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TJDFT - PONTOS RESUMIDOS - PROVA ORAL

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PONTO 14 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA 
- Eficácia da lei no tempo. Conflito de normas jurídicas no tempo e o Direito brasileiro: Direito Penal, Direito Civil, Direito Constitucional e Direito do Trabalho. 
- Regime Jurídico da magistratura nacional: carreiras, ingressos, promoções, remoções. 
DIREITO CIVIL / DIREITO PROCESSUAL CIVIL / DIREITO DO CONSUMIDOR 
- Várias espécies de contrato. Uso. Direito das Relações de Consumo: desconsideração da personalidade jurídica. 
- Saneamento do processo. Embargos infringentes. Embargos de declaração. Sentença arbitral. Execução contra a Fazenda Pública. Execução de alimentos. Execução fiscal. Reexame necessário. Súmula vinculante. 
- Cláusulas contratuais abusivas. Revisão das cláusulas abusivas. 
DIREITO TRIBUTÁRIO / DIREITO ELEITORAL / DIREITO AMBIENTAL 
- Tributo. Prescrição. Imposto sobre transmissão causa mortis e doação. 
- Da apuração eleitoral: das Juntas Apuradoras, estrutura. 
- Proteção química das culturas e meio ambiente. 
DIREITO EMPRESARIAL / DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 
- Lei n. 6.404/76. Direito societário e o novo Código Civil. Sociedade em comandita por ações. Prescrição nas sociedades por ações. Sociedades de economia mista. Desconsideração da Personalidade Jurídica. 
- O Ministério Público na Lei 8.069/90. Competência. Ação Civil Pública. Termo de ajustamento da conduta. Apuração de responsabilidades nas entidades de atendimento. 
DIREITO PENAL / DIREITO PROCESSUAL PENAL 
- Prescrição penal. Suspensão condicional da execução da pena. Prisão albergue. Periclitação da vida e da saúde. Infrações penais contra o consumidor. Crimes de trânsito: Lei n. 9.503/97.Procedimentos Especiais: Processo e Julgamento dos Crimes Falimentares - Processo e Julgamento dos Crimes Funcionais – Nulidade: Irregularidade, Nulidade Relativa, Nulidade Absoluta, Ato Inexistente, Princípios Básicos, Argüição - Execução das penas privativas de liberdade – Competência e Procedimento nos Crimes de Lavagem de Dinheiro (Lei nº 9.613/1998). DIREITO CONSTITUCIONAL / DIREITO ADMINISTRATIVO 
- Sistema Tributário Nacional. Sistema Constitucional Tributário: limitação e poder de tributar, competência tributária, princípios constitucionais e repartição de receitas. Tributos: conceito, classificação e espécies. Função dos tributos. Tarifa e preço público. Legislação tributária: vigência no tempo e no espaço, aplicação e hermenêutica tributária, interpretação e integração. Discriminação constitucional das rendas tributárias. Discriminação das rendas por fontes. Discriminação das rendas pelo produto. 
- A descentralização e desconcentração administrativas. Nulidade e revogação do ato administrativo: efeitos. Atributos do ato administrativo. Licitação: habilitação dos licitantes, julgamento das propostas, adjudicação e homologação. Lei Orgânica do Distrito Federal: do Sistema Tributário, das Finanças Públicas e do Orçamento do Distrito Federal. Improbidade administrativa. O princípio da modicidade das tarifas. Direito Sanitário: 1. Crimes contra a saúde pública no Código Penal, Lei Federal nº 8080/90, Lei Federal nº 9434/97 e Lei Federal nº 9263/96.
ADMINISTRATIVO
 - A descentralização e desconcentração administrativas. Nulidade e revogação do ato administrativo: efeitos. Atributos do ato administrativo. Licitação: habilitação dos licitantes, julgamento das propostas, adjudicação e homologação. Lei Orgânica do Distrito Federal: do Sistema Tributário, das Finanças Públicas e do Orçamento do Distrito Federal. Improbidade administrativa. O princípio da modicidade das tarifas.
- Direito Sanitário: 1. Crimes contra a saúde pública no CP, Leis 8080/90, 9434/97 e 9263/96. 
Descentralização e Desconcentração
O Poder Público quando presta a atividade administrativa pode fazê-lo de 03 maneiras diferentes, para a garantia do princípio da eficiência:
FORMA CENTRALIZADA OU ADMINISTRAÇÃO CENTRALIZADA: é a prestação feita pelo núcleo central da Administração, ou seja, é a ADMINISTRAÇÃO DIRETA; é a atividade prestada pelos entes políticos: União, Estados, DF e Municípios.
FORMA DESCENTRALIZADA OU ADMINISTRAÇÃO DESCENTRALIZADA: é a prestação que sai do núcleo e é deslocada para outras pessoas jurídicas, que podem receber a atividade: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista, ou seja, os ENTES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA. Os particulares também podem receber a descentralização. Planos da descentralização - Decreto-lei 200/67 prevê a possibilidade de descentralização para outros entes políticos (esse DL tem sérios defeitos).
FORMA DESCONCENTRALIZADA OU ADMINISTRAÇÃO. DESCONCENTRADA : é prestação distribuída dentro do mesmo núcleo central da Administração. EXEMPLO: transferência de uma Secretaria para outra, ou se um Ministério para outro. Na CONCETRAÇÃO (é teórica, na prática, não existe), não há divisão interna, cada uma das pessoas jurídicas resultantes da descentralização pode optar por trabalhar de forma concentrada (tudo concentrado na pessoa do presidente) ou desconcentrada.
	DESCENTRALIZAÇÃO
	DESCONCENTRAÇÃO
	Distribuição para outras pessoas: jurídicas da administração, particulares ou entes políticos
	Distribuir dentro da mesma pessoa jurídica, ou seja, distribuir o serviço dentro da própria pessoa jurídica.
	Nova pessoa jurídica
	Mesma pessoa jurídica
	Não há hierarquia, não relação de poder, o que existe é controle e fiscalização.
	Há hierarquia
DESCENTRALIZAÇÃO pode ser de 02 formas:
DESCENTRALIZAÇÃO POR OUTORGA: há transferência da titularidade e da execução do serviço, ou seja, a pessoa jurídica transfere a titularidade e a execução do serviço; somente pode ser feita por meio de LEI, normalmente, por prazo indeterminado. A titularidade do serviço público não pode sair das mãos da administração, assim, a outorga somente pode ser feita para as pessoas jurídicas da ADMINISTRAÇÃO INDIRETA DE DIREITO PÚBLICO: AUTARQUIAS e FUNDAÇÕES PÚBLICAS. Note-se que não se pode fazer outorga para outro tipo de pessoa jurídica.
DESCENTRALIZAÇÃO POR DELEGAÇÃO: há transferência somente da execução do serviço, a administração mantém a titularidade do serviço. Pode ser feita por meio de LEI ou de CONTRATO. Recebem por lei: empresa pública e sociedade de economia mista (CONCESSIONÁRIAS DE SERVIÇOS PÚBLICOS). A delegação por contrato pode-se fazer por: CONCESSÃO ou PERMISSÃO, que é feita para os particulares (concessionárias e permissionárias de serviço público) (Lei 8987/95 = CONCESSIONÁRIAS COMUNS e Lei 11079/04 = CONCESSIONÁRIAS ESPECIAIS e as PPP) (PERMISSIONÁRIAS DA LEI 8987/95).
Existem 3 meios de delegação:
1) Legal: feita por lei às pessoas da administração indireta de direito privado (empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas de direito privado).
2) Contrato administrativo: é feita ao particular. São os casos das concessionárias e permissionárias de serviços públicos
3) Ato administrativo: feita ao particular. São os casos das autorizatárias de serviços públicos.
Obs: Embora a Lei Orgânica do Distrito Federal disponha que as regiões administrativas (“cidades satélites”) sejam entes descentralizados, na verdade, houve uma terminologia mal empregada, porque o instituto correto é o da desconcentração. 
ATOS ADMINISTRATIVOS – Nulidade e Revogação/Efeitos
Revogação: é o ato de uma autoridade administrativa que, dentro de sua esfera de competência e entendendo não ser o ato de acordo com o interesse público, pode eliminá-lo do mundo jurídico, expressa ou tacitamente. Consiste, na verdade, na extinção de um ato administrativo por outro ato administrativo.
