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Aula_14

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Emenda Constitucional nº 66/2010 (PEC 413/2005)
casamento poderá ser dissolvido pelo divórcio consensual ou litigioso
Alterou a redação do artigo 226, §6º, da CF.
Texto anterior:
“Art. 226. [...]
§6º. O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após a prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada a separação de fato por mais de dois anos.”
Da separação e do divórcio consensual
artigos 1.120 a 1.124-A, do CPC
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Texto atual:
“Art. 226. [...]
§6º. O casamento pode ser dissolvido pelo divórcio.”
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O divórcio pode ser requerido a qualquer tempo.
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 Controvérsia:
Permanece a separação judicial???
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* Não se discute que desapareceram as condições prévias do divórcio.
* Não há razão para que se considere extinta a separação judicial.
* Os cônjuges podem preferir separar-se sem se divorciar.
* A separação judicial põe fim à sociedade conjugal e não ao casamento.
* Separação permite o restabelecimento da sociedade conjugal
* Divórcio não permite o restabelecimento, só por novo casamento.
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 Artigo 1.574, CC.
Com a alteração do art. 226, §6º, pela Emenda 66 não se cogita mais prazo mínimo para a separação.
CONCLUSÃO: permanece a separação judicial.
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 Meios de término da sociedade conjugal
* Separação judicial: extingue a sociedade conjugal (cessa direitos e obrigações da vida em comum)
* Morte de um dos cônjuges (¹): extingue a sociedade conjugal e o vínculo;
* Nulidade ou anulação do casamento (²): extingue a sociedade conjugal e o vínculo;
* Divórcio (¹) : extingue a sociedade conjugal e o vínculo.
(¹) dissolução do casamento válido (²) casamento inválido
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Separação consensual – procedimento (judicial)
 Artigos 1.120 a 1.124, CPC
* Não se discute a culpa
* Ambos os cônjuges precisam manifestar a vontade de separar-se perante o juiz
* Juiz pode recusar a homologação do acordo (prejudicialidade do interesse de um interessado ou dos filhos)
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 Petição Inicial
* Artigo 282 CPC.
* Artigo 1.120 e 1.121, CPC
Não se informa a causa da separação, apenas a impossibilidade da vida em comum.
 Artigo 1.121, §1º, CPC: homologação da separação (ou divórcio) com posterior partilha.
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Se partilha posterior, ainda assim necessidade de informar e descrever os bens do casal.
 Competência: foro de domicílio do casal
 A ação de separação/divórcio é personalíssima e intransferível, se houver morte de um dos cônjuges o processo é extinto sem resolução do mérito pois o resultado almejado (encerramento da sociedade conjugal) terá sido alcançado.
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Se petição inicial em termos:  Artigo 1.122, CPC
* juiz designa data para ouvir os cônjuges;
* oitiva em separado dos interessados para saber motivos da separação;
* juiz esclarece as consequências da separação;
* necessidade da presença do advogado;
* se interessados hesitantes, juiz não homologa acordo e agenda nova audiência (15 ou 30 dias depois)
* se na nova audiência interessados não ratifiquem o desejo de separação ou não comparecerem, arquiva-se os autos.
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Se partes firmes em sua decisão, juiz ouve o MP e em seguida decide pela homologação ou recusa.
Caso partilha desigual – recolher imposto transmissão inter vivos.
Alimentos pós separação e pós divórcio:
art. 1.704, CC;
Julgado 
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TJ-MA - APELAÇÃO CÍVEL AC 344642010 MA (TJ-MA) - 14/02/2011
Ementa: AÇÃO DE ALIMENTOS. REVELIA. JUNTADA EXTEMPORÂNEA DE DOCUMENTOS. PRETENSÃO ALIMENTAR FORMULADA APÓS O DIVÓRCIO. 
1. Decretada a revelia do réu reputam-se verdadeiras as alegações formuladas pela autora da ação de alimentos, ressalvada a existência de prova real e contrária nos autos. 
2. Documentos produzidos apenas em grau de recurso não podem ser considerados pelo tribunal sem ofensa ao contraditório e ao duplo grau de jurisdição. 
