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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá! Hoje damos início à aula 1, em que falaremos sobre o emprego de classes gramaticais ou classes morfológicas. Ao todo, são dez. Umas variáveis e outras invariáveis. É importante fazermos uma síntese delas e de suas definições nesse primeiro momento. Eis abaixo um quadro- -resumo: Classe Gramatical Definição Substantivo É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares, instituições, animais, entes de natureza espiritual ou mitológica, etc.) Substantivo comum de dois números Tem a mesma forma para o singular e o plural: lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será estabelecida por meio de outro elemento linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus etc. Substantivo comum de dois gêneros para ambos os gêneros.Apresenta uma só forma Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de qualquer outro determinante. Exemplos: o/a colega, o/a agente, o/a lojista. Substantivo sobrecomum Possui uma só forma e um só gênero a fim de designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o monstro. Substantivo epiceno Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de designar animais de ambos os sexos. Usam-se as expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 2 fêmea, o jacaré macho ou fêmea, etc. Artigo (definidos: o, a, os, as; indefinidos: um, uma, uns, umas) É a palavra que se antepõe ao substantivo, servindo basicamente para generalizar ou particularizar o sentido desse substantivo. Em alguns casos, o artigo é essencial na identificação do gênero e do número do substantivo. Exemplos: Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi demitida. – O pires quebrou. / Os pires quebraram. Adjetivo Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe atribuir uma característica. Com ele concorda em número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros bons, árvore alta, tapete novo etc. Adjetivo uniforme Mantém a mesma forma tanto quando se refere a substantivos masculinos quanto a femininos. Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável, obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça adorável. Numeral É a palavra que indica a quantidade ou a posição dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem (cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo (ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo (multiplicativos). Advérbio É a palavra invariável que se refere a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo, indicando uma circunstância (causa, tempo, modo etc.). Exemplos: CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 3 Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou”, modificando-lhe o sentido). Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”, intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”, intensificando-lhe o sentido). Interjeição É a palavra invariável que exprime emoções ou que procura agir sobre o interlocutor, levando-o a adotar certo comportamento sem que se faça uso de estruturas linguísticas mais elaboradas. Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia! Preposição É a palavra invariável que conecta (liga) palavras ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu para sair mais cedo. Conjunção É a palavra invariável que une orações ou termos de uma oração. No desempenho desse papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração principal a uma oração que lhe é subordinada. Exemplos: Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos. Verbo É a palavra que designa um processo (ação, desejo, estado, mudança de estado, fenômeno). É a classe gramatical mais rica em variação de formas. Pode mudar para exprimir modo, tempo, pessoa, número e voz. No dicionário, são encontrados no modo CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 4 infinitivo (entrar, comer, chover, comprar, ser, amanhecer), que é, por assim dizer, o nome do verbo. Exemplos: Ele estuda. (ação) / Desejamos a classificação. (desejo) / Ele está doente. (estado) / A lagarta virou borboleta. (mudança de estado) / Choveu forte. (fenômeno) Pronome Palavra que substitui o nome (pronome substantivo) ou que o acompanha (pronome adjetivo) para tornar claro o seu significado. Existem seis classes de pronomes: Pessoal Indica diretamente as pessoas do discurso (no singular ou no plural): 1ª pessoa: quem fala; 2ª pessoa: com quem se fala; 3ª pessoa: de quem se fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as. Mim, comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco, convosco. Também são pessoais os pronomes de tratamento: você, o senhor, a senhora, vossa senhoria, vossa excelência, etc. possessivo Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de algo.: Meu, minha, meus, minhas, nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus, tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas. demonstrativo Indica a posição dos seres em relação às pessoas do discurso, situando-os no tempo e no espaço. 1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 5 2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso. 3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo. relativo É aquele que, em uma oração, se refere a um termo constante em oração anterior, chamado antecedente. Exemplo: O avião que chegou estava danificado. São pronomes relativos: que, quem, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual, a qual, os quais, as quais. indefinido Refere-se à terceira pessoa do discurso num sentido vago ou exprimido quantidade indeterminada. Exemplos: Quem espera sempre alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e número. São pronomes indefinidos: algum, alguns, nenhum, nenhuns, qualquer, quaisquer, ninguém, tudo, nada, algo etc. interrogativo É aquele usado para formular uma pergunta direta ou indireta: que, quem, qual, quanto. Tenho observado que bancas examinadoras como Cespe/UnB Esaf e FCC não se detêm, geralmente, nos questionamentos sobre a definição dessas classes. Antes, privilegiam o emprego delas no contexto em que estão inseridas e, consequentemente, o nexo semântico que estabelecem com o restante do período. Todavia, é a partir do conhecimento das definições que reuniremos subsídios para compreender o funcionamento de cada classe gramatical. Intensifique seus estudos e amplie suas fontes de consulta. E no mais, mãos à obra! CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSORALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 6 • Emprego de substantivos Com frequência, as formas sintéticas de aumentativo e diminutivo indicam valor semântico pejorativo: mulherzinha; livreco, sabichão etc. Vezes há em que essas mesmas formas são empregadas para traduzir valor semântico afetivo, carinhoso: amorzinho, mulherão, mãezona, paizinho etc. Em alguns casos, o emprego dessas formas já não indica mais a ideia de grau aumentativo ou diminutivo. Passam elas a sugerir significado diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixão, cartilha, folhinha (calendário), película, portão, flautim, calção etc. • Emprego de artigos 01) Ambos Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior, caso este admita o seu uso. Ex.: Ambos os atletas foram declarados vencedores. (Atletas é substantivo que admite artigo.) Ambas as leis estão obsoletas. (Leis é substantivo que admite artigo.) Ambos vocês estão suspensos. (Vocês é pronome de tratamento que não admite artigo.) 02) Todos Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento posterior, caso este admita o seu uso. Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 7 Todas as leis devem ser cumpridas. Todos vocês estão suspensos. 03) Todo Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar integralidade do que é considerado, totalidade da parte; não se usa para indicar generalização. Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, inteiro.) Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país, todos os países.) ATENÇÃO! É muito comum surgirem em provas questões que abordam a diferença entre os sentidos desses tipos de enunciados. Normalmente, é perguntado se o emprego ou a retirada do artigo preserva ou altera a informação original. Perceba que há alteração de sentido. Tomando o segundo exemplo como ponto de partida, a construção Todos os países (no plural mesmo) sofrem por algum motivo conserva o significado inicial. 