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3-Eletrônica

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Eletrônica 
 
 
 
Linear 
 
 
Prof. Fabiano F. Saldanha 
[2] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
Tópicos 
3 – Conceitos elétricos básicos 
5 – Lei de OHM 
10 – Potência elétrica 
12 – Resistores 
14 – Associação de resistores 
16 – Divisor resistivo 
17 – Leis de Kirchoff 
18 – Teorema Norton e Thévenin 
20 – Medindo tensão e corrente 
22 – Capacitores 
28 – Associação de capacitores 
29 – Indutores 
30 – Componentes variáveis 
32 – Transformadores 
33 – Diodos retificadores 
37 – Diodo zener 
38 – Regulador integrado 78xx e 79xx 
42 – Dobradores de tensão 
43 – Válvulas eletrônicas 
45 – Transistores 
56 – Sensores 
59 – Relés 
60 – Amplificadores operacionais 
69 – Circuito integrado 555 
73 – Transistores FET 
75 – SCR, DIAC e TRIAC 
79 – Encontrando base, coletor e emissor de um transistor 
83 - Funcionamento dos componentes em corrente alternada 
[3] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
Conceitos elétricos básicos 
 Para compreendermos os conceitos da eletrônica, temos que ter os conceitos 
básicos da eletricidade, conceitos estes que são adquiridos em curso especifico sobre o 
tema, não obstante, faremos um resumo sobre os tópicos mais importantes da 
eletricidade, para um perfeito acompanhamento do estudo da Eletrônica. 
O átomo 
Tudo que ocupa lugar no espaço é matéria. A matéria é constituída por partículas 
muito pequenas chamada de átomos. Os átomos por sua vez são constituídos por 
partículas subatômicas: elétron, próton e nêutron, sendo que o elétron é a carga negativa 
(-) fundamental da eletricidade e estão girando ao redor do núcleo do átomo em 
trajetórias concêntricas denominadas de órbitas. 
O próton é a carga positiva fundamental (+) da eletricidade e estão no núcleo do 
átomo. É o número de prótons no núcleo que determina o número atômico daquele 
átomo. Também no núcleo é encontrado o nêutron, carga neutra fundamental da 
eletricidade. 
No seu estado natural um átomo está sempre em equilíbrio, ou seja, contém o 
mesmo número de prótons e elétrons. Como cargas contrárias se anulam, e o elétron e 
próton possuem o mesmo valor absoluto de carga elétrica, isto torna o átomo natural 
num átomo neutro. 
 
 
Leis das Cargas Elétricas 
Alguns átomos são capazes de ceder elétrons e outros são capazes de receber 
elétrons. Quando isto ocorre, a distribuição positiva e negativa que era igual deixa de 
existir. Um corpo passa a ter excesso e outro falta de elétrons. O corpo com excesso de 
elétrons passa a ter uma carga com polaridade negativa, e o corpo com falta de elétrons 
terá uma carga com polaridade positiva. 
 
CARGAS ELÉTRICAS IGUAIS SE REPELEM 
CARGAS OPOSTAS SE ATRAEM. 
[4] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
Carga Elétrica 
Um corpo tem carga negativa se nele há um excesso de elétrons e positiva se há 
falta de elétrons em relação ao número de prótons. 
A quantidade de carga elétrica de um corpo é determinada pela diferença entre o 
número de prótons e o número de elétrons que um corpo contém. O símbolo da carga 
elétrica de um corpo é Q, expresso pela unidade coulomb (C). A carga de um coulomb 
negativo significa que o corpo contém uma carga de 6,25 x 1018 mais elétrons do que 
prótons. 
Campo Eletrostático 
Toda carga elétrica tem capacidade de exercer força. Isto se faz presente no 
campo eletrostático que envolve cada corpo carregado. Quando corpos com polaridades 
opostas são colocados próximos um do outro, o campo eletrostático se concentra na 
região compreendida entre eles. Se um elétron for abandonado no ponto no interior 
desse campo, ele será repelido pela carga negativa e atraído pela carga positiva. 
 
 
 
Quando não há transferência imediata de elétrons do/para um corpo carregado, 
diz-se que a carga esta em repouso. A eletricidade em repouso é chamada de 
eletricidade estática. 
Existem vários métodos para que possamos retirar elétrons de um material e 
transpor para outro. Dentre estes métodos podemos citar: 
1. Fricção = ao friccionarmos alguns materiais arrancamos elétrons dele 
para transferirmos ao outro com falta de elétrons, por exemplo: ao 
esfregar a lã em um pente transferimos elétrons da lã para o pente, isto 
pode ser constatado, pois conseguimos atrair pedaços de papel. 
2. Reação química = algumas substancia químicas ácidas tem a propriedade 
de desprender elétrons de alguns metais para outro, exemplo: a bateria de 
ácido-chumbo possui uma substancia ácida por dentro que arranca 
elétrons das placas de chumbo e transferem para as placas de dióxido de 
chumbo, outra experiência que podemos fazer em casa e pegar dois 
limões e espetar um fio de cobre e outro de zinco no limão e ligar um 
voltímetro para medir a tensão oferecida pelo sistema. 
[5] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
 
3. Força magnética = quando aproximamos um imã em frente de um 
(condutor) fio estamos “empurrando” os elétrons deste fio, porém a 
corrente gerada neste processo é chamada de Corrente Alternada, uma 
vez que, ao aproximarmos o imã do fio os elétrons irão se mover num 
sentido, porém ao retiramos o imã, os elétrons tenderão a voltar para o 
seu lugar de origem, logicamente eles se moverão em sentido oposto ao 
anterior. 
 
 
 Então vimos que para gerar corrente elétrica temos que movimentar os 
elétrons, seja qual for a técnica utilizada para isto. 
 Mas o que vem a ser: corrente elétrica, tensão elétrica e resistência elétrica, 
veremos a seguir. 
 
Lei de ohm 
 
Corrente Elétrica 
 É o movimento ou o fluxo de elétrons. Para se produzir a corrente, os elétrons 
devem se deslocar. 
 
Tensão Elétrica 
 A falta de elétrons em um pólo e o excesso em outro origina uma diferença de 
potencial (d.d.p) ou tensão elétrica. 
Resistência Elétrica 
[6] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 É a capacidade de um corpo qualquer se opor à passagem de corrente elétrica 
pelo mesmo, Isto é, a dificuldade que um condutor oferece à passagem da corrente 
elétrica. 
 Para tudo existe uma unidade de medida e para a eletricidade e a eletrônica não 
poderia ser diferente. 
 Medida é um processo de comparação de grandezas que possuem um padrão 
único e comum entre elas. Essas grandezas possuem a mesma dimensão. 
 Comprimento mede-se em METROS, massa mede-se em KILOGRAMA, tempo 
mede-se em SEGUNDOS. 
 Corrente, Tensão e Resistência também têm suas unidades de medidas e para 
estuda-las utilizamos uma regra chamada LEI DE OHM. 
Antes de se começar a estudar a lei de ohm, há que se conhecerem as unidades 
de medida. A tensão é medida em Volts (V), a corrente é medida em Amperes (A) e a 
resistência em Ohms (ohm). 
A Lei de Ohm, assim designada em homenagem ao seu formulador Georg 
Simon Ohm, indica que a diferença de potencial (U) entre dois pontos de um condutor é 
proporcional à corrente elétrica (I). 
Quando essa lei é verdadeira num determinado resistor, este denomina-se 
resistor ôhmico ou linear. A resistência de um dispositivo condutor é dada pela fómula: 
 
onde: 
U é a diferença de potencial elétrico (ou tensão, ou ddp) medida em Volts 
R é a resistência elétrica do circuito medida em Ohms 
I é a intensidade da corrente elétrica medida em Ampères 
E não depende da natureza de tal: ela é válida para todos os resistores, 
entretanto, quando um dispositivo condutor obedece à Lei de Ohm, a diferença de 
potencial é proporcional à corrente elétrica aplicada, isto é, a resistência é independente 
da diferença de potencial ou da corrente selecionada. 
Diz-se, em nível atômico, que um material (que constitui os dispositivos 
condutores) obedeceà Lei de Ohm quando sua resistividade é independente do campo 
elétrico aplicado ou da densidade de corrente escolhida. 
Um exemplo de componente eletrônico que não possui uma resistência linear é o 
diodo, que portanto não obedece à Lei de Ohm. 
Conhecendo-se duas das grandezas envolvidas na Lei de Ohm, é fácil calcular a 
terceira: 
 
[7] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
A potência P, em Watts, dissipada num resistor, na presunção de que os sentidos 
da corrente e da tensão são aqueles assinalados na figura, é dada por 
 
Logo, a tensão ou a corrente podem ser calculadas a partir de uma potência conhecida: 
 
Outras relações, envolvendo resistência e potência, são obtidas por substituição algébrica: 
 
 
 
 
UNIDADES DAS GRANDEZAS ELÉTRICAS 
MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS 
 
 
Prefixos das Unidades: São múltiplos ou submúltiplos da unidade básica 
no S.I (Sistema Internacional) 
 
 
 
 
[8] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
A força eletromotriz 
 
 É comum vermos profissionais empregarem de forma completamente errada as 
grandezas elétricas, confundindo tensão, corrente e potência. 
Quem já não ouviu um profissional "competente" dizer que tal aparelho funciona 
com uma "corrente" de 110 V ou coisa semelhante? Vamos eliminar essa confusão! 
Conforme vimos, uma corrente elétrica consiste num fluxo de cargas elétricas. 
Para medir esta corrente a unidade usada é o ampère (A). 
Um ampère (1 A) corresponde a uma quantidade de cargas equivalente a 1 
Coulomb (1 C) passando por um ponto de um condutor em cada segundo. Levando em 
conta que cada elétron (ou lacuna) tem uma carga de 1,6 x 10-19 C (Coulombs), 
podemos ter uma idéia de quantos elétrons estão se movendo num fio e passando por 
certo trecho dele quando uma corrente de 1 A está sendo conduzida. Esta quantidade é 
enorme, da ordem de 1 seguido de 18 zeros elétrons em cada segundo! 
Se você pensa que a velocidade desses elétrons é muito grande, está enganado. É 
neste ponto que entra então o conceito de Força eletromotriz. Como um fluxo de água 
num encanamento, a eletricidade precisa ser "empurrada" por uma força externa. A ação 
externa responsável por isso é justamente o que se denomina força eletromotriz. Em 
outras palavras, quando pensamos em corrente elétrica, a FEM é a causa e a corrente é o 
efeito. 
Temos então diversas formas de expressar essa força externa ou causa da corrente: 
 
 
A tensão elétrica pode ser medida num fio tomando como referência outro, para o qual a 
corrente circula. 
É como se tivermos um reservatório de água a 10 metros de altura e 
estabelecermos um fluxo de água por um cano com a saída em 5 metros de altura. A 
diferença entre os níveis ou pressões da água é 5 metros, conforme mostra a figura 
abaixo. 
[9] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
A diferença entre os níveis dos locais entre os quais a corrente circula determina a tensão 
elétrica. 
 
