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1 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S 2 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S 3 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Núcleo de Educação a Distância GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira. O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para a formação de prossionais capazes de se destacar no mercado de trabalho. O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem. 4 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Prezado(a) Pós-Graduando(a), Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional! Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela conança em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as suas expectativas. A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma nação soberana, democrática, crítica, reexiva, acolhedora e integra- dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a ascensão social e econômica da população de um país. Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida- de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas pessoais e prossionais. Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi- ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver um novo perl prossional, objetivando o aprimoramento para sua atua- ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe- rior e se qualicar ainda mais para o magistério nos demais níveis de ensino. E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos conhecimentos. Um abraço, Grupo Prominas - Educação e Tecnologia 5 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S 6 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo- sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve- rança, disciplina e organização. Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua preparação nessa jornada rumo ao sucesso prossional. Todo conteúdo foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho. Estude bastante e um grande abraço! Professora: Silvia Cristina da Silva 7 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc- nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela conhecimento. Cada uma dessas tags, é focada especicadamente em partes importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in- formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao seu sucesso prossional. 8 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Embora o conceito de Educação à Distância não seja novo, é ver- dade que, com a extensão e a implementação de novas tecnologias no setor educacional, esse formato assumiu uma nova dimensão, razão pela qual indivíduos, governos e as instituições voltaram-se, de maneira espe- cial, para explorar o potencial oferecido pela educação à distância. Inse- rem-se, nesta unidade, os desaos e oportunidades de ensino a distância no ensino superior. O autor trabalha em estreita colaboração com os alunos no ensino a distância há muitos anos e cou interessado pela maneira que os alunos lidam com os desaos em comparação às oportunidades ofereci- das pelo ensino a distância. O principal objetivo deste capítulo é investigar as oportunidades e os desaos do ensino a distância. Nos últimos anos, tem havido um interesse crescente nessa modalidade, no ensino superior. Tecnologia; Formação Continuada; Ensino. 9 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 01 ASPECTOS DO ENSINO SUPERIOR Apresentação do Módulo ______________________________________ 11 13 14 A Universidade na Sociedade __________________________________ O Ensino Superior no Brasil _____________________________________ CAPÍTULO 02 DIDÁTICA E PRATICAS PEDAGOGICAS NO ENSINO SUPERIOR Didática como Ciência no Ensino Superior ______________________ AMetodologia naDocência Universitária __________________________ Planejamentos do Ensino ______________________________________ Recapitulando ________________________________________________ Recapitulando _________________________________________________ 31 36 40 45 27 17Ensino Superior: Finalidades ___________________________________ Organização Interna e seu Funcionamento (Ensino, pesquisa e extensão) _____________________________________________________ 18 CAPÍTULO 03 TECNOLOGIAS E RECURSOS DIDÁTICOS Ensino a Distância _____________________________________________ 49 A Metodologia Dialética ________________________________________ 36 Educação Universitária ___________________________________________ AvaliaçãoeAprendizagemnaEducaçãoSuperior __________________ 39 43 10 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Ambiente Virtual de Aprendizagem e Tecnologias para o Ensino_ Interações em Sala de Aula EAD e Presencial: o Papel dos Profes- sores e dos Alunos ______________________________________________ 51 53 Desafios do Ensino a Distância _________________________________ Tecnologias eMídias Educacionais _______________________________ 54 57 Formação de Professor no Ensino Superior _____________________ Considerações Finais ___________________________________________ Recapitulando __________________________________________________ Fechando a Unidade ____________________________________________ Referências _____________________________________________________ 59 68 64 69 73 11 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Abordaremos, nesta Unidade, o ensino superior no Brasil. Até o nal do século XIX existiam apenas 24 estabelecimentos de ensino superior no Brasil com cerca de 10.000 estudantes. A partir daí, a ini- ciativa privada criou seus próprios estabelecimentos de ensino superior graças à possibilidade legal disciplinada pela Constituição da República (1891). As instituições privadas surgiram da iniciativa das elites locais e confessionais católicas (Teixeira, 1969). O sistema educacional paulista surgiu nessa época e repre- sentou a primeira grande ruptura com o modelo de escolas submetidas ao controle do governo central. Dentre os cursos criados em São Paulo, nesse período, constam os de Engenharia Civil, Elétrica e Mecânica (1896), da atual Universidade Mackenzie, que é confessional presbite- riana. Nos 30 anos seguintes, o sistema educacional apresentou uma expansão considerável, passando de 24 escolas isoladas a 133, 86 das quais criadas na década de 1920 (Teixeira, 1969). A partir da Lei nº 4.024/60 – a primeira Lei de Diretrizes e Ba- ses da Educação Nacional –, começou a se delinear um modelo fe- derativo da administração da educação nacional. Nas legislações que a sucederamatuar no sentido de garantir autono- mia a cada entidade, devendo, entretanto, criar um conjunto harmônico, capaz de funcionar com sinergia, evitando as dispersões características do momento atual (Buarque, 2003). Zabalza (2004) atribui três funções aos professores universi- tários: o ensino (docência), a pesquisa e a administração em diversos setores da instituição. Acrescento ainda a função de orientação acadê- mica: monograas, dissertações e teses. Novas funções agregam-se a estas, tornando mais complexo o exercício prossional: o que alguns chamaram de business (busca de nanciamento, negociação de projetos e convênios com empresas e instituições, assessorias, participação como especialistas em diversas instâncias cientícas, etc.). E as relações institucionais (que são entendidas de diferentes maneiras: da representação da própria universidade nas inúmeras áreas em que é exigida até a criação e a manutenção de uma ampla rede de relações com outras universidades, empresas e instituições buscando reforçar o caráter teórico e prático da for- mação e, em alguns casos, seu caráter internacional). (Ibidem, p.109). 40 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Adocência universitária requer a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. Essa característica integra a produção do conheci- mento bem como sua socialização. A indissociabilidade direciona-se para atividade reexiva e problematizadora do futuro prossional. A Articula- ção dos componentes curriculares e projetos de pesquisa e de interven- ção, deve levar em conta que a realidade social não é objetivo de uma disciplina e isso exige o emprego de uma pluralidade metodológica. A pesquisa e a extensão devem ser inseridas na docência, vis- to a necessidade de interrogar o que se encontra fora do ângulo imedia- to de visão. Não se trata de pensar na extensão como diluição de ações - para uso externo - daquilo que a " universidade produzir de bom. O conhecimento cientíco produzido pela universidade não é para mera divulgação, mas é para a melhoria de sua capacidade de decisão. PLANEJAMENTOS DO ENSINO O planejamento é essencial para qualquer organização e tam- bém é a maneira mais segura de atingir metas. Mas também pode ser um pesadelo institucional quando, em vez de ser um facilitador do tra- balho, torna-se um obstáculo para o desempenho e o crescimento or- ganizacional. Basicamente, porque a maioria das pessoas dentro da universidade não sabe como usá-lo (implementação sem treinamento adequado), não sabe por que elas precisam usá-lo (falta de comunica- ção interna) e, pior ainda, não querem usá-lo isto. Gandin (1997) defende a ideia de que existem planejadores, executores e avaliadores. Contudo, ele acredita que nesse grupo há poucos planejadores e muitos executores. Há pessoas dispostas ape- nas em mandar, estão sempre apontando a direção a ser seguida se- gundo seu pensamento. O sujeito dotado de consciência crítica, não se deixa levar por essa situação, ao contrário da pessoa ingênua ou mítica que vai se deixar manipular. Planejar não se limita apenas ao ato de fabricar planos, vai além do colocar ideias no papel, preparar atividade para serem execu- tadas dentro ou fora da sala de aula. Com o planejamento não se reduz à elaboração, estende-se também à execução e à avaliação. Existem fatores mais importantes que determinam o sucesso do planejamento estratégico no superior. A competência dos funcioná- rios, a cultura do campus, o orçamento e os regulamentos também são elementos essenciais que podem ajudar as universidades a cumprir seus objetivos e - ainda mais importante - a sustentar esse sucesso a tempo de serem reconhecidos pela sociedade como uma instituição 41 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S fundamental para o bem-estar comum. O planejamento estratégico é um processo sistemático para projetar o futuro das instituições de ensino superior. Em geral, espera-se que o plano estratégico envolva uma abordagem coerente, consistente e cuidadosa para garantir as aspirações de longo prazo da organização. De acordo com Santana, (1986. P. 26) o planejamento é dividido em três etapas: A primeira é a preparação ou estruturação do plano de Trabalho Docente. Esta etapa é onde o professor prevê como será de- senvolvido o seu trabalho durante certo período. O professor relaciona os conteúdos que serão trabalhados e como serão trabalhados, ou seja, busca uma metodologia adequada, recursos didáticos e tecnológicos que contribuam para melhor desenvolvimento dos conteúdos. Na sequência é determinado os objetivos a serem alcançados, viabilizando estratégias para que no decorrer do trabalho os objetivos sejam atingidos. A segunda etapa é o desenvolvimento do plano de trabalho, neste momento as ações que foram organizadas durante a elaboração do planejamento são colocadas em prática, para que o processo ensino aprendizagem sejam efetivados. O trabalho é direcionado e constante por parte do professor, para que o aluno construa seu conhecimento ou transforme o conhe- cimento existente passando do senso comum, em um conhecimento organizado e sistematizado. A terceira etapa é a do aperfeiçoamento. Esta etapa envolve a vericação para perceber até que ponto os objetivos traçados foram alcançados. Neste momento de avaliação é que se fazem os ajustes na aprendizagem de acordo com os acertos dos alunos e as necessidades dos mesmos. Kourgano entre outros autores vem chamando a nossa aten- ção sobre a necessidade de um estudo sistemático dos problemas didá- ticos em nível superior. Segundo ele: “A aplicação do espírito de investigação aos problemas pedagógicos deve levar cada docente a fazer uma autocrítica, a tomar consciência de suas responsabilidades, a repensar a maneira como desempenha suas funções e a fazer experiências pedagógicas que visem aperfeiçoar os diversos tipos de atividades que caracterizam tais funções, em particular, as voltadas à sis- tematização e transmissão do saber, sem esquecer das responsabilidades propriamente educativas. Por esta razão, é particularmente urgente melho- rar o preparo pedagógico dos docentes... O número de seminários e outras atividades similares sobre o ensino universitário é pequeno quando compa- rado com o número de outras iniciativas da mesma natureza dirigidas às diferentes especialidades da investigação. Como recomenda o “Rapport of Berkeley”, alguns seminários pedagógicos apropriados aos diferentes tipos 42 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S de disciplinas deveriam formar parte da rotina de cada docente universitário. Uma das preocupações de tais encontros deveria ser um inventário pedagó- gico internacional dos melhores métodos já utilizados nos diversos países” (1972. p. 84). Uma parte signicativa do planejamento e preparação é o de realizar pesquisas. O estudo da teoria educacional e o exame das me- lhores práticas ajudam a denir e moldar o seu próprio ensino, pois estudar o conteúdo que você ensina em profundidade também ajudará você a crescer e melhorar seu ensino-aprendizagem, além de poder aplicá-lo commaior segurança de conhecimento em relação aos alunos. Como professor, você deve ter o conteúdo que ensina domina- do. Você deve entender o que está ensinando, por que está ensinando e deve criar um plano de como apresentá-lo aos seus alunos todos os dias. Isso acaba beneciando seus alunos. É seu trabalho como pro- fessor não apenas apresentar as informações, mas apresentar de uma maneira que ressoe com os alunos e faça com que seja importante o suciente para que eles desejem aprender. Isso ocorre através do pla- nejamento, preparação e experiência. Uma das razões mais importantes para planejar é que o pro- fessor precisa identicar seus objetivos para a lição. Os professores precisam saber o que querem que seus alunos possam fazer no nal da lição que não podiam fazer antes. Aqui estão mais algumas razões pelas quais o planejamento é importante: dá ao professora oportunidade de prever possíveis proble- mas e, portanto, considerar soluções garante que a lição seja equilibrada e apropriada para a aula dá conança ao professor o planejamento é geralmente uma boa prática e um sinal de prossionalismo O plano de aula dene “o que” o professor espera alcançar ao longo da lição e o “como” ele espera alcançá-lo. Geralmente, eles estão na forma escrita, mas não precisam ser. Professores novos ou inexpe- rientes podem querer ou ser solicitados a produzir planos muito detalha- dos - mostrando claramente o que está acontecendo em um determinado momento da lição. No entanto, em um ambiente de ensino realista, talvez seja impraticável considerar esses detalhes no planejamento diário. Diferença entre Planejamento e Estratégia 43 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S O planejamento como conceito, ca entre a missão e os pla- nos operacionais. E historicamente no ensino superior, tem sido negli- genciado nas conversas sobre cada um. Uma declaração de missão institucional diz por que existe uma faculdade ou universidade; esse é o propósito. Os melhores transmitem ações especícas em relação ao público-alvo, além de articular resultados. Por outro lado, em se tratando da diferença, a estratégia é o caminho a cumprir nessa missão, ou seja, é o plano de jogo que contém respostas para perguntas-chave, como em quais áreas você se envol- verá (graduação, pós-graduação; assistência médica, humanidades; ar- tes liberais, prossionais; local, nacional, global; adulto, idade tradicio- nal etc.) e como você vai ter sucesso? As operações são as etapas para implementar a estratégia e, portanto, cumprir a missão. Muitos planos estratégicos da universidade são principalmente resultados ou ideais (ou "listas de desejos" não nanciadas), A Estratégia tem inúmeras denições, e as pessoas que traba- lham com estratégia em outros contextos, como assistência médica ou setor corporativo, geralmente discordam de seu signicado. Mas o que ca claro em muitas denições concorrentes é que a estratégia: 1) é o elo entre a missão e as realidades do mercado compe- titivo externo; 2) trata de escolhas associadas à direção organizacional e 3) difere das operações. O problema com muitos planos estratégicos de faculdades e universidades é que eles não articulam escolhas; eles são internamen- te, não focados externamente e são confusos pelas operações. Embora prioridades operacionais