Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
I- Geometria no R3 Prof.Hugo Pedro Boff (IE-UFRJ) 1.1 Vetores e coordenadas no espaço usual A base natural do sistema de coordenadas no espaço usual (Euclidiano) é constituída por 3 vetores ortogonais entre si, E1,E2,E3, de comprimento unitário: E1 1,0,0; E2 0,1,0; E3 0,0,1. Um ponto P no 3 tem uma representação no sistema E1,E2,E3. Sejam x,y, z as coordenadas de P com relação à E1,E2,E3 respectivamente. Então, x,y, z xE1 yE2 zE3 x1,0,0 y0,1,0 z0,0,1 x,y, z é a forma vetorial do ponto Px,y, z. Notações: Px,y, z é o ponto de coordenadas x,y, z no sistema E1,E2,E3, enquanto que x,y, z é a representação do vetor com origem em O e extremidade em P : OP ≡ x,y, z. Genéricamente, o vetor com origem no ponto Aa1,a2,a3 e extremidade em Px,y, z será notado AP. O P(x,y,z) xE1 + yE2 yE2 xE 1 zE3 OP 1 2 3 Fig.1.1: Vetor OP no espaço Translações: mudanças de origem A translação do vetor OP com vértice no ponto Px,y, z em um sistema com origem em O consiste na representação deste mesmo vetor em um sistema com coordenadas paralelas e origem em um outro ponto Po diferente de O. Nesta operação efetua-se a translação dos eixos coordenados e avalia-se o ponto Px,y, z do sistema com origem em O, no espaço com origem em um ponto qualquer P0x0,y0, z0, o qual será a origem do novo sistema de coordenadas: O′ ≡ Po. No sistema original temos: OP xE1 yE2 zE3 x,y, z. No sistema com origem em Poxo,yo, zo: PoP (x − xoE1 y − yoE2 z − zoE3. Se x ′,y ′, z′ designam as coordenadas do ponto P no novo sistema, temos as relações: x ′ x − x0 y ′ y − y0 z′ z − z0 ↔ x x ′ x0 y y ′ y0 z z′ z0 Z ’ Y ’ X ’ O ’ Z Y X O P (x ,y ,z ) r P ’(x ’ ,y ’ ,z ’) γ α β γ β α A B Fig.1.2: translação dos eixos Entretanto, as coordenadas do vetor OP no sistema com origem em O serão as mesmas que as coordenadas do vetor transladado O′P ′ no novo sistema com origem em O′, pois O′P ′ preserva o comprimento e a direção do vetor original OP. Então, sendo , e os ângulos diretores de OP (ângulos formados pelo vetor com o primeiro, segundo e terceiro eixos coordenados, respectivamente) e r o comprimento de OP, a representação cosseno das coordenadas de OP e O′P ′ garante as identidades: x rcos x ′; y rcos y ′ e z rcos z ′ . As coordenadas de um vetor são invariantes mediante a translação dos eixos. Dois vetores são ditos equipolentes se eles possuem o mesmo comprimento, o mesmo sentido e a mesma direção. Por exemplo, os vetores OP, O′P ′ e AB representados na figura 1.2 são equipolentes entre si. 1.2 Operações elementares com vetores Distância Euclidiana Para medir a distância entre dois pontos quaisquer P0x0,y0, z0 , Px,y, z no 3, precisamos introduzir uma métrica sobre este espaço. Uma métrica é toda aplicação d : 3 3 → atendendo os seguintes requisitos para quaisquer pontos Po,P e P1x1,y1, z1: i dP,Po 0 e dP,Po 0 ↔ P Po; ii dP,Po dPo,P ; iii dP,Po dP1,Po dP,P1. O valor dP,Po mede a distância entre os pontos Po e P. A condição iii é chamada desigualdade triangular. A maneira usual de medir distâncias entre pontos de espaços multidimensionais é a maneira de Euclides. A distância Euclidiana entre P0 e P é dada por: dP,Po x − x02 y − y02 z − z02. Prova: (pelo teorema de Pitágoras) Sem perda de generalidade podemos tomar o ponto P0 na origem 0,0,0. Então, d2 r2 z2 e r2 x2 y2. Logo, d2 x2 y2 z2, isto é, dP,O d x2 y2 z2 . 