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aula-8-odontogenese

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odontogênese
Ana Cláudia Garcia Rosa 
Odontogênese 
Compreende o mecanismo de formação dos germes dentários para posterior erupção na cavidade oral
Inicia-se como resultado da interação entre o epitélio oral e o ectomesênquima subjacente, originando a banda epitelial primária e, em seguida, a lâmina dentária. 
Os germes dentários seguem, subsequentemente, as fases de botão, capuz, campânula, coroa e raiz.
A partir da fase de campânula, ocorre a diferenciação dos tecidos que compõem o dente: dentinogênese, amelogênese, cementogênese e osteogênese correspondem, respectivamente, à formação de dentina, esmalte, cemento e osso. 
 
Embriologia
No embrião humano, a cavidade oral primitiva ou estomodeo, é revestida pelo ectoderma, um delgado epitélio. 
Por volta do 22º dia, este epitélio entra em contato com o endoderma que reveste o intestino anterior, formando-se, assim, a membrana bucofaríngea, que persiste até aproximadamente o 27º dia, quando sofre desintegração. 
Fica, assim, estabelecida a comunicação entre o estomodeo e faringe/ intestino primitivo
Embriologia
Nessa fase, a cavidade oral primitiva é revestida por um epitélio de apenas duas ou três camadas de células, que recobre um tecido que está sendo invadido por uma população de células ectodérmicas das cristas neurais 
Uma vez nos locais, esse tecido de ectodérmico sofre transição epitélio mesenquimal, originando estruturas de natureza conjuntiva – daí, sua denominação ectomesênquima. 
A partir daí, ocorrem interações entre o epitélio e o ectomesênquima
Epitélio oral e lâminas vestibular e dentária
O cordão epitelial, sofre, quase imediatamente após sua formação, uma bifurcação, resultando em duas populações epiteliais proliferativas que seguem a mesma forma dos arcos, correndo, portanto, uma paralela à outra: a lâmina vestibular e a lâmina dentária 
Lâminas vestibular (origina o sulco vestibular) e dentária (origina os germes dentários)
Formação dos dentes (odontogênese)
Decorre de proliferações do epitélio da lâmina dentária em direção ao ectomesênquima
Cada germe dentário é originado a partir de um broto na lâmina dentária
Fases:
Botão
Capuz
Campânula
Botão
Após sua proliferação inicial uniforme ao longo dos futuros arcos, a lamina dentaria passa a apresentar, em alguns locais, atividades mitóticas diferenciadas. 
Como resultado disso, a partir da 8ª semana de vida intrauterina, em cada arco originam-se dez pequenas esférulas que invadem o ectomesênquima, representando o inicio da formação dos germes dos dentes decíduos. 
Botão
Nelas, as células epiteliais apresentam aspecto normal, embora após cuidadosa observação, seja possível diferenciar as células cubicas ou cilíndricas baixas da periferia das células poligonais do centro. 
Costumam-se observar numerosas imagens de mitose, fato que reflete sua alta atividade proliferativa. 
Por sua vez, o ectomesênquima subjacente apresenta nesta fase, denominada “botão”, uma discreta condensação de suas células em torno da parte mais profunda da esférula epitelial 
Capuz
Com a continuação da proliferação epitelial, o botão não continua a crescer uniformemente, apresentando, portanto, um crescimento desigual que o leva a adotar uma forma que se assemelha a um boné, razão pela qual esta fase é chamada de “capuz”. 
No centro da sua parte mais profunda, o capuz epitelial apresenta uma concavidade, sob a qual é observada maior concentração de células ectomesenquimais do que a visualizada no estagio anterior
Capuz
Uma vez estabelecida a fase de capuz, observam-se vários componentes no germe dentário
A porção epitelial, que, a partir desta fase, apresenta varias regiões distintas, denomina-se “órgão do esmalte”, pois é responsável pela formação do esmalte dentário. 
As células localizadas na concavidade adjacente à condensação ectomesenquimal constituem o epitélio interno do órgão do esmalte e as células localizadas na convexidade externa do capuz epitelial constituem o epitélio externo do órgão do esmalte. 
As células que ficam na região central do órgão do esmalte, entre o epitélio interno e o externo, vão se separando umas das outras, observando-se, entre elas, maior quantidade de substancia fundamental rica em proteoglicanos. 
Em razão da forma das células, essa porção central do órgão do esmalte é chamada de “reticulo estrelado”
Capuz
Ao mesmo tempo, o ectomesênquima aumenta seu grau de condensação de maneira que se observa claramente uma massa de células muito próximas umas das outras. 
Essa condensação celular, denominada papila dentaria a partir desta fase do desenvolvimento, é responsável pela formação da dentina e da polpa 
Capuz