Para a eletricidade podemos ter a caixa de água num "potencial" de 10 volts e a 
extremidade do fio num "potencial" de 5 volts de modo que a diferença de potencial ou 
ddp será de 5 volts. Em outras palavras, podemos indicar a diferença de potencial como 
a diferença de um ponto com mais elétrons do que o outro. 
 E onde fica a FEM (força eletromotriz)? Bom para que a água saia do 
reservatório precisa existir alguma força que a “empurre”, pois é justamente a força 
eletromotriz a responsável por mover a água, ou melhor, os elétrons. 
 Na pilha a força da reação química é quem move os elétrons. 
 Nas usinas é a força magnética dos geradores e quem move os elétrons. 
 E assim por diante... 
 A fem também é medida em volts. 
 Mas não confunda FEM com DDP (tensão elétrica), embora as duas medem-se 
em Volt. 
Sem termos técnicos, qualquer pessoa sabe que uma corrente de água de 100 
litros por segundo é mais forte do que uma corrente de água de 10 litros por segundo. E 
analisando com cuidado o fenômeno da corrente elétrica, é fácil de constatar que a pilha 
não tem a função de fabricar elétrons. 
 A pilha apenas armazena os elétrons que proporcionam uma "força" para colocar 
em movimento os elétrons do condutor, mas ao desligar a pilha, esse movimento de 
elétrons termina e cada átomo do condutor fica com os elétrons necessários para se 
neutralizar. 
 A "força" que é capaz de estabelecer corrente elétrica chama-se força eletromotriz, 
e mais um exemplo: a força eletromotriz pode ser comparada com a pressão gerada por 
uma bomba centrífuga com a capacidade de manter circulando uma corrente de água 
pela canalização. 
 Da mesma forma que a bomba centrífuga não fabrica a água, a pilha não produz os 
elétrons, os dois aparelhos servem apenas para gerar a pressão necessária para que a 
corrente se estabeleça. 
 A bomba produz apenas uma pressão que faz com que a água se mova pela 
canalização, então podemso deduzir que a força eletromotriz pode ser comparada com a 
pressão gerada pela bomba na canalização de água. 
 Quando o gerador elétrico funciona, estabelece uma força eletromotriz que faz 
circular uma corrente de elétrons pelo condutor, assim como existem bombas de 
diferentes tamanhos também existem pilhas e outros aparelhos elétricos capazes de 
produzir forças eletromotrizes diferentes. 
[10] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
A potência elétrica 
 
Se um trabalho está sendo executado em um sistema elétrico, uma 
quantidade de energia está sendo consumida. A razão em que o trabalho 
está sendo executado, isto é, a razão em que a energia está sendo 
consumida é chamada Potência. 
 
 
Em eletricidade, a tensão realiza trabalho de deslocar uma carga elétrica, e 
a corrente representa o número de cargas deslocadas na unidade de 
tempo. Assim em eletricidade: 
 
 
A unidade fundamental de potência elétrica é o WATT. 
 Resistores desprendem calor (potência) ao serem percorridos por corrente 
elétrica, por isso temos que tomar cuidado ao especificar um resistor no circuito, caso 
este resistor desprenda muita potencia. 
 Para facilitar nossa vida, fazemos as vezes de recursos, como o circulo mágico 
da lei de ohm, onde apresenta-se todas as fórmulas básicas para calculo da lei de ohm. 
 
 
 
[11] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
A corrente continua e a corrente alternada 
A corrente continua é o tipo de corrente elétrica que circula sempre no 
mesmo sentido. È unidirecional e conserva seus valores constantes. No 
circuito externo, circula no sentido do pólo negativo para o pólo positivo do 
gerador, o que permite afirmar que: a corrente continua tem polaridade. 
Por isso,antes de se fazer uso de um gerador de corrente continua,devem-
se localizar seus pólos para as ligações corretas e desta forma evitar a 
queima de algum aparelho por inversão de polaridade do gerador de corrente 
continua. 
Sua abreviatura é C.C em inglês é conhecida por D.C (direct current). 
As pilhas, baterias secas e baterias de acumuladores fornecem corrente 
continua, 
Os conhecidos eliminadores de pilha que ligamos na rede elétrica para 
depois então ligarmos em nosso aparelho fornecem corrente continua por 
retificação, mas isso veremos futuramente. 
Acorrente alternada se comporta de forma diferente da corrente continua. 
A corrente alternada varia tanto de valor como de sentido quando circula por 
um circuito elétrico. De valor porque inicia sua circulação por 0 e alcança 
um valor Maximo,por exemplo 110 volts e continua sempre no mesmo 
sentido atevoltar a 0(zero) ;a seguir faz o mesmo porem em sentido 
contrario.Por isso se diz que a 
Corrente alternada num instante vai da rede ou gerador para o circuito 
que a consome e no instante seguinte vai do circuito para o gerador. Cada 
variação em um sentido corresponde a meio ciclo, e as duas variações ou 
meio ciclos em 1 segundo correspondem a um Hertz. Veja figura. 
 
A linha horizontal representa o valor 0 (zero ) a partir da qual a corrente 
aumenta e diminui ora em um sentido ora em sentido contrario. O meio ciclo 
de cima corresponde ao meio ciclo positivo e o de baixo ao meio ciclo 
negativo. 
[12] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
Outra particularidade que a distingue da corrente continua é que a 
corrente alternada não tem polaridade. De forma que as ligações para o 
circuito devem ser feitas sem levar em conta o pólo positivo ou negativo do 
gerador, em inglês é abreviada AC (alternative current ),e em português CA ( 
corrente alternada ). 
 Hertz: 
 A quantidade de ciclos produzidos em um segundo corresponde a 
freqüência da corrente alternada, e sua unidade de medida é o HERTZ. Então: hertz= 1 
ciclo por segundo. 
RESISTORES 
 
 A função do resistor é limitar corrente elétrica num determinado ponto do 
circuito. 
 Ele é medido em OHM ( Ω ), e segue uma tabela de código de cores para a 
leitura de seu valor, pois alguns resistores são pequenos demais para se escrever em seu 
corpo, por isso se convencionou usar cores para descrever seu valor ohmico. 
 
 
 
 Os resistores podem ser fabricados com filme de carvão, metal filme, fio niquel-
cromo dentre outros tipos. Abaixo vemos a construção de um com filme de carvão. 
 
 
 
 Abaixo temos um resistor de fio niquel-cromo. 
 
 
 
[13] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
A simbologia do resistor vem a seguir. 
 
 ou 
 
 A partir de agora temos que começar a nos acostumar com simbologias de 
componentes, uma vez que para fazermos manutenção ou projetar um circuito 
eletrônico, utilizamos simbolos. 
 Abaixo temos a tabela de código de cores dos resistores. 
 
 
 
 Abaixo temos a forma de leitura para resistores de 4, 5 e 6 aneis. 
 
 
Valor e tolerância 
Os resistores, a exemplo de qualquer outro componente eletrônico, apresentam 
pequenas variações na fabricação que fazem com que cada componente apresente valor 
diferente do outro mesmo que a aparência seja idêntica e que os valores nominais sejam 
iguais. Devido a isso, além do valor nominal do resistor, é especificada uma tolerância, 
[14] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
ou seja, quanto o valor daquele resistor pode variar acima e abaixo do valor nominal. Os 
resistores mais comuns são fabricados dentro da com tolerância de 5 ou 10% e possuem 
4 faixas coloridas, enquanto os resistores mais precisos, com tolerância de 2, 1% ou 
menos, são marcados com 5 faixas coloridas para permitir um digito a mais de precisão. 
 
Como ler um resistor de 4 faixas 
 Para os resistores de 4 faixas há uma cor que está mais próxima do extremo. Esta 
é a primeira cor a ser considerada na leitura e representa o primeiro digito do valor. A 
segunda cor representa o segundo digito. A terceira cor representa o fator multiplicativo. 
Por fim, a quarta cor representa o valor da tolerância. Por exemplo: Marrom = 1, Preto = 
0, Vermelho = 2, Vermelho = 2% Resistência = 10 x 100 = 1000 O valor deste resistor 
será 1000, com tolerância de 2% sobre o valor nominal. 
 
Como ler um resistor de 5 ou 6 faixas 
 Quando o resistor é de precisão, apresenta 5 faixas coloridas. Como a última 
faixa destes resistores normalmente é marrom ou vermelha pode haver uma confusão a 
respeito de onde é o lado certo para iniciar a leitura, já que a primeira faixa que 
representa o valor do resistor também pode ser marrom ou vermelha. Sendo assim, a 
exemplo do resistor de 4 faixas, o melhor fazer é observar a faixa que está mais próxima 
do extremo do resistor. Esta será a primeira faixa, por onde se deve iniciar a leitura. 
Outra dica é verificar a faixa que está mais afastada das outras. Esta é a última faixa de 
cor. A leitura nestes resistores é semelhante à dos resistores com 4 cores, mas é 
adicionada mais uma cor no inicio, fazendo existir mais um algarismo significativo na 
medição. Assim, os três primeiros dígitos são os algarismos significativos, o que 
confere maior precisão na leitura. O quarto é o elemento multiplicador. O quinto digito 
é a tolerância e o sexto digito (quando existir) fará referência ao coeficiente de 
temperatura, ou seja, como a resistência varia de acordo com a temperatura ambiente. 
Este último valor é dado em PPM (partes por milhão). 
 