04) Cujo Não se usa artigo após o pronome relativo cujo. Ex.: As mulheres, cujas bolsas desapareceram, ficaram revoltadas. (e não: cujas as bolsas.) 05) Pronomes Possessivos Diante de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo. Ex.: Encontrei seus amigos no Shopping. Encontrei os seus amigos no Shopping. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 8 06) Nomes de pessoas Diante de nome de pessoas, só se usa artigo para indicar afetividade ou familiaridade. Ex.: O Pedrinho mandou uma carta a Fernando Henrique Cardoso. 07) Casa Só se usa artigo diante da palavra casa (lar, moradia) se a palavra estiver especificada. Ex.: Saí de casa há pouco. Saí da casa do Gilberto há pouco. 08) Terra Se a palavra terra significar "chão firme", só haverá artigo quando estiver especificada. Se significar planeta, usa-se com artigo. Ex.: Os marinheiros voltaram de terra, pois irão à terra do comandante. Os astronautas voltaram da Terra. 09) Nomes de lugar Só se usa artigo diante da maioria dos nomes de lugar quando estiver qualificado. Ex.: Estive em São Paulo, ou melhor, estive na São Paulo de Mário de Andrade. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 9 10) Nomes de jornais, revistas, obras literárias Deve-se evitar contrair com preposição o artigo que faz parte do nome de jornais, revistas, obras literárias. Ex.: Li a notícia nO Estado de São Paulo. (ou Li a notícia no Estado de São Paulo) – não recomendado Li a notícia em O Estado de São Paulo. – recomendado • Emprego de adjetivos Destacarei dois fatos importantes quanto ao emprego deles. O primeiro é que também atingimos o grau superlativo (eleva ou reduz a qualidade de um ser no mais alto grau em comparação ou não com a de outro ser) com a repetição do adjetivo: Ex.: O filme foi muito lindo. O final do filme foi lindo, lindo. O segundo fato é que, quando comparamos a mesma qualidade atribuída a dois seres, não empregamos as formas mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno. Ex.: Conquistar é melhor do que ganhar. A reprovação é pior do que alguns meses de dedicação. Mas quando comparadas duas qualidades do mesmo ser, usamos a forma analítica desses adjetivos. Ex.: João é mais pequeno do que inteligente. Seu comportamento é mais bom do que mau. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 10 • Emprego de numerais a) Na designação de imperadores, papas, séculos e capítulos de uma obra, devemos usar o ordinal até dez e o cardinal de onze em diante. Ex.: D. Pedro I (primeiro) – João Paulo II (segundo) – século VIII (oitavo) – Canto X (décimo) – Luís XV (quinze) – João XXIII (vinte e três) – século XX (vinte) – Capítulo XI (onze) b) Na enumeração de artigos, decretos e portarias, devemos usar o ordinal até nove e o cardinal de dez em diante. Ex.: artigo 1º (primeiro) – artigo 9º (nono) – artigo 10 (dez) – artigo 21 (vinte e um) c) Quando nos referimos a dias do mês, número de casas, páginas, cabines poltronas, folhas e quartos de hotel, devemos usar o cardinal. Ex.: 13 de maio de 2003 (treze de maio de dois mil e três) – casa 15 (quinze) – página 1 (um) ATENÇÃO! Empregamos o ordinal quando o dia do mês for o primeiro. E quando o numeral vier antes do substantivo, usaremos o ordinal: vigésima casa, décima página. • Emprego de pronomes 01) Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais a) Ele virou ela. b) Quero falar com ele. Sou útil a ele. Serão empregados os do caso oblíquo nas demais funções sintáticas (complemento verbal, complemento nominal etc.) Na função de sujeito e de predicativo, o pronome pessoal utilizado será, via de regra, do caso reto. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 11 Vi-o na rua. c) Eu contei a ti o que acontecera. Você terá de viajar com nós dois. Você terá de viajar conosco. CUIDADO! Não vá sem eu saber. Todos saíram, exceto eu. d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente. Maria fez aniversário. Pedro a presenteou. e) Mandei-o sair da sala. Fiz-lhes ver que estavam errados. (...) Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados pela vontade soberana do país. Machado de Assis. “A semana”. In: Obra Completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. Como complementos verbais, o(s), a(s) desempenham função de objeto direto; lhe(s), de objeto indireto. Mesmo diante de preposição, o pronome pessoal do caso reto será empregado quando for sujeito de verbo, ainda que este esteja elíptico. Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição. Usa-se com nós ou com vós quando tais expressões vierem acompanhadas de elementos de realce, numeral, pronome ou oração adjetiva. LHE(S) só poderá ser sujeito de verbo infinitivo transitivo direto.Mandei-lhe sair da sala seria uma construção errada, já que “sair” tem regência intransitiva. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 12 1. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A expressão “lhe foram dados” pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser substituída por foram dados a ele. Comentário – É importante notar que “lhe” é pronome oblíquo átono indicativo de terceira pessoa do discurso, refere-se anaforicamente ao substantivo “candidato” e completa o sentido da locução verbal “foram dados”. Em função de complemento verbal, lhe(s) desempenha função sintática de objeto indireto, diferentemente dos pronomes oblíquos átonos o(s) e a(s), que desempenham função sintática de objeto direto quando também completam sentido de verbo. Ele(s) e ela(s) são pronomes oblíquos tônicos que também indicam a terceira pessoa do discurso e, quando completam sentido de verbo, desempenham função de objeto indireto. O emprego da preposição “a” diante dele deve-se justamente pelo fato de ser tônico. Assim sendo, a substituição proposta pela banca examinadora não traz nenhum prejuízo gramatical ao período. Resposta – Item certo. Caro eleitor, 1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de 4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação, em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o 7 Brasil como modelo nessa área. Amanhã serão definidos os nomes do presidente da República e dos governadores de alguns estados. O país, 10 mais do que nunca, conta com você. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 13 (...) Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial. Internet: <www.tse.gov.br> 2. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A substituição da expressão “serão definidos” (l. 7) por definir-se-ão garante a correção gramatical do período. Comentário – Este item trata de um assunto mais conhecido como colocação pronominal (ou topologia pronominal). Em outras palavras, ele considera a posição ocupada pelos pronomes oblíquos átonos (ênclise; próclise; mesóclise), que variará em função de certas circunstâncias. Ênclise: o pronome oblíquo surge após o verbo e liga-se a ele por meio de hífen (Levante-se e lute.). É a tendência da Língua Portuguesa e só não ocorrerá se surgir um dos casos mencionados a seguir. Mesóclise: o pronome oblíquo átono é colocado no meio do verbo. Surge apenas com as formas verbais do futuro do presente e futuro do pretérito, desde que não haja nenhuma palavra atrativa que obrigue a ocorrência de próclise (Amar-te-ei a vida inteira.). Em nosso país, mesmo com verbos conjugados no futuro do presente ou no futuro do pretérito, poderemos usar tanto a próclise quanto a mesóclise se o verbo não estiver no início da frase (Eu me lembrarei deste dia para sempre. ou Eu queixar-me-ei de você.). Próclise: é a colocação do pronome oblíquo átono antes do verbo. Ocorrerá obrigatoriamente nos seguintes casos: a) Palavras de sentido negativo (Nunca se queixou de minhas manias.) b) Advérbios sem pausa (Aqui se estuda bastante.) c) Pronomes indefinidos (Alguém me ligou?) d) Pronomes interrogativos (Quem nos ajudará agora?) e) Pronomes relativos (A pessoa que te ligou não se identificou.) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 14 f) Conjunções subordinativas (Ele disse que o chamou de patriarca.) De acordo com essa explicação, a presença do advérbio “Amanhã” atrai o pronome oblíquo átono “se” e impede o surgimento de mesóclise em “definir-se-ão”. Resposta – Item errado. Pelos motivos expostos acima, esta alternativa não foi o gabarito da questão. 