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* * UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CURSO DE MEDICINA - 2014 SÍNDROME DE CHARCOT-MARIE-TOOTH (CMT) ACADÊMICAS: ANA PAULA DE COSTA FERRO MARIA ALICE DE COSTA FERRO DISCIPLINA: GENÉTICA HUMANA DOCENTE: PROF. CLAUDICÉIA * * DOENÇA DE CHARCOT-MARIE-TOOTH (CMT) A CMT foi descrita pela primeira vez no século XIX e leva o nome dos três pesquisadores (Jean Martin Charcot, Pierre Marie e Howard Henry Tooth). É um tipo de neuropatia periférica sensitivo-motora que faz parte do grupo das hereditárias. As neuropatias periféricas podem lesar diferentes tipos de n.n. periféricos: Nervos Motores – atrofia muscular, deformidades e déficit na marcha; Nervos Sensitivos – reflexos diminuídos e diminuição da sensibilidade táctil, dolorosa, vibratória; Nervos Mistos (sensitivo-motores). Essas lesões levam a um prejuízo (distorção ou interrupção) progressivo na transmissão dos impulsos nervosos. * * DOENÇA DE CHARCOT-MARIE-TOOTH É um grupo de distúrbios hereditários dos n.n. periféricos de herança autossômica dominante, autossômica recessiva ou ligada ao X. No entanto, a herança autossômica dominante é a mais frequente. Os distúrbios são predominantemente motores A doença CMT é a condição neurológica mais diagnosticada no mundo, com acometimento de 1: 2.500 indivíduos. A doença é classificada, principalmente, conforme o tipo de lesão (axonal ou desmielinizante) em: CMT 1 CMT 2 CMT 3 CMT 4 * * CMT 1 É o tipo mais comum (mais de 50% dos casos de CMT). Caracteriza-se por lesão mielínica = alteração da mielina (desmielinização) que envolve o axônio dos neurônios que compõe os n.n. periféricos. Os principais subtipos são: CMT 1 A – representa a maior parte dos casos; trissomia do cromossomo 17, ou seja, duplicação do braço curto da região 1 banda 1do cromossomo 17, 17p.11, região que contém o gene da proteína de mielina periférica 22, PMP22. Essa proteína atua na manutenção da integridade estrutural da mielina. CMT 1 B – mutação pontual na proteína P0 da mielina, que também atua na manutenção da integridade estrutural da mielina. CMT 1 C – origem ainda em estudo. *** Se houver deleção do braço curto da região 1 banda 1 do cromossomo 17 instala-se a Neuropatia hereditária sensível à compressão que tem como sintoma característico a ocorrência de lesões nos nervos como resposta a fatores externos como pressão, alongamento ou uso continuado, levando a episódios de dormência, formigamento e fraqueza muscular. * * CMT 1 Características: a) Desmielinização dos neurônios dos n.n. periféricos, provocando redução na velocidade de condução dos impulsos nervosos; b) Herança autossômica dominante ou ligada ao X; c) Início dos sintomas na primeira ou início da segunda década de vida. * * CMT 2 É a segunda forma de CMT mais comum, representando 20% dos casos. Caracteriza-se por lesão axonal = alteração no axônio das fibras nervosas dos n.n. periféricos. Há diversos defeitos gênicos, incluindo mutação no gene NF1, o qual é responsável pela produção da proteína neurofibromina e está localizado no braço longo do cromossomo 17 região 1 banda 1 sub-banda 2, 17q11.2 Acredita-se que a neurofibromina regule proteínas responsáveis pela proliferação celular. * * CMT 2 Características: a) Acometimento axonal e não desmielinizante, ou seja, degeneração e regeneração crônica dos axônios; por não ser desmielinizante a velocidade da propagação do impulso nervoso é normal; há defeito no transporte axonal, no transporte de membranas e na síntese proteica; b) Herança autossômica dominante ou recessiva; c) Acometimento mais tardio em comparação à CMT 1. * * CMT 3 Também é conhecida como Doença de Dejerine-Sottas Características: a) É uma mutação na proteína P0 da mielina que provoca desmielinização severa grave; c) Herança autossômica recessiva; d) Sintomas de início precoce na infância ou ao nascimento. * * CMT 4 Tipo de CMT rara Características: a) Classificação ainda controversa entre axonal e desmielinizante; b) Defeito genético ainda desconhecido; c) Herança autossômica recessiva; d) Forma de CMT grave e de acometimento precoce; * * Quadro clínico: Para os tipos desmielinizantes (CMT 1 e CMT 3) ocorre hipertrofia nervosa, ou seja, espessamento dos nervos. Isso é causado pois a mielina produzida é frágil e facilmente degenerada, sendo substituída por uma nova, também frágil e assim por diante; dessa forma há proliferação das células de Schwann, causando o espessamento da fibra nervosa – aspecto de “bulbo de cebola”. * * Quadro clínico geral: 1) Por conta de lesões nos n.n. que inervam a musculatura de pés e pernas, os m.m. destas regiões atrofiam progressivamente, causando: a) Pé cavo b) Dedos em martelo c) Pernas em garrafa de champanha invertida * * Quadro clínico geral: d) Marcha desajeitada e) Com o avanço da doença ocorre atrofia dos m.m. das mãos, podendo também manifestar-se escoliose f) Hipo ou arreflexia progressiva – falta ou diminuição de reflexos mediante estímulos g) Hipoestesia – diminuição da sensibilidade nas extremidades h) Fraqueza muscular * * * * CMT Não há cura para a CMT Há medidas que visam promover a estabilização das articulações, oferecendo uma marcha mais funcional: como as órteses Há, também, a possibilidade de se diminuir a perda muscular, fortalecendo o músculo: como o suporte da fisioterapia * * REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LODISH, Harvey et al. Biología celular y molecular. 5 ed. Buenos Aires: Medica Panamericana, 2006. KUMAR, Vinay et al. Robbins patologia básica. 9 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. CHAVES, Márcia et al. Rotinas em neurologia e neurocirurgia. Porto Alegre: Artmed, 2008. CECIL. Tratado de medicina interna. 22 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. KIERSZENBAUM, Abraham; TRES, Laura. Histologia e biologia celular: uma introdução à patologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. Neuropatia hipertrófica, UNICAMP. Disponível em: <anatpat.unicamp.br/nervhipertrof.html> Doença de Charcot-Marie-Tooth, Dr. Flávio Sekeff Sallem. Disponível em: <neuroinformacao.blogspot.com.br/2013/04/doenca-de-charcot-marie-tooth_12.html> * * MARANHO, Daniel Augusto Carvalho; VOLPON, José Batista. Pé cavo adquirido na doença de Charcot-Marie-Tooth. Rev. bras. ortop., São Paulo, v. 44, n. 6, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-36162009000600004&lng=en&nrm=iso>. 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