Associação de resistores 
 
 Podemos associar resistores em série e em paralelo para obtermos outros valores 
de resistencias. Vejamos. 
 
- associação em série: 
Quando resistores são conectados de forma que a saída de um se conecte a 
entrada de outro e assim sucessivamente em uma única linha, diz-se que os mesmos 
estão formando uma ligação série. 
Neste tipo de ligação a corrente que circula tem o mesmo valor em todos os 
resistores da associação, mas a tensão aplicada se divide proporcionalmente em cada 
resistor. 
 
Os resistores que compõem a série podem ser substituídos por um único 
resistor chamado de Resistor Equivalente. 
[15] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
E E E E RxI R xI R xI R xI 
 
Como a corrente é comum a todos os termos da equação ela pode ser 
simplificada (cortada) nos dois lados da igualdade: 
 
A Req de uma associação em série é igual à soma das resistências dos resistores. 
 
- associação em paralelo: 
 Quando a ligação entre resistores é feita de modo que o início de um resistor é 
ligado ao início de outro, e o terminal final do primeiro ao termina final do segundo, 
caracteriza-se uma ligação paralela. 
Neste tipo de ligação, a corrente do circuito tem mais um caminho para circular, 
sendo assim ela se divide inversamente proporcional ao valor do resistor. Já a tensão 
aplicada é a mesma a todos os resistores envolvidos na ligação paralela. 
 
Analisando o circuito vemos que: I t = I1 + I2 + I3 . Pela Lei de Ohm temos que 
a corrente elétrica é igual a tensão dividido pela resistência, então: 
 
 
 
Como a tensão é a mesma, e é comum a todos os termos da igualdade, ela 
pode ser simplificada, restando então: 
 
 
O inverso da Req de uma associação em paralelo é igual à soma dos inversos das 
resistências dos resistores. 
Para dois resistores em paralelo é possível calcular a Req através de uma outra 
fórmula: 
 
 
 
[16] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
- associação mista: 
 É o caso mais encontrado em circuitos eletrônicos. Neste caso há resistores 
ligados em série e interligados a outros em paralelo. Para se chegar a Req, faz-se o 
cálculo das associações série e paralelo ordenadamente, sem nunca “misturar” o cálculo, 
ou seja, associar um resistor em série a outro esteja numa ligação paralela. 
 
 
 
Considerações finais sobre a Lei de Ohm 
A Lei de Ohm pode ser definida como a relação entre a Tensão, a Corrente e a 
Resistência em um circuito elétrico de corrente contínua. Ela pode ser definida como 
uma constante de proporcionalidade entre as três grandezas. 
Ela estabelece que: 
A corrente elétrica em um condutor metálico é diretamente proporcional à 
tensão aplicada em seus terminais, desde que a temperatura e outras 
grandezas físicas forem constantes. 
 
Divisor resistivo de tensão 
 
 O divisor de tensão consiste, basicamente, em um arranjo de resistores de talforma, a subdividir a tensão total em valores específicos aplicáveis. 
Diversas vezes, precisa-se de uma tensão mais baixa do que a tensão que a fonte 
nos fornece. Esta possibilidade nos é oferecida pelo divisor de tensão (isto também é 
feito através de transformadores). 
Seja Ve a tensão de entrada e Vs a tensão de saída do divisor de tensão, como 
mostra a figura abaixo, podemos escrever (você pode demonstrar !): 
 
 
Divisor de tensão resistivo 
 
 
 Se medirmos a tensão de saída no resistor R1 à equação se tornaria: 
 
[17] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
 No circuito da figura abaixo, mostra um divisor de tensão fixa ligada a uma 
carga RL. 
 
Analisando o circuito temos: 
 
 
 
 Resolvendo! Temos: 
 
 
 
Leis De Kirchoff 
 
Lei de Kirchhoff para Tensão: 
 A tensão aplicada a um circuito fechado é igual ao somatório das quedas de tensão 
naquele circuito. 
Ou seja: a soma algébrica das subidas e quedas de tensão é igual a zero (V). Então, se 
 
Temos o seguinte circuito 
podemos dizer que VA = VR1 + VR2 + VR3 
 
Lei de Kirchhoff para Correntes: 
A soma das correntes que entram num nó (junção) é igual à soma das correntes 
que saem desse nó. 
[18] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
I1+I2= I3+I4+I5 
 
Teorema Norton e Thévenin 
 
 O teorema de Thévenin estabelece que qualquer circuito linear visto de um 
ponto, pode ser representado por uma fonte de tensão (igual à tensão do ponto em 
circuito aberto) em série com uma impedância (igual à impedância do circuito vista 
deste ponto). 
A esta configuração chamamos de Equivalente de Thévenin em homenagem a 
Léon Charles Thévenin
1
, e é muito útil para reduzirmos circuitos maiores em um 
circuito equivalente com apenas dois elementos a partir de um determinado ponto, onde 
se deseja, por exemplo, saber as grandezas elétricas como tensão, corrente ou potência. 
Resumindo: qualquer rede linear com fonte de tensão e resistências, pode ser 
transformada em uma Rth (resistência equivalente de Thévenin) em série com uma 
fonte Vth (tensão equivalente de Thévenin), considerando-se dois pontos quaisquer. 
 
 
 
EXEMPLO 1: Calcule o equivalente Thévenin no circuito abaixo: 
 
1. colocando a fonte em curto, podemos calcular a Rth: 
 
 
Rth = 
6 4
4.6
 = 
10
24
 = 2,4Ω 
 
 
[19] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
2. eliminando-se o curto da fonte, calcula-se agora Vth, que é a tensão nos 
extremos de R2 
 
 
 
Vth = 
6 4
6 . 20
 = 
10
120
 = 12V 
 
O circuito equivalente Thévenin ficará então composto por Vth e Rth conforme 
ilustra a figura abaixo: 
 
Neste caso, a partir deste circuito equivalente, podemos calcular rapidamente a 
corrente, potência ou tensão em qualquer resistor ligado entre os pontos a e b. 
O teorema Norton serve para simplificar redes em termos de correntes e não de 
tensões, como é o caso do método de Thévenin. 
 O teorema de Norton tal como o Teorema de Thévenin permite simplificar redes 
elétricas lineares, reduzindo-as apenas a um circuito mais simples: um gerador de 
corrente com uma resistência em paralelo. 
 
 
EXEMPLO 1: Calcule o equivalente Norton no circuito abaixo: (este exercício 
foi resolvido anteriormente pelo método de Thévenin) 
 
3. colocando a fonte em curto, podemos calcular a RN: 
 
 
[20] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
RN = 
6 4
4.6
 = 
10
24
 = 2,4Ω 
4. eliminando-se o curto da fonte, e colocando os pontos a e b em curto, calcula-se 
a corrente equivalente de Norton: 
 
 
 
IN = 
4
 20
 = 5A 
O circuito equivalente Norton ficará então 
composto por IN e RN conforme ilustra a figura abaixo: 
 
Neste caso, a partir deste circuito equivalente, podemos calcular rapidamente a 
corrente, potência ou tensão em qualquer resistor ligado entre os pontos a e b, a 
exemplo do que ocorria com o método de Thévenin. 
 
Medindo Tensão e Corrente 
 
MEDIDA DE TENSÕES: 
 A medida de tensões é essencial em todos os trabalhos de Eletrônica. 
 Ela especifica o funcionamento e fornece as características de um circuito 
elétrico. 
O aparelho destinado a medir tensões é o voltímetro. 
 A tensão entre dois pontos de um circuito é a medida do desequilíbrio elétrico 
entre esses pontos. 
 Para medir a tensão entre dois pontos quaisquer de um circuito elétrico, liga-se 
um voltímetro em paralelo entre esses dois pontos. 
 Todos os instrumentos de medida para utilização em tensão ou corrente 
contínua, tem em seus terminais uma indicação de polaridade. Essa indicação 
normalmente é feita com os sinais “+” e “-” ou com as cores vermelha e preta 
respectivamente. Tal cuidado, no entanto, não precisa ser tomado quando se mede 
tensões ou correntes alternadas, pois as mesmas não têm polaridade. 
 Quando se mede tensão contínua, deve-se tomar cuidado em ligar o instrumento 
e conectá-lo corretamente, isto é, o terminal positivo deve ser ligado ao ponto de 
potencial mais alto e o negativo ao ponto de potencial mais baixo. 
Se o ponteiro do medidor se deslocar à direita, ele foi conectado corretamente; 
caso contrário, os terminais estão ligados invertidos. 
 Para medirmos a tensão no resistor R2 ou entre os pontos A e B, utilizaremos 
um voltímetro. Antes de ligarmos o medidor convém lembrar que, por convenção, nos 
[21] 
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geradores (bateria) a corrente sai do polo positivo e nos receptores (resistores) a 
corrente entra pelo polo positivo. 
 
 
Portanto, no resistor R2 (figura 1) o ponto A é mais positivo do que o ponto B, 
pois a corrente entra no resistor pelo ponto A; obviamente o ponto B será negativo em 
relação ao ponto A. 
 Desta forma, devemos conectar o polo positivo do voltímetro no ponto A e o 
polo negativo no ponto B, conforme ilustra a figura 2. 
 
 
 
 Se quisermos medir a tensão da associação formada por R1 e R2, isto é, a tensão 
entre os pontos C e B, devemos ligar o voltímetro conforme mostra a figura 3. 
 
