilização de um antissoro compatível com o antissoro usado anteriormente. Em casos de RhD negativo, deve-se realizar uma pesquisa de antígeno D-fraco. A proteína RhD, apresenta-se como o antígeno eritrocitário não-ABO de maior relevância clinicamente, sendo forte sua implicação na etiologia de reações transfusionais hemolítica, logo caracteriza-se como altamente imunogênico (LIU, 2012; BRASIL, 2014). O teste de tipagem sanguíneo consiste em: 
1. Em um tubo de ensaio lavar 200μL de hemácias três vezes, usando solução fisiológica a 0,9%;
2. Prepara a suspensão de hemácias a 5% (950 μL de hemácias com solução fisiológica a 0,9% + 50 μL de hemácias lavadas);
3. Identificar três tubos em A, B e D;
4.Em cada tubo identificados colocar 100 μL da suspensão de hemácias;
5. Colocar em cada tubo uma gota do reagente correspondente;
6. Centrifugar por 1 minuto a 1000 RPM.
7. Retirar os tubos da centrífuga e observar em quais tubos ocorreram aglutinação.
Na classificação do Rh (D) se ocorrer a ausência de aglutinação (negativa), deve realizar a pesquisa de D fraco e controle. Essa pesquisa tem por objetivo detectar o anticorpo fracamente formado, devido a sua transmissão genética. A pesquisa de D fraco e controle consiste em:
1. Colocar em um tubo de hemólise uma gota de reagente Anti-D . Identificá-lo e em um segundo tubo, colocar uma gota de Controle Rh como controle negativo;
2. Incubar o “tubo Rh negativo” no banho Maria a 37º entre 15 a 30 minutos;
3. Lavar as hemácias com solução fisiológica 0,9% cerca de 3 vezes, desprezando o sobrenadante;
4. A cada tubo acrescentar uma gotas da suspensão de hemácias a 5% previamente preparadas em solução salina à 0,9%. Homogeneizar bem;
5. A cada tubo adicionar duas gotas de Soro Anti-IgG (Soro de Coombs). Misturar bem;
6. Centrifugar a 3400 rpm por 60 segundos;
7. Agitar suavemente os tubos para pesquisar a presença ou não de aglutinação.
 Figura 6 - Grupo sanguíneo, e fator Rh em tubo de vidro.
 Fonte: Autoria própria
3.5 Teste de Coombs
O sistema Rh possui antígenos que são exclusivos dos eritrócitos, ele é altamente polimórfico, e sua constituição envolve mais de 49 antígenos, sendo o RhD, além de outros quatros principais antígenos do sistema. Esse conjunto de proteínas são responsáveis por cerca de 99% dos problemas clínicos que estão associados ao sistema Rh. A investigação da presença ou ausência de antígeno RhD, é uma etapa obrigatória nos processos pré-transfusionais e em doadores de sangue. Esse exame avalia a presença de anticorpos específicos que atacam as células da série vermelha, o que provoca a destruição de tais células, podendo levar ao desenvolvimento de uma anemia de caráter hemolítico. O teste é muito semelhante a tipagem sanguínea, ele consiste em misturar uma pequena amostra do sangue total ao reagente anti-D, em proporções iguais. Sua classificação ocorre de acordo com o resultado da aglutinação, sendo positivo quando ocorre a aglutinação, e negativa quando não ocorre. contudo em algumas situações a expressão do antígeno RhD é muito sutil, o que acaba por dificultar essa classificação. Esse teste pode ser divido em Coombs direto e indireto LIU, 2012; BRASIL, 2014). 
O coombs direto consiste em um teste capaz de identificar imunoglobulinas fixadas na membrana dos eritrócitos. O exame se mostra eficiente no diagnósticos de algumas patologias como anemias autoimune, anemias causados por narcóticos e fármacos, anemia hemolítica do recém-nascido. Juntamente com o Coombs indireto, o mesmo serve para o diagnóstico de reações transfusionais hemolíticas imunes. A realização do Coombs direto consiste em:
1. Colocar em um tubo de hemólise uma gota de suspensão de hemácias do paciente a 5%, previamente preparadas em solução salina à 0,9%;
2. Lavar as hemácias do tubo por três vezes com solução salina à 0,9%. Desprezar o sobrenadante, secando as bordas do tubo na última lavagem para retirar toda a solução;
3. Identificar 2 tubos de hemólise: monoespecífico (M) e poliespecífico (P), com nome e registro do paciente;
4. Colocar nos tubo M e P, 01 gota de suspensão de hemácias a testar;
5. Lavar as amostras contida nos tubos M e P, uma vez com salina, e Decantar completamente o sobrenadante, por inversão, enxugando a borda dos tubos com papel absorvente;
6. Adicionar ao tubo M, 02 (duas) gotas de soro antiglobulina monoespecífico (Soro de Coombs) e ao tubo P, 2 gotas de soro antiglobulina poliespecífico (Soro Anti-humano);
