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DIREITOS PERSONALÍSSIMOS
Sugestão de leitura: LÔBO, Paulo. Direito Civil: parte geral. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 137-170.
“Pessoa é quem pode ser sujeito de direito: quem põe a máscara para entrar no teatro do mundo jurídico está apto a desempenhar o papel do sujeito de direito”
Pontes de Miranda. 
Os direitos da personalidade são direitos inerentes às pessoas. 
No Código Civil, estão previstos nos arts. 11 a 21 (corpo, nome, honra, privacidade, imagem).
Na CF, nos art. 1o, III (dignidade da pessoa humana) e art. 5o, X. 
Rol exemplificativo – numerus apertus. Nada impede que outros direitos sejam arrolados. Art. 5º, § 2º da CF. 
Direitos humanos > plano internacional. Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, em seu art. 1o.
 
Direitos fundamentais > direitos positivados na Constituição. Os direitos personalíssimos estão dentro dos direitos fundamentais. São direitos que se manifestam em relação ao direito público. 
 
Direitos da personalidade > atributos humanos que exigem especial proteção no campo das relações privadas. Não é igual à pessoa, porque personalidade é atribuída à pessoa. É um valor. São os direitos subjetivos, com o fim de proteger as qualidades essenciais da pessoa. 
 Esses direitos são absolutos, intransmissíveis, indisponíveis, irrenunciáveis, ilimitados, imprescritíveis, impenhoráveis e inexpropriáveis.
	Como se vê destinam-se a resguardar a dignidade humana.
O valor tutelado é idêntico e unitário: a dignidade da pessoa humana. 
Os direitos da personalidade são, portanto, direitos fundamentais. 
Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 3510 – julgada no STF sobre a constitucionalidade do art. 5o da Lei de Biossegurança (embriões excedentários). As pesquisas com células-tronco embrionárias não violam o direito à vida, tampouco a dignidade da pessoa humana. Julgada em 29 de maio de 2008. Sujeitos de direito não personalizados. 
 Julgada em 6 votos a 5. 
 Resolução n. 1.358/92 do CFM – diferença entre pré-embrião (até 14 dias) e embrião. 
Art. 225 da CF – gerações futuras. 
 
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF 54. “Aborto dos anencéfalos". 
Resolução n. 1.995/2012 do CFM – ortotanásia. Diretivas antecipadas da vontade do paciente. 
Pessoa jurídica – art. 52 do CC e súmula 227 do STJ. REsp 794586. 
Testemunhas de Jeová – Agravo n. 70032799041 do TJ/RS. 
Teoria natalista
O início da personalidade, no direito brasileiro, dá-se do nascimento com vida, nos termos do art. 2o do CC. É a adoção da teoria natalista. FJSS! 
Docimasia hidrostática de Galeno: o feto, tendo respirado, inflou de ar os pulmões. Imersos em água, sobrenadam. Se as paredes alveolares estiverem coladas, o bebê afunda, porque nasceu morto. 
Arts. 50 e 53 da Lei de Registros Públicos (Lei n. 6.015/73). 
Porém, a lei põe a salvo os direitos do nascituro, desde a concepção (teoria concepcionista). 
Decisão do STJ – DPVAT – REsp n. 1120676. 
Nascituro: sujeito de direitos potenciais.
Art. 542 do CC. 
Art. 1.609, par. único do CC. 
Art. 1.779 do CC – nomeação de curador ao nascituro. 
Art. 1.798 do CC – direito expectativo. 
Art. 1.799, I do CC.
Arts. 877 e 878 do CPC. Legitimidade ativa da mulher que tem o nascituro no ventre. 
 
Possibilidade de ação de alimentos para o nascituro, a fim de que se possibilite o nascimento com vida 
Outras teorias:
Teoria concepcionista: desde a concepção (França). O nascituro é considerado pessoa. Adquire personalidade jurídica desde a concepção. 
Teoria condicional: o nascituro possui direitos sob a condição suspensiva. 
“A proteção do nascituro explica-se, pois há nele uma personalidade condicional que surge, na sua plenitude, com o nascimento com vida e se extingue no caso de não chegar o feto a viver”. ARNOLD WALD. 
Capacidade:
1- capacidade de direito ou de gozo ou de fato ou jurídica = personalidade:
Sujeito de direitos e deveres. Basta nascer com vida para adquirir personalidade. O direito brasileiro não fez alusão aos seres morfologicamente disformes. 
Início da pessoa física (pessoa natural) é do nascimento com vida. O nascimento é um fato jurídico e independe de quem quer que seja (FJSS). 
Nascer com vida = adquirir capacidade jurídica. 
A personalidade é adquirida com o nascimento, e não com o registro. 
 