Ainda nesta fase de capuz, o ectomesênquima que rodeia tanto o órgão do esmalte quanto a papila dentaria sofre uma condensação de modo que suas células alinham-se em torno do germe em desenvolvimento, formando uma capsula que o separa do restante do ectomesênquima da maxila e da mandíbula: o folículo ou saco dentário
Capuz
O folículo ou saco dentário é a responsável pela formação do periodonto de inserção do dente, isto é, do cemento, do ligamento periodontal e do osso alveolar. 
Ainda nessa fase, capilares penetram o folículo dentário, especialmente na região adjacente ao epitélio externo do órgão do esmalte.
Assim, a nutrição da porção epitelial do germe dentário provém da vascularidade do folículo 
Campânula
Nessa nova fase, a parte epitelial do germe dentário (órgão do esmalte) apresenta o aspecto de um sino com sua concavidade mais acentuada e, consequentemente, com suas margens mais aprofundadas: fase de campânula
Todavia, quando diminui a divisão celular tanto no órgão do esmalte quanto nas células ectomesenquimais, ocorre a diferenciação das diversas células do germe dentário. 
Dessa maneira, esta fase é também denominada “fase de morfo e histodiferenciação”. 
Campânula
Na porção epitelial, a região central correspondente ao reticulo estrelado continua a crescer em volume por causa do aumento da distância entre as células e seus prolongamentos. 
Esse fenômeno é provocado pela maior quantidade de água, associada a outras moléculas, como os proteoglicanos (Figura 6.14). 
As células do epitélio externo do órgão do esmalte são achatadas, tornando-se pavimentosas; as do epitélio interno, por sua vez, alongam-se, constituindo células cilíndricas baixas com núcleo central e citoplasma contendo ribossomas livres, poucas cisternas de reticulo endoplasmático granular e complexo de Golgi, o qual ocupa o lado oposto à papila dentária.
Campânula
Além dessas modificações nas diversas estruturas do órgão do esmalte, nessa fase aparecem, entre o epitélio interno e o reticulo estrelado, duas ou três camadas de células pavimentosas que constituem o estrato intermediário, que participa, acredita-se, na formação do esmalte 
Por outro lado, na campanula, na região em que os epitélios externo e interno do órgão do esmalte se encontram, ao nível da borda do sino, forma-se um angulo agudo. Essa região, chamada de alça cervical é o local em que, por volta do final da fase de coroa, tanto as células do epitélio externo quanto as do interno irão proliferar para constituir a bainha radicular de Hertwig, que induz a formação da raiz do dente.
Campânula
O folículo dentário torna-se mais evidente, pois passa a envolver o germe dentário por completo, inclusive na extremidade oclusal 
Nesta fase, a porção da lamina dentaria, entre o órgão do esmalte e o epitélio bucal, desintegra-se. 
Além disso, em geral, o osso do processo alveolar em formação acaba rodeando completamente o folículo dentário, constituindo a cripta óssea 
Campânula
O dente em desenvolvimento separa-se do epitélio oral, porem, grupos de células epiteliais da lamina permanecem nos pertuitos ósseos, nesta região, formando o gubernáculo ou canal gubernacular, que desempenhará importante papel na erupção
Campânula
Na fase de campânula, verificam-se alguns fenômenos
morfogenéticos que levam à determinação da forma da coroa do futuro dente. 
Isso se deve à formação de dobras no epitélio interno do órgão do esmalte 
Células de epitélio interno localizadas nos vértices das cúspides, até então cilíndricas baixas com núcleo próximo à lâmina basal, tornam-se cilíndricas altas 
O seu núcleo passa a se localizar do lado oposto à papila dentaria 
Após esse fenômeno, denominado inversão da polaridade, essas células se transformam em pré- ameloblastos 
Campânula
Nesse momento, na papila dentaria, as células ectomesenquimais periféricas, sob influência dos pré-ameloblastos, param de se dividir, aumentam de tamanho e começam sua diferenciação em odontoblastos, passando a secretar a primeira camada de matriz de dentina – a dentina do manto 
Essa matriz dentinária tem como componente mais abundante o colágeno tipo I
O contatos com os odontoblastos e com a matriz dentinária desencadeiam a diferenciação dos pré-ameloblastos em ameloblastos, os quais sintetizam e secretam a matriz orgânica do esmalte – que também é, basicamente, proteica, porém de natureza não colágena.
Campânula
Esses eventos começam nos locais correspondentes às futuras cúspides do dente e progridem sequencialmente, descendo pelas vertentes das cúspides até a região da alça cervical. 
Diversos produtos, como fatores de crescimento, fatores de transcrição, moléculas de adesão, integrinas e elementos da matriz extracelular, participam das várias interações epitélio-ectomesênquima que, juntas, constituem o fenômeno conhecido como indução reciproca, que caracteriza a fase de campânula.

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