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APOSTILA DIREITO ADMINISTRATIVO

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Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 1 de 122 
 
 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
 
Direito Administrativo – Ministério do Trabalho e Emprego. 
Professor: Leonardo Torres. 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 2 de 122 
 
 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
 
 
 
 Advogado, especialista em Direito Público, professor de Direito Administrativo dos 
principais cursos preparatórios para o ingresso na área pública e exame de ordem dos 
Estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 3 de 122 
 
 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
SUMÁRIO 
 
ESTADO E GOVERNOERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVOERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO. 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 8 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA 11 
 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 14 
 
ENTIDADES PARAESTATAIS 17 
ATOS ADMINISTRATIVOS 18 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 27 
ASPECTOS GERAIS 27 
 
RENÚNCIA 28 
 
ESPÉCIES DE PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 28 
AGENTES PÚBLICOS 30 
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 32 
LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992 88 
 
LEI Nº 9.784 , DE 29 DE JANEIRO DE 1999 96 
 
SERVIÇOS PÚBLICOS 109 
 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO 112 
 
RESPOSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 114 
 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 4 de 122 
 
 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES 116 
 
 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 5 de 122 
 
 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
ESTADO E GOVERNO 
 
O conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado. Do ponto de vista 
sociológico, é corporação territorial dotada de um poder de mando originário; sob o 
aspecto político, é comunidade de homens, fixada sobre um território, com potestade 
superior de ação, de mando e de coerção; sob o prisma constitucional, é pessoa jurídica 
territorial soberana; na conceituação do nosso Código Civil, é pessoa jurídica de Direito 
Público Interno (art. 41 do Código Civil). 
 
O Estado é constituído de três elementos originários e indissociáveis: Povo, Território e 
Governo soberano. Povo é o componente humano do Estado; Território, a sua base física; 
Governo soberano, o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o poder absoluto 
de autodeterminação e auto-organização emanado do Povo. 
 
Não há nem pode haver Estado independente sem Soberania, isto é, sem esse poder 
absoluto, indivisível e incontrastável de organizar-se e de conduzir-se segundo a vontade 
livre de seu Povo e de fazer cumprir as suas decisões inclusive pela força, se necessário. 
 
A vontade estatal apresenta-se e se manifesta através dos denominados Poderes de 
Estado. Os Poderes de Estado, na clássica tripartição de Montesquieu, até hoje adotada 
nos Estados de Direito, são o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, independentes e 
harmônicos entre si e com suas funções reciprocamente indelegáveis (CF, art. 2º). 
 
A organização do Estado é matéria constitucional no que concerne à divisão política do 
território nacional, a estruturação dos Poderes, à forma de Governo, ao modo de 
investidura dos governantes, aos direitos e garantias dos governados. 
 
No Estado Federal, que é o que nos interessa, a organização política era dual, abrangendo 
unicamente a União (detentora da Soberania) e os Estados-membros ou Províncias (com 
autonomia política, além da administrativa e financeira). 
 
Agora, a nossa Federação compreende a União, os Estados-membros, o Distrito Federal e 
os Municípios, que também são entidades estatais, com autonomia política reconhecida 
pela Constituição da República (art. 18), embora em menor grau que a dos Estados-
membros (art. 25). 
 
Na nossa Federação, portanto, as entidades estatais, ou seja, entidades com autonomia 
política (além da administrativa e financeira) são unicamente a União, os Estados-
membros, os Municípios e o Distrito Federal. 
 
Governo é a condução política dos negócios públicos. Na verdade, o Governo ora se 
identifica com os Poderes e órgãos supremos do Estado, ora se apresenta nas funções 
originárias desses Poderes e órgãos como manifestação da Soberania. A constante, porém, 
do Governo é a sua expressão política de comando, de iniciativa, de fixação de objetivos do 
Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente. O Governo atua mediante atos de 
Soberania ou, pelos menos, de autonomia política na condução dos negócios públicos. 
 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 6 de 122 
 
 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Administração Pública é o conjunto de órgãos instituídos para consecução dos objetivos do 
Governo. Numa visão global, a Administração é, pois, todo o aparelhamento do Estado 
preordenado à realização de seus serviços, visando à satisfação das necessidades coletivas. 
A Administração pratica, atos de execução, com maior ou menor autonomia funcional, 
segundo a competência do órgão e de seus agentes. São os chamados atos administrativos. 
O Governo e a Administração, como criações abstratas da Constituição e das leis, atuam 
por intermédio de suas entidades (pessoas jurídicas), de seus órgãos (centros de decisão) e 
de seus agentes (pessoas físicas investidas em cargos e funções). 
 
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
É o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as 
atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados 
pelo Estado, ou ainda, é o conjunto de normas que regem a Administração Pública. 
 
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
As fontes do Direito Administrativo são as responsáveis diretas pela criação, elaboração e 
aperfeiçoamento de toda ciência administrativista, produzindo, aprimorando e até 
justificando, suas Leis, normas internas e decisões judiciais. 
 
Em se tratando do Direto Administrativo propriamente dito, é importante ressaltar, dentre 
outras, quatro principais espécies de fontes jurídicas: a Lei, a doutrina, a jurisprudência e os 
costumes. 
 
AS LEIS 
 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
A lei, considerada em seu sentido amplo, representa importante fonte do Direito e, em se 
tratando do Direito Administrativo especificamente, representa a sua principal fonte 
jurídica. Tal como ocorre aos demais ramos do Direito, a Constituição Federal é a principal 
fonte do Direito Administrativo. 
 
 
É na Constituição Federal que se encontram todos os fundamentos e princípios jurídicos 
que irão servir de base para a criação das outras normas jurídicas. Por exemplo, os artigos 
37 e 38, ambos da Constituição Federal, trazem as disposições gerais concernentes aos 
princípios e normas que devem ser seguidos por toda a Administração Pública.A 
Constituição Federal também dispõe acerca de outras questões relacionadasao Direito 
Administrativo, como por exemplo, os Servidores Públicos que é tratado em seus artigos 39 
até 41. 
 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 7 de 122 
 
 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
AS OUTRAS LEIS 
 
Todavia não somente a Constituição Federal constitui uma fonte jurídica para o Direito 
Administrativo.As Leis, os regulamentos, as instruções normativas, as resoluções e até 
mesmos as portarias expedidas pela Administração Pública, também, figuram como fontes 
jurídicas para o Direito Administrativo.Em se tratando de Leis, especificamente, deve-se 
citar como exemplo, a Lei 8112/90 que dispõe acerca do regime jurídico dos servidores 
civis da União ou a Lei 8666/93, que dispõe acerca do processo licitatório. Na realidade, 
para facilitar a compreensão, deve-se entender que constitui fonte do direito, todas as 
normas expedidas pela ou para a Administração Pública, desde a Constituição Federal até 
os regulamentos. 
 
A DOUTRINA 
 
Quando estudiosos do Direito publicam seus estudos, pesquisas ou suas interpretações 
jurídicas acerca de determinada ponto da Lei, isso quer dizer, que foi publicada uma 
doutrina acerca daquele tema.Doutrina é a interpretação dada pelos operadores do Direito 
acerca de determinada questão jurídica.Desta forma, não se engane, a doutrina, não se 
presta somente a interpretar a Lei, mas também a todas as outras questões relacionadas 
ao Direito, tais como sua origem, seus princípios, objetivos e sua evolução. 
Existe certa divergência jurídica, quanto ao fato da doutrina representar uma fonte do 
Direito.Para estes autores, entender que doutrina representa uma fonte do Direito significa 
em afronta direta ao princípio da Legalidade. Todavia, para a maior parte dos autores, a 
doutrina constitui uma fonte do Direito, não havendo qualquer empecilho neste 
sentido.Inclusive, não se pode olvidar que a doutrina é constantemente utilizada quando 
da realização dos julgamentos pelos Tribunais. 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
Quando uma decisão judicial é proferida de forma reiterada, pode-se considerar que foi 
formada uma jurisprudência naquele sentido, ou seja, jurisprudência, nada mais é que uma 
reunião de várias decisões judiciais, acerca determinada matéria. Uma jurisprudência se 
cristaliza, ou seja, se pacifica, quando determinada matéria é julgada sempre no mesmo 
sentido. 
 