3.A lei não restringe a possibilidade do pedido de alimentos após o divórcio. 4. Apelo conhecido e parcialmente provido. Unanimidade.
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 APELAÇÃO CÍVEL. ALIMENTOS. PEDIDO FORMULADO PELA EX-ESPOSA DOIS ANOS APÓS O DIVÓRCIO. PARTES QUE RENUNCIARAM, RECIPROCAMENTE, A QUALQUER TIPO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA. INEXISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO DO EX-CÔNJUGE. VÍNCULO DE PARENTESCO QUE CESSOU COM O DIVÓRCIO. [...] RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 
A renúncia ao recebimento da verba alimentar, externada por ocasião do acordo de divórcio, encerra a obrigação de sustento entre ex-cônjuges, pois a inexistência de parentesco entre eles e o término da obrigação de mútua assistência (art. 1.566, III, do CC/ 2002) os exclui da disciplina do art. 1.694 do Código Civil. Não soa razoável que, optando marido e mulher pela dissolução definitiva da estrutura familiar, remanescesse hígido, indefinidamente, o dever de prestar alimentos. (TJSC, AC n. 2013.052298-4, rel. Des. Jorge Luis Costa Beber, j. 20-02-2014).
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 RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE ALIMENTOS DEDUZIDA EM FACE DE EX-CÔNJUGE - AUSÊNCIA DE PEDIDO DE FIXAÇÃO DO ENCARGO NO DIVÓRCIO LITIGIOSO - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA E RENÚNCIA TÁCITA RECONHECIDAS NA SENTENÇA DE PRIMEIRO GRAU - MANUTENÇÃO DA EXTINÇÃO DO FEITO, SEM RESOLUÇÃO DO MÉRITO (ART. 267, VI, DO CPC), PELO ACÓRDÃO LOCAL. INSURGÊNCIA DA ALIMENTANDA.
1. Tese de violação ao art. 1.704 do Código Civil. Acolhimento. Alimentos não pleiteados por ocasião do divórcio litigioso. Requerimento realizado posteriormente. Viabilidade. Impossibilidade jurídica afastada. Renúncia tácita não caracterizada.
2. Não há falar-se em renúncia do direito aos alimentos ante a simples inércia de seu exercício, porquanto o ato abdicativo do direito deve ser expresso e inequívoco.
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3. Em atenção ao princípio da mútua assistência, mesmo após o divórcio, não tendo ocorrido a renúncia aos alimentos por parte do cônjuge que, em razão dos longos anos de duração do matrimônio, não exercera atividade econômica, se vier a padecer de recursos materiais, por não dispor de meios para suprir as próprias necessidades vitais (alimentos necessários), seja por incapacidade laborativa, seja por insuficiência de bens, poderá requerê-la de seu ex-consorte, desde que preenchidos os requisitos legais.
4. Recurso especial provido, a fim de afastar a impossibilidade jurídica do pedido e determinar que o magistrado de primeiro grau dê curso ao processo. (REsp 1073052 / SC.RECURSO ESPECIAL 2008/0153518-7. Rel: Ministro MARCO BUZZI (1149). Julgamento: 11/03/2013)
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NOTA:
A petição inicial deve esclarecer se a mulher voltará a usar o nome de solteira. No silêncio, presume-se que optou por conservar o nome de casada.
Depois de homologado o acordo, se quiser, pode a mulher requerer em juízo que volte a usar o nome de solteira, sem a necessidade de ouvir o outro cônjuge.
 Homologada a separação, a sentença é averbada no Registro Civil e, havendo imóveis, no CRI
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Artigo 1.124, CPC
Art. 1.124. Homologada a separação consensual, averbar-se-á a sentença no registro civil e, havendo bens imóveis, na circunscrição onde se acham registrados.
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Separação e divórcio consensual – (extrajudicial)
 Lei nº 11.441/2007 : art. 1.124-A
* Procedimento não fere o direito de ação, é opcional
Requisitos:
a) não há menores ou incapazes;
b) interessados estão acordes às condições do divórcio/separação;
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* Escritura pública: 
- título hábil para operar a transferência patrimonial em favor dos interessados (CRI, DETRAN)
- possibilita o registro e a transferência definitiva, satisfeitas as obrigações fiscais
- é título executivo extrajudicial
- não há necessidade de homologação do juiz, tão pouco de audiência.