importantes sejam frequentemente avançadas nos planos estratégicos tradicionais - como a criação de um modelo de negócios nanceiramente sustentável, alavancando a tecnologia ou o aumento de matrículas -elas não são uma estratégia. Sendo assim, a estratégia é o objetivo para o qual você execu- tará essas etapas operacionais. As operações abordam como fazer as coisas corretamente, enquanto a estratégia é sobre as coisas certas a serem feitas. AVALIAÇÃO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO SUPERIOR De acordo com Bloom (1982), a avaliação é um método de adquirir e processar evidências necessárias para melhorar o ensino 44 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S e aprendizagem; inclui uma grande variedade de evidências que vão além do exame usual de papel e lápis. É um auxílio para claricar os objetivos signicativos e as metas educacionais, e é um processo para determinar em que medida os alunos estão se desenvolvendo dos mo- dos desejados; é um sistema de controle de qualidade, pelo qual pode ser determinada, etapa por etapa do processo ensino-aprendizagem. A avaliação da aprendizagem na educação superior, de modo geral, ainda deveria avançar das práticas focalizadas que Luckesi (1994) denominou de “vericação da aprendizagem”. A avaliação preci- sa ser exercida como uma “produção de sentidos”, o que não pode estar restrito à utilização de instrumentos que apenas explicam o passado. Além disso, a avaliação precisa guardar relação com as nali- dades sociais mais amplas da educação, com o que desejamos no futu- ro. Finalmente, a adesão a uma ou outra forma de avaliação necessita ser vista também como um ato moral, pois nossas escolhas qualicam o modo como vemos e interagimos com nossos alunos. Apesar de ser quase unânime a ideia de que a avaliação é uma prática indispensável ao processo de escolarização, a ação avaliativa continua sendo um tema polêmico. Há uma intensa crítica aos procedi- mentos e instrumentos de avaliação frequentemente usados na sala de aula, que muitas vezes se fazem acompanhar da sinalização de novas diretrizes ou de novas propostas de ação. O olhar para essas alterna- tivas precisa estar atento aos discursos e às práticas para evitar que a perspectiva técnica continue colocando na sombra a perspectiva ética. Há vários níveis de relacionamento entre avaliação e aprendiza- gem. Diversos estudos sobre a avaliação da aprendizagem na educação superior sugerem a existência de uma relação estreita entre as práticas de avaliação exercidas pelos professores e os diferentes níveis de desenvol- vimento dos estudantes no decorrer da graduação. Tais práticas podem inuenciar, por exemplo, a natureza das experiências de aprendizagem experimentada pelos alunos, como eles se envolvem com os estudos, que conhecimentos são importantes e como se veem no ensino universitário. Logo, analisar a programática da avaliação é primeiramente con- siderar ações e decisões que ela fundamenta de imediato e que atingem pessoas bem denidas. Sobre esse ponto deve-se, evidentemente, distin- guir as situações: a pragmática da avaliação contínua durante o ano esco- lar remete de início, ao andamento da aula, à progressão no programa, à manutenção da ordem e, às vezes, à individualização da aprendizagem. 45 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2015 Banca: IF-PA Órgão: IF-PA Prova: IF-PA - 2015 - IF-PA - Professor - Pedagogia Sabe-se que a disciplina Didática faz parte dos currículos de Licen- ciaturas e que ela faz uso de saberes de diversas áreas do conheci- mento humano sendo, portanto, um conjunto de saberes aparente- mente constituído e sistematizado. De acordo com Libâneo (1992), seu objeto é: (A) O ensino, em sua totalidade. (B) A educação em geral. (C) As disciplinas. (D) Todas as alternativas estão corretas. QUESTÃO 2 Ano: 2015 Banca: FUNIVERSAÓrgão: Secretaria da Criança - DF Pro- va: FUNIVERSA - 2015 - Secretaria da Criança - DF - Especialista So- cioeducativo - Artes Plásticas Assinale a alternativa que apresenta corretamente as diferenças fun- damentais existentes entre a didática tradicional e a didáticamoderna. (A) A didática moderna sustenta a concepção de que o ensinar predo- mina sobre o aprender, enquanto na didática tradicional o aprender é o objetivo principal. (B) A didática moderna reforça a premissa de que o professor ainda é um ser superior que ensina a ignorantes. Para a didática tradicional, o educador e o educando constroem o conhecimento em conjunto. (C) Na didática moderna, por meio dos recursos pedagógicos, o edu- cando recebe passivamente os conhecimentos. A didática tradicional deixa a responsabilidade da escolha para o educando. (D) Para a didática moderna, a mídia e o game, entre outros, colaboram para tornar a aprendizagem motivadora e envolvente. Para a didática tradicional, o professor detém o poder do conhecimento. QUESTÃO 3 Ano: 2015 Banca: VUNESPÓrgão: Prefeitura de Suzano - SP Prova: VUNESP - 2015 - Prefeitura de Suzano - SP - Professor de Educação Básica Adjunto O professor deve ter propostas claras sobre o que, quando e como ensinar e avaliar, a fim de possibilitar o planejamento de atividades de ensino para a aprendizagem de maneira adequada e coerente com seus objetivos. Nesse sentido, é correto afirmar que 46 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S (A) o ensino deve potencializar a aprendizagem. (B) a aprendizagem deve se ajustar ao ensino. (C) as técnicas de ensino fortalecem o professor.(D) a motivação do aluno fortalece a sequência didática. QUESTÃO 4 Ano: 2019 Banca: CS-UFG Órgão: IF Goiano Prova: CS-UFG - 2019 - IF Goiano - Técnico em Assuntos Educacionais O trabalho docente é uma das modalidades específicas da prática educativa mais ampla que ocorre na sociedade, por isso, não pode ser tratado como atividade restrita ao espaço da sala de aula. A disciplina que sistematiza e orienta a organização pedagógica é a didática. Qual o objeto de estudo da didática? (A) O processo pedagógico (B) O processo de ensino. (C) O planejamento de ensino. (D) O plano de aula. QUESTÃO 5 Ano: 2016 Banca: FACET Concursos Órgão: Prefeitura de Marca- ção - PB Prova: FACET Concursos - 2016 - Prefeitura de Marcação - PB - Professor de Ciências De acordo com a formação profissional do professor para o traba- lho didático em sala de aula, há duas dimensões, assinale a alter- nativa correta que contém as duas dimensões. (A) A primeira destas dimensões é a teórico-cientíca formada de co- nhecimentos de losoa, sociologia, história da educação e pedagogia. A segunda é a técnico–prática, que representa o trabalho docente in- cluindo a didática, metodologias, pesquisa e outras facetas práticas do trabalho do professor. (B) A didática não é a mediação entre as dimensões teórico-cientíca e a prática docente. (C) A teórico-cientíca formada de conhecimentos de losoa, sociolo- gia, matemática e pedagogia. A segunda é a técnico–prática, que repre- senta o trabalho docente incluindo a didática, excluindo metodologias. (D) Libâneo (1994, p.3) dene a didática como a mediação entre as di- mensões teórico-cientíca e a prática docente. Uma envolve desde a lo- soa a matemática e a outra o trabalho docente excluindo a metodologia. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Partindo do pressuposto que a avaliação diagnóstica é um instrumento que tem por objetivo identicar elementos que auxiliam o processo de 47 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S construção do conhecimento/ aprendizagem do aluno, especique os métodos de aplicação da avaliação diagnóstica. TREINO INÉDITO Assunto: Avaliação diagnóstica Assinale a alternativa que indica corretamente o objetivo da avalia- ção diagnóstica. a. Identicar habilidades e ainda, competências que o aluno domina b. Identicar habilidades e ainda, competências que o aluno não domina c. Identicar inabilidades e competências que o aluno domina d. Identicar habilidades e ainda, incompetências que o aluno domina e. NDA NA MÍDIA O QUE É AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM DE ACORDO COM AU- TORES DA PEDAGOGIA • Luckesi, (1978): a avaliação é denida como um julgamento de valor sobre manifestações relevantes da realidade, tendo em vista uma toma- da de decisão. • Sarrabbi, 1971: a avaliação educativa é um processo complexo, que começa com a formulação de objetivos e requer a elaboração de meios para obter evidência de resultados, interpretação dos resultados para saber em que medida foram os objetivos alcançados e formulação de um juízo de valor. • Juracy C. Marques, 1956: é um processo contínuo, sistemático, com- preensivo, comparativo, cumulativo, informativo e global, que permite avaliar o conhecimento do aluno. • Bradeld e Moredock, 1963: a avaliação signica a uma dimensão mensurável do comportamento em relação a um padrão de natureza social ou cientíca. Fonte: Maria Angélica Data: 2017 Leia na íntegra em: https://canaldoensino.com.br/blog/o-que-e-e-quais- -os-tipos-de-avaliacao-da-aprendizagem NA PRÁTICA AVALIAÇÃO EDUCACIONAL: SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO ALUNO Existem três tipos de avaliação, entre os quais o professor pode optar por um para aplicar em sua sala de aula: avaliação diagnóstica, ava- liação formativa e avaliação somativa. A diagnóstica possibilita ao pro- fessor identicar progressos e diculdades por parte do aluno. Já a for- 48 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S PARA SABER MAIS Filme: A onda Peça de teatro: Trabalho: eu topo Acesse os links: https://youtu.be/AHL2Ltq0TwE https://youtu.be/cB9yhs9m5T8?t=1 mativa, busca identicar as principais insuciências de aprendizagens iniciais necessárias para o aprendizado de outros conhecimentos. Fonte: José Amadeu da Silva Filho, Celeciano da Silva Ferreira, Régia Maria Gomes Moreira, Sheila Maria Gonçalves da Silva. Data: 2012 Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/fiped/2012/f7b399b815484 77eec9e94f5cfccffc7_1919.pdf 49 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S ENSINO A DISTÂNCIA Para entender o que é Educação à Distância, Moran (2009, p. 1) a dene como “[...] o processo de ensino e aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ ou temporalmente”. Salienta, ainda, que é mais conveniente sua aplica- ção para educação de adultos, por terem mais consolidado a aprendiza- gem individual de pesquisa. A gura 3 ilustra bem como essa interação ocorre nos dias atuais. TECNOLOGIAS E RECURSOS DIDÁTICOS 49 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S 50 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Figura 3 – EAD na Formação Superior de Ensino Fonte: Voz do Planalto (2019). Entende-se que não se pode pensar em avanços sociais sig- nicativos sem que haja acesso às tecnologias, e é a educação online que vai favorecer a aproximação das mídias por um contingente cada vez maior de sujeitos, que se tornarão capazes de atribuir-lhes novos signicados com a transformação de sua visão de mundo. Conforme arma Guatarri (2008, p.16): As evoluções tecnológicas, conjugadas a experimentações sociais desses novos domínios, são talvez capazes de nos fazer sair do período opressivo atual e de nos fazer entrar nessa era pós-mídia, caracterizada por uma apro- priação e uma resingularização da utilização da mídia. O ensino a distância, é uma alternativa de educação, na qual os principais elementos incluem a separação física de professores e alunos durante a instrução e o uso de várias tecnologias para facilitar a comunicação entre aluno e professor. Tradicionalmente, o ensino a distância tem se concentrado em estudantes não tradicionais, como tra- balhadores em período integral, militares e não residentes ou indivíduos em regiões remotas que não podem participar de palestras em sala de aula. No entanto, o ensino a distância tornou-se uma parte estabelecida do mundo educacional, com tendências apontando para o crescimento contínuo, principalmente no Ensino Superior. O ensino a distância é, por denição, realizado por meio de instituições; não é um estudo individual ou um ambiente de aprendi- zado não acadêmico. As instituições também podem ou não oferecer instruções tradicionais em sala de aula, mas são elegíveis para creden- ciamento pelas mesmas agências que empregam métodos tradicionais. A educação a distância, como qualquer outra educação, esta- belece um grupo de aprendizado, às vezes chamado de comunidade de aprendizado, composta por alunos, professor e recursos instrucionais - 51 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S ou seja, livros, áudio, vídeo e grácos que permitem ao aluno acessar o conteúdo da instrução. Um dos primeiros assessores tecnológicos da educação foi o slide lanterna (por exemplo, o Lanterna de Linnebach), usada no século XIX nas aulas de chautauqua e nas escolas de liceu para adultos e em shows itinerantes de barracas de palestras em todo o mundo para projetar imagens em qualquer superfície conveniente; esses assessores visuais se mostraram particularmente úteis na educação de audiências semiletradas. No início do século XX, as teorias da aprendizagem começaram a se con- centrar em abordagens visuais da instrução, em contraste com as práticas de recitação oral que ainda dominavam as salas de aula tradicionais. Gonzalez (2005) dene que a Educação a distância é uma es- tratégia de sistemas educativosque irá ofertar a educação a setores ou a um grupo de pessoas que possuem diculdades de acesso à educação presencial, complementando os conceitos abordados anteriormente. O Brasil é pródigo em exemplos de professores muito com- petentes no uso de tecnologias e educação a distância. Mas, quase sempre, eles foram vistos como grupos de excêntricos ou visionários, que se dedicaram às pesquisas nesse campo sem apoio ocial – quan- do muito, alcançavam a piedosa complacência dos gestores. Algumas vezes, os grupos que atuavam na área, disputavam entre si, em vez de unidos, buscarem a sensibilização dos dirigentes. O resultado disso foi que a educação a distância cou sendo uma ilha em nossas universida- des e instituições. (MEC, 2003). Quanto à modalidade de Educação a Distância (EaD), atual- mente, a denição que se destaca e marca de forma simples e clara, é encontrada no site do Ministério da Educação (MEC, 2005): Educação a Distância é a modalidade educacional na qual alunos e profes- sores estão separados, física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessá- ria a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação. Essa modalidade é regulada por uma legislação especíca e pode ser implantada na Educação Básica (educação de jovens e adultos, educação prossional técnica de nível médio) e na Educação Superior.