Hely: “Revogação é a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz, realizada pela Administração – e somente por ela – por não mais lhe convir sua existência.”
Elementos:
a) Sujeito ativo: autoridade competente;
b) Objeto: relação jurídica válida;
c) Fundamento da revogação: competência discricionária da autoridade que vaiincidir sobre determinada situação concreta;
d) Motivo: inconveniência ou inoportunidade da manutenção daquele ato administrativo que se vai revogar;
e) Efeitos: extingue o ato respeitando todos os atos e efeitos praticados anteriormente; o efeito da revogação é, portanto, ex nunc.
f) Natureza Jurídica: constitutiva negativa (para a invalidade, o efeito é o declaratório e, conforme o caso, ex tunc).
A revogação pode ser total ou parcial, expressa ou tácita. Será expressa quando a autoridade, no novo ato, refere-se explicitamente à revogação do anterior; e será tácita quando, nos mesmos moldes da lei, o novo ato exarado for incompatível com o que lhe antecedeu.
Nem todos os atos administrativos podem ser objeto de revogação:
- aqueles cujos efeitos já se exauriram; ex.: demolição de uma construção;
- atos vinculados, aqueles que decorrem da imposição legal, e que fogem ao âmbito discricionário da Administração (casos de invalidação);
- os atos administrativos puros, derivados da lei; ex.: certidões de repartições públicas (casos de invalidação);
- atos de controle: a sua competência se exaure na expedição do ato (atos liberadores de determinada obra, por exemplo);
- atos que geraram direitos adquiridos, tal como previsto pela CF; ex.: ato de nomeação; efetuada a posse, a exoneração do funcionário dar-se-á somente mediante processo administrativo; mas os atos complexos podem ser revogados até antes da realização do último ato que o integra.
Revogação e indenização: se é legítima, descabe a indenização (salvo se for irregular, lógico). Quando porventura não existir o poder revocatório da Administração, subsistindo porém a necessidade de o administrador assim agir, atingindo direitos, a solução é a expropriação, caso em que haverá direito a indenização por parte do atingido pela nova decisão do administrador (Celso Bandeira de Mello).
IMPORTANTE LEMBRAR:
1) não existe revogação da revogação;
2) art. 49, “caput”, da Lei 8.666/93 (Licitações): aqui as razões de interesse público devem ser SUPERVENIENTES ao ato, sendo necessária a comprovação.
Invalidação: É a supressão, com efeito retroativo, de um ato administrativo ou da relação jurídica dele nascida, por haverem sido produzidos em desconformidade com a ordem jurídica. 
Hely: “Anulação é a declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal, feita pela prórpia Administração ou pelo Poder Judiciário. Outra modalidade de anulação é a cassação do ato que, embora legítimo na sua origem e formação, torna-se ilegal na sua execução (ocorre principalmente nos atos negociais).”
Hely: O conceito de ilegalidade ou ilegitimidade, para fins de anulação do ato administrativo, não se restringe somente à violação frontal da lei. Abrange não só a clara infringência do texto legal como, também, o abuso, por excesso ou desvio de poder, ou por relegação dos princípios gerais do Direito.
Elementos:
a) Sujeito ativo: a própria Administração ou o Poder Judiciário, podendo por conseguinte a invalidação resultar de outro ato administrativo ou de uma decisão judicial. Geralmente se dá mediante provocação do interessado, por uma lide. 
b) Objeto: ato ainda ineficaz, ou então mesmo os que já produziram algum efeito;
c) Fundamento:	dever de obediência ao princípio da legalidade;
d) Motivo: ilegitimidade do ato ou da relação jurídica que se pretende eliminar; a ofensa ao direito motiva a invalidação do ato administrativo;
e) Efeitos: ex tunc para os casos de nulidade e atos restritivos e ex nunc para os atos ampliativos e casos de anulabilidade. 
f)Natureza Jurídica: declaratória, de eficácia ex nunc ou ex tunc, conforme se trate de anulabilidade ou de nulidade.
Há 3 diferentes posições quanto aos atos inválidos no Direito Administrativo brasileiro:
Hely Lopes Meirelles: o vício acarreta sempre a nulidade do ato, em razão da indisponibilidade do interesse público.
Seabra Fagundes defende uma posição tricotômica: nulos, anuláveis e irregulares. Aduz que os casos de nulidade e anulabilidade do Código Civil são inadaptáveis ao Direito Administrativo, concluindo que a gravidade do vício deve ser apurada concretamente em face da repercussão sobre o interesse público. Indica que os atos se apresentarão como absolutamente inválidos (nulos), relativamente inválidos (anuláveis) ou apenas irregulares (defeitos leves, geralmente de forma).
Celso Antônio Bandeira de Mello: são categorizáveis como inválidos: 1. Atos inexistentes, 2. Atos nulos, 3. Atos anuláveis. 
Admite também os atos irregulares, mas não como inválidos, pois estes são padecentes de vícios materiais irrelevantes, reconhecíveis de plano ou incursos em formalização defeituosa consistente em transgressão de normas cujo real alcance é meramente o de impor padronização interna de veiculação dos atos administrativos. Ex.: expedir um ato através de "aviso", quando deveria ser por "portaria".
Para Bandeira Mello, o critério para distinguir os tipos de invalidade reside na possibilidade ou não de convalidar-se o vício do ato, para quem a convalidação (refazimento de modo válido e com efeitos retroativos do que fora produzido de modo inválido) em nada se incompatibiliza com interesses públicos. Deste modo, qualquer ato inválido é ou não convalidável, mas entre os não-convalidáveis alguns são nulos e outros inexistentes, sendo que os últimos diferem dos primeiros porque são imprescritíveis e existem contra eles um direito de resistência, inclusive manu militari.
Assim, são nulos: os atos que a lei assim os declare; aqueles em que é racionalmente impossível a convalidação. Ex.: atos de conteúdo ilícito, praticados com desvio de poder, com falta de motivo vinculado, com falta de causa. São anuláveis: os que a lei assim os declare, os que podem ser repraticados sem vício. Ex.: atos expedidos por sujeito incompetente, editados com vício de vontade, proferidos com defeito de formalidade.
Vale salientar que a invalidação não se confunde com a revogação. Vide Súmula 473, STF: “A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
Atos anuláveis: podem convalidar, caso em que a superação do vício terá efeito retroativo. O ato convalidador vai então dirigir-se ao ato inválido para legitimar sua eficácia pretérita (ex.: edital mal-feito; licitação mal-feita, casos em que há muitos ônus em se anulá-los); se porventura o ato for invalidado, serão respeitados os efeitos anteriormente produzidos. 
Exceções:
*que o ato convalidável não esteja sendo objeto de impugnação administrativamente, e;
*que não esteja sendo objeto de impugnação judicial.
A razão é que a Administração não teria como convalidar algo que nem sequer produziu efeitos (pois está sob discussão).
- A convalidação difere da conversão (passível em atos nulos) tendo em vista que aquela visa salvaguardar os mesmos efeitos do ato, enquanto na conversão há mudança de efeitos.Ex. de conversão: nomeação para cargo efetivo quando na verdade deveria ser cargo em comissão. Faz a conversão para cargo em comissão.
- a convalidação é prevista na Lei 9.784/94, que regula o procedimento administrativo federal (art.55).
Maria Silvia Di Pietro tratando de convalidação (art. 55 da Lei 9.784/99);
- não cabe convalidação quanto a finalidade, motivo, quando o objeto é ilegal e em incompetência em razão da matéria.
- somente no caso de incompetência em razão da pessoa é que a convalidação pode ser tida como ato discricionário, desde que não seja ato de competência exclusiva. 
 - o prazo decadencial do Art. 54 da Lei 9.784/99 (Processo Adm.; 5 anos a contar da data em que foram praticados) alcança somente a Administração ou também o Judiciário? (duas posições)
a) limitaria também o Judiciário, pois decadência é um instituto de direito material;b) os dispositivos vinculam apenas a atividade administrativa.
Atos nulos: eficácia retroativa de sua anulabilidade, ex tunc.
Obs.: doutrinariamente aplica-se a seguinte posição – “quando houver estabilidade das relações jurídicas, boa-fé e confiança, estes princípios se sobrepõe ao da legalidade, convalidando o ato.
