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São materiais, geralmente pulverulentos, que ao entrarem em contato com a água formam uma pasta, capaz de endurecer por reações químicas ou por secagem. Os aglomerantes são capazes de ligar os agregados tornando um sólido e coeso. Inorgânicos • cal • gesso • cimentos Portland Composição básica • Si, Ca, Al, Mg Orgânicos • betumes (asfaltos) • resinas Composição básica • Carbono (C) Aglomerantes hidráulicos são produtos cuja pasta apresenta a propriedade de endurecer apenas pela reação com a água e que formam produtos resistentes a água. ◦ Ex: Cimento, cal hidraulica Aglomerantes aéreos são produtos cuja pasta apresenta a propriedade de endurecer por reações de hidratação ou pela ação química do anidrido carbônico (CO2) presente na atmosfera e que, após seu endurecimento, não resiste satisfatoriamente quando submetida à ação da água ◦ Ex: cal aérea e gesso Aéreos • Não endurecem se mantidos em água • Utilizáveis em ambiente secos Hidráulicos • + resistentes à ação prolongada da água • utilizáveis em ambiente externo As argamassas com cal utilizadas em estruturas antigas construídas pelos Gregos e Romanos se tornaram hidráulicas devido a adição de materiais pozolânicos que reagiram com a cal produzindo um produto cimentante resistente a água. A cal BRANCOR FRICAL CAL ITAÚ MINERCAL (*) CAL TREVO QUALLICAL CIBRACAL TRADICAL FINACAL http://www.abpc.org.br/frame.htm 5600 a.C.1° relato da aplicação da cal como aglomerante ◦ Laje de 25 cm de espessura, no pátio da vila de Lepenke-Vir (atual Iugoslávia). 2700 a.C.: ◦ Pirâmide de Quéops e Quéfren: argamassas de cal no assentamento e vedação dos blocos. Outra utilizações da cal ao longo do tempo: ◦ 100 a.C. a 100 d.C Aquedutos Romanos, Coliseu, Basílica de Constantino. 1818: ◦ O francês M. Vicat estabelece os princípios racionais de sua fabricação. A cal é um aglomerante inorgânico, produzido a partir de rochas calcárias, composto basicamente de cálcio e magnésio, que se apresenta na forma de um pó muito fino. Matérias primas Rochas carbonáticas sedimentares: ◦ Calcários - mineral predominante: calcita = CaCO3 (CaO.CO2 ) ◦ Dolomitos - mineral predominante: dolomita = (Ca, Mg)(CO2) 2 = (CaCO3 .MgCO3 ) = (CaO.MgO. 2CO2 ) Especificação CaO + MgO ≥ 88% ou ≥ 90% (dependendo do tipo de cal produzido) Impurezas - quartzo, silicatos argilosos, óxidos metálicos de ferro e manganês, matéria orgânica, fosfatos, sulfetos, sulfatos, fluoretos e brucita. Existem duas formas de cal no mercado: cal virgem e cal hidratada. A cal virgem – óxidos de cálcio e magnésio A cal hidratada (comum na construção civil) é constituída de hidróxidos de cálcio e de magnésio, além de uma pequena fração de óxidos não hidratados e de carbonatos de cálcio e magnésio . ◦ A cal hidratada é utilizada como aglomerante em argamassas para assentamento de blocos ou revestimento de paredes Calcinação (≈ 600oC-900°C) Calcinação (≈ 600oC-900°C) HidrataçãoHidratação Ação do CO2 Ação do CO2 Calcário (CaCO3) Calor Liberação CO2 (Água)Calor Produto mais expansivo Calcário: (1 etapa) ◦ CaCO3 (s) ⇒CaO (s) + CO2 (g) T: 660°C - 900°C Dolomito: (2 etapas) - 1ª etapa: ◦ CaCO3 .MgCO3 (s) ⇒CaCO3 (s) + MgO (s) + CO2 (g) (T: ~250°C - 380°C) - 2ª etapa (análoga à decomposição da calcita): ◦ CaCO3 (s) ⇒CaO (s) + CO2 (g) T: 660°C - 900°C Reação global: CaCO3 .MgCO3 (s) ⇒ CaO (s) + MgO (s) + 2CO2 (g) Cal hidratada ◦ CaO + H2O = Ca(OH)2 + CALOR (Extinção, Hidratação) ◦ CaO + MgO + H2O = Ca(OH) 2.Mg(OH)2 + CALOR Carbonatação ◦ Ca(OH)2 + CO2 = CaCO3 + H2O (Carbonatação) ◦ Mg(OH)2 + CO2 = MgCO3 + H2O resíduo de extinção: fração