Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Geografia – 1 – GEOGRAFIA NOÇÕES BÁSICAS DE CARTOGRAFIA: ORIENTAÇÃO: PONTOS CARDEAIS Cartografia Cartografia (do grego chartis = mapa e graphein = escrita) é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utili- zação e estudo dos mapas. O vocábulo foi pela primeira vez proposto pelo historiador português Manuel Francisco Carva- lhosa, 2.º Visconde de Santarém, numa carta datada de 8 de dezembro de 1839, de Paris, e endereçada ao historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, vindo a ser inter- nacionalmente consagrado pelo uso. Das muitas definições usadas na literatura, colocamos aqui a atualmente adaptada pela Associação Cartográfica Internacional (ACI): Conjunto dos estudos e operações científicas, técni- cas e artísticas que intervêm na elaboração dos ma- pas a partir dos resultados das observações diretas ou da exploração da documentação, bem como da sua u- tilização. A cartografia encontra-se no curso de uma longa e pro- funda revolução, iniciada em meados do século passado, e certamente a mais importante depois do seu renascimento, que ocorreu nos séculos XV e XVI. A introdução da fotografia aérea e da detecção remota, o avanço tecnológico nos méto- dos de gravação e impressão e, mais recentemente, o apare- cimento e vulgarização dos computadores, vieram alterar profundamente a forma como os dados geográficos são ad- quiridos, processados e representados, bem como o modo como os interpretamos e exploramos. Cartografia matemática é o ramo da cartografia que trata dos aspectos matemáticos ligados à concepção e construção dos mapas, isto é, das projeções cartográficas. Foi desenvol- vida a partir do final século XVII, após a invenção do cálculo matemático, sobretudo por Johann Heinrich Lambert e Jose- ph Louis Lagrange. Foram especialmente relevantes, durante o século XIX, os contributos dos matemáticos Carl Friedrich Gauss e Nicolas Auguste Tissot. Cartometria é o ramo da cartografia que trata das medi- ções efetuadas sobre mapas, designadamente a medição de ângulos e direções, distâncias, áreas, volumes e contagem de número de objetos. Mapa da América do Sul de 1750 Os primeiros mapas A função dos mapas é prover a visualização de dados espaciais e a sua confecção é praticada desde tempos pré- históricos, antes mesmo da invenção da escrita. Com esta, dispomos de mapas em placas de argila sumérias e papiros egípcios. Na Grécia antiga, Aristóteles e Hiparco produziram mapas com latitudes e longitudes. Em Roma, Ptolomeu re- presentou a Terra dentro de um círculo. A Cartografia medieval Embora durante a Idade Média o conhecimento geográfi- co tenha conhecido uma relativa estagnação na Europa oci- dental, confinado ao domínio eclesiástico, foram produzidos os mapas OT (orbis terrarum): um T composto pelas águas (Mar Mediterrâneo, Mar Negro e rio Nilo), separando as terras (Europa, Ásia ocidental e Norte de África), dentro de um O (o mundo). No mundo árabe, ao contrário, desde 827 o califa Al Ma- mum havia determinado traduzir do grego a obra de Ptolomeu. Desse modo, através do Império Bizantino, os árabes resgata- ram os conhecimentos greco-romanos, aperfeiçoando-os. A Cartografia da Idade Moderna Com a reabertura comercial do Mar Mediterrâneo, especi- almente a partir do século XI, os mapas ganharam importân- cia renovada, particularmente entre os árabes, que prosse- guiram com o seu desenvolvimento. Em poucos séculos, os mapas de navegação marítima, que passaram a ser grandemente valorizados na região me- diterrânica, associados aos progressos técnicos representa- dos pela bússola, pelo astrolábio e pela caravela, permitiram o processo das grandes navegações, marcando a passagem para a Idade Moderna. Os portulanos introduziram a rosa-dos-ventos e motivos temáticos passaram a ilustrar as lacunas do conhecimento geográfico. Os mapas atuais Os mapas, antiga e tradicionalmente feitos usando mate- rial de escrita, a partir do aparecimento dos computadores e dos satélites conheceram uma verdadeira revolução. Atualmente são confeccionados utilizando-se softwares próprios (Sistemas de Informação Geográfica) (SIGs, CAD ou softwares especializados em ilustração para mapas). Os dados assim obtidos ou processados são mantidos em base de dados. A tendência atual neste campo é um afastamento dos métodos analógicos de produção e um progressivo uso de mapas interativo de formato digital. O departamento de cartografia da Organização das Na- ções Unidas é o responsável pela manutenção do mapa mundial oficial em escala 1/1.000.000 e todos os países envi- am seus dados mais recentes para este departamento. A cartografia histórica no Brasil Os estudos de cartografia histórica, no Brasil, estão liga- dos ao processo histórico de confecção de mapas descritivos do seu território. Entre as instituições que se destacam neste segmento de estudo apontam-se: Serviço Geográfico do Exército (DSG) Diretoria de Hidrografia e Navegação (Marinha do Brasil) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Instituto Geográfico e Cartográfico (IGC) A cartografia temática Na cartografia temática, temos convenções e símbolos cartográficos que são símbolos e cores utilizados para repre- sentar os elementos desejados. Geografia – 2 – Existe uma padronização internacional de símbolos e cores para facilitar a leitura e interpretação dos mapas, em qualquer parte do mundo. Cartografia e comunicação Seria redundante afirmar que o mapa é uma imagem, se esta não tivesse passado a ser tão valorizada como modo de expressão ao longo de todo o século XX. Com a adoção de convenções simbólicas como cores, traços, emblemas, nú- meros etc., o mapa deve ser suficiente como tal, isto é, como representação portátil e eficaz de uma dada realidade, capaz, assim, de servir de base para a evocação, o raciocínio ou o projeto de qualquer espécie, dos mais amenos, como uma viagem turística, até os mais dramáticos, como a invasão de um país. Essas qualidades colocam o mapa, a carta e todos os ou- tros meios da cartografia no domínio das estruturas linguísti- cas, uma vez que também são meios de comunicação, isto é, configuram uma linguagem. Seja como suporte à verificação pessoal ou como meio de expressão dessa pesquisa e das conclusões a que leva, permite sempre um diálogo entre autor e leitor ou autor e público, que para isso mobiliza estru- turas sociais e psicológicas. Do correto emprego destas de- pende a resposta dos consulentes: de um lado, há o sistema de relações e interesses que congrega autor-cartógrafo- editor-impressor-divulgador-público e, de outro, os meios pelos quais se unem com tais objetivos várias técnicas de desenho, recursos de pensamento e recursos gráficos, assim como noções de psicologia aplicada à percepção visual e indispensáveis à comunicação da mensagem cartográfica. Ainda que resultante da intenção de visualizar as informa- ções, o mapa requer grande atenção do interessado em sua leitura bidimensional, menos comum que a linear, e de menor rapidez. Assim, para ser aceito e adotado, deve oferecer ao usuário uma forma de expressão que lhe permita economia do esforço mental em relação a outros meios de informação, e ainda atrativos que lhe atinjam tanto os mecanismos da consciência como do inconsciente. É necessário, portanto, dosar a duração ideal do interesse do usuário e explorar o melhor possível componentes prioritá- rios como a representação do relevo, a hierarquia das cores, a legenda facilmente memorizável. A feliz combinação des- ses elementos foi qualidade apreciável nos trabalhos carto- gráficos desde suas origens, motivopelo qual muitos mapas se tornaram, modernamente, requintados objetos de decora- ção, emoldurados e postos em lugares de destaque. Os aper- feiçoamentos tecnológicos não diminuíram, antes acrescenta- ram, a atração estética dos mapas. Ficaram famosos, na segunda metade do século XX, tanto pela precisão científica como pela beleza e bom gosto gráfico-editorial, os mapas da National Geographic Society, dos Estados Unidos. Pontos Cardeais e Colaterais Graças à divisão da Terra em dois hemisférios e da dinâ- mica do movimento de rotação, foram criados quatro pontos de direção fundamentais denominados pontos cardeais: Nor- te (N), Sul (S), Leste (L) e Oeste (O). O significado dos pontos cardeais Norte (N) Marca a direção do Polo Norte geográfico da Terra. Existem dois sinônimos: setentrional e boreal. O referencial astronômico mais importante é a Estrela Po- lar. Sul (S) Marca a direção do Polo Sul geográfico da Terra. Existem dois sinônimos: meridional e austral. O referencial astronômico mais conhecido é o Cruzeiro do Sul. Leste (L) O referencial genérico aproximado é o “nascer do Sol”. Como a Terra gira de oeste para leste, visualiza-se o nas- cente a leste. Durante o dia, tem-se a impressão de que o Sol cruza o céu de leste (onde nasce) para oeste (onde se põe), constitu- indo o movimento aparente do Sol, O sinônimo mais conheci- do é a palavra oriente. Oeste (O) O referencial genérico aproximado é o “pôr do Sol”. O sinônimo mais difundido é a palavra ocidente. Os pontos cardeais não são suficientes para nos orien- tarmos precisamente sobre a superfície da Terra e, por isso, é necessário utilizarmos também os pontos colaterais, que se situam entre dois pontos cardeais. Veja como encontrá-los: • entre o oeste e o norte, há o ponto colateral noroeste (NO); • entre o oeste e o