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9. FUNDAMENTOS CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS DE SEMENTES FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DAS SEMENTES O desenvolvimento e a maturação das sementes são aspectos importantes a serem considerados na tecnologia de produção de grãos e sementes, pois entre os fatores que determinam a qualidade das sementes estão as condições ambientes predominantes na fase de florescimento e frutificação da planta e a colheita na época adequada. A semente tem origem a partir da fecundação da flor, o órgão reprodutivo feminino. Estruturalmente, caso seja hermafrodita, a flor possuirá o órgão masculino que é o estame composto de um filamento e, no final do filamento, as anteras onde são produzidos os grãos de pólen. As estruturas femininas das flores compõem-se de um pistilo divido em estigma, estilete e ovário. No ofário encontram-se, basicamente, os núcleos polares e a oosféra. A fecundação ocorre quando o grão de pólen, liberado com a abertura das anteras, entra em contato com o estigma do pistilo onde germinam, emitindo o tubo polínico pelo canal do estilete até a abertura da micrópila e chega, finalmente, até o óvario. Através do tubo polínico, passam as duas células espermáticas do grão de pólen. Uma delas funde-se ao núcleo da oosfera, formando o zigoto 2n que, em seguida, formará o embrião da semente; a outra célula espermática do gameta masculino funde-se com os núcleos polares e, dessa união, desenvolve-se o endosperma 3n. Os tegumentos que envolvem o ovário darão origem ao tegumento da semente. Após a fecundação, o óvulo sofre uma série de modificações, tanto em suas funções e forma como em sua fisiologia, originando por fim a semente, quando atinge seu maior tamanho e maior peso seco. Nesse ponto de máximas, as sementes atingem também a capacidade máxima germinativa e o vigor. Após atingir o tamanho máximo, no auge de sua maturação, o tamanho começa a reduzir devido à perda de água pelas sementes. Paralelamente, os produtos produzidos pela fotossíntese da planta-mãe são encaminhados para a semente em formação, onde são transformados e aproveitados para a formação das células novas, tecidos e como futuro material de reserva. O que denominamos de “matéria seca” são as proteínas, lipídeos, açúcares e outras substâncias que são acumuladas nas sementes durante o seu desenvolvimento. Logo após a fecundação, o acumulo de matéria seca é progressivo, porém lento, devido as divisões celulares predominam, ou seja, está ocorrendo um aumento expressivo no número de células. Em seguida, verifica-se um aumento contínuo e rápido da matéria seca acompanhado de uma aumento na germinação e no vigor, até atingir o máximo da sua qualidade fisiológica. Nesse ponto, a semente não recebe mais nutrientes da planta-mãe, cessando a conexão planta-semente e é esse o ponto mais seguro indicativo de que as sementes atingiram a sua maturidade fisiológica (máximo conteúdo de reserva e alto teor de água). A planta aciona então mecanismos para promover a rápida redução de água na semente. É nessa fase que as plantas começam a amarelar, iniciando o processo de secagem no campo. Esta seagem natural é uma estrategia de sobrevivência, pois a redução do teor de água na semente reduzirá as atividades metabólicas e impedirá que a semente germine ainda ligada à planta, preservando sua qualidade fisiológica. O reconhecimento da maturidade fisiológica da semente é importante, pois caracteriza o momento em que a semente passa a sofrer as influências do ambiente podendo comprometer a qualidade, indicando assim que esse é momento adequado para a colheita. COMPOSIÇÃO QUÍMICA DAS SEMENTES A semente apresenta constituintes químicos e outras substâncias que serão utilizaddas para dar suporte ao crescimento inicial da plântula. Essas substâncias são, principalmente, os carboidratos, proteínas e lipídeos. Outras substâncias, embora não apresentem a mesma função de reserva, são encontradas nas sementes e estão envolvidas no crescimento e controle do metabolismo (fitina, giberelinas, citocininas, inibidores, fenóis, vitaminas, etc). A composição química da semente dependerá de fatores genéticos, variando de diferentes espécies e entre cultivares da mesma espécie. Condições ambientais prevalentes durante a formação da semente podem afetar diretamente sua composição química. Amido: O amido é armazenado nas sementes em forma de amilose e amilopectina. A sacarose chega nas células do endosperma e é interiorizada nos amiloplastos onde ocorre a