	- Juarez Freitas aplica o seguinte esquema:
BOA FÉ + LONGO LAPSO TEMPORAL = CONVALIDAÇÃO
BOA FÉ + MÉDIO LAPSO = ANULAÇÃO COM EFEITOS “EX NUNC”
BOA FÉ + PEQUENO LAPSO = ANULAÇÃO COM EFEITOS “EX TUNC”
Ato inexistente: Segundo Meirelles, é o que apenas tem aparência de manifestação regular da Administração, mas não chega a se aperfeiçoar como ato administrativo. Ex.: "ato" praticado por um usurpador de função pública. Equiparam-se aos atos nulos, sendo, assim, irrelevante e sem interesse prático a distinção entre nulidade e inexistência, porque ambas conduzem ao mesmo resultado - a invalidade.
Para Celso A. Bandeira Mello: Os ato inexistentes correspondem a condutas criminosas ofensivas a direitos fundamentais da pessoa humana, ligados à sua personalidade ou dignidade e, como tais, resguardados por princípios gerais de Direito que informam o ordenamento jurídico. Apresenta as seguintes características:
* São imprescritíveis;
* Jamais podem ser convalidados ou objeto de conversão;
* É cabível o direito de resistência, inclusive manu militari;
* Uma vez proclamado o vício em que incorreram, em nenhuma hipótese são ressalvados efeitos pretéritos que hajam produzido.
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO
Legitimidade: todos os atos administrativos
Imperatividade, exigibilidade e executoriedade: somente os atos restritivos.
3.1) PRESUNÇAO DE LEGITIMIDADE (Legalidade, Legitimidade e Veracidade):
O ato administrativo, até que se prove o contrário, é legal, legítimo, moral e verdadeiro. Legalidade e legitimidade, portanto, não se confundem. Legalidade é observância da lei, enquanto legitimidade compreende a produção do ato por quem a lei atribuiu previamente a competência. Assim, se o administrador age nos limites de sua competência, o ato por ele produzido será legítimo, embora possa ser ilegal, ou seja, desconforme aos comandos da lei. O atributo em questão é decorrência natural do Estado de Direito.
A legitimidade do ato importa na presunção de veracidade (não há revelia para a Administração Pública), e, portanto, mesmo que viciado, o ato obriga o administrado, produz efeitos imediatos e inverte o ônus da prova da invalidade,
3.2) IMPERATIVIDADE: poder de criar restrições, impor obrigações unilateralmente ao administrado, independente de sua concordância. Renato Alessi chama de “Poder Extroverso”,
3.3.) Auto-executoriedade:
Por presumirem-se legais e legítimos, até prova em sentido contrário, os atos administrativos aplicam-se imediatamente, ou seja, o administrado deverá obedecer aos seus comandos para, posteriormente, se quiser, questionar a sua ilegalidade. Tal característica subdivide-se em: 
(a) EXIGIBILIDADE: É a qualidade em virtude da qual o Estado, no exercício da função administrativa, pode exigir de terceiros, através de meios indiretos de coerção (multa, por ex.), o cumprimento do comando imperativo, sem ingerência do Poder Judiciário (salvo no caso das ditas “cláusulas de reserva do judiciário”). 
(b) EXECUTORIEDADE: É a qualidade pela qual o Poder Público pode compelir materialmente o administrado (meios diretos de coerção) ao cumprimento da obrigação que impôs e exigiu, sem a necessidade de recorrer-se às vias judiciais; (Ex: dissolução de uma passeata, requisição de bens)
A executoriedade depende de autorização legal, ou da ocorrência de uma situação urgente, a depender da imediatidade da medida para o restabelecimento da ordem pública. 
3.3) TIPICIDADE (Mª Sylvia):
O ato administrativo é típico eis que a lei define ou deve definir todos os seus aspectos, bem como a finalidade para a qual se destina.
LICITAÇAO - PROCEDIMENTO. FASES
Fala-se em procedimento para designar uma série de atos preparatórios de ato final objetivado pela Administração.O p.u. do art. 4 diz que procedimento licitatório é ato administrativo formal.
Tal procedimento fica a cargo de uma comissão, permanente ou especial, composta de, pelo menos, três membros, sendo pelo menos dois deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação; apenas no caso de convite, a comissão poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente, desde que se trate de pequena unidade administrativa em que a exigüidade de pessoal disponível justifique a medida. No caso de pregão, a licitação é realizada por um pregoeiro, que é um servidor do órgão promotor do procedimento, que tenha realizado capacitação específica para exercer a atribuição.
O mandato da comissão é de até um ano, vedada a recondução de todos seus membros para a mesma comissão no período subseqüente.
A Lei 8.666/93, art. 51, § 3º, veio inovar ao estabelecer a responsabilidade solidária dos membros da comissão por todos os atos por ela praticados, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão. 
No caso do concurso, o julgamento deve ser feito por comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria, não havendo necessidade de serem servidores públicos.
Modalidades e Procedimentos de Licitação
Em função do valor do objeto licitado, a licitação divide-se ou desdobra-se em: concorrência, tomada de preços e convite, por ordem decrescente de formalização. O mais complexo é a concorrência e o mais simplificado é o convite.
O segundo critério existe em função da variação das peculiaridades do objeto licitado e se desdobra em concurso, leilão e pregão. Não leva em conta propriamente o valor do objeto, mas as suas características.
O principal critério para a escolha da modalidade de licitação é o do valor estimado do objeto. Esse valor dever ser tomado no global, ou seja, quando o objeto for definido como serviço ou locação, por exemplo, o valor mensal será multiplicado pelo número de meses previstos para sua execução.
O art. 22 da Lei de Licitações fixava taxativamente como modalidades de licitação a concorrência, a tomada de preços, o convite, o concurso e o leilão. Entretanto, de acordo com a Lei n. 10.520/02, foi criada a modalidade pregão.
 * A parte relativa às modalidades de licitação é matéria do ponto 6 do edital, mas, deixei aqui por já contar do resumo!!!!
1 - CONCORRêNCIA
A modalidade de licitação que garante a maior competitividade possível é, sem dúvida, a CONCORRÊNCIA . Destinada à contratação de obras ou serviços de grande vulto e relevância, exige ampla publicidade e admite a participação de quaisquer interessados, com ou sem registro, desde que atendam às exigências editalícias. É a letra do parágrafo 1o do art. 22 do estatuto licitatório.
No que respeita à publicidade exigida pela lei, a concorrência está sujeita a um prazo de 30 dias entre a última publicação e a data de apresentação das propostas, prazo, este, aumentado para 45 dias quando o contrato contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo melhor técnica ou, então, do tipo técnica aliada a preço.
Indicada para obras de maior vulto (obras e serviços de engenharia: acima de 1.500.000,00 e demais compras e serviços: acima de 650.000,00) ela é obrigatória, independente do valor: compra e venda de bens imóveis (salvo bens imóveis cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento), concessões de direito real de uso, concessão e permissão de serviços públicos e licitações internacionais.
Não adianta o parcelamento da obra ou serviço para escapar ao procedimento licitatório mais rigoroso e demorado, porque, não somente a concorrência, como, também, a tomada de preço – enfim, qualquermodalidade licitatória cabível – essa deverá ser determinada sempre em função do valor global do empreendimento, e não pelo valor de cada parcela, sejam todas as parcelas licitadas em conjunto ou sucessiva e separadamente, a menos que se trate de parcelas de natureza distintas.
Nos ensina Professor Hely Lopes Meirelles que a concorrência é universal. “Universalidade” no sentido de que qualquer interessado em condições de atender às exigências de habilitação profissional, capacidade técnica e idoneidade financeira exigidas no edital pode participar do certame, independentemente de registros prévios e especiais – enfim, sem pré-condições. 
Descabem, portanto, exigências de quaisquer tipos de registros, administrativos ou especiais. 
Contudo, é preciso não esquecer o disposto no art. 114 da lei quando admite, nas concorrências, a pré-qualificação dos licitantes “sempre que o objeto da licitação recomende análise mais detida da qualificação técnica dos interessados”.