7. Homogeneizar e centrifugar os tubos por 15 segundos a 3400 rpm;
8. Agitar suavemente o tubo para pesquisar a presença ou não de aglutinação.
O Coombs indireto é um teste cuja finalidade é a identificação de anticorpos presente no soro e que não estão ligados a membrana das hemácias. O mesmo consiste em:
1. Colocar em dois tubos de hemólise uma gota de suspensão a 5% de hemácias O Rh Positivo, previamente preparadas em solução salina à 0,9%. Identificá-los;
2. Adicionar ao tubo controle negativo uma gota de solução salina à 0,9% e ao tubo controle positivo uma gota de reagente Anti-D ;
3. Adicionar duas gotas de soro a ser testado;
4. Acrescentar duas gotas de Albumina Bovina a 22%;
5. Incubar o tubo em Banho-Maria durante 15-30 minutos a 37ºC;
6. Lavar as hemácias do tubo por três vezes com solução salina à 0,9%, secando as bordas do tubo na última lavagem para retirar toda a solução;
7. Acrescentar duas gotas do Soro Anti-IgG (Soro de Coombs);
8. Misturar bem. 7. Centrifugar a 3 400 rpm por 15 segundos;
9. Agitar suavemente o tubo para pesquisar aglutinação.
O controle positivo e controle negativo para o teste de coombs indireto consiste em:
1. Colocar em dois tubos de hemólise uma gota de suspensão a 5% de hemácias ,O Rh Positivo, previamente preparadas em solução salina à 0,9%;
2. Identificá-los, e adicionar ao tubo “controle negativo” uma gota de solução salina à 0,9% e ao tubo controle positivo uma gota de reagente Anti-D;
3. Seguir a mesma metodologia do coombs indireto a parti do item no 3.
3.6 Coagulograma 
O coagulograma consiste em um conjunto de exames, cuja finalidade é avaliar desordens de caráter hematológico. Dentre os distúrbios mais frequentes podemos citar as hemorragias, podendo essas serem causadas por lesões, e/ou ferimentos, ou ainda hemorragias decorrentes de alterações congênitas, sendo em sua maior parte pela deficiência de fatores da coagulação, levando ao surgimento das hemofilias. As hemofilia são enfermidades de caráter hereditário e recessivo e ligada ao sexo, são classificadas em A ou B. A síndrome do tipo A é caracterizada pela falta do fator VIII, e também se configura como a causa mais comum de coagulopatia. O distúrbio hemofílico classificado como B, tem como a causa a ausência do fator IX. Ambas as hemofilias afetam quase que exclusivamente os homens, uma vez que atinge o cromossomo X, a mulher portadora do distúrbio se apresenta assintomática (MELO e ARAUJO, 2016).
O diagnóstico laboratorial das hemofilias tem início com os teste de triagem, o tempo de protrombina (TP) e tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA). Não somente esses testes servem para o diagnóstico do distúrbio propriamente dito, os mesmo também possibilitam a monitoração do estado clínico do indivíduo portado de hemofilia, sendo as vezes requisitados em pré-operatórios, para pacientes que fazem uso de anticoagulantes orais como warfarin, Marevan. (LABTEST, 2016).
No período vigente ao estágio o método para obtenção do TP e TTPA, se dava de forma semiautomática, sendo a análise propriamente dita realizada pelo aparelho semiautomático, o coagulômetro Max Coag 1 canal (Figura 6). O mesmo consiste em um equipamento com 1 canal de leitura, 5 posições de incubação das amostra, 2 posições de incubação para os reagentes, impressora interna térmica, além de possui capacidade para armazenamento de até 10.000 resultados de pacientes. O equipamento trabalha com valores de amostra de 20µL até 40µL, e tem princípio de funcionamento baseado na análise nefelométrica (Manual Max Coag 1). Figura 6 - Coagulômetro semiautomático Max Coag 1.
 Fonte: EPIMED®
As amostras para as avaliações de tempo de protrombina e tempo de tromboplastina parcial foram colhidas por pulsão venosa em tubo com citrato (tampa azul). Alguns cuidados como evitar garroteamento prolongado, hemólise, formação de bolhas, aspiração de líquido tissular foram tomados, a fim de se obter uma boa amostra, e consequentemente diminuindo a chance de resultados infiéis e improcedentes. Após o processo de obtenção de amostra, a mesma deverá ser centrifugada a 3000 RPM durante 15 minutos. Após a centrifugação remover o plasma sem pipetar células vermelhas ou a camada amarela. As amostras deverão ser testadas em menos de 3 horas.Se o teste não puder ser feito neste período o plasma deverá ser congelado por no máximo 1 semana à -20°C. 
Uma ferramenta de importante avaliação do TP , e TTPA e controle é a razão de normatização internacional (RNI ou INR), e o Índice de Sensibilidade Internacional (ISI), essas razões consiste em um método de calibração do tempo de protrombina, e tromboplastina tendo como finalidade a redução das discrepâncias nos resultados de TP entre os diferentes laboratórios clínicos, estabelecendo assim um padrão de TP, e assim dando mais confiabilidade a metodologia empregada. O RNI se mostra eficaz na avaliação de pessoas que fazem uso de anticoagulantes orais. O intervalo de segurança para um processo coagulatório normalmente varia entre 2,0 a 3,0.