Da capacidade de direito ou de gozo ou de fato ou jurídica, como visto, nascem os direitos da personalidade. 
ATRIBUTOS DA PERSONALIDADE:
São elementos que integram a personalidade. Nome civil: individualiza a pessoa; estado civil: individualiza a pessoa na família e na sociedade; domicílio civil: lugar onde exerce sua atividade social.
NOME – arts. 16 a 19 do CC.
Prenome ou nome de batismo: 
 simples – Taís.
 composto – Roberto Carlos.
Patronímico ou sobrenome ou apelido de família: 
 simples – Silva.
 composto - Ferraz Gomes. 
 
Agnome: Filho, Neto, Júnior, Terceiro. 
Alcunha: apelido depreciativo. Gordo, Cabeção, Baixote.
 Pseudônimo ou codinome: 
 Agenor de Miranda Araújo / Cazuza; Paulo César Batista de Faria / Paulinho da Viola. 
Apelido público ou notório: Pelé, Xuxa, Lula, Anonimus Gourmet. Art. 19 do CC.
Hipóteses de retificação: 
 
- retificação de grafia do nome em virtude do erro no registro;
- tradução do nome estrangeiro em casos de naturalização;
- prenome suscetível de expor o seu titular ao ridículo – arts. 55 e 56 da LRP - Apelação n. 70044933463; 
- alteração ou substituição do prenome com a inclusão do apelido público notório – art. 58 da LRP;
- adoção – art. 47, § 5º da Lei 12.010/2009;
- transexual – apelação cível n. 70041776642 e REsp n. 1008398;
- casamento e separação – arts. 1.565, § 1º do CC e art. 1.578 do CC, e
- art. 57 da LRP – possibilidade de enteado ou enteada acrescentar o patronímico do padrasto ou madrasta. 
ESTADO
1- individual: é a maneira de ser da pessoa quanto à idade (maior e menor), sexo (masculino e feminino), e saúde mental e física (amental, surdo-mudo, alienado).
 
2- familiar: indica sua situação na família - casado, solteiro, viúvo, divorciado; ser pai, mãe, filho, avô, tio, sobrinho (parentesco consanguíneo); sogro, sogra, genro, nora, cunhado (por afinidade).
3- político: indica a posição da pessoa na sociedade política: estrangeira, nacional, naturalizada. Art. 12 da CF.
DOMICÍLIO – arts. 70 a 78 do CC
Morada ou estadia ou habitação: local onde a pessoa natural se estabelece provisoriamente. Ex: bolsa de estudos de 6 meses nos EUA; casa de praia; hotel em que passa temporada.
Residência: pressupões maior estabilidade. É o local onde a pessoa natural se estabelece habitualmente. 
Domicílio: abrange o conceito de residência e, consequentemente, de morada. É o lugar onde a pessoa estabelece residência com ânimo definitivo, convertendo-o, em regra, em centro principal de seus negócios jurídicos ou de sua atividade profissional. Trata-se de AJSS!
Elementos do domicílio:
1- objetivo: o ato de fixação em determinado local, e
2- subjetivo: o ânimo definitivo de permanência. 
Domicílio
Todos têm. 
A escolha do domicílio é um direito fundamental. Local onde se recebem intimações e citações. 
A pessoa escolhe o domicílio, mas os efeitos jurídicos do domicílio são definidos em lei – art. 70 do CC. AJSS!
Domicílio nem sempre é a casa. 
Domicílio do militar é o local em que ele serve, não o quartel; do funcionário público, o local em que trabalha, e não a repartição pública. 
Nômades, ciganos circenses: domicílio é o local em que se encontram. Teoria do domicílio aparente ou ocasional – art. 73 do CC e art. 94, § 2º do CPC. 
Art. 74 do CC – mudança: matrícula em escola, conta de luz, conta de telefone, conta de água. 
Princípio da unicidade: a pessoa somente pode ter um domicílio. Este princípio não é absoluto. 
*Domicílios plurais : domicílio pessoal
 	 domicílio profissional 
Se uma pessoa reside em uma cidade, mas trabalha e tem escritório em outra, o seu domicílio será qualquer um destes locais – princípio da pluralidade domiciliar – art. 71 do CC e art. 94, § 1º do CPC,ou o local onde exerça as atividades – art.72 do CC.
Espécies de domicílio:
1- vonluntário: decorre da livre vontade das pessoas, que fixam residência com ânimo definitivo. 
2-necessário ou legal: quando a lei determina. Incapaz, servidor público, militar, marítmo, preso – art. 76 do CC. Agente diplomático – art. 77 do CC. Dos cônjuges – art. 1.569 do CC. 
3- específico, especial ou de eleição: do foro de eleição. Decorre da vontade das partes - art. 78 do CC e art. 111, §1º e §2º do CPC.
*atenção aos contratos de adesão e cláusulas abusivas! Art. 51, IV do CDC e art. 112 do CC. 
2- capacidade de fato ou de exercício ou negocial
a) incapacidade absoluta
b) incapacidade relativa
c) emancipação 
 I- voluntária, expressa ou outorgada
 II- judicial 
 III- tácita ou legal
 
