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001 Respostas Caso Concreto 106790 - Redação Jurídica CCJ0052

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Curso de Bacharel em Direito
Redação Jurídica – CCJ0009
Prof.ª Maria Geni de Almeida Fortunato genifortunato@yahoo.com.br
Cel.: (22) 9269-5064 - Tel.: (22) 2732-2661.
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel.: (22) 9955-3618.
001 Resposta Caso Concreto 106790
Decisão: Trata-se de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro em face de Bebidas S/A, com objetivo de impedir a comercialização de produtos, sem a adequação das informações em seus rótulos. Citada a ré apresenta contestação alegando que o Ministério Público não possui legitimidade para o pleito e que a rotulagem dos produtos e sua divulgação aos consumidores está de acordo com a legislação vigente. Eis o relatório.
Fundamento e D E C I D O. O Ministério Público estadual é competente para o ajuizamento da ação civil pública, haja vista se tratar de interesse dos consumidores em geral e além disso está legitimado pelo Código de Defesa do Consumidor para ajuizar defesa coletiva por se tratar de interesses ou direitos individuais homogêneos.
É competente a Justiça Estadual para conhecer e julgar relações de consumo, porquanto a questão envolve apenas as empresas privadas e os consumidores.
As normas do Código de Defesa do Consumidor são de hierarquia superior quando comparadas aos regulamentos da Agência Reguladora. Desta maneira, a ré, única responsável pela regularização de seus produtos para que correspondam ao disposto no Código de Defesa do Consumidor, deve observar e cumprir o prescrito em Lei Federal antes de qualquer ato normativo. Não há que se falar em ilegitimidade, sendo o pedido é juridicamente possível, pois o consumidor tem o direito de obter todas as informações acerca do produto.
“Veja-se a lição de Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamin acerca da importância do rótulo do produto que pode até mesmo conter “propaganda enganosa” (in Código Brasileiro de Defesa do Consumidor Comentado pelos Autores do Anteprojeto, 8a ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004, p.276): "AS EMBALAGENS E ROTULAGEM - Não é só a publicidade que pode ser enganosa (art. 37, § 1o). Na medida em que a embalagem geralmente é o veículo de marketing, também ela se presta à enganosidade. 'Na sociedade de consumo, o rótulo, fixado sobre um produto ou embalagem, constitui um meio ideal de comunicação entre o fabricante, o distribuidor ou o vendedor e o consumidor'. E, por ser meio de comunicação é passível de transmissão de informações enganosas ou abusivas. Devemos, entretanto, distinguir dois aspectos de embalagem: seu design (tamanho e forma) e sua decoração (as palavras e imagens impressas. Esta última, de certa maneira, confunde-se com o próprio conceito de rótulo, em ambos é possível a manifestação da enganosidade”.
Além disso:
"Não se confundem publicidade e propaganda, embora, no dia-a-dia do mercado, os dois termos sejam utilizados um pelo outro. A publicidade tem um objetivo comercial, enquanto a propaganda visa um fim ideológico, religioso, filosófico, político econômico ou social. Fora isso, a publicidade, além de paga, identifica seu patrocinador, o que nem sempre ocorre com a propaganda." (BENJAMIN, Antônio Herman de Vasconcelos. Código de Defesa do Consumidor Comentado pelos autores do Anteprojeto. 7. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001, p. 270).
JULGO PROCEDENTE a ação para condenar a ré a inserir, nos rótulos das bebidas que produzem, em todo o território nacional, declaração visível sobre: 1) seu verdadeiro teor alcóolico; 2) valor energético, expresso em kcal e 3) retirar a expressão “a melhor...”. O prazo para o cumprimento da obrigação será de XX dias, sujeitando cada uma das rés a multa cominatória diária de R$ Z0.000,00 (Zê mil reais), corrigida monetariamente, a ser recolhida ao Fundo de Reparação de Interesses Difusos lesados, em cada caso.

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