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Discussão e correlação de artigos referentes a cicatrização, reabilitação cicatricial e recuperação de mobilidade tecidual 
Resumo: 
A cicatrização tecidual é um processo complexo que pode resultar em alterações estruturais e funcionais, como a formação de aderências e a perda de mobilidade. Essas consequências, observadas em tecidos cutâneos e miofasciais, prejudicam a função e a qualidade de vida dos pacientes. O objetivo deste artigo é revisar e integrar evidências científicas acerca de recursos terapêuticos utilizados na cicatrização e reabilitação cicatricial, com foco na boa cicatrização e recuperação da mobilidade tecidual. São abordadas intervenções como curativos, laserterapia de baixa intensidade, a massagem cicatricial e a manipulação miofascial, técnicas com resultados eficazes recuperação de tecido, na remodelação da matriz extracelular, na redução de fibroses, na melhora da elasticidade e deslizamento dos tecidos. Os critérios de inclusão considerados neste estudo englobam pacientes com feridas agudas ou crônicas, infectadas ou não, que necessitam de um tratamento eficaz, humanizado e que proporcione melhora na sua qualidade de vida. Foram incluídos também os profissionais de saúde com formação técnica e científica, que atuam com uma abordagem integral do paciente, considerando suas necessidades físicas, emocionais e sociais. Além disso, fazem parte os setores da indústria comprometidos com a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias voltadas para o cuidado com feridas e cicatrizes. As instituições de saúde, tanto públicas quanto privadas, também foram incluídas, desde que adotem critérios técnicos na escolha dos recursos terapêuticos, mesmo diante de limitações orçamentárias, sempre buscando oferecer um cuidado resolutivo e digno. Já os critérios de exclusão se aplicam a contextos em que a tomada de decisão ocorre com base apenas em pressões da mídia ou no custo mais baixo dos produtos, desconsiderando a eficácia, segurança e bem-estar do paciente. Também foram excluídas as situações em que não há integração entre os profissionais de diferentes áreas, comprometendo uma atuação realmente multidisciplinar e personalizada. Além disso, instituições que não conseguem oferecer os recursos mínimos necessários para um cuidado adequado aos pacientes com feridas foram consideradas fora dos parâmetros deste estudo. A partir da análise de estudos clínicos e revisões narrativa, observa-se que a combinação dessas abordagens pode potencializar os resultados funcionais e acelerar o processo de reabilitação. Conclui-se que a aplicação precoce e individualizada dessas estratégias contribui significativamente para a prevenção de disfunções cicatriciais e para a restauração da funcionalidade tecidual. Mandelbaum et al. (2003), Louro et al. (2012) e Otsuka ACV et al. (2022). 
Palavras-chave: cicatrização, curativos, aderências, laserterapia, liberação miofascial, massagem cicatricial, reabilitação funcional. 
 
1. Introdução: 
A pele, maior órgão do corpo humano, desempenha funções vitais como proteção, regulação térmica e sensorial. Quando é rompida, seja por lesões, cirurgias, queimaduras ou doenças, inicia-se o processo de cicatrização, um mecanismo natural, coordenado e complexo, essencial para restauração dos tecidos. Este processo é dividido em três fases: inflamatória, proliferativa e de remodelação. 
A cicatrização envolve processos inflamatórios, imunológicos, bioquímicos e até emocionais. Feridas maltratadas podem evoluir para infecções, úlceras crônicas ou cicatrizes esteticamente desfavoráveis, impactando a saúde física e mental. Conforme Mandelbaum et al. (2003), esse processo envolve uma interação entre células, fatores de crescimento e matriz extracelular. Interferências nesse equilíbrio podem comprometer a reparação. 
Guo e DiPietro (2010) ressaltam a influência de idade, diabetes, nutrição inadequada e infecções como principais obstáculos à cicatrização. Diante desses desafios, a utilização de recursos terapêuticos complementares tem se destacado. Entre eles a laserterapia e as técnicas de manipulação miofascial, como a massagem terapêutica com manobras de fricção-transversa profunda e compressão-amassamento, têm se mostrado eficazes na aceleração da cicatrização e no tratamento de aderências cicatriciais. 
