Prévia do material em texto
<p>S.P 1.3 B.O Universitári�</p><p>1. Descrever quais os efeitos do excesso</p><p>de álcool e substâncias psicoativas no</p><p>sistema nervoso.</p><p>Em razão do álcool ser facilmente solúvel em</p><p>água ou gordura, boa parte é absorvida</p><p>diretamente na mucosa do estômago. Caso</p><p>este órgão esteja vazio a absorção é</p><p>acelerada e sua chegada no cérebro e fígado</p><p>mais rápida, apresentando maior</p><p>probabilidade de causar riscos à saúde e a</p><p>embriaguez é produzida mais rapidamente</p><p>(SILVA 1997). O pico de concentração é</p><p>atingido em meia ou duas horas após a</p><p>ingestão (GRAEFF 1995).</p><p>O consumo de grandes quantidades de</p><p>álcool em poucos dias ou de quantidades</p><p>menores em pequenos intervalos induz ao</p><p>estado de dependência física manifestada</p><p>por sintomas clínicos quando a concentração</p><p>de álcool no cérebro declina. A dependência</p><p>é explicada fisiologicamente porque o álcool</p><p>produz na região do núcleo acumbens</p><p>(acredita-se estar envolvido no reforço e na</p><p>atenção) um estímulo de reforço para a</p><p>atitude compulsiva de beber (CARLSON</p><p>2002). O etanol promove a liberação de</p><p>dopamina no núcleo acumben, promovendo</p><p>a sensação de prazer. Essa mesma liberação</p><p>ocorre naturalmente com alimento, parceiro</p><p>sexual ou água, são portanto, uma</p><p>estimulação cerebral reforçadora.</p><p>Os efeitos da intoxicação aguda pelo etanol</p><p>em seres humanos são bem conhecidos e</p><p>incluem fala arrastada, incoordenação</p><p>motora, autoconfiança aumentada e euforia.</p><p>O efeito sobre o humor varia entre os</p><p>indivíduos, a maioria tornando – se mais</p><p>falantes e mais gastadores, mas alguns</p><p>tornando – se melancólicos e mais</p><p>reservados. Em níveis mais elevados de</p><p>intoxicação, o humor tende a se tornar</p><p>altamente lábio, com euforia e melancolia,</p><p>agressão e submissão, com frequência</p><p>ocorrendo de modo sucessivo e, outro ponto</p><p>documentado e a relação entre o álcool e a</p><p>violência. Além dos efeitos agudos do etanol</p><p>sobre o sistema nervoso, a administração</p><p>crônica também causa efeitos neurológicos</p><p>irreversíveis. A maioria dos alcoolistas</p><p>crônicos mostra um grau de demência</p><p>associado com o alargamento ventricular</p><p>detectável por técnicas de imagem cerebral.</p><p>A degeneração do cerebelo e em outras</p><p>regiões específicas do cérebro também pode</p><p>ocorrer, assim como neuropatia periférica.</p><p>Algumas dessas alterações não são</p><p>causadas pelo próprio etanol, mas pela</p><p>deficiência de tiamina (Vitamina B1) que o</p><p>acompanha, que é o comum em alcóolicos</p><p>(RANG, H. P et al., 2012).</p><p>Estudos recentes demonstram que mesmo</p><p>a exposição pré-natal ao etanol tem sido</p><p>associada a várias anormalidades em</p><p>fetos e descendentes. Síndrome Alcoólica</p><p>Fetal SAF é a mais severa manifestação</p><p>dos efeitos deletérios do álcool sobre o</p><p>desenvolvimento fetal (D’ANGIULLI et al.,</p><p>2006) é uma condição que ocorre</p><p>somente em crianças de mães que</p><p>beberam durante a gravidez, os recém</p><p>nascidos possuem malformação</p><p>craniofacial, física e mental (RAO &</p><p>CHAUDHURI, 2007), deficiência de</p><p>crescimento pré-natal e pós-natal (KIMPEL</p><p>et al., 2007), além de redução do volume</p><p>de uma série de estruturas cerebrais</p><p>(D’ANGIULLI et al., 2006; CALHOUN et al.,</p><p>2007).</p><p>As drogas psicotrópicas são substâncias</p><p>naturais ou sintéticas que ao entrarem em</p><p>contato com o organismo, através das vias</p><p>de administração são absorvidas e atuam no</p><p>sistema nervoso central, resultando em</p><p>@d</p><p>ess</p><p>ab</p><p>me</p><p>d</p><p>mudanças fisiológicas e alterações de</p><p>comportamento, humor e cognição,</p><p>possuindo grande propriedade reforçadora</p><p>sendo, portanto, passíveis de</p><p>autoadministração (OMS, 2006). São</p><p>substâncias que pode determinar</p><p>dependência física ou psíquica, ou seja, que</p><p>está relacionado ao nosso psiquismo (o que</p><p>sentimos e pensamos) (LOPES &</p><p>GRICOLETO, 2011).