sul, há o ponto colateral sudoeste (SO); • entre o leste e o sul, há o ponto colateral sudeste (SE); • entre o leste e o norte, há o ponto colateral nordeste (NE). Também podemos encontrar os pontos subcolaterais. Por exemplo, entre oeste e noroeste, encontramos o pon- to oés-nordeste (ONO). Observe a representação dos pon- tos cardeais, colaterais e subcolaterais por meio da Rosa dos Ventos ou Rosa dos Rumos. Um dos instrumentos de orientação mais conhecidos, a bússola possui uma agulha imantada que é atraída pelo campo de atração magnética da Terra, que está orientado no sentido norte-sul. Desse modo, a agulha da bússola está sempre em direção aos polos magnéticos norte e sul. Deve- se ajustar a parte móvel onde está desenhada a rosa dos rumos até que o norte esteja correspondendo à extremidade norte da agulha. Dessa maneira, teremos com precisão razo- ável todas as demais direções indicadas. Cartografia no IBGE O IBGE elabora cartas topográficas e mapas delas deri- vados - nacionais, regionais, estaduais e municipais -, que Geografia – 3 – constituem as bases sobre as quais se operacionalizam es- ses levantamentos e são representados seus resultados, em uma abordagem homogênea e articulada do território nacio- nal. Para tanto, vem produzindo o mapeamento topográfico do País de forma sistemática, em escalas padronizadas, de acordo com o grau de desenvolvimento instalado ou projeta- do no território. Considerando-se as perspectivas de mudanças da socie- dade, é necessário a articulação dos diferentes níveis gover- namentais, através dos órgãos que se utilizam da cartografia como ferramenta para seus projetos. Nesse sentido, o IBGE, com base na sua experiência acumulada em decorrência da sua atuação no Sistema Cartográfico Nacional, através do desenvolvimento do Plano de Dinamização da Cartografia, vem estabelecendo contatos e parcerias com órgãos federais e estaduais para identificação dos interesses mútuos e con- sequente desenvolvimento de trabalhos voltados para a ge- ração de uma Mapoteca Topográfica Digital em nível nacio- nal. Nesse contexto, vê-se o IBGE como um dos mentores pa- ra a elaboração de um Plano Cartográfico Nacional que con- temple as necessidades atuais do País e gestor desta mapo- teca nacional, para que sejam canalizados os esforços e otimizados os recursos, de modo a integrar uma produção cartográfica organizada, consistente e ágil na veiculação e uso de informações territoriais e de gestão. As estrelas do céu Sem equipamentos é possível orientar-se por alguns as- tros. Os astros sempre tiveram um papel importante na orien- tação de homens e mulheres ao longo da história, em particu- lar nos deslocamentos de longa distância. Somente mais recentemente, no decorrer do século 20, com o avanço tec- nológico mais acelerado, é que equipamentos, como o GPS, passaram a dispensar, praticamente, os astros na orientação. No entanto, precisamos pensar que observar o céu numa noite sem nuvens - sobretudo, longe de uma grande cidade, atentar para a sequencia das fases da Lua com o passar das semanas, apreciar um nascer ou um pôr do Sol são momen- tos de contemplação da natureza benéficos para o corpo e para o espírito, além de serem uma oportunidade para co- nhecermos/entendermos mais sobre o mundo que nos cerca e despertar nosso o interesse pelo estudo de uma série de aspectos que cercam a existência do nosso planeta e demais astros do Universo, além da nossa própria existência. Orientação pelos astros A orientação pelos astros depende de uma série de con- dições que estão relacionadas, por exemplo, à situação do tempo atmosférico (é preciso que o céu esteja limpo), à loca- lização do observador no planeta Terra - distância em relação à linha do Equador -, à época do ano, e sem a utilização complementar de equipamentos astronômicos, essa orienta- ção não será totalmente precisa. Trata-se de uma orientação aproximada. A orientação pelo Sol está baseada no seu movimento aparente - é a Terra que gira em torno do seu próprio eixo (movimento de rotação da Terra), e é por isso que afirmamos ser um movimento aparente. Esse astro aparece, não exata- mente na mesma posição, que varia no decorrer do ano, mas de um mesmo lado, que é o Leste (oriente), e põe-se no lado oposto, o Oeste (ocidente). Determinando-se um lado, no nascer ou pôr do sol, pode-se, de modo aproximado, utilizar os pontos de orientação e, a partir daí, orientar-se. É comum afirmar-se que a orientação pela Lua somente pode ser à noite. O geógrafo e astrônomo Paulo Henrique Sobreira destaca que "independente da fase da Lua e do horário, ela sempre surge no lado Leste e desaparece no lado Oeste. Os horários de nascer e ocaso da Lua variam principalmente de acordo com suas fases. Na Lua Cheia, por exemplo, em uma dada localidade, ela nasce por volta das 18h (...) e se põe próximo às 6h. No dia seguinte, o nascer e o ocaso ocorrerão cerca de 50 minutos mais tarde para aquela mesma localidade. Dessa forma, a Lua pode ser vista também durante o dia, principalmente nas fases de Crescente e Minguante." Cruzeiro do Sul A orientação por outras estrelas (o Sol é uma estrela) também é possível, mas é necessário que se tenha uma noção básica de entendimento de carta celeste, inclusive para auxiliá-lo na observação. No caso do Brasil, inclusive para a porção do nosso território que se encontra no hemisfé- rio Norte, é possível orientar-se pelo Cruzeiro do Sul, uma constelação que é vista em quase todas as noites do ano. A partir de algumas relações baseadas nessa constelação, é possível determinar, aproximadamente, o ponto Sul. A Estrela Polar, visível no hemisfério Norte, pode ser utilizada para a determinação aproximada do ponto Norte. EXERCÍCIOS 1 – Observe asafirmações: I - Cartografia é a ciência que trata da concepção, produ- ção, difusão, utilização e estudo dos mapas. II – Existe um paradigma internacional de símbolos e co- res para facilitar a leitura e interpretação dos mapas em qual- quer parte do mundo. III – A única instituição brasileira que estuda a cartografia é o IBGE. Está(ão) correta(s): a) I e II b) I e III c) II e III d) todas estão corretas 2 – No Oeste, o referencial genérico aproximado é o(a): a) Nascer do Sol b) Pôr do Sol c) Estrela Polar d) Cruzeiro do Sul 3 - Um dos instrumentos de orientação mais conhecidos, a bússola possui uma agulha imantada que é atraída pelo campo de atração magnética da Terra, que está orientado no sentido: a) Leste-Oeste b) Norte-Nordeste c) Norte-Sul d) Sul-Sudeste 4 – Assinale a informação incorreta. a) Sem equipamentos não é possível orientar-se por al- guns astros. b) A orientação pelo Sol está baseada no seu movimento aparente. c) A orientação por outras estrelas (o Sol é uma estrela) também é possível. d) É possível orientar-se pelo Cruzeiro do Sul. RESPOSTAS 1 - A 2 - B 3 - C 4 - A Geografia – 4 – LOCALIZAÇÃO: COORDENADAS GEOGRÁFICAS (LATITUDE E LONGITUDE) As linhas imaginárias são importantes para a localização em qual- quer ponto do planeta a partir das coordenadas geográficas. Coordenadas geográficas são linhas imaginárias pelas quais a Terra foi “cortada”, essas linhas são os paralelos e meridianos, através deles é possível estabelecer localizações precisas em qualquer ponto do planeta. Veja abaixo alguns itens importantes nas coordenadas geográficas: • Plano Equatorial: É um plano imaginário que divide a Terra em dois polos: norte e sul, de forma igual, mas de uma maneira metafórica, é o mesmo que cortar uma laranja em duas partes iguais com uma faca. • Paralelos: São linhas imaginárias paralelas ao plano e- quatorial. • Meridianos: São linhas imaginárias paralelas ao meridia- no de Greenwich que ligam os polos norte e sul. • Latitude: É a distância medida em graus de um determi- nado ponto do planeta entre o arco do meridiano e a linha do equador. • Longitude: É a localização de um ponto da superfície medida em graus, nos paralelos e no meridiano de Greenwi- ch. O que é Latitude e Longitude: Latitude e longitude são descrições da localização, ou co- ordenadas geográficas, de um determinado lugar na Terra. O modo como a latitude é definida depende da superfície de referência utilizada, e longitude é medido em graus, de zero a 180 para leste ou para oeste, a partir do Meridiano de Gre- enwich, e não há uma posição inicial natural para marcar a longitude. Latitude é o ângulo entre o plano do equador à superfície de referência. A latitude mede-se para norte e para sul do equador, entre 90º sul, no Polo Sul e 90º norte, no Polo Nor- te. A latitude é a distância ao Equador medida ao longo do meridiano de Greenwich, esta distância mede-se em graus, podendo variar entre 0º e 90º para Norte ou para Sul. A medição da longitude é importante tanto para a carto- grafia como para uma navegação segura no oceano. Ao longo da história, muitos exploradores lutaram para encontrar um método de determinar a longitude, como Américo Vespú- cio e Galileu. Porém, o cálculo da longitude sempre apresen- tou sérios problemas, principalmente no alto mar.Determinar a latitude é mais simples, basta medir o ângulo entre o hori- zonte e a Estrela Polar com ajuda de um quadrante, astrolá- bio ou sextante. A nossa posição sobre a Terra é referenciada em relação ao equador e ao meridiano de Greenwich e baseia-se em três denominações: a latitude, a longitude e a altitude. Meridiano de Greenwich Greenwich tornou-se um meridiano referencial internacio- nalmente