A massagem terapêutica é eficaz na manutenção e recuperação da mobilidade tecidual. Suas manobras atuam em diferentes profundidades, contribuindo para a quebra de aderências, reorganização do colágeno e melhora da textura cicatricial. Seus benefícios incluem efeitos circulatórios, neuromusculares, metabólicos e reflexos, além disso também auxiliam na hidratação e elasticidade da pele. 
Já a laserterapia atua por meio de efeitos fotofísicos e fotoquímicos nas células, promovendo a modulação de processos fisiológicos e metabólicos. Dentre seus efeitos terapêuticos destacam-se: estimulação da proliferação celular, reorganização da matriz extracelular, regeneração tecidual, revascularização, redução do edema e da fibrose, além do aumento da microcirculação e da permeabilidade vascular. 
No contexto da saúde, especialmente em ambientes hospitalares, ambulatoriais e estéticos, o cuidado com feridas é uma rotina. Profissionais da saúde, incluindo biomédicos, devem compreender não apenas os aspectos biológicos da cicatrização, mas também os recursos terapêuticos disponíveis para uma recuperação mais eficaz e com menos sequelas. 
Quais são os mecanismos biológicos envolvidos na cicatrização de feridas e quais recursos terapêuticos disponíveis atualmente podem auxiliar nesse processo? 
O objetivo desta revisão é compreender os principais mecanismos que regulam a cicatrização de feridas, recuperam a mobilidade da cicatriz e apresentar os recursos terapêuticos atualmente disponíveis, com base na literatura científica, especialmente na revisão publicada por Mandelbaum et al. (2003), Louro et al. (2012) e Otsuka ACV et al. (2022). A proposta é oferecer uma visão atualizada, crítica e aplicada sobre o tema, contribuindo para a formação de um olhar mais completo do estudante de Biomedicina sobre o cuidado e a recuperação da integridade tecidual. 
2. Metodologia: 
Para a construção desta revisão narrativa, foi realizada uma busca bibliográfica criteriosa com o objetivo de reunir e analisar os principais conceitos, mecanismos e recursos terapêuticos relacionados ao processo de cicatrização de feridas e reabilitação cicatricial. 
Tipo de Revisão 
Optou-se por uma revisão narrativa, que permite explorar o tema de forma ampla e descritiva, reunindo diferentes fontes científicas relevantes para contextualizar o processo de cicatrização, com ênfase nos aspectos biológicos e nas abordagens terapêuticas utilizadas atualmente. 
Bases de Dados Consultadas 
A busca foi realizada nas seguintes bases de dados científicas: 
· SciELO 
· PubMed 
· Google Scholar • LILACS 
Período Considerado 
Foram considerados artigos publicados entre 2003 e 2022, com prioridade para estudos clássicos e revisões atualizadas que abordam o processo de cicatrização e reabilitação cicatricial sob uma perspectiva multidisciplinar. Palavras-chave e Operadores 
Booleanos 
· Cicatrização OR Healing, AND 
· Curativos OR Dressings, AND 
· Aderências OR Adhesions, AND 
· Laserterapia OR “Laser therapy”, AND 
· “Liberação miofascial” OR “Myofascial release”, AND 
· “Massagem cicatricial” OR “Scar massage”, AND 
· “Reabilitação funcional” OR “Functional rehabilitation” 
Este estudo considerou como critério de inclusão a participação de pacientes com feridas agudas ou crônicas e cicatrizes que perderam a mobilidade, independentemente da presença de infecção, desde que demandem um cuidado efetivo, seguro e humanizado. A escolha desse grupo se justifica pela complexidade que envolve o tratamento de feridas e cicatrizes, que não se limita ao aspecto físico, mas afeta diretamente a qualidade de vida, o bem-estar emocional e a dignidade dos pacientes. A ferida ou cicatriz, muitas vezes, representanão apenas uma lesão visível, mas também uma dor invisível, que se manifesta no sofrimento, na limitação funcional, na exclusão social e na perda da autonomia. 