No momento da abertura dos chamados envelopes-documentação, que antecede o momento da abertura das propostas, em audiência exclusivamente designada, hão de ser minuciosamente verificadas a habilitação jurídica, a qualificação técnica, a qualificação econômica-financeira e a regularidade fiscal e trabalhista (art. 27, inciso IV, com a redação dada pela Lei n. 12.440/11) do concorrente. Estes – e somente estes – serão os documentos exigidos e verificados, a fim de que fique plenamente comprovada sua qualificação para a execução do objeto da licitação, conforme exige textualmente o estatuto licitatório, no art. 27.
Prevê, ainda, o estatuto licitatório que a concorrência possa se fazer em função do menor preço, da melhor técnica ou, da melhor técnica e do melhor preço em conjunto, sendo que, em qualquer caso, o tipo escolhido deve estar desde logo claramente indicado no edital.
É importante destacar que um tipo de licitação perfeitamente aplicável à concorrência, é a de maior lance ou oferta, cabível sempre que se tratar da alienação de bens ou da concessão de direito real de uso. Lembramos, para finalizar, que é perfeitamente possível substituir a tomada de preços ou o convite pela concorrência, justamente por ser a modalidade mais abrangente de licitação.
Procedimento da concorrência
Compreende as seguintes fases: edital, habilitação, classificação, homologação e adjudicação. 
Edital: ato pelo qual a Administração divulga a abertura da concorrência, fixa os requisitos para participação, define o objeto e as condições básicas do contrato e convida a todos os interessados para que apresentem suas propostas. É a lei da licitação e do contrato. Albergaria Costa leciona que o edital manifesta-se através de cláusulas, sendo esta a sua forma, bem como que deve conter em seu bojo, a designação da modalidade adotada e o tipo de licitação. 
Habilitação: Em ato público, a Administração recebe os envelopes contendo a documentação referente à habilitação dos licitantes e à proposta. Nessa fase são abertos os envelopes contendo os documentos exigidos no edital, que devem ser assinados pelos licitantes presentes e pela comissão. Essa exigência atende aos interesses dos próprios licitantes, pois impede qualquer substituição posterior, em benefício ou em prejuízo de um ou outro. Os documentos exigíveis para a habilitação somente podem referir-se à habilitação jurídica, qualificação técnica, qualificação econômico-financeira, regularidade fiscal e trabalhista e cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF: proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos. Para Di Pietro, essa última exigência não possui fundamento constitucional. Quando todos os licitantes forem inabilitados, a Administração poderá dar aos licitantes o prazo de oito dias (ou três, no caso de convite), para que apresentem nova documentação. O artigo 114 da Lei 8.666/93 prevê uma hipótese de concorrência em que a habilitação pode ser prévia; o dispositivo fala em pré-qualificação, que pode ocorrer nas concorrências em que o objeto da licitação recomenda análise mais detida da qualificação técnica dos interessados. Para Albergaria Costa, nesta fase deve haver a verificação da idoneidade jurídica dos licitantes; da idoneidade financeira e da idoneidade técnica.
Classificação: a Administração faz o julgamento das propostas, classificando-as pela ordem de preferência, segundo critérios objetivos constantes do edital. Essa fase pode ser subdividida em duas: na primeira, há abertura dos envelopes “proposta”; na segunda, há o julgamento das propostas apresentadas.
Homologação: o artigo 43, inciso VI, da Lei 8.666/93 prevê, como ato final do procedimento, a deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação. Equivale à aprovação do procedimento. A mesma autoridade que homologa o procedimento pode, por razões de interesse público devidamente demonstradas, revogar a licitação.
Adjudicação: ato pelo qual a Administração, pela mesma autoridade competente para homologar, atribui ao vencedor o objeto da licitação. Feita a adjudicação, a Administração convocará o adjudicatário para assinar o contrato, devendo fazê-lo no prazo de 60 dias da data da entrega das propostas; ultrapassado esse prazo, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos. Caso o interessado não atenda à convocação, a Administração poderá convocar os licitantes remanescentes, pela ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços; ou pode revogar a licitação.
2 – TOMADA DE PREÇOS:
De acordo com o texto legal, a TOMADA DE PREÇOS é modalidade de licitação destinada aos devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento pelo menos até três dias antes do término do prazo para recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
Aqui o valor do objeto da licitação é “médio”, e sua complexidade inferior a dos casos que exigem a modalidade concorrência (obra e serviços de engenharia até 1.500.000,00, e demais compras e serviços, até 650.000,00).
*quanto aos valores, é sempre bom lembrar que na hipótese de consórcios públicos, quando formado por até três entes da federação, o valor será o dobro, e será o triplo quando formado por maior número (§ 8º, art. 23)
Como as condições exigidas para o cadastramento devem ser exatamente as mesmas exigidas para a habilitação, na verdade esse prévio cadastramento destina-se a substituir a própria fase de habilitação.
O prazo de publicidade é de 15 dias e somente se amplia para 30 dias quando for adotado o tipo melhor técnica ou o tipo melhor técnica e melhor preço.
Assim, não haveria propriamente duas sessões públicas de habilitação, mas quase isto, pois a documentação dos não cadastrados interessados “de última hora” teria que ser realizada anteriormente, de preferência pela própria comissão julgadora da licitação.
Ressalte-se, por oportuno, que a tomada de preços também poderá comportar caráter internacional, desde que o órgão licitante possua cadastro compatível, muito embora a participação de empresas estrangeiras se faça com mais freqüência em concorrência.
3 - CONVITE
Em sede de CONVITE, destacamos que este é de procedimento extremamente mais simples, porque destinado a contratações de pequeno valor (obras e serviços de engenharia até 150.000,00 e demais serviços e compras até 80.000,00). Consiste na modalidade de licitação em que são escolhidos e “convidados” a apresentar proposta, sempre por escrito – frise-se -, no mínimo três interessados que atuem no ramo pertinente ao objeto desejado pela Administração Pública e que estejam em condições de com ela contratar.
É dispensável edital podendo ser enviada carta-convite (05 dias ÚTEIS antes da abertura das propostas).
Se se tratar de bens ou de serviçosnão disponíveis no mercado nacional admite-se a modalidade convite, ainda que se trate de uma licitação internacional.
Independentemente de convite, todavia, podem participar do certame, até 24 horas antes do término do prazo para que os convidados apresentem as respectivas propostas, todos quantos também se interessarem, desde que estejam previamente cadastrados, no ramo de especialidade desejado, junto à unidade administrativa promotora.
Na doutrina, todavia, destaque-se a posição do brilhante Professor Celso Antônio Bandeira de Mello, segundo quem é perfeitamente possível a aplicação – por assim dizer – analógica, ao convite, da possibilidade prevista na tomada de preços consistente em permitir o cadastramento de interessados até três dias antes da data final para o recebimento das propostas.
Não reflete a menor sombra de interesse público tal prazo fixado tão aleatoriamente, daí porque, ao nosso ver, a participação de todos quantos, muito embora não tendo sido convidados, demonstrem vontade e intenção de participar, a qualquer momento que anteceda a abertura dos envelopes, deve ser garantida.
O certificado de registro cadastral a que se refere o parágrafo 1º do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31 quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a superveniência de fato impeditivo da habilitação. Todavia, não se conclua, com isto, que o prévio cadastramento do licitante substitui a fase de habilitação nesta modalidade de licitação. A proibição contida no parágrafo 3º do art. 195 da Constituição Federal – de que pessoa jurídica em débito com o sistema da Seguridade Social contrate com o Poder Público – obriga a que pelo menos o respectivo certificado de regularidade seja apresentado na fase de habilitação.
Diferentemente da concorrência e da tomada de preços, o convite não exige publicação de editais. O estatuto em vigor, todavia, determina que sua cópia seja afixada “em local apropriado”, justamente para que outros interessados, ainda que não oficialmente convidados, possam acorrer, garantindo-se, assim, a maior participação possível.
Nesta modalidade de licitação, diferentemente do que ocorre na concorrência e na tomada de preços, é indispensável o mencionado número mínimo de propostas estabelecido pela lei – ou seja, três; caso contrário o procedimento deverá ser renovado, garantindo-se sempre, a cada renovação, a inclusão de um “convidado” que não haja participado do convite anterior, ainda que espontaneamente.