conversão de sacarose para amido. Tanto a síntese como a degradação do amido são controladas por enzimas específicas. Proteínas: As proteínas são formadas por polímeros de aminoácidos unidos por ligações peptídicas. Os aminoácidos são compostos nitrogenados que dependem da assimilação de N feito pela planta mãe para serem formados. Na semente, as proteínas tem a função fundamental de prover N para o embrião e para a plântula em desenvolvimento. As proteínas de reserva correspondem à aproximadamente 80% do total de protéinas da semente, tem uma composição de aa não comum ricas em amidas, estão localizadas em corpos protéicos no interior da semente e são sintetizadas nos tecidos da semente (de forma específica; nenhum outro tecido da planta possui proteínas de reservas). Lipídeos: Do ponto de vista da reserva, os lipídeos mais importantes são os triglicerídeos, os quais são líquidos em temperaturas superiores à 20°C. São encontrados nas sementes também fosfolipídeos (principalmente ligado as membranas), glicolipídeos e esteróis. Cada espécie possui uma composição diferente de ácidos graxos na porção lipídica de sua semente. Para a síntese de lipídeos, o carbono chega na semente em forma de sacarose. Essa é hidrolizada, pproduzindo glicose e frutose, que são convertidas em exoses e trioses fosfato e esses produtos são utilizados na síntese de ácidos graxos. Os lipídeos de reserva são armazenados em corpos oleaginosos. SECAGEM DE SEMENTES Introdução As sementes provenientes do campo apresentam, em geral, teor de água inadequado para um armazenamento seguro.. O elevado teor de água das sementes, no período entre a colheita e a secagem, contribui para acelerar o processo deteriorativo em razão da elevada atividade metabólica. Para espécies ortodoxas, a semente com teor de água de 13%, para amiláceas, e de 11 a 12% para oleaginosas, pode ser armazenada por um período de 8 meses, sem grandes prejuízos à sua qualidade fisiológica. Algumas vantagens de se colher as sementes com umidade alta e se proceder a secagem são: a) possibilidade de planejar a colheita; b) possibilidade de colher mais horas por dia e mais dias por safra; c) menor perda de sementes por deiscência. Equilíbrio higroscópico A semente é higroscópica, ou seja, ganha ou perde água num processo dinâmico, em função da umidade relativa do ar (UR). Assim, para cada UR e a uma determinada temperatura, a semente terá um teor de água denominado de equilíbrio higroscópico (EH). Entretanto, a relação entre UR e a umidade das sementes não é linear, apresentando-se como uma curva sigmóide, a uma dada temperatura. Além da UR, os pricipais fatores que influem no equilíbrio higroscópico das sementes são: 1) os constituintes químicos, onde as sementes amiláceas apresentam maior teor de água que as sementes oleaginosas; 2) a temperatura ambiental – quanto mais alta a temperatura, menor será o teor de água e 3) a integridade física da semente também afeta o EH, visto que as sementes danificadas atingem teores de água de equilíbrio mais elevados do que sementes íntegras. Propriedades do Ar O ar é constituído de vários gases,principalmente nitrogênio, oxigênio e de vapor d’água, sendo que esse último possui acentuado efeito no processo de secagem. As propriedade físicas do ar podem ser determinadas por vários métodos, mas a mais simples e precisa é a carta psicrométrica. As propriedades físicas do ar mais utilizadas são: a) Temperatura do Bulbo Seco (TBS) – é a temperatur aindicada por um termômetro normal, expressa em °C; b) Temperatura do Bulbo Úmido (TBU) – é a temperatura obtida por um termometro normal, com o bulbo revestido com uma gaze úmida, a qual está em contato com uma corrente de ar que proporcionará a vaporização da água e que, dependendo da sua intensidade, baixará a temperatura; c) Ponto de Orvalho (PO) - é a temperatura do ar quando a UR é 100%; d) Umidade Relativa (UR) – é expressa a quantidade de água existente no ar em relação à quantidade máxima que esse ar poderia conter a uma determinada temperatura; e) Entalpia (E) – é a função termodinâmica que expressa a energia total associada à umidade de massa de ar seco. O equipamento que permite a determinação de outras propriedades físicas do ar é o psicrômetro de bulbo úmido e bulbo seco. Processo de Secagem O vapor d’água presente na semente tende a ocupar todos os espações intercelulares disponíveis, gerando pressões em todas as direções,, inclusive na interfaze entre a semente e o ar, denominada pressão parcial de vapor d’água na superfície da semente. Por sua vez, a