Além dos pacientes, foram incluídos profissionais de saúde com formação técnica e científica que atuam com uma abordagem integral, respeitando as singularidades de cada indivíduo e compreendendo que o tratamento eficaz vai além da aplicação de produtos e técnicas — exige empatia, escuta ativa e trabalho interdisciplinar. Esses profissionais são agentes fundamentais na construção de uma assistência resolutiva, pois consideram o paciente como um ser biopsicossocial e adotam condutas baseadas em evidências, aliadas ao olhar humanizado. 
Outro eixo relevante deste estudo são os setores da indústria comprometidos com a inovação tecnológica voltada ao cuidado com feridas e cicatrizes. A inclusão dessas instituições se deve à sua contribuição para o desenvolvimento de recursos terapêuticos mais seguros, eficazes e acessíveis. A indústria que atua com responsabilidade social, investindo em pesquisa e respeitando as reais necessidades dos profissionais e pacientes, tem papel essencial na evolução das práticas de cuidado. 
As instituições de saúde, tanto públicas quanto privadas, também foram incluídas, desde que adotem critérios técnicos na escolha dos insumos e condutas terapêuticas. Mesmo diante de limitações orçamentárias, valoriza-se aquelas instituições que se empenham em oferecer um cuidado digno, priorizando a efetividade clínica, a segurança do paciente e a integralidade da assistência. 
Por outro lado, foram excluídos deste estudo os contextos em que a tomada de decisão se baseia exclusivamente em pressões externas, como interesses midiáticos, políticas institucionais desarticuladas ou a priorização do menor custo em detrimento da eficácia terapêutica. Situações como essas desconsideram a complexidade do cuidado com feridas e cicatrizes, e podem comprometer seriamente os resultados clínicos, além de violar princípios éticos fundamentais. 
Também foram desconsideradas realidades onde não há integração entre os diferentes profissionais envolvidos no cuidado, resultando em abordagens fragmentadas, que negligenciam as dimensões emocionais, sociais e culturais do paciente. A ausência de uma equipe verdadeiramente multidisciplinar prejudica o desenvolvimento de um plano terapêutico personalizado, que respeite as necessidades e expectativas de quem vive com uma ferida crônica ou aguda e cicatrizes que perderam sua mobilidade ou deixaram marcas que esteticamente afetam sua saúde emocional. 
Por fim, foram excluídas as instituições que, por diferentes razões, não conseguem ofertar os recursos mínimos necessários para um cuidado adequado. Isso inclui desde a falta de materiais básicos até a ausência de protocolos clínicos, capacitação profissional e suporte à tomada de decisão baseada em evidências. Em contextos assim, o risco de negligência, iatrogenia e sofrimento desnecessário é elevado, o que compromete não apenas a recuperação clínica, mas também a dignidade do paciente. 
Ao definir critérios de inclusão e exclusão com esse nível de profundidade, o presente estudo busca não apenas analisar o cenário atual do cuidado com feridas e cicatrizes, mas também apontar caminhos possíveis para uma assistência mais humana, ética e eficaz. Reconhecer os múltiplos atores envolvidos nesse processo e valorizar a interdependência entre ciência, sensibilidade e responsabilidade social é fundamental para a construção de uma prática transformadora. 
Mandelbaum et al. (2003), Louro et al. (2012) e Otsuka ACV et al. (2022). 
3. Discussão 
3.1 O Processo Fisiológico da Cicatrização Cutânea 
A cicatrização cutânea é um processo biológico essencial e altamente regulado que visa restaurar a integridade da pele após uma lesão. Este evento dinâmico é classicamente dividido em fases interdependentes e sobrepostas: coagulação, inflamação, proliferação e remodelação. 
A fase de coagulação inicia-se imediatamente após a injúria, com a ativação plaquetária e a cascata de coagulação formando um tampão hemostático. Este coágulo não só previne a perda sanguínea, mas também libera substâncias vasoativas, fatores de crescimento e citocinas, além de fornecer uma matriz provisória de fibrina e fibronectina que facilita a migração celular para a área da ferida. 