Ainda segundo o estatuto licitatório, esta regra comporta apenas duas exceções: limitações do mercado ou “manifesto” desinteresse dos convidados – sendo certo que tanto uma como outra devem ficar claramente demonstradas. 
Prevê ainda o estatuto que, havendo na praça mais de três possíveis qualificados, a cada novo convite realizado com objeto idêntico ou mesmo assemelhado seja convidado pelo menos um que não haja participado do convite anterior, certamente com o fito de evitar que a oportunidade seja oferecida reiteradamente sempre aos mesmos.
4 - CONCURSO
No tocante à modalidade CONCURSO, podemos dizer que é bem menos utilizada pela Administração, sendo considerado o tipo mais adequado para a escolha de trabalho técnico, científico ou artístico predominantemente de criação intelectual. Aqui busca-se, quase que invariavelmente, a melhor técnica, e não o menor preço. Por isso mesmo estipula-se um prêmio ou uma remuneração ao vencedor, que, em contrapartida, automaticamente autoriza o uso do objeto da licitação no momento que melhor aprouver à Administração (condição, aliás, que já deverá ter sido expressamente prevista no regulamento do certame). Aí, sim, a execução do objeto será licitada mediante uma das três modalidades anteriormente comentadas, expressamente vedada a participação do autor, exceto como consultor ou técnico.
Segundo se infere do art. 46 do estatuto licitatório em vigor, contudo, no rol desses trabalhos objeto de concurso não devem ser incluídos projetos, cálculos, fiscalização, supervisão, gerenciamento e engenharia consultiva, elaboração de estudos técnicos e preliminares e projetos básicos e executivos, que deverão ser objeto de concorrência ou tomada de preços, por exigirem licitação do tipo melhor técnica ou técnica e preço.
Trata-se de modalidade que, embora exija rigorosa publicidade (ampla divulgação com, pelo menos, 45 dias de antecedência), está muito longe das formalidades que caracterizam a concorrência. Assim, apesar de a lei não estabelecer procedimento específico para o concurso, e nem mesmo para o leilão, prevê regras genéricas próximas às da concorrência, guardadas sempre as devidas proporções e a singularidade da situação.
5 - LEILAO
Já o LEILAO é a modalidade de licitação que apresenta características bastantes peculiares em comparação com as demais, como, por exemplo, o fato de que uma série de atos concernentes ao procedimento licitatório é praticada em uma única e mesma oportunidade, qual seja, durante a realização do pregão; ou, ainda, o fato de ser possível que um mesmo interessado faça várias propostas; ou mesmo o fato de essas propostas serem verbais, e não escritas; ou o fato de inexistir sigilo quanto ao conteúdo das propostas.
Tudo isto porque, aqui, o que se pretende é alienar pelo melhor preço, desde que igual ou superior à avaliação, bens móveis inservíveis para a Administração Pública, ou então produtos legalmente apreendidos ou dados em penhor, ou ainda bens imóveis cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento (art.19).
Mesmo assim, o que se infere da letra do art. 17, parágrafo 6º, do estatuto licitatório é que o leilão somente poderá ser utilizado para a alienação desses bens caso sua prévia e obrigatória avaliação não ultrapasse o limite estabelecido para utilização da tomada de preços nas compras e serviços em geral. Caso contrário a concorrência será a modalidade indicada.
Observe-se, por outro lado, que o leilão também pode ser utilizado para a alienação de bens móveis cujo valor seja inferior ao limite estabelecido para a tomada de preços, mesmo que não se trate de bem inservível, nem legalmente apreendido ou empenhado (art. 22, parágrafo 5º).
Além disso, não é demais relembrar, aqui, a observação da Professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, no sentido de que, muito embora a lei em vigor não faça menção aos bens semoventes, pode-se perfeitamente aplicar-lhes a mesma regra para alienação mediante leilão, dado que tais bens, em regra, são considerados uma espécie de bens móveis dotados de movimento próprio, como animais, por exemplo.
6 - PREGAO
Por derradeiro, exsurge a modalidade PREGÃO que, de acordo com o art. 1º da Lei n. 10.520, de 17 de julho de 2002: “é a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns, promovida exclusivamente no âmbito da União, qualquer que seja o valor estimado da contratação, em que a disputa pelo fornecimento é feita por meio de propostas e lances em sessão pública”, podendo ser utilizados recursos de tecnologia da informação, nos termos da regulamentação específica.
Parágrafo 1o do art. 1o da citada lei: “Consideram-se bens e serviços comuns, para fins de efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado”. Esta noção, seguindo os passos de Alice Gonzalez Borges, “simplesmente não diz nada”.
O pregão inicia-se para o público com a convocação dos interessados, mediante aviso publicado no Diário Oficial e, conforme o vulto da licitação, também em jornal de grande circulação. Do aviso terão que constar a definição do objeto da licitação, local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital.
 O prazo para a apresentação das propostas conta-se a partir da publicação do edital e não será inferior a oito dias ÚTEIS.Aberta a sessão, serão entregues as propostas, por escrito, em envelope do qual constarão a indicação do objeto e do preço oferecidos, feito o quê abrir-se-ão imediatamente ditos envelopes e será verificada sua conformidade com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório.
Tanto o autor da proposta mais baixa (técnica do MENOR PREÇO É OBRIGATÓRIA) quanto os que hajam feito ofertas até 10% superiores a ela poderão fazer sucessivos lances verbais, até a proclamação do vencedor; e, se não tiver havido pelo menos três proponentes cujas ofertas preencham este requisito (10% de diferença em relação a mais baixa), os demais disputantes autores das melhores propostas, até o máximo de três, adquirem o direito de ofertar tais lances verbais.
Proclamado o vencedor, cuja proposta terá validade de 60 dias, se outro não houver sido fixado no edital, qualquer licitante pode manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, prazo de 03 dias para apresentar razões. Se não o fizer, decairá do direito de recurso e a adjudicação do objeto ao vencedor será imediata.
É vedada a exigência de garantia de proposta, aquisição de edital pagamento de taxas e emolumentos, salvo as do fornecimento do edital.
– Procedimento do pregão
São as mesmas fases da concorrência, com a peculiaridade de que o pregão contém uma inversão nas fases de classificação e inabilitação, aceitando-se o cadastramento no SICAF para fins de substituição da apresentação dos documentos.
A primeira fase é a de publicação do aviso do edital no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação, com antecedência mínima de oito dias da entrega das propostas; é possível também a publicação por meios eletrônicos. 
A segunda fase é a de julgamento e classificação das propostas, o que se faz pelo critério do menor preço. Apresenta alguma peculiaridade em relação às demais modalidades de licitação, porque combina proposta escrita com lances verbais. 
A terceira fase é a referente à habilitação do vencedor.
A quarta fase é a adjudicação ao vencedor, sendo a homologação do procedimento, a quinta e última fase.
 – TIPOS
Os tipos de licitação estão previstos no parágrafo primeiro do artigo 45 da Lei 8.666/93 e compreendem quatro categorias:
I – a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço.
II – a de melhor técnica;
III – a de técnica e preço;
IV – a de maior lance ou oferta – no caso da alienação de bens ou concessão de direito real de uso. 
O edital mencionará qual o tipo de licitação que será adotado para o critério de julgamento.
Além disso, o edital deverá mencionar os fatores que serão levados em consideração, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. 
A Lei 8.666/93 deu preferência à licitação de menor preço, que é a que permite escolha mais objetiva e dificulta a apreciação discricionária por parte da Comissão. Ficou limitada a utilização da “melhor técnica” ou “técnica e preço” à hipótese de contratos que tenham por objeto serviços de natureza predominantemente intelectual. 
 CONTROLES. DESFAZIMENTO
O artigo 49 da Lei 8.666/93 prevê a possibilidade de revogação da licitação, por interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, bem como a obrigatoriedade de sua anulação por ilegalidade. 
A anulação do procedimento não gera a obrigação de indenizar, ressalvada a hipótese da ilegalidade ser imputável à própria Administração. 
Maria das Graças Albergaria Costa entende que ocorrerá preclusão no procedimento licitatório no caso de ausência de impugnação no momento oportuno, mas que, caso haja um vício na fase da habilitação, e, até a celebração do contrato já houver ocorrido a preclusão da alegação, ainda assim todo o procedimento poderá ser anulado, uma vez que os atos foram incorporados. 