(BRASIL, 2005). AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM E TECNOLOGIAS PARA O ENSINO Segundo Moran (2006), p. 25, a educação online pode ser apli- cada desde a educação infantil até o ensino superior, contemplando não só a educação formal, como também a não formal e a educação corporativa, viabilizando tanto cursos totalmente a distância, quanto se- 52 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S mipresenciais e presenciais: Uma estratégia pedagógica dinâmica é realizada com programas que sejam atualizados permanentemente, respondendo ao acelerado ritmo de mudança da sociedade do conhecimento e do mercado de trabalho atual, superando assim o anacronismo em que, cedo ou tarde, caem os conteúdos e progra- mas dos sistemas presenciais. Como salienta LÉVY (1999), p. 17: tornam-se necessárias duas grandes reformas dos sistemas de educação e formação. Primeiro, a adaptação dos dispositivos e do espírito do aprendi- zado aberto e a distância (AAD) no cotidiano e no ordinário da educação. É verdade que o AAD explora certas técnicas do ensino a distância, inclusive a hipermídia, as redes interativas de comunicação e todas as tecnologias intelectuais da cybercultura. O essencial, porém, reside num novo estilo de pedagogia que favoreça, ao mesmo tempo, os aprendizados personalizados e o aprendizado cooperativo em rede. Nesse quadro, o docente vê-se cha- mado a tornar-se um animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos, em vez de um dispensador direto de conhecimentos. Conforme Carvalho et al. (2011), várias são as possibilidades de se implementar e usar os métodos de ensino EAD. Ementas de disci- plinas especícas se adequam perfeitamente aos moldes desse tipo de ensino, de modo que a utilização de recursos computacionais favoreça o aprendizado quando comparados ao ensino presencial. Muitas ferra- mentas que teriam diculdades de estarem disponíveis para o aluno em sala de aula, são acessadas por estes de maneira rápida, através de aplicativos e softwares. Diversos recursos virtuais auxiliam na aquisição da informação, por meio de chats, correio eletrônico, fóruns e plataformas de buscas como o Google, garantindo assim uma extensa exibilidade do proces- so de ensino-aprendizagem entre o aluno e o professor. A EAD, em nos- so país, ganhou novos rumos e contornos a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9394/96) e, posteriormente, de alguns decretos (n°2949, n°2561, n°5622) que detalharam o funciona- mento desta modalidade de ensino. E. P. Arruda (2015) ainda relata que o decreto nº 5.622/2005 possibilitou a oferta de cursos à distância em todos os níveis. O referi- do dispositivo legal, mesmo cercado de cuidados, possibilitou um cresci- mento incomum a esta modalidade educacional, provavelmente devido a uma demanda reprimida pela lacuna ocorrida entre 2001 e 2005, período em que o número de cursos à distância pouco cresceu no Brasil, saltando de 14 em 2001 para 189 em 2005. Para se ter uma ideia, de 2005 ao ano 53 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S seguinte o número de cursos cresceu para 349, ou seja, quase dobrou. Os dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP), órgão do governo federal, para o ano de 2013, mostravam que naquele ano o número de cursos superiores à distância já ultrapassava 1,2 mil. Mudar a forma de ensinar e de aprender com tecnologias é co- laborar para que professores e alunos nas escolas e nas organizações transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e prossional do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permi- tam encontrar seus espaços pessoais, sociais e de trabalho e tornar-se cidadãos realizados e produtivos (MORAN, 2006). A educação a distância também deve ser vista como uma for- ma de respeito ao ritmo e à forma de aprender, já que a conguração da educação presencial coloca obstáculos ao pleno desenvolvimento do estilo de aprendizagem do aluno, já que homogeneíza os estudantes — como se todos aprendessem no mesmo tempo e de modo igual. No ensino a distância, existem tarefas de leitura e compreen- são de texto, exercícios que exigem maior raciocínio e atividades de elaboração de resumos, por exemplo — cada qual exigindo habilidades cognitivas especícas. O Ensino Superior a distância deve ser reconhecido e regula- mentado pelo Ministério da Educação (MEC). Dessa forma, ele cumpre todas as exigências, seja no conteúdo ou na carga horária, que um cur- so no formato tradicional. Por isso, não há diferença entre os diplomas. INTERAÇÕES EM SALA DE AULA EAD E PRESENCIAL: O PAPEL DOS PROFESSORES E DOS ALUNOS Embora as práticas de ensino a distância sejam teoricamente aceitas como um modelo para auxiliar na educação formal, uma pesqui- sa aprofundada deve ser conduzida sobre as práticas de ambos os sis- temas de ensino, sendo EAD e presencial, e os efeitos dessas práticas em estudantes e professores devem ser medido. No ensino a distância, são importantes o conhecimento e as tecnologias interativas, bem como a capacidade dos professores e alunos de usar essas tecnologias inte- rativas. O foco em uma metodologia para educação a distância geral- mente se torna um foco em tecnologia. O ensino a distância aberto está agora amplamente disponível na maior parte do mundo e muitos adultos que trabalham optam pelo ensino a distância para obter qualicações. Com as prioridades con- 54 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S correntes de trabalho, casa e escola, os adultos em todos os lugares desejam educação com um alto grau de exibilidade e acessibilidade. A estrutura do ODL oferece aos alunos a maior exibilidade. Isso lhes dá controle sobre o tempo, o local e o ritmo de sua educação. No entanto, aprender a distância não é isento de desaos (Dzakiria, Kasim, Moha- med & Christopher, 2013). À medida que os alunos em um ambiente de EAD iniciam o trabalho de aprendizado, precisam de acesso contínuo a professores, bibliotecas e outros recursos dos alunos. Os alunos devem ter aces- so adequado aos recursos apropriados para apoiar seu aprendizado. A instituição de ensino deve avaliar a capacidade dos alunos de obter sucesso no aprendizado on-line. A maioria das instituições de ensino a distância espera que os alunos interajam principalmente por meio de suas ferramentas tecno- lógicas on-line prescritas, a m de aprender com sucesso e alcançar o resultado pretendido. Espera-se que os alunos interajam ativamente on- -line com outros alunos, professores, universidade,conteúdo e material de estudo para obter sucesso acadêmico. A instituição do EAD prescreve o fórum de discussão como um link para a interatividade on-line entre os alunos e entre o aluno e o professor. Os professores e o pessoal da administração da universidade postam informações na página do fórum de discussão, e os alunos são incentivados a formar grupos de estudo e são lembrados a fazer suas tarefas para facilitar o aprendizado. As atividades nos fóruns de discus- são também ajudam os alunos a compartilhar seus conhecimentos e aprender uns com os outros. DESAFIOS DO ENSINO A DISTÂNCIA Um problema secundário na educação a distância é a falta de comunicação aluno-aluno. As aulas tradicionais geralmente são minis- tradas em ambientes de grupo, onde os alunos podem aprender e com- partilhar informações com seus colegas. É certo que a metodologia de ensino nas formas anteriores de instrução vistas no início do ensino a distância geralmente não dependia de muita interação ponto a ponto. No entanto, em várias partes do mundo, assuntos como loso- a, idiomas e debate foram ensinados com a conança nas interações ponto a ponto. Sem essa interação, os programas de educação a dis- tância serviriam apenas como meios de transferência de informações, e não como uma classe verdadeira. Para muitos, uma comunidade física de alunos em uma sala 55 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S de aula tradicional é uma fonte importante de motivação, criatividade e comprometimento com o aprendizado. No entanto, no ensino a dis- tância, essa comunidade é problematizada porque existe no mundo vir- tual, pelo qual os alunos são estimulados a participar de atividades de aprendizado e a um diálogo aberto mediado pela passividade do mundo virtual. Este ambiente de aprendizagem carece da conexão emocional e física entre os alunos que é cultivada por meio de comunicação verbal e não verbal. O processo de aprendizagem, como resultado, é diferente e, em alguns casos, mais lento. Na maioria dos dias, nossa motivação e compromisso com o aprendizado são constantemente testados. Já estive em situações em que não queria, por toda a minha vida, concluir uma tarefa porque me sentia exausta e esgotada. Eu só queria dormir e comer. Essa é uma experiência comum para muitos alunos, especialmente aqueles em um ambiente de ensino a distância. Ainda, nesse ambiente, os professores precisam ter o apoio da gerência, para que, por sua vez, possam apoiar seus alunos através da personalização do curso e da atenção individual. De preferência, isso deve ocorrer através de videoconferência ao vivo - ou pelo menos através de e-mails regulares (individuais). Isso mantém os alunos envolvidos e permite que os professores forneçam feedback individual e os ajudem a resolver problemas de aprendizagem, além de oferecer aos alunos uma conexão humana durante o curso. Duas tendências são observadas na literatura sobre o impacto da integração de tecnologia na prática pedagógica. A primeira é que, contrariamente às expectativas, as abordagens de ensino em contextos de e-learning não estão necessariamente sendo transformadas ou alte- radas para melhor (Conole, 2007). Em vez disso, há uma persistência dos modos tradicionais de ensino e, em alguns casos, resistência total à inovação educacional. Em um estudo sobre o uso do AVA por professores de uma universidade na Irlanda, Blin & Munro (2008) descobriram que o uso do- minante do AVA era para a disseminação de materiais relacionados ao curso distribuídos anteriormente pela Intranet ou no papel (veja também Sharpe et al. al., 2006). Hedberg (2006) cita os resultados da pesquisa indicando que para a maioria de mais de 20, Com 100 estudantes e 800 funcionários pesquisados em cinco grandes universidades tecnológicas da Austrália, o aprendizado on-line signicou o fornecimento de informações on-line e discussões não moderadas. Kirkwood, observa que “Apesar do enorme investimento em infraestrutura por governos e instituições individuais, existem níveis de- cepcionantes de aceitação, engajamento e desenvolvimento limitado de 56 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S 'comunidades de aprendizagem'” em ambos os campus contextos de aprendizagem e DE (2009, p. 109). O maior desao para as instituições de ensino em direção ao ensino a distância é adotar uma visão, políticas e procedimentos singu- lares para a sua implementação. Em geral, o planejamento do ensino a distância é focado em questões de orçamento e de pessoal, e não nas questões pedagógicas críticas do ensino a distância. No entanto, o ODL é muito mais do que apenas um modo ou método de ensino; é um campo educacional distinto e coerente, focado em novos métodos de entrega com uma losoa pedagógica Desafios enfrentados pelos alunos Insegurança quanto ao aprendizado devido à razões como perturbações da vida familiar, irrelevância percebida de seus estudos e falta de apoio dos empregadores. Não há contato pessoal com profes- sores e os alunos têm problemas no auto avaliação. O conteúdo do curso afeta a persistência do aluno e os ma- teriais do curso mal projetados contribuem para as taxas de desgaste dos alunos, assim como o sentimento de estar isolado, já relatado por estudantes da modalidade de ensino a distância, pois eles sentem falta da colaboração de uma comunidade escolar maior e de uma parte im- portante de suas vidas sociais. Desafios enfrentados pelo professor Interesse e motivação não são fatores de sucesso reservados apenas para o aluno, mesmo os professores precisam do mesmo. Pro- jetar material de ensino a distância aumenta a carga de trabalho de professores, que já possuem material para salas de aula tradicionais. O corpo docente deve atender às necessidades dos alunos a distância, sem contato pessoal. O corpo docente pode perceber o en- sino a distância como uma ameaça à posse do serviço e ao pessoal de recursos humanos. Os professores têm menos respeito pelos acadêmi- cos dos cursos a distância. Isso pode ser aprimorado, fazendo com que os programas a distância tenham um processo de admissão semelhan- te aos cursos presenciais. Desafios enfrentados pela universidade / instituição 57 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S As pessoas acreditam que os cursos a distância são inferiores aos cursos tradicionais e isso reduz a motivação de professores e alu- nos. Para provar que a crença está errada, as universidades precisam garantir a qualidade do conteúdo e a oferta desses cursos, compatíveis com o aprendizado regular em sala de aula, no campus. Embora as universidades compreendam alguns dos desaos enfrentados pelos estudantes, elas têm desaos próprios que os impe- dem de resolver os problemas de alunos e professores. Há conectivi- dade/rede conável à Internet para transportar grande quantidade de conteúdo de aprendizado. Atualmente é difícil encontrar alguém que não tenha feito um curso on-line. Alunos do ensino fundamental e médio, estudantes de graduação, pós-graduação, doutorandos e adultos com empregos em período integral ou em regime de meio período estão procurando pro- gramas de educação a distância em busca de uma solução de baixo custo, apoio, exibilidade e estabilidade para sua continuidade. Alguns dos desaos que os programas de educação a distân- cia enfrentam incluem a avaliação de alunos, segurança em exames, suporte a alunos, questões técnicas e conhecimento em informática. No entanto, com o software de avaliação correto, os programas de educa- ção a distância podem começar a enfrentar esses desaos um a um. Por m, o ensino aberto e a distância se transformará gradual- mente em um campo de aprendizado on-line no futuro. A conectividade com a Internet e a exibilidade no programa seriam os maiores facilita- dores do aprendizado on-line. TECNOLOGIAS E MÍDIAS EDUCACIONAIS O ambiente digital, baseado na aplicação intensa e ampla de tecnologia de informação e comunicação, está afetando o processo educacionalem várias e profundas dimensões. Este efeito pode ser estudado com base nos seguintes fatos: a educação não é algo que acontece somente na juventude; o conhecimento tende a tornar-se ob- soleto exigindo um ambiente que permita o aprendizado contínuo; a educação e o entretenimento estão convergindo para um mesmo am- biente; a entrega de instruções educacionais está sendo alterada para um meio eletrônico e mais informal; e os acessos eletrônicos a bases de conhecimento estão sendo viabilizados de forma fácil, barata e livre (KALAKOTA e WHINSTON, 1996). De acordo com Evans (2002), todo processo educacional diz respeito à tecnologia. Nesse sentido, a EAD tem se desenvolvido pa- 58 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S ralelamente, juntamente com as tecnologias de comunicação, utilizan- do meios como o correio, rádio, televisão, telefone e, agora, as novas tecnologias, chamadas de tecnologias de informação e comunicação (TICs). Segundo Evans (2002), “[…] a palavra tecnologia signica mais do que mero hardware ou ferramen- ta. Tecnologia signica a lógica, compreensão ou ciência do uso de ferra- mentas particulares, portanto, sons, por exemplo, são as ferramentas da linguagem (a tecnologia: a lógica, compreensão ou ciência dos sons para construir palavras e signicados). Portanto, as tecnologias educacionais, são as maneiras as quais nós entendemos como usar ferramentas particulares, como a impressa, as salas de aula, os retroprojetores, os computadores, para propósitos educacionais”. (EVANS, 2002, p.7). Assim, em termos de representação do conhecimento, pode- mos pensar nos seguintes meios para ns educacionais: Áudio Grácos Informática Texto Vídeo Dentro de cada uma dessas mídias, existem subsistemas, como: áudio: sons, fala grácos: diagramas, fotograas, desenhos, pôsteres, grate informática: animação, simulações, fóruns de discussão on- -line, mundos virtuais. texto: livros didáticos, romances, poemas vídeo: programas de televisão, clipes do YouTube, 'cabeças falantes' O professor precisa deixar de ser o repassador de conheci- mento – um computador pode fazer isso e o faz muito mais eciente- mente do que o professor – e passar a ser o criador de ambientes de aprendizagem e o facilitador do processo de desenvolvimento intelec- tual do aluno (VALENTE, 1993, p.6). Masetto (2001, p. 23) explica o que já se pensou a respeito da tecnologia junto ao sistema educativo: [...] tempos houve em que se pensou que a tecnologia resolveria todos os problemas da educação, e outros em que se negou totalmente qualquer vali- dade para essa mesma tecnologia, dizendo-se ser suciente que o professor dominasse um conteúdo e o transmitisse aos alunos, hoje, encontramos em 59 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S uma situação que defende a necessidade de sermos ecientes e queremos que nossos objetivos sejam atingidos da forma mais completa e adequada possível, e para isso, não podemos abrir mão da ajuda de uma tecnologia pertinente. FORMAÇÃO DE PROFESSOR NO ENSINO SUPERIOR Morosini (2000, p. 12) ao questionar quem é o professor universitário, no âmbito de sua formação didática [...] parte-se do princípio de que sua competência advém do domínio da área de conhecimento, na qual atua”. Nos cursos de licenciatura, dentre as discipli- nas especícas, uma de notório destaque é a disciplina de Didática. Em Di- dática, os discentes, futuros docentes, aprendem “técnicas” para o exercício da docência. A Didática investiga os fundamentos, as condições e os modos de realizar a educação mediante o ensino. Na formação de professores, são necessários momentos de dis- cussão em que haja troca de conhecimentos e de práticas, para que pos- sam juntos, analisar seus caminhos pedagógicos. Numa prossionalização docente, não há aulas a serem lecionadas, e sim, momentos de reexão para analisar como está sendo o trabalho em sala de aula, pois o desen- volvimento docente se dá por meio da reexão e da avaliação das próprias práticas. Esse processo possibilita que sejam evidenciados os embriões para seu aprimoramento e para a formulação de soluções inovadoras. Segundo Tardif (2002), toda a formação docente não são au- las, em que os professores viram alunos para aprender a trabalhar, mas “[...] parceiros e atores de sua própria formação, que eles vão denir em sua própria linguagem e em função de seus próprios objetivos. [...] Noutras palavras, o que se propõe é considerar os professores como su- jeitos que possuem, utilizam e produzem saberes especícos ao seu ofício, seu trabalho. A grande importância dessa perspectiva reside no fato de os professore ocuparem, na escola, uma posição fundamental em relação ao O professor deste século necessita compreender que existem novos desaos a serem alcançados entre eles identicar o colapso das velhas certezas, da docência obsoleta orientadas por paradigmas indi- vidualistas, centralistas e transmissores de verdades absolutas. O pro- fessor deve ser um prossional diferente, com competências cientíca, pedagógica e didática e está estruturada de maneira que possa permitir o docente reetir a prática pedagógica adaptando aos desaos de enfrentar os novos problemas, conviver com as incertezas, com a transitoriedade dos conhecimentos e com as situações ambíguas e conituosas. 