3 2 1 O P(x,y,z) y x z r d Fig.1.3: distância Euclidiana Não é difícil mostrar que d verifica os postulados i e ii acima. O postulado iii será demonstrado à frente, ao introduzirmos o produto interno entre vetores e a norma de um vetor. Outras métricas úteis para a análise em espaços métricos são: 1. d1P,Po |x − xo||y − yo||z − zo|; 2. d2P,Po max|x − xo|; |y − yo|; |z − zo|. Pode-se verificar com relativa facilidade que as aplicações d1,d2 são distâncias, i.e., também verificam os postulados acima. Adição de vetores A adição entre vetores se faz somando suas coordenadas. Sejam A a1,a2,a3 e B b1,b2,b3. Então o vetor A B será: A B a1 b1,a2 b2,a3 b3 O B A A + B Fig.1.4a: Adição de vetores Por extensão a subtração de um vetor C de um vetor A é definida como a adição do vetor A ao negativo do vetor C: CA A − C A −C O C C AAA - C - C Fig.1.4b: Subtração de vetores Note que na figura acima os vetores CA e A − C são equipolentes. A adição de vetores é comutativa e associativa: i A B B A ii A B C A B C Multiplicação escalar Seja F um corpo de escalares e k ∈ F um número escalar. Seja A um vetor do 3: kA é um vetor do 3 paralelo à A, isto é, com a mesma direção de A. Se k 0, kA tem o mesmo sentido de A; se k 0, kA tem o sentido oposto ao de A e se k 0, kA é o vetor nulo. Se kA é um vetor com coordenadas (a1′ ,a2′ ,a3′ , vamos mostrar, geométricamente, a seguinte identidade: kA a1′ ,a2′ ,a3′ ka1,ka2,ka3. 3 2 O P ’(a’1,a ’2,a’3) a 2 a1 kA P (a 1,a 2,a 3) a’2 q q ’ a’1 A a’3 a 3 1 Fig.1.5: Multiplicação escalar Na figura 1.5 acima temos, A ≡ OP e kA ≡ OP ′, de modo que: a2′ a2 q′ q OP ′ OP k → a2 ′ ka2. Análogamente, projetando-se Oq′ e Oq sobre o eixo 1 obtemos: a1′ ka1. Construindo-se a projeção ortogonal de OP e OP ′ sobre um dos planos adjascentes e, em seguida, desta sobre o eixo 3 obtemos também: a3′ ka3. O vetor kA é uma dilatação de vetor A. Na figura acima representamos kA para k 1. A multiplicação escalar apresenta as seguintes propriedades: i kA B kA kB ii k1 k2A k1A k2A iii k1k2A k1k2A. 1.3 Paralelismo e a equação da reta Pela definição da multiplicação escalar de um vetor V1 x1,y1, z1, o vetor tV1 tem a mesma direção que o vetor V1 (t ∈ F) e coincide com V1 se t 1. Fazendo-se variar t, as coordenadas de tV1 podem ser vistas como uma seqüência de pontos Ptx1, ty1, tz1 sobre uma reta passando pela origem O e pelo ponto P1x1,y1, z1. Seja Px,y, z um ponto qualquer desta reta. O segmento OP deve ser paralelo ao segmento OP1, isto é, OP tOP1. Análogamente, uma reta com origem no ponto P0x0,y0, z0 passando por P1x1,y1, z1 terá equação P0P tP0P1. Esta equação gera a seguinte representação paramétrica das coordenadas da reta: x x0 tx1 − x0; y y0 ty1 − y0; z z0 tz1 − z0 Assim, uma reta Rt é determinada por um ponto Px,y, z que lhe pertence e um vetor P0P1 que lhe é paralelo. R ( t ) P 1 P o P Fig.1.6: Equação da reta O vetor direção da reta será: x1 − x0, y1 − y0, z1 − z0. Exercício 1.1 Defina formalmente a reta Rt que passa pelos pontos P00,1,2 e P11,−1,6. Solução: A representação paramétrica das coordenadas é: x t; y 1 − 2t; z 2 4t. Então, Rt t, 1 − 2t, 2 4t ∈ 3; t ∈ F. Naturalmente, todos os segmentos RtoRt sobre a reta t ≠ t0 estarão na direção do vetor PoP1 1,−2,4. 