02) Pronomes de tratamento PRONOME DE TRATAMENTO ABREVIATURA USADO PARA SE DIRIGIR A Senhor, Senhora Sr., Srª tratamento formal Você V. tratamento informal Vossa Alteza V. A. príncipes e duques Vossa Eminência V. Emª cardeais Vossa Excelência V. Exª altas autoridades e oficiais-generais Vossa Magnificência V. Magª reitores de universidades Vossa Majestade V. M. reis e imperadores Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes em geral Vossa Santidade V. S. papa Vossa Senhoria V. Sª tratamento formal para pessoas graduadas. As formas de tratamento designam indiretamente a 2ª pessoa do discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem todas as concordâncias nominal e verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural, conforme o caso. • Particularidades a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa, ainda que por meio de correspondências) Sua Excelência fez um belo discurso. (fala-se da pessoa) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 15 b) Vossa Excelência apresentará seus projetos? (note que o verbo e o pronome correspondem à terceira pessoa; o adjetivo tende a concordar com o gênero da pessoa – concordância ideológica) c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado) Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo) (muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os outros pronomes para a terceira pessoa) 03) Pronomes possessivos Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de algo. Concordam em gênero e número com “a coisa” possuída. Primeira pessoa Meu(s), minha(s), nosso(s), nassa(s) Segunda pessoa Teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s) Terceira pessoa Seu(s), sua(s) 04) Pronomes demonstrativos Indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso, situando-os no tempo e no espaço. PRONOMES TEMPO ESPAÇO Este (s), esta (s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala Esse (s), essa (s), isso Passado próximo Perto da pessoa com quem se fala Aquele (s), aquela (s), aquilo Passado longínquo Longe de quem fala e da pessoa com quem se fala Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito. Este rapaz ao meu lado é meu amigo. Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis. O que é isso aí do teu lado? Naquela época, a vida era melhor. Ex.: Eu trouxe meu caderno. Tu trouxeste tuas canetas. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 16 O que é aquilo atrás do carro? • Casos Especiais a) Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. (Este: empregado quando ainda vai ser feita a referência; promove a coesão textual conhecida como catafórica.). Não há democracia sem justiça. Esse é meu argumento. (Esse: empregado quando já foi feita a referência; promove a coesão textual conhecida como anafórica) b) Comprei um carro e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmão; aquele, para mim mesmo. (Este e aquele servem para retomar elementos já citados. Este diz respeito ao último termo; aquele, ao primeiro.) c) O que ele disse era verdade. Passará a que for mais capacitada. (O e a diante de que – pronome relativo – e de – preposição – serão pronomes demonstrativos)05) Pronomes indefinidos São os que têm sentido vago, impreciso, indeterminado. Alguns podem flexionar-se em gênero e número. • Casos Particulares a) Certo livro: antes do substantivo, equivale-se a pronome indefinido. Livro certo: depois, equivale-se a adjetivo. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 17 b) Algum livro deve ser igual a este. Antes do substantivo, tem valor positivo, exprime possibilidade. Livro algum deve ser igual a este. Depois, tem valor negativo, expressa impossibilidade. 1 Distraídos com a discussão sobre os índices de crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a 4 administrar realidades cada vez mais complexas. (...) Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações). 3. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) A substituição de “pelo qual” (l. 3) por cuja mantém a correção gramatical do período. Comentário – Antes de tudo, sugiro reescrever o período já com a alteração indicada no item: “Distraídos com a discussão sobre os índices de crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo contínuo cuja uma sociedade aprende a administrar realidades cada vez mais complexas”. É flagrante a inexistência de coesão textual na passagem da oração de verbo “ser” para a oração seguinte, causada pelo emprego do pronome relativo “cuja” desacompanhado de outras alterações necessárias. Não é possível substituir um pronome substantivo relativo (que, quem, o qual, quanto) por um pronome adjetivo relativo (cujo) Há ainda problemas quanto à correção gramatical, pois não se usa artigo diante desse pronome relativo. Tudo isso contribui para que o período se torne incoerente. Resposta – Item errado. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 18 (...) Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria 7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de capital (físico e humano). 10 A elevação significativa da produtividade dos fatores de produção só será obtida com reformas institucionais profundas. Já o acúmulo de capital humano requer 13 investimento em educação, cuja maturação é longa. Luiz Guilherme Schymura. Folha de S.Paulo, 1.º/12/2006 (com adaptações). 4. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Assinale a opção incorreta acerca do texto acima. a) A substituição de “Já” (l. 12) pela expressão Por outro lado, seguida de vírgula, mantém a informação original do período. b) A substituição de “cuja” (l. 13) por a qual mantém a correção gramatical do período. Comentário – O vocábulo “Já”, no contexto a que pertence, denota simplesmente uma ressalva, uma observação. Esse também é o valor semântico da expressão Por outro lado. Portanto, a informação original do período é mantida com a substituição indicada na alternativa A. Em B, tem-se incorreção gramatical pelos motivos explicados no comentário à questão anterior. Resposta – B • Advérbios Referem-se a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo, acrescentando-lhes informações circunstanciais, acessórias. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 19 Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou” e indica quando a ação verbal se realizou) Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”, intensificando o modo indicado pelo advérbio) Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”, adicionando-lhe valor semântico intensificador) Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliação de quem fala ou escreve sobre o conteúdo da oração. Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas. As providências foram infrutíferas, lamentavelmente. Observamos que os advérbios bem e mal, quando juntos a adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma analítica para indicar o grau comparativo de superioridade. Ex.: O quarto está mais bem pintado (do) que a sala. Joaquim é mais mal educado (do) que Pedro. Alguns advérbios podem assumir formas diminutivas (e passam a ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva. Ex.: Chegaram agorinha. Terminei a prova rapidinho. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 20 Ocorrendo o emprego sequencial de advérbios terminados em mente, a terminação pode ser usada apenas no último advérbio ou em todos eles. Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos. Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos. ATENÇÃO! É possível que alguns adjetivos sejam empregados com advérbios. Nesse caso, ficam invariáveis. Ex.: Não falem alto! As aulas de português não custam caro. • Preposições Conecta (liga) palavras e orações, estabelecendo uma relação de subordinação do consequente ao antecedente. Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição estabeleceu vínculo entre as palavras “caderno” e “português”, pertencentes à mesma oração) O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a oração completiva nominal “fracassar”. Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico. Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase. Ex.: Estou com você. (associação, a favor) Estou contra você. (posição contrária) Pus sob a mesa. (posição inferior) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 21 Pus sobre a mesa (posição superior) Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade) Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição) Veio de casa. (origem) 5. (Cespe/TCU/ACE/2007) O emprego do futuro do presente do indicativo em "teremos" (L.6) indica que a preposição "em" (L.5), que precede "dez anos" (L.5), tem o sentido de daqui a. Comentário – O futuro de presente (“teremos”) é utilizado, entre outros motivos, para indicar fatos certos ou prováveis posteriores ao momento em que se fala. A afirmação de AlGore está condicionada a “se nada for feito, em dez anos”. Percebe-se que a noção de futuro afeta a preposição “em”, que textualmente equivale à expressão daqui a (dez anos). Resposta – Item certo. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 22 6. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A ideia de continuidade no uso do transporte hidroviário é marcada, no texto, tanto pelo emprego da preposição "desde" (L.1) quanto pelo emprego da expressão verbal "tem sido usado" (L.1). Comentário – Celso Cunha e Lindley Cintra nos ensinam que a preposição desde serve para indicar afastamento de um limite (quer em relação ao espaço, quer em relação ao tempo) em direção a outro, com insistência naquele. No texto, o limite inicial ou de origem é indicado pelo vocábulo “antiguidade”. A expressão “tem sido usado” exprime a voz passiva analíticado verbo usar, que, no pretérito perfeito composto, indica ação durativa, não limitada no tempo. Resposta – Item certo. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 23 7. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento do texto, a conquista dos "direitos invioláveis" (L.17) está associada a um processo gradativo e contínuo, como evidencia o emprego das preposições "desde" (L.17) e "até" (L.19). Comentário – Perceba como, no mesmo ano, o Cespe “brincou” com os valores semânticos da preposição essencial desde. As duas preposições mencionadas exprimem movimento em relação a dois limites. Enquanto a preposição desde enfatiza o afastamento (limite inicial, de origem), a preposição até sublinha a aproximação (limite final, de chegada). Importa perceber a diferença existente entre a preposição até, que indica movimento, da palavra de forma idêntica, denotadora de inclusão: Tudo na vida engana, até a glória. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 24 Frise-se ainda que, com a preposição até, usam-se as formas oblíquas mim, ti etc.: Um grito chegou até mim. Se, porém, até denota inclusão – e equivale a mesmo, também, inclusive – constrói-se com a forma reta do pronome: ...E até eu já tive quem me oferecesse champanhe. Resposta – Item certo. 8. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A preposição "mediante" (L.1) estabelece relação de movimento entre "exercício do poder" (L.1) e "múltiplas dinâmicas" (L.1-2). Comentário – O vocábulo “mediante” é uma preposição acidental. Esclareça-se ainda que a relação que se estabelece entre palavras por intermédio de preposição pode implicar movimento ou não movimento, melhor dizendo, pode exprimir um movimento ou uma situação daí CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 25 resultante. No texto, essa preposição (que significa “por meio de”) afasta totalmente a noção de “movimento” e traduz a troco de que o “exercício do poder ocorre”. Resposta – Item errado. 9. (Cespe/Banco do Brasil/Escriturário/2008) O emprego das preposições em "da responsabilidade" (L.9) e "para a comunidade" (L.10) é exigido, respectivamente, por "preço" (L.8) e "dirigir" (L.9). Comentário – Uma questão semelhante caiu na prova da Antaq, em 2009, e foi resolvida anteriormente, lembra? Aqui, o termo “da responsabilidade” completa o sentido do nome “preço”, e o termo “para a comunidade” vincula-se ao verbo “dirigir”. Ambas as relações são articuladas por meio das preposições “da” e “para”, respectivamente. Resposta – Item certo. 1 A tecnologia passou a dominar não apenas o comércio, as cidades, a vida cotidiana e a intimidade do homem, mas foi além: transformou-se na linguagem do mundo 4 contemporâneo, nossa mediação universal. Como sistema CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 26 universal, a História — da mesma maneira que as ciências, as artes e a política — é vista da mesma perspectiva, isto é, por 7 meio de um conjunto de regras de conhecimentos, geralmente quantificados, que valem de forma diferenciada para todas as dimensões do real. 10 É impossível despojar o mundo das suas ambiguidades, paradoxos e enigmas, e dominá-lo plenamente por meio da racionalidade técnica e de forma sistemática. Em 13 vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver no meio dos acontecimentos, o homem moderno tem a pretensão de dominá-lo pela técnica. Mas ele não se dá conta de que essa 16 pretensão é o que o transforma no escravo moderno: dominado por causas exteriores, o homem perde a prudência e age como qualquer ser passional, isto é, tudo o que ele faz só faz porque 19 é levado pelos acontecimentos. Russell A. Mittermeyer. Um planeta febril. In: Istoé, 23/12/2009, p. 117 (com adaptações). 10. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) Considerando o uso das estruturas linguísticas no texto, assinale a opção correta. (A) A expressão “da mesma maneira” (l.5) estabelece uma comparação entre o “sistema universal” (l.4-5) e o “conjunto de regras de conhecimentos” (l.7). (B) A expressão “por meio de” (l.6-7) e o vocábulo “pela” (l.15) atribuem a ideia de instrumento, respectivamente, a “um conjunto de regras” (l.7) e a “técnica” (l.15). (C) Os pronomes em “dominá-lo” (l.11) e em “o transforma” (l.16) referem-se a “mundo”, respectivamente, nas linhas 10 e 13. (D) Na linha 12, a repetição da preposição de, que precede “racionalidade técnica” e “forma sistemática”, indica que se trata de dois complementos para a expressão “por meio”. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 27 (E) A preposição de, em “dos acontecimentos” (l.13-14), corresponde à preposição a e por ela pode ser substituída, sem prejudicar a correção e a coerência do texto. Comentários – Alternativa A: Muito cuidado, pois apenas uma parte do que foi dito está correta. Embora a locução conjuntiva “da mesma maneira que” estabeleça uma comparação, esta ocorre entre “a História” e “as ciências, as artes e a política”. Alternativa B: aqui não há problemas. A locução prepositiva “por meio de” confere ao termo “um conjunto de regras” circunstância de instrumento, o qual é utilizado para que “a História” seja vista “da mesma maneira que as ciências, as artes e a política”. Semelhantemente, a contração da preposição per com o artigo a (= “pela”) provoca o mesmo efeito no termo “técnica” – é por meio dela que o “homem moderno tem a pretensão de” dominar o mundo. Alternativa C: este item trata da função referencial dos pronomes, aspecto que as bancas gostam de explorar. O exercício não é difícil, mas requer atenção do candidato quanto à leitura do texto. Em “dominá-lo”, o pronome realmente se refere ao termo “mundo”. O problema surge agora: em “o transforma”, o pronome oblíquo se refere a “homem moderno” (l. 14). Alternativa D: em “da racionalidade técnica”, a preposição (que se contraiu com o artigo “a”) indica exatamente o que o examinador afirmou. Já em “de forma sistemática”, a preposição integra locução adverbial com valor semântico de modo/maneira (de dominar o mundo plenamente). Portanto a relação é estabelecida com o verbo dominar. Alternativa E: eu sugiro a reescritura da passagem como propões a banca, pois facilita a análise. “Em vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver no meio aos acontecimentos...” CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 28 É notória a falta de coesão entre os elementos textuais, a qual consequentemente prejudica a coerência argumentativa. Experimente manter a presente alteração e trocar o conectivo “no” por em: “Em vez de habitar o mundo, acolhê-lo, viver em meio aos acontecimentos...” Ficou melhor assim? Como isso não foi proposto, o item também está errado. Resposta – B 1 Afirma-se que a inovação e, particularmente, seus produtos tecnológicos estimulam a competitividade e, dessa forma, contribuem para o crescimento econômico do país. 4 Consequentemente, a competitividade é erigidaem valor supremo da vida social, como se fosse uma lei da natureza imanente à espécie humana. Omite-se, propositadamente, 7 que o mais longo período da história da vida humana foi orientado pela cooperação e solidariedade, valores fundamentais para a sobrevivência da espécie. A ideologia 10 da competição e produtividade faz parte de uma visão de mundo dominada pela corrida atrás da acumulação de capitais e do enriquecimento ilimitado, nem sempre por 13 meios civilizados e legítimos. Para a sociedade, coletivamente, só haverá vantagens na busca de maior produtividade quando seus resultados forem distribuídos 16 para elevar o nível de bem-estar coletivo. Isso pode ser atingido mediante a elevação proporcional dos salários, a redução dos preços de bens e serviços ou o aumento de 19 investimentos dos lucros gerados, na expansão do sistema CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 29 produtivo. Deixemos bem claro: não se discute aqui a necessidade de tecnologia nas sociedades contemporâneas, 22 mas a condição de que esta seja ambientalmente segura, socialmente benéfica (para todos) e eticamente aceitável. Henrique Rattner. Tecnologia e sociedade. In: Internet: <www.espacoacademico.com.br> (com adaptações) 11. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) A coerência e a correção gramatical do texto seriam mantidas ao se substituir (A) “erigida em valor supremo” (l.4-5) por erigida valor supremo. (B) “fundamentais para a sobrevivência” (l.9) por fundamentais a sobrevivência. (C) “atingido mediante a elevação” (l.17) por atingido pela elevação. (D) “condição de que esta seja” (l.22) por condição que esta seja. Comentário – Alternativa A: a ausência da preposição constitui erro gramatical e prejudica a coerência do texto. A locução verbal “é erigida” (= é erguida, é construída) tem seu sentido modificado pela circunstância expressa pela locução adverbial “em valor supremo”. Uma locução adverbial é composta por preposição + substantivo (Eu caminho à noite.), adjetivo (Fiz o trabalho de novo.) ou advérbio (Eu vim de lá.). A preposição serve para conectar o termo anterior e o posterior; sem ela, a locução perde sua característica. Alternativa B: a coerência estaria preservada, mas a correção gramatical não. A troca da preposição “para” por a faz surgir a crase (fusão da preposição com o artigo “a”), que deve ser indicada por meio do acento grave: à. Alternativa C: são equivalentes a locução prepositiva por meio de, a preposição acidental “mediante” e o vocábulo pela (contração da preposição per com o artigo a), todos denotam circunstância de instrumento. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 30 A preposição mediante não se aglutina com artigo, diferentemente da preposição per. Por isso a forma é "mediante a elevação..., [mediante] a redução... [mediante] o aumento de investimentos...". Não há necessidade de repetir a preposição. Vamos trocar "mediante" por per, que se aglutina com artigo: "pela elevação..., a redução... o aumento de investimentos...". Assim como não houve necessidade de repetir a preposição "mediante", não há a obrigatoriedade de repetir o vocábulo per. Alternativa D: o caso aqui é semelhante ao da alternativa A. a preposição “de” conecta o substantivo “condição” ao seu complemento: “de que esta seja”. A ausência dela prejudica a correção gramatical e afeta o sentido original do texto. Note ainda que o vocábulo “que” é, primeiramente, conjunção integrante; depois, passa a ser pronome relativo. Resposta – C (...) O fato é que essa ininterrupta e incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes 10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem 13 depara-se com seus limites. (...) Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.). Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações). 12. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A repetição da preposição a em “ao tentar” (l.11) é fundamental para mostrar que a oração aí iniciada está em paralelo com a oração iniciada por “ao dar vazão” (l.10); e que não se trata de mais um termo da enumeração de verbos que complementam “afã de” (l.11). CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 31 Comentário – Antes da oração reduzida “ao tentar realizar” há uma enumeração de orações (“de descobrir, criar, conquistar”) coordenadas entre si e ligadas ao substantivo “afã” por meio da preposição “de”. A preposição “a” introduz oração que indica quando o homem se depara com seus limites. Resposta – Item certo. 1 A realidade atual vem exigindo dos pesquisadores envolvidos com a temática da saúde maiores esforços para compreender as mudanças recentes, pois o modo de as pessoas 4 fazerem uso de suas capacidades físicas, cognitivas e afetivas para produzir foi transformado. (...) Ada Ávila Assunção. Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho. In: Ciênc. Saúde Coletiva, v. 8, n.º 4, p. 1.005-18, 2003 (com adaptações). 13. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A organização das ideias no texto mostra que “realidade atual” (l.1) constitui a circunstância de tempo em que a “temática da saúde” (l.2) está sendo considerada; por isso, mantêm-se as relações entre os argumentos e a correção gramatical ao se iniciar o texto com Na realidade atual. Comentário – Cuidado! “A realidade atual” (termo personificado, usado em sentido figurado), é o agente do processo verbal; sintaticamente, é o sujeito dele – por isso não deve ser aglutinado à preposição em como se fosse um adjunto adverbial. Resposta – Item errado. 14. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Na linha 2, em razão da acepção de “envolvidos” usada no texto, é possível substituir “com a” por na, sem prejudicar sua correção gramatical, nem tornar incoerente a relação entre as ideias apresentadas. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 32 Comentário – o significado do vocábulo é o seguinte: que se envolveram ou deixaram envolver; implicados; comprometidos: Envolvidos em uma conspiração, os acusados precisam de um bom álibi para escapar da prisão. Resposta – Item certo. 15. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A preposição em “para compreender” (l.2-3) e “para produzir” (l.5) expressa o sentido de finalidade: a finalidade dos “esforços” (l.2) e das “capacidades” (l.4), respectivamente. Comentário – No texto, a preposição “para” também exprime finalidade. Resposta – Item certo. • Conjunções Unem orações ou termos de uma oração. No desempenho desse papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração principal a uma oração que lhe é subordinada. Note que as preposições, ao conectarem termos de uma mesma oração, estabelecem entre eles um vínculo de subordinação. Já as conjunções, um vínculo de coordenação. Ex.: Pedro e Paulo saíram. (os vocábulos “Pedro” e “Paulo” mantêm entresi uma relação de equivalência sintática) Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as orações “Pedro foi ao cinema” e “e Paulo foi ao teatro” também estão em um vínculo de coordenação) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 33 É preciso que estudemos. (agora, a conjunção “que” estabelece uma relação de subordinação entre as orações “É preciso” e “que estudemos”) Há palavras que podem pertencer a diferentes grupos de conjunções (e, que, porque, pois, porquanto, por exemplo). Mais importante do que memorizar as conjunções será observá-las em seus contextos e, a partir dessa observação, encaixá-la em um grupo (coordenativas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas; subordinativas integrantes ou adverbiais – causal, comparativa, concessiva, condicional, conformativa, consecutiva, final, proporcional ou temporal). CONJUNÇÕES COORDENATIVAS aditivas e, nem, mas, também, mas ainda, como também, bem como adversativas e, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, antes (= pelo contrário), no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso) alternativas ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer... quer conclusivas logo, portanto, por conseguinte, pois (após verbo), por isso explicativas que, porque, porquanto, pois (antes de verbo) CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS integrantes (introduzem orações subordinadas que funcionam como substantivos: subjetiva, predicativa, objetiva direta, objetiva indireta, que, se CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 34 completiva nominal, apositiva) adverbiais (introduzem orações subordinadas que traduzem circunstâncias) causais que, porque, pois, como porquanto, visto que, visto