60 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S conjunto dos agentes escolares: em seu trabalho cotidiano com os alunos, são eles os principais atores e mediadores da cultura e dos saberes esco- lares. Em suma, é sobre os ombros deles que repousa no m das contas, a missão educativa da escola. (TARDIF, 2002. p. 228). Em continuidade ao pensamento de Pimenta, os novos de- saos para a docência, o domínio restrito de uma área cientíca do conhecimento não é suciente. O professor deve desenvolver também um saber pedagógico e um saber político. Este possibilita ao docente, pela ação educativa, a construção da consciência, numa sociedade glo- balizada, complexa e contraditória. Conscientes, docentes e discentes fazem-se sujeitos da educação. O saber-fazer pedagógico, por sua vez, possibilita ao educando a apreensão e a contextualização do conheci- mento cientíco elaborado. Importância da Formação Continuada A formação continuada é necessária para o desenvolvimento prossional dos professores ao longo de toda sua carreira docente, ― para que estes possam acompanhar a mudança, rever e renovar os seus próprios conhecimentos, destrezas e perspectivas sobre o bom ensino. O processo formativo continuado faz com que o docente tenha confrontos entre o seu modelo pedagógico de referência com o modelo pedagógico do formador, resultando desse confronto um novo modelo pedagógico personalizado (Flores, 1999) que é o seu modelo pedagó- gico ressignicado a partir dos conhecimentos adquiridos durante sua formação continuada. Partindo do princípio que a formação continuada perdure durante toda a carreira prossional do docente, esses confron- tos passarão a fazer parte do cotidiano do professor, já que a educação e o mundo são dinâmicos, estão em constante transformação. No processo de Formação Continuada efetivo é contemplar as três áreas da formação docente: a dimensão cientíca, a dimensão pe- dagógica e a dimensão pessoal. A dimensão cientíca volta-se para o desenvolvimento e atua- lização dos conteúdos a serem ensinados e da forma pela qual o ser humano aprende. Os professores precisam estar atualizados com os conteúdos e com às descobertas das ciências. A dimensão pedagógica se ocupa dos métodos, técnicas e recursos de ensino. Um sem m de possibilidades metodológicas se apresentam aos professores em fun- ção do avanço da tecnologia em todas as áreas. A atividade de troca de experiências através de ocinas e workshops mostra-se bastante ecaz na concretização dessa dimensão. 61 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S A formação continuada é, segundo Nóvoa,(1991), Freire, (1991) e Mello, (1994) saída possível para a melhoria da qualidade do ensino, dentro do contexto educacional contemporâneo; é recente o bastante para não dispor ainda de mais teorias consistentes, provavelmente, ainda em processo. É uma tentativa de resgatar a gura do mestre, tão carente do respeito devido a sua prossão, tão desgastada em nossos dias. O prossional consciente sabe que sua formação não termina na Universidade. Esta lhe aponta caminhos, fornece conceitos e ideias, a matéria-prima de sua especialidade. O resto é por sua con- ta. "Ninguém nasce educador ou marcado para ser educador. A gente se faz educador, a gente se forma, como educador, permanente- mente, na prática e na reexão da prática". (Freire, 1996, p. 58). A formação continuada de professores não pode prescindir da dimensão pessoal através de atividades que permitam profundas ree- xões sobre crenças, valores e atitudes que permeiam a ação docente. Assim, ainda em acordo com Delors (2003), ao tratar do pro- fessor e seu fazer explicita que para ser ecaz terá de recorrer a com- petências pedagógicas muito diversas e a qualidades humanas como autoridade, paciência e humildade, melhorar a qualidade e a motivação dos professores deve, pois ser uma prioridade em todos os países. Par- tindo dessa armação podemos compreender que para bem realizar suas atividades é necessário que busque novas formas de trabalhar conteúdos, assim, podendo tornar o cotidiano mais leve. Em consonância a isso Freire, (1996, p. 43), arma que “na for- mação permanente dos professores, o momento fundamental é a ree- xão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática”. Assim, é necessário que os docentes saiam do dito comodismo de uma prática constante e imutável, e (re) planejem suas ações dentro da sala de aula para que alcance melhor os educandos. De acordo com Sanmartí (2009) ensinar, aprender e avaliar, são na realidade, três processos inseparáveis. Portanto, é necessário sempre repensar a prática pedagógica. É evidente que a necessidade de avaliação constante por parte dos professores quanto a sua meto- dologia, da sua maneira de ensinar, se o mesmo está correspondendo ao resultado nal que é a aprendizagem do aluno. Muitas vezes, o pro- fessor ca em dúvida quantos aos seus saberes, se estão a altura da necessidade do estudante e é aí que nota-se a importância da troca de informações entre a equipe de trabalho. 62 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Gráco 1 – Evolução do número de matrículas em cursos de graduação, se- gundo a modalidade de Ensino no Brasil, entre 2003 e 2014. Fonte: Censo 2014 (ROSINI; FIGUEIREDO; AMARAL, 2016, p. 3) De acordo com os dados apresentados no Gráco 1, a par- ticipação da modalidade de ensino a distância aumentou 4,61 pontos percentuais entre 2008 e 2014. Naquele ano, a quantidade de matrícu- las no Ensino a Distância (727.961) representava 12,53% do total de matrículas em cursos de Graduação (5.808.017 – considerando as duas modalidades). Já no último ano da amostra, os matriculados em EaD (1.341.842) representavam 17,14% do total (7.828.013). Vale destacar que foi em 2012 que a EaD atingiu seu primeiro milhão de matrículas. 63 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Tabela 1 - Sinopses Estatísticas da Educação Superior – Graduação - 2017 Fonte: INEP (2019). Notas: (1) Não constam dados de cursos de Área Básica de Ingres- santes; (2) Não incluem os docentes que atuam exclusivamente na Pós-Graduação Lato Sensu; (3) Corresponde ao número de vínculos de docentes a Institui- ções de Educação Superior; (4) Quantidade de CPFs distintos dos docentes em exercício em cada Categoria Administrativa, podendo um docente estar em duas ou mais categorias diferentes. O total não é a soma das diferentes categorias. 64 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: IFF Prova: CESPE - 2018 - IFF - Técnico em Assuntos Educacionais A educação a distância está entre as modalidades de atuação com maior índice de crescimento nos últimos anos. Com o surgimento das novas tecnologias de informação e comunicação, essa modali- dade de ensino/aprendizagem sofreu modificações que ampliaram suas vantagens e reduziram suas desvantagens. Entre as possí- veis desvantagens apontadas pelos especialistas está (A) a alta relação custo-benefício. (B) a ausência de comunicação direta. (C) a baixa sociabilização. (D) a diculdade de estudo em grupo. QUESTÃO 2 Ano: 2016 Banca: FUNIVERSA Órgão: IF-AP Prova: FUNIVERSA - 2016 - IF-AP - Técnico em Assuntos Educacionais Acerca da educação a distância, assinale a alternativa correta. (A) Nos cursos superiores ofertados na modalidade a distância, as ativida- des presenciais são optativas de acordo com o projeto de cada instituição. (B) As universidades estaduais só poderão ofertar cursos superiores a dis- tância se autorizadas pelos respectivos conselhos estaduais de educação. (C) A educação a distância poderá ser ofertada na educação básica, na educação especial, na educação prossional e na educação superior, inclusive para cursos de mestrado e doutorado. (D) Os cursos no nível básico a distância nas modalidades de educação de jovens e adultos, educação especial e educação prossional só po- derão ser ofertados quando autorizados pelo Ministério da Educação. QUESTÃO 3 Ano: 2014 Banca: FEPESE Órgão: MPE-SC Prova: FEPESE - 2014 - MPE-SC - Analista - Pedagogia - Reaplicação Cada vez mais utilizada no Brasil, a modalidade de Educação a Dis- tância tem se tornado um instrumento fundamental de promoção de oportunidades para muitos indivíduos, colaborando assim no processo de democratização do ensino. Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras ( V ) e as falsas ( F ) sobre essa modalidade. ( ) A Educação a Distância é modalidade educacional efetivada através da intensa utilização de meios e tecnologias de informação 65 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S e da comunicação, com estudantes e professores, desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. ( ) As atividades obrigatórias, compreendendo avaliação, estágios, defesa de trabalhos ou prática em laboratório, conforme o art. 1° , § 1° , deverão ser monitoradas, através de câmeras, para que os professores e demais profissionais da instituição possam analisar o desempenho dos alunos. ( ) A criação de cursos superiores em direito, medicina, odonto- logia e psicologia, inclusive em universidades e centros univer- sitários, deverá ser submetida, respectivamente, à manifestação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ou do Conselho Nacional de Saúde. ( ) Polo de apoio presencial é a unidade operacional que funciona exclusivamente no País para o desenvolvimento centralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a distância. ( ) A matrícula em cursos a distância para educação básica de jo- vens e adultos poderá ser feita independentemente de escolariza- ção anterior, obedecida a idade mínima e mediante avaliação do aluno, que permita sua inscrição na etapa adequada, conforme normas do respectivo sistema de ensino. Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo. (A) V • V • F • V • F (B) V • F • V • F • V (C) F • V • F • V • V (D) F • F • V • V • F QUESTÃO 4 Ano: 2016 Banca: FCC Órgão: AL-MS Prova: FCC - 2016 - AL-MS - Analista em Recursos Humanos A Educação à Distância − EaD é normatizada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e tem, como características bási- cas, a separação física entre o professor e o aluno e a utilização de meios técnicos para a comunicação. São tecnologias utilizadas nas diversas gerações de EaD, usualmente narradas na literatura: (A) distributivas, interativas e colaborativas. (B) padronizadas, individualizadase customizadas. (C) fechadas, compartilhadas e abertas. (D) segmentadas, integradas e globais. QUESTÃO 5 66 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: UEG Prova: FUNIVERSA - 2015 - UEG - Analista de Gestão Administrativa - Pedagogia A educação a distância (EaD) é um processo de ensino-aprendiza- gem mediado por tecnologias nas quais professores e alunos es- tão separados espacial e(ou) temporalmente. Considerando essa informação, assinale a alternativa correta. (A) Com a educação a distância, há a possibilidade de interação on-line. Esse é um processo de mudança uniforme e fácil que depende apenas da motivação e da vontade das pessoas. (B) Com o avanço das tecnologias de comunicação virtual, o conceito de presencialidade se altera, mudando o conceito de curso, de aula, que passa a existir em um tempo e em um espaço cada vez mais exíveis. (C) Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), proporcionados pe- las novas tecnologias de informação e comunicação (TIC), são os úni- cos meios de realização da educação a distância. (D) Os cursos oferecidos na modalidade a distância não são os mesmos daqueles ofertados presencialmente, porque as aulas práticas não po- dem ser realizadas por meio de ambientes virtuais. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Sabendo que o ensino EAD cresce de maneira signicativa no Brasil, explique o que é e, ainda, qual a função do AVA. TREINO INÉDITO Assunto: EAD Sobre o significado da sigla AVA, assinale a alternativa correspon- dente. a. Ambiente virtual de aprendizagem b. Ambiente veicular de aprendizagem c. Ambiente veicular autônomo d. Ambiente variável de aprendizagem e. NDA NA MÍDIA COMO FUNCIONA O EAD? O EAD funciona de uma forma prática e simples. Para o ingresso em um curso EAD, o aluno precisa de um computador com acesso à internet e conhecimentos básicos de informática. Ao garantir esta primeira parte, o restante é mais simples ainda. Após a escolha do curso, da instituição e da aprovação no processo seletivo, faz-se o acesso ao site. Pronto, surge um ambiente inovador e dinâmico, onde serão disponibilizadas inúmeras ferramentas, como áreas com conteúdo de aulas, exercícios 67 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S NA PRÁTICA EAD A plataforma mais utilizada é a Moodle, por ser gratuita e de software aberto, mas há outras, como Blackboard e TelEduc. Cabe à instituição de ensino customizar a plataforma e agregar os recursos necessários. Ela traz seções para o material pedagógico (como os textos e exercí- cios), para videoaulas, para transmitir aulas ao vivo, para acessar as notas de trabalhos e provas, área de suporte técnico e de apoio peda- gógico, além de outras áreas que a instituição pode criar. Fonte: Guia do estudante Data: 2018 Disponível em: https://guiadoestudante.abril.com.br/universidades/ead- -como-funciona-uma-graduacao-a-distancia/ PARA SABER MAIS Filme: Entre os muros da escola Peça de teatro: Sala de aula Acesse os links: https://youtu.be/GitE0S0Dqkg https://youtu.be/YUkgXmrFcBQ e trabalhos. Fonte: https://www.ead.com.br/blog/o-que-e-ead-1 Fonte: ENADE Data: Sem data Leia na íntegra em: https://www.ead.com.br/blog/o-que-e-ead-1 68 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Para minimizar os desaos enfrentados pelo ensino a distância, o uso da tecnologia deve ser incentivado. A infraestrutura pode ser atualizada com a introdução de tecnologia moderna, conexão rápida à Internet, fornecimento contínuo de energia, segurança, manutenção regular e administração eciente de ensino a distância. As universidades a distância devem fornecer um laboratório de informá- tica equipado com número suciente de computadores e conectado à Internet rapidamente. Professores e estudantes também devem ter habi- lidades e conança para usar equipamentos eletrônicos e ter o conheci- mento necessário sobre o método em que as informações são entregues. Logo, a tecnologia também pode ser usada para melhorar a qualidade da educação tradicional, em vez de alterar os métodos de instrução. 69 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S GABARITOS CAPÍTULO 01 QUESTÕES DE CONCURSOS 1 2 3 4 5 B D D A C QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE Segundo o artigo 6º da Lei 9235/2017, compete ao CNE: I - exercer atribuições normativas, deliberativas e de assessoramento ao Ministro de Estado da Educação nos temas afetos à regulação e à supervisão da educação superior, inclusive nos casos omissos e nas dúvidas surgidas na aplicação das disposições deste Decreto; II - deliberar, por meio da Câmara de Educação Superior, sobre pedidos de credenciamento, recredenciamento e descredenciamento de IES e autorização de oferta de cursos vinculadas a credenciamentos; III - propor diretrizes e deliberar sobre a elaboração dos instrumentos de avaliação para credenciamento e recredenciamento de instituições a serem elaborados pelo Inep; IV - recomendar, por meio da Câmara de Educação Superior, providên- cias da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação, quando não satisfeito o padrão de qualida- de para credenciamento e recredenciamento de universidades, centros universitários e faculdades; V - deliberar, por meio da Câmara de Educação Superior, sobre a in- clusão e a exclusão de denominação de curso do catálogo de cursos superiores de tecnologia, nos termos do art. 101; VI - julgar, por meio da Câmara de Educação Superior, recursos a ele dirigidos nas hipóteses previstas neste Decreto; e VII - analisar e propor ao Ministério da Educação questões relativas à aplicação da legislação da educação superior. Parágrafo único. As decisões da Câmara de Educação Superior de que trata o inciso II do caput serão passíveis de recurso ao Conselho Pleno do CNE, na forma do art. 9º, § 2º, alínea “e”, da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, e do regimento interno do CNE. 70 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S TREINO INÉDITO Gabarito: A Justicativa: A alternativa correta é a letra A, tendo em vista que no artigo 7º da lei 9235/2017 está disposto que compete ao Inep: I - conceber, plane- jar, coordenar e operacionalizar: a) as ações destinadas à avaliação de IES, de cursos de graduação e de escolas de governo; e b) o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes - Enade, os exames e as avaliações de estudantes de cursos de graduação; II - conceber, plane- jar, coordenar, operacionalizar e avaliar: a) os indicadores referentes à educação superior decorrentes de exames e insumos provenientes de bases de dados ociais, em consonância com a legislação vigente; e) a constituição e a manutenção de bancos de avaliadores e colaboradores especializados, incluída a designação das comissões de avaliação; III - elaborar e submeter à aprovação do Ministro de Estado da Educação os instrumentos de avaliação externa in loco , em consonância com as diretrizes propostas pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior e pelos outros órgãos competentes do Ministério da Educação; IV - conceber, planejar, avaliar e atualizar os indicadores dos instrumentos de avaliação externa in loco , em consonância com as diretrizes propostas pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação; V - presidir a Comissão Técnica de Acompanhamento da Avaliação - CTAA, nos termos do art. 85; e VI - planejar, coordenar, operacionalizar e avaliar as ações ne- cessárias à consecução de suas nalidades. As alternativas B, C e D estão incorretas, vez que seu texto é o contrário do que vem expresso no artigo acima mencionado. Já a alternativa E está errada, pois infor- ma que não há alternativa correta, entretanto, a alternativa “a” dispõe a veracidade das informações analisadas. 