água presente no ar sob a forma de vapor também exerce uma pressão parcial designada pressão parcial de vapor d’água no ar. O processo de secagem envolve a retirada parcial de água da semente através da transferência simultânia de calor do ar para a semente de água e de água da semente para o ar. Mediante fornecimento forçado de ar aquecido, compreende-se dois processos simultâneos: a) a transferência (evaporação) da água superficial da semente para o ar circundante, que ocorre motivado pelo gradiente de pressão parcial de vapor entre a superfície da semente e o ar de secagem, e b), movimento de água do interior para a superfície da semente, em virtude de gradiente hídrico e térmico entre essas duas regiões. Uma teoria aceita para explicar o transporte de água do interior para a superfície da semente durante a secagem é um processo de difusão resultante de gradientes internos de temperatura e teor de água na semente. Em relação às propriedades físicas do ar, pode descrever o processo de secagem, sob condições externas constantes, da seguinte maneira: A temperatura ambiental, a temperatura do bulbo seco, a entalpia e a UR são a condição inicial de secagem. O ar é aquecido por uma fonte de calor elevando a TBS, mantendo a razão de mistura constante e, consequentemente, diminuindo a UR e aumentando a Entalpia. A seguir, o ar, insuflado ou succionado por um ventilador, passa pela massa de sementes, cedendo calor e absorverndo água, ocasionando uma diminuição na temperatura do ar e elevando a UR, mantendo a entalpia constante. O resultado será a retirada de uma quantidade de água por kg de ar da massa de sementes. BENEFICIAMENTO DE SEMENTES O beneficiamento é um dos passoa a serem seguidos para obtenção de sementes de alta qualidade numa empresa de sementes. A máxima qualidade de um lote de sementes é função direta das condições de produção no campo. Entretanto, a semente, depois de colhida, contém materiais indesejáveis que devem ser removidos a fim de facilitar a semeadura, a secagem e o armazenamento, além de evitar que seja levadas sementes de plantas invasoras para outras áreas. O beneficiamente consiste em todas as operações a que a semente é submetida, desde a sua recepção na unidade de beneficiamento de sementes até a embalagem e distribuição. As fases de secagem e armazenamento são consideradas a parte. As primeiras etapas do processo de beneficiamente são a recepção e a amostragem. Ao receber as sementes, a unidade de beneficiamente (UB) identifica e individualiza os lotes de sementes recebidos, pois cada lote tem seu histórico de cultivo individual, produtor, procedência, data, etc. Porteriormente é realizada a amostragem onde obtém—se uma pequena fração de sementes que irá representar o lote nos teste de avaliação de qualidade, determinação de umidade, pureza e viabilidade. As amostras são coletadas e as análises devem seguir as Regras Brasileiras de Análise de Sementes (RAS). Algumas sementes precisamde operações especiais como é o caso das sementes palhentas milho em espiga, algodão, amendoim, etc... e, nesses casos, são utilizados equipamentos específicos. Em seguida, as sementes são submetidas à uma limpeza para a retirada de materiais indesejáveis como sementes de plantas daninhas e materiais inertes. Para a limpeza das sementes considera-se as propriedades físicas para a separação: largura, espessura, comprimento, peso específico, textura, cor, condutividade elétrica e afinidade por líquidos. A separação por largura é feita com peneiras de furos redondos e para separação por espessura usam-se furos oblongos. Para separar por peso usa-se ventiladores que forlam ar através das sementes. A separação por densidade é importante, pois sementes de baixa densidade apresentam baixa viabilidade, e é feita através de líquidos ou na mesa de gravidade. Sementes como o trigo e o arroz passam pela seleção em comprimento. A separação por forma é utilizada para separar as sementes partidas, defeituosas e atacadas. Já a separação por cor é comum em sementes como feijão e arroz. Posterior à limpeza, as sementes são separadas em classes de acoordo com a propriedade física que mais se pronuncia, seja ela largura e comprimento (milho) ou espessura (soja). Por último, há situações em que é aconselhável proteger a semente de ataque de insetos e microrganismos. Essa etapa, de tratamento de sementes, consiste na aplicação de inseticida e fungicida na semente. O tratamento também é feito para ajudar as sementes em condições adversas de umidade e temperatura do solo na época da