A jurisprudência é uma importante fonte do Direito, em se tratando de Direito 
Administrativo.As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em questões 
relacionadas ao Direito Administrativo é um bom exemplo de jurisprudência do Direito 
Administrativo. 
 
OS COSTUMES 
 
Os costumes, também, representam importante fonte do direito. Surgem através de 
comportamentos, atos ou condutas praticados reiteradamente que com o passar do tempo 
começam a integrar o cotidiano das pessoas. Em se tratando do direito Administrativo 
especificamente, é importante ressaltar a questão da "prática administrativa" como 
importante fonte do Direito Administrativo. É que ante a ausência de norma legal 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 8 de 122 
 
 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
específica para a solução de determinado "caso", o administrador público decide por 
sempre solucionar esta questão, desempenhando determinado procedimento. 
Desta forma, como o passar do tempo, a "solução" dada pelo administrador público e sua 
aplicação reiterada, poderá se tornar "praxe" em toda Administração Pública, sendo assim, 
aplicada na resolução de todas as questões semelhantes. 
 
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Em face da organização do Estado, e pelo fato deste assumir funções primordiais à 
coletividade, no interesse desta, fez-se necessário criar e aperfeiçoar um sistema jurídico 
que fosse capaz de regrar e viabilizar a execução de tais funções, buscando atingir da 
melhor maneira possível o interesse público visado. Devido à natureza desses interesses, 
são conferidos à Administração direitos e obrigações que não se estendem aos 
particulares. Logo, a Administração encontra-se numa posição de superioridade em relação 
a estes. A Administração Pública, na maioria de suas relações, possui um regime jurídico 
diferenciado. Para que possa exercer, de forma eficaz, as funções a ela determinadas, o 
interesse público está sobreposto a interesses particulares. Tal regime denomina-se 
Regime Jurídico Administrativo. Os princípios da Administração Pública são regras que 
surgem como parâmetros para a interpretação das demais normas jurídicas. Têm a função 
de oferecer coerência e harmonia para o ordenamento jurídico. Quando houver mais de 
uma norma, deve-se seguir aquela que mais se compatibiliza com os princípios elencados 
na Constituição Federal, ou seja, interpreta-se, sempre, consoante os ditames da 
Constituição. 
 
Os princípios que a Administração deverá seguir estão dispostos no art. 37, caput, da 
CF/88. O disposto no referido artigo constitucional é rol meramente exemplificativo; logo, 
existem outros princípios que poderão ser invocados pela Administração, como o princípio 
da supremacia do interesse público sobre o particular, o princípio da isonomia, entre 
outros. 
 
Com relação à sua abrangência, os princípios básicos da Administração alcançam a 
Administração Pública direta e indireta de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios (art. 37 da CF/88), possuindo, portanto, amplo alcance. 
 
São cinco os princípios da Administração Pública previstos no Artigo 37, caput, da 
Constituição Federal. Além destes princípios, há os previstos em legislações esparsas e os 
definidos pelos doutrinadores. 
 
Dispõe o Artigo 37, caput, da Constituição Federal: 
 
Artigo 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e também ao seguinte:(…) 
 
a) Legalidade: a Administração pública só pode fazer o que a lei permite (poder-dever). 
 
 
 
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Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
b) Moralidade: a atuação do administrador deve obedecer a padrões éticos e justos de 
probidade e decoro. 
 
c) Impessoalidade: o mérito dos atos pertence à Administração e não às autoridades que as 
executam. Pode aparecer associado (ou utilizado como sinônimo) ao termo finalidade. 
 
d) Publicidade: divulgação dos atos praticados pela Administração, para conhecimento do 
público e início dos efeitos. 
 
e) Eficiência: introduzido na CF pela EC 19/98 – Reforma Administrativa – não basta a 
instalação de um serviço público, o mesmo deve atender as necessidades para as quais foi 
criado. 
 
 
Como já dito, além dos princípios da Administração Pública, trazidos por nossa Carta 
Magna em seu art. 37, temos outros princípios previstos em legislações esparsas e os 
definidos pelos doutrinadores, sendo eles: 
 
 a) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos: em razão de ter o Estado 
assumido a prestação de determinados serviços, por considerar que estes são 
fundamentais à coletividade, mesmo os prestando de forma descentralizada ou ainda 
delegada, deve a Administração, até por uma questão de coerência, oferecê-los de forma 
contínua, ininterrupta. Pelo princípio da continuidade dos serviços públicos,o Estado é 
obrigado a não interromper a prestação dos serviços que disponibiliza. 
 
 b) Princípio da Motivação: é a obrigação conferida ao administrador de motivar 
todos os atos que edita, sejam gerais, sejam de efeitos concretos. 
 
 É considerado, entre os demais princípios, um dos mais importantes, uma vez que 
sem a motivação não há o devido processo legal, pois a fundamentação surge como meio 
interpretativo da decisão que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro meio de 
viabilização do controle da legalidade dos atos da Administração. 
 
c) Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular e Princípio da 
Indisponibilidade: por força dos interesses representados pela Administração, é certo que 
todos os princípios básicos previstos no art. 37 da Constituição Federal se aplicam na 
atuação desta; todavia, na maioria das vezes, a Administração, para buscar de maneira 
eficaz tais interesses, necessita ainda de se colocar em um patamar de superioridade em 
relação aos particulares, numa relação de verticalidade, e para isto se utiliza do princípio da 
supremacia, conjugado ao princípio da indisponibilidade, pois, tecnicamente, tal 
prerrogativa é irrenunciável, por não haver faculdade de atuação ou não do Poder Público, 
mas sim “dever” de atuação. Por tal princípio, sempre que houver conflito entre um 
interesse individual e um interesse público coletivo deve prevalecer o interesse público. 
São as prerrogativas conferidas à Administração Pública, porque esta atua por conta de tal 
interesse. Como exemplos podemos citar a existência legal de cláusulas exorbitantes em 
favor da Administração, nos contratos administrativos; as restrições ao direito de greve dos 
agentes públicos; a encampação de serviços concedidos pela Administração etc. 
 
 
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Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
 
d) Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade: os princípios acima surgem de idéias 
como a limitação de direitos, isto é, “todo direito pressupõe a noção de limite”, e da 
proibição do excesso, usada como meio de interpretação de tais princípios, pois visam a 
evitar toda forma de intervenção ou restrição abusiva ou desnecessária por parte da 
Administração Pública. Com efeito, tal análise deve ser realizada utilizando-se dos critérios 
e “valores atinentes ao homem médio. Na doutrina, prevalece a noção de que os princípios 
da razoabilidade e da proporcionalidade se entrelaçam e se completam, ou seja, não são 
considerados separadamente. Assumem grande importância quando da atuação 
administrativa por meio do poder de polícia, e em geral na expedição de todos os atos de 
cunho discricionários. 
 
 
ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
a) Estrutura Vertical: Divide-se em Administração Federal, Estadual, Municipal e do Distrito 
Federal, sendo que, não uma há uma gradação de autoridade (hierarquia) entre os níveis. 
 
b) Estrutura Horizontal: Compreende a Administração Direta (órgãos públicos) e Indireta 
(entidades públicas - Decreto Lei 200/67). 
 
DESCONCENTRAÇÃO E DESCENTRALIZACÃO ADMINISTRATIVA 
 
A desconcentração é uma técnica administrativa, e é utilizada em toda a Administração 
Pública. Ocorrerá a chamada desconcentração quando as pessoas políticas (União, 
estados membros, Distrito Federal e municípios) ou entidades (Por exemplo: autarquias) da 
Administração, encarregada de executar um ou mais serviços, distribui competências, no 
âmbito de sua própria estrutura, a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação dos 
serviços. 
 