Sucede-se a fase inflamatória, caracterizada pelo influxo de células imunes. Leucócitos polimorfonucleares são os primeiros a chegar, responsáveis pela fagocitose de bactérias. Posteriormente, macrófagos assumem um papel central, fagocitando patógenos, desbridando o tecido necrótico e liberando fatores de crescimento que orquestram a transição para a fase proliferativa. Linfócitos também participam, modulando a atividade macrofágica. A fibronectina, sintetizada por diversas células, atua como um adesivo, consolidando o coágulo e a matriz extracelular, além de possuir propriedades quimiotáticas. 
A fase de proliferação é marcada por três processos principais: reepitelização, formação de tecido de granulação (fibroplasia) e angiogênese. A reepitelização envolve a migração e proliferação de queratinócitos das bordas da ferida e dos anexos epiteliais para cobrir a superfície lesada. A fibroplasia consiste na proliferação de fibroblastos, que sintetizam colágeno, elastina, fibronectina e glicosaminoglicanas, formando o tecido de granulação – uma nova matriz rica em vasos. A angiogênese, ou neovascularização, é crucial para o suprimento de oxigênio e nutrientes necessários para a atividade metabólica intensa desta fase. Paralelamente, em feridas de espessura total, ocorre a contração da ferida, um processo mediado por miofibroblastos que reduz o tamanho do defeito. 
Finalmente, a fase de remodelação pode durar meses ou anos. Durante esta etapa, o tecido de granulação desorganizado é gradualmente substituído por uma cicatriz mais organizada e resistente. O colágeno tipo III, predominante na fase proliferativa, é substituído pelo colágeno tipo I, mais forte, e as fibras de colágeno são realinhadas, aumentando a força tênsil da cicatriz, que, no entanto, raramente atinge a força da pele íntegra. A densidade vascular diminui, e a cicatriz torna-se progressivamente avascular. 
O tipo de ferida, como as de espessura parcial (que atingem a derme incompletamente) ou de espessura total (que se estendem por toda a derme ou mais profundamente), influencia o processo de reparo e o resultado cicatricial. Diversos fatores locais (ex.: infecção, isquemia, técnica cirúrgica, ressecamento) e sistêmicos (ex.: idade, estado nutricional, comorbidades como diabetes, uso de medicamentos) podem modular positiva ou negativamente cada fase da cicatrização. 
Mandelbaum et al. (2003). 
3.2 Abordagens Terapêuticas e Recursos Auxiliares na 
Cicatrização 
	3.2.1 	Princípios gerais de cuidado e recursos 
convencionais 
Historicamente, o tratamento de feridas evoluiu consideravelmente. Registros antigos mencionam o uso de substâncias como mel, graxa e excrementos. Hipócrates preconizava a limpeza e a manutenção das feridas secas. A descoberta dos germes por Pasteur levou ao uso intensivo de antissépticos. Por muito tempo, acreditou-se que um ambiente seco era ideal para a cicatrização. 
Uma mudança de paradigma ocorreu a partir dos estudos de Winter em 1962, que demonstraram que feridas mantidas em ambiente úmido epitelizavam mais rapidamente. Essa "revolução no conceito de curativos" impulsionou o desenvolvimento de inúmeros produtos que promovem a umidade local, como filmes transparentes, hidrocoloides e hidropolímeros, melhorando significativamente as taxas de reepitelização. 
O manejo adequado de feridas requer uma avaliação holística do paciente, considerando suas condições gerais, nutricionais, comorbidades e aspectos psicossociais. A avaliação da própria ferida deve ser sistemática, incluindo localização, dimensões, profundidade, tipo de tecido no leito (granulação, necrose, fibrina), quantidade e característica do exsudato, e sinaisde infecção. Sistemas de classificação, como o Red/Yellow/Black (RYB), auxiliam na escolha do tratamento, direcionando objetivos como proteger o tecido vermelho de granulação, limpar o tecido amarelo com fibrina ou desbridar o tecido preto necrótico. 
