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Gramática_Histórica_2013

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Gramática Histórica-2013.2
Profa. Socorro Brandão
Ementa
História externa e interna da língua portuguesa. Abordagem diacrônica da fonética portuguesa: os metaplasmos. Aspectos da morfologia, sintaxe e semântica históricas da língua portuguesa. 
Competências esperadas
Compreensão e conhecimento da História interna e externa da Língua Portuguesa desde a raiz indo-europeia até a fase moderna, suas características e prováveis causas das transformações sofridas pela língua também na atualidade numa perspectiva diacrônica e sincrônica.
Objetivos
GERAL: Destacar a relevância do estudo histórico da Língua Portuguesa para compreensão dos processos de transformação sofridos desde a sua origem aos nossos dias. 
ESPECÍFICOS: Contribuir para a formação do profissional de Letras com o conhecimento da história interna e externa da língua portuguesa; Compreender os processos de transformação da Língua Portuguesa; Analisar textos numa perspectiva sincrônica e diacrônica.
CONTEÚDO
I. História externa e interna da Língua Portuguesa.
a) A história da Língua Portuguesa
b) Latim clássico, latim vulgar 
c) Línguas românicas
d) Domínios da LP
e) Português antigo
II. Abordagem diacrônica da fonética portuguesa: 
a)Fonética histórica
b)As leis Fonéticas 
c) Os metaplasmos.
III. Aspectos da morfologia, sintaxe e semântica históricas da língua portuguesa.
METODOLOGIA
Aulas expositivo-dialogadas; 
seminários;
 análise crítica de textos; 
discussão coletiva
AVALIAÇÃO
1. Avaliação contínua e participativa: 
2. Oficina de leitura/
3. Seminários /Mesa Redonda
4. Trabalho escrito
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. 
COUTINHO, I. de L. Pontos de gramática histórica. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1976. 
Bibliografia Complementar
BAGNO, M. A língua de Eulália: novela sociolinguística. 10. ed. São Paulo: Contexto, 2001.
Apresentação da Disciplina. Ementa, Bibliog./ Considerações sobre a História da língua portuguesa /Divisão de textos/ equipes.
Aula expositivo-dialog/ap. de PPt
Ismael Coutinho, 1976, p. 13-19 Introdução
Revisando conceitos
Gramática Histórica. Método Comparativo. 
Glotologia, Filologia e Literatura . 
1. GRAMÁTICA HISTÓRICA é a ciência que estuda os fatos de uma língua, no seu movimento sucessivo, desde a origem até a época atual. 
Da definição logo ressalta que o objeto da Gramática Histórica é muito mais amplo que o da Gramática Expositiva, Descritiva ou Prática . 
Com efeito, enquanto esta se ocupa de uma língua no estado atual, 
aquela, remontando no passado às suas origens, ao seu período de formação, explica-nos as transformações por que essa mesma língua passou, na sua evolução através do espaço e do tempo.
 
Essas transformações não se deram por acaso, não foram produzidas pela moda ou capricho, mas obedeceram a tendências naturais, a hábitos fonéticos espontâneos.
 A constância e regularidade, que se observam em tais transformações, permitiram ao gramático formular-Ihe os princípios e leis. O estudo destes princípios e leis se faz na Gramática Histórica. 
Há relações de natureza íntima entre a Gramática Histórica e Gramática Expositiva, Descritiva ou Prática. Pode-se afirmar que uma é o complemento da outra. O que à Gramática Expositiva se afigura uma irregularidade ou exceção, não passa, as mais das vez, de um fato perfeitamente explicável pelas leis da Gramática Histórica. 
Nem todas as línguas têm um passado, o que importa dizer, nem todas são suscetíveis de possuir uma Gramática Histórica. Neste caso estão o volapuque o ido e o esperanto, criações artificiais, destinadas a servir de instrumento nas comunicações internacionais . 
Em situação idêntica, acham-se os idiomas que carecem de documentos escritos. Constituem estes o material sobre o que o gramático faz as suas observações.
 
Pág.14
A Gramática Histórica não é uma ciência inteiramente autônoma, mas está subordinada à Glotologia, em cujas conclusões deve buscar os seus princípios; do mesmo modo, o papel do gramático se subordina ao do glotólogo. 
Modificação do latim vulgar transportado pelos legionários romanos para a Península Ibérica e aí transformado e grandemente enriquecido no seu léxico, o português é uma língua novilatina que possui documentos literários apreciáveis, através dos quais podemos estudar as várias fases da sua evolução. 