em 1884, devido a um acordo internacional que aconteceu em Washington, isso para padronizar as horas em todo o mundo, Greenwich foi escolhido por “cortar” o observa- tório Astronômico Real, localizado em Greenwich, um distrito de Londres. Fusos horários A necessidade dos fusos é devido ao movimento de rota- ção da Terra, durante o qual ela gira no seu próprio eixo, esse movimento dá origem a dias e noites, perfazendo em 24 horas. Ao realizar o movimento da Terra (rotação), um lado do planeta recebe luz solar (dia) e o outro lado fica sombreado (noite), o movimento e a luz do sol que incide criam as varia- ções como manhã, tarde, noite, madrugada, então sempre há 24 horas distintas. A partir dessas informações verifica-se que a Terra, que é esférica, possui 360o, e o movimento de rotação que ela realiza gasta 24 horas para ser realizado, se dividirmos 360o por 24 horas, obteremos 15o, então, cada 15o, que é a dis- tância entre dois meridianos, corresponde a 1 hora, isso é denominado fuso horário. O ponto Zero é o meridiano de Greenwich ao leste, a ca- da 15o aumenta 1 hora; e a oeste de Greenwich, a cada 15o diminui 1hora. As Coordenadas Geográficas do Brasil O Brasil é o maior país da América do Sul, localiza-se numa posição centro oriental da América do Sul. - Coordenadas Geográficas do Brasil: 10º S 55º O - Área total do território brasileiro: 8.547.403,5 km² - Área terrestre: 8.455.508 km² - Área ocupada por águas (rios, lagos, córregos, etc): 55.457 km² - Centro Geográfico: Barra do Garças (município situado no estado do Mato Grosso) - Distância entre o ponto extremo Norte e Sul: 4.320 km - Distância entre o ponto extremo Leste e Oeste: 4.336 km - Ponto extremo setentrional: fica no estado de Roraima, na nascente do rio Ailã (monte Caburaí), fronteira com a Guiana Geografia – 5 – - Ponto extremo Meridional: fica no Rio Grande do Sul, numa das curvas do rio Arroio Chuí, a 33° 45' 03" de latitude Sul, na fronteira com o Uruguai. - Ponto extremo Oriental: fica no estado da Paraíba, na Ponta do Seixas - Ponto extremo Ocidental: fica no estado do Acre, na Ser- ra da Contamana, nascente do rio Moa (fronteira com o Peru) O território brasileiro representa 6% das terras emersas do globo; Ocupa 20,8% do continente americano, o que lhe garante o 3º lugar, antecedido pelo Cana-dá e Estados Uni- dos. Se consideramos apenas a área continua dos Estados Unidos, isto é, sem o Alasca e o Havaí sua área cai para 7.852.155 km2, nesse caso o Brasil fica com a 2º colocação. Ocupando 47,7% da área da América do Sul, é o maior país seguido por Argentina (2.780.272 km2), Peru (1.285.216 km2) e Colômbia (1.141.748 Km2 ) . É cortado ao norte pela linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio. Possui 93% do seu território no he- misfério Sul e 92% na zona tropical. Os limites territoriais do Brasil totalizam 23.086 km, dos quais 7.367 km são de litoral com o Oceano Atlântico e 15.719 km de fronteiras com os países da América do Sul, com exceto com Chile e do Equador. EXERCÍCIOS 1 - Sobre as coordenadas geográficas, assinale a alterna- tiva correta. a) A longitude é determinada pelo ângulo formado pela posição de um determinado ponto e plano meridional, poden- do variar de zero a 90º. b) Coordenada geográfica é o ponto em que duas latitu- des se cruzam. c) Tanto as latitudes quanto as longitudes são medidas em graus, minutos e segundos. d) Os principais paralelos e meridianos que cortam o ter- ritório brasileiro são: Equador e Tordesilhas. e) O paralelo é uma circunferência imaginária, que pode ser traçado até 180vezes sobre a superfície terrestre. 2 - Paralelos e meridianos são linhas imaginárias que se intercruzam na superfície terrestre. No cruzamento de um paralelo com um meridiano, há um ponto específico que de- termina a latitude e a longitude, permitindo a sua localização. Sobre as referidas latitude e longitude, é correto afirmar: a) São medidas angulares entre dois pontos. b) São distâncias em graus entre dois pontos. c) São medidas em quilômetros entre a linha do Equador e o meridiano de Greenwich. d) A latitude varia de 0º a 180º para Leste ou para Oes- te. e) A longitude varia de 0º a 90º para Norte ou para Sul. 3 - O Brasil é o maior país da América do Sul, localiza-se numa posição centro oriental da América do Sul. a) centro ocidental b) centro oriental c) centro norte d) centro sul e) central 4 – A área total do território brasileiro é a) 8.243.477,2 km2 b) 8.366.127,4 km2 c) 8.400. 765,6 km2 d) 8.547.403,5 km² e) 9.389.387,6 km2 5 – O ponto extremo setentrional fica no estado de(o) a) Rondônia b) Ceará c) Acre d) Amazonas e) Roraima 6 – O ponto extremo Meridional fica no a) Paraná b) Rio de Janeiro c) Rio Grande do Sul d) Piauí e) Espírito Santo 7 - O território brasileiro representa ____% das terras e- mersas do globo. a) 4 b) 6 c) 8 d) 10 e) 11 8 - Ocupando 47,7% da área da América do Sul, o Brasil é o maior país seguido por ____________ (2.780.272 km2). a) Argentina b) Peru c) Colômbia d) Bolívia e) Chile RESPOSTAS 1 - C 2 – A 3 - B 4 - D 5 - E 6 - C 7 - B 8 - A Geografia – 6 – REPRESENTAÇÃO: LEITURA, ESCALA, LEGENDAS E CONVENÇÕES Leitura cartográfica É necessário conhecermos os principais elementos para a leitura cartográfica, pois, apesar de os mapas serem ampla- mente utilizados nos dias de hoje, os principais elementos que compõem um mapa, muitas vezes, ficam em segundo plano. Desse modo, é evidente que, na atualidade, não apenas o geógrafo utiliza e elabora mapas para o uso em suas ativida- des, mas também diversos outros profissionais vêm se capa- citando nas ferramentas “geotecnológicas”, e, para viabilizar o manuseio dessas ferramentas (softwares de geoprocessa- mento, processamento e manuseio de imagens de sensores remotos etc.), esses profissionais optaram pela democratiza- ção da informação, disponibilizando-a com alta qualidade, em variados idiomas em blog’s, sites, livros e revistas. Assim, surgiu uma gama de materiais em formato digital e analógico que vêm subsidiando a aprendizagem de cada vez mais usuários da cartografia. Contudo, é importante que o usuário entenda que o en- tendimento da cartografia e o manuseio dessas geotecnolo- gias é fruto direto de trabalhos de campo e de reflexões teóri- cas/conceituais, que transitam pela produção acadêmica sobre os mais diversos assuntos trabalhados na concepção do espaço geográfico, realizada desde há muitos anos atrás, e que culminou no que se tem hoje em meio digital, sendo a principal representação expressa por meio de mapas. Assim, devemos considerar o mapa como um meio de comunicação, contendo objetos definidos por pontos, linhas e polígonos, permeados por uma linguagem composta de si- nais, símbolos e significados. Sendo a sua estrutura formada por uma base cartográfica, relacionada diretamente a objetos e fenômenos observados ou percebidos no espaço geográfi- co. Essa base cartográfica é composta pelos chamados ele- mentos gerais do mapa, que são pelo menos cinco compo- nentes que contribuem para a leitura e interpretação do pro- duto cartográfico. São eles: o título, a orientação, a projeção, a escala e a legenda, sendo que a ausência e erros em ma- pas, na maioria das vezes, ocorre quando um desses ele- mentos é apresentado de forma incompleta ou distorcida, não seguindo as normas da ciência cartográfica, o que pode con- tribuir para a apreensão incorreta das representações do espaço geográfico pelos leitores. Escala cartográfica A escala, em cartografia, é a relação matemática entre as dimensões do objeto no real e as do desenho que o repre- senta em um plano ou um mapa. Constitui-se em um dos elementos essenciais de um mapa, juntamente com a legen- da, a orientação, a legenda (convenções cartográficas) e a fonte. Representação Escala natural: Temos uma escala natural quando o ta- manho físico do objeto representado no plano coincide com a realidade. Própria para representações onde se faz necessá- rio uma alta fidelidade de representação da região a ser re- produzida. A escala natural é representada numericamente por E1:1. Escala reduzida : A escala reduzida representa uma área que é maior na realidade do que na própria representação. Tal escala é geralmente utilizada em plantas de habitações e mapas físicos de territórios de tamanho extenso onde faz-se necessário a redução por motivos práticos, que chegam a E1:50000 ou E1:100000. Para se conhecer o valor real de uma dimensão é necessário multiplicar a medida do plano pelo valor do denominador. Escala ampliada: A escala ampliada, por sua vez, é utili- zada quando é necessária a representação de detalhes mí- nimos de uma determinada área, ou então a representação de territórios de tamanho muito reduzido. Em tal caso o valor do numerador é mais alto que o valor do denominador, sendo que, deverá dividir-se pelo numerador para conhecer o valor real da peça. Exemplos de escalas ampliadas são E2:1 ou E10:1. De acordo com a norma Oa usp 5455:1996 “Desenhos técnicos – Escalas” recomenda-se utilizar as seguintes esca- las normatizadas: •Escalas reduzidas 1:2, 1:5, 1:10, 1:20, 1:50, 1:100, 1:200, 1:500, 1:1000, 1:2000, 1:5000, 1:20000 •Escala natural 1:1 •Escalas ampliadas 100:1, 50:1, 20:1, 10:1, 5:1, 2:1 Escalas numéricas, unidade por unidade e gráfica (o número à direita do símbolo “.”) e o valor da realidade (o número à esquerda do símbolo “.”). Um exemplo seria 1:100.000, que indica que uma unidade qualquer