1.4 Produto interno e ortogonalidade Sejam V x,y, z e Vo x0,y0, z0 dois vetores do 3. O produto interno (ou produto Euclidiano) de V e Vo é definido como: V Vo xx0 yy0 zz0 Comprimento de um vetor Em um espaço métrico, o comprimento de um vetor V é calculado definindo-se a aplicação norma : ‖‖ : 3 → : x → ‖x‖ comprimento do vetor x. Obtemos assim um espaço vetorial normado. No caso usual (Euclidiano), o comprimento do vetor V será dado por: ‖V‖ V.V Como o comprimento do vetor V é a distância que separa seu vértice Px,y, z da sua origem O, é fácil verificar que ‖V‖ dP,O. Por isso, assim comoa distância, a norma de um vetor é sempre não negativa. Análogamente, se V OP e Vo OPo, o vetor V − Vo x − xo;y − yo; z − zo é equipolente ao vetor com origem em Po e extremidade em P, de maneira que a distância entre estes dois pontos é dada pelo comprimento de V − Vo : ‖V − Vo‖ V − Vo. V − Vo x − x02 y − y02 z − z02 dP,Po. Para o produto interno usual, é válida a chamada lei do cosseno: V Vo ‖V‖ ‖Vo‖ cos onde é o cosseno formado na origem O pelos vetores V e Vo, e ‖ ‖ é a norma Euclidiana definida acima. A identidade de () com () é facilmente estabelecida no caso em que V e Vo pertencem ao 2. Com efeito, fazendo-se a transformação polar: x ‖V‖cos; y ‖V‖ sin; x0 ‖Vo‖cos; y0 ‖Vo‖ sin (conforme figura 1.7 abaixo) em (), vem: V Vo ‖V‖cos ‖Vo‖cos ‖V‖ sin ‖Vo‖ sin ‖V‖ ‖Vo‖ coscos sin sin ‖V‖ ‖Vo‖ cos − ‖V‖ ‖Vo‖ cos, que é a equação (). 2 1 α β θ x x o y o y O V o V Fig.1.7: Lei do cosseno O produto interno tem as seguintes propriedades: i V Vo Vo V (comutatividade) ii V Vo V1 V Vo V1 (associatividade) iii V Vo V1 V Vo V V1 (distributividade) iv V Vo V V1 Vamos agora provar que a lei do cosseno () implica na definição (). Para isso, usamos as propriedades do produto interno. Considere d a distância entre os pontos P e Po na extremidade dos vetores V e Vo do 3. Pela fórmula da distância vem: d2 d2Po,P x − x02 y − y02 z − z02 ‖V‖2 ‖V0‖2 −2xx0 yy0 zz0 (∗) Pelas propriedades (i),(ii) e (iii) do produto interno e, pela lei do cosseno, temos: d2 ‖V − Vo‖2 V − Vo V − Vo V V Vo Vo − 2 V Vo ‖V‖2 ‖Vo‖2 −2‖V‖ ‖Vo‖ cos. Igualando (∗) com esta última equação obtemos a identidade desejada: xx0 yy0 zz0 ‖V‖ ‖V0‖ cos. Propriedades da norma Dados os vetores X x1,x2,x3 e Y y1,y2,y3 temos: (i) ‖X‖ 0 ↔ X 0 (ii) ‖kX‖ |k| ‖X‖, k ∈ R (iii) ‖X Y‖ ≤ ‖X‖ ‖Y‖ (desigualdade de Minkowsky). A demonstração das duas primeiras propriedades é trivial. A terceira é a chamada desigualdade triangular formalizando a idéia de que a menor distância entre dois pontos é a dada tomando-se o comprimento da linha reta que os une. Com efeito (veja-se fig.1.8), ‖X Y‖2 x1 y12 x2 y22 x3 y32 ‖X‖2 ‖Y‖2 2 X Y. Ora, pela lei do cosseno X Y ≤ |X Y| ≤ ‖X‖ ‖Y‖ |cos| ≤ ‖X‖ ‖Y‖ (desigualdade Cauchy-Schwarz). Então, ‖X Y‖2 ≤ ‖X‖ ‖Y‖2 e a desigualdade está demonstrada. O Y X X + Y Y Fig.1.8: Desigualdade de Minkowski As propriedades i − iii acima também são satisfeitas pelas normas engendradas pelas distâncias d1 e d2 apresentadas acima: ‖X‖1 |x1||x2|̄|x3| e ‖X‖2 max|x1|; |x2|̄; |x3|, respectivamente. A verificação é sugerida como exercício. Projeção ortogonal Se os vetores U e V formam entre si um ângulo reto /2 então eles são ditos mutuamente ortogonais. Pela lei do cosseno, isto é equivalente à U V 0. V U 9 0 ο O Fig.1.9: Vetores A projeção ortogonal do vetor U sobre a reta suporte do vetor V é o vetor , imagem do vetor U sobre a reta suporte. Assim, ‖‖ ‖U‖ |cos| onde é o ângulo formado entre U e V. Pela lei do cosseno temos |cos| |UV|‖U‖‖V‖ de maneira que ‖‖ |UV|‖V‖ . Como e V são paralelos, devemos ter ‖‖ V‖V‖ . Logo, fica definido como: U V‖V‖2 V Se U V 0 /2 3/2, tem sentido oposto ao de V. Do contrário, U V 0, −3/2 /2 o sentido de é o mesmo do de V. Naturalmente, se U e V são ortogonais U V 0, a projeção é nula. Exemplo 1: Vamos calcular a projeção de U 1,−1,2 sobre a reta de suporte de V 1,2,1, e o comprimento de . Temos: U V 1, ‖V‖ 6 . Logo, 16 1,2,1 e ‖‖ 16 . U 9 0 ο Π V Fig.1.10: Projeção ortogonal Note que a definição da projeção dada acima, é válida mesmo que os vetores U e V não estejam definidos sobre um mesmo plano (como na figura 1.10 acima). As matrizes de projeção introduzidas na seção 5.3 permitirão uma definição mais genérica da projeção ortogonal de vetores sobre planos e hiperplanos gerados por um dado conjunto de vetores em um espaço vetorial de dimensão superior. 1.5 Produto externo e a equação do plano Produtos vetoriais e vetores normais Sejam X x1,x2,x3 e Y y1,y2,y3 dois vetores do 3. O produto externo (ou produto vetorial) de X por Y, notado X ∧ Y é um vetor N n1,n2,n3 normal ao plano formado pelos pontos Px1,x2,x3 O P ′y1,y2,y3. Usando-se a regra de Cramér (veja seção 4.2) para a solução de N X N Y 0, mostra-se que X ∧ Y pode ser expressso de seguinte maneira: X ∧ Y E1 E2 E3 x1 x2 x3 y1 y2 y3 . No cálculo do determinante (veja seção 4.1) os vetores de base natural E1,E2,E3 são tratados como escalares. Disto vai que: N X ∧ Y x2 x3 y2 y3 ,− x1 x3 y1 y3 , x1 x2 y1 y2 Pode-se então verificar que N é ortogonal à X, à Y e à qualquer combinação linear destes dois vetores: N k1X k2Y k1N X k2N Y 0 0 0 O produto externo ∧ goza das seguintes propriedades: i X ∧ Y −Y ∧ X ii X ∧ kX 0; ∀k ∈ R iii kX ∧ Y kX ∧ Y iv X ∧ Y Z X ∧ Y X ∧ Z. A demonstração destas propriedades decorre imediatamente da definição de ∧. Pode-se também mostrar que se W é um terceiro vetor não coplanar à X e Y (i.e. que não pertence aos planos de X e de Y, então o vetor U ∧ V ∧W está no plano suporte de V e W ou é paralelo a este plano (dado que é perpendicular à V ∧W). Análogamente, V ∧ U ∧W está no plano ou é paralelo ao plano de V e W. Equação do plano Um plano contendo a origem O e o ponto Px,y, z é formado pelo segmento OP e um vetor N normal a este plano. Sua equação é : OP N 0. Se ao invés de conter