2. A GRAMÁTICA HISTÓRICA da língua portuguesa estuda origem e a evolução do idioma português no tempo e no espaço. 
Esta evolução processou-se normalmente, de acordo com as tendênc­ias naturais de que resultaram os hábitos glóticos do povo português. 
3. DIVISÃO - Divide-se a Gramática Histórica em Lexicologia e sintaxe. 
1. A LEXICOLOGIA estuda a palavra isoladamente. Sob dois aspec­tos se pode fazer este estudo, segundo se considera o material sonoro da língua e as formas das palavras. Daí a subdivisão da Lexicologia em
 Fonologia e Morfologia. 
5. A SINTAXE ocupa-se das palavras relacionadas umas com as outras, na frase. 
Pág. 15
Não raro, somos obrigados a admitir formas hipotéticas, para explicar a origem til de algumas palavras nossas, em virtude da quase absoluta escassez de document u .1., latim vulgar. 
Denominamo-Ias hipotéticas, não porque nos assalte alguma dúvida sobre a SUIl (I~ tência, mas porque não temos delas memória documental. CostuVIamos indi ,(,.111 por um asterisco (*). 
Não basta comparar o vocábulo português, no seu aspecto moderno, com os r('HlhHI tivos representantes nas línguas afins; faz-se mister, às vezes, procurar-lhe uma fO.""lh mais antiga ou um dos tipos intermediário~, para que a comparação surta o dcstIJU.t" efeito. 
E' o que sucede com o artigo o. 
O francês le, o provençallo, o espanhol el, o romeno le, o reto-romano il, 1, e o itlllillll" il, 10, modificações do demonstrativo latino illu acuso ou ille (nom.) à primeira vistll pll recem não ter comunidade de origem com o nosso artigo. No entanto, a sua forroll IlIlUMII 10 não deixa nenhuma dúvida sobre isso. 
É fácil concluir, pois, que o Método comparativo deve ser auxiliado pelo '()Ilhlll' mento da história da língua, para que as suas conclusõcs sejam reais. 
6. Método comparativo. - Consiste o Método comparativo em relacionar os fatos d' uma língua com os análogos de outra ou outras da mesma família, para assim lhes d ~ obrit a origem ou procedência. 
O Método comparativo é urri auxiliar poderoso e seguro nas pesquisas etimológicas, JIIilliRtrllndo, de pronto, a chave de muitos problemas que, de outrO modo, seriam de diff('il sóluçüo. 
PIlI'll cx 'mplo, tomemos o verbo ousar. 
IlltÍln c1á 'sico dá-nos audere, de idêntico sentido, que, entretanto, não pode jus­tifl(:lII' /I ol'ig m de ousar. 
Apliqll mos ao CU'O o Método comparativo. 
"~'" prov rlelll, a palavra corrc:pondcnte à portuguesa é ausar; em italiano, osare; ,,"I 11 PIlIIII()I, osa./'; rn I'l'all 'ês, use/'. 
1':1-11,1\1-1 for'''"HI [lIlI'IlI'1111-l, '"l~ Iílli\lln~ rornl"lni 'fl', e 'ttí,o [\ indi 'ar que verbo originário, "/11 1,,1 111, tio ill f1(l1' (I" pl'illioi"lI "()lIj"/.P1CílO. A POrll1llfl 11 'iu tio s, ,.n WdOH 0>1 )( Inplo~, 1,11111111\/1' .11'/ "1111'\/11,0 1'0111,1'1\ 111111('1'(1. 
( 7.) GLOTOLOGIA é a ciência que estuda a origem e o desenvolvilOotll" da linguagem. 
Glotologia = Linguística
( 7.) GLOTOLOGIA é a ciência que estuda a origem e o desenvolvimento da linguagem. 
Esta denominação é italiana. Os franceses preferem o termo Linguística. Glótica é criação alemã. Todas estes termos já estão entre nós suficientemente consagrados. 
 8. Estudando a linguagem, a Glotologia/Linguística a encara sob o aspecto fisiológico e psicológico. 
Assim, é privativo desta ciência o estudo dos sons da voz humana, da origem da linguagem (2), do seu desenvolvimento sucessivo, dos fenômenos gerais que as línguas apresentam, da classificação das línguas, etc. 
 
A Glotologia estuda uma ou mais línguas, sem outra finalidade que não seja o seu conhecimento. Para ela, tanto monta aplicar-se a um idioma bárbaro, sem monumentos literários, como a outro que tenha rica literatura.São auxiliares da ciência da linguagem a Arqueologia,
 a Miologia, 
a História, 
a Etnologia, etc. 