do plano representa 100000 dessas mesmas unidades na realidade, ou seja, dois pontos no plano que se encontram a 1 cm esta- rão na realidade a 100000 cm, se estão no plano a 1m, na realidade, estarão a 100000 metros, sendo assim com qual- quer unidade considerada. A escala numérica representa a relação entre o valor da representação. A escala unidade por unidade é a igualdade expressa de duas longitudes: a do mapa (à esquerda do símbolo “=”) e da realidade (à direita do símbolo “=”). Um exemplo seria: 1 cm = 4 km; 2 cm = 500 m, etc. A escala gráfica é a representação desenhada da escala unidade por unidade, onde cada segmento mostra a relação entre longitude da representação e da área real. Um exemplo seria: 0____________100km Tipos de escalas numéricas A escala pode ser apresentada de duas maneiras distin- tas: x Escala de mapeamento (representada por um gráfico); ou x Escala numerada (representada por números) Quanto ao tipo pode ser considerada: x Grande (entre 1:1.000 a 1:50.000). x Média (entre 1:100.000 a 1:1.000.000); ou x Pequena (no mínimo 1:2.000.000); Escalas como 1:1000000, 1:500000, 1:250000, 1:100000 ou 1:50000, em geral, são usadas para mapas de continen- tes, e países, como: Brasil, EUA, Canadá e etc. Escalas como 1:25000, 1:10000, 1:2500 são utilizadas em cidades, bairros e ruas, para estudos de mais precisão. Quanto maior a escala, maior o ponto de onde vê, conse- quentemente, maior a quantidade de detalhes no mapa. Geografia – 7 – A Legenda e as Convenções As representações espaciais sempreestiveram presentes, pois antes mesmo da escrita e da fala os símbolos e dese- nhos representavam o meio vivido. Com eles o homem deli- mitava e ocupava os territórios. Mas foi somente a partir do século passado que os mapas passaram a ter o padrão nor- mativo atual, estabelecido por leis e convenções transforma- das em normas aceitas pelos estudiosos e por todos os que usam produtos da Cartografia. Assim, estabeleceu-se uma linguagem artificial, padroni- zada, associativa e universal com o objetivo de promover uma melhor compreensão para quem produz e para quem lê os mapas, alcançando leitores com menor e maior nível de conhecimento. Os mapas passaram então a fazer parte do dia-a-dia do homem em sociedade, figurando em livros, revis- tas, jornais, televisão, internet, e muitos outros meios de comunicação humana. De modo que, as técnicas cartográfi- cas modernas permitiram que as representações ganhassem mais e melhor sentido. Assim, para a melhor simbolização dos objetos e fenôme- nos que são transportados e contidos em um mapa, e demais representações cartográficas, foi necessário se aprimorar as chamadas legendas, ou seja, a parte de uma carta ou mapa que contém o significado dos fenômenos representados nela, geralmente traduzidos por símbolos, cores e traços desenha- dos cuidadosamente para que o leitor de mapas entenda do que trata a representação cartográfica. A legenda de um mapa está situada, geralmente, dentro da moldura do mesmo, com todos os símbolos, cores e ou- tros artifícios capazes de explicar de modo resumido a ocor- rência de um determinado objeto ou fenômeno, de acordo com sua distribuição no espaço geográfico. EXERCÍCIOS 1 - Num mapa da Região Metropolitana de Curitiba, na escala 1:250.000, uma das pistas da rodovia BR-116 aparece desenhada com um milímetro de largura. A partir dessa in- formação, é correto afirmar: a) A largura da pista é de 20 m. b) A largura da pista é de 15 m. c) A largura da pista é de 25 m. d) A representação da rodovia com um milímetro de lar- gura, num mapa na escala 1:250.000, está de acordo com a largura real da rodovia. e) Trata-se de uma questão de generalização cartográfi- ca e nesse caso o desenho da rodovia não obedece à rela- ção de escala. 2 - Para a instalação da sede de uma empresa (que ocu- pará 1 km²) numa área de 100 km², é necessário fazer a cartografia de cada uma dessas áreas separadamente. Em relação às características das cartas a serem construídas, é correto afirmar: a) Deve-se usar uma escala ao milionésimo para repre- sentar o terreno e uma escala pequena para representar a sede. b) Deve-se usar a mesma escala para as duas cartas, já que as duas áreas estão localizadas em um mesmo lugar. c) Deve-se usar uma escala média para a representação da área total do terreno, e uma escala grande para a repre- sentação da sede. d) Deve-se utilizar a escala gráfica nas duas cartas, por- que ela é mais precisa do que a escala numérica. e) Deve-se utilizar uma escala grande para as duas á- reas, ou seja, uma escala variável entre 1:100.000 e 1:150.000. RESPOSTAS 1 - E 2 - C NATUREZA E MEIO AMBIENTE NO BRASIL: GRANDES DOMÍNIOS CLIMÁTICOS O Brasil, país tropical de grande extensão territorial, apre- senta uma geografia marcada por grande diversidade. A interação e a interdependência entre os diversos elementos da paisagem (relevo, clima, vegetação, hidrografia, solo, fauna, etc.) explicam a existência dos chamados domínios geoecológicos, que podem ser entendidos como uma combi- nação ou síntese dos diversos elementos da natureza, Indivi- dualizando uma determinada porção do território. Dessa maneira, podemos reconhecer, no Brasil, a exis- tência de seis grandes paisagens naturais: Domínio Amazô- nico, Domínio das Caatingas, Domínio dos Cerrados, Domí- nio dos Mares de Morros, Domínio das Araucárias e Domínio das Pradarias. Entre os seis grandes domínios acima relacionados, inse- rem-se inúmeras faixas de transição, que apresentam ele- mentos típicos de dois ou mais deles (Pantanal, Agreste, Cocais, etc.). Dos elementos naturais, os que mais influenciam na for- mação de uma paisagem natural são o clima e o relevo; eles interferem e condicionam os demais elementos, embora se- jam também por eles influenciados. A cobertura vegetal, que mais marca o aspecto visual de cada paisagem, é o elemento natural mais frágil e dependente dos demais (síntese da pai- sagem). Os domínios morfoclimáticos brasileiros são definidos a partir das características climáticas, botânicas, pedológicas, hidrológicas e fitogeográficas; com esses aspectos é possível delimitar seis regiões de domínio morfoclimático. Devido à extensão territorial do Brasil ser muito grande, vamos nos defrontar com domínios muito diferenciados uns dos outros. Esta classificação feita, segundo o geógrafo Aziz Ab’Sáber (1970), dividiu o Brasil em seis domínios: I – Domínio Amazônico – região norte do Brasil, com ter- ras baixas e grande processo de sedimentação; clima e flo- resta equatorial; II – Domínio dos Cerrados – região central do Brasil, como diz o nome, vegetação tipo cerrado e inúmeros chapa- dões; Geografia – 8 – III – Domínio dos Mares de Morros – região leste (litoral brasileiro), onde se encontra a floresta Atlântica que possui clima diversificado; IV – Domínio das Caatingas – região nordestina do Bra- sil (polígono das secas), de formações cristalinas, área de- pressiva intermontanhas e de clima semi-árido; V – Domínio das Araucárias – região sul brasileira, área do habitat do pinheiro brasileiro (araucária), região de planal- to e de clima subtropical; VI – Domínio das Pradarias – região do sudeste gaúcho, local de coxilhas subtropicais. Uma grande dificuldade quando se pretende dividir um território em paisagens naturais é que os limites dos seus elementos em geral não se coincidem. Assim, em determina- do compartimento do relevo nem sempre o clima ou a vege- tação são semelhantes em toda a sua extensão, como por exemplo, o planalto. E determinado tipo de clima pode abran- ger um planalto e uma planície, bem como vários tipos de vegetações. Esse problema pode ser resolvido em áreas de transição, faixas de terra em que não há homogeneidade dos elementos naturais, há a presença de elementos de conjun- tos diferentes, ou seja, há áreas em que ocorre certa seme- lhança, em toda a sua extensão, do tipo de clima, relevo, hidrografia, vegetação e solo. Outra dificuldade para dividir um território em paisagens naturais é o fato de não existir nenhuma regra geral para isso. Não há nenhum elemento determinante a partir do qual se defina todo o conjunto. Antigamente, costumava-se consi- derar o clima (ligado às latitudes) como determinante, dividin- do-se as paisagens naturais do globo em zonas tropicais, temperadas, subtropical e etc. De vez em quando, outro ele- mento da paisagem natural, principalmente a vegetação ou em alguns casos o relevo, é mais importante que o clima para explicar o conjunto. O clima não é mais estudado como de- pendente apenas da latitude, mas principalmente da dinâmica atmosférica, da ação das massas de ar. Temos como exemplo a caatinga e o clima semiárido no sertão nordestino ou a cobertura florestal da porção litorânea do país, desde o nordeste até o sul. Por causa disso, não se usa mais, mesmo para o Brasil, o termo zona e sim domínio – conjunto natural em que há interação entre os elementos e o relevo, clima ou vegetação, que são determinantes. Domínio Morfoclimático Amazônico É formado por terras baixas: depressões, planícies aluvi- ais e planaltos, cobertos pela extensa floresta latifoliadae- quatorial Amazônica. É banhado pela Bacia Amazônica, que se destaca pelo grande potencial hidrelétrico.Apresenta grave problema de degradação ambiental,representado pelas queimadas e desmatamentos. O governo brasileiro, por meio do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, adotará o ecoturismo e a