Na desconcentração existirá apenas uma pessoa jurídica (entidade ou pessoa política), isto 
é, a desconcentração sempre se opera no âmbito interno de uma mesma pessoa jurídica, 
constituindo uma simples distribuição interna de competências. 
 
Ocorre desconcentração, por exemplo, no âmbito da Administração Direta Federal, quando 
a União distribui as atribuições decorrentes de suas competências entre diversos órgãos de 
sua própria estrutura, como os ministérios (Ministério da Educação, Ministério dos 
Transportes etc.); ou quando uma autarquia, por exemplo, uma universidade pública, 
estabelece uma divisão interna de funções, criando, na sua própria estrutura, diversos 
departamentos (Departamento de Graduação, Departamento de Pós-Graduação, 
Departamento de Direito, Departamento de Filosofia, Departamento de Economia etc.). 
 
Como se vê, a desconcentração, mera técnica administrativa de distribuição interna de 
funções, ocorre tanto na prestação de serviços pela Administração Direta, quanto pela 
Indireta. 
 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 11 de 122 
 
 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
É muito mais comum falar-se em desconcentração na Administração Direta pelo simples 
fato de as pessoas que constituem as Administrações Diretas (União, estados, Distrito 
Federal e municípios) possuírem um conjunto de competências mais amplo e uma 
estrutura sobremaneira mais complexa do que os de qualquer entidade das 
Administrações Indiretas. 
 
De qualquer forma, temos desconcentração tanto em um município que se divide 
internamente em órgãos, cada qual com atribuições definidas, como em uma sociedade de 
economia mista de um estado, um banco estadual, por exemplo, que organiza sua 
estrutura interna em superintendências, departamentos ou seções, com atribuições 
próprias e distintas, a fim de melhor desempenhar suas funções institucionais. 
 
Ocorre a chamada descentralização administrativa quando o Estado (União, DF, estados ou 
municípios) desempenha algumas de suas funções por meio de outras pessoas jurídicas. 
 
A descentralização pressupõe duas pessoas jurídicas distintas: o Estado e a entidade que 
executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição. 
 
A descentralização administrativa acarreta a especialização na prestação do serviço 
descentralizado, o que é desejável em termos de técnica administrativa. 
 
Por esse motivo, já em 1967, ao disciplinar a denominada “Reforma Administrativa 
Federal”, o Decreto-Lei nº 200, em seu art. 6º, inciso III, elegeu a “descentralização 
administrativa” como um dos princípios fundamentais da Administração Federal. 
 
A doutrina aponta duas formas mediante as quais o Estado pode efetivar a chamada 
descentralização administrativa: outorga e delegação. 
 
A descentralização será efetivada por meio de outorga quando o Estado cria uma entidade 
e a ela transfere, mediante previsão em lei, determinado serviço público. 
 
A outorga normalmente é conferida por prazo indeterminado. É o que ocorre 
relativamente às entidades da Administração Indireta prestadoras de serviços públicos: o 
Estado descentraliza a prestação dos serviços, outorgando-os a outras entidades 
(autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas), que 
são criadas para o fim de prestá-los. 
 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA 
 
De acordo com o artigo 4o, inciso I, Dec. Lei 200/67, é representada pelos órgãos 
responsáveis pela chefia do Executivo e aqueles que lhes auxiliam diretamente. No 
patamar Federal é composto pela Presidência da República e Ministérios; no Estadual e no 
Distrito Federal, pelo Governador e pelas Secretarias; em nível Municipal, pela Prefeitura e 
pelas Secretarias. 
 
 
 
 
 
Professor Leonardo Torres. www.aprovaconcursos.com.br Página 12 de 122 
 
 
Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE.CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS 
 
Quanto à posição Estatal: 
 
a) Órgãos Independentes: se originam da previsão constitucional. São os representativos 
dos 3 Poderes (Poder Executivo, Legislativo e Judiciário). 
 
• Não tem qualquer subordinação hierárquica; 
• Suas funções são políticas, judiciais e legislativas; 
• Seus agentes são denominados Agentes Políticos; 
 
Exemplos: 
 
Congresso Nacional, Câmara de Deputados, Senado Federal, etc. 
 
b) Órgãos Autônomos: são os localizados na cúpula da Administração, imediatamente 
abaixo dos órgãos independentes e diretamente subordinados aos seus chefes; 
 
• Têm ampla autonomia administrativa, financeira e técnica; 
• São órgãos diretivos, de planejamento, coordenação e controle; 
• Seus agentes são denominados Agentes Políticos nomeados em comissão; 
 
Exemplos: 
 
Ministérios, Secretaria de Planejamento, etc. 
 
c) Órgãos Superiores: são os que detêm poder de direção, controle, decisão e comando, 
subordinando-se a um órgão mais elevado. 
 
• Não gozam de autonomia administrativa nem financeira; 
• Liberdade restringida ao planejamento e soluções técnicas, dentro de sua esfera de 
competência; 
• Responsabilidade pela execução e não pela decisão política; 
 
Exemplos: 
 
Gabinetes, Coordenadorias, Secretarias Gerais, etc. 
 
d) Órgãos Subalternos: são os órgãos subordinados hierarquicamente a outro órgão 
superior; realizam tarefas de rotina administrativa. 
 
• Reduzido poder de decisão; 
• É predominantemente órgão de execução; 
 
Exemplos: 
 
Repartições, Seções de Expediente, etc. 
 
 
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Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
 
Quanto à Estrutura: 
 
a) Órgãos Simples: refere-se a um só centro de competência. 
 
Exemplos: 
 
Posto Fiscal, Agência da Secretaria da Receita Federal, etc. 
 
b) Órgãos Compostos: representam vários centros de competência (outros órgãos menores 
na estrutura). A atividade é desconcentrada, do órgão central para os demais órgãos 
subalternos. 
 
Exemplos: 
 
Delegacia da Receita Federal, Inspetoria Fiscal, etc. 
 
Quanto à Atuação Funcional: 
 
a) Singular: são os que decidem através de um único agente. 
 
Exemplos: 
 
Os Ministérios, as Coordenadorias, as Seccionais, etc. 
 
b) Colegiado: decidem por manifestação conjunta da maioria de seus membros. 
 
Exemplos: 
 
Tribunais, Legislativo, Conselho de Contribuintes, etc. 
 
Quanto à Esfera de atuação: 
 
a) Centrais: abrangem todo o território de atuação. 
Exemplo: 
Os Ministérios. 
 
b) Locais: abrangem certos setores. 
 
Exemplos: 
 
As Seccionais, as Delegacias Regionais etc. 
 
Quanto à Função: 
 
a) Ativos: são aqueles que decidem ou executam as atividades administrativas. Podem ser 
de Direção Superior (decisão) ou Executivos (execução). 
 
 
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Professor: Leonardo Torres. 
Direito Administrativo – MTE. 
 
 
Exemplos: 
 
Secretarias Estaduais (decisão), Zeladoria (execução) etc. 
 
b) Consultivos: são aqueles que esclarecem, opinam etc. 
 
Exemplos: 
 
Conselhos de Impacto Ambiental. 
 
c) De controle: são órgãos de fiscalização. 
 
Exemplo: 
 
Controladoria Geral da União. 
 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA 
 
Entidades dotadas de personalidade jurídica própria, previstas no artigo 4o, inciso II, do 
Decreto Lei 200/67. São as: 
 
AUTARQUIAS 
 
A expressão autarquia surgiu do grego autos, que significa “próprio” e arquia, que é 
sinônimo de “poder, comando”. São pessoas jurídicas de direito público criadas por lei para 
a execução de serviços públicos, contando com capital exclusivamente público, ou seja, as 
autarquias são regidas integralmente por regras de direito público, podendo, tão-somente, 
serem prestadoras de serviços públicos. 
Exemplos: 
 
IBAMA, CADE, INSS etc.. 
 