	
d 	.•. d I' 	I 
9. J I'STÓ,II O. - No desenvolvimento gradual a ClenCla [\ lrJRlIlIl{(\lIl, 'P/I,'" 
1"'111101-10, H 'g'ulldo Bellfey, quatro fases bem distintas: a Fisio16gica, a FilosóJic(~, Il I/I~/IIII'/ l /1 (:utllpal'ali'va. 
I (), A 1"is/;~16{Jic(l.6 H.ructel izuda p 10>1 trnbal!,os (~08 gl'a)rn('.ti, OR fll(lIOt~, P"J'I 1111\11 Ollpl\ /1(' (l"'I 1\1I1\"~IIr lrllrlU 10HI~If\O/lt' O~ ~on8 do >l1)/I~ 'rIto. I 11/1111' ti "do \I HI\olllll 1 
 
Pag. 16
antes da Era Cristã, traça, com admirável precisão, as principais regras fonéticas e gra­maticais dessa língua, servindo o seu trabalho de ponto inicial para toda uma literatura de comentários aos velhos textos indianos. Pode-se dizer que foram os gramáticos da Índia os verdadeiros criadores do fonética descritiva. 
11. A Filosófica é-nos revelada pela orientação que os pensadores gregos imprimiam aos seus estudos acerca da linguagem. Todas as suas investigações, neste assunto, eram de natureza filosófica. Para eles, o que interessava saber era o que é a linguagem em si e qual a sua origem; se a relação existente entre a palavra e a coisa é, ou não, necessária e natural; se o nome é dado ao ser por convenção, etc. O Crátilo de Platão demonstra essa preocupação filosófica. 
12. A Hist6ri1la denuncia-se pela existência de trabalhos tendentes a explicar a origem e as transformações sucessivas de uma língua, em face dos seus documentos es­.cri tos. Só se imobilizam os idiomas mortos ou extintos. Os outros estão em contínuo movimento. Tal é a sorte das línguas faladas. Cada geração contribui, sem que o perceba, com o seu pequeno contingente, para as transformações do próprio idioma. Estas, à proporção que o tempo procede, se vão avolumando e radicando nas gerações posteriores, até que se tornam verdadeiramente sensíveis, depois de alguns séculos. 
13. A Comparativa, surge com as obras em que se cotejam dois ou mais idiomas afins .com o objetivo de encontrar uma explicação cabal aos seus fatos gramaticais ou lingüís­ticos. A HISTÓRICA e a COMPARATIVA são as fases mais modernas da ciência da linguagem. Para ser completo o conhecimento de uma língua, faz-se mister que à sua suficiente no­tícia histórica se alie a noção de outros idiomas da mesma família. A semelhança de fenômenos leva-nos a conjeturar sobre a identidade da causa. Assim, a semelhança de inúmeros fenômenos, verificados no sânscrito, persa, grego, latim, eslavo e línguas germânicas, levou os estudiosos a pensar que estas línguas tinham comunidade de origem. Entretanto, como explicar as diferenças con~~deráveis que elas apresentam? 
De um lado, esta dificuldade foi superada pela comparação das diversas partes do seu mecanismo gramatical; de outro, pela história, que, tomando conhecimento das divergências existentes, tratou de estudar-Ihes as causas, se eram filhas do acaso ou se obedeciam a leis certas, e de explicar como as di vergências se foram acentuando, no correr do tempo. 
"Foi na tarefa da resolução dessas questõe~, diz Adolfo Coelho, que o método da moderna ciência da linguagem se criou com todos os seus característicos" (1). 
Podemos dizer que a verdadeira ciência da linguagem, com os processos rigorosos de que atualmente dispõe, é uma das principais conquistas do século XIX. 
. 1~. Foi Filippo Sassetti, sábio italiano, que_ viveu em Goa, de 1581 a 1588, quem prImeirO, numa de suas cartas, chamou a atençao dos ocidentais para a existência da língua sânscrita, assinalando, ao mesmo tempo, a grande semelhança que havia entre algumas palavras desse idioma e o italiano. 