como, já que, uma vez que, desde que, na medida em que comparativas como, (tal) qual, tal e qual, assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) que ou do que, (tanto) quanto, que nem, feito (= como, do mesmo modo que), o mesmo que (= como) concessivas embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo quando, poso que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, em que (pese), nem que, dado que, sem que (= embora não) condicionais se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a não ser que, a menos que, dado que. conformativas como, conforme, segundo, consoante consecutivas que (precedido dos termos intensivos tal, tão, tanto, tamanho, às vezes subentendidos), de sorte que, de modo que, de forma que, de maneira que, sem que, que (não) finais para que, a fim de que, que (= para que), de modo que proporcionais à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (tanto mais), quanto mais... (mais), (tanto)... quanto temporais Quando, enquanto, logo que, mal (= logo que), sempre CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 35 que, assim que, desde que, antes que, depois que, até que, agora que, ao mesmo tempo que, toda vez que O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas as bases de uma sociedade. Essa construção é feita todos os dias. Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos. Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados permanentemente, por meio de atos significativos em que as pessoas reconheçam o interesse público. É isso que mantém a ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, a força policial. Se as pessoas deixam de acreditar em uma ética subjacente ao dia-a-dia em um código de conduta que rege a ação dos políticos, pode-se prever que todo o edifício da sociedade estará ameaçado. O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações). 16. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Acerca das relações lógico- sintáticas textuais, as opções seguintes apresentam propostas de associação, mediante o emprego de conjunção, entre períodos sintáticos do texto acima. Assinale a opção que apresenta proposta de associação incorreta. período conjunção período A primeiro e segundo B terceiro entretanto quarto C quarto conquanto quinto D quinto já que sexto Comentário – A alternativa A traz conjunção coordenativa aditiva cujo valor semântico, como o próprio nome já indica, é de adição. O vínculo CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 36 estabelecido por essa conjunção entre os dois primeiros períodos mantém o enunciado correto, coeso e coerente, como podemos constatar: “O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas as bases de uma sociedade e essa construção é feita todos os dias”. A conjunção “entretanto”, em B, confere ao enunciado que introduz valor semântico de oposição, adversidade. Notem a presença do vocábulo “imaterial” no terceiro período, contribuindo para o nexo adversativo em relação ao quarto período. Na alternativa C surge o problema: “conquanto” é conjunção subordinativa concessiva. A informação introduzida por ela deve servir de obstáculo para a realização de algo, muito embora não seja suficiente para que esse algo se concretize. Entre o quarto e o quinto período não é observada tal relação semântica: “Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados permanentemente, por meio de atos significativos em que as pessoas reconheçam o interesse público”. Estaria sem prejuízo gramatical a associação dos dois períodos por meio de uma conjunção conclusiva (portanto, por isso, logo). Não há problema algum em se proceder à articulação sugerida em D usando o conector “já que”, geralmente com valor semântico de causa. Resposta – C 1 A função da oposição em uma sociedade democrática consiste em denunciar a corrupção, acompanhar as investigações e avaliar os projetos e iniciativas 4 governamentais, propondo alternativas. A crítica, e não a adesão, é sua tarefa primordial. Se uma sociedade cessa de ter uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 37 7 autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e discuta os seus encaminhamentos. Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações). 17. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto acima, julgue os itens abaixo. a) Entre os dois últimos períodos do texto, subentende-se uma relação sintática que pode ser expressa por Entretanto. b) O emprego do subjuntivo em “sinalize” (l. 8) e “discuta” (l. 9) justifica-se por compor um período de natureza explicativa. Comentário – A conjunção Entretanto integra o rol das conjunções coordenativas adversativas (porém, no entanto, todavia, mas etc.). Seu valor semântico estabelece uma relação de contrariedade, oposição entre as orações interligadas por ela. Não é esse o sentido notado entre os dois últimos períodos do texto. Os estudos sobre aspectos verbais não revelam a necessidade de orações explicativas trazerem seusverbos no modo subjuntivo. Verbos no modo subjuntivo comunicam fatos considerados hipotéticos, de realização incerta ainda. Esse é ocaso do emprego de “sinalize” e de “discuta”. Ambos denotam ações possíveis de acontecerem. Resposta – Itens errados. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 38 18. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A conjunção "e" (L.4) liga dois complementos para a expressão "É obvio" (L.3). Comentário – A conjunção “e” é aditiva e serve para ligar dois termos ou duas orações de idêntica função: Leonor e ele voltaram-se e desfaleceram. No texto, a conjunção em destaque conecta os verbos “otimizar e modernizar”, ambos complementos do substantivo transitivo “necessário”. Resposta – Item errado. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 39 19. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento da argumentação permite que se insira o conectivo Logo, seguido de vírgula, imediatamente antes de "A política" (L.9), escrevendo-se o artigo com letra minúscula, sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto. Comentário – A conjunção logo é conclusiva, como também o são pois, portanto, por conseguinte, por isso, assim. Ela serve para introduzir segmento de valor semântico conclusivo, consecutivo. Se foi dito anteriormente que “o exercício da política é coletivo”, é natural concluir-se que “A política é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto”. É importante dizer que a inserção sugerida pelo Cespe realmente exige mudança na grafia inicial do artigo. Sempre que a banca propuser a você mudanças na estrutura de uma frase, observe se todas as adaptações estão sendo sugeridas. Caso contrário, o item estará errado. Resposta – Item certo. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 40 20. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/2008) A organização das idéias do texto permite subentender um conectivo como No entanto ligando o período iniciado por "Os prazeres" (L.12) ao seu anterior. Comentário – Esse conectivo integra o rol das conjunções adversativas, aquelas que principiam segmento de valor semântico adversativo, de contraste, de oposição. Repare que, no segundo parágrafo, o autor associa temor, preocupação e ansiedade das pessoas. A intenção dele é nos informar que, depois da crise do início da década de 30, elas passaram a se preocupar com a estabilidade dos mercados financeiros e da economia globalizada. Mas qual a razão para isso? O que poderia justificar esse sentimento de receio, de agonia, de inquietação mesmo em um período de CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 41 estabilidade? A explicação encontra-se no quarto período do segundo parágrafo: “Os prazeres da prosperidade geram complacência e inspiram equívocos...”. Portanto uma conjunção adversativa não é adequada para unir o quarto período ao terceiro. Melhor seria uma conjunção explicativa: “Essas ansiedades são legítimas, pois os prazeres da prosperidade geram complacência e inspiram equívocos...”. Resposta – Item certo. 