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SISTEMATIZAÇÃO DE ENFERMAGEM AO CLIENTE NO PÓS OPERATÓRIO COM FRATURA TRANSTROCANTÉRICA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
ESCOLA DE ENFERMAGEM ALFREDO PINTO
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICO
DISCIPLINA DE ATENÇÃO A SAÚDE DO ADULTO E DO IDOSO
SISTEMATIZAÇÃO DE ENFERMAGEM AO CLIENTE NO PÓS OPERATÓRIO COM FRATURA TRANSTROCANTÉRICA.
Rio de Janeiro
Novembro, 2015
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
ESCOLA DE ENFERMAGEM ALFREDO PINTO
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM MÉDICO CIRÚRGICO
DISCIPLINA DE ATENÇÃO A SAÚDE DO IDOSO
Alexia dos Santos Martins
Camila Camacho Ribeiro
Ingrid Zuvanov Kahl Costa
Orientadora: Profª Drª Vera Lucia Freitas de Moura
Rio de Janeiro
Novembro, 2015
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................................p.4
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................................................p.5
Osteossíntese com placa de apoio trocantérica associada ao DHS..............................p.5
METODOLOGIA.............................................................................................................p.7
PROCESSO DE ENFERMAGEM..................................................................................p.8
Histórico de Enfermagem............................................................................................p.8
Identificação
Histórico da Doença Atual
Histórico Patológico Pregresso
 Histórico fisiológico
Exame Físico de Admissão
 Exames Laboratoriais
Diagnóstico de Enfermagem......................................................................................p.10
Plano Assistencial......................................................................................................p.11
 Plano de Cuidados.....................................................................................................p.15
Evolução de enfermagem...........................................................................................p.15
Prognóstico.................................................................................................................p.16
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO.......................................................................p.17
Kefazol.......................................................................................................................p.17
Ciprofloxacino...........................................................................................................p.17
CONCLUSÃO.................................................................................................................p.19
REFERÊNCIAS..............................................................................................................p.20
 INTRODUÇÃO
O presente estudo de caso foi desenvolvido por acadêmicos do 5º período do curso de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, como parte integrante da avaliação obrigatória na disciplina de Atenção à Saúde do Adulto e do Idoso. 
 Este estudo foi realizado no Hospital Universitário Gaffrée & Guinle, durante o período de 09 de Setembro a 29 de Novembro 2015. E apresenta os cuidados de enfermagem prestados a cliente com fratura transtrocantérica de fêmur direito, admitida na enfermaria da ortopedia do hospital supramencionado.
A escolha desta paciente foi motivada pelo interesse na sua história clínica, bem como pela possibilidade de acompanhar o intra-operatório e o pós-operatório do procedimento ao qual foi submetida. 
Robert K. Yin (2014) aponta que em um estudo de caso existem cinco componentes de pesquisa importantes, como: as questões do estudo de caso, levantando dados; as proposições (se houver), direcionando a atenção; a unidade de análise, o problema fundamental; a lógica que une os dados às proposições, vínculo dos dados com as informações buscando explicação; e os critérios para interpretar as constatações, utilizando análises estatísticas ou outros critérios. 
A relevância que este estudo apresenta para a área da enfermagem é de possibilitar maior conhecimento dos casos e os cuidados de enfermagem, em cliente com fratura transtrocantérica. A incidência de fraturas no quadril é mais alta em idosos, estando relacionado às doenças degenerativas, bem como a queda relacionada à disposição domiciliar e urbana. 
Julgando a importância da parte prática para o aprimoramento dos conceitos vistos na teoria e o conhecimento adquirido, o estudo tem como objetivos: identificar as características clínicas e de saúde do paciente e aplicar a sistematização da assistência de enfermagem em cliente no pós-operatório de osteossíntese transtrocantérica de quadril direito. 
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Osteossíntese com placa de apoio trocantérica associada ao DHS. 
As fraturas transtrocanterianas ocorrem em uma área entre o pequeno e o grande trocânter, na porção extra-articular, em osso de predominância esponjosa e ricamente vascularizado, sendo o resultado de forças diretas e indiretas envolvendo o fêmur proximal. Essas fraturas estão associadas a quedas e forças aplicadas indiretamente pelos músculos circundantes, sendo este difícil de quantificar. (DANI; AZEVEDO, 2006). 