O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) é 
uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). 
 
É uma entidade responsável pela execução da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) 
e desenvolve diversas atividades para a preservação e conservação do patrimônio natural, 
exercendo o controle e a fiscalização sobre o uso dos recursos naturais (água, flora, fauna, 
solo, etc). 
 
Também cabe a ele realizar estudos ambientais e conceder licenças ambientais para 
empreendimentos de impacto nacional. 
 
O CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) é uma autarquia federal brasileira 
que tem como objetivo orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos do poder econômico. 
 
 
 
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Tem o papel de julgar sobre matéria concorrencial os processos encaminhados pela 
Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça e a Secretaria de 
Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, desempenhando os papéis 
preventivo, repressivo e educativo, dentro do mercado brasileiro. 
 
O Banco Central é uma autarquia de regime especial. Por força do art. 21 da CF/88, a 
competência para emissão de moedas é da União por meio do Banco Central. 
 
Também o Banco Central tem por finalidade fiscalizar as atividades desenvolvidas pelas 
instituições financeiras. 
 
 
OBSERVAÇÕES 
 
• Têm autonomia, não sendo subordinadas àquele que as criou, são apenas vigiadas 
(supervisão ministerial), podendo escolher como administrar seu patrimônio e receitas; 
 
• Criadas e extintas por lei específica (art. 37, XIX da CF/88); 
 
• São dotadas das mesmas prerrogativas da Administração Direta. Na área tributária 
(art. 150, § 2.º, da CF/88). Na área processual, art. 188 do CPC; 
 
• Seus bens são imprescritíveis (inusucapíveis), impenhoráveis e inalienáveis; 
 
• A prescrição contra elas é de cinco anos; 
 
• O regime de pessoal é o mesmo que se aplica aos servidores da Administração 
direta (Lei 8.112/90); 
 
• Temos também, as Autarquias sob o regime especial: 
 
As Agências Reguladoras (ANATEL, ANEEL, ANTT etc.) e as Agências Executivas (ABIN e 
INMETRO). 
 
As primeiras (Agências Reguladoras) são autarquias que foram criadas para regular as 
atividades desempenhadas pelos particulares e certos setores do mercado, fiscalizando e 
controlando tais atividades. 
 
Já as Agências Executivas, são “títulos de qualidade conferidos às autarquias ou fundações 
que celebrem contrato de gestão com o Órgão da Administração Pública Direta a que se 
acham vinculadas, para a melhoria da eficiência e redução de custos”. 
 
FUNDAÇÕES PÚBLICAS 
 
São pessoas jurídicas (regidas por regras de Direito Público ou de Direito Privado) sem fins 
lucrativos, criadas ou autorizadas por lei para um fim específico de interesse público, como 
educação, cultura e pesquisa. As fundações públicas possuem autonomia administrativa, 
 
 
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patrimônio próprio, e funcionamento custeado. As fundações poderão ser tanto de direito 
público quanto de direito privado. 
 
Essa definição serve para qualquer fundação, inclusive àquelas que não integram a 
Administração indireta. No caso das fundações que integram a Administraçãoindireta, 
quando forem dotadas de personalidade de direito público (criadas por lei), serão regidas 
integralmente por regras de Direito Público. 
 
Quando forem dotadas de personalidade de direito privado (autorizadas por lei), serão 
regidas por regras de direito público e direito privado. 
 
Tanto uma quanto outra são compostas por patrimônio personalizado. No caso da 
fundação pública, é destacado pela Administração direta, que é o instituidor para definir a 
finalidade pública. 
 
Como exemplo de fundações, temos: 
 
FUNASA (Fundação Nacional de Saúde); IBGE (Instituto Brasileiro Geográfico Estatístico); 
Universidade de Brasília; FUNAI (Fundação Nacional do Índio); 
 
EMPRESAS PÚBLICAS 
 
Pessoas Jurídicas de direito privado, com capital inteiramente público, sendo a criação 
autorizada por lei para exploração de atividades econômicas ou para a prestação de 
serviços públicos. 
 
Como exemplo de empresas públicas, temos: 
 
CEF (Caixa Econômica Federal); ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) etc. 
 
OBSERVAÇÕES 
 
• Podem adotar qualquer modelo societário admitido em direito; 
 
• São sempre de direito privado; 
 
• 100% do capital pertencem à Administração Pública; 
 
• Autorizadas por lei; 
 
• Seu pessoal é composto por “empregados públicos” ou “agentes temporários”, 
sendo regidos pela CLT; 
 
• Estão obrigadas a realizar licitação para suas atividades “meio”, e dispensadas para 
as atividades “fins”; 
 
 
 
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• De acordo com o art. 109, I, da CF, as ações nas quais sejam partes, serão 
processadas e julgadas na Justiça Federal, ressalvado, a competência da Justiça do 
Trabalho. 
 
SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA 
 
Pessoas Jurídicas de direito privado, sendo a criação autorizada por lei para exploração de 
atividades econômicas ou para a prestação de serviços públicos, com a maioria do capital 
votante pertencente à Administração Pública, sob a forma de sociedade anônima. 
 
OBSERVAÇÕES 
 
• Seu pessoal é composto por “empregados públicos” ou “agentes temporários”, 
sendo regidos pela CLT; 
 
• Autorizadas por lei; 
 
• São sempre de direito privado; 
 
• Necessariamente constituídas sob a forma de S.A. (incisos I e II do art. 5º do 
Decreto-Lei 200/67); 
 
• Estão obrigadas a realizar licitação para suas atividades “meio”, e dispensadas para 
as atividades “fins”; 
 
• As ações nas quais sejam partes, serão processadas e julgadas na Justiça Estadual, 
ressalvado, a competência da Justiça do Trabalho. 
 
ENTIDADES PARAESTATAIS 
 
CONCEITO 
 
São pessoas jurídicas de direito privado que colaboram com o Estado, desempenhando 
atividades de interesse público e não lucrativas e à qual o Poder Público dispensa especial 
proteção, cumprindo ser destacado, que não integram a estrutura da Administração 
Pública. 
 
 
COMPOSIÇÃO 
 
• Serviços sociais autônomos; 
• Organizações sociais; 
• Organizações da sociedade civil de interesse público; 
• Entidades de apoio (fundações, associações, cooperativas); 
 
 
 
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ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Definição 
Ato jurídico, segundo o art. 185 do CC, “é todo ato lícito que possui por finalidade imediata 
adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos”. Ato administrativo é 
espécie de ato jurídico, é ato infralegal. 
 
Ato administrativo é toda manifestação lícita e unilateral de vontade da Administração ou 
de quem lhe faça as vezes, que agindo nesta qualidade tenha por fim imediato adquirir, 
transferir, modificar ou extinguir direitos e obrigações. 
 
 Os atos administrativos podem ser praticados pelo Estado ou por alguém que esteja em 
nome dele. Logo, pode-se concluir que os atos administrativos não são definidos pela 
condição da pessoa que os realiza. Tais atos são regidos pelo Direito Público. 
 
PERFEIÇÃO, VALIDADE E EFICÁCIA 
 
ATO ADMINISTRATIVO PERFEITO 
 
É o ato concluído, acabado, que completou o ciclo necessário à sua formação. 
 
ATO ADMINISTRATIVO VÁLIDO 
 
É o ato praticado de acordo com as normas superiores que devem regê-lo. 
 
ATO ADMINISTRATIVO EFICAZ 
 
É aquele ato que está apto a produzir os seus efeitos. As causas que podem determinar a 
ineficácia do ato administrativo são três: 
 
 A subordinação do ato a uma condição suspensiva, ou seja, o ato estará subordinado a 
um fato futuro e incerto. Enquanto o fato não acontecer, o ato será ineficaz; 
 
 A subordinação do ato a um termo inicial, ou seja, o ato estará subordinado a um fato 
futuro e certo. Enquanto o fato não acontecer, o ato será ineficaz; 
 
 A subordinação dos efeitos do ato à prática de outro ato jurídico. 
 