supercalcinada não hidratável + teor de carbontatos da rocha matriz. Os tempo de início de extinção e final se prolonga carbonatosóxidos Óxidos supercalcinado Mineração Britagem Calcinação Moagem Hidratação Moagem 900°C – 1100°C Cal Virgem Matéria prima: calcário, dolomito, conchas calcárias Cal Hidratada Moinho de bolas 2 a 10 m Moinho de martelo Exigências químicas da cal hidratada para construção (NBR 6453/03) Requisitos Critérios limite CH I CH II CH III Anidrido carbônico Fábrica ≤ 5% ≤ 5% ≤ 13% Depósito ou obra ≤ 7% ≤ 7% ≤ 15% Óxidos de cálcio e magnésio não hidratados (CaO + MgO) ≤ 10% ≤ 15% ≤ 15% Óxidos totais na base de não voláteis (CaO + MgO) ≥ 90% ≥ 88% ≥ 88% Requisitos físicos da cal hidratada para construção (NBR 7175/03) Requisitos Critérios limite CH I CH II CH III Finura (resíduo) Peneira 0,600 mm ≤ 0,5% ≤ 0,5% ≤ 0,5% Peneira 0,075 mm ≤ 10% ≤ 15% ≤ 15% Retenção de água ≥ 75% ≥ 75% ≥ 70% Incorporação de areia ≥ 3,0% ≥ 2,5% ≥ 2,2% Estabilidade Ausência de cavidades ou protuberâncias Plasticidade ≥ 110% ≥ 110% ≥ 110% Plasticidade ◦ Cal hidratada tem partículas muito finas, após receberem água atuam como lubrificantes, reduzindo o atrito entre grãos de areia melhor trabalhabilidade, boa aderência ao substrato e maior rendimento. ◦ Caracteriza a facilidade de aplicação da argamassa. Imagem obtida com lupa estereoscópica - AMPLIAÇÃO 20X Fonte: CARASEK (1996) Argamassa - sem cal Argamassa - com cal Retenção de água ◦ A cal hidratada tem grande capacidade de reter água ao redor de suas partículas – água de amassamento, água de hidratação; ◦ Evita a perda excessiva da água de amassamento da argamassa, por sucção, para os blocos ou tijolos. ◦ Esta propriedade também é importante por prolongar o tempo no estado plástico da argamassa fresca, aumentando a produtividade do pedreiro. ◦ Ao reagir com o CO2 a cal hidratada libera água retida, esta é absorvida pelo cimento (argamassa mista) cura perfeita. Incorporação de areia ◦ Propriedade que expressa a facilidade da pasta de cal hidratada envolver e recobrir os grãos do agregado e, conseqüentemente, unir os mesmos. ◦ Cal hidratada – produto fino (grande número de grãos)- consegue envolver maior volume de areia maior redndimento ◦ Cales com alta plasticidade e alta retenção de água têm maior capacidade de incorporar areia. Módulo de elasticidade ◦ Baixo módulo – possui maior capacidade de absorver as pequenas movimentações, evitando o surgimento de trincas, fissuras e descolamentos dos revesti entos. Resistência à compressão ◦ O uso da cal hidratada contribui muito pouco para a resistência à compressão das argamassas porém possui resistência suficiente para atender as normas técnicas (assentamento e revestimento) Finura ◦ Partículas muito finas (m) dão maior plasticidade, trabalhabilidade, retenção de água; ◦ Partículas > 0,075mm (grandes) indícios de hidratação incompleta. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 1:3 - cim:areia 1:1/4:3 - cim:cal:areia 1:1:6 - cim:cal:areia 1:2:9 - cim:cal:areia R E S À C O M P R E S S Ã O (M P a) 0 5 10 15 20 25 M Ó D U LO D E FO R M A Ç Ã O (M P a) RES. À COMPRESSÃO MÓDULO DEFORMAÇÃO (GPa) CINCOTTO at al. (1985) Cales de melhor qualidade: ◦ Mais finas ◦ Menor teor de carbonatos remanescentes ◦ Menor teor de óxidos não hidratados remanescente •Realização da maturação da argamassa: • Efeito físico: aumento da trabalhabilidade (lubrificação dos grãos de areia) – possibilidade de redução da quantidade de cal para uma mesma facilidade de espalhamento - R$ •Efeito químico: hidratação dos óxidos remanescentes não hidratados - Finura (NBR 9289/00) - Estabilidade (NBR 