</p><p>Opiáceos (morfina, codeína, heroína)</p><p>Os opiáceos têm basicamente os mesmos</p><p>efeitos no sistema nervoso central:</p><p>diminuindo sua atividade, que por sua vez,</p><p>produz analgesia e hipnose (aumenta o sono</p><p>e diminui a dor). (CARLINI, 2011).</p><p>Cocaína</p><p>A cocaína liga-se mediante ao bloqueio ou</p><p>inversão da direção dos transportadores de</p><p>neurotransmissores responsáveis pela</p><p>captura da dopamina e da norepinefrinanas.</p><p>Essa droga pode causar delírios e paranoias,</p><p>efeitos que podem estar associados à</p><p>potencialização da neurotransmissão nas</p><p>projeções dopaminérgicas para o córtex, o</p><p>tálamo e a amígdala que podem estar</p><p>relacionadas à esquizofrenia. Também pode</p><p>causar movimentos involuntários mediante</p><p>ação nos gânglios da base (GOLAN, 2009).</p><p>Tabaco</p><p>A nicotina ativa os receptores nicotínicos da</p><p>acetilcolina centrais, periféricos e na junção</p><p>neuromuscular. Em nível central, a nicotina</p><p>provoca forte dependência, e a “fissura” por</p><p>cigarros está associada à diminuição dos</p><p>níveis plasmáticos de nicotina.</p><p>Maconha</p><p>As alterações preponderantes observadas na</p><p>intoxicação por maconha afetam a percepção</p><p>e o estado psíquico do usuário. Com as</p><p>doses baixas, pode haver euforia,</p><p>relaxamento, passividade e alteração da</p><p>percepção. E com doses elevadas, o usuário</p><p>pode apresentar paranoia, alucinações e</p><p>desorientação (MCPHERSON & PINCUS,</p><p>2012).</p><p>Êxtase</p><p>O MDMA interfere em diferentes</p><p>neurotransmissores. Os efeitos sobre o</p><p>humor são mediados por dois</p><p>neurotransmissores, dopamina e serotonina.</p><p>O êxtase causa, também, diminuição do</p><p>apetite, dilatação das pupilas, aceleração do</p><p>batimento cardíaco, aumento da temperatura</p><p>do corpo (hipertermia), rangido de dentes e</p><p>aumento na secreção do hormônio</p><p>antidiurético (CARLINI, 2011).</p><p>2. Analisar os impactos causados pelo</p><p>isolamento social.</p><p>Com relação ao desenvolvimento cognitivo,</p><p>provou-se que situações de isolamento</p><p>durante a infância prejudicam o aprendizado</p><p>de novas habilidades como fala, escrita e</p><p>leitura, principalmente nas crianças mais</p><p>novas,19 o que afeta o desempenho escolar</p><p>e torna mais difícil o processo de</p><p>socialização com os colegas, gerando um</p><p>círculo vicioso entre isolamento e dificuldade</p><p>no processo de aprendizagem.31</p><p>Ademais, jovens isolados foram classificados</p><p>como mais prováveis de apresentarem altos</p><p>níveis de cortisol, o que é amplamente</p><p>reconhecido como um fator impactante para</p><p>outra consequência do isolamento social, o</p><p>aumento do IMC. A problemática da</p><p>mudança na composição corporal pode ser</p><p>facilmente compreendida ao se considerar</p><p>que as crianças, geralmente, se exercitam na</p><p>presença e pela influência de outros colegas.</p><p>Logo, comportamentos solitários propiciam o</p><p>sedentarismo e suas consequências. Quanto</p><p>@d</p><p>ess</p><p>ab</p><p>me</p><p>d</p><p>ao nível elevado de cortisol, é importante</p><p>destacar que ele está associado a um pior</p><p>desempenho em testes de memória e</p><p>percepção visual, tendo sido observadas</p><p>mudanças microestruturais em múltiplas</p><p>áreas do cérebro, principalmente no esplênio</p><p>do corpo caloso e na corona radiata</p><p>posterior, dados os níveis altos desse</p><p>hormônio.32 Ou seja, novamente a reclusão</p><p>social pode ser colocada como prejudicial ao</p><p>desenvolvimento cognitivo na infância e</p><p>adolescência.