Estima-se que 250.000 fraturas do quadril ocorram anualmente nos Estados Unidos. Podendo esse número chegar a 500.000 fraturas no ano de 2040. No Brasil, de acordo com um levantamento feito pelo Ministério da Saúde através do SUS, verificou-se que dos 90% dos recursos destinados a doenças ortopédicas, sendo consumidos por nove doenças, a fratura transtrocantérica está entre elas. (DANI; AZAVEDO, 2006). 
Segundo Magalhães Filho et al (2010), as fraturas transtrocantéricas “são responsáveis por aproximadamente 50% de todas as fraturas do fêmur proximal, sendo mais comum nas mulheres devido às alterações metabólicas no osso pós-menopausa”.
A fratura de fêmur é muito comum em idosos, estando ligado ao processo de senescência, envelhecimento fisiológico, como também a senilidade, envelhecimento associado a patologias. Visto que fatores como pequenos traumas (quedas), a osteoporose, acuidade visual diminuída, alteração de equilíbrio e dos reflexos, além de fraqueza muscular e outras doenças associadas- doenças neurológicas, cardiovasculares e deformidades osteomioarticulares- aumentam a incidência de fratura do terço proximal do fêmur. (Muniz CF, Arnaut AC, Yoshida M et al, 2007). 
De acordo com a literatura existem várias classificações para as fraturas transtrocanterianas, mas as mais utilizadas são as classificações de Evans, Tronzo e o grupo AO/ASIF.
As fraturas transtrocantéricas podem ser divididas, segundo a classificação AO, em estáveis (tipo A1), instáveis com traço de fratura padrão (tipo A2) e instáveis com traço de obliquidade reversa (tipo A3). Nos tipos A1 e A2, a placa DHS, quando comparada às hastes cefalomedulares, proporciona resultados semelhantes em relação a tempo cirúrgico, tempo de radioscopia, perda sanguínea, tempo de internação, mobilidade no pós-operatório, tempo de consolidação, perda de redução, mortalidade e resultado funcional. A placa DHS ainda tem indicação nas fraturas tipos A1 e A2. Já nas fraturas com traço reverso, tipo A3, o uso de hastes cefalomedulares pode ser vantajoso. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA COLEGIO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA, 2009.)
O paciente pode apresentar dor local, hematoma sobre o grande trocânter, impotência funcional, associado ao encurtamento do membro e em atitude de rotação externa. Para a confirmação do diagnóstico e melhor classificação da fratura é solicitada a realização de uma radiografia em ântero-posterior e de perfil. Nos casos em que o paciente apresenta histórico de queda e apresenta dor ao movimentar o quadril, sem uma imagem que caracterize uma fratura na radiografia, recomenda-se a ressonância magnética. (DANI; AZAVEDO, 2006).
As fraturas transtrocantéricasA1 e A2 é de tratamento iminentemente cirúrgico, exceto em pacientes sem condições clínicas adequadas, para promover uma saída precoce do leito, diminuindo riscos de complicações pulmonares e circulatórias. (MAGALHÃES FILHO et al, 2010). É feita a redução anatômica do osso e fixação da fratura com o uso de material de síntese rígido, como placa e parafuso, fio de Kirshner e haste intramolecular. (ZUPPY, 1995). O parafuso dinâmico de quadril (DHS) tem sido usado como tipo de fixação convencional para fraturas transtrocantéricas. Porém, o sucesso do tratamento depende de cinco fatores: qualidade do osso, tipo de fratura, obtenção da redução e posicionamento do implante. (MAGALHÃES FILHO et al, 2010). 
Após um ano de tratamento cirúrgico com DHS, tanto de fraturas estáveis como instáveis, 69% dos pacientes estão vivos, sendo que 95% não referem dor ou apresentam dor leve, 85% voltam a mesma acomodação e 50% retornam ao seu estado de mobilidade prévio à fratura. O índice de complicações relacionadas diretamente à fixação cirúrgica é de apenas 3,6%, levando a recuperações em 2,6% dos pacientes. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA COLEGIO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA, 2009)
METODOLOGIA
Este estudo é de natureza qualitativa exploratória do tipo estudo de caso. O mesmo trata de descrever informações obtidas em uma forma não numérica, sendo assim, nosso objeto de estudo pode ser mais bem explorado e analisado, ampliando a discussão, com aprofundamento teórico, sobre o caso clínico em questão (PEREIRA,1995).