a origem, o plano com normal N deve conter um ponto Poxo,yo, zo arbitrário, então a equação do plano será: PoP N 0. Como PoP é equipolente ao vetor OP − OPo x − xo,y − yo, z − zo, temos a seguinte equação do plano: P N OPo N ou, colocando OPo N n1xo n2yo n3zo, a equação do plano torna-se: n1x n2y n3z . Exemplo 2: Vamos achar uma equação do plano que passe pelos pontos A1,1,2; B5,0,3 e C4,1,−2. Seja X AB 4,−1,1 e Y AC 3,0,−4. Usando a fórmula do produto externo, um vetor normal ao plano de suporte de XY é N −1−4 − 10, 13 − 4−4, 40 − −13 4,19,3. Então, OA N 14 119 23 29 . E a equação do plano será : 4x 19y 3z 29. A B P(x,y,z) C N 45o Fig.1.11: Vetor N normal ao plano BAC a) Planos paralelos e ortogonais Dois planos : n1x n2y n3z e ′ : n1′ x n2′ y n3′ z ′ são paralelos sse seus vetores normais N e N′ forem paralelos. N′ tN, t ≠ 0. Neste caso, temos 1′ : n1x n2y n3z ′t e e ′ estão sobrepostos se ≠ ′t e coincidem se ′t . Por outro lado e ′ são ortogonais sse seus vetores normais são ortogonais: N N′ 0. Por exemplo, dado o plano : 2x1 − x2 6x3 10, um plano paralelo é ′ : 6x1 − 3x2 18x3 16 e um plano perpendicular à (ou ′) é x1 2x2 5. b) Reta interse��o de dois planos A interseção de dois planos não paralelos : n1x n2y n3z e ′ : n1′ x n2′ y n3′ z ′ engendra uma reta Rt com coordenadas parametrizadas por t. Para calcular as coordenadas xt,yt, zt desta reta colocamos z t e resolvemos em x e y o sistema linear: n1 n2 n1′ n2′ x y − n3t ′ − n3′ t . Usando a regra de Cramér obtemos: xt 1 − n3t n2 ′ − n3′ t n2′ e yt 1 n1 − n3t n1′ ′ − n3′ t onde n1 n2 n1′ n2′ n1n2′ − n2n1′ Após o cálculo dos determinantes obtemos as equações paramétricas de Rt: xt n2 ′ − ′n2 n2n3′ − n3n2′ t; yt ′n1 − n1′ n1′ n3 − n1n3′ t zt t. R O Π ! Π ( t ) Fig.l.12: Reta interseção de dois planos Exemplo 3: Determinemos as equações paramétricas da reta interseção dos planos x − 2y 6z 4 e 2x y − 3z 2. Usando as equações acima para 4, ′ 2, n1 1, n2 −2, n3 6 e n1′ 2, n2′ 1, n3′ −3 vem: 11 − 2−2 5 xt 41−2−25 −3−2−615 t 85 0t yt 21−425 26−1−35 t −65 3t zt t Note que um vetor V paralelo aos dois planos e ′ é calculado como o produto externo dos vetores normais à estes planos: V N ∧ N′ v1,v2,v3 onde as coordenadas v1,v2,v3 são as do vetor de direção da reta de interseção explicitada anteriormente ( p.ex. v1 n2n3′ − n3n2′ 1 ). Naturalmente, a reta paralela aos planos e ′ passando por um ponto Px0,y0, z0 terá então as seguintes equações paramétricas: x x0 tv1; y y0 tv2; z z0 tv3. Esta reta é paralela à reta intersecção dos dois planos, e coincidirá com a reta interseção sse o ponto P pertencer à ⌢ ′. No exemplo acima, a reta paralela à e ′ passando por P5,1,3 tem representação: x 5; y 1 3t e z 3 t. Exercício 1.1: Ache a equação do plano contendo o ponto A1,5,7 e a reta: x 2 t; y 3 − 2t; z 5t. Solução: Sejam B2,3,0 e C3,1,5 dois pontos sobre a reta (obtidos tomando-se t 0 e t 1, respectivamente). Então AB 1,−2,−7; AC 2,−4,−2 e um vetor normal à estes vetores é: −2 −7 −4 −2 ,− 1 −7 2 −2 , 1 −2 2 −4 −24,−12,0 −122,1,0 ou, 2,1,0. Seja Px,y, z um ponto do plano. Uma equação do plano satisfazendo as condições do exercício será: AP 2,1,0 2x − 1 y − 5 0z − 7 2x y − 7 0. ♣♣♣ Exercícios propostos Seção 1.1: Translações 1. Efetue a translação dos eixos coordenados x1,x2,x3 da base natural para o sistema de eixos x1′ ,x2′ ,x3′ com origem em a 1,2,1. Represente gráficamente o vetor v −1,3,2 em ambos os sistemas do 3. 