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2.1 ESTRATÉGIA 2.1.1 Origem e conceito da Estratégia A palavra estratégia deriva do grego strategos, que significa “chefe do exército” e, por muito tempo, foi empregada por militares para se referir ao caminho a ser seguindo para que se alcançasse a vitória. Com o passar do tempo, a palavra passou a ser utilizada em outras situações e assim foi se propagando o seu uso (OLIVEIRA, 2004). De acordo com Rabelo (2002), a origem da estratégia se deu no meio militar e se propagou para as organizações, primordialmente, na segunda metade do século XX. Isso ocorreu pelo desenvolvimento teórico no âmbito das Ciências Administrativas, concomitante ao emprego de planos formais nas organizações estatais e privadas, tendo em vista os efeitos positivos que se acreditava que esses planos trariam para a administração como um todo. De acordo com Rabelo (2002), o termo se propagou para as organizações no século XX, pelo desenvolvimento teórico das Ciências Administrativas e emprego de planos formais nas organizações. Estratégia, na área organizacional, é o conjunto de decisões fixadas em um plano ou emergentes do processo organizacional, que integra missão, objetivos e sequência de ações administrativas num todo interdependente. Portanto, estratégia tanto podem ser guias de ação definidas a priori quanto o conjunto de resultados definidos a posteriori, com produto de comportamento organizacionais específicos (OLIVEIRA, 2004, p. 9) Para Oliveira (2013), estratégia pode ser definida como a direção e o objetivo de uma organização tendo em vista um longo prazo. Deve-se ter um enfoque na criação de valor para o cliente e para a organização, por meio da excelência operacional e da inovação, necessitando de um profundo conhecimento sobre os processos desenvolvidos dentro da instituição, sempre observando as necessidades do cliente. 2.1.2 A Gestão Estratégica Tavares (2007 apud CANUTO, 2009) diz que a gestão estratégica tem por função tratar do processo de implementação de estratégias e da implantação de um modelo organizacional adequado para receber essas estratégias. Dessa maneira, para que se implante efetivamente a gestão estratégica é essencial que haja, na organização, um arranjo organizacional que a coordene. Alguns dos meios de alcançar isso são: Criar um grupo de apoio que tenha como encargo envolver e comprometer os demais níveis da organização para a viabilização do planejamento estratégico; Implantar um projeto de gestão para analisar a gestão estratégica que leve em conta sua situação atual e perspectivas futuras, dando, por fim, um diagnóstico sobre a gestão. Conceder meios para a sua elaboração, dando relevância a origem e a natureza da empresa. Introduzir um mecanismo de apoio que dê suporte a gestão estratégica, por meio de um sistema de informações gerenciais que abranjam interna e externamente. Para Oliveira (2013), a análise da estratégia dentro de cada instituição tem por suporte sua missão, sua visão e seus valores, bem como seus recursos e competências disponíveis e seus processos. Torna-se imprescindível, ainda, a análise do contexto atual, as ameaças e oportunidades. De acordo com Poter (1989 apud CANUTO, 2009), a estratégia tem como essência as atividades que criam competitividade. Na estratégia por diferenciação a empresa busca, por meio de características extremamente valorizadas pelos compradores, ser única em seu ramo de atuação. Ela escolhe atributos, que satisfaçam as necessidades de seus compradores, para compor seus produto e, assim, ganhar vantagem sobre as demais que atuem na mesma área, podendo cobrar um preço mais alto por ele. Uma empresa que consegue, através desse tipo de estratégia, alcançar e manter a liderança do mercado, em seu ramo, é considerada uma competidora acima da média (POTER, 1989 apud CANUTO, 2009). Já na estratégia de liderança em custos a empresa busca se tornar líder da sua área de atuação por meio do baixo custo de seu produto. Se a empresa consegue alcançar e manter sua posição de liderança frente as concorrentes do mesmo ramo, tendo o custo de seu produto baixo ou equivalente ao do mercado, então ela é um competidor acima da média (POTER, 1989 apud CANUTO, 2009). Dessa forma, a estratégia se torna sinônimo de escolha. É preciso escolher quais necessidades e quais clientes satisfazer, visto que ao querer atender a todos a empresa pode perder o foco (POTER, 1989 apud CANUTO, 2009). 