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EPIDEMIOLOGIA DO ALCOOL 
A epidemiologia do álcool busca descrever a distribuição e os determinantes do consumo de álcool em populações específicas. Isso envolve analisar quem consome, quanto consome, com que frequência e em quais contextos. As diferenças nesses aspectos são observadas em diversos grupos populacionais.
Estudos apontam que 58% dos usuários são homens, contra 42% mulheres. Além disso 10% dos homens bebem de três a sete dias por semana, enquanto, apenas 2% para as mulheres. No entanto dados apontam que o uso abusivo de álcool por mulher vem aumentado, em 2016, 16,5% das mulheres faziam o uso abusivo, para 22,8% em 2023 (CISA).
Segundo pesquisa cerca de 13,9% dos adolescentes entre 14 e 17 anos começam a consumir álcool nessa idade e 14,6% fazem o uso regular (SENAD).
Em estudos relata-se que no Brasil, cerca de 63,3% dos estudantes de escolas públicas e particulares entre 13 e 17 anos já provaram bebidas alcoólicas ao menos uma vez na vida. 34,6% provou pelo menos uma dose antes de completar 14 anos, 36,8% são meninas, contra 32,3% meninos. Em relação a cor e raça, no Brasil, 36,6% dos adolescentes se declaram brancos, 15% pretas, 3,8% amarelas, 41% pardas e 3,4 indígenas.
Quase metade (47%) dos estudantes que experimentaram bebidas alcoólicas relatou episódios de embriaguez. Dentre eles estudantes de escola publica foram a a maior parte (47,6%) enquanto na rede privada a quantidade é menor (43,4%). 15,7% relataram ter tido problemas em consequência de terem feito o uso, sejam eles a perda de aula, conflitos com a família e/ou amigos, entre outos problemas socias.
De acordo com a pesquisa para uma dose ser considerada abusiva deve-se levar em conta que em uma única ocasião, passava de cinco doses para os meninos e quatro para as meninas. A dose é equivalente a um copo de chope, uma lata de cerveja, uma taça de vinho, uma dose de cachaça ou de uísque. Cerca de 28,1% dos adolescentes apresentaram ter bebido ao menos uma dose nos ultimos 30 dias que antecedem a pesquisa.
9,7% dos adolescentes relataram ter consumido quatro doses ou mais em um mesmo dia. Nesse indicador 12% foram ao Sul, no Centro-Oeste 11,1%, ficando assim acima da média nacional. Os menores percentuais foram ao Norte (7%) e ao Nordeste (7,8%). Cerca de 6,9% dos candidatos da pesquisa, disseram ter tomado cinco ou mais doses em um unico dia (PeNSE).
https://cisa.org.br/images/upload/Panorama_Alcool_Saude_CISA2024.pdf?utm_source=sitecisa&utm_medium=cpc&utm_campaign=panorama_2024&utm_id=panorama2024&utm_term=panorama%2Bsaude%2Balcool&utm_content=btnlink
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/31580-seis-em-cada-dez-estudantes-haviam-experimentado-bebida-alcoolica-na-pre-pandemia#:~:text=O%20consumo%20recente%20de%20bebidas,de%2016%20a%2017%20anos. 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101852.pdf
https://www.paho.org/pt/topicos/alcool
https://sbhepatologia.org.br/pdf/7.pdf SBH
Haber PS, Warner R, Seth D et al. Pathogenesis and management of alcoholic hepatitis. J Gastroenterol Hepatol 2003; 18:1332-1344 
https://cisa.org.br/pesquisa/dados-oficiais/artigo/item/54-efeitos-danosos-do-alcool-no-cerebro CISA
PATO[endnoteRef:31331]GENESE DO ALCOOL [31331: ] 
O álcool, substância psicoativa com propriedades que causam dependência, o uso nocivo do álcool provoca perdas sociais e econômicas significativas para os indivíduos e para a sociedade em geral. O seu consumo causa morte e incapacidade relativamente cedo na vida dos indivíduos (OPAS/OMS).
O etanol é metabolizado por duas vias nos hepatócitos, os mecanismos de agressão induzidos diretamente pelo etanol estão relacionados ao estresse oxidativo e às modificações da atividade de proteínas, causadas por adição de acetaldeído e aldeídos derivados da oxidaçãoo de lipídeos (SBH).