O Tempo de Protrombina ou mesmo tempo de Quick avalia a via extrínseca e comum da coagulação, se mostra bastante sensível as deficiências dos fatores V, VII e X, e menos sensível em relação ao fator II, e também as formas leves de distúrbios fibrinogênicos. Os fatores II, VII e X são fatores dependentes de vitamina K (MELO e ARAUJO, 2016). O método tem por fundamento a medida do Tempo de Coagulação do plasma após a adição de uma fonte de Tromboplastina (fator III, fator tissular) e Cálcio. O fator VII é então ativado, formando um complexo (Complexo FT-FVIIa) que irá ativar os fatores IX e X. O fator Xa junto com os Fosfolípideos do fator tissular, fator Va e Cálcio formam o complexo ativador de Protrombina que transforma a Protrombina (fator II) em Trombina (fator IIa) (BULA TP BIOCLIN). O teste de TP consiste em:
1. Pré-aquecer o reagente Nº 1 (Formador de Coágulo) a 37ºC de 4 a 5 minutos (Aquecer somente o necessário para a realização do teste);
2. Homogeneizar o reagente antes do uso;
3. Em uma cubeta limpa e seca pipetar 20 µL do plasma a ser medido (Controles ou Amostras) e incubar a 37ºC por 2 (em banho-maria ou blocos térmicos do aparelho coagulômetro);
4. Colocar a cubeta com a amostra no canal de análise do equipamento coagulômetro;
5. Adicionar 40 µL do reagente Nº 1 (Formador de Coágulo), previamente incubado, a cubeta contendo o plasma, e disparar o cronômetro;
6. Aguarda o tempo de leitura da amostra, e a impressão do resultado do tempo de protrombina.
Tempo de tromboplastina parcial ativada consiste em um método capaz de avaliar os fatores de coagulação da via intrínseca e comum. Sua sensibilidade permite a identificação da deficiência dos fatores VIII, IX, XI, XII, precalicreína, cininogênio de alto peso molecular, e anormalidades graves causados pela ausência dos fatores II, V, X, e do fibrinogênio.
O TTPa propriamente dito permite a determinação do tempo de coagulação do plasma pobre em plaquetas (PPP) citratado, logo após a adição de um ativador de fase de contato (cloreto de cálcio), e um reagente (cefalina). 
A metodologia do teste calcula o tempo de coagulação do plasma citratado, após a adição dos reagentes que contém um Ativador Plasmático (Ácido Elágico) e Fosfolípides, esses irão atuar como substitutos das plaquetas. O reagente nº 1, a cefalina ativada atua substituindo o fosfolipídio da membrana plaquetária ou F3P uma vez que a mesma está a se trabalhar com o plasma pobre em plaquetas. O reagente de nº 2, que é uma solução de cloreto de cálcio que reverte à ação do citrato. O ativador da fase de contato pode ser o caolim, o ácido elágico, a celite ou ainda o dextram. Este ativador que é colocado em excesso vai ativar o fator XII, na presença de precalicreina e cininogênio de alto peso molecular, e o fator Xila vai transformar o fator XI em Xla. O Xla ativa o fator IX em Ixa, e este junto com o fator VilII-C que atua como cofator vai ativar o fator X Esta é a chamada Via Intrínseca da coagulação. O fator Xa inicia então a Via Comum, ativando o fator Il na presença de fator V e do F3P, que no TIPA é representado pela cefalina O fator lla ou trombina coagula então o fibrinogênio, transformando a em fibrina. A cefalina é um fosfolipideo extraído de cérebro de maneira (BULA BIOCLIN).
A Organização Mundial de Saúde, normatiza o uso do Índice de Sensibilidade Internacional (ISI), dessa forma buscando reduzir os níveis de discrepância. Esse exame é usado para a triagem de pacientes, a fim de detectar deficiências de fatores da cascata da coagulação, a presença de anticoagulante lúpico, e a monitoração dos níveis de heparina não fracionada no plasma (LABTEST, 2016).
O teste de TTPa pode ser realizado de forma manual ou semiautomática com o auxílio de aparelho eletrônico coagulômetro. No período de estágio, o método era realizado com auxílio de um coagulômetro, sendo as etapas:
1. Pré-aquecer o reagente o Reagente Nº 2 a 37°C. Este procedimento deve ser realizado apenas com o volume que será utilizado para execução dos testes. O reagente deve permanecer em aquecimento durante todo o procedimento;
2. Separar as cubetas de reação que serão utilizados para execução dos testes.
3. Pipetar 20 μL da Amostra/Controle no respectivo tubo de reação e pré-aquecer a 37ºC por 2 minutos em banho-maria;
4. Pipetar 20 μL do Reagente Nº 1 no tubo da Amostra/Controle e incubar à 37ºC, por 3 minutos;
5. Colocar a amostra no canal de leitura do equipamento;
6. Pipetar 20 μL do Reagente Nº 2 (pré-aquecido a 37ºC) na cubeta da Amostra/Controle, disparando simultaneamente o cronômetro;
7. Aguarda a leitura da amostra, e posterior impressão dos resultados.
4 BIOQUÍMICA
Os exames de caráter bioquímico dizem respeito a maior parte das análises realizadas em um laboratório clínico, podendo corresponder até 70% das atividades desempenhada no ambiente. Diversas são as patologias que tem diagnóstico laboratorial, algumas delas são distúrbios como Dislipidemias e Diabete Mellitus, além de doenças renais, neurológicas, hepáticas, endócrinas, gastrointestinais e cardíacas. Não somente, esse setor fornece subsídio para o diagnóstico, mas também para a monitoração e mesmo o acompanhamento do quadro patológico. O processo analítico nesse setor envolve a análise de matérias como amostra de sangue, fezes, urina e fluidos biológicos (SILVA et al., 2015).