2. Podemos genéricamente definir uma translação T no 3 como uma aplicação do V3 → V3 : v → Tv v − a. Mostre que a soma ou a diferença de duas translações não é uma translação. Por que ? Seção 1.2: Distância Euclidiana e operações com vetores 1. Dados os três pontos A5,−3,1, B−2,4,3 e C3,1,−4, ache: a Os comprimentos dos lados do triângulo ABC; b As coordenadas dos vetores AB,BC,AC; c As coordenadas de AB BC e AB BC CA; d Os pontos médios M, N e Q dos vetores BC, AB e AC, respectivamente; e As coordenadas do centróide do triângulo ABC, i.e., o ponto P sobre AM tal que AP 2PM. Mostre também que P trissecta BQ e CN . (Sugestão: Represente gráficamente os pontos. O ponto médio Mx,y, z do vetor do vetor BC é tal que suas coordenadas resolvem: BM 12 BC. 2. Mostre (algébricamente e geométricamente) que os pontos 0,0,0,0; 5,2,7; −2,2,3 e 3,4,10 são vértices de paralelogramos. 3. Dados os pontos A4,−1,6 e B2,5,−4, ache: a o ponto C tal que B seja o ponto médio de AC ; b o ponto D tal que A seja o ponto médio de DB. 4. Sejam os três pontos Aixi,yi, zi; i 1,2,3. Prove que o centróide do triângulo é o ponto coordenado por x1x2x33 ; y1y2y33 ; z1z2z33 . 5. Dados os pontos A2,5,−1, B−2,1,4 e C0,−6,4. Ache os pontos P tais que: a AP 3AB; b CP 2AB; c AP −5BP. 6. Prove o teorema de Pitágoras: d2 x2 y2 , onde d é a hipotenusa e x e y o comprimento dos lados de um triângulo retângulo (Sugestão: construa o quadrado de lado x y e calcule sua área). Seção 1.3: Equação da reta 1. Dê as equações paramétricas da reta que passa pelos pontos A1,0,3 e B−2,1,5. Mostre que esta reta é paralela à reta passando pela origem O e pelo ponto C−3,1,2. 2. Ache as equações paramétricas: a da reta passando por A1,5,0 e paralela ao vetor T 2,−7,4; b da reta que passa pelo ponto A1,7,6 e é paralela à reta que passa pelos pontos B1,2,0 e C5,−1,3; c da reta que passa pelo ponto A0,5,6 e é paralela à reta de equação: x 2 4t; y −2t; z 3 5t. 3. Considere a reta que passa pelos pontos A2,1,4 e B−3,5,2. Determine os pontos nos quais a reta corta: a cada um dos planos coordenados : xy, yz e xz; b o plano de equação x y z 4. 4. Ache as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto A4,1,−2 e é normal ao plano de equação 2x − y 3z 6. 5. Dados os pontos Ax1,y1, z1 e Bx2,y2, z2, mostre que se Px,y, z estiver sobre a reta que passa por A e B, então existem números s e t tais que s t 1 e x sx1 tx2; y sy1 ty2 e z sz1 tz2. Mostre também que P está entre A e B sse s e t são ambos não negativos. Seção 1.4: Produto interno e ortogonalidade 1. Ache três vetores unitários, cada um dos quais ortogonal ao vetor v 5,2,−3. 2. Ache dois vetores mutuamente ortogonais e ortogonais ao vetor v 7,3,−2. 3. Ache três vetores ortogonais ao vetor v 5,2,−3 de maneira que as componentes de cada um deles some 1. 