</p><p>Ainda foram levantadas algumas</p><p>consequências que o isolamento de longo</p><p>termo pode acarretar à saúde do adulto,</p><p>sendo destacados problemas como</p><p>depressão, doenças cardíacas, obesidade,</p><p>hipertensão, diabetes, entre outras. Esses</p><p>problemas já apresentam alta incidência em</p><p>adultos e eles, muitas vezes, manifestam-se</p><p>em conjunto. Fatores psicológicos como</p><p>depressão e ansiedade desempenham</p><p>importante papel no desenvolvimento e na</p><p>progressão de doença cardíacas,33</p><p>obesidade34 e hipertensão.35 Além disso,</p><p>deve-se ressaltar que a obesidade está</p><p>associada a um aumento do risco de várias</p><p>doenças crônicas, incluindo hipertensão</p><p>arterial, diabetes melito tipo II,</p><p>hipercolesterolemia, doenças coronarianas e</p><p>outras.34 Assim, é evidente que esses</p><p>fatores podem ser intensificados em</p><p>indivíduos adultos que foram isolados</p><p>socialmente durante a infância.</p><p>3. Avaliar os impactos psicológicos</p><p>causados pelo abuso – violência e</p><p>assédio.</p><p>O Brasil ocupa hoje o quarto lugar no ranking</p><p>das mortes violentas na América Latina,</p><p>depois de Colômbia, El Salvador e Venezuela</p><p>(Guerrero et al., 2010). As lesões e os</p><p>traumas físicos e psicológicos por agressões</p><p>que afetam a saúde dos brasileiros são</p><p>responsáveis, atualmente, pela 3a causa de</p><p>mortalidade geral e é a primeira causa nas</p><p>amplas faixas etárias</p><p>de 5 a 49 anos. Nos</p><p>casos que exigem internação, a violência, as</p><p>lesões e os traumas ocupam o 6o lugar de</p><p>importância, mas consomem o dobro de</p><p>recursos públicos que qualquer outro tipo de</p><p>hospitalização (Minayo, 2005; Souza et al.,</p><p>2005). Além das mortes e lesões que levam</p><p>às internações, a violência ocorre</p><p>silenciosamente nas relações sociais,</p><p>familiares, institucionais e comunitárias</p><p>sempre que alguém usa seu poder ou sua</p><p>força para ferir, aniquilar, humilhar e fazer</p><p>sofrer o outro.</p><p>Sendo o assédio sexual uma forma de</p><p>violência sexual, torna-se de extrema</p><p>importância debater e analisar suas</p><p>intersecções, a fim de melhor compreender</p><p>este crime (SILVA, 2018). Isto porque, as</p><p>consequências do assédio sexual são</p><p>diversas e repercutem negativamente na vida</p><p>da mulher, trazendo impacto socioeconômico</p><p>e danos à saúde física e/ou psicológica</p><p>(FONSECA 2017). Neste sentido, o assédio</p><p>sexual é psicológica e emocionalmente</p><p>perturbador para as vítimas. É sentido como</p><p>uma perda de dignidade e de confiança dos</p><p>outros, provoca depressão e</p><p>comportamentos autodestrutivos, gera</p><p>sentimentos de desânimo e de abandono,</p><p>afetando a saúde da mulher de uma forma</p><p>geral. Essas mulheres reclamam</p><p>frequentemente de dores de cabeça,</p><p>náuseas, cansaço, distúrbios alimentares e</p><p>inibição sexual. Além disso, quando o 7</p><p>assédio sexual e prolongado muitos desses</p><p>efeitos podem se tornar crônicos, podendo</p><p>levar ao isolamento social, diminuir a</p><p>motivação para o trabalho e a própria</p><p>@d</p><p>ess</p><p>ab</p><p>me</p><p>d</p><p>qualidade do desempenho profissional</p><p>(DIAS, 2008).</p><p>ESTUDO PUC GOIÁS - O estudo foi</p><p>submetido e aprovado pelo Comitê de Ética</p><p>em Pesquisa da PUC Goiás</p><p>Quanto ao impacto do assédio sexual na</p><p>saúde, destacou-se o surgimento de quadros</p><p>de ansiedade e medo (5,44), relacionamento</p><p>afetivo prejudicado (4,29), depressão (3,79) e</p><p>dores de cabeça frequentes (3,17).</p><p>Percebeu-se um baixo escore nas respostas</p><p>obtidas no presente estudo, contudo, os</p><p>sintomas relatados são semelhantes aos</p><p>encontrados na literatura. Moreira (2002)</p><p>afirmam que as mulheres que sofrem tal</p><p>violência desenvolvem crises de pânico,</p><p>medo, depressão perda de confiança e</p><p>desencadeiam outras patologias.</p><p>4. Analisar o motivo e os impactos da</p><p>omissão dos fatos para os familiares e a</p><p>justiça.