O artigo 109 da Lei 8.666/93 prevê os recursos administrativos cabíveis dos atos decorrentes da licitação e do contrato. São eles:
Recurso (em sentido estrito): deve ser interposto no prazo de 05 dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de habilitação ou inabilitação; julgamento das propostas; anulação ou revogação da licitação; indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento; rescisão do contrato; aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa.
Representação: nos casos em que não cabe recurso. Prazo de cinco dias úteis para a contar da intimação do ato. 
Pedido de reconsideração: cabível com relação a ato de Ministro de Estado ou Secretário estadual ou municipal, no caso de aplicação da pena de declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública. Prazo de dez dias úteis, a contar da intimação do ato, também reduzido a dois dias úteis no caso de convite. 
( Lembrar do art. 59: A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.
p.u. A nulidade não exonera a administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilização de quem deu causa.
TÍTULO IV
DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO DO DISTRITO FEDERAL
CAPÍTULO I
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO DO DISTRITO FEDERAL
Seção I
Dos Princípios Gerais
Art. 125. Compete ao Distrito Federal instituir os seguintes tributos:
I – impostos de sua competência previstos na Constituição Federal;
II – taxas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos de sua atribuição, específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
§ 1º A função social dos impostos incorpora o princípio de justiça fiscal e o critério de progressividade a ser observados na legislação.
§ 2º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar o patrimônio, rendimentos e atividades econômicas do contribuinte, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei.
§ 3º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.
§ 4º Nenhuma taxa, à exceção das decorrentes do exercício do poder de polícia, poderá ser aplicada em despesas estranhas aos serviços para os quais foi criada.
§ 5º O Distrito Federal poderá, mediante convênio com a União, Estados e Municípios, delegar ou deles receber encargos de administração tributária.
§ 6º O Distrito Federal poderá instituir contribuição cobrada de seus servidores para custeio, em benefício destes, de sistema de previdência e assistência social.
Art. 126. O sistema tributário do Distrito Federal obedecerá ao disposto no art. 146 da Constituição Federal, em resolução do Senado Federal, nesta Lei Orgânica e em leis ordinárias, no tocante a:
I – conflitos de competência em matéria tributária entre pessoas de direito público;
II – limitações constitucionais ao poder de tributar;
III – definição de tributos e de suas espécies, bem como em relação aos impostos constitucionais discriminados, dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
IV – obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
V – adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
Art. 127. Ao Distrito Federal competem, cumulativamente, os impostos reservados aos Estados e Municípiosnos termos dos arts. 155 e 156 da Constituição Federal. 
Seção II
Das Limitações do Poder de Tributar
Art. 128. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado ao Distrito Federal:
I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
II – instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
III – cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
IV – utilizar tributo com efeito de confisco;
V – estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou de bens por meio de tributos, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Distrito Federal;
VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços da União, Estados e Municípios;
b) templos de qualquer culto;
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e assistência social sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
VII – estabelecer diferença tributária entre bens e serviços de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
§ 1º A vedação do inciso VI, a, é extensiva a autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere a patrimônio, renda e serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou delas decorrentes.
§ 2º As vedações do inciso VI, a, e as do parágrafo anterior não se aplicam a patrimônio, renda e serviços relacionados com a exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exoneram o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel.
§ 3º As vedações do inciso VI, alíneas b e c, compreendem somente patrimônio, renda e serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
§ 4º Ressalvados os casos previstos na lei de diretrizes orçamentárias, os projetos de lei que instituam ou majorem tributos só serão apreciados pela Câmara Legislativa, no mesmo exercício financeiro, se a ela encaminhados até noventa dias de seu encerramento.
§ 5º A contribuição de que trata o art. 125, § 6º, só poderá ser exigida após decorridos noventa dias da vigência da lei que a houver instituído ou modificado, não se lhe aplicando o disposto no inciso III, b.
Art. 129. A lei poderá isentar, reduzir ou agravar tributos, para favorecer atividades de interesse público ou para conter atividades incompatíveis com este, obedecidos os limites de prazo e valor.
Parágrafo único. Para efeito de redução ou isenção da carga tributária, a lei definirá os produtos que integrarão a cesta básica, para atendimento da população de baixa renda, observadas as restrições da legislação federal.
Art. 130. São isentas de impostos de competência do Distrito Federal as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.
Art. 131. As isenções, anistias, remissões, benefícios e incentivos fiscais que envolvam matéria tributária e previdenciária, inclusive as que sejam objeto de convênios celebrados entre o Distrito Federal e a União, Estados e Municípios, observarão o seguinte:
I – só poderão ser concedidos ou revogados por meio de lei específica, aprovada por dois terços dos membros da Câmara Legislativa, obedecidos os limites de prazo e valor;
II – não serão concedidos no último exercício de cada legislatura, salvo os benefícios fiscais relativos ao imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, deliberados na forma do inciso VII do § 5º do art. 135, e no caso de calamidade pública, nos termos da lei; (Inciso com a redação da Emenda à Lei Orgânica n° 38, de 2002.)�
III – não serão concedidos às empresas que utilizem em seu processo produtivo mão-de-obra baseada no trabalho de crianças e de adolescentes, em desacordo com o disposto no art. 7°, XXXIII, da Constituição Federal. (Inciso acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 30, de 1999.)
Parágrafo único. Os convênios celebrados pelo Distrito Federal na forma prescrita no art. 155, § 2º, XII, g, da Constituição Federal, deverão observar o que dispõe o texto constitucional e legislação complementar pertinente. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica n° 1, de 1994.) 
Seção III
Dos Impostos do Distrito Federal
Art. 132. Compete ao Distrito Federal instituir:
I – impostos sobre:
a) transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos;
b) operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, de que trata o art. 21, XI, da Constituição Federal, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Declarada a inconstitucionalidade da expressão "de que trata o art. 21, XI, da Constituição Federal", constante desta alínea: ADI n° 1467 – STF, Diário de Justiça de 11/4/2003.)
c) propriedade de veículos automotores;
d) propriedade predial e territorial urbana;
e) transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
f) venda a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;
g) serviços de qualquer natureza, não compreendidos na alínea b, definidos em lei complementar federal;
II – adicional de até cinco por cento do que for pago à União por pessoas físicas ou jurídicas domiciliadas no Distrito Federal, a título do imposto previsto no art. 153, III, da Constituição Federal, incidente sobre lucros, ganhos e rendimentos de capital.
Art. 133. O imposto sobre a transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos:
I – incidirá sobre:
a) bens imóveis situados no Distrito Federal e respectivos direitos;
b) bens móveis, títulos e créditos quando o inventário ou arrolamento se processar no Distrito Federal ou o doador nele tiver domicílio;
II – terá a competência para sua instituição regulada por lei complementar federal:
a) se o doador tiver domicílio ou residência no exterior;
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado, ou teve o seu inventário processado no exterior;
III – obedecerá a alíquotas máximas fixadas por resolução do Senado Federal.
Art. 134. O imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação atenderá ao seguinte:
I – será não cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo Distrito Federal ou outro Estado;
II – a isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito às operações anteriores;
III – poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
IV – terá as alíquotas aplicáveis a operações e prestações interestaduais e de exportação fixadas por resolução do Senado Federal.
Art. 135. O Distrito Federal fixará as alíquotas do imposto de que trata o artigo anterior para as operações internas, observado o seguinte:
I – limite mínimo não inferior ao estabelecido pelo Senado Federalpara as operações interestaduais, salvo:
a) deliberação em contrário, estabelecida na forma da lei complementar federal, conforme previsto no art. 155, § 2º, VI, da Constituição Federal;
b) resolução do Senado Federal, na forma do art. 155, § 2º, V, a, da Constituição Federal;
II – limite máximo, na hipótese de resolução do Senado Federal, para solução de conflito específico que envolva interesse do Distrito Federal e dos Estados;
III – em relação a operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte do imposto.
§ 1º Caberá ao Distrito Federal o imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a interestadual, nas operações e prestações interestaduais que lhe destinem mercadorias e serviços, quando o destinatário, situado no seu território, for contribuinte do imposto.