biotecnologia como for- mas de desenvolver a Amazônia, preservando-a. Situação Geográfica Situado ao norte brasileiro, o domínio Amazônico é a mai- or região morfoclimática do Brasil, com uma área de aproxi- madamente 5 milhões km² – equivalente a 60% do território nacional – abrangendo os Estados: Amazonas, Amapá, Acre, Pará, Maranhão, Rondônia, Roraima, Tocantins e Mato Gros- so. Encontram-se como principais cidades desta região: Ma- naus, Belém, Rio Branco, Macapá e Santarém. Domínio Morfoclimático dos Cerrados Corresponde à área do Brasil Central e apresenta exten- sos chapadões e chapadas, com domínio do clima tropical semiúmido e vegetação do cerrado.A vegetação do cerrado é formada por arbustos com troncos e galhos retorcidos, reco- bertos por casca grossa. Os solos são pobres e ácidos, mas com a utilização do método da calagem, colocando-se calcá- rio no solo, estão sendo aproveitados pelo setor agríco- la,transformando-se na nova fronteira da agricultura, repre- sentada pela expansão do cultivo da soja, feijão, arroz e outros produtos.Nesse domínio estão as áreas dispersoras da Bacia do Paraná,do Paraguai, do Tocantins, do Madeira e outros rios destacáveis. Situação Geográfica Formado pela própria vegetação de cerrado, nesta área encontram-se as formações de chapadas ou chapadões como a Chapada dos Guimarães e dos Veadeiros, a fauna e flora ali situada, são de grande exuberância, tanto para pon- tos turísticos, como científicos. Vale destacar que é da região do cerrado que estão três nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras: a Amazônica, a São franciscana e a Paranáica. Localizado na região central do Brasil, o Domínio Morfo- climático do Cerrado detém uma área de 45 milhões de hec- tares, sendo o segundo maior domínio por extensão territori- al. Incluindo neste espaço os Estados: do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, do Tocantins (parte sul), de Goiás, da Bahia (parte oeste), do Maranhão (parte sudoeste) e de Mi- nas Gerais (parte noroeste). Encontrado ao longo de sua área cidades importantes como: Brasília, Cuiabá, Campo Grande, Goiânia, Palmas e Montes Claros. Domínio Morfoclimático de Mares de Morros Esse domínio acompanha a faixa litorânea do Brasil des- de o Nordeste até o Sul do País. Caracteriza-se pelo relevo com topografia em "meia-laranja" ou mares de mor- ros,formados pela intensa ação erosiva na estrutura cristalina das Serras do Mar, da Mantiqueira e do Espinhaço.Apresenta predominantemente clima tropical quente e úmi- do,caracterizado pela floresta latifoliada tropical, que, na encosta da Serra do Mar, é conhecida como Mata Atlânti- ca.Essa paisagem sofreu grande degradação em consequên- cia da forte ocupação humana.Além do desmatamento, esse domínio sofre intenso processo erosivo (relevo acidentado e clima úmido), com deslizamentos frequentes e formação de voçorocas. Situação Geográfica Este domínio estende-se do sul do Brasil até o Estado da Paraíba (no nordeste), obtendo uma área total de aproxima- damente 1.000.000 km². Situado mais exatamente no litoral dos Estados do: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, da Bahia, Ser- gipe, de Alagoas, de Pernambuco, da Paraíba; e no interior dos Estados, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Incluindo em sua extensão territorial cidades importantes, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Salva- dor, Recife, Porto Alegre e Florianópolis. Domínio Morfoclimático das Caatingas Corresponde à região da depressão sertaneja nordestina, com clima quente e semiárido e típica vegetação de caatinga formada por cactáceas, bromeliáceas e árvores.Destaca-se o extrativismo vegetal de fibras, como o caroá, o sisal e a pia- çava.A bacia do São Francisco atravessa o domínio da caa- tinga e tem destaque pelo aproveitamento hidrelétrico e pelos projetos de irrigação no seu vale, onde a produção de frutas (melão, manga,goiaba, uva) tem apresentado expansão. A tradicional ocupação da caatinga é a pecuária extensiva de corte, com baixo aproveitamento.No domínio da caatinga, aparecem os inselbergs, ou morros residuais, resultantes do processo de pediplanação em clima semiárido. Geografia – 9 – Situação Geográfica Situado no nordeste brasileiro, o domínio morfoclimático das caatingas abrange em seu território a região dos polígo- nos das secas. Com uma extensão de aproximadamente 850.000 km², este domínio inclui o Estado do Ceará e partes dos Estados da Bahia, de Sergipe, de Alagoas, de Pernam- buco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí. Tendo como principais cidades: Crato, Petrolina, Juazeiro e Juazeiro do Norte. Domínio Morfoclimático das Araucárias Restringe-se aos estados da Região Sul do Brasil, essa vegetação é encontrada principalmente em planaltos mais elevados. A cobertura vegetal é formada por pinheiro-do- paraná, além da erva-mate e o cedro. O clima predominante é o subtropical, ou seja, uma tran- sição entre o clima tropical e o temperado, com verões quen- tes e invernos rigorosos, apresenta as menores temperaturas do país e, em determinadas localidades, ocorre precipitação de neve. Domínio Morfoclimático das Pradarias O domínio morfoclimático das Pradarias detém importan- tes reservas biológicas, como a do Parque Estadual do Espi- nilho (Uruguaiana e Barra do Quarai) e a Reserva Biológica de Donato (São Borja). As condições ambientais atuais fora desses parques, são muito preocupantes. Com o início da formação de um deserto que tende a crescer anualmente, essa região está sendo foco de muitos estudos e projetos para estagnar esse processo. Devido ao mau uso da terra pelo homem, como a mono- cultura e as queimadas, essas darão origem as ravinas, que por sua vez farão surgir às voçorocas. Como o solo é muito arenoso e a morfologia do relevo é levemente ondulado, rapidamente os montantes de areia espalham-se na região ocasionados pela ação eólica. Em virtude a tudo isso, poucas medidas estão sendo to- madas, exceto os estudos feitos. Assim, as autoridades locais deverão estar alerta, para que esse processo erosivo tenha um fim antes que torne toda as pradarias num imenso deser- to. Situado ao extremo sul brasileiro, mais exatamente a su- deste gaúcho, o domínio morfoclimático das pradarias com- preende uma extensão, segundo Ab’Saber, de 80.000 km² e de 45.000 km² de acordo com Fontes & Ker – UFV. Tendo como cidades importantes em sua abrangência: Uruguaiana, Bagé, Alegrete, Itaqui e Rosário do Sul. Localizado no extremo sul do Brasil, também apresenta clima subtropical, sendo portanto marcado pela atuação da massa polar atlântica.Abrange os pampas, Campanha Gaú- cha ou Campos Limpos, marcados pela presença do solo de brunizens, oriundo da decomposição de rochas sedimentares e ígneas, o que possibilita o desenvolvimento da agricultura e principalmente da pecuária bovina semi-extensiva. É notável também a presença de coxilhas (colinas arre- dondadas e ricas em herbáceas e gramíneas) e das matas- galerias nas margens dos rios. Faixa de Transição (Pantanal) Apresenta características variadas, desde aspecto da caatinga até a floresta amazônica, o relevo que predomina são as planícies que se alagam nos períodos chuvosos. O clima desse domínio é o tropical com um período de seca e outrochuvoso. EXERCÍCIOS 1 - (UFSC) (...) A vegetação recama de flores, cobrindo- os, os grotões escancelados, e disfarça a dureza das barran- cas, e arredonda em colinas os acervos dos blocos disjungi- dos – de sorte que as chapadas grandes, intermeadas de convales, se ligam em curvas mais suaves aos tabuleiros altos. (...) (CUNHA, Euclides da. Os Sertões.) O trecho ilustra descrições geográficas e geomorfológicas do domínio da caatinga, presentes na obra de Euclides da Cunha. Assinale a alternativa que apresenta somente carac- terísticas deste domínio morfoclimático brasileiro. a) Clima tropical árido; solos de baixa fertilidade natural e predomínio dos chapadões e chapadas. b) Clima tropical alternadamente úmido e seco; solos áci- dos e presença de depressões interplanálticas. c) Clima tropical seco; solos profundos e presença de formas mamelonares resultantes da ação do intemperismo químico. d) Clima tropical semiúmido; solos ácidos de profundidade regular e relevo planáltico levemente ondulado. e) Clima tropical semiárido; solos ricos em sais minerais e presença de áreas deprimidas delimitadas por planaltos e chapadas. 2 - (PUC) As porções orientais do território brasileiro, em termos de clima, sofrem maior intervenção da massa de ar: a) Equatorial Continental (Ec) b) Equatorial Atlântica (Ea) c) Tropical Continental (Tc) d) Tropical Atlântica (Ta) e) Polar Atlântica (Pa) 3 – (OSEC) A "friagem" consiste na queda brusca da temperatura, na região amazônica. Sobre ela pode-se afirmar que: I. O relevo baixo, de planície, facilita a incursão de massas de ar frio que atingem a Amazônia. II. A massa de ar responsável pela ocorrência de friagem é a Tropical Atlântica. III. A friagem ocorre no inverno. De acordo com as afirmativas acima, assinale: a) se apenas I estiver correta; b) se I e II estiverem corretas; c) se II e III estiverem corretas; d) se I e III estiverem corretas; e) se todas as afirmativas estiverem corretas. 