</p><p>Este estudo explorou as constelações de</p><p>gestão de informações dos adolescentes</p><p>com suas mães e pais, e como esses</p><p>padrões diferem em termos de percepção de</p><p>necessidades parentais de apoio, razões</p><p>autônomas para revelação e uso</p><p>problemático de álcool. Trezentos e trinta e</p><p>dois adolescentes suíços (45% mulheres;</p><p>idade M = 15,01 anos) relataram estratégias</p><p>de gerenciamento de informações usadas</p><p>com cada pai (revelação, guardar segredos,</p><p>mentir), percepções de necessidades</p><p>parentais de apoio materno e paterno</p><p>(envolvimento, apoio à autonomia, estrutura),</p><p>razões autônomas para divulgação e uso</p><p>problemático de álcool. As análises de</p><p>classes latentes revelaram três classes:</p><p>Reservados (37%), Comunicadores (36%) e</p><p>Enganosos (27%). As comparações entre</p><p>classes mostraram que os adolescentes da</p><p>classe Comunicadores relataram os níveis</p><p>mais elevados de envolvimento parental e</p><p>apoio à autonomia, bem como razões</p><p>autónomas para a divulgação. Os</p><p>adolescentes da classe Enganador relataram</p><p>os níveis mais baixos de envolvimento</p><p>parental e apoio à autonomia, bem como</p><p>motivos autónomos para a revelação.</p><p>Também foram encontradas associações</p><p>entre classes e uso problemático de álcool,</p><p>de modo que a probabilidade de consumo</p><p>problemático de álcool foi maior para</p><p>adolescentes da classe Enganador .</p><p>Estas estratégias podem assumir importantes</p><p>funções de desenvolvimento à medida que</p><p>os adolescentes envelhecem. Durante este</p><p>período, ocorrem mudanças fundamentais na</p><p>forma como os adolescentes gerem a</p><p>informação que dão aos pais sobre o seu</p><p>quotidiano (Lionetti et al., 2019 ).</p><p>Especificamente, os adolescentes tendem a</p><p>divulgar menos informações (Laird et al.,</p><p>2013 ) e a guardar mais segredos dos pais</p><p>(Baudat et al., 2020 ). De acordo com a teoria</p><p>da gestão da privacidade comunicacional</p><p>(Petronio, 2002 , 2010 ), tal retenção de</p><p>informações facilitaria o desenvolvimento da</p><p>autonomia e da privacidade dos</p><p>adolescentes dentro de suas famílias, pois</p><p>lhes permitiria regular e escolher as</p><p>informações que compartilham com seus</p><p>pais, e delimitar limites em torno da</p><p>informação (Finkenauer et al., 2009 ). Mas,</p><p>ao mesmo tempo, a par desta necessidade,</p><p>os adolescentes também procuram manter</p><p>um sentido de intimidade, o que envolve a</p><p>necessidade de se sentirem ligados e de</p><p>manterem boas relações com os pais, que</p><p>continuam a ser uma importante fonte de</p><p>apoio. Isto pode ser feito através da</p><p>divulgação contínua de informações sobre</p><p>determinados aspectos da sua vida diária</p><p>(Fletcher & Blair, 2018 ). Em resumo,</p><p>assume-se que os adolescentes utilizam</p><p>@d</p><p>ess</p><p>ab</p><p>me</p><p>d</p><p>estratégias de revelação e ocultação com os</p><p>pais para satisfazer as suas necessidades de</p><p>autonomia e de intimidade.</p><p>Pesquisas anteriores sugerem que a gestão</p><p>da informação pelos adolescentes pode ser</p><p>um aspecto importante a considerar na</p><p>prevenção do uso de álcool.</p><p>Especificamente, foram encontradas</p><p>associações negativas entre a revelação às</p><p>mães e aos pais e a frequência do consumo</p><p>de álcool (Jiménez-Iglesias et al., 2013 ),</p><p>enquanto foram encontradas associações</p><p>positivas entre guardar segredos e consumo</p><p>perigoso (Baudat et al., 2020 ), bem como</p><p>bem como problemas de saúde física ou</p><p>mental relacionados ao álcool (Hartman et</p><p>al., 2015 ). Deve-se notar que estas</p><p>associações transversais poderiam</p><p>potencialmente reflectir o facto de que a</p><p>gestão da informação dos adolescentes não</p><p>só contribui e reforça certos padrões</p><p>comportamentais, mas também é moldada</p><p>por esses padrões comportamentais</p><p>(Marshall et al., 2005 ). Por exemplo, estudos</p><p>longitudinais demonstraram que níveis mais</p><p>elevados de divulgação previam consumo</p><p>menos perigoso ao longo do tempo</p><p>(Stavrinides et al., 2010 ), enquanto níveis</p><p>mais elevados de mentira previam consumo</p><p>mais frequente (Lushin et al., 2017 ). Além</p><p>disso, também foram encontradas</p><p>associações bidirecionais, com níveis mais</p><p>baixos de segredos guardados associados a</p><p>consumo menos frequente ao longo do</p><p>tempo, e consumo frequente associado a</p><p>maiores segredos subsequentes (McCann et</p><p>al., 2016 ).</p><p>@d</p><p>ess</p><p>ab</p><p>me</p><p>d</p>