71 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 02 QUESTÕES DE CONCURSOS 1 2 3 4 5 A D A B AQUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA • Entrevistas com alunos, ex-professores, orientadores, pais e familiares; • Exercícios ou simulações para identicar colegas com quem o aluno se relaciona; • Consulta ao histórico escolar/cha de anotações da vida escolar do aluno; • Observações dos alunos, particularmente durante os primeiros dias de aula; • Questionários, perguntas e conversa com alunos. TREINO INÉDITO Gabarito: A Justicativa: A alternativa correta é a letra A, tendo em vista que é importante obser- var que, em ambas as possibilidades interpretativas, a avaliação diag- nóstica é um instrumento da interação pedagógica que tem como foco parte de um percurso da aprendizagem, visando à delimitação de pontos de partida e/ou de retomada para o ensino. Para ser qualicada como diagnóstica, uma avaliação precisa privilegiar os processos de ensino e aprendizagem e não a indicação de notas, classicações ou hierarqui- zações. À avaliação diagnóstica caberia contribuir para a identicação de habilidades e/ou competências que o aluno já domina, auxiliando na apreensão daquilo que precisa ser ensinado. Na concepção diagnósti- ca de avaliação, a apreensão de diculdades de aprendizagem, visa à delimitação de estratégias voltadas à sua superação e não à produção de classicações ou hierarquias de excelência. As alternativas B, C, D estão erradas, pois não especica adequadamente a denição de ava- liação diagnóstica e, por m, a alternativa E está errada, pois diferente do que dispõe na alternativa em análise, existe veracidade no especi- cado na alternativa “A”. 72 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S CAPÍTULO 03 QUESTÕES DE CONCURSOS 1 2 3 4 5 C C B A B QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO DE RESPOSTA TREINO INÉDITO Gabarito: A Justicativa: A alternativa “a” está correta, pois o signicado da sigla AVA é ambiente virtual da aprendizagem que tem por objetivo especíco simular o fun- cionamento de uma sala de aula. As alternativas B, C, D estão erradas, pois não especica adequadamente a denominação da sigla e, por m, a alternativa E está errada, pois diferente do que dispõe na alternativa em análise, existe veracidade no especicado na alternativa “A”. O ambiente virtual de aprendizagem é composto por um conjunto de fer- ramentas disponíveis na internet. É nesta página da internet (ou softwa- re) que estão dispostos os conteúdos e cursos online. Neste local tam- bém é permitida a interação dos alunos entre si e com os professores. O ambiente virtual de aprendizagem e ensino possibilita aos professores o acompanhamento dos seus alunos. Isso traz para o acadêmico a tutela em seu aprendizado, essencial para a compreensão do conteúdo. Fonte: EADBOX Data: 2016 Disponível em: https://eadbox.com/o-que-e-ambiente-virtual-de-apren- dizagem/ 73 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S ALTHAUS, Maiza Taques Margraf. Ação Didática no Ensino Superior: A Docência em Discussão. Rev. Teoria e Prática da Educação, v.7, n.1., p.101-106, jan./abr. 2004. Disponível em: .Acessado emMarço de 2016. AMARAL, A. Aula universitária: um espaço com possibilidades interdis- ciplinares. E: VEIGA, I. 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In: 80 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S CASTANHO, S.; CASTANHO, M. E. (Org.). O Que há de novo na edu- cação superior: do projeto pedagógico à prática transformadora. Cam- pinas: Papirus, 2000. p. 133-158. VOZ DO PLANALTO. EAD na Formação Superior de Ensino. 2019.– Leis nº 5.692/71 e nº 5.540/78 – esse modelo veio se consolidando num sistema em que o ensino superior cou sob a tutela da União e o ensino de 1º e 2º graus a cargo dos Estados. Com a Lei nº 9.394/96, vericou-se uma ampliação do princípio federativo, aumentando a responsabilidade da administração municipal na gerência e condução da educação básica da sua população, bem como, transferindo para os sistemas estaduais a supervisão e a gerência dos Conselhos Estaduais de Educação sobre as Instituições de Ensino Supe- rior mantidas pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos municípios. A formação do professor e a busca pela melhoria na qualidade do trabalho que realiza vem sendo discutida há algum tempo, mas uma discussão sistemática sobre o tema é recente e emergiu com mais for- ça, no cenário nacional, somente na década de 1980. No que concerne ao ensino superior, o que se propunha, era uma ampla reforma do sis- tema, substituindo escolas autônomas por universidades, com espaço para o desenvolvimento das ciências básicas e da pesquisa, além de formação prossional. Nesse mesmo contexto, insere-se a discussão sobre a expansão e o papel da educação superior e da docência nesse nível de ensino (Durham, 2005). Quando falamos em formação de professores, a primeira coisa que nos vem à cabeça é a formação de professores para a docência na Educação Básica. A formação exigida para a docência no ensino superior tem sido restrita ao conhecimento aprofundado da disciplina a 12 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S ser ensinada, sendo este conhecimento prático decorrente do exercício prossional ou teórico, resultante do exercício acadêmico. Pouco tem-se exigido dos docentes de ensino superior em termos de conhecimentos pedagógicos. A cada dia, ampliam-se mais as exigên- cias de que o professor universitário tenha títulos de mestre e doutor, no entanto, há ainda um grande questionamento: se esta titulação, damaneira como vem acontecendo nos cursos stricto - sensu, contribui efetivamente para a melhoria da qualidade didática do professor no ensino superior. 13 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S A UNIVERSIDADE NA SOCIEDADE A universidade tem sua origem na da Idade Média. Segundo Nunes (1979), as Universidades com seus estatutos, organização ju- ASPECTOS DO ENSINO SUPERIOR 13 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Toda sociedade precisa se desenvolver para sobreviver. Na medida em que o desenvolvimento deve ter por base a sustentabilidade, ele deve atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender às delas; ele deve ser economicamente eciente, socialmente equitativo e ecologicamente tolerável. Todavia, ditas necessida- des nem sempre são econômicas, sociais ou ecológicas. Elas podem relacionar-se ao conhecimento cientíco, daí a importância da Universidade na sociedade e seu papel no desenvolvimento nacional. 14 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S rídica e os graus acadêmicos surgiram, espontaneamente, no seio da cristandade medieval. Nesse sentido, impossível dissociar a criação da universidade da igreja, no seu contexto instituição, eis que era o grupo historicamente dominante naquele período, sendo autorizadas por bulas papais. Seguindo este entendimento, ressalta o autor que o processo de instrumentalização do conhecimento ocorre quando essa cosmovi- são dominante, esse ideal de homem – aliado à nobreza – transfere-se para as instituições de ensino, eis que o currículo das escolas medie- vais culminava com o estudo da Sagrada Escritura e a convicção de que só a Bíblia continha a verdadeira e salutar sabedoria. Não obstante, tornaram-se substanciais para a construção do conhecimento ocidental porque havia estudiosos nelas preocupados, prioritariamente, com o desenvolvimento da ciência nos currículos e eram encontradas nas sete artes liberais, notadamente, Aritmética, Geometria, Astronomia, Lógica, Gramática, Música e Retórica, responsabilizadas pela formação prossional nas áreas de Teologia, Direito e Medicina. O surgimento das universidades modernas datam do período de 1500-1800, na Europa, o que possibilitou a dissipação do pensamen- to crítico e acabou por originar o Renascimento e, tempos após, o tarde o Iluminismo. A despeito da imprecisão dos registros, historicamente, credi- ta-se que o início na difusão das universidades pela Europa ocorreu no século XII, com a fundação da Universidade de Paris. Embora já sem vínculos com a Igreja (não católicas), necessitavam receber o aval do clero ou do governo para o funcionamento, dedicando-se originariamen- te ao ensino da medicina, das leis, da astronomia e da lógica. Em 1700, as mais conhecidas destacavam-se por divulgar suas revistas cientí- cas. Considerada a melhor Universidade da Europa e a 1ª melhor uni- versidade do Mundo, fundada em 1090, Oxford é a universidade mais antiga de língua inglesa. Como um lugar também de liberdade, independência e reexão, a Universidade é um instrumento de mudança que, respeitando os valores que promove, estimula todas as formas de inovação, sejam elas tecnoló- gicas ou sociais. Ao fazer isso, presta imensurável serviço à sociedade. A junção entre o mercado prossional e o universo acadêmico se faz substancial ao estímulo de prossionais com espírito de inova- ção, partindo-se da premissa que é a contribuição de vários agentes econômicos e sociais, com diferentes tipos de informações e conheci- mentos, permitam a sua materialização. O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL 15 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S No Brasil colônia desenvolveu-se apenas atividades escolares de catequese de indígenas, conduzidas por sacerdotes Jesuítas, por quase 300 anos, até 1792, quando veio a ocorrer a expulsão dos Jesuí- tas do Brasil. Membros de famílias brasileiras abastadas eram enviados para obter educação em outros países, principalmente Portugal. O primeiro colégio jesuíta foi fundado na Bahia em 1550, servin- do de modelo e inspiração para os outros colégios a serem criados pelo país posteriormente e os cursos oferecidos eram segundo Paim (1987): Chegava tão-somente ao que hoje se denomina de ensino médio de tipo clás- sico. Apenas nos colégios de Bahia e do Rio de Janeiro ministrava-se o curso de artes, intermediário entre o de humanidades e os superiores. Para as carrei- ras eclesiásticas, entretanto, existiam cursos superiores de teologia e ciências sagradas, tanto no Colégio Central da Bahia como nos seminários maiores. Para os que não se destinavam ao sacerdócio só restava o caminho das uni- versidades europeias. (p. 214) De acordo com França (2008), foi com a Proclamação da Re- pública (1889) que a educação começou a ser prioridade para o Estado. Com o regime republicano, cada Estado da Federação passou a ter sua própria Constituição, com governos eleitos e forças políticas autô- nomas. As transformações ocorridas na área educacional durante esse período foram positivas. Na Reforma Antônio Carlos (1841), a pesquisa cientíca pas- sou a ter mais importância. A investigação cientíca era realizada por institutos de pesquisa sem vínculo com o ensino superior (França, 2008). A criação do ensino superior no Brasil ocorreu no período Impe- rial, com a transferência da sede do poder no ano de 1808, época em que cursos de ensino superior foram instalados no Rio de janeiro e na Bahia a m de atender a formação das pessoas que compunham as classes dominantes, para qualica-las ao exercício do poder, formação de espe- cialistas para a produção de bens, e a formação de prossionais liberais. Foi criado, em 1808, o curso Médico de Cirurgia na Bahia e no mesmo ano é instituído no Rio de Janeiro o Hospital Militar, uma escola Anatômica, Cirúrgica e Médica. Após, tem-se a instalação, na Bahia e Rio de Janeiro, dois centros médicos cirúrgicos, matrizes das atuais Fa- culdades de MedicinaDis- ponivel em: https://vozdoplanalto.com.br/ead-impulsiona-formacao-su- perior-em-pernambuco/> Acesso em: 14 de outubro de 2019. 81 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A Sda Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Federal da Bahia. Em 1810, é instituída a Academia Real Militar na qual se implantou o início da atual Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. (Villanova, 1948) O sistema universitário é composto por instituições públicas (federais ou estaduais), católicas e privadas. A estrutura compreende universidades, faculdades e instituições isoladas. O objetivo do ensino 16 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S superior, no Brasil, é implantar ensino, pesquisa e extensão, embora a pesquisa seja principalmente realizada em instituições federais. As universidades também oferecem cursos de curta duração em diversas disciplinas, atendendo a população universitária e a comunidade. As carreiras do ensino superior são integradas em blocos, como: Ciências Biológicas e Saúde (Ciências Biológicas e da Saúde); Ciências Exatas da Terra (Ciências Exatas); Ciências Humanas e Sociais (Ciências Humanas e Sociais); Ciências Sociais Aplicadas (Ciências Sociais Aplicadas) e Engenharias e Tecnologias (Engenharia e Tecnologias). O Conselho Federal de Educação (CFE) determina o currículo mínimo e a alocação de tempo para os diferentes cursos. Cada institui- ção tem a liberdade de incluir assuntos adicionais. No ano de 1998, foi criado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com a nalidade de avaliar o desempenho do estudante ao m da escolaridade básica, po- dendo participar do referido exame alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio em anos anteriores. O Enem é utilizado como critério de seleção para os estudantes que pretendem concorrer a uma bolsa no Programa Universidade para Todos (ProUni). Aproxima- damente, 500 (quinhentas) universidades já utilizam o resultado desse exame como critério para selecionar o ingresso no ensino superior, seja complementando ou até substituindo o vestibular. Na Constituição de 1988, foi determinado que os empréstimos estudantis, anteriormente nanciados pelo Fundo de Assistência Social, seriam alocados a partir dos recursos do Ministério da Educação e ad- ministrados pela Caixa Econômica Federal. Os empréstimos são usa- dos principalmente pelos estudantes para pagar as mensalidades em universidade ou faculdades particulares, que se utilizam de um progra- ma de nanciamento chamado Financiamento Estudantil (FIES), que foi criado no ano de 1999. A pós-graduação já se destacou como uma referência na edu- cação brasileira. Nos anos 50, por exemplo, as Fundações Ford e Ro- ckefeller concederam bolsas para levar estudantes brasileiros para os Estados Unidos para seus estudos de pós-graduação. Fundos foram concedidos por vários órgãos públicos para nanciar estudos de pós- -graduação no exterior e internamente, órgão esses nos quais se in- cluíam a FINEP, FAPESP, CNPQ e CAPES. Muitas universidades têm seus próprios programas de mestra- do e doutorado. Os programas de pós-graduação são avaliados e, de acordo com seu desempenho, recebem recursos públicos em quantida- 17 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S des maiores ou menores para promover pesquisas e pagar bolsas de estudo para seus alunos. ENSINO SUPERIOR: FINALIDADES A educação, acima de qualquer lei que lhe venha a reger, é ma- téria com disciplina constitucional. A constituição federal (BRASIL, 1988), elenca a educação como um direito social e, como os demais, tem por premissa garantir uma melhor condição de vida e trabalho à população. Segundo leciona Moraes (2009): Direitos sociais são direitos fundamentais do homem, caracterizando-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por nalidade a melhoria de condições de vida aos hipossucientes, visando à concretização da igualdade social, e são consagrados como fundamentos do Estado democrático, pelo art. 1º, IV, da Constituição Federal. (p. 195). As normas que não são auto executáveis exigem providências legislativas ulteriores para sua aplicabilidade. Assim explicava Rui Bar- bosa (apud BONAVIDES, 2012): Não há, numa Constituição, cláusulas a que se deva atribuir meramente o valor moral de conselhos, avisos ou lições. Todas têm a força imperativa de regras. Muitas, porém, não revestem dos meios de ação essenciais ao seu exercício, os direitos, que outorgam, ou os encargos, que impõem: estabe- lecem competências, atribuições, poderes, cujo uso tem de aguardar que a Legislatura segundo seu critério, os habilite a exercer. A Constituição não se executa a si mesma: antes requer a ação legislativa, para lhe tornar efetivos os preceitos (p. 216). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (BRASIL, 1996) ressalta, em seu conteúdo, a gura do educando como sendo a de maior relevância na atividade educacional, dispondo que a educação, na condição de dever da família e do Estado, possui inspira- ção nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana. Estabelece nalidades especícas, a saber: I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito cientíco e do pensamento reexivo; II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores prossionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação cientíca, visando o de- 18 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S senvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, cientícos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e prossional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do co- nhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em parti- cular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pes- quisa cientíca e tecnológica geradas na instituição. VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de prossionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares. (art. 43). A última nalidade foi inserida pela Lei nº 13.174/2015 (BRA- SIL, 2015), contudo, se contradiz ao que foi estabelecido nos artigos 10 e 11, porquanto a oferta adequada de educação básica, compreenden- do a educação infantil e os ensinos fundamental e médio, é atribuição legal dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A Educação superior contempla tão somente a educação esco- lar, sendo justicável por conter objetivos especícos e voltados para a cultura de transformação, trabalhando conhecimentos, atitudes e valo- res. Em síntese, é uma educação destinada a aperfeiçoar competências voltadas ao mundo do trabalho, além da perspectiva de pesquisa. ORGANIZAÇÃO INTERNA E SEU FUNCIONAMENTO (ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO) De acordo com a Constituição Federal (BRASIL, 1988), as uni- versidades gozam de autonomia didático-cientíca, administrativa e de gestão nanceira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indisso- ciabilidade entre ensino, pesquisa e extensão (art.207, caput). Nesse contexto, cabe a elas a criar, organizar e extinguir cursos; elaborar es- tatutos; atribuir graus, expedir e registrar diplomas; xar currículos de cursos e seus programas; xar o número de vagas; celebrarcontratos, acordos e convênios; administrar rendimentos; programar pesquisas e atividades de extensão; contratar e dispensar de professores; denir 19 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S planos de carreira. A LDB dene que as universidades são instituições pluridiscipli- nares de formação dos quadros prossionais de nível superior, de pes- quisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano. E ainda, que devem atender a três requisitos: um terço do corpo docente com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; igual percentual enquadrado em regime de tempo integral; produção intelectual institucionalizada. A avaliação é considerada fundamental. Nesse sentido, dispõe que se deve buscar a implementação de processos com vistas à melho- ria do ensino e à qualidade, sob a responsabilidade da União, assegurar processo de avaliação de instituições em todo território nacional. Pelo Decreto n.º 3.860 (BRASIL, 2001), o Ministério da Edu- cação é órgão responsável pela coordenação da avaliação de cursos, programas e instituições de ensino superior. A avaliação de cursos e instituições de ensino superior está sob a organização e execução do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP). O último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), a que submetidos os formandos dos cursos de graduação, foi aplicado pela instituição no ano de 2017. Das 2.066 instituições de ensino superior em avaliação, apenas 34 – o equivalente a 1,6% do to- tal – obtiveram a nota máxima, em uma escala que varia de 1 a 5. Das instituições restantes, 278 receberam notas 1 ou 2, cando abaixo do limite de qualidade estabelecido pelo Sinaes. Figura 1 - Instituições por faixa do IGC 2017 Fonte: UOL (2018) À legislação permitiu-se uma maior exibilização do ensino su- 20 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S perior, ao ceder espaço à iniciativa privada, resultando posteriormente na edição do Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, regulamentando o ensino a distância não presencial – EaD, sob o credenciamento e au- torização do MEC. O contexto socioeconômico do mundo globalizado exige a pro- ssionalização, fazendo surgir também a especialização, como fruto da integração com as inovações e tecnológicas que se apresentam em constante movimento: ...a ampliação da demanda também é resultante de outras forças, como a necessidade de aquisição de competências essenciais para enfrentar um mercado de trabalho instável e cada vez mais seletivo e excludente, as trans- formações no conteúdo das ocupações e nas prossões, trazendo de volta para os bancos escolares uma população adulta, as facilidades que o desen- volvimento das tecnologias de informação e comunicação apresentam para o campo do ensino em termos de aumento da capacidade de atendimento das instituições (estimulando as experiências com ensino a distância) e, nal- mente, no campo cultural, a combinação de todos estes vetores que incidem sobre os anseios e expectativas dos estudantes e de suas famílias: “em cada faixa de renda familiar, um número maior de jovens aspira a prosseguir seus estudos além do secundário” (Porto e Régnier, 2003, p. 17). A representação da UNESCO, no Brasil, articula permanente diálogo com o poder público, universidades e instituições de ensino e pesquisa e, em decorrência dessa parceria com o CNE – Conselho Na- cional de Educação, publicou, em 2012, uma coletânea de artigos sob o título de “Desaos e perspectivas da educação superior brasileira para a próxima década 2011/2020”, assentando que o compromisso social da universidade com o avanço do conhecimento e com a inovação precisa alcançar as suas salas de aula de graduação e pós-graduação. O processo de ensino-aprendizagem não pode desvincular- -se dos processos de investigação acadêmica e, por consequência, é necessário que seja compreendido como um desao à inovação. Os meios tecnológicos contemporâneos viabilizam essas relações em no- vas bases, mas o desao é maior ainda: O sentido da relação educação-comunicação vai além das possibilidades oferecidas pelas mídias contemporâneas e dos níveis segmentados dos sis- temas educacionais atuais. Ultrapassa a tentativa de ordenação dos conte- údos escolares e a profusão/confusão dos dados disponíveis em múltiplas bases. O ato comunicativo com ns educacionais realiza-se na ação precisa que lhe dá sentido: o diálogo, a troca e a convergência comunicativa, a par- ceria e as múltiplas conexões entre as pessoas, unidas pelo objetivo comum de aprender e de conviver (Kenski, 2008). 21 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Para ns de estatística, o Ministério de Educação do Brasil de- ne que as instituições de Ensino Superior estão classicadas da se- guinte forma: Públicas (federais, estaduais e municipais); Privadas (podendo ser comunitárias, que incluem em sua entidade mantenedora representantes da comunidade; confessionais, que atendem a uma orientação ideológica; lantrópicas, que prestam serviços à população, em caráter complementar às atividades do Esta- do e particulares). De acordo com Decreto nº 5.773 (BRASIL, 2006), faculdades e centros universitários são entidades com enfoque na oferta de gradua- ção, mediante a supervisão do Ministério da Educação (MEC), enquan- to as universidades possuem mais autonomia e ofertam, não apenas graduação, mas também pesquisa e extensão. Figura 2 - Estrutura da Educação Brasileira Fonte: SlideShare (2011) A graduação: são cursos que conferem o diploma do ensino superior, com duração média de 4 a 5 anos e oferece a maior quanti- dade de conhecimento teórico e prático. Uma vez concluído, é possível fazer cursos de pós-graduação e MBA. As formas de ingresso são atra- vés de vestibular, Enem e Sisu. Oferecem a titulação de: Bacharelado: forma prossionais e pesquisadores para o mercado de trabalho; Licenciatura: forma professores para o ensino fundamental e médio; 22 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Tecnólogo: cursos com tempo de duração menor se compa- rados ao bacharelado e licenciatura, que forma prossionais em áreas especícas do mercado. Existem formas de conseguir cursar a graduação com descon- to. São elas: Quero Bolsa (bolsas de estudo sem processo seletivo); Prouni (bolsas de estudo para os melhores no Enem); Fies (nanciamento para os melhores no Enem). Não há dúvidas de que a educação superior possui considerável relevância no currículo de um indivíduo, quer em razão da exigência do mercado ou de trabalho, quer pelo próprio desenvolvimento pessoal. Con- tudo, ocorrem circunstâncias em que um curso de bacharelado no formato tradicional possa não atender às expectativas e necessidades apresen- tadas. Enquanto a graduação tradicional possui foco mais amplo em ele- mentos teóricos e conceituais, a tecnológica privilegia o desenvolvimento de competências prossionais, de acordo com as demandas do mercado. Uma das vantagens dos cursos superiores de tecnologia é a redução no tempo em o aluno faz uma graduação e garante lugar no mer- cado de trabalho. Os tecnólogos foram pensados para atender à deman- da por mão de obra qualicada dos mais diversos setores da economia brasileira. Em apenas dois anos e meio de estudos, em média, é possível a obtenção de um diploma de nível superior e, com maior perspectiva, uma vaga de emprego tão logo ocorra a conclusão e a formatura. A especialização é um curso de pós-graduação lato sensu que informa, atualiza e capacita o prossional que está no mercado de trabalho. Diferentemente da graduação, generalista por excelência, a especialização dene habilidades técnicas especícas a determinado tema, com programas nas mais diversas áreas de conhecimento, sendo recomendado aos alunos que almejam seguir uma carreira acadêmica, quer lecionando ou atuando em projetos, pesquisas, etc. Segundo o Ministério da Educação (MEC), as pós-graduações também incluem os cursosdesignados como MBA (Master Business Administration). É um curso lato sensu voltado para quem quer aprimo- rar conhecimentos de administração e obter uma visão aprofundada e global do mundo corporativo, sendo geralmente procurado por empre- sários, executivos e gestores. Com duração mínima de 360 horas, ao nal do curso, o aluno obterá certicado e não diploma. São abertos a candidatos diplomados em cursos superiores e que atendam às exigên- cias das instituições de ensino, consoante a LDB. As aulas à distância não devem exceder 20% da carga horária. 23 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Neste curso o prossional vai aprender como administrar uma empresa, que poderá ser seu negócio próprio ou trabalhar em um gran- de grupo. O MBA é um curso oneroso, e varia de acordo com a maté- ria escolhida, a escola, a duração e a qualidade do mesmo. Existe um ranking anual onde são apresentadas as melhores escolas e universi- dade de MBA no mundo, sob o título de "Global MBA Ranking". O MEC permite que os cursos latu sensu sejam ministrados em cursos presenciais ou à distância, de modo que o certicado será o mesmo, tanto para quem frequentou uma instituição física como para quem concluiu o ensino a distância (cursos online). O mestrado é um curso analítico e de pesquisa. O mestrado tradicional é voltado para áreas de interesse acadêmico e é conside- rado um passo para quem tem interesse em seguir a carreira docente. Atualmente, já é possível encontrar o mestrado prossional, que tem como foco a formação de prossionais com uma visão analítica, co- nhecimentos teóricos e atuação prática sobre uma determinada área. A duração é de cerca 24 meses, exigindo pesquisa consistente que será transformada em uma dissertação sobre um tema especíco, trabalho que será defendido, ao nal do curso, por uma banca rigorosa. Para se candidatar a uma vaga de mestrado, seja no Brasil ou em outro país, é comum ao processo seletivo a realização das seguin- tes etapas: 1. Inscrição 2. Provas 3. Currículo acadêmico e prossional 4. Pré-Projeto ou Memorial 5. Entrevista Resultado Para conseguir um bom curso, e bolsa de estudos, o candidato deve apresentar ótimo histórico escolar e, de preferência, ter realiza- do, durante a graduação, programa de iniciação cientíca. A prova de prociência em inglês geralmente apresenta características peculiares e as instituições que preparam os testes, com o objetivo de fazer uma triagem efetiva entre os candidatos, inserem estruturas complexas de gramática e interpretação de textos de nível avançado. Além de assistir às aulas, cabe ao aluno reservar o seu tempo para a leitura e participação em palestras, conferências e congressos. O estudante é acompanhado por um orientador, que o introduz num grupo de pesquisa já desenvolvida pela instituição, ajuda-o a selecionar as dis- ciplinas e acompanha a redação da dissertação de conclusão do curso. O Doutorado é o passo seguinte ao mestrado, denominado PhD, Doctor of Philosophy. É um grau acadêmico conquistado por quem 24 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S demonstra a capacidade de desenvolver novo conhecimento cientíco. Enquanto no mestrado o estudante tem contato com os principais cami- nhos teóricos e a produção intelectual, no doutorado ele vai dedicar-se ao trabalho de criar conhecimento e adicionar novas descobertas ao que é discutido na academia. A duração de um doutorado é de 4 a 5 anos, com uma carga horária de aulas bem reduzida, já que a maior parte do trabalho é realizar as leituras necessárias, pesquisar e escre- ver a tese, geralmente com dedicação de modo exclusivo. É permitido cursar o doutorado após a graduação, sem passar pelo mestrado, caso a instituição de ensino considerar relevante a proposta de pesquisa do candidato a aluno. Na maioria das instituições, contudo, a preferência é que se tenha o título de mestre. A seleção inclui análise do currículo, aprovação do projeto de pesquisa e entrevista. Pode haver uma prova de conhecimentos especícos e gerais. Os programas mais concei- tuados exigem o domínio de, pelo menos, dois idiomas estrangeiros. A extensão universitária é um meio de interação que deve exis- tir entre a universidade e a comunidade na qual está inserida. É uma espécie de ponte permanente entre a universidade e os diversos se- tores da sociedade. Funciona como uma via de duas mãos, em que a Universidade leva conhecimentos e/ou assistência à comunidade, e re- cebe dela inuxos positivos como retroalimentação tais como suas reais necessidades, seus anseios, aspirações e também aprendendo com o saber dessas comunidades. Ocorre, em realidade, uma troca de saber, em que a universi- dade também aprende com a comunidade sobre os valores e a cultu- ra dessa comunidade. Assim, a universidade pode planejar e executar as atividades de extensão respeitando e não violando esses valores e cultura. Por meio da Extensão, a universidade inuencia e também é inuenciada pela própria comunidade, signicando dizer que permite uma troca de valores entre a universidade e o meio. Além dos cursos de graduação e pós-graduação, a Universi- dade oferece, também, cursos de formação, capacitação e qualicação para o público, bem como elabora e administra projetos sociais e am- bientais articulados para a comunidade. Outra função social importante da Universidade é a elaboração e articulação de políticas