 
Observe que nas três figuras apresentadas a chave interruptora (Sw1) encontra-
se aberta. Logo, para que a corrente flua pelo circuito a mesma deverá ser fechada, caso 
contrário, o instrumento não acusará nenhuma medida. 
 Um voltímetro de boa qualidade deve apresentar uma resistência interna 
elevadíssima, pois assim a corrente que ele solicita é praticamente nula e não altera o 
circuito original. 
 
MEDIDA DE CORRENTES: 
 O aparelho destinado a medir corrente é o amperímetro. Quando o valor da 
intensidade da corrente a ser medida é muito pequena, utiliza-se um miliamperímetro ou 
mesmo ou microamparímetro. 
 A intensidade da corrente que flui em um circuito depende da tensão aplicada e 
da natureza do circuito, como por exemplo, os resistores nele inseridos. 
[22] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 Para se medir corrente contínua em um circuito, deve-se colocar o medidor em 
série, observando-se a polaridade, a exemplo do voltímetro, onde são obedecidas as 
mesmas convenções: sinais ou cores. 
 
A figura 4 mostra um circuito contendo uma bateria e dois resistores. Para 
medirmos a corrente no ponto A ou no resistor R1 ou R2, devemos seguir o seguinte 
critério: 
 a) desligamos a alimentação 
 b) interrompemos o circuito no ponto A, conforme mostra a figura 5. 
 c) intercalamos o amperímetro, observando a polaridade, conforme mostra a 
figura 6. 
 
 
 
 
 
 Um bom amperímetro deveter uma resistência interna bastante baixa, para não 
interferir no circuito. 
 Para se medir CA (corrente ou tensão alternada) usamos o “alicate 
amperímetro”. 
OBS: voltagem e amperagem são termos incorretos a serem usados, os termos 
corretos usados pelos profissionais da área são: Tensão e Corrente 
respectivamente. 
 
 CAPACITORES 
 
 O capacitor é constituído por duas placas condutoras paralelas, separadas por um 
dielétrico. Quando se aplica uma ddp nos seus dois terminais, começa a haver um 
movimento de cargas para as placas paralelas. A capacitância de um capacitor é a razão 
entre a carga acumulada e a tensão aplicada. 
C = Q/V 
[23] 
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Deve-se também ter em mente que a capacitância é maior quanto maior for a 
área das placas paralelas, e quanto menor for a distância entre elas. Desta forma: 
 
Onde: C = capacitância A = área da placa d = distância entre as placas k = 
constante dielétrica do material isolante 
Vamos agora estudar o comportamento do capacitor quando nele aplicamos uma 
tensão DC. Quando isto acontece, a tensão no capacitor varia segundo a fórmula: 
Vc=VT(1-e-t/RC) 
 
Isso gera o seguinte gráfico Vc X t 
 
 
Isto acontece porque a medida que mais cargas vão se acumulando no capacitor, 
maior é a oposição do capacitor à corrente (ele funciona como uma bateria). 
Note que no exemplo abaixo ligamos um resistor em série com o capacitor. Ele 
serve para limitar a corrente inicial (quando o capacitor funciona como um curto). O 
tempo de carga do capacitor é 5t, onde t = RC (resistência vezes capacitância). 
 
No exemplo acima, o tempo de carga é: Tc= 5 x 1000 x 10-6 = 5ms. 
Se aplicamos no capacitor uma tensão alternada, ele vai oferecer uma "oposição 
à corrente" (na verdade é oposição à variação de tensão) chamada reatância capacitiva 
(Xc). Xc=1/2fC 
A oposição total de um circuito à corrente chama-se impedância (Z). Num 
circuito composto de uma resistência em série com uma capacitância: 
 
[24] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
Podemos imaginar a impedância como a soma vetorial de resistência e reatância. 
O ângulo da impedância com a abscissa é o atraso da tensão em relação à corrente. 
 
Aplicações: 
Se temos um circuito RC série, a medida que aumentarmor a freqüência, a 
tensão no capacitor diminuirá e a tensão no resistor aumentará. Podemos então fazer 
filtros, dos quais só passarão freqüências acima de uma freqüência estabelecida ou 
abaixo dela. Estes são os filtros passa alta e passa baixa. 
Freqüência de corte: é a freqüência onde XC=R. 
Quando temos uma fonte CA de várias freqüencias, um resistor e um capacitor 
em série, em freqüências mais baixas XC é maior, desta forma, a tensão no capacitor é 
bem maior que no resistor. A partir da freqüência de corte, a tensão no resistor torna-se 
maior. Dessa forma, a tensão no capacitor é alta em freqüências mais baixas que a 
freqüência de corte. Quando a freqüência é maior que a freqüência de corte, é o resistor 
que terá alta tensão. 
 
Filtro passa baixa: 
Vsaída=It XC 
 
Filtro passa alta: 
Vsaída=It R 
 
Logicamente, se colocarmos um filtro passa alta na saída de um passa baixa, 
teremos um passa banda. 
Capacitores em CA serão melhores analisados no curso sobre radiotécnica 
(telecomunicação). 
Assim como o resistor têm “resistência” que é a propriedade de oferecer 
dificuldade à passagem da corrente elétrica, o capacitor tem capacitância, que é a 
propriedade do capacitor armazenar energia em um campo eletrostático. 
 
[25] 
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Materiais Dielétricos 
 
Isolantes ou dielétricos são caracterizados pelo fato de possuírem poucos 
elétrons livres, isto é, os elétrons estão fortemente ligados ao núcleo. Sem a aplicação de 
um campo elétrico, um átomo dielétrico é simétrico, mas na presença de um campo 
elétrico os elétrons se deslocam de forma a ficarem próximos da carga positiva do 
campo elétrico. 
Uma medida de como as linhas de força são estabelecidas em um dielétrico é 
denominada permissividade. A permissividade absoluta (e) é a relação entre a densidade 
de fluxo no dielétrico e o campo elétrico sobre o mesmo. 
A constante dielétrica então, é a relação entre permissividade de um material e a 
permissividade do vácuo, e é definida como: 
 
 
 
 
Existe uma relação entre a tensão aplicada entre duas placas paralelas separadas 
por um dielétrico, e a carga que aparece nestas placas. Analise o circuito abaixo: 
Ao fecharmos a chave, circulará uma corrente da fonte para as placas, no início 
alta. Quando houver um equilíbrio de cargas, isto é E = v, a corrente I tenderá a zero. 
Este processo é chamado “carga”, e leva um tempo muito pequeno. 
 
Um gráfico relacionando a tensão e a carga acumulada gera uma relação linear. 
A constante de proporcionalidade a tensão e a carga acumulada e a tensão, isto é, 
a inclinação da reta é a capacitância. 
[26] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
 
A unidade de capacitância é o Coulomb/ Volt, que é definida Farad. 
A capacitância é determinada pelos fatores geométricos A (área) e d (distância) 
das placas que formam o capacitor. 
Quando a área das placas é aumentada, aumenta a capacitância. Da mesma 
forma quando a separação entre as placas aumenta, a capacitância diminui. Então temos 
que: 
 
 
 
 O capacitor assim como o resistor também tem um símbolo que pode ser visto 
logo a seguir. 
 
 
Polarizados 
 
 
Despolarizado 
 
 Capacitores polarizados devem ser ligados ao circuito respeitando-se seu lado 
positivo e negativo, pois caso contrario o mesmo poderá explodir se ligado invertido! 
 
Unidade de medida 
 
 A unidade de capacitância é o farad. Um capacitor de 1 farad pode armazenar 
um coulomb de carga a 1 volt. Um Coulomb é 6,25E18 (6,25 * 10^18, ou 6,25 bilhões 
de bilhões) de elétrons. Um ampère representa a razão de fluxo de elétrons de 1 
coulomb de elétrons por segundo, então, um capacitor de 1 farad pode armazenar 1 
ampère-segundo de elétrons a 1 volt. 
[27] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
Um capacitor de 1 farad seria bem grande. Ele poderá ser do tamanho de uma 
lata de atum ou de uma garrafa de 1litro de refrigerante, dependendo da tensão que 
ele pode suportar. Então, normalmente, os capacitores são medidos em microfarads 
(milionésimos de um farad). 
Para ter uma idéia de quanto é um farad, pense desta forma: uma pilha alcalina 
AA comum contém aproximadamente 2,8 ampère-hora. Isto significa que uma pilha AA 
pode produzir 2,8 ampères durante uma hora a 1,5 volts (aproximadamente 4,2 watts-
hora - uma pilha AA pode acender uma lâmpada de 4 watts por pouco mais de uma 
hora). Vamos pensar em 1 volt para tornar as contas mais fáceis. Para armazenar a 
energia de uma pilha AA em um capacitor, seriam necessários 3.600 * 2,8 = 10.080 
farads para manter, pois um ampère-hora é 3.600 ampères-segundo. 
Se é necessário algo do tamanho de uma lata de atum para manter um farad, 
então 10.080 farads precisariam de MUITO mais espaço que uma única pilha AA. 
Obviamente, não é possível utilizar capacitores que armazenam uma quantidade 
significativa de energia, a menos que isto seja feito em altas tensões. 
 Um capacitor vem expresso em micro-farads (μF), nano-farads (nF) ou pico-
farads (pF). 
 
 1 micro-farads é igual à 0,000.001 farads 
 1 nano-farads é igual à 0,000.000.001 farads 
 1 pico-farads é igual à 0,000.000.000.001 farads 
 
Leitura de capacitores cerâmicos 
 
 Capacitores cerâmicos (pois seu dielétrico é a cerâmica) vêm expresso em seu 
corpo o valor em pico farads,como mostra a figura abaixo, onde seu valor seria de 
12000pF ou 12nF. 
 
 
 Quando houver somente dois digitos o valor sera dado direto em pF. 
 
[28] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
 
 Neste caso acima o valor do capacitor seria de 12pF, pois não possui o terceiro 
numero multiplicador. 
 Nos capacitores eletrolíticos, o valor do capacitor vem escrito direto no corpo do 
mesmo, como mostrado abaixo. 
 