3- capacidade especial ou legitimação 
Capacidade de fato ou de exercício ou negocial
Ser maior de 18 anos.
No CC de 1916 ser maior de 21 anos.
É a aptidão para o exercício pessoal dos direitos. 
A regra é que toda pessoa tem a capacidade de direito, mas nem toda a de fato. 
Absolutamente incapazes – art. 3º do CC
Incapacidade (capitis deminutio):
1- absoluta – art. 3º do CC  menores de 16 anos, enfermos ou deficientes mentais e aqueles que, por causa transitória, não puderem exprimir a sua vontade  representante legal  pais, tutor ou curador (arts. 1.634, V e 1.728 do CC), sob pena de nulidade  definitiva ou temporária
*A incapacidade absoluta em decorrência de deficiência ou enfermidade mental depende de decisão judicial. 
*Transitória: anestesia geral, coma induzido. 
Índios:
Índios – relativamente/absolutamente incapazes. 
Art. 4º, par. único do CC. 
Lei n. 6.001/73 – Estatuto do Índio – regula a situação jurídica dos índios. 
 Art. 9º Qualquer índio poderá requerer ao Juiz competente a sua liberação do regime tutelar previsto nesta Lei, investindo-se na plenitude da capacidade civil, desde que preencha os requisitos seguintes:
     I - idade mínima de 21 anos;
    II - conhecimento da língua portuguesa;
 III - habilitação para o exercício de atividade útil, na comunhão nacional;
 IV - razoável compreensão dos usos e costumes da comunhão nacional.
 Parágrafo único. O Juiz decidirá após instrução sumária, ouvidos o órgão de assistência ao índio e o Ministério Público, transcrita a sentença concessiva no registro civil.
Arts. 231 e 232 da CF 
Art. 50, § 2º da LRP.
*mesmo que o CC estabe;eça 18 para a capacidade civil, para os índios seguem sendo os 21 anos. 
*negócio realizado entre um índio e uma pessoa fora da comunidade é nulo. 
Relativamente incapazes – art. 4º do CC. 
2- relativa – art. 4º e 1.767 do CC  maiores de 16 e menores de 18 anos ou ébrios, viciados em tóxicos, deficientes mentais com discernimento reduzido, excepcionais, pródigos  assistente, sob pena de anulabilidade.
*Alcoolistas ou ébrios contumazes: interdição parcial (capacidade de discernimento reduzida).
*Pródigos: art. 1.782 do CC – interdição parcial. 
*art. 180 do CC – menores púberes. 
Considerações sobre a idade:
ECA (Lei n. 8.069/90 – art. 2º)
	criança – até 12 anos incompletos.
	adolescente – dos 12 aos 18 anos.
	Mantém a maioridade aos 21 anos. 
Convenção Internacional dos Direitos da Criança
	criança – até 18 anos
Constituição Federal: art. 7º, XXXIII – absolutamente incapazes de trabalhar os menores de 16 anos.
	 Aprendiz – a partir de 14 anos. 
 art. 14, § 1º, II, da CF – entre 16 e 18 anos possibilidade de se alistar e ser eleitor (art. 4o do Código Eleitoral). 
Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741/03) – idoso > 60 anos (higidez mental) arts. 1.211-A a 1.211-C, do CPC – tramitação preferencial. 
Maioridade penal – art. 228 da CF – 18 anos. 
Surdos-mudos: poderão se absolutamente incapazes, relativamente incapazes e capazes. 
Excepcionais sem o desenvolvimento mental completo (down), dependerá da capacidade de discernimento. 
Idade núbil – art. 1.517 do CC – 16 anos. 
Rol taxativo de incapacidade absoluta e relativa. 
Os direitos existenciais não são alcançados pela incapacidade absoluta e relativa. Art. 227 do CC – princípio do melhor interesse do incapaz. 
Art. 4º, II do CC – ébrios habituais e os viciados em tóxicos são relativamente incapazes.
No direito brasileiro há somente incapacidade de fato ou de exercício. 