 
 
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REQUISITOS 
São as condições necessárias para a existência válida do ato. Nem todos os autores usam a 
denominação “requisitos”; podem ser chamados elementos, pressupostos, etc. 
Do ponto de vista da doutrina tradicional, os requisitos dos atos administrativos são cinco: 
 
 Competência: agente capaz; 
 
 Objeto lícito, certo, possível e mora; 
 
 Motivo: este requisito integra os requisitos dos atos administrativos tendo em vista a 
defesa de interesses coletivos; 
 
 Forma: somente a prevista em lei. 
 
 Finalidade: o ato administrativo somente visa a uma finalidade, que é a pública; se o ato 
praticado não tiver essa finalidade, ocorrerá abuso de poder; 
 
ATRIBUTOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
 
Atributos são prerrogativas que existem por conta dos interesses que a Administração 
representa, são as qualidades que permitem diferenciar os atos administrativos dos outros 
atos jurídicos. 
 
PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE 
 
 É a presunção de que os atos administrativos devem ser considerados válidos até que se 
demonstre o contrário, a bem da continuidade da prestação dos serviços públicos. Isso não 
quer dizer que não se possa contrariar os atos administrativos, o ônus da prova é que passa 
a ser de quem alega. 
 
IMPERATIVIDADE 
 
Poder que os atos administrativos possuem de gerar unilateralmente obrigações aos 
administrados, independente da concordância destes. É a prerrogativa que a 
Administração possui para impor, exigir determinado comportamento de terceiros. 
 
EXIGIBILIDADE OU COERCIBILIDADE 
 
É o poder que possuem os atos administrativos de serem exigidos quanto ao seu 
cumprimento sob ameaça de sanção. A imperatividade e a exigibilidade, em regra, nascem 
no mesmo momento. Excepcionalmente o legislador poderá diferenciar o momento 
temporal do nascimento da imperatividade e o da exigibilidade. No entanto, a 
 
 
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imperatividade é pressuposto lógico da exigibilidade, ou seja, não se poderá exigir obrigação 
que não tenha sido criada. 
 
AUTO-EXECUTORIEDADE 
 
É o poder que possuem os atos administrativos de serem executados materialmente pela 
própria administração independentemente de recurso ao Poder Judiciário. 
 
A auto-executoriedadeé um atributo de alguns atos administrativos, ou seja, não existe em 
todos os atos 
 
Poderá ocorrer em dois casos: 
 
 Quando a lei expressamente prever; 
 
 Quando estiver tacitamente prevista em lei (nesse caso deverá haver a soma dos 
requisitos de situação de urgência e inexistência de meio judicial idôneo capaz de, a tempo, 
evitar a lesão). 
TIPICIDADE 
 
É o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas 
previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Para cada finalidade 
que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei. 
Trata-se de decorrência do princípio da legalidade, que afasta a possibilidade de a 
Administração praticar atos inominados; estes são possíveis para os particulares, como 
decorrência do princípio da autonomia da vontade. 
 
Classificação dos atos administrativos 
 
QUANTO AOS SEUS DESTINATÁRIOS 
 
 Atos gerais ou regulamentadores: São os atos administrativos expedidos sem 
destinatários determinados, com finalidade normativa, alcançando todos os sujeitos que se 
encontrem na mesma situação de fato em relação aos seus preceitos. 
 
São os regulamentos, instruções normativas, circulares, ordens de serviços, etc. 
 
 Atos individuais ou especiais: São, ao contrário, todos aqueles que se dirigem a 
determinados destinatários (um ou mais sujeitos certos), criando-lhes uma situação 
jurídica particular. 
 
Exemplo: 
Decretos de desapropriação; atos de nomeação; de exoneração, etc. 
 
 
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QUANTO AO SEU ALCANCE 
 
 Internos: São atos administrativos destinados a produzir efeitos no âmbito das 
repartições públicas, destinados ao pessoal interno, como portarias, instruções 
ministeriais, etc., destinados aos seus servidores. 
 
Podem ser mesmo assim, gerais ou especiais, normativos, ordenatórios, punitivos, etc., 
conforme exigência do serviço. 
 
 Externos ou de efeitos externos: São todos aqueles que alcançam os administrados, os 
contratantes e, em certos casos, até mesmo os próprios servidores, provendo sobre seus 
direitos, obrigações, negócios ou conduta perante a Administração. Tais atos só entram em 
vigor após sua publicação em órgão oficial (diário oficial) dado seu interesse público. 
 
 
QUANTO AO SEU OBJETO 
 
 De império ou atos de autoridade: São todos aqueles atos que a Administração pratica 
usando de sua supremacia sobre o administrado ou sobre o servidor, impondo-lhes 
atendimento obrigatório. 
 
É o que ocorre nas desapropriações, nas interdições de atividade e nas ordens estatutárias. 
Podem ser gerais ou individuais, internos ou externos, mas sempre unilaterais, 
expressando a vontade onipotente do Estado. 
 
 Atos de gestão: São os que a Administração pratica sem usar de sua supremacia sobre os 
destinatários, tal como ocorre nos atos puramente de administração dos bens e serviços 
públicos e nos atos negociais com os particulares, como, por exemplo, as alienações, 
oneração ou aquisição de bens, etc., antecedidos por autorizações legislativas, licitações, 
etc. 
 
 Atos de expediente: São os que se destinam a dar andamento aos processos e papéis que 
tramitam pelas repartições públicas, preparando-os para a decisão de mérito a ser 
proferida pela autoridade competente. 
 
São atos de rotina interna, sem caráter vinculante e sem forma especial, praticados 
geralmente por servidores subalternos. 
 
QUANTO AO SEU REGRAMENTO 
 
 Vinculados ou regrados: São aqueles para os quais a lei estabelece os requisitos e 
condições de sua realização, limitando a liberdade do administrador que fica adstrita aos 
 
 
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pressupostos do ato legal para validade da atividade administrativa. Desviando-se dos 
requisitos das normas legais ou regulamentares, fica comprometida a ação administrativa, 
viciando-se a eficácia do ato praticado que, assim, toma-se passível de anulação. 
 
Exemplo: cobrar impostos, conceder isenção ou anistia, entre outros. 
 
 Discricionários: São aqueles atos que a Administração pode praticar escolhendo 
livremente o seu conteúdo, o seu destinatário, a sua conveniência, a sua oportunidade e o 
modo da sua realização. 
 
A rigor, a discricionariedade não se manifesta no ato em si, mas no poder que 
Administração tem de praticá-lo quando e nas condições que repute mais convenientes ao 
interesse público. 
 
Não se confunde com ato arbitrário. Discrição é liberdade de ação dentro dos limites legais; 
arbítrio é ação que excede à lei e por isto, contrária a ela. O ato discricionário, quando 
permitido pelo direito, é legal e válido; o ato arbitrário, porém, é sempre ilegítimo e 
inválido. 
 
Manifesta-se em função do poder da Administração em praticá-lo nas condições que julgar 
conveniente: abrir um concurso público escolhendo o número de vagas, pavimentar uma 
estrada, etc. 
 
QUANTO À NATUREZA 
 
 Simples: O que resulta da manifestação de vontade de um único órgão, unipessoal ou 
colegiado. 
 
 Complexos: São os atos que se formam pela conjugação de vontades de mais de um 
órgão administrativo. Em outras palavras são aqueles que, realizados por um órgão, 
requerem, para a sua validade - e não para a formação da vontade - a aprovação de outro 
órgão; os que dependem de pareceres de órgãos consultivos, preceituados em lei; os que 
se compõem de atos elementares, como seja uma concorrência pública, cuja decisão pelo 
Ministério ou Secretaria de Estado requer uma série de atos elementares precedentes e 
autônomos, aos quais essa decisão está de certa forma vinculada. 
 
 Compostos: Que resulta da vontade única de um órgão, mas depende da verificação por 
parte de outro, para se tornar exeqüível. 
 