§ 2º O imposto incidirá também:
a) sobre entrada de mercadoria importada do exterior, ainda quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo fixo do estabelecimento, assim como sobre serviço prestado no exterior, se estiver situado no Distrito Federal o estabelecimento destinatário da mercadoria ou do serviço;
b) sobre o valor da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não sujeitos ao imposto sobre serviços de qualquer natureza.
§ 3º O imposto não incidirá:
I – sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, excluídos os semielaborados definidos em lei complementar federal;
II – sobre operações que destinem a outro Estado petróleo, lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados e energia elétrica;
III – sobre o ouro, quando definido em lei federal, nas hipóteses previstas no art. 153, § 5º, da Constituição Federal.
§ 4º O imposto não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado a industrialização ou a comercialização, configure fato gerador dos dois impostos.
§ 5º Observar-se-á a lei complementar federal para:
I – definir seus contribuintes;
II – dispor sobre substituição tributária;
III – disciplinar o regime de compensação do imposto;
IV – fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
V – excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dos mencionados no § 3º, I;
VI – prever casos de manutenção de crédito, relativamente a remessa para outro Estado e exportação para o exterior de serviços e de mercadorias;
VII – regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
§ 6º As deliberações tomadas nos termos do § 5º, VII, no tocante a convênios de natureza autorizativa, serão estabelecidas sob condições determinadas de limites de prazo e valor e somente produzirão efeito no Distrito Federal após sua homologação pela Câmara Legislativa.
§ 7º À exceção do imposto sobre circulação de mercadorias e prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação e do imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, nenhum outro tributo de competência do Distrito Federal incidirá sobre operações relativas a energia elétrica, combustíveis líquidos e gasosos, lubrificantes e minerais do País.
Art. 136. O imposto sobre propriedade predial e territorial urbana será progressivo, nos termos de lei específica, de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade, considerados, entre outros aspectos:
I – valor real do imóvel, corrigido a cada ano fiscal;
II – existência ou não de área construída;
III – utilização própria ou locatícia.
Art. 137. O imposto sobre transmissão inter vivos de bens imóveis e de direitos a eles relativos não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil.
Art. 138. O imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos não exclui a incidência do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação sobre a mesma operação.
Art. 139. As alíquotas máximas do imposto sobre vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos e sobre serviços de qualquer natureza serão aquelas fixadas em lei, que também definirá a exclusão da incidência do imposto sobre serviço de qualquer natureza em exportações de serviços para o exterior.
Art. 140. O Distrito Federal divulgará, até o último dia do mês subsequente ao da arrecadação, os montantes de cada um dos tributos arrecadados e dos demais recursos recebidos, inclusive os transferidos pela União.
Art. 141. O Distrito Federal orientará os contribuintes com vistas ao cumprimento da legislação tributária, que conterá, entre outros princípios, o da justiça fiscal, bem como determinará mediante lei medidas para esclarecer os consumidores acerca de impostos que incidam sobre mercadorias e serviços, fazendo ainda publicar anualmente a legislação tributária consolidada. 
Seção IV
Da Repartição das Receitas Tributárias
Art. 142. Constituem receitas do Distrito Federal:
I – o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, pelo Distrito Federal, suas autarquias e pelas fundações que instituir e mantiver;
II – vinte por cento do produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 154, I, da Constituição Federal;
III – cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis nele situados;
IV – a parcela que lhe couber dos fundos de participação a que se referem as alíneas a e b do art. 159, I, da Constituição Federal, bem como o percentual decorrente da entrega prevista no inciso II do mesmo artigo;
V – o produto da arrecadação do imposto que a União instituir no exercício da competência que lhe é atribuída pelo art. 153, V e seu § 5º, da Constituição Federal. 
CAPÍTULO II
DAS FINANÇAS PÚBLICAS
Art. 143. A receita pública será constituída por:
I – tributos;
II – contribuições financeiras e preços públicos;
III – multas;
IV – rendas provenientes de concessão, permissão, cessão, arrendamento, locação e autorização de uso;
V – produto de alienação de bens móveis, imóveis, ações e direitos, na forma da lei;
VI – doações e legados com ou sem encargos;
VII – outras definidas em lei.
Art. 144. A arrecadação de todas e quaisquer receitas de competência do Distrito Federal far-se-á na forma disciplinada pelo Poder Executivo, devendo seu produto ser obrigatoriamente recolhido ao Banco de Brasília S.A., à conta do Tesouro do Distrito Federal.
§ 1º O Banco de Brasília S.A. é o agente financeiro do Tesouro do Distrito Federal e o organismo fundamental de fomento da região.
§ 2º A disponibilidade de caixa e os recursos colocados à disposição dos órgãos da administração direta, bem como das autarquias e fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público e das empresas públicas e sociedades de economia mista e demais entidades em que o Distrito Federal, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto, serão depositados emovimentados no Banco de Brasília S.A., ressalvados os casos previstos em lei.
§ 3º A execução financeira dos órgãos e entidades mantidos com recursos do orçamento do Distrito Federal far-se-á por sistema integrado de caixa, conforme disposto em lei.
§ 4º Os pagamentos das remunerações, de qualquer natureza, devidas pelo Distrito Federal aos servidores da administração direta, aos servidores das autarquias e das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, aos empregados das empresas públicas e das sociedades de economia mista, bem como aos empregados das demais entidades em que o Distrito Federal, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto, serão efetuados pelo Banco de Brasília – BRB, para concretizar-lhe e preservar-lhe a função social. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 51, de 2008.)
§ 5º As disposições do parágrafo anterior se aplicam inclusive aos pagamentos dos servidores cujas remunerações sejam custeadas por recursos oriundos de repasses feitos pela União. (Parágrafo acrescido pela Emenda à Lei Orgânica nº 51, de 2008.)
Art. 145. Os recursos financeiros correspondentes às dotações orçamentárias da Câmara Legislativa e do Tribunal de Contas do Distrito Federal serão repassados em duodécimos, até o dia vinte de cada mês, em cotas estabelecidas na programação financeira, exceto em caso de investimento, em que se obedecerá ao cronograma estabelecido.
Art. 146. Lei complementar, observados os princípios estabelecidos na Constituição da República e as disposições de lei complementar federal e resoluções do Senado Federal, disporá sobre:
I – finanças públicas;
II – emissão e resgate de títulos da dívida pública;
III – concessão de garantia pelas entidades públicas do Distrito Federal;
IV – fiscalização das instituições financeiras do Distrito Federal.
§ 1º Fica vedada ao Distrito Federal, salvo disposição em contrário de norma federal, a contratação de empréstimos sob garantias futuras, sem previsão do impacto a recair nas subsequentes administrações financeiras do Distrito Federal.
§ 2º A aquisição de títulos públicos pelo Banco de Brasília S.A. será disciplinada em lei específica.
§ 3º O lançamento de títulos da dívida pública e a contratação de operações de crédito interno ou externo dependerão de prévia autorização da Câmara Legislativa, observadas as disposições pertinentes da legislação federal.
§ 4º O Poder Executivo encaminhará à Câmara Legislativa, até o último dia de cada mês, a posição contábil da dívida fundada interna e externa e da dívida flutuante do Poder Público no mês anterior.
CAPÍTULO III
DO ORÇAMENTO
Art. 147. O orçamento público, expressão física, social, econômica e financeira do planejamento governamental, será documento formal de decisões sobre a alocação de recursos e instrumento de consecução, eficiência e eficácia da ação governamental.
Art. 148. Na elaboração de seu orçamento, o Distrito Federal destinará anualmente às Administrações Regionais recursos orçamentários em nível compatível, com critério a ser definido em lei, prioritariamente para o atendimento de despesas de custeio e de investimento, indispensáveis a sua gestão.
Parágrafo único. Para os fins preconizados no caput, as Regiões Administrativas constituem-se individualmente em órgãos.
Art. 149. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I – o plano plurianual;
II – as diretrizes orçamentárias;
III – os orçamentos anuais.
§ 1º O plano plurianual será elaborado com vistas ao desenvolvimento econômico e social do Distrito Federal, podendo ser revisto ou modificado quando necessário, mediante lei específica.