2.1.3 Planejamento Estratégico De acordo com Rabelo (2002), muitas empresas, em meados da década de 60, praticavam o Planejamento a Longo Prazo, que fixava metas e buscava maneiras de alcançá-las. A junção desse tipo de planejamento já praticado com as técnicas de consultoria empresarial da época e com as proposições dos autores acadêmicos teve como consequência formulações voltadas para aplicação concreta no cotidiano das empresas, e passou a se chamar Planejamento Estratégico. Conforme Maximiano (2008) explica, o planejamento estratégico consiste no processo de construir a estratégia. Esse processo engloba a fase de tomar decisões sobre a forma de comportamento que a organização seguirá, ou seja, os produtos e os serviços que pretende oferecer e o mercado e os clientes que serão atendidos. Oliveira (2009) define que o planejamento estratégico é a metodologia administrativa que possibilita definir a direção a ser seguida pela empresa ressaltando que nesse processo o objetivo é uma maior interação com o ambiente, onde se situam os fatores que a empresa não pode controlar. Segundo Moraes (2000) os administradores eficazes sempre planejaram estrategicamente, mas a estratégia só foi reconhecida como fator chave para o sucesso em organizações muito recentemente, tendo como motivo principal a rapidez das mudanças ocorridas desde a Segunda Guerra Mundial. Para Oliveira (1995 apud CANUTO, 2009) o planejamento estratégico pode ser definido como um processo gerencial pelo qual o executivo pode estabelecer o rumo que a empresa seguirá, tendo em vista seu nível de otimização e a sua relação com o ambiente externo. Segundo Canuto (2009), o planejamento estratégico, normalmente, é de encargo dos níveis mais altos da empresa, que formula os objetivos e seleciona as formas de ação para alcançá-las, levando em consideração as condições internas e externas nas quais a empresa está inserida. Para Rabelo (2002), as dimensões do planejamento fazem com que o caminho para a elaboração do plano seja visualizado melhor, de forma a criar um processo que proporcionasse partir de objetivos em direção ao resultado almejado pela organização. Assim, traça-se uma estratégia, que será posta em prática durante determinado período, para que os resultados sejam alcançados. Canuto (2002) ressalta que o planejamento estratégico deve ser situacional, ou seja, deve estar intimamente ligado com a situação atual da empresa, a diversidade das operações e a maneira que são organizadas e o tipo de gerente, não sendo possível, então, um modelo pronto que se adeque a todas as organizações. Existem algumas questões que devem ser levadas em consideração ao se tratar de um sistema de planejamento estratégico, são elas (LORANGE; VANCIL, 1986 apud CANUTO, 2002): Comunicação das metas de desempenho empresarial Processo de fixação de metas Exame minucioso do ambiente Enfoque dos gerentes Papel dos planejadores empresariais Vinculação entre planejamento e preparação de orçamento. 2.1.3.1 Negócio De acordo com Canuto (2002), o início do planejamento estratégico se dá pelo estabelecimentodo negócio da empresa, pois a transmissão dessa ideia irá expor para todos para onde a organização quer ir. Para Tavares (2007 apud CANUTO, 2002), ao se definir o negócio é preciso levar em consideração os desenhos ou necessidades que a organização quer satisfazer e a disponibilidade de competências e habilidades para que isso ocorra. 2.1.3.2 Missão Como Moraes (2000) afirma, a missão descreve os valores da empresa, suas vontades e a sua razão de ser . É muito comum ao declarar-se a missão de uma empresa observar-se um certo grau de idealismo e grandiosidade, que muitas empresas bem sucedidas levam a sério. Segundo Andrade e Amboni (2010) a missão serve como critério geral para orientar a tomada de decisão, para concentrar os esforços das pessoas para uma direção comum, para assegurar que a organização não persiga propósitos conflitantes, além de servir para orientar a aplicação dos recursos da organização. 