4 - Assinale a alternativa incorreta sobre o domínio dos mares de morros: a) Devido à variedade de climas encontrados neste domí- nio, este apresenta rica biodiversidade. b) seu relevo apresenta características mamelonares, ou seja, com morros arredondados. c) Ao longo deste domínio, são encontradas serras escar- padas de formação cristalina. d) devido ao clima e à intensa umidade, as rochas pas- sam por processo de intemperismo, ou seja, desgaste. e) Os solos de modo geral não são muito férteis, o que não favoreceu o desenvolvimento da agricultura. RESPOSTAS 1 - E 2 - D 3 - D 4 - E Geografia – 10 – ECOSSISTEMAS Com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, o Brasil pos- sui grande variedade de paisagem e de cultura; tendo desde o semideserto até a biodiversidade mais rica do planeta; desde tribos de índios até modernas gerações interessadas na mundialização. Existem regiões importantes como as bacias sedimenta- res do Pantanal e da Amazônia, a Floresta Atlântica e a i- mensa orla marítima que chama a atenção mundial. A variedade cultural e paisagística e a falta de conflitos étnicos e fronteiriços deixa o Brasil em posição privilegiada, ressaltando seu potencial turístico, sobretudo o turismo eco- lógico. Ecossistema é definido como um sistema aberto que in- clui, em uma certa área, todos os fatores físicos e biológicos (elemento biótipos e abióticos) do ambiente e suas interações o que resulta em uma diversidade biótica com estrutura trófi- ca claramente definida e na troca de energia e matéria entre esses fatores. "A biocenose e seu biótopo constituem dois elementos in- separáveis que reagem um sobre o outro para produzir um sistema mais ou menos estáveis que recebe o nome de e- cossistema" (Tansley, 19355). O ecossistema é a unidade funcional de base em ecologi- a, porque inclui, ao mesmo tempo, os seres vivos e o meio onde vivem, com todas as interações recíprocas entre o meio e os organismo"(Dajoz, 1973). "Os vegetais , animais e micro-organismo que vivem nu- ma região e constituem uma comunidade biológica estão ligados entre si por uma intrincada rede de relações que inclui o ambiente físico em que existem estes organismo. Estes componentes físicos e biológicos interdependentes formam o que os biológicos designam com o nome de ecos- sistema". (Ehrlich & Ehrlich, 1974). "O espaço limitado onde a ciclagem de recursos através de um ou vários níveis tróficos é feita por agentes mais ou menos fixos, utilizado simultânea e sucessivamente proces- sos mutuamente compatíveis que geram produtos utilizáveis a curto ou longo prazo" (Dansereau, 1978). "É um sistema aberto integrado por todos os organismos vivos (compreendido o homem) e os elementos não viventes de um setor ambiental definido no tempo e no espaço, cujas propriedades globais de funcionamento (fluxo de energia e ciclagem de matéria) e autorregulação (controle) derivam das relações entre todos os seus componentes, tanto pertencen- tes ao ecossistemas naturais , quanto aos criados ou modifi- cados pelo homem" (Hurtubia, 1980). "Sistema integrado e auto funcionamento que consiste em interações de elementos biótipos e abióticos; seu tamanho pode variar consideravelmente"(USDT, 1980). "A comunidade total de organismo, junto com o ambiente físico e químico no qual vivem se denomina ecossistema, que é unidade funcional da ecologia" (Beron, 1981) (Vocabulário Básico do Meio Ambiente compilado por Iara V. D. Moreira, FEEMA, 1992). Os principais ecossistemas brasileiros Floresta Amazônica Peixe boi e seringueira A Amazônia é o maior bioma terrestre do planeta, cuja á- rea avança em 9 países da América Latina (Brasil, Paraguai, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana Fran- cesa e Suriname). A bacia hidrográfica do Amazonas ocupa uma área de 7.050.000 km3. Em termos geopolíticos a Ama- zônia legal brasileira ocupa 60 % do território nacional. Ape- sar de ser o maior estado brasileiro, possui a menor densida- de demográfica humana, com menos de 10 % da população do pais. A Amazônia é um dos mais preciosos patrimônios ecoló- gicos do planeta. É na realidade um grande Bioma, composto por diversos ecossistemas interagindo em equilíbrio. 65 % de toda a área amazônica é composta pela floresta tropical úmi- da de terra firme, sendo que o restante é constituído por matas de cipó, campinas, matas secas, igapós, manguezais, matas de várzeas, cerrados, campos de terra firme, campos de várzeas e matas de bambu. Toda a rede de rios, córregos, cachoeiras, lagos, igarapés e represas constituem os ecos- sistemas aquáticos da Amazônia. A bacia amazônica é um dos locais mais chuvosos do planeta, com índices pluviométricos anuais de mais de 2.000 mm por ano, podendo atingir 10.000 mm em algumas regi- ões. Durante os meses de chuvas, a partir de dezembro, as águas sobem em média 10 metros, podendo atingir 18 me- tros em algumas áreas. Isto significa que durante metade do tempo grande parte da planície amazônica fica submersa, caracterizando a maior área de floresta inundada do planeta, cobrindo uma área de 700.000 Km2. A Amazônia é a maior floresta do mundo, representando 35 % de toda as florestas do mundo. É considerada também uma das mais antigas coberturas florestais, permanecendo estabilizada a cerca de 100 milhões de anos. O rio Amazonas é o maior e mais largo rio do mundo e o principal responsável pelo desenvolvimento da floresta Ama- zônica. O volume de suas águas representa 20 % de toda a água presente nos rios do planeta. Têm extensão de 6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo (16 vezesmaior que a do rio Nilo), conta com mais de 1.000 afluentes. Sua largura média é de 12 quilômetros, atingindo frequentemente mais de 60 quilômetros durante a época de cheia. Na foz, onde deságua no mar, a sua largura é de 320 quilômetros. A profundidade média é de 30 a 40 metros. As áreas alagadas influenciadas pela rede hídrica do Amazonas, formam uma bacia de inundação muito maior que muitos países da Europa, juntos. Apenas a ilha do Marajó, na foz do Amazonas, é maior que a Suíça. Geografia – 11 – Em termos biológicos é a região com a maior biodiversi- dade de todos os continentes. Comporta metade das espé- cies de aves hoje conhecidas, possui a maior diversidade de insetos (especialmente borboletas), répteis e anfíbios. Possui mais espécies de peixes que o oceano Atlântico. As águas da Amazônia também são ricas em caranguejos, camarões, serpentes, tartarugas, lagartos, golfinhos (entre eles o boto cor-de-rosa), lontras, jacarés e tubarões, os quais sobem centenas de quilômetros nos rios em busca de peixes. Deze- nas de aves aquáticas exploram as águas, ricas em alimento. O maior roedor, os maiores papagaios, as maiores cobras, os maiores peixes (o pirarucu pode atingir mais de 3 metros de comprimento e pesar 180 quilos), as maiores árvores tropicais e os maiores insetos vivem na Amazônia. A diversi- dade de mamíferos, especialmente macacos e felinos, é muito grande. 30 espécies de macacos são endêmicas da mata amazônica. O conhecimento da fauna e flora da Amazônia ainda é ex- tremamente precário. Acredita-se que não se conheça nem a metade das espécies que habitam as suas matas e rios . A principal característica da Amazônia é a sua inacessibilidade, o que dificulta a sua exploração e estudo. A Amazônia é um dos poucos redutos do planeta onde a- inda vivem povos humanos primitivos. As dezenas de tribos ainda existentes espalham-se em territórios dentro da mata, mantendo seus próprios costumes, linguagens e culturas, inalterados por milhares de anos. Antropólogos acreditam que ainda existam povos primitivos desconhecidos, vivendo nas regiões mais inóspitas e inacessíveis. Oficialmente existem dois parques nacionais na Amazônia brasileira, o Parque Nacional do Tapajós e o Parque Nacional do Pico da Neblina. O primeiro, com 1 milhão de hectares de floresta tropical úmida, e o segundo com extensão de 2.200.000 hectares. O parque do Pico da Neblina se une ao parque Serrania de la Neblina, na Venezuela, com 1.360.000 hectares, formando em conjunto um dos maiores complexos bióticos protegidos do mundo. Os impactos resultantes da exploração humana da Ama- zônia são muitos. O desmatamento e as queimadas para a formação de pastos para o gado tem destruído imensas á- reas de florestas virgens todos os anos, há décadas. Estima- se que a área de pastos (naturais e criados por desmatamen- to) na Amazônia seja de mais de 20 milhões de hectares. O problema é que os pastos não resistem por muito tempo, uma vez que o solo amazônico é muito pobre em nutrientes. Isto faz com que os criadores avancem constantemente para o interior da floresta em busca de novas terras. Mineração, caça e pesca indiscriminada, contrabando de animais raros e espécies em extinção, poluição, e queimadas criminosas são alguns dos principais fatores de perturbação da Amazônia. A comunidade científica mundial, ciente do potencial eco- lógico, geológico, científico e farmacológico da Amazônia, tem alertado constantemente as autoridades políticas para a necessidade de uma política de preservação e uso equilibra- do da floresta. Esta política deve ser implantada o mais rápi- do possível para que os danos atualmente existentes sejam revertidos. Mata de cocais Araracanga A mata de cocais situa-se entre a floresta amazônica e a caatinga. São matas de carnaúba, babaçu, buriti e outras palmeiras. Vários tipos de animais habitam esse ecossiste- ma, como a araracanga e o macaco cuxiú. Mata Atlântica Originalmente, essa exuberante floresta tropical, que co- bria um território pouco maior que 1.000.000 km2, espraiava- se pela costa