Exemplo: autorização que depende de visto de uma autoridade superior. 
 
QUANTO AO FIM 
 
 Declaratórios de direito: São os atos que declaram a legalidade de uma situação já 
existente e de conseqüência irremovíveis diante do Direito. 
 
 
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 Constitutivos de direito: São os atos que dão estabilidade jurídica a um fato até então de 
resultados aleatórios. 
 
ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
 Atos normativos: São aqueles que contêm um comando geral do Poder Executivo visando 
à correta aplicação da lei. São atos infralegais que encontram fundamento no poder 
normativo (art. 84, IV da CF). 
 
Exemplo: 
 
Decretos; Regulamentos; Portarias e etc. 
 
 Atos ordinatórios: São aqueles que visam a disciplinar o funcionamento da Administração 
e a conduta de seus agentes no desempenho de suas atribuições. Encontra fundamento no 
Poder Hierárquico. 
 
Exemplo: 
Ordens, Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de serviço e Ofícios. 
 
 Atos negociais: São aqueles que contêm uma declaração de vontade da Administração 
visando concretizar negócios jurídicos, conferindo certa faculdade ao particular nas 
condições impostas por ela. É diferente dos negócios jurídicos, pois é ato unilateral. 
 
 Atos enunciativos: São aqueles que contêm a certificação de um fato ou emissão de 
opinião da Administração sobre determinado assunto sem se vincular ao seu enunciado. 
 
Exemplo:Certidões, Atestados, Pareceres e o apostilamento de direitos (atos declaratórios de uma 
situação anterior criada por lei). 
 
 Atos punitivos: São aqueles que contêm uma sanção imposta pela Administração àqueles 
que infringirem disposições legais. Encontra fundamento no Poder Disciplinar. 
 
Exemplo: 
 
Interdição de estabelecimento comercial em vista de irregularidade; Aplicação de multas e 
etc. 
 
FORMAS DE EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
São formas de extinção dos atos administrativos: 
 
 
 
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 Anulação, 
 
 Revogação, 
 
 Cassação, 
 
 Caducidade 
 
 Contraposição. 
 
ANULAÇÃO 
 
a) Definição: 
 
Todo ato administrativo para ser válido deve conter os seus cinco elementos ou requisitos 
de validade (competência, finalidade, forma, motivo e objeto) isentos de vícios (defeitos). 
Caso um desses elementos apresente-se em desacordo com a lei, o ato será nulo. 
 
O pressuposto da anulação é que o ato possua um vício de legalidade em algum de seus 
requisitos de formação. Com isso, podemos defini-la como sendo o desfazimento de um 
ato por motivo de ilegalidade. A anulação decorre do controle de legalidade dos atos 
administrativos. 
 
b) Quem pode ANULAR ato administrativo? 
 
A anulação de um ato que contenha vício de legalidade pode ocorrer tanto pelo Poder 
Judiciário (controle externo) quanto pela própria Administração Pública (controle interno). 
 
Como exemplo, podemos citar: 
 
Ato administrativo expedido pelo Poder Legislativo poderá ser anulado tanto pelo próprio 
Poder Legislativo (Administração Pública) quanto pelo Poder Judiciário. 
 
A invalidação por via judicial dependerá, sempre, de provocação do interessado. Já a via 
administrativa poderá resultar do Poder de Autotutela do Estado, que deve extingui-lo, 
muito embora proveniente da manifestação de vontade de um de seus agentes, contenha 
vício de legalidade. 
 
c) Efeitos da Anulação: 
 
Uma vez que o ato administrativo ofende a lei, é lógico afirmarmos que a invalidação opera 
efeitos ex-tunc, retroagindo à origem do ato, ou seja, fulmina o que já ocorreu, no sentido 
de que se negam hoje os efeitos de ontem. 
 
 
 
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REVOGAÇÃO 
 
a) Definição: 
 
Ocorre no momento em que um ato válido, legítimo e perfeito torna-se inconveniente e 
inoportuno ao interesse público. O ato não possuía qualquer vício de formação, porém, 
não atende mais aos pressupostos de conveniência e oportunidade. 
 
É importante ressaltarmos que o conceito de revogação guarda estreita relação com o de 
ato discricionário, visto ser o Poder Discricionário da Administração o fundamento de tal 
instituto. 
 
Além disso, os atos vinculados são classificados, pelos grandes autores, como atos 
irrevogáveis, visto que neles a lei não deixou opção ao administrador, no que tange à 
valoração da conveniência e da oportunidade. 
 
Sendo assim, concluímos que a revogação decorre do controle de mérito dos atos 
administrativos. 
 
b) Quem pode REVOGAR ato administrativo? 
 
Por depender de uma avaliação quanto ao momento em que o ato tornou-se inoportuno e 
inconveniente, a revogação caberá à autoridade administrativa no exercício de suas 
funções. Seria inadmissível imaginar que o Poder Judiciário pudesse revogar ato 
administrativo, pois tal competência depende da experiência/ vivência do administrador 
público que decidirá quanto à oportunidade e conveniência da prática do ato. 
 
Porém, é importante reforçarmos que, atipicamente, o Poder Judiciário também emite 
atos administrativos (quando exerce a função administrativa). 
 
Nesse caso, caberá ao Poder Judiciário revogar os seus próprios atos administrativos. 
 
Como exemplo, podemos citar: 
 
Ato administrativo expedido pelo Poder Legislativo poderá ser revogado, apenas, pelo 
próprio Poder Legislativo. 
 
c) Efeitos da Revogação: 
 
A revogação opera efeitos ex-nunc (proativos), ou seja, a partir de sua vigência. O ato de 
revogação não retroagirá os seus efeitos, pois o ato revogado era perfeitamente válido, até 
o momento em que se tornou inoportuno e inconveniente à Administração Pública. 
 
d) Atos Irrevogáveis 
 
 
 
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O Poder Discricionário dado à Administração Pública de revogar seus atos administrativos, 
por questões lógicas não é ilimitado. Alguns atos são insuscetíveis de revogação, ou seja, 
são atos ditos irrevogáveis. 
Assim temos: 
 
 Os atos consumados, que já exauriram seus efeitos; 
 
 Os atos vinculados, pois nesse o administrador não tem escolha na prática do ato; 
 
 Os atos que geram direitos adquiridos os atos que integram um procedimento 
administrativo; 
 
 Os atos administrativos declaratórios ou enunciativos (certidões, pareceres, atestados) 
CASSAÇÃO 
 
Na verdade a cassação e a anulação de um ato administrativo possuem efeitos bem 
semelhantes. A diferença básica é que na anulação o defeito no ato ocorreu em sua 
formação, ou seja, na origem do ato, em um de seus requisitos de validade; já na cassação, 
o vício ocorre na execução do ato. 
 
Trata-se da extinção do ato porque o destinatário descumpriu condições que deveriam 
permanecer atendidas a fim de poder continuar desfrutando da situação jurídica. 
 
Como exemplo, temos a cassação de uma licença, concedida pelo Poder Público, sob 
Determinadas condições, devido ao descumprimento de tais condições pelo particular 
beneficiário de tal ato. É importante observarmos que a cassação possui caráter punitivo 
(decorre do descumprimento de um ato). 
 
CADUCIDADE 
 
A caducidade origina-se com uma legislação superveniente que acarreta a perda de efeitos 
jurídicos da antiga norma que respaldava a prática daquele ato. 
 
A retirada funda-se no advento de nova legislação que impede a permanência da situação 
anteriormente consentida. 
 
Ocorre, por exemplo, quando há retirada de permissão de uso de um bem público, 
decorrente de uma nova lei editada que proíbe tal uso privativo por particulares. Assim, 
podemos afirmar que tal permissão caducou. 
 
CONTRAPOSIÇÃO 
 
Também chamada por alguns autores de derrubada. Quando um ato deixa de ser válido em 
virtude da emissão de outro ato que gerou efeitos opostos ao seu, dizemos que ocorreu a 
 
 
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contraposição. São atos que possuem efeitos contrapostos e por isso não podem existir ao 
mesmo tempo. 
 