Em 1.606, o missionário R~berto de N.obili aporta à India e, desde logo, se entrega, anos s~gUldos, ao e$t~~o das hnguas l?cals, notadamente do antigo sânscrito. Os seus conheCimentos deste IdIOma e de sua hteratura foram de tal ordem que ele para melhor êxito de sua missão apostólica, concebeu o arrojado projeto de se apresentar em público disf~rçado em sacerdote bramânico. Acusado de idolatria, nas memórias que então envIOu a Boma para sua defesa, traça um quadro completo das religiões costumes e 
literatura dos brâmanes. 	' 
Ainda no século XVII, o jesuíta Heinrich Roth, que viveu alguns anos em Agra, se revela profundamente versado no sânscrito e nas coisas da Índia, tendo sido ele quem deu a notícia sobre o alfabeto dessa língua, publicada por Athanasius Kircher na China 
illustrata (1667). 
A partir do s"culo XVIII, começam finalmente os siibios europeus fi voltllr 113 3UllS vistas para tiío cxtraordinária descoberta. A própria "Academia !"mn' ~Il" ,ro"strll.~O 
interessada no assunto e pede aos missionários que lá se acham, em função do sOU 11110 tolado, notícias mais circunstanciadas sobre o sânscrito. 
Ao abade Barthélemy, em Paris, envia de Pondichéry, em 1767, o Pe. COlur.].II •• respondendo a uma solicitação que aquele lhe fizera para elaborar uma gramátiOl1 " ti cionário do sânscrito, uma interessantíssima memória, que lhe pede apresentar '10'1 '4111 colegas de Academia, sob o título Donde vem que na língua sanscrílica se ache um tão f/r(I"d número de palavras que lhe são comuns com o latim e grego, sobretudo com o latim t A JiilHl" da novidade e do valor das observações de Creurdoux, o seu manuscrito não mere eu /{"/(Iltl, atenção por parte dos estudiosos franceses, até que Bréal reivindicou para o sou Hul,OI' a glória de ter sido um dos mais notáveis precursores da nova ciência. 
Foi o carmelita alemão Johann Philip Wesdin, geralmente conhecido por P'III' li" a Santo-Bartholomeo, que viveu na Índia entre os anos de 1776 e 1789, o prirnoil'O 11''' publicou uma gramática do sânscrito (Roma, 1790) . 
O conhecimento histórico da filologia indiana pelos europeus, entretanto, s6 8 111 1\ I definitivamente com a fundação da "Sociedade Asiática de Calcutá", em 1784, d 81,1111,.11\ a traduzir e interpretar os principais nlonumentos literários da Índia. Entr 0(1 11(11. membros mais distintos contam-se William Jones, Carey, Wilkins, Forster e Coloh"I~llli" Dizia o primeiro: "Nenhum filólogo. poderia examinar o sânscrito, o grego e o IlIthll. HI\II\ pensar que saíram de uma fonte comum, que talvez não mais exista. Razão id 111,111' • embora menos evidente, há para a suposição de que o gótico e o céltico tiveram (\ 111111"111 origem que o sânscrito. Podemos também compreender o antigo persa nesta famlllll" (I • 
N
Na criação da Glotologia, convém ainda ressaltar o papel importante qu(' tlO/lIIIIIH' nhou o poeta alemão Frederico Schlegel, com a sua obra Sobre a língua e a sabr:dor,'n di! indianos, publicada em 1808, não prOpriamente pelo seu valor científico, mas, Hob'·IlI,,,d',. pela influência que ela teve e interesse que despertou. 
15. A glória da criação da nova ciência, porém, estava reservada a outro 11111111 " ilu tre, Francisco Bopp. O sábio lingüista teuto, com o seu Sistema de cOTljugaQ(l(l, .1,\1111 fi IIIme em 1816, em que pôs em confronto o sânscrito, o grego, o latim, o porSII I (i /{IH Jnl1nico, instituiu o verdadeiro método a ser observado no estudo da ciência da lill/,IIII/{IIIII, A. esta obra seguiu-se a Gramática comparada das línguas indo-germânicas, em qll 111111'11111 ° I)luno dos estudos anteriores, arrolando outros idiomas. A publicação dêsto tl·lIlilllh.', qlle começou em 1833, s6 ficou terminada em 1852. 
Manda a exação histórica, entretanto, citar a par de Bopp o dinomurql,lls 11,1'11/111111 nuHk, que, antes do seu colega alemão, já reconhecera o parentesco do g I'Jn .. 1l11l11 1111" (i W' go, latim e balto-eslavo. Também não é lícito esquecer, neste rápido AOllrC" ,I., 11 st6riu da Lingüística, o nome de outro alemão ilustre, Guilherme Humboldt, ((uo ,,; 1.11 dllll o papel dos fenômenos psicológicos na linguagem. 
nstituída a nova ciência, logo uma plêiade de estudiosos se consagru II() (}ollh, 11 'li, 'Ito de idiomas menos explorados, aplicando-lhes os novos métodos .; ntífil}lI" II ,'011,11, O [Ícrsa, o Iituânio, os dialetos itálicos, o eslavo, etc., tOrnam-se objeto d 111' "~I'., "'1lO,'wntcs pesquisas. 