A referência teórica utilizada como base para a sistematização da assistência de enfermagem neste estudo é o trabalho de HORTA,W. de A. e amplamente conhecido “Processo de Enfermagem” publicado em 1979. A partir das etapas do processo de enfermagem de HORTA,W. de A., é feito o levantamento do histórico de enfermagem através da anamnese, consulta ao prontuário e exame físico, onde em seguida é possível formular os diagnósticos de enfermagem cabíveis, a partir do qual será traçado um plano assistencial de enfermagem e um plano de cuidados acerca das necessidades humanas básicas e ao final será possível também supor um prognóstico.
Para a definição dos diagnósticos de enfermagem, foi utilizada a taxonomia proposta pela North American Nursing Diagnosis Association (NANDA) com 235 diagnósticos atualizados e universais a todos os profissionais de enfermagem. 
O estudo foi realizado durante as atividades práticas assistenciais da disciplina obrigatória de Atenção a Saúde do Adulto e do Idoso, desenvolvidas na enfermaria de ortopedia médica do Hospital Universitário Gaffrée & Guinle. O Hospital Universitário localiza-se na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, e as atividades foram realizadas no segundo semestre de 2015.
Foram utilizadas as técnicas de exame físico no cliente em questão para a identificação dos achados semiológicos, e pesquisas no prontuário do cliente para a identificação e acompanhamento da evolução clínica, a partir de evoluções dos demais profissionais de saúde e exames laboratoriais já realizados.
O estudo foi realizado de acordo com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, que regulamenta a pesquisa em seres humanos. O termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi elaborado e anexado a este estudo com o objetivo de certificar os esclarecimentos necessários ao cliente e obter sua autorização para cooperação com a pesquisa.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
“O processo de enfermagem é a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando a assistência ao ser humano. Caracteriza-se pelo inter-relacionamento e dinamismo de suas fases ou passos.” (HORTA,1979,p.35). (FIGURA 1)
FIGURA 1: As seis fases do processo de enfermagem.
 Histórico de Enfermagem
É o roteiro sistematizado para o levantamento de dados do ser humano (significativos para a(o) enfermeira(0) ) que tornam possível a identificação de seus problemas (HORTA,1979,p.41).
Ainda segundo HORTA,W.A., estes dados coletados devem ser os mais completos possíveis e devem incluir a identificação, exame físico, problemas de saúde, observação do cliente no hospital e conclusão a cerca das informações coletadas.
4.1.1 Identificação
Cliente C.S.T., 83 anos, casada, sexo feminino, cor parda, natural de Minas Gerais, aposentada, e reside no bairro de São João de Meriti. 
4.1.2 Histórico da Doença Atual
Cliente refere atropelamento e fratura do fêmur direito.
4.1.3 Histórico Patológico Pregresso
Relata Hipertensão arterial. Nega outras doenças crônicas, cirurgias e alergias.
4.1.7 Exame Físico de Admissão
02/09/15 – 10:30: Paciente idosa, recebida no setor proveniente do PAM Meriti acompanhada por familiar, lúcida, orientada, acianótica, anictérica, hipocorada, eupneica em ar ambiente. Restrita ao leito, retirado AVP em MSE e SVD que apresenta débito de 100 ml, aspecto turvo, coloração ambas com presença de grumos. MIID rotacionado externamente. Relata boa aceitação de dieta oferecida e EFI + em fraldas (Sic). EM TEMPO: Em prescrição de contato padrão. Colhido Suab nasal e oral.