Durante o estágio, as análises de caráter bioquímico eram precedidas por coleta do sangue em tubo sem a anticoagulante, e/ou com gel separador. O equipamento de uso no laboratório de estágio foi o Mindray BS-240 (Figura 8), o mesmo consiste em um analisador químico automatizado e controlado por computador, que se comporta como um fotômetro, mediando a energia radiante desde de que ocorra transmissão, absorção, dispersão ou reflexão. O sistema mede a intensidade da luz através da conversão fotoelétrica, amplificação linear e conversão da AD e então calcula a absorção da mistura da reação e a taxa de alteração da absorção, ou seja, a resposta, com base nos fatores de calibração obtidos. Seu funcionamento ocorre pelo isolamento de uma faixa estreita de comprimento de onda, além da utilização de filtros de interferências. Para isso, ele isola uma faixa estreita de comprimento de onda e utiliza filtros de interferências BS-240 (Manual do Usuário). 
O desempenho do sistema é avaliado de acordo com os resultados dos testes das amostras de controle. Se o sistema estiver operando normalmente, é possível dar início à análise de amostras de pacientes e o sistema calculará os resultados das amostras com os fatores de calibração. O aparelho permite acesso randômico e totalmente automatizado, isso significa que o usuário do sistema tem poder definir a sequência e a prioridade da amostra. O equipamento possui a capacidade de realizar até 200 testes fotométricos por hora, ou até 400 testes no modo análise de eletrólitos. A água utilizada para realização da limpeza do analisador, deve ser deionizada, a mesma não deve possuir contaminantes a fim de evitar interferências nos resultados analíticos ou mesmo acarreta problemas técnicos para equipamento (BS- 240, Manual do Usuário). 
Diversos são os parâmetros analisados por esse aparelho, sendo os principais o ácido úrico, colesterol, GGT, TGO, TGP entre outras.O processo de análise consiste em colocar no equipamento, as amostras previamente colhidas em tubo sem anticoagulante e centrifugadas. O equipamento fara a leitura de acordo com os parâmetros programados.
Fonte: Manual do Operador BS-240.
Figura 7 - Analisador químico clínico automatizado, Mindray BS-240, e componentes de funcionamento.
4.1 Ácido Úrico
O ácido úrico, é o resultado final da biotransformação das purinas e ácidos nucléicos. A elevação nas taxas de ácido úrico no sangue pode acontecer, tanto pela produção excessiva quando pela deficiência na eliminação da substancia, de modo que sua concentração no organismo depende do equilíbrio entre produção e eliminação pelos rins ( CARVAJAL, 2016). 
Entre as patologias associadas aos aumento das concentrações de ácido úrico, teremos gota, nefrolitíase, insuficiência renal ou cardíaca, eclâmpsia, cetoacidose, síndrome de Down, leucemias, bem como também pode estar associada à obesidade, hipertensão, diabetes e dislipidemias. Entre as causas da hiperuricemia estão erros de metabolismo, aumento na síntese das purinas ou aumento da ingestão de alimentos ricos em purina, encontrando-se reduzido em algumas situações, como o uso de fármacos, na doença de Wilson e síndrome de Fanconi (BULA: BIOCLIN; INSTITUTO HERMES PARDINI, 2015; SBR, 2019).
A dosagem desse metabolito pode ser realizada por meio de amostras de Urina, sangue (soro não hemolisado) e líquido sinovial. A técnica para determinação, consiste em um método enzimático calorimétrico UOD-PAP . O método ocorre de acordo com as reações químicas apresentadas na figura abaixo:
Figura 8 - Reação química para determinação de ácido úrico.
Fonte: Bula: Bioclin ácido úrico monoreagente k139.
A intensidade da cor é proporcional as concentrações de ácido úrico no analito, bem como temperatura de armazenamento é entre 2 e 8֯C. Para os processos analíticos, foram utilizadas amostras de soro provenientes de sangue centrifugados. 
4.2 Colesterol
Doenças de cardiovasculares (DCVs) lidera o número de morte nos países desenvolvidos. No Brasil as DCVs são a terceira maior causa de mortes. Entre os fatores de riscos envolvidos nesse tipo de doença está a hipercolesterolemia. Pesquisas indicam que o colesterol total eleva os riscos de desenvolver as doenças que afetam o coração. Entre outros fatores que podem vim agrava as doenças cardíacas temos a obesidade, tabagismo, hipertensão arterial, histórico familiar, hábitos de vida e o sedentarismo.
O colesterol total quando em altos níveis, sobretudo em crianças podem se acumulam nas paredes das artérias, o que pode levar a obstrução as luz da mesma e consequentemente interromper o fluxo sanguíneo e irrigação dos órgão, podendo levar a processos isquêmicos.
Os níveis de colesterol no plasma sanguíneo são influenciados pelos hábitos alimentares, pelos hormônios, hereditariedade, além da função hepática e renal. Altas concentrações de colesterol no plasma sérico podem ser indicativo de Cirrose, diabetes, , síndrome nefrótica,hipotireoidismo, hiperlipidemias, e doenças coronarianas de caráter isquêmico. Valores diminuídos podem estar relacionado a inflamação dos hepatócitos, infecções agudas, anemias, hipertireoidismo e mesmo anemias (Bula do Colesterol Monoreagente Bioclin).