públicas por meio da participação em fóruns, consultorias e núcleos especícos de atuação. Assim, além da sua importância como geradora de políticas públicas, a Extensão Universitária deve servir como instrumento de in- serção social, aproximando a academia das comunidades adjacentes. O artigo 207 da Constituição, ao preceituar que "...as universida- des obedecerão ao princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão", propõe que as universidades sejam conduzidas, associando 25 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S e integrando as atividades de ensino, extensão e pesquisa de maneira que se complementem, para bem formar seus prossionais universitários. Como detém o conhecimento, o transmite, por meio do ensino, aos educandos. Através da pesquisa faz aprimorar os conhecimentos en- tão existentes, são produzidos novos saberes. Pelo ensino, são condu- zidos esses aprimoramentos e os novos conhecimentos aos educandos. Por meio da extensão, é fomentada a difusão, socialização e democra- tização do conhecimento, bem assim, das novas descobertas à comuni- dade. A Extensão também propicia a complementação da formação dos universitários, dada nas atividades de ensino, com a aplicação prática. De maneira geral, as universidades têm um departamento espe- cíco para gestão das atividades e projetos de extensão universitária. Ali, os alunos podem obter informações sobre tudo que está sendo realizado pela instituição nesse sentido e, inclusive, candidatar-se para participar. Todos os projetos de extensão universitária são coordenados e acompanhados por professores e prossionais das respectivas áreas do conhecimento a qual se destinam. Qualquer aluno universitário pode participar das atividades de extensão; dependendo do projeto, há, inclu- sive, a possibilidade de receber uma bolsa-auxílio. Os requisitos para se candidatar variam bastante e dependem de cada projeto. Dentre outras, podemos elencar as seguintes ações de extensão: - Cursos, palestras e conferências; - Cursos de ensino a distância; - Cursos de verão, ou sazonais; - Colônia de férias; - Viagens de estudo; - Campus avançados; - Associações de ex-alunos; - Apresentações musicais, teatrais e feiras; - Programas e eventos culturais e esportivos; - Universidades volantes; - Escolas e hospitais utuantes, etc. Seu caráter mais prático, naturalmente, funciona para enrique- cer o currículo de quem participa e serve de base para eventualmente conseguir uma vaga de estágio ou em uma iniciação cientíca. Existem projetos de extensão que complementamo ensino em algumas unidades. Faculdades de engenharia mecânica, como exemplo, não con- tam com aulas aprofundadas de automobilística ou aeronáutica, mas possuem grupos de extensão ligados às competições da SAE de fabri- cação de automóveis ou aviões de rádio controle, o que ajuda os alunos envolvidos a direcionarem seus estudos para essas áreas. 26 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S Com base nessa diretriz conclui-se que a educação superior tem como um de seus princípios formar cidadãos conscientes, capazes de contribuir ativamente para melhoria de nossa sociedade. Para que isso ocorra, as Universidades, segundo a legislação, deve estar apoia- da sobre o tripé, ensino, pesquisa e extensão, que juntos constituem o eixo fundamental da Universidade Brasileira e de forma alguma pode ser compartimentado (Moita; Andrade, 2009). Infelizmente, os dados mostram que muitos pós-graduados es- tão sem um lugar no mercado de trabalho. Mesmo os mais bem qua- licados prossionais têm diculdades para encontrar um emprego no país. Por isso, não é exagero armar que o Brasil está formando mes- tres e doutores para o desemprego. A frase é de Silvio Meira, profes- sor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Escola de Direito do Rio da FGV. Os números demonstram isso friamente: enquanto no mundo a taxa de desocupação desse grupo gira em torno de 2%, por aqui, a média é de 25%. Os mestres estão em situação ainda pior: 35% fora do mercado de trabalho (Soares, 2019). Pesquisa promovida pelo Centro de Gestão e Estudos Estra- tégicos (CGEE, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Co- municações), publicada em 2014, consta que já havia 445.562 mestres titulados contra 293.381 empregados. Neste mesmo intervalo, forma- ram-se 168.143 contra 126.902 empregados. Segundo o último levantamento organizado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes, do gover- no federal), no ano de 2017, foram titulados no país 50.306 mestres, 21.591 doutores e 10.841 no mestrado prossional. Segundo a asses- soria, nos últimos anos, a Capes tem mantido o orçamento em cerca de R$ 4 bilhões, e o número de bolsas seguiu estável. Logo, a título de úl- tima informação, são 93,5 mil bolsistas na pós-graduação no Brasil e no exterior, número que também tem se mantido estável nos últimos anos. 27 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S QUESTÕES DE CONCURSOS QUESTÃO 1 Ano: 2014 Banca: COSEAC Órgão: UFF Prova: COSEAC - 2014 - UFF - Técnico em Assuntos Educacionais Na década de 1990, frente aos desafios que se impunham no final do século XX, a universidade enfrentava crises que demonstravam a necessidade de reforma. As crises são: I da hegemonia. II da legitimidade. III institucional. IV de infraestrutura. Dentre as afirmativas acima descritas: (A) somente I e II estão corretas. (B) somente I, II e III estão corretas. (C) todas estão corretas. (D) somente II e III estão corretas. QUESTÃO 2 Ano: 2014 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: IF-SP Prova: FUNDEP - 2014 - IF-SP - Professor - Pedagogia Considerando-se as reflexões de Silva Júnior e Sguissardi (2001) so- bre a educação superior no Brasil, analise as seguintes afirmativas. I. Ocorreu uma mercantilização do saber e do ensino superior nas últimas décadas. II. A qualidade dos cursos está relacionada à dedicação de prefe- rência integral do corpo docente e aos altos níveis de qualificação profissional. III. A autonomia universitária é vista como indissociável da demo- cracia interna dos Institutos de Ensino Superior. A partir dessa análise, conclui-se que estão CORRETAS (A) I e II apenas. (B) I e III apenas. (C) II e III apenas. (D) I, II e III. QUESTÃO 3 Ano: 2017 Banca: CCV-UFC Órgão: UFC Prova: CCV-UFC - 2017 - UFC - Psicólogo - Escolar e Educacional A Educação Superior tem como finalidade central a formação para a vida em sociedade, o que implica em uma inserção ativa de seus indivíduos no sentido de transformá-la, para superar as limitações 28 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S que lhe impedem de ser um espaço de crescimento coletivo e indi- vidual. Analise as proposições abaixo e marque a opção incorreta. (A) Podem ser considerados tipos de intervenção da Psicologia Escolar no ensino superior uma assessoria ao Plano de Desenvolvimento Insti- tucional (PDI) e aos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPCs). (B) O processo educativo tem como objetivo norteador colocar-se como instrumento de organização, reorganização e ressignicação de valores e conceitos que permitirão aos estudantes uma atuação consciente e intencional no contexto em que estão inseridos. (C) Podem ser consideradas dimensões de intervenção institucional da Psicologia Escolar na Educação Superior a gestão de políticas, progra- mas e processos educacionais na IES. Também as propostas pedagó- gicas e funcionamento do curso e o perl do estudante. (D) Embora se apresente a importância do campo de atuação da Psico- logia Escolar nas IESs, seu reconhecimento como importante colabora- dora diante dos atuais desaos que enfrentam é praticamente inexisten- te nos principais centros urbanos brasileiros. QUESTÃO 4 Ano: 2015 Banca: COMPERVE Órgão: UFRN Prova: COMPERVE - 2015 - UFRN - Técnico em Assuntos Educacionais Leia as afirmações a seguir, relacionadas ao funcionamento das instituições da educação superior. I O ano letivo regular, independente do ano civil, tem, no mínimo, duzentos dias de trabalho acadêmico efetivo. II Antes de cada período letivo, as instituições devem informar aos interessados os programas dos cursos e demais componentes curriculares. III Os cursos de graduação, no período noturno, devem ter padrões de qualidade diferentes do período diurno. IV Nas instituições públicas de educação superior, o professor fica obrigado ao mínimo de quatro horas semanais de aula. Das afirmações, estão corretas (A) I e II. (B) I e IV. (C) II e III. (D) III e IV. QUESTÃO 5 Ano: 2010 Banca: IFC Órgão: IFC-SC Provas: IFC - 2010 - IFC-SC - Professor - Geografia Tendo por base a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, 29 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S assinale a alternativa INCORRETA sobre a formação dos profissio- nais da educação: (A) A formação de prossionais de educação para administração, pla- nejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a edu- cação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. (B) A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em univer- sidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (C) A formação docente, exceto para a educação superior, incluirá prá- tica de ensino de, no mínimo, duzentas horas. (D) Os institutos superiores de educação manterão cursos formadores de prossionais para a educação básica, inclusive o curso normal supe- rior, destinado à formação de docentes para a educação infantil e para as primeiras séries do ensino fundamental. QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE Sabendo que a lei federal de número 9235/17 dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação no sis- tema federal de ensino, especique quais são as funções do CNE. TREINO INÉDITO Assunto: INEP Assinale a alternativa correta que indica adequadamente uma das funções do INEP. a. conceber, planejar, coordenar e operacionalizar as ações destinadas à avaliação de IES, de cursos de graduação e de escolas de governo; b. conceber e planejar, apenas as ações destinadasà avaliação de IES, de cursos de graduação e de escolas de governo; c. conceber, apenas as ações destinadas à avaliação de IES, de cursos de graduação e de escolas de governo; d. conceber e operacionalizar, apenas as ações destinadas à avaliação de IES, de cursos de graduação e de escolas de governo; e. NDE NA MÍDIA DECRETO Nº 9.235, DE 15 DE DEZEMBRO DE 2017 30 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput , inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 9º, caput , incisos VI, VIII e IX, e no art. 46, da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, na Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, na Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004.DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO SISTEMA FEDERAL DE ENSINO Art. 1º Este Decreto dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação superior - IES e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação lato sensu, nas modalidades presencial e a distância, no sistema federal de ensino. § 1º A regulação será realizada por meio de atos autorizativos de fun- cionamento de IES e de oferta de cursos superiores de graduação e de pós-graduação lato sensu no sistema federal de ensino, a m de promover a igualdade de condições de acesso, de garantir o padrão de qualidade das instituições e dos cursos e de estimular o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e a coexistência de instituições públicas e privadas de ensino. Fonte: BRASIL Data: 2017 Leia na íntegra em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015- 2018/2017/Decreto/D9235.htm PARA SABER MAIS Filme: Sociedade dos poetas mortos Peça de teatro: Vida de professor Acesse os links: https://youtu.be/l7L5rve1IEA https://youtu.be/uASK8hkxHDE NA PRÁTICA EDUCAÇÃO INFANTIL: LEGISLAÇÃO E PRÁTICA PEDAGÓGICA Dados preliminares mostram que 75% das professoras que responde- ram à pesquisa disseram alfabetizar seus alunos, o que nos leva a infe- rir que há uma preocupação em preparar as crianças para o ensino fun- damental, o que não constitui, segundo a LDB, nalidade da educação infantil. Um aspecto interessante apresentado nos resultados é que a preocupação em alfabetizar está presente mesmo entre as professoras que possuem formação em Pedagogia. OLIVEIRA, Maria Izete de. Educação infantil: legislação e prática pe- dagógica. Psicol. educ. São Paulo, n. 27, p. 53-70, dez. 2008. Dis- ponível em . Acesso em 27 mar. 2025. 31 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S DIDÁTICA COMO CIÊNCIA NO ENSINO SUPERIOR A dialética aplicada à metodologia cientíca, tem a nalidade de analisar, de modo crítico, os acontecimentos descritos através de um fenômeno, de forma mais aprofundada, descrevendo o fenômeno e suas causas e suas consequências, a m de entender a realidade em sua totalidade. Nesse sentido, através do método dialético podemos rever o pas- sado diante dos acontecimentos ocorridos no presente, facilitando o ques- tionamento sobre o futuro em relação aos repetidos assuntos estudados. Considerada uma ciência que estuda os saberes necessários á prática docente a Didática é um dos principais instrumentos para a formação do professor, pois é nela que se baseiam para adquirir os en- DIDÁTICA E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO ENSINO SUPERIOR 31 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S 32 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S sinamentos necessários para a prática. De acordo com Libâneo (1990, p. 26) “a didática trata da teoria geral do ensino”. Como disciplina é entendida como um estudo sistematizado, intencional, de investigação e de prática (LIBÂNEO, 1990). Ainda, nesta mesma linha de pensamento, Pimenta et al, diz que: A didática, como área da pedagogia, estuda o fenômeno ensino. As recentes modicações nos sistemas escolares e, especialmente, na área de forma- ção de professores conguram uma “explosão didática”. Sua ressignica- ção aponta para um balanço do ensino como prática social, das pesquisas e das transformações que têm provocado na prática social de ensinar (2013, p.146). No entendimento de Luzuriaga (2001), a Didática originaria- mente signicou a arte de ensinar. Durante muito tempo, ensinou-se conforme certas regras e normas, porém estas tinham mais um caráter empírico, pessoal ou procediam da tradição de modelos ou da habilida- de pessoal. Somente a partir do século XVII, Comenius estabeleceu a Didática sobre as bases gerais, denominando precisamente de Didática Magna, que era uma espécie de manual escrito em um livro elaborado com a pretensão de ensinar tudo a todos. A Didática Magna foi a prin- cipal obra de Comenius, que compreendia não apenas os métodos e regras de ensinar, mas também a totalidade ação educativa. Segundo Gil (2010, p.2) didática é a “arte de ensinar”. Ele se- gue citando Comenius, que armava que didática é a “arte de ensinar tudo a todos” e Masetto, que diz que didática “é o estudo do processo de ensino-aprendizagem em sala de aula e de seus resultados”. Falando acerca de didática Libâneo diz: A didática é uma disciplina que estuda o processo de ensino no seu conjunto, no qual os objetivos, conteúdos, métodos e formas organizativas da aula se relacionam entre si de modo a criar as condições e os modos de garantir aos alunos uma aprendizagem signicativa. Ela ajuda o professor na direção e orientação das tarefas do ensino e da aprendizagem, fornecendo-lhe segu- rança prossional. (LIBÂNEO, 2002, p.5). A palavra Didática refere-se à ordem, clareza, simplicação e costuma, portanto, também conotar rigor, bitolamento, limitação, qua- dratura. Se ela adquiriu signicados negativos, supõe-se que a origem deles esteja na práxis, ou seja, no exercício regular da Didática, em todos os níveis de ensino, seria responsável pelo seu desprestígio ou má fama. Realmente, muitos manuais de Didática estão cheios de itens e subitens, regras e conselhos: o professor deve, o professor não deve e cam, portanto, muito próximos dos receituários ou listagens de per- 33 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S missões e proibições, tentando inutilmente disfarçar o seu vazio atrás de excessivo formalismo. A Didática associa-se à ciência desde o momento em que os homens passaram a questionar, de forma exaustiva, todas as formas possíveis de se ensinar algo a alguém. De modo que, ela passou a es- tar presente quando o homem organizou a maneira de transmitir seus conhecimentos ao exercitar uma prática pedagógica – uma Didática. Libâneo (2007) aponta que a Didática tem como objeto de es- tudo o processo de ensino, nalidades, pedagogias, condição e meios de direção e organização do ensino e aprendizagem, pelos quais se as- seguram a mediação docente de objetivos, os conteúdos e os métodos para atingir a efetivação da assimilação dos conhecimentos. Apesar da discussão de como ensinar e como sistematizar o ensino ter sido uma preocupação dos educadores desde que se orga- nizou a relação pedagógica, a Didática é considerada uma teoria do ensino apenas a partir do século XVII: a história da Didática está ligada ao aparecimento do ensino – no decorrer do desenvolvimento da sociedade, da produção e das ciências - como atividade planejada e intencional dedicada à instrução.