do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, avançando pelo interior em extensões variadas. A Mata A- tlântica praticamente ocupava todo o Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, bem como parcelas significativas de Minas Gerais , Rio Grande do Sul e Mato Groso do Sul, logrando alcançar a Argentina e o Para- guai. Infelizmente, desse imenso corpo florestal, que outrora cobria 12% do território brasileiro, restam apenas 9% de sua extensão original. Rios importantes para a economia regional e o meio ambiente, como o Paraíba do Sul, São Francisco, Doce e Jaquitinhonha encontram-se poluídos ou assoreados por causa dos sedimentos arrastados pela erosão do solo desprotegido de vegetação. Semelhante ao que ocorre com a Floresta Amazônica, a Mata Atlântica reúne formações vegetais diversificadas e heterogêneas. À primeira vista, podemos distinguir três tipos de florestas, diferentes em sua composição e aspectos florís- ticos, mas que guardam, porém, aspectos comuns: as ombró- filas densas, com ocorrência ao longo da costa; semidecidu- ais e deciduais, pelo interior do Nordeste, Sudeste, Sul e partes do Centro-Oeste; as ombrófilas mistas (Pinheirais) do Sul do Brasil. Um dos motivos para preservar o que restou da Mata A- tlântica é sua rica biodiversidade, variedade de plantas e animais. Calcula-se que nela existam mais de 800 espécies de aves, 180 anfíbios e 131 mamíferos, inclusive as quatro espécies de mico-leão que são exclusivos daquele ecossis- tema. Área total: aproximadamente 1.000.000 km2 Área total atual: aproximadamente 120.000 km2 Cerrado Pequenas árvores de troncos torcidos e recurvados e de folhas grossas, esparsas em meio a uma vegetação rala e rasteira, misturando-se, às vezes, com campos limpos ou matas de árvores não muito altas – esses são os Cerrados, uma extensa área de cerca de 200 milhões de hectares, Geografia – 12 – equivalente, em tamanho, a toda a Europa Ocidental. A pai- sagem é agressiva, e por isso, durante muito tempo, foi con- siderada uma área perdida para a economia do país. Entre as espécies vegetais que caracterizam o Cerrado estão o barbatimão, o pau-santo, a gabiroba, o pequizeiro, o araçá, a sucupira, o pau-terra, a catuaba e o indaiá. Debaixo dessas árvores crescem diferentes tipos de capim,como o capim-flecha, que pode atingir uma altura de 2,5m. Onde corre um rio ou córrego, encontram-se as matas ciliares, ou matas de galeria, que são densas florestas estreitas, de árvo- res maiores, que margeiam os cursos d’água. Nos brejos, próximos às nascentes de água, o buriti domina a forma pai- sagem e as veredas de buriti Os Cerrados apresentam relevos variados, embora pre- dominem os amplos planaltos. Metade do Cerrado situa-se entre 300 e 600m acima do nível do mar, e apenas 5,5% atingem uma altitude acima de 900m. Em pelo menos 2/3 da região o inverno é demarcado por um período de seca que prolonga-se por cinco a seis meses. Seu solo esconde um grande manancial de água, que alimenta seus rios. A presença humana na região data de pelo menos 12 mil anos, com o aparecimento de grupos de caçadores e coleto- res de frutos e outros alimentos naturais. Só recentemente, há cerca de 40 anos, é que começou a ser mais densamente povoada. Área total: aproximadamente 2.100.000 km2. Caatinga Quando chega o mês de agosto, parece que a natureza morreu. Não se veem nuvens no céu, a umidade do ar é mínima, a água chega a evaporar 7mm por dia e a tempera- tura do solo pode atingir 60º C. As folhas da maioria das árvores já caírame assim, o gado e os animais nativos, como a ema, o preá, o mocó e o camaleão, começam a emagrecer. As únicas cores vivas estão nas flores douradas do cajueiro, nos cactus e juazeiros. A maioria dos rios para de correr e as lagoas começam a secar. Algumas plantas têm as folhas muito finas. Os espinhos dos cactus são o extremo deste tipo de folha. Outras têm sistemas de armazenamento de água, como as barrigudas. As raízes cobrem a superfície do solo, para capturar o má- ximo de água durante as chuvas leves. As espécies mais abundantes incluem a mimosa, a emburana, a catingueira, a palmatória, a aroeira, o umbu, a baraúna, a maniçoba, a ma- cambira, o xique-xique, o mandacaru, a quixabeira e o juazei- ro, uma das poucas que não perde suas folhas durante a seca. A Caatinga é uma extensa região do Nordeste brasileiro, que ocupa mais de 70% de sua área (11% do território brasi- leiro), também chamada de sertão. Nessa época do ano, a região, de árvores e arbustos raquíticos, cheios de espinhos, tem um aspecto triste e desolador. Quando volta a chover, no início do ano, a paisagem pa- rece explodir de tanto verde.Apesar de raso e conter grande quantidade de pedras, o solo da Caatinga é razoavelmente fértil. As árvores cobrem-se de folhas rapidamente e o solo, em geral pedregoso, fica forrado de pequenas plantas, e a fauna volta a engordar. A vegetação adaptou-se para se proteger da falta d’água. Quase todas as plantas usam a estratégia de perder as fo- lhas, eliminando a superfície de evaporação quando falta água. Área total: aproximadamente 1.100.000 km2. Campos Campos sulinos e ratão do banhado. De maneira genérica, os campos da região Sul do Brasil são denominados como “pampas”, termo de origem indígena para “região plana”. Esta denominação, no entanto, corres- ponde somente a um dos tipos de campo, mais encontrado ao sul do Estado do Rio Grande do Sul, atingindo o Uruguai e a Argentina. Outros tipos conhecidos como campos do alto da serra são encontrados em áreas de transição com o domínio de araucárias. Em outras áreas encontram-se, ainda, campos de fisionomia semelhantes à savana. Os campos, em geral, parecem ser formações edáficas (do próprio solo) e não climáticas. A pressão do pastoreio e a prática do fogo não permitem o estabelecimento da vegeta- ção arbustiva, como se verifica em vários trechos da área de distribuição dos Campos do Sul. A região geomorfológica do planalto de Campanha, a maior extensão de campos do Rio Grande do Sul, é a porção mais avançada para oeste e para o sul do domínio morfoes- trutural das bacias e coberturas sedimentares. Nas áreas de contato com o arenito botucatu, ocorrem os solos podzólicos vermelho-escuros, principalmente a sudoeste de Quaraí e a sul e sudeste de Alegrete, onde se constata o fenômeno da desertificação. São solos, em geral, de baixa fertilidade natu- ral e bastante suscetíveis à erosão. À primeira vista, a vegetação campestre mostra uma apa- rente uniformidade, apresentando nos topos mais planos um tapete herbáceo baixo – de 60 cm a 1 m -, ralo e pobre em espécies, que se torna mais denso e rico nas encostas, pre- dominando gramíneas, compostas e leguminosas; os gêne- ros mais comuns são: Stipa, Piptochaetium, Aristida, Melica, Briza. Sete gêneros de cactos e bromeliáceas apresentam espécies endêmicas da região. A mata aluvial apresenta inúmeras espécies arbóreas de interesse comercial. Na Área de Proteção Ambiental do Rio Ibirapuitã, inserida neste bioma, ocorrem formações campestres e florestais de clima temperado, distintas de outras formações existentes no Brasil. Além disso, abriga 11 espécies de mamíferos raros ou ameaçados de extinção, ratos d’água, cevídeos e lobos, e 22 espécies de aves nesta mesma situação. Pelo menos uma espécie de peixe, cará (Gymnogeophagus sp., Família Cichli- dae) é endêmica da bacia do rio Ibirapuitã. A vocação da região de Campanha está na pecuária de corte. As técnicas de manejo adotadas, porém, não são ade- quadas para as condições desses campos, e a prática artesa- nal do fogo ainda não é bem conhecida em todas as suas consequências. As pastagens são, em sua maioria, utilizadas sem grandes preocupações com a recuperação e a manuten- ção da vegetação. Os campos naturais no Rio Grande do Sul são geralmente explorados sob pastoreio contínuo e extensivo. Outras atividades econômicas importantes, baseadas na utilização dos campos, são as culturas de arroz, milho, trigo e Geografia – 13 – soja, muitas vezes praticadas em associação com a criação de gado bovino e ovino. No alto Uruguai e no planalto médio a expansão da soja e também do trigo levou ao desapareci- mento dos campos e à derrubada das matas. Atualmente, essas duas culturas ocupam praticamente toda a área, pro- vocando gradativa diminuição da fertilidade dos solos. Disso também resultam a erosão, a compactação e a perda de matéria orgânica. Pantanal A CIMA - Comissão Interministerial para Preparação da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e De- senvolvimento-SI/PR, 1991, define o Pantanal mato- grossense como “a maior planície de inundação contínua do planeta”. Sua localização geográfica é de particular relevân- cia, uma vez que representa o elo de ligação entre o Cerrado, no Brasil Central, o Chaco, na Bolívia, e a região Amazônica, ao Norte, identificando-se, aproximadamente, com a bacia do alto Paraguai. O Pantanal funciona como um grande reservatório, provo- cando uma defasagem de até cinco meses entre as vazões de entrada e saída. O regime de verão determina enchentes entre novembro e março no norte e entre maio e agosto no sul, neste caso sob a influência reguladora do Pantanal. Os solos, de modo geral, apresentam limitações à lavou- ra. Nas planícies pantaneiras sobressaem solos inférteis (lateritas) em áreas úmidas (hidromórficas) e planossolos, além de várias outras classes, todos alagáveis, em maior ou menor grau, e