4.1.8 Exames Laboratoriais
	HEMATOLOGIA
	-
	11/09/2015
	Referências
	Hemácias
	3,56 10^6/uL
	4,00-5,90 ^6/uL
	Hemoglobina
	11,4 g/dl
	12,0-18,0 g/dl
	Hematócrito
	34,4%
	36,0-54,0%
	Plaquetas
	350 10^3/uL
	150-450 10^3/uL
	Leucócitos
	15,82 10^3/uL
	4,00-11,0 10^3/uL
	Neutrófilos
	85,4%
	40-72%
	Linfócitos
	8,2%
	22,0-45,0%
Observações:
	WBC (Glóbulos Brancos)
	Neutrofilia, Linfopenia, Leucocitose
	RBC (Hemácias)
	Anemia
		BIOQUÍMICA
	
	11/09/15
	Referências
	Potássio
	4.42mEq/l
	3,5 a 5,0 mEq/L
	Sódio
	135mEq/l
	135 a 145 mEq/L
	Ureia
	32mg/dL
	10 a 45 mg/dL
	Creatinina
	0.83mg/dL
	0,6 a 1,3 mg/dL
	Cloro
	99mEq/l
	100-108 mEq/L
Diagnóstico de Enfermagem
De acordo com HORTA (1979, p.57)
É a segunda fase do processo da enfermagem. Analisando os dados colhidos no histórico, são identificados os problemas de enfermagem. Estes, em nova análise, levam à identificação das necessidades básicas afetadas e do grau de dependência do cliente em relação a enfermagem, para seu atendimento.
A seguir indicadores que determinam o grau de dependência do atendimento ao cliente (Tabela 1).
	Valor
	Conheci-mento
	Deambu-lação
	Motili-dade
	Estado mental
	Condições do ambiente
	Condições socio-economicas
	0
	Correto
	Ambulante
	Total
	Consciente
	Favorável
	Muito boa
	1
	Semi-correto
	Ambulante com Auxílio
	Parcial
	Desorientação no tempo e espaço
	Semi-
favorável
	Boa
	2
	Incorreto
	Maca ou Cadeira
	Mínima
	Semiconsciência
	Difícil
	Regular
	3
	Ignora
	Acamado
	Nenhu-ma
	Fases de consciência
	Desfavorá-vel
	Má
Tabela 1. Modelo operacional para determinar a dependência de enfermagem em natureza e extensão. Fonte: HORTA, 1979.
Após enquadrar o cliente na tabela, deve-se somar os pontos e no final classificar em: Autossuficiente (0 pontos); Dependente Parcial I (1-7 pontos); Dependente Parcial II (8-14 pontos); Dependente total (15-21 pontos).
Avaliando os indicadores descritos, obtivemos para o cliente do presente estudo de caso, o seu diagnóstico de enfermagem em dependente parcial I, totalizando sete pontos.
De acordo com NANDA International (2013, p.139)
O diagnóstico de enfermagem é definido como “um julgamento clínico das experiências/respostas de um indivíduo, família, grupo ou comunidade a problemas de saúde/processos de vida reais ou potenciais...[e] oferece a base para a escolha das intervenções de enfermagem de modo a alcançar os resultados que são responsabilidade do enfermeiro.
Após avaliação clínica enquadramos o cliente nos seguintes diagnósticos de enfermagem:
	Risco de Constipação
	Risco para Disfunção Neuro Vascular Periférica
	Risco de Hemorragia
	Risco de Integridade Da Pele Prejudicada
	Risco de Quedas
	Risco de Infecção
	Dor Relacionada à Fratura
	Integridade Cutânea Comprometida
	Mobilidade Física PrejudicadaDeambulação Prejudicada
	Ansiedade 
	Padrão de Lazer Ineficaz 
Plano Assistencial
 Segundo HORTA (1979, p.65)
É a determinação global da assistência de enfermagem que o ser humano deve receber diante do diagnóstico estabelecido. O plano assistencial é resultante da análise do diagnóstico de enfermagem, examinando-se os problemas de enfermagem, as necessidades afetadas e o grau de dependência.
A tabela a seguir consta o plano assistencial elaborado para a cliente (Tabela 2).
	Diagnósticos de Enfermagem
	Plano Assistencial
	Risco de Constipação
	Supervisionar o padrão de fezes macias a cada 1 a 3 dias; Ensinar a importância de uma alimentação balanceada, rica em fibras e a ingestão de líquidos de no mínimo de 6 a 10 copos diários; Estabelecer horário regular para eliminação; Enfatizar que o funcionamento normal do intestino é possível sem medicação.