 
 
 Na foto acima temos a polaridade do capacitor, sua capacitância(390uF) sua 
tensão máxima (400v) e outros dados técnicos. 
 
Associação de capacitores 
 
Associação em série 
 
Quando os capacitores são conectados em série, a fem “E” é dividida pelos 
capacitores, e a capacitância equivalente ou total Ct, é menor que o menor dos 
capacitores. Analisando o circuito abaixo: 
 
Todos os capacitores adquirem a mesma carga elétrica; ou seja; Q1 = Q2 = Q3. 
A tensão total é igual a Et = E1 + E2 + E3. 
 
Então: 
 
 
[29] 
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 Capacitância equivalente para capacitores em série. 
 
Associação em paralelo 
 
Quando dois capacitores são conectados em paralelo, a carga total adquirida pela 
combinação é dividida pelos capacitores da associação, e a capacitância total é a soma 
das capacitâncias individuais. Analise o circuito ao abaixo: 
 
 
Cada capacitor adquire uma carga dada por: 
 
 Resumidamente, o capacitor bloqueia a passagem da CC mas “permite a 
passagem” da CA. 
 
INDUTORES 
 
 A capacidade que um condutor possui de induzir tensão em si mesmo quando a 
corrente varia é a sua auto-indutância ou simplesmente indutância. O símbolo da 
indutância é o L e a sua unidade é o Henry (H). 
Um Henry é a quantidade de indutância que permite uma quantidade de 
indutância que permite uma indução de 1 V quando a corrente varia na razão de 1 A/ 1s. 
A fórmula para a indutância e o símbolo do indutor são: 
 
[30] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
Os indutores em CC se comportam apenas como um condutor comum, suas 
propriedades são inerentes a CA, onde apresentam uma reatância indutiva a passagem 
da mesma. 
Apenas como curiosidade (já que isto é matéria de eletricidade), veja as 
características de uma corrente ou tensão alternada. 
 
 
 
PISCA NÉON 
 
 Com o objetivo de apresentar uma função prática a tudo que estudamos até 
agora, segue abaixo o esquema de um circuito que utiliza um capacitor, um resistor um 
diodo retificador (que veremos mais adiante sua função) e uma lâmpada néon. 
 Trata-se de um oscilador de relaxação, onde o capacitor C1 se carrega via R1 até 
ser atingida a tensão de disparo da lâmpada néon, algo em torno de 80 volts. 
 Quando isto ocorre, a lâmpada produz um flash e o capacitor se descarrega 
parcialmente. 
 Quando a lâmpada apagar teremos um novo ciclo de carga e depois o disparo. 
 O capacitor C1, em conjunto com R1, determina a frequência de operação do 
circuito. 
 Se precisar alterar a frequência do circuito, troque C1 e não R1. 
 
 
Componentes Variáveis 
 
 Todo componente passivo possui também um formato, onde sua resistência, 
capacitância ou indutância podem ser variáveis, isto é, seus valores podem ser 
ajustados, quando variamos um eixo. 
 
Resistores variáveis ou Potenciômetros: 
[31] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
 Seu valor varia de acordo com a posição do eixo central, veja abaixo seu 
símbolo e sua construção interna. 
 
 ou 
 
 
 
 
Resistores ajustáveis ou trimpots: 
 
 São resistores iguais ao potenciômetro, porém, eles são utilizados onde 
necessitamos ajustar um valor de resistência que depois de calibrado, não precisa ser 
alterada. 
 
 
Seu símbolo é igual ao do potenciômetro. 
 Abaixo temos alguns modelos de potenciômetros e trimpots. 
 
 
 
 
 
[32] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
Capacitores variáveis: 
 
 Assim como o resistor temos o capacitor variável, muito utilizado em rádios, 
onde necessitamos selecionar a frequência de alguma estação. 
 Seu símbolo é este: 
 
 E sua construção e aspecto físicos são estes: 
 
 
 
Capacitores ajustaveis ou trimmers: 
 
São capacitores que precisam ser ajustados uma única vez, como os trimpots. 
 
 
 
Seu símbolo pode ser igual ao do capacitor variável. 
 
Transformadores 
 
 Transformadores são componentes que utilizam-se do fenômeno da auto-
indução para transformar valores de tensão e corrente. 
 Na maioria das vezes utilizamos transformadores para reduzir uma 
tensão, com o objetivo de alimentar um circuito eletrônico. 
 Exemplo: necessitamos ligar um rádio AM-FM, que funciona somente 
em 9 volts!, teremos que utilizar um transformador (ou Trafo no jargão técnico), para 
reduzir a tensão da rede elétrica de nossa residência de 127 volts para 9 volts. 
Os transformadores também são amplamente estudados em eletricidade. 
Abaixo temos alguns modelos de transformadores utilizados em eletrônica. 
 
[33] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
Seu principio de funcionamento é simples. 
Temos um enrolamento que chamamos de primário, onde a tensão que será 
transformada entra (por exemplo, os 127 da nossa casa) e o outro de secundário que será 
o enrolamento onde teremos a tensão de saída e transformada ou para mais ou para 
menos, no nosso exemplo teríamos uma saída de 9 volts. 
Existem transformadores para diversas tensões de saída. 
O transformador só funciona em CA, pois necessitamos ter variação de campo 
magnético para haver o fenômeno da autoindução, ele Não funciona em CC, pois neste 
tipo de corrente não temos variação. 
 
 
 
O símbolo do transformador vem a seguir. 
 ou 
 
 Este símbolo representa transformador com tomada central ou center-tap. 
 
DIODOS RETIFICADORES 
 
A energia elétrica, hoje disponível em grande quantidade graças às extensas 
redes de distribuição, apresenta-se sob a forma de Corrente Alternada Senoidal, em 
geral de 220V ou 110V (valores eficazes)* e frequência de 50 ou 60 Hz. Esta pode ser 
utilizada diretamente para acionamento de motores, aquecimento resistivo e iluminação. 
Outras aplicações requerem corrente contínua como, por exemplo, os processos 
eletrolíticos industriais, o acionamento de motores de alto conjugado de partida 
(utilizados em tração elétrica e controles industriais), carregadores de bateria e a 
alimentação de praticamente todos os circuitos eletrônicos. 
A obtenção de corrente contínua, a partir da corrente alternada disponível, é 
indispensável nos equipamentos eletrônicos. Estes, invariavelmente, possuem um ou 
[34] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
mais circuitos chamados Fontes de Alimentação ou Fontes de Tensão, destinados a 
fornecer as polarizações necessárias ao funcionamento dos dispositivos eletrônicos. Aos 
circuitos ou sistemas destinados a transformar corrente alternada em contínua damos o 
nome genérico de Conversores C.A. - C.C. (ou em inglês, A.C. – D.C, alternate 
current – direct current). 
Para transformarmos corrente alternada (CA) em corrente continua (CC) , 
utilizamos o diodo semicondutor ou diodo retificador. 
Diodo semicondutor é um dispositivo ou componente eletrônico composto de 
cristal semicondutor de silício ou germânio numa película cristalina cujas faces opostas 
são dopadas por diferentes gases durante sua formação. 
É o tipo mais simples de componente eletrônico semicondutor, usado como 
retificador de corrente elétrica. Possui uma queda de tensão de 0,3 V(germânio) e 0,7 
V(silício). 
 
Aparência real do diodo, no mesmo alinhamento que o seu símbolo.O terminal mais 
próximo da barra fina é o catodo 
 
O diodo é um componente elétrico que permite que a corrente atravesse-o num 
sentido com muito mais facilidade do que no outro. O tipo mais comum de diodo é o 
diodo semicondutor, no entanto, existem outras tecnologias de diodo. Diodos 
semicondutores são simbolizados em diagramas esquemáticos como na figura abaixo. O 
termo "diodo" é habitualmente reservado a dispositivos para sinais baixos, com 
correntes iguais ou menores a 1 A. 
 
 
 
Na imagem da esquerda o diodo está diretamente polarizado, há corrente e a 
lâmpada fica acesa. Na imagem da direita o diodo está inversamente polarizado, não há 
corrente, logo a lâmpada fica apagada. 
O diodo funciona como uma chave de acionamento automático (fechada quando 
o diodo está directamente polarizado, e aberta quando o diodo está inversamente 
polarizado), a diferença mais substancial é que quando diretamente polarizado há uma 
queda de tensão no diodo muito maior do que a que geralmente há em chaves 
mecânicas, no caso do diodo de silício, 0,7 V; assim, uma fonte de tensão de 10 V 
polarizando diretamente um diodo em série com uma resistencia, fará com que haja uma 
[35] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
queda de tensão de 9,3 V na resistencia, pois 0,7 V ficam no diodo. Na polarização 
inversa acontece o seguinte, o diodo fará papel de uma chave aberta, já que não circula 
corrente, não haverá tensão no resitor, a tensão ficará toda retida no diodo, ou seja, nos 
terminais do diodo haverá uma tensão de 10 V. 
A principal função de um diodo semicondutor, em circuitos retificadores de 
corrente, é transformar corrente alternada em corrente contínua pulsante, já que no 
semiciclo negativo de uma corrente alternada o diodo fará a função de uma chave 
aberta, não circulará corrente elétrica no circuito (considerando o “sentido convencional 
de corrente”, do “positivo” para o “negativo”). A principal função de um diodo 
semicondutor, em circuitos de corrente contínua, é controlar o fluxo da corrente, 
permitindo que a corrente elétrica circule apenas em um sentido. 
 
RETIFICADOR DE MEIA ONDA 
 
Para o ponto A positivo em relação a B, o diodo está polarizado diretamente e 
conduz. 
A corrente circula de A até B passando pelo diodo e RL. 
Para o ponto A negativo em relação a B, o diodo está polarizado inversamente e 
não conduz. 
Tem-se corrente em RL somente nos semiciclos positivos de entrada. 
Os semiciclos positivos passam para a saída e os semiciclos negativos ficam no 
diodo. 
A frequência de ondulação na saída é igual à frequência de entrada. 
O retificador de meia onda tem baixa eficiência. 
 