Pessoa embriagada que realiza um negócio jurídico é NULO! Art. 3º, II do CC – absolutamente incapaz naquele momento. 
Suprimento da incapacidade: arts. 1.634, V, 1.690 e 1.774 do CC. 
Ninguém é considerado incapaz antes de um processo de interdição. Somente os menores são “ipso factu”. A sentença de interdição é constitutiva, ou seja, possui eficácia “ex nunc”. Nos casos de incapacidade notória, o juiz pode declarar a eficácia “ex tunc”. Para entrar com o processo de interdição, deve-se aguardar a maioridade. 
 capacidade de direito + capacidade de fato
 =
 capacidade plena
3- capacidade especial ou legitimação
Além da capacidade genérica, em alguns atos jurídicos, é necessária a capacidade especial. 
Venda de ascendente a descendente: art. 496 do CC. 
Nenhum dos cônjuges pode, sem a anuência (outorga uxoria) do outro, exceto no regime da separação total de bens: nas hipóteses do art. 1.647 do CC. 
REsp 953461 - STJ
DIREITO CIVIL. VENDA DE ASCENDENTE A DESCENDENTE SEM ANUÊNCIA DOS
DEMAIS. ANULABILIDADE. REQUISITOS DA ANULAÇÃO PRESENTES. 
1.- Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial majoritário,
a alienação feita por ascendente à descendente é, desde o regime
originário do Código Civil de 1916 (art. 1132), ato jurídico
anulável. Tal orientação veio a se consolidar de modo expresso no
novo Código Civil (CC/2002, art. 496).
2.- Além da iniciativa da parte interessada, para a invalidação
desse ato de alienação é necessário: a) fato da venda; b) relação de
ascendência e descendência entre vendedor e comprador; c) falta de
consentimento de outros descendentes (CC/1916, art. 1132), d) a
configuração de simulação, consistente em doação disfarçada (REsp
476557/PR, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, 3ª T., DJ 22.3.2004) ou,
alternativamente, e) a demonstração de prejuízo (EREsp 661858/PR, 2ª
Seção, Rel. Min. FERNANDO GONÇALVES, Dje 19.12.2008; REsp 752149/AL,
Rel. Min. RAUL ARAÚJO, 4ª T., 2.10.2010).
3.- No caso concreto estão presentes todos os requisitos para a
anulação do ato.
4.- Desnecessidade do acionamento de todos os herdeiros ou citação
destes para o processo, ante a não anuência irretorquível de dois
deles para com a alienação realizada por avô a neto.
5.- Alegação de nulidade afastada, pretensamente decorrente de
julgamento antecipado da lide, quando haveria alegação de não
simulação de venda, mas, sim, de efetiva ocorrência de pagamento de
valores a título de transferência de sociedade e de pagamentos
decorrentes de obrigações morais e econômicas, à ausência de
comprovação e, mesmo, de alegação crível da existência desses
débitos, salientando-se a não especificidade de fatos antagônicos
aos da inicial na contestação (CPC, art. 302), de modo que válido o
julgamento antecipado da lide.
6.- Decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina subsistente,
Recurso Especial improvido.
Emancipação – art. 5º, I a V do CC:
Antecipação da capacidade de fato ou de exercício. 
Ato unilateral, independe da vontade dos incapazes. Poderá ser feita pelos pais ou tutores. Trata-se de um AJSS!
É irrevogável. 
I- Voluntária:
Art. 5, I do CC. 
Art. 9, II do CC.
Concedida pelos pais aos filhos que completarem 16 anos. 
Feita por escritura pública, perante o tabelião de notas e produz efeitos independentemente de homologação judicial. Art. 91 da LRP.
Não exclui a responsabilidade dos pais pelos atos ilícitos praticados pelos filhos. 
	