semeadura. Pode haver ainda tratamento com reguladores vegetais. ARMAZENAMENTO DE SEMENTES Introdução As sementes devem ser armazenadas desde sua colheita até a época de semadura na temporada seguinte. O ponto de maturação fisiológica das sementes, pouco antes da colheita, deve ser considerado como o início do processo de armazenamento. No ponto da maturação fisiológica, as sementes apresentam altíssimo teor de água e ficam “armazenadas” no campo até que seu teor de água reduza significantemente, permitindo a colheita. O maior desafio no armazenamento de sementes é que as sementes, organismos vivos e frágeis, deverão apresentar uma porcentagem de germinação de no mínimo 80% após serem mecanicamente colhidas, beneficiadas, manuseadas e armazenadas de uma temporada de produção à outra. Assim, o objetivo principal do armazenamento é manter a qualidade desde que estas atingem seu ponto de maturação fisiológica até serem semeadas novamente, considerando que essa qualidade não poderá ser melhorada e apenas conservada. Longevidade e Potencial de Armazenamento das Sementes A longevidade é o tempo de vida da semente na qual esta mantem-se viável. Se não forem armazenadas em condições favoráveis, perdem sua viabilidade. A longevidade é uma característica geneticamente determinada, variando de espécie por espécie e entre variedades da mesma espécie. A maioria das espécies consideradas de vida longa pertencem á família das leguminosas, que se caracterizam por apresentarem tegumento duro e impermeável. Alguns cereais como a aveia e a cevada são considerados de vida longa,enquanto o centeio é de vida curta. Já o milho é considerado intermediário. O potencial de armazenamento das sementes varia consideravelmente entre espécies em condições favoráveis idênticas de armazenamento. Esse potencial está determinado pelo período de tempo em que uma certa proporção de sementes morrem, ou inversamente, permanecem viva. Em um lote de sementes, nem todas morrem ao mesmo tempo, já que, por ser uma característica individual, o potencial de armazenamento afeta a porcentagem de viabilidade do lote de sementes. Para efeitos práticos, no armazenamento comercial, é suficiente conhecer o potencial de armazenamento da espécie em questão – vida longa, intermediária ou curta. A composição química da semmente também está intimamente relacionada com seu potencial de armazenamento. Sementes oleaginosas deterioram-se mais rapidamente do que as amiláceas. Não há evidências de que semntes com alta concentração de proteínas armazenem melhor, porém há uma tendência de sementes com alto conteúdo de lipídeos serem de vida curta. O baixo conteúdo de açúcar também está relacionado com sementes de vida curta. Sementes ortodoxas e recalcitrantes Sementes ortodoxas são aquelas que alcançaram sua maturidade fisiológica na planta- mãe com conteúdos de água relativamente baixos; podem ser secadas artificialmente até baixos teores de água, sem sofrer dano. Podem ser, portanto, armazenadas por períodos longos, especialmente quando a temperatura é baixa. Condições de armazenamento com baixo teor de água e temperatura de -18°C podem manter viáveis sementes por períodos de até um século ou mais. Quando secas, essas sementes podem resistir às adversidades do ambiente e, embora dormentes, quando fornecidas as condições para a germinação, reassumirão sua atividade metabólica total. Sementes reclacitrantes são aquelas que perdem rapidamente sua viabilidade se são secadas abaixo de um teor de água relativamente alto. Essas sementes não podem ser secadas por métodos trandicionais. Entre essas espécies encontram-se o café, cacau e a seringueira. Esse tipo de semente é um problema no armazenamento, sendo esse fenômeno pouco entendido. As sementes recalcitrantes são colhidas com altos teores de água e são altamente suscetíveis a danos pela secagem e pelo resfriamento a temperaturas muito baixas. Quando armazenadas em temperatura ambiente, e em estágio de completa embebição, sofrem contaminação microbiana. Contudo, quando a semente é tratada, seu período de iabilidade permanece curto, variando de poucas semanas a poucos meses. Até agora não há nenhum método exitoso para o armazenamento a longo prazo de sementes recalcitrantes. Deterioração de Sementes A deterioração das sementes é definida como uma série de processos que envolvem transformações degenerativas que, eventualmente, causam a morta da semente. Essas transformações são progressivas e estão determinadas por fatores genéticos, ambientais, procedimentos de colheita, beneficiamento, secagem