A abordagem multidisciplinar é fundamental, envolvendo médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, para definir protocolos, selecionar recursos e educar o paciente e seus familiares para o autocuidado. A escolha dos produtos, que podem ser agentes tópicos ou curativos (primários ou secundários), deve considerar não apenas o custo, mas a eficácia comprovada, a disponibilidade e as necessidades específicas da ferida e do paciente. 
3.2.2 	Terapia manual para aderências cicatriciais pós-operatórias 
Complicações pós-operatórias como as aderências cicatriciais são formações de tecido fibroso que podem unir planos teciduais que normalmente deveriam deslizar livremente entre si. Essas aderências resultam de um crescimento desorganizado de fibras de colágeno durante o processo de cicatrização, podendo levar a limitações funcionais, dor e desconforto. A isquemia tecidual pode suprimir a fibrinólise, contribuindo para a formação dessas faixas fibrosas. 
A terapia manual, especificamente a massagem terapêutica, surge como um recurso para manter ou restaurar a mobilidade tecidual prejudicada por aderências. Técnicas como a fricção transversa profunda e a compressão-amassamento são empregadas com o objetivo de mobilizar o tecido cicatricial, liberar aderências e melhorar a funcionalidade. A fricção transversa profunda visa mobilizar músculos e tecidos cicatriciais, enquanto o amassamento promove alongamento, separação de fibras e melhora da circulação e drenagem linfática. 
O estudo de caso que investigou os efeitos dessas manobras em um paciente com aderências cicatriciais tardias decorrentes de uma esternocondroplastia indicou uma redução no grau de aderência em várias regiões avaliadas e uma melhora significativa na dor referida pelo paciente. Acredita-se que a manipulação mecânica das fibras colágenas promova seu alongamento e reorganização. A indução de um leve processo inflamatório controlado pela massagem pode estimular a reorganização tecidual, e a vasodilatação local pode facilitar a mobilização de estruturas com mobilidade comprometida. O tratamento precoce de aderências é preferível, pois quadros crônicos podem apresentar respostas terapêuticas mais limitadas. (Louro et al.,2012). 
3.2.3 	Laserterapia de Baixa Potência para feridas cutâneas complexas 
A laserterapia de baixa potência, também conhecida como fotobiomodulação, é uma abordagem terapêutica não invasiva que utiliza luz em baixas intensidades para estimular processos biológicos, sem causar efeitos térmicos significativos. Seu uso tem sido investigado para acelerar a cicatrização de feridas, modular a inflamação e promover analgesia. 
Os mecanismos de ação da laserterapia de baixa potência envolvem a absorção da luz por cromóforos celulares, como componentes da cadeia respiratória mitocondrial, levando a um aumento na produção de ATP, modulação de espécies reativas de oxigênio, liberação de óxido nítrico e ativação de vias de sinalização intracelular. Esses eventos podem resultar em aumento da proliferação e migração celular, angiogênese, síntese de colágeno e modulação da resposta inflamatória. 
O estudo retrospectivo que demonstrou a aplicabilidade de um protocolo de laserterapia de baixa potência no tratamento de cinco casos de feridas cutâneas complexas (deiscências, perda de enxerto, necrose por extravasamento, necrose de complexo areolopapilar) que não responderam ao tratamento convencional, mostrou resultados promissores, com todos os casos evoluindo para cicatrização em um período médio de 48 dias. Os autores destacam a capacidade da laserterapia de baixa potência de promover uma contração eficiente da ferida e um processo de proliferação celular que resultou em cicatrização satisfatória, mesmo em feridas extensas e complexas. 
A eficácia da laserterapia de baixa potência depende de parâmetros como comprimento de onda, densidade de energia, potência e modo de aplicação, que devem ser ajustados conforme as características da lesão e do tecido. Embora promissora, a laserterapia de baixa potência possui contraindicações, como aplicação sobre lesões neoplásicas malignas, e requer cautela em peles mais escuras devido ao maior risco de efeitos adversos pela absorção aumentada de luz pela melanina. A necessidade de mais estudos para validar protocolos e confirmar a eficiência da laserterapia de baixa potência em diferentes tipos de feridas é ressaltada (Otsuka ACV et al., 2022). 