 
Invertendo o diodo, a tensão de saída será negativa. 
O diodo conduz os semiciclos negativos. Os semiciclos positivos ficam no 
diodo. 
 
 
 
RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA 
 
 
 
[36] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
Este circuito é também denominado de retificador de onda completa 
convencional. 
Há uma defasagem de 180º entre as tensões de saída do transformador, VA e 
VB. 
As tensões VA e VB são medidas em relação ao ponto C (0 V). 
Quando A é positivo, B é negativo, a corrente sai de A passa por D1 e RL e 
chega ao ponto C. 
Quando A é negativo, B é positivo, a corrente sai de B passa por D2 e RL e 
chega ao ponto C. 
Para qualquer polaridade de A ou de B a corrente IL circula num único sentido 
em RL e por isto, a corrente em RL é contínua. Temos somente os semiciclos positivos 
na saída. 
A frequência de ondulação na saída é o dobro da frequência de entrada. 
 
RETIFICADOR DE EM PONTE 
 
 
O retificador em ponte dispensa o uso do transformador com tomada central. 
Com isto, pode-se ter um retificador de onda completa ligado diretamente à rede 
elétrica. 
Quando A é positivo em relação a B, a corrente sai de A passa por D1, RL, D3 e 
chega ao ponto B. 
Quando A é negativo em relação a B, a corrente sai de B passa por D2, RL, D4 e 
chega ao ponto A.. 
Conduzem somente dois diodos de cada vez. 
Quando o ponto A é positivo D1 e D3 conduzem. 
Quando o ponto A é negativo D2 e D4 conduzem. 
Para qualquer polaridade de A ou de B a corrente IL circula num único sentido 
em RL e por isto, a corrente em RL é contínua. Temos somente os semiciclos positivos 
na saída. 
A frequência de ondulação na saída é o dobro da frequência de entrada 
 
FILTRO CAPACITIVO 
 
Em onda completa o capacitor será recarregado 120 vezes por segundo. O 
capacitor descarrega durante um tempo menor e com isto a sua tensão permanece 
próxima de VP até que seja novamente recarregado. 
Quando a carga RL solicita uma alta corrente é necessário que o retificador seja 
de onda completa. 
 
[37] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
 
Abaixo, tem-se o diagrama em blocos de uma fonte de alimentação com tensão de 
saída regulada. 
 
 
 
DIODO ZENER 
 
Diodo Zener (também conhecido como diodo regulador de tensão, diodo de 
tensão constante, diodo de ruptura ou diodo de condução reversa) é um dispositivo 
ou componente eletrônico semelhante a um diodo semicondutor, especialmente 
projetado para trabalhar sob o regime de condução inversa, ou seja, acima da tensão de 
ruptura da junção PN, neste caso há dois fenômenos envolvidos o efeito Zener e o efeito 
avalanche. O dispositivo leva o nome em homenagem a Clarence Zener, que descobriu 
esta propriedade elétrica. 
Qualquer diodo inversamente polarizado praticamente não conduz corrente 
desde que não ultrapasse a tensão de ruptura. Na realidade, existe uma pequena corrente 
inversa, chamada de corrente de saturação, que ocorre devido unicamente à geração de 
pares de elétron-lacuna na região de carga espacial, à temperatura ambiente. No diodo 
Zener acontece a mesma coisa. A diferença é que, no diodo convencional, ao atingir 
uma determinada tensão inversa, a corrente inversa aumenta bruscamente (efeito de 
avalanche), causando o efeito Joule, e consequentemente a dissipação da energia 
térmica acaba por destruir o dispositivo, não sendo possível reverter o processo. No 
diodo Zener, por outro lado, ao atingir uma tensão chamada de Zener geralmente bem 
menor que a tensão de ruptura de um diodo comum, o dispositivo passa a permitir a 
passagem de correntes bem maiores que a de saturação inversa, mantendo constante a 
tensão entre os seus terminais. Cada diodo Zener possui uma tensão de Zener específica 
como, por exemplo, 5,1 Volts, 6,3 Volts, 9,1 Volts, 12 Volts e 24 Volts. 
Quanto ao valor da corrente máxima admissível, existem vários tipos de diodos. 
Um dado importante na especificação do componente a ser utilizado é a potência do 
dispositivo. Por exemplo, existem diodos Zener de 400 mili Watts e 1 Watt. O valor da 
corrente máxima admissível depende dessa potência e da tensão de Zener. É por isso 
que o diodo Zener se encontra normalmente associado com uma resistência ligada em 
série, destinada precisamente a limitar a corrente a um valor admissível. 
[38] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
Característica corrente-tensão de um diodo zener com a tensão reversa de 17 volts. 
Note a mudança de escala na tensão direta e reversa. 
 
 
Simbologia e aspecto físico do diodo zener. 
 
Calculo do resistor para limitar a corrente no diodo zener. 
 
 
 
 
OBS: Na hora da compra do zener temos que ter a potência do mesmo. 
 
 
REGULADOR COM CIRCUITO INTEGRADO 78XX e 79XX 
 
As fontes de alimentação constituem uma parte fundamental no funcionamento 
de qualquer sistema eletrônico, e muitas vezes necessitamos alimentaralgum circuito 
que exige uma fonte com boa precisão de regulagem da tensão de saída; ou até mesmo 
[39] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
com algum dispositivo de proteção que nos assegure que a tal fonte, não irá se auto 
danificar ou até mesmo danificar o circuito que esta alimentando. Para solucionar este 
problema precisaríamos nos aplicar no desenvolvimento e montagem de uma fonte com 
alto grau de complexidade e muitos componentes especiais. 
Esses reguladores de tensão integrados são componentes com alto grau de 
confiabilidade; com eles conseguimos vários padrões diferentes de tensão juntamente 
com grau bem baixo de complexidade na montagem da fonte como um todo. 
A série 78XX são reguladores de tensão positiva, e a série 79XX são reguladores 
de tensão negativa; poderíamos citar as principais características válidas para as duas 
séries que são: 
- Alto grau de precisão na tensão de saída 
- Limitação de corrente 
- Proteção contra curto-circuito 
- Desligamento automático por excesso de aquecimento 
- Corrente máxima de saída de 1 Amper. 
As duas séries possuem três terminais de ligação, identificados como input 
(entrada), common (comum) e output (saída); e deve-se tomar todo cuidado para não 
inverter os pinos, senão poderá ocorrer a destruição imediata deste componente. Outro 
detalhe a ser observado é que a pinagem da série 78XX e 79XX são diferentes, e abaixo 
mostramos a pinagem dos mesmos na Fig abaixo. 
 
 
Pinagem da Série 78XX Pinagem da Série 79XX 
 
Este regulador no caso de alta dissipação irá esquentar muito, e neste caso o 
sistema de proteção o desativará, e após o resfriamento o mesmo voltará à operação 
normal. Para evitar que isto aconteça, o regulador deverá ser dotado de um dissipador de 
calor. 
Cada tipo de regulador possui uma tensão limite de entrada, e se a mesma não 
for observada o regulador poderá ser danificado. Na prática a tensão de entrada tem que 
ser pelo menos 3V acima da tensão de saída do regulador utilizado, mas não deverá ser 
muita alta para não acontecer muita dissipação de energia desnecessária no próprio 
regulador, consulte sempre o datasheet do fabricante. 
A carga que será ligada na saída do regulador não poderá drenar mais do que 1 
Amper, pois este é o limite do regulador; porém caso seja necessário drenar correntes 
maiores poderá ser usados drives de saída, como será demonstrado na Fig. Abaixo. 
 
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Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
 
 
Exemplo típico de utilização do ci regulador 
 
 
 
Abaixo temos um exemplo de utilização do 79xx regulando uma tensão negativa 
de -9Volts. 
 
 
 
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Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
 
 
 
Existem outros ci‟s reguladores, por exemplo o LM317, que podemos utilizar 
para projetarmos fontes onde a tensão de saída pode ser ajustada. 
 
 
 
 
SISTEMA NO-BREAK 
 
Alguns sistemas como alarme, computadores e etc, utilizam uma bateria auxiliar 
no caso da fonte de alimentação principal falhar, a isto chamamos sistema no-break. 
 
 
[42] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
 
Dobradores de Tensão 
 
Circuito construído a partir de dois retificadores de meia-onda em conjunto com 
dois capacitores para proporcionar um valor de tensão combinado. Também 
denominado de detector de pico-a-pico, fornece uma tensão CC de saída de duas vezes 
o valor da tensão de pico CA de entrada. 
 
 
 
Seu funcionamento se baseia no seguinte: em um semiciclo da tensão Vf, o 
diodo D1 está polarizado diretamente, conduzindo a corrente, e o diodo D2 está 
polarizado reversamente, bloqueando a passagem da corrente elétrica. 
Consequentemente, o capacitor C1 está com a polaridade correta, carregando, e o 
capacitor C2 com a polaridade invertida, descarregando, em série com a carga RL. No 
semiciclo oposto, ocorre o contrário: diodo D1 polarizado reversamente, bloqueando, 
diodo D2 polarizado diretamente, conduzindo, capacitor C1 com polaridade invertida, 
descarregando em série com a carga, e o capacitor C2 com polaridade correta, 
carregando. 
Em alternância com os semiciclos, um diodo conduz e outro bloqueia, e um 
capacitor carrega enquanto outro descarrega na carga a energia armazenada do 
semiciclo anterior. Observar que o valor dos capacitores (capacitância) deve ser o maior 
possível, pois se a carga consumir um valor elevado de corrente não será possível 
manter o valor de tensão estável entre cada semiciclo, ocasionando ondulação. 
 