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 Quais são os termos da escritura: 
* disposição referente à partilha dos bens;
* pensão alimentícia (cônjuge);
* disposições quanto ao nome (solteiro ou casado)
 Necessidade de advogado
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Divorciandos ou terceiros interessados podem
ajuizar ação denunciando a nulidade da escritura por vício de consentimento (erro, dolo, simulação, ignorância, coação, estado de perigo, lesão, fraude contra credores)
Resolução 35/2007, do CNJ:
Disciplina a aplicação da Lei nº 11.441/07 pelos
serviços notariais e de registro.
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Tipos de sucessão
a) Legítima: decorre da lei
b) Testamentária: disposição de última vontade
Sucessão legítima é subsidiária: se existir, o testamento deve prevalecer. 
O testamento deve obedecer as legítimas (Art. 1.857, §1º, CC)
 
 Não havendo herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e cônjuge) o testador PODE dispor de TODOS os seus bens.
Testamentos e codicilos
artigos 1.125 a 1.141, do CPC
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Testamento:
“Ato solene, unilateral e revogável pelo qual o testador delibera acerca do destino dos seus bens após o falecimento [...] Através do documento, o testador estabelece a forma de visão do acervo patrimonial, apenas surtindo efeitos após o falecimento da pessoa que manifestou a vontade [...]”
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Codicilo:
“[...] espécie de testamento de menor porte, representando escrito particular confeccionado e assinado pela pessoa capaz de testar, tratando das disposições relativas ao seu enterro, esmolas de pouca monta a certas e determinadas pessoas, ou, indeterminadamente, aos pobres de certo lugar, assim como móveis, roupas ou joias, de pouco valor, de seu uso pessoal”
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Quem tem capacidade para testar (realizar testamento)?
Resposta: os que têm capacidade.
* A capacidade é verificada quando o testamento é realizado.
* A incapacidade superveniente não o invalida.
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Formas de testamento
E o Codicilo (artigo 1.881, CC)
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 Testamento Público:
É o escrito por tabelião ou oficial público, em seu livro de notas.
Será lavrado o respectivo instrumento, lido em voz alta pelo tabelião ou pelo testador, na presença de 02 testemunhas e assinado pelo tabelião, pelo testador e pelas testemunhas.
Única forma de testamento que pode ser feita pelo deficiente visual.
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 Testamento Particular:
É o escrito inteiramente pelo testador, de próprio punho ou por processo mecânico.
Deve ser lido e assinado por quem o escreveu, na presença de 03 testemunhas, que também o subscreverão  Art. 1.878, parágrafo único e 1.879, Código Civil.
Precisa ser confirmado em juízo  procedimento de jurisdição voluntária.
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 Testamento Cerrado:
É o escrito pelo testador, ou pessoa a seu rogo e por ela assinado, e que é entregue, na presença de 02 testemunhas, ao tabelião.
O tabelião certifica que aquele é o testamento apresentado e que o testador quer que ele seja aprovado. 
Será então lavrado auto de aprovação, assinado pelo tabelião, testador e testemunhas, no próprio testamento, após a última palavra escrita pelo testador.
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Em seguida ele será fechado e o instrumento aprovado será cosido e entregue ao testador.
Com o falecimento, ele será entregue ao juiz, que o abrirá e fará registrar, determinando que seja cumprido, se não achar vício externo que o torne suspeito de falsidade ou eivado de nulidade.
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 Testamentos Especiais:
Empregados apenas em situação de emergência.
O marítimo é feito por quem está a bordo de navio nacional. 
É celebrado perante o comandante, na presença de 02 testemunhas, na forma correspondente ao testamento público ou cerrado, sendo o registro feito no diário de bordo.
Mesmo procedimento utilizado para o testamento aeronáutico, feito na presença do comandante.
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O testamento ficará sob a guarda do comandante que o entregará às autoridades administrativas do porto ou do aeroporto, na primeira ocasião.