21. (Cespe/Prefeitura de Ipojuca – PE/2009) A partir da conjunção "mas" (l.11), subentende-se da organização das ideias no texto que um "processo de longo prazo" (l.10-11) pode não dispor de "sólidas fundações" (l.11) antes de ser definitivo. Comentário – Já caminhando para a conclusão do texto, o autor afirma que a globalização é um processo lento. Apesar disso, ele (o processo) “já dispõe de sólidas fundações”. Pela ideia de contraste causada pelo uso da conjunção adversativa “mas”, percebe-se que a regra ou a consequência normal é esse processo não dispor dessas fundações. Em outras palavras, a globalização, que ainda não assumiu seu formato definitivo pode não dispor de sólidas fundações (regra geral), mas essa dispõe (exceção à regra). Resposta – Item certo. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 42 22. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O conectivo "Então" (L.6) estabelece uma relação de tempo entre as idéias expressas em duas orações. Comentário – Textualmente, esse conectivo introduz segmento de caráter conclusivo. Resposta – Item errado. 23. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O emprego de "Em virtude disso" (L.9) mostra que, imediatamente antes do termo "o social" (L.10) está subtendida a preposição de, que, se fosse explicitada, teria de ser empregada sob a forma do. Comentário – A questão é fácil, mas é preciso ler atentamente a passagem. Nela, o termo “o social” complementa o sentido do nome “discussão”: CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 43 “discussão sobre a filosofia e [discussão sobre] o social”. Nota-se, assim, o equívoco da alegação do Cespe. Resposta – Item errado. 24. (Cespe/ANTAQ/Analista Administrativo/2009) Na linha 12, caso se deslocasse a conjunção "pois" para o início da oração, a coerência da argumentação seria preservada, desde que fossem retiradas as duas vírgulas que isolam essa palavra e que se fizessem os necessários ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas. Comentário – Primeiramente, faça as transformações propostas pela banca: Pois tempo, espaço e matéria são ideias... O que acha? Quase tudo certo, quase tudo! O problema está na perda da ideia original. A conjunção CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 44 pois utilizada entre vírgulas e após o verbo da oração que integra denota ideia conclusiva, tal como no texto original. O emprego dela no início da oração, como sugerido pela banca, reveste-a de valor semântico explicativo. Resposta – Item errado. 25. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010 – adaptada) Julgue os itens abaixo, relativos ao emprego das estruturas linguísticas do texto. (A) Na linha 10, preserva-se a coerência textual ao se inserir da antes de “produtividade”; mas, para se preservar a correção gramatical, será necessário mudar “faz” para fazem. (B) Para a coerência dos argumentos no texto, é indiferente o uso de “quando” (l.15) ou de se, em seu lugar, pois o período sintático preserva a ideia de condição. (C) Seriam mantidas as relações entre os argumentos se, em lugar de “ou” (l.18), antes do último termo da enumeração, fosse usado e; mas a desvantagem seria a repetição do mesmo conectivo. Comentário – Alternativa A: as locuções adjetivas “da competição” e “[da] produtividade” estão subordinadas ao substantivo “ideologia” por meio da mesma preposição: “de” (que se contraiu com o artigo “a” = “da”). Por isso a repetição dela é desnecessária. Ainda que se queira empregá-la novamente, o núcleo do sintagma permanece “ideologia” (terceira pessoa do singular), o que obriga o verbo também a permanecer flexionado no mesmo número e na mesma pessoa. Alternativa B: frequentemente, classificamos a conjunção quando como subordinativa adverbial temporal. Antes, porém, é precisoanalisar o seu real valor semântico no período em que ocorre. É o caso, por exemplo, da passagem aludida pelo examinador. Nela, o valor semântico do CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 45 conectivo assemelha-se ao da conjunção condicional “se”. Por isso o uso de um ou de outro é indiferente. Alternativa C: a conjunção alternativa “ou” serviu para nos comunicar que a concretização de um dos fatores (elevação proporcional dos salários; redução dos preços de bens e serviços e aumento de investimentos dos lucros gerados) é suficiente para elevar o nível de bem-estar coletivo. Já a conjunção aditiva e muda esse entendimento e passa a indicar que deve haver o somatório desses fatores (eles devem ocorrer solidariamente) para que o objetivo seja atingido. Resposta – Itens errado, certo e errado. (...) Pesquisas científicas recentes sobre a raiva reforçam essa linha de pensamento, e 7 uma delas mostra que quem reprime sua frustração é pelo menos três vezes mais propenso a admitir que chegou a um ponto em sua carreira no qual não consegue mais progredir e 10 que tem uma vida pessoal decepcionante. Já as pessoas que aprendem a explorar e canalizar sua raiva apresentam uma probabilidade muito maior de estar bem situadas 13 profissionalmente, além de desfrutar de maior intimidade física e emocional com seus amigos e familiares. (...) Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações). 26. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Por causa das duas ocorrências do pronome “que” (l.7-8) no mesmo período sintático, não é recomendada a substituição de “no qual” (l.9) por que, apesar de a coerência e a correção do texto serem mantidas. Comentário – O “que” (l. 7-8) é conjunção integrante. Note que ele introduz orações que funcionam como objeto direto dos verbos mostrar e CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 46 admitir. Isso nada tem a ver com a substituição proposta pelo examinador, que focaliza pronome relativo. A razão do problema causado pela troca é outra. O conjunto “no qual” (l. 9) é composto pela preposição em e pelo pronome relativo o qual. A preposição é obrigatória porque introduz o advérbio de lugar “um ponto em sua carreira”, expresso na oração anterior e representado pelo pronome no segmento subsequente: não consegue mais progredir em um ponto em sua carreira (= “no qual”). Substituir “no qual” por “que”, sem a presença da preposição “em”, prejudica a correção gramatical. Além disso, a coerência textual também sofre, observe: “...chegou a um ponto em sua carreira que não consegue mais progredir...” Percebeu que agora é a “carreira” que não progride mais? Essa mudança brusca de sentido afeta a coerência. Resposta – Item errado. • Verbos a) FLEXÕES VERBAIS Voz 1. ATIVA Î indica que o processo verbal foi praticado pelo sujeito do verbo. Ex.: Cabral descobriu o Brasil. 2. PASSIVA Î indica que o processo verbal foi sofrido pelo sujeito do verbo. Ex.: O Brasil foi descoberto por Cabral. ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o SUJEITO da voz ativa (Cabral) torna-se AGENTE DA PASSIVA, assim como o OBJETO DIRETO da voz ativa (o Brasil) torna-se SUJEITO da voz passiva. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 47 2 – Entretanto, quando o SUJEITO da voz ativa for INDETERMINADO, na voz passiva não haverá AGENTE DA PASSIVA. Ex.: Resolveram as questões. – voz ativa com sujeito indeterminado. As questões foram resolvidas. (ou Resolveram-se as questões.) – voz passiva sem agente da passiva. 3 – A voz passiva pode ser dividida em verbal ou analítica e pronominal ou sintética. Ex.: Aquelas crianças foram abandonadas. – verbo auxiliar + verbo principal no particípio = analítica. Abandonaram-se aquelas crianças. – verbo TRANSITIVO DIRETO + pronome SE = sintética. Agora considere o seguinte trecho: “(...) Pacientes afetados pela síndrome ultrapassaram muito a ‘fronteira da adaptabilidade às demandas’ (...)”. Novamente, vamos treinar a transformação da voz ativa para a passiva. VOZ ATIVA VOZ PASIVA Sujeito Pacientes afetados pela síndrome Agente da passiva pelos pacientes afetados pela síndrome Verbo transitivo direto ultrapassaram (o que?) Locução verbal (voz passiva analítica) foi ultrapassada Objeto direto a fronteira da adaptabilidade às demandas Sujeito paciente A fronteira da adaptabilidade às demandas Há ainda alguns cuidados a respeito das vozes passiva e ativa: a) Ficou-se feliz com o resultado. – verbo de LIGAÇÂO + SE = sujeito indeterminado CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 48 b) Vive-se bem neste lugar. – verbo INTRASITIVO + SE = sujeito indeterminado c) Precisa-se de professores. – verbo TRANSITVO INDIRETO + SE = sujeito indeterminado d) Ama-se a Deus. Verbo TRANSITIVO DIRETO + SE + OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO = sujeito indeterminado 3. REFLEXIVA Î indica que o processo verbal é praticado e sofrido pelo sujeito ao mesmo tempo. Ex.: Não me considero tão importante. Reservamo-nos o direito de ficar calado. Ele se deu um presente. ATENÇÃO! 