 
[43] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
 
 
 
 
 
 
VÁLVULAS ELETRÔNICAS 
 
Antes de começarmos a falar sobre transistores vamos ver sucintamente o 
funcionamento de uma válvula tríodo, já que estes dispositivos podem ser considerados 
os precursores do transistor. 
Como Funciona uma Válvula Triodo ? 
 O princípio do triodo está indicado na Figura 3-1. Esta válvula possui um 
catodo, uma placa e uma grade de arame no meio. Urna baixa tensão negativa é aplicada 
à grade. Esta tensão é chamada tensão de polarização e sua finalidade é limitar o 
número de elétrons que podem passar do catodo para a placa. 
Numa válvula triodo, a grade controla a corrente de elétron 
 
 
As setas indicam que muitos dos elétrons irão passar através dos espaços da grade: 
porém, alguns são repelidos pela carga negativa na grade. Você deve lembrar que 
“cargas iguais se repelem” e, portanto, a grade negativa repele alguns elétrons negativos 
de volta para o catodo. 
Quanto mais negativa for a tensão de polarização da grade, mais elétrons a grade 
irá repelir e menor será o número de elétrons que atinge a placa. A tensão na grade 
controla, de fato, o número de elétrons que atinge a placa. O fluxo de corrente é medido 
pelo número de elétrons que passa por um determinado ponto, a cada segundo. Pode-se 
ver, assim, que a tensão negativa de polarização da grade controla, de fato, a corrente na 
placa. Esta corrente é chamada corrente de placa (Ip). 
As Válvulas Triodo Lee de Forest descobriu um fato interessante ao pesquisar o 
funcionamento das válvulas. Se entre a placa e o catodo fosse colocada uma tela de 
[44] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
metal, uma tensão aplicada nesta tela poderia servir para controlar o fluxo de cargas no 
interior da válvula. Bastava carregar a “tela”, denominada “grade” com tensões 
apropriadas para se ter um controle total da corrente circulante entre o anodo e o catodo. 
Estava criada a válvula triodo cuja estrutura interna e símbolo são mostrado na figura 5. 
 
 
 
Na figura 6 mostramos como o controle das cargas pode ser feito: uma tensão 
negativa bloqueia o fluxo de cargas e uma tensão positiva deixa os elétrons passarem 
para o anodo, havendo assim uma corrente. 
 
 
Se um sinal, por exemplo, a corrente que venha de um microfone, for aplicada à 
grade de uma válvula, a variação da tensão na grade provocará uma variação da corrente 
que atravessa o dispositivo para a placa ou anodo. Esta corrente tem a mesma forma de 
onda do sinal aplicado, mas está amplificada. Isso significa que a válvula pode 
funcionar como um excelente amplificador para sinais elétricos, conforme mostra a 
figura. 
 
 
Válvula como amplificadora de sinais, comparada ao transistor. Observe as fases dos sinais nos dois casos. 
Nessa figura mostramos também o circuito amplificador equivalente com o conhecido transistor. 
 
[45] 
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TRANSISTORES 
 
O avanço da tecnologia do estado sólido teve início com o desenvolvimento do 
TRANSÍSTOR, em 1948, por três cientistas (Shockley, Bardeen e Brattain) do 
Laboratóriode Pesquisas da "Bell Telefone", nos Estados Unidos. 
O nome TRANSÍSTOR é uma contração de duas palavras da língua inglesa: 
TRANSfer-resISTOR (resistência de transferência). Ele realiza praticamente todas as 
funções confiadas à válvula electrónica (detecção, amplificação, oscilação, etc.), porém 
com inúmeras vantagens: menor peso e tamanho, permitindo montagens mais 
compactas; ausência de filamentos, dispensando o aquecimento prévio para entrar em 
funcionamento; menor consumo de potência; operação com tensões bem reduzidas, etc. 
Talvez a única desvantagem que o transístor tem, em comparação com a válvula 
termiônica, é a sua enorme sensibilidade às variações de temperatura. 
 
Símbolos utilizados para representar os transístores BIPOLARES 
 
 
A ESTRUTURA DO TRANSÍSTOR BIPOLAR 
 
 
 
O transístor bipolar, cuja estrutura analisaremos a seguir, é o tipo mais comum. 
Ele recebe esta denominação de BIPOLAR porque em seu funcionamento participam 
dois tipos de portadores com cargas opostas: elétrons e lacunas livres. Este transístor é 
constituído por três cristais de material semicondutor dopado (cristais extrínsecos), de 
modo a formar duas junções "P-N". Desta forma, podemos ter dois tipos de 
[46] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
TRANSISTORES DE JUNÇÃO BIPOLARES, dependendo do cristal semicondutor 
intermédio ser P ou N (figura 1). 
 
 
 
Figura 1: Os dois tipos de transistores de junções bipolares 
 
 
 
O transístor "N-P-N" é formado por dois cristais do tipo N e por um cristal 
intermédio do tipo P (figura 13A), enquanto o tipo "P-N-P" é formado por dois cristais 
do tipo P e um cristal intermédio tipo N (figura 13B). Tanto no transístor "N-P-N" como 
no transístor "P-N-P", a espessura do cristal do centro é bem menor do que a dos cristais 
dos extremos; ela é da ordem de alguns centésimos de milímetro. 
O cristal do centro recebe o nome de BASE (B) e os outros dois cristais são 
chamados de EMISSOR (E) e de COLETOR (C). Assim, todo transístor bipolar, seja ele 
"N-P-N" ou "P-N-P", possui três terminais: EMISSOR, BASE e COLETOR (figura 2), e 
cada um deles tem um significado especial, de acordo com a função desempenhada pelo 
correspondente terminal. 
 
 
Figura 2: Os três terminais de um transistor bipolar: E = emissor; B = base; C = Colector 
 
As duas junções do transístor bipolar recebem nomes especiais: JUNÇAO 
BASE-EMISSOR, formada pelos cristais que constituem a base e o emissor, e JUNÇÃO 
BASE-COLETOR, formada pelos cristais que constituem a base e o coletor. A figura 3 
mostra as duas junções, tanto nos transístores "N-P-N" como nos "P-N-P". 
 
 
Figura 3: As duas junções de um transístor bipolar 
 
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO DO TRANSÍSTOR BIPOLAR 
 
[47] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
Todo transístor bipolar, na situação de funcionamento normal, deve ter as duas 
junções polarizadas adequadamente. 
Primeiramente, vamos supor que a junção base-emissor seja polarizada no 
sentido direto, de acordo com a figura 4 (a figura 4A mostra um transístor "N-P-N" e a 
4B um "P-N-P"). Em ambos os casos, temos uma junção "P-N‟ polarizada no sentido 
direto e, quando isto ocorre, a corrente que atravessa a junção e relativamente alta (10 
mA). 
 
Formas Físicas dos Transistores 
 
 
 
 
Abaixo encapsulamento de alguns Transistores 
 
 
 
Figura 4: Junção BASE-EMISSOR com polarização direta 
 
Em seguida, imaginemos que a junção base-coletor seja polarizada no sentido 
inverso, conforme ilustra a figura 5 (a figura 5A mostra um transístor "N-P-N’ e a figura 
5B um "P-W-P"). Neste caso, temos uma junção "P-N" polarizada no sentido inverso, e 
[48] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
a corrente que a atravessa é extremamente reduzida, cerca de l0 uA (1.000 vezes menor 
que a corrente direta). 
 
Figura 5: Junção BASE-COLECTOR com polarização inversa 
 
Se polarizarmos as duas junções simultaneamente, como geralmente se faz na 
prática, notaremos que haverá um aumento considerável na intensidade da corrente que 
atravessa a junção base-coletor, apesar dessa junção estar polariza da no sentido inverso, 
segundo se pode observar na figura 6 (a figura 6A mostra um transístor "N-P-N" e a 
figura 6B um "P-N-P"‟. Em ambos os casos, a corrente através da junção base-coletor 
aumentou, passando de 0,0l mA (ou 10 A, como na figura 17) para 9,5 mA. Além disso, 
pelo terminal da base circula uma pequena corrente (0,5 mA) e pelo terminal do emissor 
passa uma corrente cuja intensidade (l0 mA) é igual à soma das anteriores: 9,5 mA + 
0,5 mA = l0 mA (I3 + I2 = I1). 
 
Figura 6: Junções BASE-EMISSOR e BASE-COLECTOR com polarizadas simultaneamente 
 
 
O fato da corrente medida no terminal do coletor (I3 = 9,5 mA) ser praticamente 
igual à corrente medida no terminal do emissor (I1 = lOmA), apesar da junção base-
coletor estar polarizada no sentido inverso, constitui o chamado EFEITO TRANSÍSTOR. 
 
EXPLICAÇÃO DO EFEITO TRANSÍSTOR 
Para que se possa entender como ocorre o efeito transístor, convém mencionar 
duas características muito importantes do transístor bipolar: 
1) A região do emissor (cristal N no transístor „N-P-N" e cristal P no transístor 
"P-N-P") é fortemente dopada. Desta forma, o número de portadores majoritários 
existentes no emissor será bem maior do que o numero de portadores majoritários da 
base. 
2) A região da base (cristal P no transístor "N-P-N" e cristal N no transístor "P-
N-P") é feita com uma espessura bem pequena, em comparação com a espessura do 
emissor e do coletor. 
Agora, vamos imaginar que um transístor "N-P-N" seja polarizado 
adequadamente, isto é, junção base-emissor com polarização direta e junção base-
coletor com polarização inversa, conforme vemos na figura 7. Os elétrons livres, 
[49] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
presentes em grande quantidade no emissor (cristal N) e repelidos pelo terminal 
negativo da bateria V1, deslocam-se em direção à base (cristal P). Ao atingirem esta 
base, alguns desses elétrons (cerca de 5%) recombinam-se com as lacunas ai existentes. 
Contudo, corno a região da base é bastante estreita (sua espessura é da ordem de alguns 
centésimos de milímetro), a maior parte dos elétrons livres provenientes do emissor 
(cerca de 95%) conseguem atingir a região do coletor (cristal N), sem se recombinarem 
com as lacunas da base. Ao atingirem o coletor, aqueles elétrons livres são rapidamente 
atraídos pelo terminal positivo da bateria V2. 
 