[...] Na chamada Antiguidade Clássica ( gregos e romanos) e no período medieval também se desenvol- vem formas de ação pedagógicas, em escolas, mosteiros, igrejas, universi- dades. Entretanto, até meados do século XVII não podemos falar de Didática como teoria do ensino, que sistematize o pensamento didático e o estudo cientíco das formas de ensinar (LIBÂNEO, 1994, p. 54- 55). Não há dúvidas sobre a complexidade do trabalho docente fren- te às atribuições que lhe são exigidas. Neste contexto Veiga (2006, p. 2), menciona que a “[...] docência universitária exige a indissociabilidade entreensino, pesquisa e extensão, faz parte dessa característica integradora a produção do conhecimento bem como sua socialização”.A indissociabilida- de aponta para a atividade reexiva e problematizada do futuro prossional. A autora salienta, ainda, que formar professores universitários implica compreender a importância do papel da docência, proporcio- nando um aprofundamento cientíco aliado ao conhecimento pedagógi- co, que os capacite a responder questões fundamentais da universida- de como instituição social, uma prática social que implica as ideias de formação, reexão, e crítica. Com os levantamentos que são realizados ao longo dos cur- sos ca claro as deciências na formação do professor universitário. É comum que a maioria das críticas nesses cursos em relação aos profes- sores refere-se à falta de didática, por essa razão muito professor vem realizando cursos de didática do ensino superior. 34 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S A prática pedagógica no Ensino Superior passa por diversos de- saos, visto que, precisa sempre articular ensino, pesquisa e extensão e, por outro lado, a ausência de preocupação explícita das autoridades educacionais com a preparação de professores para o Ensino Superior. As autoridades acreditam que o corpo discente das escolas superiores é constituído por adultos, não precisando tanto de dedicação quanto no corpo discente do ensino básico, constituído por crianças e adolescentes. Os alunos do ensino superior, por já possuírem uma “personalidade for- mada” e por saberem o que pretendem, não exigiriam de seus professo- res mais do que competência para transmitir os conhecimentos e para sa- nar suas dúvidas, caso esse muito controverso quando posto em prática. Segundo ALTHAUS (2004), a ação didática no ensino superior é pautada pelas tensões enfrentadas no cotidiano universitário e conso- lida-se pelo o que é inerente à extensão: “A autêntica ação de estender o conhecimento, via extensão universitária, operacionaliza-se por meio de umas práxis dialética (mediadora entre universidade-sociedade-uni- versidade) de produção/reprodução crítica do conhecimento” (RAYS, 2003, p.3). Segundo BORBA e SILVA ([s.d]): Quando nos referimos às necessidades dos estudos didáticos dirigidos ao ensino de nível superior, a sua aplicação e investigação aos problemas pe- dagógicos deve levar cada docente a fazer uma autocrítica e a tomar cons- ciência de suas responsabilidades, e principalmente buscar a melhor forma de desempenhar suas funções e por sua vez fazer experiências pedagógicas que vise aperfeiçoar os diversos tipos de atividades que caracterizam tais funções, em particular podemos citar as voltadas à sistematização e trans- missão do conhecimento, sem deixar em segundo plano ou de lado as res- ponsabilidades propriamente educativas. Frente a esse cenário, Cunha, Brito e Cicillini (2006) armam que a formação pedagógica para o professor da educação superior é quase inexistente e isto recai na grande diculdade de o docente enfrentar os desaos de sua prossão. Assim, evidenciamos que o professor da atuali- dade precisa alargar seu repertório de conhecimentos, visto que ter o título acadêmico apenas não garante uma atuação qualicada em sala de aula. A “Didática do Ensino Superior” volta-se para aos alunos dos cursos de graduação e pós-graduação, com o objetivo de analisar, mi- nuciosamente, e reetir sobre o panorama da educação nacional, a m de capacitar os docentes e interessados em atuar nas áreas de ensi- no, pesquisa ou gestão, sendo possível uma melhor compreensão das competências, habilidades e atividades necessárias para atuação no ensino. A partir dessas disposições, Nóvoa (2009) recomenda fatores importantes para alicerçar programas de formação de professores: 35 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S • A formação de professores precisa articular teoria e prática, a partir da análise de situações concretas do cotidiano escolar, à procura de um conhecimento pertinente na reelaboração desse conhecimento, traduzindo um processo de inovação; • É relevante que a formação de professores passe para “dentro da formação”, isto é, ser conduzida e planejada pelos próprios professo- res, de forma que os principiantes aprendam com os mais experientes; • A formação de professores necessita valorizar o trabalho em equipe, pois a reexão e o trabalho coletivo transformam-se em conhe- cimento prossional, instigando processos de mudança e práticas con- cretas de intervenção. • A formação precisa incentivar os professores a darem visi- bilidade social ao seu trabalho, a aprenderem a se comunicar com o público, “a ter uma voz pública, a conquistar a sociedade para o trabalho educativo, comunicar para fora da escola” (NÓVOA, 2009, p. 43). Considera-se a docência, independentemente do nível de en- sino em que ela aconteça, uma ação humana. Reconhecer a dimensão humana da docência é admitir e assumir que ela se constitui históri- ca e socialmente e, por conseguinte, a formação é parte integrante da identidade prossional do professor; é a “humana docência, onde ser educador é ser o mestre de obras do projeto arquitetado para sermos humanos”. (NÓVOA, 2009) Veiga (2006) defende a formação do futuro professor univer- sitário articulando conhecimento da área especica e conhecimentos pedagógicos para que eles possam compreender e realizar, efetiva- mente, um trabalho que contemple a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão, condição, segundo a autora, indispensável à atividade reexiva, problematizadora e inerente à docência. Faz parte dessa característica integradora a produção do co- nhecimento bem como sua socialização. Articula componentes curricu- lares e projetos de pesquisa e de intervenção, levando em conta que a realidade social não é objetivo de uma disciplina, e isso exige o empre- go de uma pluralidade metodológica. Ainda que pese, as discussões e proposições advindas de inú- meras pesquisas, as entrevistas com os pós-graduandos que tinham expe- riência docente no ensino superior evidenciaram que eles se consideravam pouco capazes de articular o ensino, a pesquisa e a extensão nas institui- ções públicas de ensino superior onde trabalhavam, em função das inú- meras exigências administrativas, burocráticas e, principalmente nas ins- tituições da rede particular, pois o trabalho docente é exclusivo ao ensino. Contudo, o que ca evidenciado, no mais das vezes, nesses 36 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S processos de capacitação, ainda é uma didática pautada no domínio que o professor tem da sua área de formação e especialização. Os próprios concursos de ingresso à carreira universitária exigem este do- mínio, embora tal prociência no conhecimento cientíco não garanta a sua tradução adequada em saber acadêmico, por parte do aluno e da comunidade. E, sem negar a importância desse conhecimento, conside- ramos que a didática universitária precisa ir além disso. A METODOLOGIA NA DOCÊNCIA UNIVERSITÁRIA AMetodologia nos dá juízos de realidade, e a Didática nos dá juí- zos de valor. Juízos de realidade são juízos descritivos e constatativos. Juí- zos de valor são juízos que estabelecem valores ou normas. A partir dessa diferenciação, concluímos que podemos ser metodologistas sem sermos didáticos, mas não podemos ser didáticos sem sermos metodologistas, pois não podemos julgar sem conhecer. Por isso, o estudo da Metodologia é importante por uma razão muito simples: para escolher o método mais adequado de ensino precisamos conhecer os métodos existentes. Para efetivação do ensino e aprendizagem deve-se destacar que é muito importante a interação do aluno e professor. Além disso, é possível ocorrer uma relação dialética, na qual o papel do professor e do aluno se unam e estimulem a aprendizagem, através das tarefas contínuas dos su- jeitos, de tal forma que o processo interligue o aluno ao objeto de estudo. Assim, espera-se do professor:Que tenha conhecimento de várias técnicas ou estratégias, bem como o do- mínio do uso destas para poder utilizá-las em aula; Que desenvolva capa- cidade de adaptação das diversas técnicas, modicando-as naquilo que for necessário para que possam ser usadas com aproveitamento pelos alunos individualmente ou em grupos; Que, pelo conhecimento e domínio prático de muitas técnicas e por sua capacidade de adaptação das técnicas existentes, se torne capaz de criar novas técnicas que melhor respondam às necessida- des de seus alunos. Anal, técnicas são instrumentos e como tais podem ser criadas por aqueles que vão usá-las (MASETTO, 2012, p. 103). A METODOLOGIA DIALÉTICA Sobre a metodologia dialética entende-se o conhecimento não pode ser transferido, porém construído nas suas ligações com o outro e com o mundo. Nesse diapasão: Quando o estudante se confronta com um tópico de estudo, o professor pode 37 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S esperar que ele apresente, a respeito do mesmo, apenas uma visão inicial, caótica, não elaborada ou sincrética, e que se encontra em níveis diferencia- dos entre os alunos. Com a vivência de sistemáticos processos de análise a respeito do objeto de estudo, passa a reconstruir essa visão inicial, que é superada por uma nova visão, ou seja, uma síntese. A síntese, embora seja qualitativamente superior à visão sincrética inicial, é sempre provisória, pois o pensamento está em constante movimento e, consequentemente, em constante alteração. Quanto mais situações de análises forem experiências, maiores chances o aluno terá de construir sínteses mais elaboradas. O cami- nho da síncrese para a síntese, qualitativamente superior, via análise, é ope- racionalizado nas diferentes estratégias que o professor organiza, visando sistematizar o saber escolar. É um caminho que se processa no pensamento e pelo pensamento do aluno, sob a orientação e acompanhamento do pro- fessor, possibilitando o concreto pensado. (ANASTASIOU, 2005, p. 09, grifos no original). Uma metodologia na perspectiva dialética baseia-se em ou- tra concepção de homem e de conhecimento. Entende o homem como um ser ativo e de relações. Assim, entende que o conhecimento não é "transferido" ou "depositado" pelo outro (conforme a concepção tradi- cional), nem é "inventado" pelo sujeito (concepção espontaneísta), mas sim que o conhecimento é construído pelo sujeito na sua relação com os outros e com o mundo. Isso signica que o conteúdo que o professor apresenta pre- cisa ser trabalhado, reetido, reelaborado pelo aluno, para se consti- tuir em conhecimento dele. Caso contrário, o educando não aprende, podendo, quando muito, apresentar um comportamento condicionado, baseado na memória supercial. O professor, ao organizar sua aula e propor uma avaliação, tem que considerar as etapas que o aluno irá percorrer, a partir de sua vivência social, de seu conhecimento prévio. Esse processo tem que ser entendido de forma dinâmica e não estática ou como um ritual burocráti- co que todos devem, necessariamente, cumprir, tendo como parâmetro um modelo ideal. Assim, a teoria dialética do conhecimento nos aponta que o conhecimento se dá, basicamente, em três grandes momentos: a Síncrese, a Análise e a Síntese. A mobilização para o conhecimento – a síncrese da teoria dialética - procura estabelecer um vínculo inicial entre o aluno e o objeto de estudo através de uma provocação, de uma pergunta instigadora. Vasconcellos (2002) acredita que realizar uma tarefa sem saber o por- quê é uma situação típica do trabalho alienado que acaba por exigir do aluno memorização e não inteligência. Nesta etapa, é preciso resgatar a realidade concreta do aluno, seja ela coletiva ou pessoal e considerar que os alunos já possuem uma concepção, ainda que não cientíca, 38 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S sobre o conteúdo abordado. Vasconcellos (2002, p. 39) considera que “o papel especíco do educador não se restringe à informação que oferece, mas exige sua inserção num projeto social (...) para que o educando possa continuar autonomamente a elaboração do conhecimento”. Neste processo, cabe ao professor provocar a abertura para a aprendizagem e colocar meios que possibilitem e direcionem esta etapa. Uma metodologia dialética poderia ser expressa através de três grandes momentos que, na verdade, devem corresponder mais a três grandes dimensões ou preocupações do educador no decorrer do trabalho pedagógico, já que não os podemos separar de forma abso- luta, a não ser para ns de melhor compreensão da especicidade de cada um. Como superação da metodologia tradicional, exige-se pois: • Mobilização para o Conhecimento. • Construção do Conhecimento. • Elaboração da Síntese do Conhecimento. A mobilização se coloca como um momento especicamente pedagógico, em relação à teoria dialética do conhecimento, uma vez que esta supõe o interesse do sujeito em conhecer. De modo geral, na situa- ção pedagógica este interesse tem que ser provocado. Visa possibilitar o vínculo signicativo inicial entre sujeito e o objeto ("approche"), provocar, acordar, desequilibrar, fazer a "corte". O trabalho inicial do educador é tornar o objeto em questão, objeto de conhecimento para aquele sujeito. Aqui é necessário todo um esforço para dar signicação inicial, para que o sujeito leve em conta o objeto como um desao. Trata-se de estabele- cer um primeiro nível de signicação, em que o sujeito chegue a elaborar as primeiras representações mentais do objeto a ser conhecido. Construção do Conhecimento é possibilitar o confronto de co- nhecimento entre o sujeito e o objeto, onde o educando possa penetrar no objeto, compreendê-lo em suas relações internas e externas, captar- -lhe a essência. Trata-se aqui de um segundo nível de interação, onde o sujeito deve construir o conhecimento através da elaboração de relações o mais totalizantes possível. Conhecer é estabelecer relações; quanto mais abrangentes e complexas forem as relações, melhor o sujeito estará conhecendo. O educador deve colaborar com o educando na decifração, na construção da representação mental do objeto em estudo. Elaboração da Síntese do Conhecimento é ajudar o educando a elaborar e explicitar a síntese do conhecimento. É a dimensão relativa à sistematização dos conhecimentos que vêm sendo adquiridos, bem como da sua expressão. O trabalho de síntese é fundamental para a compreensão concreta do objeto. Por seu lado, a expressão constante 39 D O C Ê N C IA N O E N S IN O S U P E R IO R - G R U P O P R O M IN A S dessas sínteses (ainda que provisórias) é também fundamental, para possibilitar a interação do educador com o caminho de construção de conhecimento que o educando está fazendo. Acreditar que tais notas ou conceitos possam, por si só, explicar o rendimento do aluno e justicar uma decisão de aprovação ou retenção, sem que sejam analisados o processo de ensino-aprendizagem, as con- dições oferecidas para promover a aprendizagem do aluno, a relevância deste resultado na continuidade de estudos, é, sobretudo, tornar o pro- cesso avaliativo extremamente reducionista, reduzindo as possibilidades de professores e alunos tornarem-se detentores de maiores conhecimen- tos sobre aprendizagem e ensino. (ZACHARIAS, s/d, p.2). De uma forma geral, o método dialético está aplicado de uma forma mais presente nas ciências humanas, que buscam entender de uma forma mais intensa o porquê, para quê e como os fatos se apresen- tam, e como o seu acontecimento se torna uma questão de interesse cientíco e social (DINIZ; SILVA, 2008). EDUCAÇÃO UNIVERSITÁRIA Um conjunto de normas tem de ser formulado para regular esse sistema, aplicando-se a todas as universidades, públicas ou privadas, e incorporando todas as universidades que fazem parte do sistema de produção do conhecimento superior, como institutos de pesquisa, em- presas, hospitais, repartições públicas e entidades de formação de nível superior. O sistema brasileiro deve