Os níveis de colesterol sérico podem ser dados baseado em amostra de sangue (soro livre de hemólise), líquido da pleura ou ascético. A dosagem tem um papel significante no diagnóstico de doenças ateroscleróticas. É uma gordura (lipídeo) que, na forma livre, estar presente nas membranas celulares, sendo essencial para a produção de hormônios esteroidais. Variações analíticas e pré-analíticas podem causar interferência na análise. Pacientes com perfil lipídico alterado pode precisar de uma confirmação por repetição afim de manter a segurança e confiança do diagnostico, evitando resultados errôneos (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014).
 Ésteres de colesterol 	lipoproteína lipase	Colesterol + Ácidos graxos Colesterol + O2	colesterol oxidase	Colesterol-3-ona + H2O2
2H2O2 + Fenol + 4-Aminoantipirina	peroxidase	Cromógeno cereja + 4H2O
4.3 Creatinina
A creatinina é uma proteína sintetizada no fígado e nos rins, sendo sua produção constante e independe da dieta, metabolismo proteico e hidratação. A mesma aparece elevada em patologias que afetam os rins, como doenças renais agudas e crônicas, desidratação, diabetes, obstrução do trato urinário, e insuficiência cardíaca. Seus valores encontram-se diminuídos em situações como perda de função renal, ocorrem na desnutrição, , distrofia e a sarcopenia (Bula da Creatinina Cinética Bioclin).
A creatinina quando dosada possibilita a avaliação da taxa de filtração dos glomérulos. Sua concentração sérica é influencias por diversos fatores, tais como, sexo, índice de massa muscular corpórea, idade e uso de drogas e fármaco. Tem alta relevância para o diagnóstico de insuficiência renal, sendo sua importância de fundamental no diagnóstico da doença renal aguda ou crônica (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014).
A determinação d creatinina é realizado através do método cinético colorimétrico, permitindo a reação da creatinina com o Picrato Alcalino em meio tamponado, assim obtendo-se um cromógeno, sendo sua absorbância proporcional as concentrações de creatinina da amostra. A temperatura de armazenagem e transporte da amostra deve ser entre 15 e 30֯C. A amostra para dosagem pode ser de soro, plasma ou urina. A dosagem ocorria de forma automatizada pelo analisador bioquímico, sendo a parte manual apenas na organização das cubetas e execução do software.
4.4 Gama-glutamil transferase (GGT)
É uma enzima sérica, cuja síntese ocorre pelo sistema hepato biliar. Embora a GGT tenha uma maior concentração no tecido renal, seu valor diagnóstico está atrelado ao fígado e vias biliares, podendo ser encontrada no interior dos hepatócitos e células epiteliais biliares. Tem sua importância clínica ligada as doenças hepáticas, sendo encontra em valores altos em casos de obstrução biliar intra e extra hepática, icterícia obstrutiva, colangite e colecistite. Pode estra elevada também quando ocorre o uso de alguns medicamentos, drogas e no abuso do álcool, devido ao efeito tóxico. A GGT apresenta sensibilidade superior à FA, e a sua dosagem é permite o monitoramento de pacientes etilistas (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014); (Bula do Gama GTCinético Bioclin).
4.5 Glicose
Os níveis de glicose no sangues pode ser um espelho a respeito de alterações no profunda organismo. A dosagem dos níveis de açúcar no sangue corresponde ao teste bioquímico mais comum dentro de um laboratório de análise clinicas. Quando esse açúcar apresenta mau utilização pelo corpo é um reflexo da hiperglicemia, podendo está ser consequência de um distúrbio do metabolismo como o diabetes mellitus tipo 1 que é dependente de insulina, ou mesmo a diabetes mellitus tipo 2 (não dependente de insulina), , diabetes gestacional, diabetes secundária ou tolerância à glicose alterada (Bula da Glicose Enzimática Líquida Doles) .
A dosagem geralmente é realizada em soro, plasma, líquor e outros líquidos biológicos, podendo também utilizar amostra de sangue total. A amostra deve ser coletada com o paciente em estado de jejum, sendo feita em tubo contendo EDTA ou heparina . O tubo mais indicado para colher o sangue que seguira para análise de glicose é o que contem fluoreto. A coleta sem fluoreto pode ser efetuada contudo deve se centrifugar a amostra após a venopunção. O controle da glicemia permite monitorar, e assim reduzir de forma significativa as complicações do diabetes mellitus (DM), entre outras patologias associadas ao distúrbios nos níveis glicêmicos.
O método de referência para a análise é o método enzimático hexoquinase (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014), porém, o método utilizado no estágio foi analise automática realizada pelo analisador bioquímico automatizado. 
4.6 Transaminase Oxalacética (TGO) / Aspartato Aminotransferase (AST)
Proteína com função enzimática,encontrada em diversos órgãos e tecidos como coração, fígado, rins, músculo esquelético e pâncreas. Seus níveis encontram-se elevados em torno de 6 a 8 horas após o infarto do miocárdio, sendo seu pico dentre 24 e 48 horas após o evento. Além de patologias cardíacas, hepatites, colestase intra-hepática, necrose, e distrofias musculares aumentam as concentrações séricas .da Transaminase Oxalacética. A dosagem do TGO tem sua importância clínica para o diagnóstico, e manutenção de hepatopatias de origens diversas, assim como, hemocromatose, anemia hemolítica, entre outras doenças. Representa um ótimo marcado não específico de lesão hepática (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014; Bula da Transaminase AST (TGO) Cinética Bioclin).
