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PG0030 – Fundição 2º semestre de 2016 AULA 3 – AREIAS DE FUNDIÇÃO : COMPONENTES PRINCIPAIS Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Ponta Grossa Professor: Dr. Denilson José Marcolino de Aguiar Areias de fundição Areia Verde Mais conhecido e empregado processo de fundição Preferência Economia, ampla variedade de metais com qualidade satisfatória (ferrosos e não ferrosos), podendo ser usado para produção em série. Areia Verde : Processo Basicamente compacta-se a mistura plástica de areia (sílica + argila + água) sobre um modelo sacar o modelo uso imediato. Constituintes trinômio areia base + argila + água. Pode conter aditivos intencionalmente colocados para melhorar propriedades. Areia Verde : Processo Para produção em série possível sincronizar etapa de moldagem e fusão vantagens para substituir processos mais caros... ... mesmo para atender requisitos rigorosos Qualidade da peça função da qualidade da areia Ligação areia-argila-água Grão de areia envolto por lamelas de argila úmida (filme) Ligação areia-argila-água Água átomo de O une 2 átomos de H covalente , altamente direcional. Ligação areia-argila-água Disposição dos átomos cargas assimétricas molécula dipolar Superfície da areia (SiO2) átomos de O sítios de ligação com os H’s da água. Caráter dipolar da água moléculas se alinham rigidamente camadas sucessivas sobre a areia Resultado união dos grãos por forças coulombianas. Filmes em torno da areia Formação dipolo ligação entre lamelas adjacentes lamelas deslizam entre si por forças externas moldagem!! Compactação dos moldes “pontes argilosas” (contato entre os grãos envoltos por argila). Força de ligação promovida pela água! Filmes em torno da areia Mesmo sendo a argila o aglomerante, é a água que confere a plasticidade às lamelas (liga as lamelas de argila). Pontes de H da água + átomos da superfície sólida; Tensão superficial moléculas água/água Resultado grãos de areis ligados. Eficácia da argila recobrir a areia 2 contribuições Resumindo ... Adesão interface areia/ argila Eficácia da argila recobrir a areia Coesão facilidade da criação de pontes de hidrogênio resistência interna do filme de argila. Argilas ortossilicatos que tem como componente principal o Al Desequilíbrio elétrico interno provocado pela disposição dos átomos + troca do Al (base da argila) por cátions externo à camada de sílica (Ca2+, Mg2+, K+, Na+) A coesão Diferença de potencial entre lamelas de argila condições para alinhamento da água COESÃO!!! Como dito, a água é o ligante do processo... Argila tamanho bem refinado muita superfície de contato e capacidade de interagir com a água. Qual a função da argila? Pontes de H formada pela água forças coesivas da mistura Esta estrutura lamelar plasticidade. A ausência da argila faria com que o efeito ligante da água fosse perdido. O efeito do trinômio é fundamental para conferir propriedades de moldagem. Efeitos da argila Argila retém água por mais tempo e reduz a velocidade de evaporação. Retração (por perda de água) no aquecimento contrabalança a expansão dos grãos de areia... Efeitos da argila ... ESTABILIDADE TÉRMICA DIMENSIONAL AO MOLDE!!! .. Que só ocorre por causa da presença da argila Água em excesso Comentários sobre o processo areia verde 1) Maior resistência ao conjunto muitas pontes de água se encadeiam se afastam da camada de argila. 2) Perda resistência do conjunto distância muito grande da argila menor efeito da diferença de potencial e das pontes de H perda de efetividade após algumas camadas. Água na prática ± 25 % (ótimo) Comentários sobre o processo areia verde Propriedades da areia verde 1) Escoabilidade; 3) Plasticidade. 