4. Dados os pontos A1,3,5, B−2,1,3 e C4,1,2 : a Calcule o cosseno do ângulo formado entre os vetores BA e BC; b idem para os ângulos formados entre AB /AC e CA /CB; c Calcule a área do triângulo ABC. 5. Calcule a projeção do vetor 7,2,4 sobre cada um dos vetores 1,1,0; −1,1,2 e 1,2,1. 6. Prove que se as diagonais de um paralelogramo são perpendiculares entre si, os lados do paralelogramo são iguais. (Sugestão: se X e Y são dois vetores de mesma origem, então as duas diagonais do paralelogramo formado por ambos são: X Y e X − Y. 7. Ache o comprimento da perpendicular do ponto P2,−1,6 ao plano de equação 2x 6y − 3z 28. (Sugestão: Tome um ponto qualquer do plano, p.ex., Q14,0,0 e ache o vetor projeção de PQ sobre um vetor normal ao plano. Em seguida, calcule o comprimento da projeção). 8. Determine o ponto Pxo,yo, zo, sobre o plano de equação x y 2z 0, que está à menor distância do ponto A3,4,−2. 9. Dê a fórmula geral para o comprimento da perpendicular partindo do ponto Pxo,yo, zo ao plano de equação ax by cz d. 10. Prove que: a o plano de equação ay bz c é paralelo ao eixo dos x; b o plano ax bz c é paralelo ao eixo dos y; c o plano zx by c é paralelo ao eixo dos z; d o plano ax c é paralelo aos eixos y e z. Seção 1.5: Produto externo e a equação do plano 1. Ache um vetor normal: a ao plano formado pelos pontos A1 − 1,1; B2,0 − 3 e C0,2,4; b ao plano de equação −x 3y z 2. 2. Ache um vetor ortogonal a ambos vetores: A 1,5,−2 e B 2,3,1. 3. Ache as equações dos planos satisfazendo as seguintes condições: a passando pelo ponto de coordenadas 2,9,−1 e tendo por vetor normal 3,−1,5; b passando pelo ponto C1,5,2 e perpendicular à reta passando pelos pontos A1,4,−3 e B−2,5,1; c passando pelo ponto A2,3,4 e perpendicular ao eixo dos y; d passando pelos pontos A1,−2,4; B5,1,6 e C6,3,2; e passando pelos pontos A1,0,0; B0,1,0; C0,0,1; f contendo o eixo x e o ponto A2,1,5; g contendo oponto A1,5,7 e a reta x 2 t; y 3 − 2t; z 5t. Retas interseção 4. Ache a equação do plano nas seguintes situações: a contendo o ponto A3,1,−2 e perpendicular à reta interseção x − 2y 6z 2 ; 3x y − 2z 4; b contendo o ponto A2,0,5 e a reta interseção dos dois planos: x y − z 6; 2x 5y − 3z 1 ; 5. Ache um vetor paralelo às retas: a 2x − y 4z 1; x 5y z 6; b x − 6y 5z 1;2x y z 4; 6. Mostre que os três planos: 2x − 3y − z 1; x 2y 3z 0 ;5x − y 4z 117 , intersectam em uma reta. (Sugestão: mostre que a reta interseção dos dois primeiros planos pertence ao terceiro); 7. Mostre que os três planos: x y − 2z 2;2x − 2y 3z 1; 3x − y z 7 não se intersectam. (Sugestão: mostre que a reta interseção dos dois primeiros planos é paralela ao terceiro); 8. Ache o pontode interseção dos três planos: x − 2y z 4; 3x y − 2z 1; 4x − y 3z 6; 9. Dê as equações paramétricas da reta que passa pelo ponto A4,2,−1 e é paralela à cada um dos planos 2x y z 0; x − 5y 2z 9; 10. (a) Determine o valor das constantes a e b de maneira que a reta interseção dos dois planos x − y 2z a e 2x 3y − z b passe pelo ponto A7,−1,4; (b) Dado o valor da constante a, determine os coeficientes n1 e n2 de maneira que o plano de equação