A determinação das concentrações é feita baseada no teste cinético, segundo as reações:
 L-Aspartato + α-Cetoglutarato	 AST	 Oxalacetato + L-Glutamato
Oxalacetato + NADH + H+	MDH	L-Matato + NAD+
A AST promove a catalisação de transaminação reversível de aspartato e 2-cetoglutarato em oxalacetato e glutamato, e tem como cofator piridoxal-fosfato, sendo a velocidade da reação é proporcional as concentrações do analito. Dosagem realizada de forma automatizada por analisador bioquímico.
4.7 Transaminase Pirúvica (TGP) / Alanino Aminotransferase (ALT)
Encontrada em maior quantidade no tecido hepático e em menor quantidade nos rins, pâncreas, coração e músculo esquelético. Apresenta maior sensibilidade que a TGO em caso de injúria do hepatócito, e é importante no diagnóstico e acompanhamento da doença hepática associada à necrose. Os valores são elevados nas hepatopatias, mononucleose infecciosa e colestases intra e extra hepática (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014); (THRALL et al., 2015); (Bula da Transaminase ALT (TGP) Cinética Bioclin). A determinação ocorre por teste cinético, conforme reações: 
L-Alanina + α-Cetoglutarato	 ALT Piruvato + L-Glutamato 
Piruvato + NADH + H+	LDH	 L-Lactato + NAD+
A ALT catalisa a transferência do grupo amina para o α-Cetoglutarato, formando Piruvato e Glutamato. O Piruvato reage com o NADH e é reduzido a Lactato. O NADH se oxida a NAD+ em velocidade proporcional à atividade da ALT na amostra. Dosagem de ALT realizada de forma automatizada por equipamento bioquímico.
4.8 Triglicérides 
São lipídios que representam a maior parte da gordura armazenada no tecido, sendo o encontrada em diferentes concentrações ao redor do corpo. Bem como o ácido graxo colesterol, dosa os triglicérides e de suma importância na avaliação do risco de doenças cardíacas e das hiperlipidemias, além da fenotipagem das hiperlipoproteinemias. Para esse tipo de análise, faz se importante instruir o paciente acerca de alguns cuidados como jejum, dieta e consumo de álcool, visto que são indispensáveis para manter o controle das variáveis pré-analíticas, bem como garantir fidelidade e segurança dos resultado. Seus níveis estão elevados são em diabetes, uremia, hipotireoidismo, síndrome nefrótica, doenças cardiovasculares, pancreatite e alcoolismo (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014); (Bula do Triglicérides Monoreagente Bioclin).
	A determinação é feita através do teste enzimático colorimétrico, conforme reações abaixo:
Triglicérides + H2O lipoproteína lipase Glicerol + Ácidos Graxos
Glicerol + ATP glicerol kinase Glicerol-3-fosfato + ADP
Glicerol-3-fosfato + O2 glicerol fosfato + H2O2
2H2O2 + 4-Aminoantipirina + p-Clorofenol peroxidase Cromógeno cereja + 4H2O
A análise pode ser feita, além do soro, também no líquido pleural e ascítico, porém, durante o estágio essas análises foram restritas à amostra de soro do paciente, colhidas em tubo com gel ativador e separador ou sem somente com gel ativador. As amostras eram analisadas de forma autônoma pelo equipamento, sendo a parte manual somente a execução do software com o programa de controle do equipamento.
4.9 Fosfatase alcalina (FA)
FA promove a catalisação da hidrolise de ésteres do ácido fosfórico , quando estão sobre condições alcalinas. Seu pH possui uma ótima atividade in vitro, sendo o mesmo em torno de 10. Órgãos como rins, fígado, intestinos, pâncreas, ossos, e a placenta, possui altas concentrações de fosfatase alcaline em suas membranas celulares. Parte da FA sérica estão localizadas no epitélio biliar, e nas membranas caniculares das células hepáticas. O aumento nas concentrações da FA deve ser considerado em todos os aspectos, e não somente o hepático. Pode estar aumentada em até 10 vezes as concentrações comum em casos de colestase, obstrução do fluxo dos canalículos biliares, podendo estar elevada também em alguns tipos de carcinoma, como por exemplo o ósseo. Sua determinação ocorreu de forma sistematizada, requerendo apenas controlar execução do equipamento analisador (SILVA et al., 2018).
4.10 Ureia
	A ureia é o resultado do metabolismo das proteínas, sendo sua excreta por meio dos rins. Essa por sua vez está atrelada às funções hepática e renal, mesmo representando uma indicação grosseira do estado da função renal. As concentrações séricas da ureia estão correlacionadas aos hábitos de alimentação do paciente, o que envolve a dieta, e hidratação corpórea. Apresenta uma baixa sensibilidade, o que requer uma associação com dosagem de creatinina para fins diagnósticos e de monitoração (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014). Seus valores encontram-se elevados em situações de insuficiência renal, seja ela, renal, pré ou pós renais. Entre os fatores pré-renais estão o catabolismo de proteínas, desidratação e a descompensação cardíaca. As causas renais encontram-se a glomerulonefrite e pielonefrite. Tumores na bexiga, e mesmo a litíase renal estão entre as principais causas de patologias pós-renais. A diminuição sérica está correlacionada com disfunção hepáticos aguda, inanição e último trimestre da gravidez (Bula da Ureia Enzimática Bioclin).