4. Conclusão 
A cicatrização de feridas cutâneas é um processo biológico complexo, influenciado por múltiplos fatores e dividido em fases distintas que requerem um ambiente fisiológico ótimo para sua progressão adequada. A revisão dos artigos fornecidos evidência que o conhecimento aprofundado da fisiologia da cicatrização é a base para a escolha de intervenções terapêuticas eficazes. 
A evolução histórica dos cuidados com feridas demonstra uma transição de abordagens empíricas para práticas baseadas em evidências, como a manutenção de um ambiente úmido, que comprovadamente acelera a reepitelização e melhora os resultados cicatriciais. A avaliação criteriosa do paciente e da ferida, utilizando ferramentas como o sistema RYB, e uma abordagem multidisciplinar são essenciais para o planejamento terapêutico individualizado. 
Terapias adjuvantes como a manipulação miofascial e a laserterapia de baixa potência mostram-se promissoras no manejo de complicações específicas e na otimização do reparo tecidual. A terapia manual, através de técnicas como fricção transversa profunda e compressão-amassamento, pode ser uma ferramenta valiosa na redução de aderências cicatriciais e na melhora da dor e mobilidade em pós-operatórios tardios. Por sua vez, a laserterapia de baixa potência demonstrou potencial em acelerar a cicatrização de feridas complexas que não respondem a tratamentos convencionais, modulando a inflamação e estimulando a proliferação celular. 
Apesar dos avanços, o manejo de feridas continua sendo uma área que demanda pesquisa contínua para o desenvolvimento de novas tecnologias, o aperfeiçoamento das existentes e, crucialmente, a criação de recursos mais simples, baratos e acessíveis, especialmente em regiões menos desenvolvidas. A combinação de um sólido entendimento científico com a aplicação criteriosa das diversas modalidades terapêuticas disponíveis é a chave para otimizar a cicatrização e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. 
5. Referência bibliográficas 
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n. 2, p. 45–52, 2021. 
• GUO, S.; DIPIETRO, L. A. Factors affecting wound healing. Journal of Dental Research, v. 89, n. 3, p. 219–229, 2010. 
• MANDELBAUM, 	S. 	H.; 	DI 	SANTIS, 	É. 	P.; 
MANDELBAUM, M. H. S. Cicatrização: conceitos atuais e recursos auxiliares - Parte I. Anais Brasileiros de Dermatologia, 
v. 78, n. 4, p. 393-410, jul./ago. 2003. 
• MANDELBAUM, 	S. 	H.; 	DI 	SANTIS, 	É. 	P.; 
MANDELBAUM, M. H. S. Cicatrização: conceitos atuais e recursos auxiliares - Parte II. Anais Brasileiros de Dermatologia, 
v. 78, n. 5, p. 525-538, set./out. 2003. 
• OTSUKA, A. 	C. 	V. 	G.; 	MOREIRA, 	C. 	L. 	V.; 
PASQUARELLI, E. W.; PAVANI, K. C. P.; ANJOS, P. P. dos; AVILA, S. Y. H. M. M. C. de; LIMA, J. P. D. N. Terapia a laser de baixa potência no manejo da cicatrização de feridas cutâneas. Revista Brasileira de Cirurgia Plástica, v. 37, n. 4, p. 451-456, 2022. 
· SANTOS, L. R. dos et al. Tratamento de feridas: uma abordagem interdisciplinar. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 71, supl. 6, p. 2836– 2841, 2018. 
· LOURO, J. A.; SIMÕES, N. D. P.; ZOTZ, T. G. G. Estudo dos efeitos da manipulação miofascial em aderência cicatricial de pós-operatório tardio. Revista Brasileira de Terapias e Saúde,v. 
3, n. 1, p. 27–32, 2012.

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