CUMPRIMENTO (EXAURIMENTO) DE SEUS EFEITOS 
 
Ocorre quando o ato administrativo alcança os efeitos almejados. 
 
Como exemplo, podemos citar o ato que libera o servidor para gozar férias, isto é, partir do 
momento que referido servidor goza suas férias, o ato é extinto, visto que cumpriu seus 
efeitos. 
 
RENÚNCIA 
 
Ocorre quando o beneficiário do ato renuncia os seus efeitos. 
 
CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
Ocorre a convalidação de um ato administrativo, quando a Administração Públicatorna 
válido um ato administrativo que possua um vício sanável e seu efeito é retrospectivo (ex 
tunc). 
 
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 
 
ASPECTOS GERAIS 
 
Diversamente dos poderes do Estado, que são estruturais e orgânicos, os poderes da 
Administração são instrumentais. 
 
Constituem instrumentos conferidos à Administração pelo ordenamento jurídico, para que 
possa atingir sua finalidade única, qual seja o interesse público. 
 
Os poderes da Administração são prerrogativas decorrentes do Princípio da Supremacia do 
interesse público sobre o interesse particular. 
 
Sempre que o administrador, quando da utilização desses instrumentos, exceder os limites 
de suas atribuições ou se desviar das finalidades administrativas, incorrerá em abuso de 
poder e será responsabilizado. 
 
O abuso de poder divide-se em duas espécies: excesso de poder e desvio de finalidade. 
 
 
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RENÚNCIA 
 
Esses poderes são atribuídos à Administração Pública para que ela os exerça em benefício 
do interesse público, o que os torna irrenunciáveis. 
 
Desta forma, a Administração, quando for necessária a utilização desses poderes, deverá 
fazê-lo, sob pena de ser responsabilizada. 
 
O exercício é obrigatório, indeclinável, pois, em se tratando de Administração Pública, não 
há propriamente faculdade de agir, mas verdadeiro dever de atuação. 
 
ESPÉCIES DE PODERES DA ADMINISTRAÇÃO 
 
 
PODER DISCIPLINAR 
 
Poder disciplinar é o poder conferido à Administração que lhe permite impor penalidades 
aos seus agentes em razão da prática de infrações funcionais. Somente poderão ser 
aplicadas sanções e penalidades de caráter administrativo, expressamente previstas em lei, 
a exemplo de advertências, suspensão, demissão etc. 
 
PODER HIERÁRQUICO 
 
Poder hierárquico é o poder conferido à Administração para organizar a sua estrutura, 
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, bem como ordenar e rever a atuação dos 
seus agentes, estabelecendo uma relação de hierarquia e subordinação entre eles. O Poder 
Hierárquico assume importante papel na Administração, sob dois enfoques, conforme se vê 
a seguir: 
 
a) Internamente: possibilita ao agente, desde que ingressa na Administração, saber quem 
deve cumprir ordens e quais ordens devem ser cumpridas, otimizando funções e 
compondo de maneira satisfatória os quadros do Poder Público. 
 
b) Externamente: desdobra-se para que se possa apreciar a validade do ato publicado, 
concluir se deverá ou não ser cumprido e saber contra quem se ingressará com remédios 
judiciais, caso haja a ofensa de direitos legais e constitucionalmente protegidos. 
 
 
 
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PODER REGULAMENTAR 
 
O poder regulamentar é atribuído privativamente aos Chefes do Poder Executivo para 
editar decretos de execução ao fiel cumprimento à lei (inc. IV art. 84 Constituição Federal). 
Em regra, não tem cabimento, assim, a existência de decreto autônomo para disciplinar 
matéria não prevista em lei, em conformidade com o entendimento majoritário. 
Excepcionalmente, pode haver decreto autônomo dispondo sobre organização e 
funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem 
criação ou extinção de órgãos públicos, bem como sobre extinção de funções ou cargos 
públicos, quando vagos (inc. VI art. 84 Constituição Federal). 
Os decretos autônomos diferem-se dos decretos de execução, pois estes visam garantir a 
fiel execução de lei ou de ato normativo já editados. Regulamento é o ato administrativo 
geral e normativo expedido privativamente pelo Chefe do Executivo (federal, estadual ou 
municipal), por meio de decreto, com o fim de explicar o modo e forma de execução da lei 
(regulamento de execução) ou prover situações não disciplinadas em lei (regulamento 
autônomo ou independente). 
 
PODER VINCULADO 
 
Poder vinculado é aquele em que o administrador se encontra inteiramente preso ao 
enunciado da lei que estabelece previamente um único comportamento possível a ser 
adotado em situações concretas, não existindo um espaço para juízo de conveniência e 
oportunidade. Há ausência de juízo de valores, pois a lei estabelece um único 
comportamento. 
 
Exemplo: 
 
Aposentadoria por atingir o limite máximo de idade. Quando o servidor completar 70 anos, 
o administrador tem que aposentá-lo, pois a lei prevê esse único comportamento. 
 
PODER DISCRICIONÁRIO 
 
Poder discricionário é aquele em que o administrador se encontra preso (não inteiramente) 
ao enunciado da lei que não estabelece previamente um único comportamento possível a 
ser adotado em situações concretas, existindo um espaço para juízo de conveniência e 
oportunidade. Há, portanto, um juízo de valores. 
Exemplo: 
 
Pedido de porte de arma junto à Administração. O administrador poderá conceder ou não 
dependendo da situação em concreto. A diferença entre o poder vinculado e o poder 
 
 
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discricionário reside no grau de liberdade legalmente conferido ao administrador.Tanto o 
ato vinculado quanto o ato discricionário só poderão ser apreciados pelo Judiciário no 
tocante à sua legalidade. 
 
USO E ABUSO DE PODER 
 
O uso (normal) de poder é a utilização adequada à lei, pelos agentes públicos, das 
prerrogativas (vantagens ou privilégios em razão da função) que lhe são dadas pelo 
ordenamento jurídico. 
 
Já o abuso de poder surge quando essas prerrogativas são empregadas em desacordo com 
a lei, fora dos limites de competência do agente ou com desvio da finalidade a ser atingida, 
de interesse público. A cada uma dessas duas hipóteses corresponde um tipo de abuso de 
poder: 
 
Excesso de Poder: Ocorre quando o agente, “embora competente para praticar o ato, vai 
além do permitido e exorbita no uso de suas faculdades administrativas. Excede, portanto, 
a sua competência legal e, com isso, invalida o ato”. 
 
Desvio de Poder (ou desvio de finalidade): Surge nas situações em que o agente pratica o 
ato visando a um fim diferente daquele previsto na lei. 
 
O exemplo clássico de abuso de poder é a desapropriação que, apesar de feita em nome do 
interesse público, na verdade, tem sido imposta para prejudicar um inimigo ou mesmo para 
beneficiar a própria autoridade expropriante. 
 
 
 
Agentes Públicos 
 
Tal expressão abrange todas as pessoas que se encontram dentro da Administração, 
podendo citar, como exemplo, desde os parlamentares e magistrados, verdadeiros agentes 
políticos; os servidores da Administração, assim considerados os agentes administrativos; 
até os jurados, mesários na eleição, denominados agentes honoríficos, entre outros. 
 
a) Os agentes políticos: são os componentes do Governo em seus primeiros escalões, 
desempenhando funções estabelecidas na Constituição e em Leis Especiais. 
 
São agentes políticos os Chefes do Executivo e seus auxiliares imediatos, os membros do 
Legislativo, do Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas, os Representantes 
Diplomáticos e as demais autoridades que atuem com independência funcional no 
desempenho desuas atribuições. 
 