§ 2º A lei que aprovar o plano plurianual, compatível com o plano diretor de ordenamento territorial, estabelecerá, por região administrativa, as diretrizes, objetivos e metas, quantificados física e financeiramente, da administração pública do Distrito Federal, no horizonte de quatro anos, para despesas de capital e outras delas decorrentes, bem como as relativas a programas de duração continuada, a contar do exercício financeiro subsequente.
§ 3º A lei de diretrizes orçamentárias, compatível com o plano plurianual, compreenderá as metas e prioridades da administração pública do Distrito Federal, incluídas as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente; orientará a elaboração da lei orçamentária anual; disporá sobre as alterações da legislação tributária; estabelecerá a política tarifária das entidades da administração indireta e a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento; bem como definirá a política de pessoal a curto prazo da administração direta e indireta do Governo.
§ 4º A lei orçamentária, compatível com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias, compreenderá:
I – o orçamento fiscal referente aos Poderes do Distrito Federal, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público;
II – o orçamento de investimento das empresas em que o Distrito Federal, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III – o orçamento de seguridade social, abrangidas todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta e indireta, bem como os fundos e fundações instituídos ou mantidos pelo Poder Público.
§ 5º O orçamento da seguridade social compreenderá receitas e despesas relativas a saúde, previdência, assistência social e receita de concursos de prognósticos, incluídas as oriundas de transferências, e será elaborado com base nos programas de trabalho dos órgãos incumbidos de tais serviços, integrantes da administração direta e indireta.
§ 6º Os projetos de lei referentes a matérias de receita e despesa públicas serão organizados e compatibilizados, em todos os seus aspectos setoriais, pelo órgão central de planejamento do Distrito Federal.
§ 7º Integrarão o projeto de lei orçamentária, além daqueles definidos em lei complementar, demonstrativos específicos com detalhamento das ações governamentais, dos quais constarão:
I – objetivos, metas e prioridades, por Região Administrativa;
II – identificação do efeito sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia, referidos no art. 131;
III – demonstrativo da situação do endividamento, no qual se evidenciará para cada empréstimo o saldo devedor e respectivas projeções de amortização e encargos financeiros correspondentes a cada semestre do ano da proposta orçamentária.
§ 8º A lei orçamentária incluirá, obrigatoriamente, previsão de recursos provenientes de transferências, inclusive aqueles oriundos de convênios, acordos, ajustes ou instrumentos similares com outras esferas de governo e os destinados a fundos.
§ 9º As despesas com publicidade do Poder Legislativo e dos órgãos ou entidades da administração direta e indireta do Poder Executivo deverão ser objeto de dotação orçamentária específica.
§ 10. O orçamento anual deverá ser detalhado por Região Administrativa e terá entre suas funções a redução das desigualdades inter-regionais.
§ 11. A lei orçamentária não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, excluindo-se da proibição:
I – a autorização para a abertura de créditos suplementares;
II – a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei;
III – a forma da aplicação do superávit ou o modo de cobrir o déficit.
§ 12. Cabe a lei complementar estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como condições para instituição e funcionamento de fundos, observados os princípios estabelecidos nesta Lei Orgânica e na legislação federal.
Art. 150. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão encaminhadosà Câmara Legislativa, que os apreciará na forma de seu regimento interno.
§ 1º O projeto de lei do plano plurianual será encaminhado pelo Governador à Câmara Legislativa até o dia primeiro de agosto do primeiro ano de mandato e devolvido para sanção até o encerramento da primeira sessão legislativa. (Parágrafo com a redação da Emenda à Lei Orgânica nº 58, de 2010.)�
§ 2º O projeto de lei de diretrizes orçamentárias será encaminhado até sete meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido pelo Legislativo para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa.
§ 3º O projeto de lei orçamentária para o exercício seguinte será encaminhado até três meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro em curso e devolvido pelo Legislativo para sanção até o encerramento do segundo período da sessão legislativa.
§ 4º Cabe à comissão competente da Câmara Legislativa examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Governador do Distrito Federal.
§ 5º As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem serão admitidas desde que:
I – sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II – indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
III – sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões;
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
§ 6º As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual.
§ 7º As emendas serão apresentadas à comissão competente da Câmara Legislativa, que sobre elas emitirá parecer, e serão apreciadas na forma do regimento interno.
§ 8º O Governador poderá enviar mensagem ao Legislativo para propor modificações nos projetos a que se refere este artigo, enquanto não iniciada, na comissão competente da Câmara Legislativa, a votação da parte cuja alteração é proposta.
§ 9º Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto neste Capítulo, as demais normas relativas ao processo legislativo.
§ 10. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa.
§ 11. As receitas próprias de órgãos, fundos, autarquias e fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, bem como as das empresas públicas e sociedades de economia mista, serão programadas para atender preferencialmente gastos com pessoal e encargos sociais; amortizações, juros e demais encargos da dívida; contrapartida de financiamentos ou outros encargos de sua manutenção e investimentos prioritários; respeitadas as peculiaridades de cada um.
§ 12. Não tendo o Legislativo recebido a proposta de orçamento anual até a data prevista no § 3º, será considerado como projeto a lei orçamentária vigente, com seus valores iniciais, monetariamente atualizados pela aplicação do índice inflacionário oficial.
§ 13. Na oportunidade da apreciação e votação da lei orçamentária anual, o Poder Executivo colocará à disposição do Poder Legislativo todas as informações sobre o endividamento do Distrito Federal, sem prejuízo do disposto no art. 146, § 4º.
Art. 151. São vedados:
I – o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual;
II – a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam aos créditos orçamentários ou adicionais;
III – a realização de operações de crédito que excedam ao montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pela Câmara Legislativa, por maioria absoluta;
IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvada a destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino, como determina o art. 212 da Constituição Federal, bem como a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, prevista no art. 165, § 8º da Constituição Federal;
V – a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes;
VI – a transposição, remanejamento ou transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa;
VII – a concessão ou utilização de créditos ilimitados;
VIII – a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos do orçamento fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive os mencionados no art. 149, § 4º, desta Lei Orgânica, em conformidade com o art. 165, § 5º, da Constituição Federal;
IX – a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa;
X – a concessão de subvenções ou auxílios do Poder Público a entidades de previdência privada.
§ 1º Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei que autorize sua inclusão, sob pena de crime de responsabilidade.
§ 2º Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente.
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de calamidade pública, e será objeto de apreciação pela Câmara Legislativa no prazo de trinta dias.
§ 4º A autorização legislativa de que trata o inciso IX dar-se-á por proposta do Poder Executivo, que conterá, entre outros requisitos estabelecidos em lei, os seguintes:
I – finalidade básica do fundo;
II – fontes de financiamento;
III – instituição obrigatória de conselho de administração, composto necessariamente de representantes do segmento respectivo da sociedade e de áreas técnicas pertinentes ao seu objetivo;
IV – unidade ou órgão responsável por sua gestão.
Art. 152. Qualquer proposição que implique alteração, direta ou indireta, em dotações de pessoal e encargos sociais deverá ser acompanhada de demonstrativos da última posição orçamentária e financeira, bem como de suas projeções para o exercício em curso.
Parágrafo único. As proposições de créditos adicionais que envolvam anulação de dotações de pessoal e encargos sociais somente poderão ser apresentadas à Câmara Legislativa no último trimestre do exercício financeiro relativo à lei orçamentária.
Art. 153. O Poder Executivo publicará, até o trigésimo dia após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária, do qual constarão:
I – as receitas, despesas e a evolução da dívida pública da administração direta e indireta em seus valores mensais;
II – os valores realizados desde o início do exercício até o último bimestre objeto da análise financeira;
III – relatório de desempenho físico-financeiro.
Art. 154. A lei de diretrizes orçamentárias estabelecerá procedimentos de ligação entre o planejamento de médio e longo prazos e cada orçamento anual, de modo a ensejar continuidade de ações e programas que, iniciados em um governo, tenham prosseguimento no subsequente.
Art. 155. Ao Poder Legislativo é assegurado amplo e irrestrito acesso, de forma direta e rápida, a qualquer informação, detalhada ou agregada, sobre a administração pública do Distrito Federal.
Art. 156. Os ocupantes de cargos públicos do Governo do Distrito Federal serão pessoalmente responsáveis por suas

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