	Risco para Disfunção Neuro Vascular Periférica
	Avaliar frequentemente o estado neuro vascular, Retirar fatores que podem estar comprimindo o sistema venoso (faixas, bandagens, torniquete), Avaliar dor na flexão passiva do pé, Avaliar sensações, dormências e mobilidade dos pés.
	Risco de Hemorragia
	Monitorizar sinais vitais, Avaliar sinais de choque e sinais de hemorragia nos curativos após a cirurgia.
	Risco de Quedas
	Manter a cama o nível mais baixo durante a noite; Manter as cabeceiras da cama elevadas; Manter uma luz acessa durante a noite; Incentivar a solicitar auxílio durante a noite; Instruir a utilização de sapatos bem ajustados, com solado antiderrapante;
	Risco de Infecção
	Avaliar a presença de sinais flogísticos, Monitorizar temperatura e sinais de infecção, Realizar procedimentos utilizando técnica asséptica;
	Dor Relacionada à Fratura
	
Posicionar o membro de maneira adequada, imobilizar o osso fraturado, elevar o membro (se possível), avaliar sinais de infecção;
	Integridade Cutânea Comprometida
	Realizar curativos, Avaliar pontos de compressão (escápulas, região sacra, região poplítea, panturrilha e calcanhar), Manter lençóis sempre secos e esticados, Reposicionar sempre que possível o cliente, Usar aparelhos de proteção pra aliviar compressão em proeminências ósseas;
	Mobilidade Física Prejudicada
	Elevar e/ou apoiar adequadamente o membro, manter o membro em posicionamento correto;
	Deambulação Prejudicada
	Proporcionar mobilização progressiva; assegurar o uso correto e seguro dos auxiliares na deambulação; Encaminhar a fisioterapia.
	Ansiedade
	Explicar cada cuidado a ser prestado; encoraja-lo a participar do seu cuidado;
	Padrão de Lazer Ineficaz
	Incentivar a realização de atividades lúdicas conforme suas possibilidades.
Tabela 2: Plano Assistencial para a Cliente C.S.T.
Além do plano assistencial direcionado aos diagnósticos de enfermagem da cliente, se faz necessário um plano assistencial com especificidades da cliente para o pós operatório, além de orientações de alta quanto aos cuidados a serem seguidos na troca do curativo, banho, movimentação, dor somada a outras recomendações.
Pós-Operatório
Observar e registrar presença de sangramento ativo;
Observar e registrar presença de sinais flogísticos;
Observar aspecto da pele do membro operado;
Estimular que o paciente exercite articulação acima e abaixo do segmento fixado;
Orientações :
Quanto a alta:
Orientar a realização do Curativo;
Informar o retorno ao ambulatório;
Realizar identificação de sinais flogísticos;
Estimular paciente quanto ao ato de pisar;
Quanto ao Curativo:
Enfatizar lavagem das mãos antes e depois da realização do procedimento;
Orientar que o curativo deve ser feito com água e sabão neutro, soro fisiológico e álcool a 70%;
Limpeza diária da junção entre a pele e o pino para evitar infecção ou inflamação;
Realizar curativo da incisão cirúrgica cm álcool 70%;
Não esquecer de limpar o aparelho;
Informar ao paciente a importância de se evitar soluções PVPI, pois danificam os pinos de aço do fixador, deve evitar também merthiolate, pomadas ou cremes diversos;
Depois da limpeza cuidadosa, envolver os pinos com gaze estéril;
Fixador pode ficar aparente não necessitando de atadura de crepom, porém nos primeiros dias da cirurgia isso é conveniente.
A crosta que se forma normalmente deve ser removida com gaze, cotonete ou escova macia;
Se existir secreção abundante a higiene dos pinos necessita ser realizada mais de uma vez ao dia.
Quanto ao banho: 
Liberado, tão logo a ferida cirúrgica principal esteja cicatrizada, lembrando que o fixador pode ser molhado com água corrente;
Ensaboar a pele ao redor dos pinos com sabonete neutro;
Mergulhos em piscina ou água do mar devem ser proibidos.