	A determinação de ureia é feita usando o teste enzimático colorimétrico. Nesse processo a ureia é hidrolisada a íons amônio e CO2 pela enzima uréase. A análise da ureia ocorreu de forma sistematizada, sendo realizada pelo analisador da bioquímica. A reação de determinação é conforme reação abaixo: 
Ureia + 3 H2O uréase 2 NH4+ + CO2 + 2OH-
	
4. 11 Glutamato desidrogenase (GLDH) 
Glutamato desidrogenase é uma enzima encontrada no interior das células, especificamente nas mitocôndrias hepáticas e renais, podendo ser localizada também em pequenas concentrações no musculo cardíaco e outros tecidos. Sua liberação ocorre a parti l extravasamento celular para a corrente circulatória . De acordo com pesquisadores quanto maior for a concentração de substancia no plasma, maior será o grau de lesão dos hepatócitos, podendo indicar necrose hepática. É um bom indicativo de lesão hepática, sendo seu diagnóstico associado com outras enzimas com ALT e AST (SILVA et al., 2018; THRALL et al., 2015). A análise dessa enzima foi de forma automatizada. .
4.12 Determinação de Eletrólitos 
Os eletrólitos são substâncias de polaridade positiva (cátions) ou negativa (ânions), e que exercem importante papel para a homeostase corporal, e equilíbrio eletrolítico. São compostos integradores desse grupo o sódio (Na+), potássio (K+), magnésio (Mg+), fósforo (P-), cloreto (Cl-), cálcio (Ca2+), entre outros. Os eletrólitos pelo seu papel fundamental ao corpo humano, deve ser reposto por meio da alimentação, e também ingestão de líquidos. A falta desses elementos no organismo pode levar a distúrbios hidroeletrolíticos, podendo ocasionar diversos danos fisiológicos ao organismo, muito dos quais são irreversíveis. Entre os problemas causados por baixos níveis de eletrólitos podemos citar distúrbios gastrointestinais, cardíaco, renais, neurológicos, motores e respiratório.
A análises desses íons ocorreu por automação, sendo realizada pelo equipamento Analisador de íons seletivos K/Na/Cl/Ca/pH – Max Ion. O mesmo consiste em um equipamento automático com 5 parâmetros de leitura simultânea, e com capacidade pararealização de 60 teste/h, e armazenamento em memória de até 1000 pacientes, tendo como tipo de amostra direta soro, plasma, sangue total ou mesmo urina diluída solução própria denominada solução A. O equipamento era utilizado para determinação complementar do sódio e potássio sérico. 
A análise era de forma automatizada, sendo realizada aspirações com volume entre 65µL ~180µL, sendo o resultado emitido impresso pelo próprio equipamento.
 Figura 9 - Analisador automático de íons seletivos K/Na/Cl/Ca/pH – Max Ion.
 Fonte: Autoria própria.
4 IMUNO/HORMÔNIO
A imunologia médica é uma área clínica que atua auxiliando no diagnóstico, de inúmeros processos patológicos, a partir do compartilhamento de informações importantes, como a proporcionadas através do complexo de entrosamento na relação antígenos e anticorpos. A área Imuno laboratorial se mostra fundamental para investigação de enfermidades infecciosas, e pesquisa de doenças autoimunes. Essa campo das ciências biológicas, objetiva principalmente a confirmação de um perfil com suspeita clínica, a triagem sorológica em processos transfusionais; acompanhamentos em processos de transplantes de órgãos, monitoramento em transplante de órgãos (SILVA et al., 2015)
As análises imunológicas permitem acompanhar o prognóstico de inúmeras doenças, possibilita a avaliação da eficácia da terapêutica, possibilita o cuidado clínico com o paciente; a mesma se apresenta como uma importante fonte de informações para as questões de cunho epidemiológico (SILVA et al., 2015).
Os métodos utilizados na imunologia clínica, decorrem de alterações fisiológicas sofridas por um organismo, após processo de sensibilização por algum antígeno. Entre os antígenos mais comum em infeção humana, estão bactérias, vírus, fungos, endoparasitas, hemoparasitas, e mesmo os ectoparasitas. Os teste imunológicos em sua maior parte baseiam se na especificidade e sensibilidade da relação apresentada entre antígeno e anticorpo. 
A interação entre o hospedeiro, e corpo estranho provoca a sensibilização do sistema imunológico o que leva a produção de anticorpos, possibilitando assim a detecção baseada na relação antígeno-anticorpo, ou mesmo a busca pela presença de antígenos específicos baseado na relação antígeno-anticorpo. Uma das característica da imunidade adaptada e a sua capacidade de memória, podendo essa ser um importante marcador qualitativo de infecções agudas ou crônicas, sendo os marcadores respectivamente IgG e IgM. Por meio do imunodiagnóstico pode ser realizado a detecção de diversos hormônios, substâncias químicas no organismo.