n1x n2y z a é intersectado pelo plano de equação 2x − y − z 1 sobre a reta Rt 1 t, 2 t, −1 t : t ∈ . Exercícios teóricos 1. Se X e Y forem dois vetores de mesma origem e s e t forem dois escalares quaisquer, prove que Z sX tY está no mesmo plano que X e Y. ; 2. Mostre que se X,Y e Z são três vetores coplanares do 3 e não paralelos entre si, então existem constantes únicas s e t tal que: Z sX tY; 3. Se X,Y e Z são três vetores não coplanares no 3, de mesma origem e não nulos, então todo vetor U ∈ 3 pode ser expresso como U sX tY uZ, onde s, t e u são escalares apropriados. ∡♣ℷ Respostas aos exercícios Seção 1.1 : 1/ x1′ x1 − 1; x2′ x2 − 2; x3′ x3 − 1. 2/ Se T1v v − a1 e T2v v − a2 então T1 T2v v v − a1 a2 não tem o mesmo comprimento de T1 ou T2. Seção 1.2: 1/ (a) ‖AB‖ 10.1; ‖AC‖ 6,708; ‖BC‖ 9.11; (b) AB : −7,7,2; BC : 5,−3,−7; AC : −2,4,−5; (c) AB BC : −2,4,−5; AB BC CA : 0,0,0; (d) M 12 , 52 ,− 12 ; N 32 , 12 , 2; Q4,−1,− 32 ; (e) Centróide: P2, 23 , 0. Trisecta BQ: BP 2PQ 4,− 103 ,−3 e CN : CP 2PN −1,− 13 , 4; 2/ Geométricamente: represente no 3 os quatro pontos; Algébricamente: AC BD −2,2,3 e AB CD 5,2,7; 3/ (a) C0,11,−14; (b) D6,−7,16; 4/ M ponto médio de A2A3 e Px,y, z centróide: A1P 2PM → x 13 x1 x2 x3; y 13 y1 y2 y3; e z 13 z1 z2 z3; 5/ (a) P−10,−7,14; (b) P−8,−14,14; (c) P− 43 , 53 , 196 . Seção 1.3 1/ Rt 1 − 3t, t, 3 2t : t ∈ é paralela à reta passando por C−3,1,2; 2/ (a) x 1 2t; y 5 − 7t; z 4t; (b) x 1 4t; y 7 − 3t; z 6 3t; (c) x 4t ; y 5 − 2t; z 6 5t. 3/ Px,y, z : x 2 − 5t; y 1 4t; z 4 − 2t. (a) xy : P−8,9,0; xz : P 134 , 0, 92 ; yz : P0, 135 , 165 ; (b) t 1 → P−3,5,2. 4/ x 4 2t; y 1 − t; z −2 3t; 5/ Px,y, z tal que AP rAB → x rx2 1 − rx1; y ry2 1 − ry1; z rz2 1 − rz. Coloque t r e s 1 − r. Então, minx1,x2 ≤ x ≤ maxx1,x2 implica t 0 e s 0 (idem para y e z ). Seção 1.4 1/ 5 29 − 25 , 1,0; 534 3 5 , 0,1; 213 0, 3 2 , 1 (resp.múltiplas); 2/ − 37 , 1,0 ; 7,3,29 (resp.múltiplas); 3/ v1 − 23 , 53 , 0; v2 1,−1,1; v3 − 73 , 133 ,−1 (resp.múltiplas) ; 4/ (a) cos 16 1737 ; (b) BAC : cos 11722 ; ACB : cos 21 2237 ; (c) área ACB 12 ‖BC‖‖BA‖sin 12 37 17 0.77 9,656; 5/ Sobre 1,1,0: 92 1,1,0; Sobre −1,1,2 : 12 −1,1,2; Sobre 1,2,1 : 52 1,2,1; 6/ X Y. X − Y X.X − Y.Y ‖X‖2 − ‖Y‖2 0 sse ‖X‖ ‖Y‖; 7/ ‖‖ 487 ; 8/ P 52 , 72 ;− 62 ; 9/ |d−axobyoczo| a2b2c2 ; 10/ (a) normal ao plano: 0,a,b; direção do eixo x : 1,0,0; (b) normal ao plano: a, 0,b; direção do eixo y : 0,1,0; (c) normal ao plano: a,b, 0; direção do eixo z : 0,0,1; (d) normal ao plano: a, 0, 0; vetor do plano yz : 0,y, z. Seção 1.5 1/ (a) 15,1,4; (b) −1,3,1; 2/ 11,−5,−7; 3/ (a) 3x − y 5z −8; (b) −3x y 4z 10; (c) y 3; (d) 16x − 18y − 5z 32; (e) x y z 1; (f) 5y − z 0; (g) 2x y 7; 4/ (a) 2x 20y − 7z 0; (b) 2x 11y − 5z −21; 5/ (a) xo − 21t; yo 2t; zo 9t ; t ∈ , xo,yo, zo arbitrários; (b) xo − 11t; yo 9t; zo 13t ; t ∈ , xo,yo, zo arbitrários; 6/ Os três planos intersectam na reta 27 − t,− 17 − t, t; t ∈ ; 7/ A reta 54 14 t, 34 74 t, t; t ∈ é paralela ao terceiro plano mas não pertence à ele; 8/ 2728 ,− 3928 , 728 ; 9/ 4 7t, 2 − 3t, − 1 − 11t; t ∈ ; 10/ (a) a 16; b 7; (b) n1 −3 a; n2 2 a.
Compartilhar