Quanto a movimentação:
O paciente deve andar pisando mesmo que levemente, com auxílio de muletas.
Exercitar articulações acima e abaixo ao segmento fixado;
O quanto de carga corporal que deve ser feito será instruído pelo médico;
Lembrar que o ato de pisar estimula o osso e encurta o tempo com fixador;
Quanto à dor:
Enfatizar que o fixador não produz dor, se acontecer pode tratar-se de infecção de trajeto;
Não realizar automedicação.
Outras recomendações
Reforçar quanto à volta ao ambulatório;
Orientar quanto a questões relacionadas ao tabagismo;
A dieta deve ser normal;
Recomendar, dentro do possível, procurar levar a vida que levava antes de colocar o fixador.
Plano de Cuidados
É o roteiro diário (ou aprazado) que coordena a ação da equipe de enfermagem nos cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas e específicas do ser humano. (HORTA, 1979, p.66).
Ainda segundo Horta, o plano de cuidados deverá ser claro, conciso e específico, com verbos operacionais e sempre no infinitivo. Os verbos deverão ser utilizados de acordo com a dependência do cliente.
Avaliando o cliente do presente estudo de caso, a rotina de cuidados exige:
Administrar medicamentos prescritos nos horários prescritos.
Verificar sinais vitais e sinais de infecção de 6/6 horas;
Realizar troca de curativo com técnica asséptica a cada 24hrs;
Realizar troca de decúbito a cada 2hrs;
Realizar higienização no leito;
Registrar todas as condutas e procedimentos realizados em relação ao cliente;
Evolução de enfermagem 
De acordo com HORTA (1979, p.67)
É o relato diário ou periódico das mudanças sucessivas que ocorrem no ser humano enquanto estiver sob assistência profissional. A evolução é, em síntese, uma avaliação global do plano de cuidados (prescrição de enfermagem implementada).
14/09/2015-11h: Paciente idosa, restrita ao leito, lúcida, orientada, cooperativa, sem queixas de dor. Hipocorada (+/4+), hidratada, normotensa, normocorada, afebril. AVP salinizado em MIIE. Curativo cirúrgico tempo e seco externo, realizado pelo interno. Diurese espontânea +. 
Prognóstico
É a estimativa da capacidade do ser humano em atender a suas necessidades básicas após a implementação do plano assistencial e à luz dos dados fornecidos pela evolução de enfermagem. (HORTA,1979, p.68)
A cliente recebeu alta médica após a data de término da coleta de dados com perspectiva de continuação dos cuidados na residência própria devendo retornar para retirar do fixador externo no tempo estipulado pelo médico.
O Prognóstico é de dependência parcial da equipe de enfermagem ou da família, visto a cliente possuir sua capacidade de andar comprometida até o momento de total recuperação, podendo evoluir para autossuficiente após a superação deste quadro. 
TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
5.1 Kefazol 
Prescrição: 1g EV 8/8hrs
O Kefazol é um antibiótico beta-lactâmico do tipo cefalosporina interferindo na síntese da parede celular. 
Indicações: Endocardite bacteriana; infecção articular; infecção da pele e dos tecidos moles; infecção óssea; infecção perioperatória (profilaxia); infecção urinária; pneumonia; septicemia.
Posologia: Via intravenosa deve ser administrada lentamente, de 3 a 5 minutos (nunca em menos de 3 minutos)
Contra-indicações e precauções: Reação alérgica préviaa penicilinas, derivados da penicilina e cefalosporinas. Não ingerir bebida alcóolica.
Reações adversas: Candidíase oral (uso prolongado); colite pseudomembranosa, dor abdominal severa ou dor e cólicas no estômago, abdome sensível ao toque; diarréia. Raras: anemia convulsões, disfunção renal, dor articular; erupção cutânea; reações alérgicas e trombolebite.
Cuidados de enfermagem: Informar ao paciente sobre a ação do medicamento, efeitos colaterais mais comuns e a importância da colaboração durante o tratamento.
Orientar sobre a importância de seguir o tratamento medicamentoso conforme recomendado e não o interromper sem consentimento do médico.