 
Figura 7: Movimento dos electrões livres num transístor "N-P-N" 
 
À medida que os elétrons livres do emissor penetram na base, novos elétrons são 
fornecidos ao emissor pelo terminal negativo da bateria V1. Como apenas 5% desses 
elétrons do emissor se recombinam com as lacunas da base, verifica-se a passagem de 
urna corrente bastante reduzida através da base. 
É fácil concluir, por tanto, que os principais responsáveis pelas correntes que se 
estabelecem num transístor "N-P-N" são elétrons livres (figura 7), pois estes portadores 
estão em maioria, tanto no emissor como nos elétrons (cristal tipo N). 
Na pratica, sempre estaremos interessados em fazer com que a corrente que 
circula pelo terminal do coletor seja a maior possível, o que é conseguido com a alta 
dopagem do cristal que constitui o emissor e com a espessura bem reduzida do cristal 
que forma a base. Como o emissor é fortemente dopado, ele "emitirá" um número bem 
grande de portadores. Por outro lado, como a base é bastante estreita, a maior parte 
daqueles portadores atravessará sua região, atingindo o coletor. Desta forma, a corrente 
que passa pelo terminal do coletor será elevada, pois ela épraticamente igual á corrente 
que passa pelo terminal do emissor. 
Para o tipo "P-N-P", a explicação do efeito transístor é praticamente a mesma. A 
única diferença é que, neste caso, os principais portadores das correntes que se 
estabelecem no transístor são as lacunas, porque estas estão em maioria, tanto no 
emissor como no coletor (cristais tipo P). A figura 8 ilustra, resumidamente, todo este 
processo. 
 
 
Figura 8: Movimento das lacunas num transistor "P-N-P" 
As lacunas do emissor repelidas pelo terminal positivo da bateria V1 deslocam-
se em direção a base. Como a região desta é bastante estreita, apenas 5% dessas lacunas 
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Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
se recombinam com os elétrons livres aí existentes, e as restantes (95%) penetram no 
coletor, sendo, então, atraídas pelo terminal negativo da bateria V2. 
As lacunas que se recombinam provocam uma corrente de intensidade bastante 
reduzida, a qual passa pelo terminal da base. 
 
Nesta altura, já podemos justificar os nomes dados aos três terminais de um 
transístor bipolar: EMISSOR (E) é o terminal de onde partem (ou são "emitidos") os 
portadores de corrente (elétrons livres no tipo "N-P-N" e lacunas no tipo "P-N-P"); 
COLETOR (C) é o terminal onde chegam ou são "coletados"’ aqueles portadores de 
corrente; BASE (B), assim chamada porque nos tipos mais antigos de transístores servia 
de apoio ou de "base" aos cristais do emissor e do coletor. 
 
POLARIZAÇÕES DO TRANSÍSTOR BIPOLAR 
 
O funcionamento normal de um transístor bipolar ("N-P-N" ou "P-N-P") baseia-
se no facto de que as duas junções são polarizadas ao mesmo tempo, da seguinte 
maneira: 
1) A junção base-emissor é polarizada no sentido direto e, como ela apresenta 
uma resistência ôhmica muito baixa, também podemos dizer que ela é polarizada no 
sentido de baixa resistência (resistência de cerca de 1K.) 
2) A junção base-coletor é polarizada no sentido inverso e, neste caso, como ela 
apresenta uma resistência ôhmica muito elevada, também podemos dizer que ela é 
polarizada no sentido de alta resistência. (esta é da ordem de l M ). 
Tendo em vista estes dois fatos, podemos dizer que o transístor "transfere" a corrente de 
uma região de baixa resistência (junção base-emissor) para uma região de alta 
resistência (junção base-coletor), recebendo, então, é denominado de RESISTÊNCIA DE 
TRANSFERÊNCIA. 
Na figura 9 temos um resumo das polarizações de um transístor bipolar. 
 
 
Figura 9: Resumo das polarizações de um transístor bipolar 
 
Existem algumas regras para que se lembre facilmente como se realizam as 
polarizações de um transístor bipolar. 
1) Na polarização direta da junção base-emissor, os polos da bateria, lia ao 
emissor e à base, tem por iniciais, respectivamente, as mesmas letras que indicam o tipo 
de cristal: 
a) No tipo "N-P-N", o pelo negativo (N) da bateria é ligado ao emissor (cristal N) e o 
polo positivo (P) é ligado é base (cristal P), como indicado na figura 2l A. 
b) No tipo "P-N-P", o polo positivo (P) da bateria é ligado ao emissor (cristal P) e o 
polo negativo (N) é ligado é base (cristal N), conforme ilustra a figura 21B. 
[51] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
2) Na polarização inversa da junção base-coletor, o polo da bateria, ligado ao 
coletor, tem por inicial uma letra contrária à que designa o tipo de cristal que constitui o 
coletor: 
a) No tipo "N-P-N", o coletor (cristal N) é ligado ao polo positivo (P) da bateria (figura 
21A). 
b) No tipo "P-N -P", o coletor (cristal P) é ligado ao polo negativo (N) da bateria 
(figura 21B). 
 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO AMPLIFICADOR EM EMISSOR COMUM 
 
Na figura 10 temos o circuito típico de um amplificador em emissor comum, 
com as seguintes características: Vbb é a bateria que alimenta a base e, juntamente com 
R1, polariza a junção base-emissor no sentido direto; Vcc é a bateria que alimenta o 
coletor e, juntamente com R2, que é a resistência de carga, proporciona a polarização 
inversa da junção base-coletor. O sinal a ser amplificado é acoplado pelo condensador 
C1, à entrada do amplificador, e o sinal de saída (sinal amplificado) é recolhido por 
intermédio do condensador C2. O circuito com transístor "P-N-P" (parte superior da 
figura 10) é praticamente igual ao circuito com transístor "N-P-N" (parte inferior da 
figura 10); a diferença entre eles é a polaridade das baterias Vbb e Vcc. 
 
 
Figura 10 
Amplificador em emissor comum 
 
CARACTERÍSTICAS DE UM AMPLIFICADOR EM EMISSOR COMUM: 
 
a) IMPEDÂNCIA DE ENTRADA (Ze): por definição, ela é igual ao quociente 
entre a tensão de entrada (Ee = tensão CA do sinal de entrada) e a corrente de entrada 
(Ie = corrente CA do sinal de entrada): 
Ze=Ee / Ie 
Para o amplificador em emissor comum, a impedância de entrada está compreendida 
entre 10 e 10K. 
b) IMPEDÂNCIA DE SAÍDA (Zs): por definição, ela é igual ao quociente entre a 
tensão CA do sinal de saída (Es), quando a saída esta em vazio (isto é, Is = 0) e a 
corrente CA do sinal de saída (Is), quando a saída está em curto-circuito (Es =0): 
Zs= Es (saída em vazio) / Is (saída em curto) 
[52] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
 
Para o amplificador em emissor comum, a impedância de saída esta situada entre 
10K e 100K . 
 c) AMPLIFICAÇÃO DE CORRENTE (Ai): é o quociente entre a corrente CA do 
sinal de saída e a corrente CA do sinal de entrada: 
Ai = Is / Ie 
Para o amplificador em emissor comum, a amplificação de corrente está 
compreendida entre 10 e 100 vezes. 
d) AMPLIFICAÇÃO DE TENSÃO (Av): é o quociente entre a tensão CA do 
sinal de saída e a tensão CA do sinal de entrada: 
Av = Es / Ee 
Para o amplificador em emissor comum, a amp1ificação de tensão está situada entre 100 
e 1000 vezes. 
e) AMPLIFICAÇÃO DE POTÊNCIA (Ap): é igual ao produto entre a 
amplificação de corrente e a amplificação de tensão: 
Ap = Ai x Av 
Para o amplificador em emissor comum, a amplificação de potência está 
compreendida entre 1.000 e 100.000 vezes. 
 
f) RELAÇÃO DE FASE: Num circuito amplificador em emissor comum, ocorre 
uma defasagem de 18O entre a tensão do sinal de saída e a tensão do sinal de entrada 
(180 = 180 graus). 
 
CARACTERÍSTICAS DO AMPLIFICADOR EM BASE COMUM 
 
No circuito típico de um amplificador em base comum (figura 12), Vee é a 
bateria que alimenta o emissor e, juntamente com R1, polariza a junção base-emissor no 
sentido direto enquanto que R2 e Vcc polarizam a junção base-coletor no sentido 
inverso. O sinal de entrada é aplicado entre o emissor e a base do transístor, por 
intermédio do condensador C1. 0 sinal de saída é obtido entre o coletor e a base do 
transístor através do condensador de acoplamento C2. 
 
 
Figura 12: Amplificador em base comum 
 
CARACTERÍSTICAS DE UM AMPLIFICADOR EM BASE COMUM: 
 
a) IMPEDÂNCIA DE ENTRADA: entre l0Ω e 100Ω. 
[53] 
Eletrônica Linear: Prof. Fabiano F. Saldanha 
b) IMPEDÂNCIA DE SAÍDA: entre 100 KΩ e 1MΩ. 
c) AMPLIFICAÇÃO DE CORRENTE: é quase igual à unidade (entre O,95 
eO,99). Portanto, neste tipo de circuito não há amplificação de corrente. 
d) AMPLIFICAÇÃO DE TENSÃO: entre 500 e 5.000 vezes. 
e) AMPLIFICAÇÃO DE POTÊNCIA: entre 100 e 1.000 vezes. 
f) RELAÇÃO DE FASE: não há defasagem entre a tensão do sinal de saída e a 
tensão do sinal de entrada. 
 
CARACTERÍSTICAS DO AMPLIFICADOR EM COLECTOR COMUM 
 
Temos na figura 13 o circuito típico de um amplificador em coletor comum, também 
denominado SEGUIDOR DE EMISSOR. 
O sinal de entrada é aplicado entre a base do transístor e a massa, por Intermédio 
do condensador de acoplamento C1. Entretanto, devido

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