2) Consistência; A combinação destas 3 propriedades moldes uniformemente compactados. Denilson Aguiar (DA) - escorregamento dos grãos uns sobre os outros. Quanto maior a escoabilidade, maior a densidade para um mesmo esforço aplicado--> economia operacional. Denilson Aguiar (DA) - capacidade de manter a forma Denilson Aguiar (DA) - capacidade de deformação sob um esforço externo Areia a seco Operações idênticas a areia a verde adiciona-se a etapa de secagem. Moldes pequenos secagem em estufa Moldes em poço (chão) secadores portáteis Tempo de secagem função do tamanho da peça alguns minutos até várias horas Fatores que influenciam a secagem do molde Temperatura da secagem Condições de transferência de calor da estufa ou forno Tamanho do molde Características do molde seco ... Comparação com areia a verde Mais resistente à erosão Maior estabilidade dimensional Maior resistência à pressão metalostática Maior resistência à penetração do metal Maior custo (etapa de secagem) Areia aglomerada com resina 2 grandes grupos de resinas: Termoplásticas amolecem sob ação do calor Termofixas enrijecem sob ação do calor ... Logo termofixas interesse em fundição Areia aglomerada com resina Cura da resina materiais insolúveis, infusíveis (inerente ao processo de reticulação ligações cruzadas) Resina cura a frio temperatura ambiente catalisador líquido ou gasoso. Resina cura a quente ação do calor na cura Processo de cura Inicia-se logo após a mistura dos componentes (areia + resina + catalisador) Mistura fluida por um período para permitir a moldagem (tempo de bancada). Após um tempo resistência mecânica cura completa da resina Processo silicato de sódio+ CO2 Endurecimento processo físico químico dividido em 3 etapas: 1) Duas reações químicas formando sílica gel, carbonato e bicarbonato de sódio, parcialmente responsáveis pelo endurecimento Na2O. 2 SiO2 + CO2 Na2CO3 + 2SiO2 Na2O. 2 SiO2 + 2 CO2 + H2O 2 NaHCO3 + 2SiO2 Processo silicato de sódio+ CO2 2) Secagem desidratação do silicato de sódio promovida pelo CO2 Silicato de sódio tende a se tornar um vidrado pela perda de água. Portanto, o excesso de água tende a ser carregado pelo CO2 seco acentua-se pela gasagem Processo silicato de sódio+ CO2 3) Secagem desidratação por difusão da umidade para a atmosfera A água existente na solução de silicato (remanescente o que não reagiu com o CO2 vai para a atmosfera Processo silicato de sódio+ CO2 Formação da sílica-gel Necessidade de penetração do CO2 na película de solução do silicato sobre o grão de areia precisa de um tempo de contato. Início do processo baixa vazão de gás maior tempo de contato maior velocidade de reação química Etapas finais depois da reação química ocorrida maior vazão de gás aumenta taxa de passagem de água para superfície Areia responsável pelo volume do molde Silicato de sódio aglutinante endurecimento Sílica coloidal perde sua função aglomerante em temperaturas elevadas facilita a desmoldagem por causa da colapsibilidade... Processo silicato de sódio+ CO2 Na prática... Processo silicato de sódio+ CO2 A perda da função aglomerante não é tão extensa e a colapsibilidade não é tão boa... ... Aditivos para melhorar!!! Características da mistura para o processo silicato de sódio+ CO2 Areia com baixo teor de impurezas Areia com umidade baixa (máx. 1%) Temperatura do processo máx. 25 ºC Granulometria da areia controlada Areia com baixo teor de finos (quebradiço) Silicato escolhido de acordo com a composição da mistura Características da mistura para o processo silicato de sódio+ CO2 Mistura endurecer em tempos curtos sem necessidade de estufas Areia silicosa lavada finura 50 a 115 AFS + 2,5 a 6 % de silicato + aditivos (colapsibilidade) Preparo da areia ( silicato de sódio+ CO2) Misturadores convencionais 3 a 5 minutos Tempo de bancada 30 minutos a 3 horas Corrente de CO2 nos moldes preparados endurecimento. Composição e granulometria da areia Fatores que influenciam tempo de gasagem % de finos Em condições normais ~1 minuto tempos prolongados aumente a resistência mas torna o molde quebradiço. Temperatura do gás GasagemResina sintética + areia placa metálica aquecida casca fina sobre a placa. Moldagem em casca Resinas geralmente fenólicas + areia 100 AFS isenta de impurezas Areias a base de sílica, zirconita e olivinas Materiais no processo Moldagem em casca A escolha deve ser em função do custo, natureza da areia, distribuição granulométrica, forma do grão, impurezas e propriedades mecânicas... Obs: Nem sempre areia de baixo cuto = processo mais barato pode aumentar consumo de resina!!! Resinas usadas grupo novolaca (fenol +formol) Materiais no processo Moldagem em casca Excesso de fenol necessitam de agentes conversores e calor para a cura Agente conversor hexamina (=mistura de amônia e formaldeído) Novolaca