As doenças de caráter autoimune acontecem quando o sistema imunológico do próprio indivíduo passa atacar o próprio organismo de forma ativa. Esse ataque comumente ocorre por ataque equivocado das células B ou T, ou ambas. O processo de ativação dessas células provoca uma série de interferência nas funções celulares, levando até mesmo a destruição de tecidos . Entre os fatores associados, as doenças autoimune, podemos destacar diversos fatores, entre eles destacam-se variação ambiental, alterações e defeitos metabólicos, e reação do sistema imune a agente infeciosos, sejam eles químicos ou biológicos (WILLIAMSON, 2016).
Entre as diversas ferramentas utilizadas nas análises imunológicas temos a imunocromatografia de fluxo lateral e de dupla migração, Imuno concentração, . Os mesmos são testes cujo tempo de execução, leitura e interpretação não ultrapasse 30 minutos. A técnica não exige aparato laboratorial sofisticado, podendo ser realizada sem uma estrutura laboratorial, e leitura a olho nu (BRASIL, 2010).
5.1 Proteína C Reativa (PCR)
A proteína c reativa é um importante marcador de inflamação de fase aguda, ou monitoração de processos infecciosos e prognósticos. A determinação dessa proteína possibilita acompanhar processos infeccioso com caráter neoplásico, eventos traumáticos, e acompanhamento pós cirúrgico. Níveis séricos elevados é um indicativo de predisposição a patologias cardiovasculares, aterosclerótica, infartos, e acidente vascular cerebral (AVC). Encontra-se seus níveis elevados também em aumento de lesão tecidual, infecções por bactéria (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014) (RESENDE, VIANA, & VIDIGAL, 2009). 
A determinação qualitativa da PCR ocorre pelos teste de aglutinação em látex, tendo por princípio a utilização de partículas de látex cobertas com anticorpo monoclonal anti-PCR, estabilizadas e suspensas em tampão glicina pH 8,2 (BULA WAMA). O teste consiste em: 
1. Micro pipetar 10 µl da amostra e 10 µl do reagente na placa;
2. Misturar com espátula e colocar no homogeneizador por dois minutos a 180 RPM;
3. Realizar a leitura, e observar se ocorre aglutinação. Fonte: Autoria própria.
Figura 10 - Placa com teste de PCR. As marcações 1 e 3 apresentam aglutinação, a marcação 2 está com salina.
 Em casos de aglutinação deve-se realizar o procedimento semiquantitativo. O procedimento citado consiste em realizar a diluição sérica da amostra. A titulação pode ser realizada em placa, sendo cada espaço identificado com a respectiva titulação. Interpretar como concentração de Proteína C Reativa na amostra aquela que corresponder à maior diluição e que apresentar aglutinação nítida. Multiplicar o valor correspondente ao fator de diluição encontrado pelo limite de sensibilidade do kit (6 mg/L). Expressar o resultado em mg/L. ( BULA CEPA).
5.2 Fator Reumatoide (FR) 
Esse fator se apresenta como um autoanticorpo da categoria IgM. A pesquisa desse anticorpo auxilia no diagnóstico de diversas doenças autoimunes, como artrite reumatoide, lúpus e outras síndromes autoimune. Níveis elevados costumam estar relacionados com prognósticos ruim, isso porque está. estreitamente vinculado a casos de patologias articulares agressivas (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014).
O princípio envolvido para determinação de fator reumatoide envolve aglutinação em látex, onde o processo de aglutinação provoca um aumento da densidade óptica. A intensidade da luz dispersada é proporcional à concentração de FR. Este método usa a Imunoturbidimetria (BULA BIOCLIN). A metodologia empregada na execução do teste de FR consiste na mesma utilizada na determinação de PCR.
4.3 Antiestreptolisina - O (ASLO)
O exame ASLO tem como principal objetivo a identificação de toxinas, que possam terem sido liberadas por quase todas as cepas de Streptococcus pyogenes, do grupo beta-hemolíticos A. A toxina em questão é a estreptolisina O, que é uma hemolisina oxigênio-lábil (inativada pelo oxigênio), com potente antigenicidade. A imunoglobulina produzida anticorpo contra esse antígeno, a antiestreptolisina O, se tornou um forte indicador de infecções estreptocócicas e de suas complicações, tais como a febre reumática e a glomerulonefrite aguda e difusa, e doenças renais .
 As concentrações desses anticorpos, aumenta após o final da primeira semana da infecção estreptocócica, e atinge seu valor suas concentrações máximas entre a 3ª e 5ª semanas, retornando, na maioria dos casos, ao nível normal do segundo ao quarto mês (BULA WAMA).
A técnica para realização do ASLO é baseada no princípio da aglutinação em látex, em que se utiliza uma amostra de soro acrescida do reagente. O reagente contém partículas revestidas com a estreptolisina O, que reage com os anticorpos presente no soro, em caso de sensibilização prévia, o que causa uma aglutinação visível (Instituto Hermes Pardini, 2013/2014).
A metodologia do exame, é a mesma utilizada em outros testes como de aglutinação como, o FR e PCR. Reações positivas, deve se realizar diluição, e posterior titulação e quantificação.
5.4 Widal
Esse teste de soroagltinação possibilita a identificação por infecção de bactérias Salmonella. Geralmente é solicitado para o diagnóstico de febre tifoide e paratifoide, doenças causado pela Salmonella typhi. Sua solicitação é baseada na sintomatologia do paciente, sendo solicitado comumente quando o paciente apresenta sintomas gastrointestinais, dores de cabeça, febre,

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