2.1.3.3 Visão Para Andrade e Amboni (2010) não se deve confundir missão com visão, já que a missão está relacionada à posição em a organização está, enquanto a visão expressa os sonhos e a direção que se deseja seguir. Ainda para Andrade e Amboni (2010) a visão é um estado desejado pelos praticantes da empresa dentro de um determinado período de tempo, ou seja, o que a organização pretende se tornar daqui a algum tempo, podendo ser traduzida como um sentimento ou um orgulho futuro, já que se trata de como os praticantes da empresa desejam vê-la em um futuro próximo, mesmo que eles não estejam mais lá. 2.1.3.4 Valores Para Moraes (2000) os valores representam o código moral e os conceitos fundamentais no qual uma organização tenta basear a conduta, sendo também o coração da cultura da empresa e os padrões de pensamento que devem ser assumidos na empresa. Segundo Andrade e Amboni (2010) os valores são ideias que as pessoas mantêm como esperanças e suposições, como forma de ideal, crença e objetivos. Representam também um conjunto de princípios que orientam a tomada de decisão e o comportamento de todos os colaboradores, servindo de guia para as atividades de uma organização, sendo mais abrangentes que as normas e constituem uma espécie de ideologia. 2.1.3.5 Análise do ambiente interno e externo Para Maximiano (2008) ao se realizar o planejamento estratégico, deve-se proceder com uma sequência de análises e decisões, passando por algumas etapas. Esse procedimento é bem definido com a utilização do método de análise SWOT Nessa sigla são incorporadas quatro palavras, que significam: S= pontos fortes (Strenghts) W= pontos fracos (Weaknesses) O= oportunidades (Opportunities) T= ameaças (Threats) Figura 1 – Análise SWOT Fonte: Análise SWOT: um pequeno guia, Toledo, 2014. Essas palavras são divididas conforme os seus contextos, já que os pontos fortes e os pontos fracos são introduzidos no ambiente interno, e as oportunidades e as ameaças referem-se ao ambiente externo. A seguir são apresentados os significados desses contextos, para obter-se um melhor entendimento. O ambiente interno corresponde aos recursos da própria empresa, sejam eles humanos, tecnológicos, intelectual, entre outros. Segundo Park, Bonis e Abud (1997), tratando-se do ambiente interno, após a definição da estratégia, deve-se priorizar a adequação das unidades de trabalho à estratégia em questão. O ambiente externo engloba tudo na qual a empresa se relaciona, e com isso podendo afetar de alguma maneira a organização. Segundo Moraes (2000) o ambiente externo é repleto de variáveis que devem ser cuidadosamente analisadas. Levando em conta a análise SWOT, Maximiano (2008) elaborou algumas etapas para o planejamento estratégico, que serão apresentadas a seguir. Análise da situação estratégica presente na organização (Onde estamos? Como chegamos aqui?) Análise do ambiente – ou análise externa (Quais são as ameaças e as oportunidades do ambiente presente e futuro?) Análise interna (Quais são nossos pontos fortes e fracos?) Definição do plano estratégico (Para onde devemos ir? O que devemos fazer para chegar lá?) Pode-se notar que Maximiano (2008) sugere alguns questionamentos a serem realizados pelos administradores nesse processo, servindo como uma base a cada procedimento. REFERÊNCIAS MORAES, Anna Maris Pereira de. Iniciação ao estudo da administração. São Paulo: Makron Books, 2000. MAXIMIANO, Antônio César Amaru. Teoria geral da administração: Da revolução industrial à revolução digital. São Paulo: Editora Atlas, 2008. OLIVEIRA, Djauma Pinho Rebouças de. Introdução à administração: edição compacta. São Paulo: Ed. Atlas, 2009. ANDRADE, Rui Otávio Bernardes de. Teoria geral da administração. São Paulo: Ed. Campus, 2010. OLIVEIRA, Letícia de. A estratégia organizacional na competitividade: um estudo Teórico. Minas Gerais: 2004. OLIVEIRA, Maria Helena. Definição e execução de uma estratégia empresarial. Portugal: Cinfu, 2013. RABELO, Anir. Estratégia empresarial: uma análise baseada no modelo de Porter. Florianópolis, 2002. CANUTO, Francisco Ebison Souto. O Balanced Scorecard com Sistema de Gerenciamento Estratégico. Fortaleza, 2009.
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