AgRg no Ag 1239557 - STJ
	AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ATROPELAMENTO. LESÕES CORPORAIS. INCAPACIDADE. DEVER DE INDENIZAR. REEXAME DE MATÉRIA DE FATO. REVISÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. PENSÃO MENSAL.BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. CUMULAÇÃO. POSSIBILIDADE. JULGAMENTO ULTRA PETITA. OCORRÊNCIA. RESPONSABILIDADE CIVIL DOS PAIS. EMANCIPAÇÃO. 1. Não cabe recurso especial por alegada ofensa a dispositivos constitucionais. 2. A emancipação voluntária, diversamente da operada por força de lei, não exclui a responsabilidade civil dos pais pelos atos praticados por seus filhos menores. 3. Impossibilidade de reexame de matéria de fato em recurso especial (Súmula 7 do STJ). 4. Admite a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, excepcionalmente, em recurso especial, reexaminar o valor fixado a título de indenização por danos morais, quando ínfimo ou exagerado. Hipótese, todavia, em que o valor foi estabelecido na instância ordinária, atendendo às circunstâncias de fato da causa, de forma condizente com os princípios da proporcionalidade e razoabilidade. 5. A percepção de benefício previdenciário não exclui o pagamento de pensão mensal como ressarcimento por incapacidade decorrente de ato ilícito. Precedentes. 6. Indevidos décimo terceiro e férias, não postulados na inicial, uma vez que o autor não era assalariado, desenvolvendo a atividade de pedreiro como autônomo. 7. Agravo regimental parcialmente provido.
II- Judicial: 
Concedida pelo juiz, após ser ouvido o tutor e o Ministério Público. 
Art. 5, I do CC.
Art. 9, II do CC. 
Art. 107, §1º da LRP.
Por sentença judicial (também para tutores). 
Apelação TJ/RS n. 70017717398 
Trata-se de recurso de apelação interposto por ANDRESSA DE O. de C., assistida por sua tutora Ana de C. S., de sentença que julgou improcedente a ação de emancipação proposta.
No caso da autora, órfã de pai a mãe, cessará a incapacidade, conforme o Código Civil, por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos (art. 50, § único, I). É precisamente o caso dos autos, contando a requerente com quase 18 anos de idade, requerendo a emancipação assistida por sua tia e tutora. Da mesma sorte, como consequência, também a tutela cessa com a maioridade ou com a emancipação (art. 1.763, I).
Na verdade, não parece razoável o indeferimento sob a ótica da sentença, a partir da motivação do pedido, de a requerente gerir a sua própria pessoa e os seus bens. Ao contrário, precisamente isso é que autoriza a medida, cuja inoportunidade somente se justificaria no interesse da menor.
Entretanto, como bem pondera o Dr. Procurador de Justiça, em seu parecer, “Nesse contexto, tem-se que o pedido não é inoportuno e atende aos interesses de Andresssa, que, a par de contar 17 anos, estando prestes a atingir a maioridade civil, exerce atividade laborativa, possui rendimentos e moradia próprios, demonstrando responsabilidade, sendo certo que sua tutora, ouvida em juízo, nada opôs em contrário”.
Assim, impõe-se o deferimento da emancipação, com a adoção na origem dos procedimentos próprios.
Ante o exposto, dou provimento à apelação. Custas pela autora, suspensa a exigibilidade (AJG).
III- Legal: 
Art. 5, II a V do CC. 
Casamento. 
Idade núbil = 16 anos – art. 1.517 do CC. Poderá ocorrer antes da idade núbil, em casos de gravidez. Dispensa-se a autorização dos pais. 
Emprego público efetivo – art. 37, II da CF.
Graduação universitária.
Atividade empresarial própria. 
Relação de emprego privado: cantores, atores, atletas profissionais.

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