Ressaltar a importância dos hábitos saudáveis quanto a dieta alimentar adequada, consumo regular de líquidos.
Investigar história pregressa de alergia à penicilina.
Orientar o paciente a procurar o médico diante de quaisquer reações adversas.
A atenção quanto a dose e efeitos adversos deverá ser aumentada pela idade da paciente.
5.2 Ciprofloxacino 
Prescrição: 400mg IV 12/12hrs
O Ciprofloxacino é um antibacteriano de amplo aspectro do tipo quinolona que inibe a atividade da DNA girasse, enzima essencial à sobrevivência bacteriana.
Indicações: Bronquite bacteriana, gastrenterite; gonorreia endocervical; gonorreia uretral; infecção articular, infecção da pele e dos tecidos moles; infecção óssea; infecção urinária; periondotite; pneumonia.
Posologia: A aplicação deverá ter duração aproximada de 60 minutos, de maneira lenta, em veia de calibre considerável, para reduzir o desconforto do paciente e o risco de irritação venosa. O produto deve ser administrado logo após a diluição por raz~oes de caráter microbiológico e de sensibilidade à luz.
Contra-indicações e precauções: Reação alérgica a quinolona. 
Reações adversas: Alteração do paladar ou do olfato; alucinação; angústia; aumento da frequência cardíaca; azia; boca seca; cansaço; coceira; diarreia; constipação; crise convulsiva; depressão; desmaio; desorientação; dor articular; dor de cabeça; dor abdominal; enxaqueca; erupção cutânea; febre; flebite; gases; inchaço; lesão renal; náusea; perturbação auditiva; rubor; sensibilidade à luz; sonolência; tontura; tremor; vômito.
Cuidados de enfermagem: Informar ao paciente sobre a ação do medicamento, efeitos colaterais mais comuns e a importância da colaboração durante o tratamento.
Orientar sobre a importância de seguir o tratamento medicamentoso conforme recomendado e não o interromper sem consentimento do médico.
Ressaltar a importância dos hábitos saudáveis quanto a dieta alimentar adequada, consumo regular de líquidos.
Investigar história pregressa de alergia à penicilina.
Orientar o paciente a procurar o médico diante de quaisquer reações adversas.
Orientá-lo a procurar o médico caso não haja melhora do quadro inicial.
Informar ao paciente que a medicação pode causar tonturas e comprometer atividades que requeiram estado de alerta.
Orientar paciente e familiar que a exposição ao sol durante o tratamento deverá ser evitada e as regiões do corpo mais expostas ao sol deverão ser protegidas com protetores solares.
CONCLUSÃO
As fraturas transtrocanterianas são extracapsulares e ocorrem entre o grande e o pequeno trocânter, envolvendo o fêmur proximal. Perfazem um quarto das fraturas do quadril e incidem mais comumente no idoso mais velho, sendo mais frequentes em mulheres devido alterações metabólicas no osso pós-menopausa. 
A fratura transtrocanteriana deslocada é de tratamento iminentemente cirúrgico, onde a melhor escolha cirúrgica para a cliente foi a redução anatômica do osso e fixação da fratura com placa DHS possibilitando menor perda sanguínea, menor tempo cirúrgico e menos dor no pós-operatório.
 Durante o ensino clínico no Hospital Universitário Gaffrée & Guinle, nos deparamos com o caso clínico de uma idosa, hipertensiva, que após atropelamento fraturou o fêmur direito e foi encaminhada para a enfermaria de Ortopedia para tratamento cirúrgico.
No período de pós-operatório foi possível realizar a sistematização da assistência de enfermagem, utilizando as etapas do processo de enfermagem estabelecidas por Wanda de A. Horta (1979) e a taxonomia proposta North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), contribuindo para planejar e organizar a assistência direcionada às particularidades clínicas da cliente avaliada neste estudo.
Para nós, acadêmicas de enfermagem, o ensino clínico proporcionou grandes descobertas e aprendizados. Devido este ter sido nosso primeiro contato com a área de enfermagem ortopédica, tivemos a oportunidade de somar nossos conhecimentos sobre a área além de realizar procedimentos que nunca havíamos realizado. 
REFERÊNCIAS
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