 
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b) Os agentes administrativos: são aqueles que se incluam ao Poder Público por relações 
profissionais, sujeitos à hierarquia funcional e ao regime jurídico único (Lei 8112/90) ou CLT. 
Tal categoria de agentes públicos é composta por três espécies de agentes: 
 
 Servidor público: é o agente que titulariza um cargo, sob regime estatutário; 
 
 Empregado público: é o agente que titulariza um emprego público, sob regime celetista; 
 
 Servidor temporário: é aquele contratado diante de uma situação de excepcional 
interesse público (artigo 37, inciso IX, da Constituição Federal). 
 
Seguindo tal classificação, faz-se necessário definir as expressões: cargo, emprego e 
função: 
 
 Cargo: É a mais simples unidade de poderes e deveres estatais a serem expressos por 
um agente com vínculo estatutário; 
 
 Emprego público: É o núcleo de encargo de trabalho permanente a ser preenchido por 
agente contratado para desempenhá-lo sob o regime celetista; 
 
 Função Pública: O conceito de função pública é obtido de maneira residual. Trata-se do 
conjunto de atribuições estatais às quais não corresponde um cargo nem um emprego. 
 
c) Servidor Militar: é todo agente público que está sujeito a um regime militar. 
 
d) Particulares em colaboração: 
 
d1)Os agentes honoríficos: são cidadãos convocados, designados ou nomeados, para 
prestar, transitoriamente, serviços ao Estado, sem vínculo empregatício ou estatutário e 
geralmente sem remuneração. 
 
Exemplos: 
 
Mesários, jurados, comissários de menores. Durante o desempenho da “função pública”, 
sujeitam-se à disciplina e hierarquia, podendo receber “pro labore” e contar o período de 
trabalho como serviço público. 
 
d2) Os agentes delegados: são particulares que recebem a incumbência da realização de 
determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em nome próprio, por sua 
conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob a permanente fiscalização do 
delegante. 
 
São os casos de concessão e permissão, por exemplo. Respondem objetivamente pelo dano 
causado e são considerados “autoridades” para fins de mandado de segurança. 
 
 
 
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d3) Os agentes credenciados: são os que recebem a incumbência da Administração para 
representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante 
remuneração do Poder Público credenciante. 
 
d4) Gestor de negócios: Agem nessa qualidade os particulares que assumem uma função 
pública em razão de uma situação excepcional. 
 
 
 
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 
 
Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, das autarquias e 
das fundações públicas federais. 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono 
a seguinte Lei: 
 
TÍTULO I 
 
CAPÍTULO ÚNICO 
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES 
 
 
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das 
autarquias, inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais. 
 
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmente investida em cargo 
público. 
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na 
estrutura organizacional que devem ser cometidas a um servidor. 
 
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os brasileiros, são criados por lei, 
com denominação própria e vencimento pago pelos cofres públicos, para provimento em 
caráter efetivo ou em comissão. 
 
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei. 
 
TÍTULO II 
DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO 
 
CAPÍTULO I 
DO PROVIMENTO 
SEÇÃO I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público: 
 
 
 
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I - a nacionalidade brasileira; 
II - o gozo dos direitos políticos; 
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; 
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; 
V - a idade mínima de dezoito anos; 
VI - aptidão física e mental. 
 
§ 1º - As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos 
estabelecidos em lei. 
 
§ 2º - Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em 
concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a 
deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por 
cento) das vagas oferecidas no concurso. 
§ 3º - As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão 
prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as 
normas e os procedimentos desta Lei. 
 
Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade competente 
de cada Poder. 
 
Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse. 
 
Art. 8º São formas de provimento de cargo público: 
 
I - nomeação; 
II - promoção; 
V - readaptação; 
VI - reversão; 
VII - aproveitamento; 
VIII - reintegração; 
IX - recondução. 
 
SEÇÃO II 
DA NOMEAÇÃO 
 
Art. 9º A nomeação far-se-á: 
 
I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de 
carreira; 
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. 
 
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial 
poderá ser nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem 
prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela 
remuneração de um deles durante o período da interinidade. 
 
 
 
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Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado de provimento efetivo 
depende de prévia habilitação em concurso público de provas ou de provas e títulos, 
obedecidos a ordem de classificação e o prazo de sua validade. 
 
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o desenvolvimento do servidor na 
carreira, mediante promoção, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema 
de carreira na Administração Pública Federal e seus regulamentos. 
 
SEÇÃO III 
DO CONCURSO PÚBLICO 
 
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas 
etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, 
condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando 
indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente 
previstas. 
 
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos, podendo ser prorrogado 
uma única vez, por igual período. 
 
§ 1º - O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em 
edital, que será publicado no Diário Oficialda União e em jornal diário de grande 
circulação. 
 
§ 2º - Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso 
anterior com prazo de validade não expirado. 
 
SEÇÃO IV 
DA POSSE E DO EXERCÍCIO 
 
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no qual deverão constar as 
atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que 
não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados os atos de 
ofício previstos em lei. 
§ 1º - A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da publicação do ato de 
provimento. 
 
§ 2º - Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento, 
em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, 
IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo será contado do 
término do impedimento. 
 
§ 3º - A posse poderá dar-se mediante procuração específica. 
 
§ 4º - Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação. 
 
 
 
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§ 5º - No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que 
constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, 
emprego ou função pública. 
 
§ 6º - Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo 
previsto no § 1o deste artigo. 
 
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial. 
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for julgado apto física e 
mentalmente para o exercício do cargo. 
 
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função 
de confiança. 
 
§ 1º - É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em cargo público entrar em 
exercício, contados da data da posse. 
 
§ 2º - O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua 
designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos neste 
artigo, observado o disposto no art. 18. 
§ 3º - À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for nomeado ou 
designado o servidor compete dar-lhe exercício. 
 
§ 4º - O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do 
ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer 
outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do 
impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação. 
 
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do exercício serão registrados no 
assentamento individual do servidor. 
 
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao órgão competente os 
elementos necessários ao seu assentamento individual. 
 
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo 
posicionamento na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor. 
 
Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido 
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no 
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a 
retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo 
necessário para o deslocamento para a nova sede. 
 
§ 1º - Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo a 
que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento. 
 
§ 2º - É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput. 
 
 
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Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições 
pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de 
quarenta horas e observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, 
respectivamente. 
 
§ 1º - O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança submete-se a regime de 
integral dedicação ao serviço, observado o disposto no art. 120, podendo ser convocado 
sempre que houver interesse da Administração. 
 
§ 2º - O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho estabelecida em leis 
especiais. 
 
Art. 20. Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo 
ficará sujeito a estágio probatório por período de 24 (vinte e quatro) meses, durante o qual 
a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, 
observados os seguinte fatores: 
 
I - assiduidade; 
II - disciplina; 
III - capacidade de iniciativa; 
IV - produtividade; 
V- responsabilidade. 
 
§ 1º - 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à 
homologação da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada 
por comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o 
regulamento da respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração 
dos fatores enumerados nos incisos I a V do caput deste artigo. 
 
§ 2º - O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, 
reconduzido ao cargo anteriormente ocupado, observado o disposto no parágrafo único do 
art. 29. 
§ 3º - O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento 
em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento no órgão ou entidade de 
lotação, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de 
Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento 
Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou equivalentes. 
 
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas as licenças e os 
afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para 
participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na 
Administração Pública Federal. 
 
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos 
nos arts. 83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de 
formação, e será retomado a partir do término do impedimento. 
 
 
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SEÇÃO V 
DA ESTABILIDADE 
 
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empossado em cargo de provimento 
efetivo adquirirá estabilidade no serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo 
exercício. (prazo 3 anos - vide EMC nº 19) 
 
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada 
em julgado ou de processo administrativo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla 
defesa. 
 
SEÇÃO VI 
DA TRANSFERÊNCIA 
 
 Art. 23. (Revogado pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
 
SEÇÃO VII 
DA READAPTAÇÃO 
 
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e 
responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física 
ou mental verificada em inspeção médica. 
 
§ 1º - Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando será aposentado.

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