O álcool possui um alto risco de causar dependência, pois influencia o sistema de recompensas cerebral, mudando a comunicação do neurotransmissor dopamina de maneira direta ou indireta. Essa substância é responsável pela conexão entre uma parte do sistema nervoso denominada mesencéfalo, origem do prefixo “meso”, e uma área do sistema “límbico”, conhecida como núcleo Accumbens. Essa trajetória está intimamente ligada à avaliação do valor reforçado de qualquer estímulo, aumentando, portanto, a chance de ser consumido novamente.
Normalmente, essa via libera o neurotransmissor dopamina quando experimentamos algo prazeroso (comer, socializar, etc.), o que nos motiva a buscar essa experiência novamente. As drogas, incluindo o álcool, têm uma capacidade especial de alterar a saliência de um estímulo, que é o quanto ele é novo e potencialmente reforçador.
Enquanto a saliência de estímulos naturais diminui com o tempo, as drogas mantêm a sinalização dopaminérgica elevada na via mesolímbica, como se a droga fosse sempre nova e muito importante para a sobrevivência. Isso "sequestra" essa via, aumentando a busca pela droga e diminuindo o valor de outros estímulos antes considerados importantes.
Contudo, o uso de álcool pode causar danos à memória e a outras funções do cérebro, e esses danos aumentam com a quantidade consumida. O consumo rápido e em jejum de grandes quantidades pode levar a "brancos", lapsos de memória sobre eventos ocorridos durante a intoxicação. Estudos indicam que mulheres são mais vulneráveis a esses efeitos adversos nas mesmas doses de álcool, provavelmente devido a diferenças fisiológicas no metabolismo da substância.
Síndrome de Wernicke-Korsakoff
Uma grave consequência do dano cerebral relacionado ao álcool. Esse dano pode ser direto ou indireto, como resultado da deficiência de tiamina (vitamina B1), comum em mais de 80% dos alcoolistas. A síndrome se manifesta inicialmente como Síndrome de Wernicke (confusão mental, problemas oculares e de coordenação) e, em grande parte dos casos (80-90%), evolui para a Síndrome de Korsakoff, marcada por perdas severas de memória para eventos futuros e passados. A boa notícia é que a abstinência do álcool por cerca de um ano pode levar a alguma melhora nas estruturas cerebrais afetadas (CISA).
CISA - Centro de Informações sobre Saúde e Álcool. Panorama sobre Álcool e Saúde. 2024. Disponível em: https://cisa.org.br/images/upload/Panorama_Alcool_Saude_CISA2024.pdf?utm_source=sitecisa&utm_medium=cpc&utm_campaign=panorama_2024&utm_id=panorama2024&utm_term=panorama%2Bsaude%2Balcool&utm_content=btnlink . Acesso em: 15 maio 2024.
IBGE. Seis em cada dez estudantes haviam experimentado bebida alcoólica na pré-pandemia. Agência de Notícias do IBGE, 2023. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/31580-seis-em-cada-dez-estudantes-haviam-experimentado-bebida-alcoolica-na-pre-pandemia#:~:text=O%20consumo%20recente%20de%20bebidas,de%2016%20a%2017%20anos.
 Acesso em: 15 maio 2024.
IBGE. Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar. 2024. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101852.pdfAcesso em: 15 maio 2024.
OPAS - Organização Pan-Americana da Saúde. Álcool. Disponível em: Acesso em: https://www.paho.org/pt/topicos/alcool. 15 maio 2024.
SBH - Sociedade Brasileira de Hepatologia. Título do documento (presumivelmente relacionado à hepatologia). Disponível em:https://sbhepatologia.org.br/pdf/7.pdf . Acesso em: 15 maio 2024 (Haber PS, Warner R, Seth D et al. Pathogenesis and management of alcoholic hepatitis. J Gastroenterol Hepatol 2003; 18:1332-1344)
CISA - Centro de Informações sobre Saúde e Álcool. Efeitos danosos do álcool no cérebro. Disponível em: https://cisa.org.br/pesquisa/dados-oficiais/artigo/item/54-efeitos-danosos-do-alcool-no-cerebro. Acesso em: 15 maio 2024.

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