9205/01) - Retenção de água (NBR 9290/96) - Plasticidade (NBR 9206/03) - Consistência normal (NBR 14399/99) - Capacidade de incorporação de areia (9207/00) Suspensão leite de cal preparada a partir de cal virgem ou hidratada. Vantagens ◦ Cor extremamente branca ◦ Opacidade de seus elementos ◦ Adensamento provocado pela carbonatação ◦ Baixo custo ◦ Alta reflexibilidade ◦ Pintura permeável que permite a passagem de CO2 ◦ Ambiente acéptico Hospital Santo Antônio, Santos-SP Vantagens ◦ Estado fresco Maior plasticidade Melhortrabalhabilidade Maior produtividade na execução Maior retenção de água ◦ Estado endurecido Capacidade de absorver as deformações baixo módulo de deformação Menor retração menor variação dimensional ◦ Isolamento térmico, acústico ◦ Economia Imagem obtida com lupa estereoscópica - AMPLIAÇÃO 20X Fonte: CARASEK (1996) Argamassa - sem cal Argamassa - com cal Aglomerante aéreo e inorgânico obtido por calcinação do minério natural gipso (CaSO4 + 2H2O), impurezas. • Constituído essencialmente de: • sulfato de cálcio hemidratado (CaSO4 + 1/2H2O). • anidritas solúvel e insolúvel (CaSO4) • gipsita (CaSO4 + 2H2O). Gesso Calcinação Moagem Gipsita Extração CaSO4.2H2O 1,5 a 2 H2O150 ~ 350 oC Gesso químico Moagem grossa – estocagem homogeneização.Secagem Moagem fina – ensilagem Calcinação ◦ Único forno produto hemidrato puro ou gipsita ou anidrita ◦ Dois fornos hemidrato e separados anidrita Moagem ◦ Em conformidade com a utilização Construção – pré-fabricação, revestimentos Moldagem - arte Cuidados ◦ Umidade – afeta o desempenho na aplicação, o dihidrato formado age como um acelerador de pega Hemidrato de fórmula (CaSO4.0,5H2O) ou β’ ◦ 140-160°C ◦ É a fase mais comum em gessos de construção ◦ Números de moléculas de água de cristalização – 0,15 a 0,66 moléculas Anidrita III ou anidrita solúvel (CaSO4.ξH2O) ◦ 160-190°C ◦ Apresenta teor de água de cristalização entre 0,06 e 0,11 moléculas ◦ Altamente reativo – age como acelerador de pega Anidrita II ou anidrita insolúvel (CaSO4) ◦ > 250°C ◦ Quando produzida a 350°C é chamada de anidrita supercalcinada reage lentamente com a água. ◦ Quando calcinada a temperaturas entre 700°C - 800°C. Hidrata-se apenas após alguns meses. ◦ A hidratação da anidrita consome 2 moléculas de água diminuição da porosidade do gesso aumento da resistência mecânica (dureza). Anidrita I (CaSO4) – anidrita de alta temperatura ◦ > 1200°C ◦ Fase de pega e endurecimento lentos ◦ Fase não pura (contém CaO) Gipsita (CaSO4.2H2O ) ◦ Pode estar presente no produto devido ao tempo de calcinação insuficiente ou por moagem grossa da matéria prima ◦ Acelerador da reação de hidratação (agem como núcleos de cristalização do hemidrato e anidrita solúvel) Fenômeno químico ◦ Material em pó (anidro) + água dihidrato Formação pasta homogênea consistente e trabalhável Aumento da consistência endurecimento ganho de resistência 1° Aglomerante a receber estudo científico ( LAVOISIER, 1798 e Le CHATELIER, 1887). Fenômeno químico (dissolução) cristalização endurecimento Hemidrato Espécies iônicas: Ca e SO42- Microcristais – dihidratos Núcleos de cristalização onde depositam os íons Crescimento de cristais Curva do calor de hidratação: Microcalorimetria de um hemidrato ( Etapa 1 (até 30s): início da dissolução Etapa 2 (2 a 3 minutos): é o período de indução, hidratos começam a se organizar formando um retículo cristalino. ◦ Afetado pelo tempo de mistura, temperatura da água de amassamento ou presença de impurezas ou aditivos. Etapa 3: é o período de aceleração, coincide com o início da pega. A solução se torna supersautrada e os hidratos precipitam formando