Os prOCc sos então descobertos são aplicados pelo orientalista Renun n', 81111 I, 1i I I I prlll\[\mdu das línguas semíticas (1858); par Zeuss, na gramática COrnptll'olbl tllIH I IIHIIII I'.III,IIIIH (Ul53); por Grimm, na das línguas germânicas (1819-UI37), pOr M i1l1ollllh, 111\ tlll I "/{\II.8 'slavas (1852-1856); e pOr Diez, na das Línguas românicas (lU:-I6-1 UI~!I). 
Estudo da Linguagem
Modernamente conta a ciência da linguagem cultores desvelados em todas as nações civilizadas. 
I6. FILOlOGIA é a ciência que estuda a literatura de um povo ou de uma época e a língua que lhe serviu de instrumento. 
No conceito dos filólogos alemães, abrange o estudo da Filologia: l)a Glotologia: 2) a Métrica; 3) e a História da Literatura (1).
A Filologia é uma ciência muito velha. (Linguística é um termo novo; remonta aos estudos de Ferdinand Saussure)
A Filologia nasceu da necessidade, que sentiram os antigos povos, de explicar os textos arcaicos dos seus monumentos literários ou religiosos. 
Na Índia, ela aparece com os trabalhos destinados a interpretar os Vedas, que são os mais antigos poemas bramânicos. 
Entre os gregos, no século III a. C., já são notáveis os estudos dos autores alexandrinos sobre as obras de Homero e dos velhos poetas líricos. Aristarco é o grande vulto que domina toda essa época. 
Qualquer estudo feito no sentido de reconstituir textos antigos de uma língua, corrigi-los quando errados, restituí-los à sua genuinidade quan­do interpolados, constitui trabalho de Filologia. 
Rollin denomina filólogos "os que trabalharam sobre os autores antigos para os examinar, corrigir, explicar e publicar" (2). 
Quando a Filologia tem por objeto o estudo de duas ou mais línguas, toma o nome de Filologia Comparada. Assim, há uma Filologia Com­parada das línguas clássicas, grega e latina; outra das germânicas; ainda outra das novilatinas ou românicas. 
É frequente encontrar-se empregada a palavra Filologia por Gloto­logia, e vice-versa. Esta confusão desaparece quando se considera que o objeto e fim destas duas ciências são diferentes. 
17. A HISTÓRIA DA FILOLOGIA PORTUGUESA pode ser dividida, segundo Leite de Vasconcelos, em 4 períodos: 
o 1º. compreende os quatro primeiros séculos da monarquia lusitana; 
o 2.° estende-se do princípio do século XVI ao ano de 1779, em que se funda, em Lisboa, a Academia Real das Ciências; 
o 3.° vai de 1779 a 1868, em que Adolfo Coelho inaugura, em Portugal, os novos métodos científicos; 
o 4.° começa em 1868 e chega até os nossos dias (3).
Distinção entre a Filologia e a Glotologia.
18. Distinção entre a Filologia e a Glotologia. - A Filologia visa à parte artística da linguagem; esta preocupação escapa ao domínio da Glotologia. 
Com . efeito, a pri­meira tem por objeto a literatura de um povo ou de uma época; o objeto da segunda é constituído pela língua. Aquela, se estuda um idioma, é para conhecer-lhe a literatura; esta encontra a sua finalidade no próprio estudo do idioma. "A filologia, diz Schllecher, é uma ciência histórica, e esta ciência não pode encontrar a sua aplicação senão aí onde se está em presença de uma literatura, de uma história. 
Onde não há documento, onde não há cultura literária, o filólogo nada tem que fazer; a filolo- gia, em uma palavra, não pode exercer-se senão sobre documentos históricos.
 De modo inteiramente diferente se dá com a linguística, cujo objeto único é a própria língua, cujo único estudo é o exame da língua em si e por si mesma" (1). 
Numa feliz comparação, deixou ele ·bem patente a diferença que vai do filólogo ao glotólogo. Aquele, estudando com exclusividade as línguas que possuem literatura, " jardineiro, cuja atenção se volta somente para as espécies belas; este, apIicando-se ao conhecimento de qualquer língua, tenha ou não monumentos literários, é o naturalista, que analisa a planta, pouco se lhe dando da sua beleza (2).

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