1 – Observe, de acordo com os exemplos anteriores, que o verbo vem acompanhado de um pronome oblíquo que lhe serve de objeto e representa a mesma pessoa do sujeito. 2 – Na prática, identifica-se a voz reflexiva acrescentando, conforme a pessoa, as expressões a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, etc. Ex.: Feri-me a mim mesmo. Julgai-vos a vós mesmos. 3 – No plural, a voz reflexiva pode indicar reciprocidade. Ex.: Os amigos se cumprimentaram. Amavam-se um ao outro. 1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos. Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se 4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 49 minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que 7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante. Continuou praticamente o sistema da lavra única. 10 (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora, os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de 13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e o partido que não folheia a gramática política acha naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a 16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous exemplares da mesma gramática. Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3. 27. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto, julgue as opções abaixo. a) A substituição de “Tentam-se” (l. 3) por São tentados prejudica a correção gramatical do período. b) O empregodo subjuntivo em “quando houvesse” (l. 10-11) justifica-se por compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida. Comentário – Certamente, a substituição de “Tentam-se” por São tentados não causa nenhum prejuízo ao período. Em “Tentam-se”, temos voz passiva sintética (também conhecida como voz passiva pronominal). Sua estrutura é caracterizada pela presença de verbo transitivo direto seguido do pronome apassivador “se”. Em São tentados, ocorre também voz passiva. Mas agora a estrutura é outra: uma locução verbal formada CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 50 pelo verbo auxiliar São e pelo verbo principal tentados. Chama-se voz passiva verbal ou analítica. Recordemos que são três as vozes verbais: ativa, passiva e reflexiva. Na ativa, o sujeito é o agente da ação verbal que recai sobre outro ser (João beijou a esposa.) Na voz passiva, o sujeito sofre a ação verbal praticada por outro ser, que é conhecido como agente da passiva (João foi beijado pela esposa.). Na voz reflexiva, o sujeito pratica ação verbal que recai sobre ele mesmo (João beijou-se.). Na alternativa B, o emprego do subjuntivo em “quando houvesse” deve-se ao caráter condicional, hipotético de uma ação em vias de se concretizar. Portanto, “Sócrates” se refere a algo possível de acontecer em um futuro próximo, e não faz “uma afirmativa sobre uma ação já decorrida”. Resposta – Itens errados. 1 Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem ao longo da história tem sido seu constante anseio de buscar novas perspectivas, abrir horizontes desconhecidos, 4 investigar possibilidades ainda inexploradas, enfim, ampliar o conhecimento. Desde seus primórdios, os seres humanos dedicam-se a investigar e a pesquisar, sendo esta curiosidade, 7 este desejo de conhecer, uma das mais significativas forças impulsoras da humanidade. O fato é que essa ininterrupta e incansável luta pelo saber tem sido uma das mais importantes 10 atividades do homem. Ocorre que, ao dar vazão ao seu insaciável afã de descobrir, criar, conquistar, ao tentar realizar em toda sua plenitude a livre aventura do espírito, o homem 13 depara-se com seus limites. (...) Ivan de Araújo Moura Fé. Conflitos éticos em psiquiatria. In: José E. Assad (Coord.). CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 51 Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 185 (com adaptações). 28. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Seriam preservadas a correção gramatical do texto, bem como a coerência de sua argumentação, se, em lugar de “tem sido” (l.2), fosse usada a forma verbal é; no entanto, a opção empregada no texto ressalta o caráter contínuo e constante dos aspectos mencionados. Comentário – Vamos reescrever a passagem utilizando a forma verbal sugerida: “Um dos aspectos mais notáveis da aventura do homem ao longo da história é seu constante anseio...”. Pronto, ficou claro que realmente não existe problema. Usado no presente, o verbo ser indica um fato atual, simultâneo ao ato da fala. Mas o pretérito perfeito composto, de fato, imprime à passagem um aspecto durativo, contínuo, não limitado no tempo. Nós já resolvemos uma questão parecida nesta aula (pág. 61, questão 10). Na ocasião, citei Cunha e Cintra para embasar a resposta. Agora é a vez de ouvirmos o que Cegalla tem a nos dizer: “O pretérito perfeito composto traduz um fato passado repetido, ou que se prolonga até o presente: Tenho-lhe dado sempre bons conselhos.” Resposta – Item certo. 1 O regime trabalhista, ao adotar estratégias de proteção à saúde do trabalhador, institui mecanismos de monitoração dos indivíduos, visando a evitar ou identificar precocemente os 4 agravos à sua saúde, quando produzidos ou desencadeados pelo exercício do trabalho. (...) Elias Tavares de Araújo. Perícia médica. In: José E. Assad (Coord.). Desafios éticos. Brasília: Conselho Federal de Medicina, 1993, p. 241 (com adaptações). 29. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) Para se realçar “mecanismos de monitoração” (l.2), em vez de “regime trabalhista” CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 52 (l.1), poderia ser usada a voz passiva, escrevendo-se são instituídos em vez de “institui” (l.2), sem que a coerência entre os argumentos e a correção gramatical do texto fossem prejudicadas. Comentário – Faça a troca exatamente como sugere o examinador e constate o quanto é descabida a proposição: “O regime trabalhista (...) são instituídos mecanismos de monitoração dos indivíduos...”. Notou a falta de concordância entre sujeito e verbo? Notou que não há agente da passiva corretamente indicado pelo vocábulo pelo (contração da preposição per com o artigo o). A alteração adequada deveria ser assim: “Mecanismos de monitoração dos indivíduos são instituídos pelo regime trabalhista...”. Resposta – Item errado. Número e Pessoa 1ª 2ª 3ª singular eu tu ele/ela plural nós vós eles/elas Modo e Tempo Os modos indicam as diferentes maneiras de um fato se realizar. Os tempos situam o fato ou a ação verbal dentre de determinado momento (durante o ato da comunicação, antes ou depois dele). Mais à frente falarei melhor sobre o emprego dos tempos e modos. MODOS TEMPOS SIMPLES indicativo presente (tenho) pretérito perfeito (tive) imperfeito (tinha) mais-que-perf. (tivera) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 53 futuro do presente (terei) do pretérito (teria) subjuntivo presente (tenha) pretérito imperfeito (tivesse) futuro (tiver) imperativo afirmativo (tem tu) negativo (não tenhas tu) MODOS TEMPOS COMPOSTOS Indicativo pretérito Perfeito (tenho/hei cantado) mais-que-perfeito (tinha/havia cantado) futuro do presente (terei/haverei cantado) do pretérito (teria/haveria cantado) Subjuntivo pretérito Perfeito (tenha/haja cantado) mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado) futuro (tiver/houver cantado) ATENÇÃO! 1. O quadro acima é uma síntese da formação dos tempos compostos da voz ativa. Eles são formados pelos verbos auxiliares ter ou haver, seguidos do particípio do verbo principal. Ex.: Temos estudado muito. Tinha posto a televisão na sala. Havíamos chegado tarde. 2. Note que não há tempos compostos relativos ao presente e ao pretérito imperfeito. Eles são usados para formar, respectivamente, o pretérito perfeito composto e o pretérito mais-que- CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 1 www.pontodosconcursos.com.br 54 perfeito composto. Também não há tempo composto relativo ao modo imperativo. 3. O tempo composto da voz passiva é formado com o emprego simultâneo dos auxiliares ter ou haver e ser, seguidos do particípio do verbo principal. Ex.: Temos sido ensinados pelo professor. O casal havia sido visto no restaurante. 1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo. 4 Dous
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