de baixa fertilidade. Nos planaltos, embora predominem também solos com diversas limitações à agricul- tura, sobretudo à fertilidade, topografia ou escassez de água, existem situações favoráveis. Como área de transição, a região do Pantanal ostenta um mosaico de ecossistemas terrestres, com afinidades, sobre- tudo, com os Cerrados e, em parte, com a floresta Amazôni- ca, além de ecossistemas aquáticos e semi-aquáticos, inter- dependentes em maior ou menor grau. Os planaltos e as terras altas da bacia superior são formados por áreas escar- padas e testemunhos de planaltos erodidos, conhecidos localmente como serras. São cobertos por vegetações pre- dominantemente abertas, tais como campos limpos, campos sujos, cerrados e cerradões, determinadas, principalmente, por fatores de solo (edáficos) e climáticos e, também, por florestas úmidas, prolongamentos do ecossistema amazôni- co. A planície inundável que forma o Pantanal, propriamente dito, representa uma das mais importantes áreas úmidas da América do Sul. Nesse espaço podem ser reconhecidas pla- nícies de baixa, média e alta inundação, destacando-se os ambientes de inundação fluvial generalizada e prolongada. Esses ambientes, periodicamente inundados, apresentam alta produtividade biológica, grande densidade e diversidade de fauna. A ocupação da região, de acordo com pesquisas arqueo- lógicas, se deu há, aproximadamente, dez mil anos por gru- pos indígenas. A adequação de atividades econômicas ao Pantanal surgiu do processo de conquista e aniquilamento dos índios guatós e guaicurus por sertanistas. Foi possível implantar a pecuária na planície inundável, que se tornaria a única economia estável e permanente até os nossos dias. Dentro de um enfoque macroeconômico, a planícierepresen- tou, no passado, um grande papel no abastecimento de carne para outros estados do país. No entanto, esta economia se encontra em decadência. Uma série de atividades de impacto direto sobre o Panta- nal pode ser observada, como garimpo de ouro e diamantes, caça, pesca, turismo e agropecuária predatória, construção de rodovias e hidrelétricas. Convém frisar a importância das atividades extensivas nos planaltos circundantes como uma das principais fontes de impactos ambientais negativos sobre o Pantanal. O processo de expansão da fronteira, ocorrido principal- mente após 1970, foi a causa fundamental do crescimento demográfico do Centro-Oeste brasileiro. A região da planície pantaneira, com sua estrutura fundiária de grandes proprie- dades voltadas para a pecuária em suas áreas alagadiças, não se incorporou ao processo de crescimento populacional. Não houve aumento significativo em número ou população das cidades pantaneiras. No planalto, contudo, o padrão de crescimento urbano foi acelerado. Como todas as cidades surgidas ou expandidas nessa época, as de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul não tinham e nem têm infraestrutura adequada para minimizar o impacto ambiental do crescimento acelerado, causado, principalmen- te, pelo lançamento de esgotos domésticos ou industriais nos cursos d’água da bacia. Esse tipo de poluição repercute dire- tamente na planície pantaneira, que recebe os sedimentos e resíduos das terras altas. O mesmo processo de expansão da fronteira foi respon- sável pelo aproveitamento dos cerrados para a agropecuária, o que causou o desmatamento de vastas áreas do planalto para a implantação de lavouras de soja e arroz, além de pastagens. O manejo agrícola inadequado nessas lavouras resultou, entre outros fatores, em erosão de solos e no au- mento significativo de carga de partículas sedimentáveis de vários rios. Além disso, agrava-se o problema de contamina- ção dos diversos rios com biocidas e fertilizantes. A presença de ouro e diamantes na baixada cuiabana e nas nascentes dos rios Paraguai e São Lourenço vem atrain- do milhares de garimpeiros, cuja atividade causa o assorea- mento e compromete a produtividade biológica de córregos e rios, além de contaminá-los com mercúrio. Segundo a WWF (1999), existem no Pantanal 650 espécies de aves, 80 de mamíferos, 260 de peixes e 50 de répteis. Restingas e manguezais A costa brasileira abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental. Ao longo do litoral brasileiro podem ser encontrados manguezais, restingas, dunas, praias, ilhas, costões rochosos, baías, brejos, falésias, estuários, recifes de corais e outros ambientes importantes do ponto de vista eco- lógico, todos apresentando diferentes espécies animais e vegetais e outros. Isso se deve, basicamente, às diferenças climáticas e geológicas da costa brasileira. Além do mais, é na zona costeira que se localizam as maiores presenças residuais de Mata Atlântica. Ali a vegeta- ção possui uma biodiversidade superior no que diz respeito à variedade de espécies vegetais. Também os manguezais, de expressiva ocorrência na zona costeira, cumprem funções essenciais na reprodução biótica da vida marinha. O litoral amazônico vai da foz do rio Oiapoque ao delta do rio Parnaíba. Apresenta grande extensão de manguezais exuberantes, assim como matas de várzeas de marés, cam- pos de dunas e praias. Apresenta uma rica biodiversidade em espécies de crustáceos, peixes e aves. O litoral nordestino começa na foz do rio Parnaíba e vai até o Recôncavo Baiano. É marcado por recifes calcíferos e areníticos, além de dunas que, quando perdem a cobertura Geografia – 14 – vegetal que as fixam, movem-se com a ação do vento. Há ainda nessa área manguezais, restingas e matas. Nas águas do litoral nordestino vivem o peixe-boi marinho e as tartaru- gas, ambos ameaçados de extinção. O litoral sudeste segue do Recôncavo Baiano até São Paulo. É a área mais densamente povoada e industrializada do país. Suas áreas características são as falésias, os recifes e as praias de areias monazíticas (mineral de cor marrom- escura). É dominada pela Serra do Mar e tem a costa muito recortada, com várias baías e pequenas enseadas. O ecos- sistema mais importante dessa área é a mata de restinga. Essa parte do litoral é habitada pela preguiça-de-coleira e pelo mico-leão-dourado (espécies ameaçadas de extinção). O litoral sul começa no Paraná e termina no Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul. Com muitos banhados e manguezais, o ecossistema da região é riquíssimo em aves, mas há tam- bém outras espécies: ratão-do-banhado, lontras (também ameaçados de extinção), capivaras. A densidade demográfica média da zona costeira brasilei- ra fica em torno de 87 hab./km2, cinco vezes superior à mé- dia nacional que é de 17 hab./km2. Pela densidade demográ- fica nota-se que a formação territorial foi estruturada a partir da costa, tendo o litoral como centro difusor de frentes povo- adoras, ainda em movimento na atualidade. Hoje, metade da população brasileira reside numa faixa de até duzentos qui- lômetros do mar, o que equivale a um efetivo de mais de 70 milhões de habitantes, cuja forma de vida impacta diretamen- te os ecossistemas litorâneos. EXERCÍCIOS 1 - Vegetação típica de regiões costeiras, sendo uma área de encontro das águas do mar com as águas doces dos rios. A principal espécie encontrada nesse bioma é o caranguejo. Essas características são do: a) Cerrado b) Mata de Cocais c) Mangue d) Caatinga e) Pantanal 2 - (CESGRANRIO) Um ecossistema tanto terrestre como aquático se define: a) exclusivamente por todas as associações de seres vi- vos; b) pelos fatores ambientais, especialmente climáticos; c) pela interação de todos os seres vivos; d) pela interação dos fatores físicos e químicos; e) pela interação dos fatores abióticos e bióticos. 3 - UFMG - Todas as alternativas apresentam características das áreas de cerrado no Brasil, EXCETO a) Ocorrência de extensos campos úmidos que ocupam o topo dos chapadões no Brasil Central e que encerram impor- tantes mananciais de água. b) Ocorrência de solos profundos e ácidos que, adequa- damente corrigidos, podem apresentar elevada produtividade agrícola. c) Ocorrência de uma biodiversidade reduzida expressa pela sua significativa homogeneidade fisionômica. d) Ocorrência de uma biomassa subterrânea onde raízes, rizomas e tubérculos são mais numerosos que a biomassa aérea de troncos e galhos. e) Apresentam relevos variados, embora predominem os amplos planaltos. RESPOSTAS 1 - C 2 - E 3 - C AS ATIVIDADES ECONÔMICAS E A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO: ESPAÇO AGRÁRIO: MODERNIZAÇÃO E CONFLITOS As relações socioeconômicas são responsáveis pelas modificações no espaço geográfico, estruturando determina- dos lugares de acordo com a atividade econômica desenvol- vida, alterando o meio, produzindo novos ambientes, criando espaços privilegiados, influenciando os fluxos migratórios, interferindo na geopolítica mundial, entre outros fatores. Diante desse contexto, a Geografia Econômica tem como objeto de estudo as transformações espaciais desencadea- das pelas relações econômicas, a localização e a organiza- ção dessas atividades. Outro ponto importante é a análise crítica dos motivos pe- los quais determinada atividade econômica é realizada em um local, considerando os elementos da região como o clima, relevo, disponibilidade de recursos naturais, etc. Essa subseção de Geografia Econômica é composta por artigos que abordam a localização industrial, sistemas eco- nômicos, revoluções industriais, agropecuária, globalização, desigualdades socioeconômicas,
Compartilhar