cristais. Etapa 4: diminuição da velocidade de reação; depois de a curva passar por um máximo, a velocidade decresce progressivamente, observando-se o fim da hidratação. Hidratação das Anidritas – durar meses Fonte: IBRACON Fonte: JOHN; CINCOTTO (2007) Fonte: JOHN; CINCOTTO (2007) Fonte: JOHN; CINCOTTO (2007) Aglomerante de baixo consumo de energia (350°C) Endurecimento rápido; Plasticidade da pasta fresca e lisura da superfície endurecida belos acabamentos de paredes e tetos; Após endurecido, não é estável na água (aglomerante aéreo); Ensaios Variação NBR 13207/94 Módulo de Finura Fino < 1,1 Grosso > 1,1 Massa Unitária - < 700 Kg/m3 Resistência à compressão 9 a 30 MPa > 8,4 MPa Dureza 33 a 53 MPa > 30 MPa Tração na flexão 4 a 10 MPa Aderência 0,4 a 1,6 MPa Aplicação Variação NBR 13207/94 Início Revestimento 3,5 a 30 min > 10 min Fundição 4 a 10 min Fim Revestimento 5 a 25 min > 45 min Fundição 20 a 45 min Materiais à base de gesso, geram bons desempenhos: Quanto à resistência mecânica (chegando até 17MPa), Resistência ao fogo libera vapor da água Condutibilidade térmica(Capacidade do material de se deixar atravessar por um fluxo de calor) GESSO Baixo coeficiente de condutibilidade térmica (em torno de 0,26) Baixa densidade, pois apresenta grandes vazios nos espaços inter- cristalinos Material mal condutor de calor – Bom isolante térmico Todavia dificulta fixação de elementos que gerem cargas; (cargas suspensas) produzem compostos expansivos, na presença de umidade, quando ligados ao cimento; São bastante susceptíveis ao desenvolvimento de bolor, principalmente em edifícios com má ventilação e insolação; A pasta de gesso fresca propicia a corrosão de peças de aço-carbono comum, pois não é alcalina e não pode passivar o aço. Aplicações: ◦ divisórias de gesso acartonado ◦ proteção ao fogo ◦ Revestimento de alvenaria - Plasticidade da pasta fresca e lisura da superfície endurecida: ◦ acabamentos decorativos de paredes e tetos ◦ Forros ◦ ornamentos pré-moldados Placas lisas de gesso com dimensões de 60 cm x 60 cm, com borda reforçada para forros suspensos. Chapas de gesso revestidas externamente por duas lâminas de papel, são denominadas de dry wall. O papel kraft que reveste absorve os esforços de tração. Para aplicação em ambientes úmidos recebe tratamento com hidrofugante Revestimento para tetos e paredes, em uma ou mais camadas com acabamento liso e homogêneo, NBR 13867/1997. Aplicação manual e mecânica. Substrato: blocos de concreto, blocos de concreto celular, blocos cerâmicos... Espessura recomendada: revestimento aplicado manualmente = 5 2mm, revestimento aplicado mecanicamente = 10 5mm (MEDEIROS; BARROS, 2007). Elevada aderência; Dispensam prazos prolongados de cura, em geral, de uma a duas semanas; Facilitam acabamento decorativo, podendo dispensar o uso de massa corrida no caso de pintura; Baixa massa específica (da ordem de 1.050kg/m3); Baixa condutibilidade térmica e demandam grande energia para a sua desintegração por ação térmica; Mantém equilíbrio higrotérmico com o meio ambiente A faixa de consistência que permite a aplicação de pastas de gesso mostrou que a pasta pode ser aplicada quando a consistência encontra-se entre 28 mm (início) e 0 mm (fim). Aparelho de Vicat modificado - para determinação da consistência da pasta (NBR 12128) -Perfis moldados, em complementação às placas de gesso, utilizados para a realização de acabamento de bordas e produção de detalhes arquitetônicos - Fibro-gesso: fibra adicionada para melhorar a resistência à tração e ao impacto. - Porta corta-fogo. - Isolante acústico.
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