O testamento marítimo e o aeronáutico caducam se, em 90 (noventa) dias depois de sua elaboração, o testador não falecer.
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O testamento militar é feito por militares ou pessoas que estejam a serviço das Forças Armadas, em local onde não exista tabelião ou substitui legal. 
Deverá ser feito na presença de 02 testemunhas (03 se o testador não puder/não souber assinar); caducará em 90 dias.
O testamento militar pode ser nuncupativo, feito verbalmente por militares/pessoas em campanha, feridas em combate, e que confiarão sua vontade a 02 testemunhas (art. 1.896, CC).
O testamento perde o efeito se o testador não morrer na guerra.
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Da abertura, do registro e do cumprimento
 Testamento cerrado e particular:
* para o reconhecimento da validade devem ser observados os artigos 1.125 a 1.134, CPC
* têm início por provocação da pessoa que tenha o testamento ou por qualquer outro interessado
* pode ser determinada de ofício ou pelo MP a apresentação do testamento.
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 Testamento cerrado:
* Juiz ao receber verifica a forma externa examinando se há vício (nulidade ou falsidade)
* o instrumento é aberto e o juiz determina que o escrivão o leia na presença de quem o entregou.
* ato contínuo, lavra-se auto de abertura, rubricado pelo juiz e assinado pelo apresentante; deve conter os requisitos (incisos) do artigo 1.125, CPC.
* em seguida, autos conclusos. Juiz determina a oitiva do MP, manda registrar, arquivar e cumprir o testamento (art. 1.126, CPC)
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* realizado o registro, é intimado o testamenteiro nomeado para assinar, no prazo de 05 (cinco) dia a testamentaria (art. 1.127, CPC)
* não havendo testamenteiro nomeado ou se nomeado ausente, juiz nomeia testamenteiro dativo.
* aceito o encargo, o testamenteiro assina o termo competente.
* escrivão extrai cópia autêntica do testamento para juntar aos autos do inventário ou arrecadação de herança.
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 Testamento Público:
* qualquer interessado poderá solicitar o cumprimento.
* deve-se exibir traslado ou certidão e requerer ao juiz que determine o cumprimento do testamento.
* cumprimento do testamento nos termos do artigo 1.125 e 1.126, CPC.
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 Testamento Particular:
* não tem autenticidade atestada por tabelião.
* deve ser confirmado em juízo (art. 1.130 a 1.133, CPC)
* requerimento compete ao herdeiro, legatário ou testamenteiro, depois do falecimento do testador.
* deve ser requerida a publicação em juízo do testamento, a oitiva das testemunhas que assinaram o testamento.
* a petição inicial deve vir instruída com o testamento particular.
* são intimados: art. 1.131, CPC.
* ouvidas as testemunhas, os interessados tem prazo de 05 (cinco) dias para se manifestarem.
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* art. 1.133, CPC: Código Civil de 2002 alterou a exigência  03 testemunhas participam da elaboração do testamento. 
Para ser confirmado, se demais testemunhas ausentes ou mortas, basta que apenas uma delas reconheça o documento ou nenhuma testemunha (art. 1.879,CC)
* Juiz ouve o MP.
* ouvido o MP, juiz confirma o testamento observando os artigos 1.126 a 1.127, CPC
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* As disposições da Seção II – da confirmação do testamento particular – aplicam-se ao testamento marítimo, militar, aeronáutico, nuncupativo e aos codicilos.
 Artigo 1.134, CPC
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Da execução do testamento
* abertos e registrados o testamento público e o cerrado, ou confirmados o testamento particular e o codicilo, requer o testamenteiro a abertura de inventário, se tiver a posse dos bens da herança.
* do contrário (se não tiver a posse) o testamenteiro exige que os herdeiros o façam.
* o testamenteiro deve prestar contas de sua gestão (art. 1.135, CPC).
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* não é aceita disposição testamentária que dispense o testamenteiro de prestar contas.
* incumbe ao testamenteiro: art. 1.137, CPC
* tem direito o testamenteiro: art. 1.138, CPC
* destituição do testamenteiro: art. 1.140, CPC.
* demissão do testamenteiro: art. 1.141, CPC.
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