resinas termoplásticas transformam em termofixas com formaldeído Como ocorre o endurecimento? Hexamina fornece formaldeído para o processo (conversor) mistura durante a preparação da areia (com a resina ainda líquida) Placas aquecidas 230 – 300 ºC hexamina se decompõe e reage com água residual da resina formaldeído + amônia Como ocorre o endurecimento? Reações complementares entrelaçamento das cadeias resultando em polímero termofixo. São os constituintes de maior proporção. As mais usadas são: Areias de base 1) Sílica 2) Cromita 3) Zirconita 4) Olivinas Principais Propriedades da Areias de base 1) Pureza dificilmente são 100% puras controle, pois impurezas baixam ponto de fusão e reagem com metal 2) Presença de orgânicos algumas vezes necessário “queimar” a areia para eliminar orgânicos estes aumentam o consumo de ligantes Principais Propriedades da Areias de base 3) Forma dos grãos observável em baixos aumentos (típico 40 x) Denilson Aguiar (DA) - arredondados menor superfície específica, logo, menor consumo de ligantes Principais Propriedades da Areias de base 4) Granulometria média ponderada dos grãos observados método padronizado pela AFS (sequência de peneiras) MÓDULO DE FINURA Principais Propriedades da Areias de base Principais Propriedades da Areias de base 5) Expansibilidade quanto a areia se expande com o aumento de temperatura ideal baixa expansibilidade Sílica alta expansibilidade baixo custo justifica o uso Sílica vítrea baixa expansibilidade uso em fundição de precisão. Principais Propriedades da Areias de base Sílica Silício abundante na crosta terrestre, densidade ~2,6 g/cm³ Composto principalmente de quartzo que se funde a 1728 ºC que apresenta polimorfismo. Expansão uniforme até 573ºC mudança abrupta de volume (expansão) quartzo α para quarzo β. Outras transformações (quarzo β ↔ tridimita ↔ cristobalita mais difícil ocorrer. Sílica Estas transformações são as principais desvantagens no uso da sílica. Além disto, pode ocorrer reatividade com alguns metais (ex. ferro) interpenetração do metal líquido entre os grãos de areia. Partículas finas provocar silicose!!!! Sílica amorfa A partir do estado líquido da sílica não consegue se cristalizar com facilidade no resfriamento estrutura amorfa (sílica vítrea na temperatura ambiente). Estável e com baixo coeficiente de expansão em qualquer temperatura (amorfa) Amorfa não muda de fase Moldes com necessidade de estabilidade dimensional Zirconita Silicato de zircônio ZrO2 . SiO2 Minério puro 67 % de zircônio e 32 % de sílica, sendo a temperatura de fusão de 2550 ºC densidade 4,7 g/cm³ Areias de praia de vários lugares no mundo Brasil, no espírito Santo pH ácido (4,7) , areia dura e grãos arredondados Zirconita Baixo coeficiente de dilatação térmica e sem mudanças de fases no ciclo térmico estabilidade térmica. Indicada para aços (aço não molha a zirconita) Custa mais que a sílica (até porque ocorre menos na crosta). Mais densa pesa mais para mesmo volume. Olivina Ortossilicato de ferro e magnésio (2 MgO. SiO2 ) + (2 FeO. SiO2) Coloração verde origem do nome Mineral frágil e sujeito a transformações polimórficas Menor coeficiente de dilatação que o quartzo, mas maior que a zirconita e cromita. Usada em muitos países para aços especiais. Chamote Originada pelo beneficiamento de argilas cauliníticas calcinação, britagem e classificação granulométrica Boas areias de chamote ponto de fusão e densidade ~ da sílica Difusividade térmica baixa Menor expansibilidade que a sílica e olivina Chamote Indicada para minimizar defeitos devido à expansão interessante para peças grandes Alto custo somente quando é indispensável minimizar riscos de defeitos de expansão Referências complementares: FERREIRA, J. M. G. C. Tecnologia da Fundição. Editora Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1999. TORRE, J. Manual prático de fundição e elementos de prevenção da corrosão (Traduzido para o Português). Editora Hemus, São Paulo, 2004. BEELEY, P. Foundry Technology. Editora Butterworth Heinemann (2ª ed.), Oxford, 2001. REFERÊNCIAS BALDAM, R.L.; VIEIRA, E.A. Fundição: Processos e tecnologias correlatas. Editora Érica, São Paulo, 2013. Capítulos: 6 itens – até 6.2.1 (inclusive)
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