e armazenamento. É um processo inevitável e irreversível e varia entre espécies, variedades e sementes individuais num mesmo lote. São muitas as alterações à nível celular que ocorrem durante a deterioração, contudo ainda é difícil determinais quais são mais considerativas e quais são as causa e efeitos da deterioração. A deterioração é resultado do esgotamento das reservas alimentícias, alteração da composição química, alterações de membrana e alteração genética e de nucleotídeos: Esgotamento das Reservas: Algumas sementes deterioradas são encontradas ainda com reserva suficiente. Ou seja, reserva a semente possui. Então, acredita-se que o problema poderia estar relacionado com a mobilização dessas reservas. Todo o processo de mobilização do material armazenado no endosperma a sr utilizado pela semente como fonte de energia é controlado pela ação enzimática. Fatores ambientais como a temperatura, O2 e CO2 e fatores genéticos de transcrição enzimática influênciam diretamente a mobilização de reservas. Alteração da Composição Química: A oxidação dos lipídeos, com aumento dos ácidos graxos, a redução da solubilidade, digestibilidade e quebra parcial de proteínas são alguns exemplos das mudanças na composição química das sementes durante a deterioração. A degradação lipídico é a mais efetiva na deterioração devido ao acumulo de radicais livres. Sementes deteorioradas apresentam baixos níveis de tocoferóis que são compostos anti- oxidantes que capturam radicais livres. Alteração nas Membranas Celulares: A perda de integridade, desorganização e o aumento da permeabilidade das membranas estão diretamente relacionadas à deterioração. Sementes com membrana sem integridade estrutural perdem muitos açúcares e aminoácidos durante o processo de embebição. A consequência disso é a perda de substraatos que seriam utilizados como fonte de energia para o desenvolvimento do embrião e a desestabilização das condições intracelulares. Alteração Genética e de Nucleotídeos: Mutações causadas por aberrações cromossômicas tem sido encontradas em sementes envelhecidas ou armazenadas durante períodos muito longos. A taxa de mutação aumenta também com a idade das sementes. Essas mutações podem provocar deficiências funcionais no metabolismo das sementes. Como consequência da deterioração, espera-se a redução da síntese de nucleotídeos, especialmente o ATP. Fatores que Afetam a Conservação das Sementes (pag 378) 1) Fatores Genéticos A longevidade ou potencial de armazenamento de uma semente é uma peculiaridade de cada espécie/variedade. Sabe-se que o genótico está correlacionado com o vigor e longevidade das sementes. 2) Estrutura da Semente Em algumas gramíneas, as sementes armazenadas com glumas (lema e pálea) se comportam melhor durante o armazenamento. As glumas produzem metabólitos secundários que possuem efeito inibidor do desenvolvimento de fungos que reduzem a viabilidade de sementes. A forma, o tamanho e a localização das estruturas essenciais dentro da semente estão relacionadas com a suscetibilidade a danos mecânicos. Por exemplo, sementes redondas são menos suscetíveis a danos mecânicos. Sementes de baixo peso específico perdem sua viabilidade mais rapidamente durante o armazenamento comparado com os demais indivíduos de peso molecular normal do lote. Outro aspecto estrutural refere-se à espessura e flexibilidade do tegumento ou casca da semente. Sementes com tegumento fino são mais suscetíveis as ataque de patógenos e danos nas membranas. 3) Fatores de pré e pós-colheita Esses fatores determinam o nível de qualidade inicial da semente e também são conhecidos como o “histórico” da semente. Dependendo desse histórico, as sementes resistirão melhor ou pior às condições desfavoráveis durante o armazenamento. Entre esses fatores então: estresses hídrico, salino e nutricional nas condições de produção do campo, danos mecânicos durante a colheita, manuseio e beneficiamento, secagem inadequada, sementes colhidas imaturas, etc. 4) Umidade e Temperatura O fator mais importante que afeta a conservação das sementes é seu teor de água. Alto teor de água (acima de 13%) não é desejável para armazenar sementes em geral. As sementes são higroscópicas, ou seja, trocam umidade com o ambiente que as rodeia, que ocorre em função da umidade relativa do ar. Em todas as condições de armazenamento, o teor de umidade da semente aumentará e diminuirá até alcançar o equilíbrio com a UR do ar. A variação umidade relativa do ar está diretamente relacionada com a variação da temperatura. O armazenamento é recomendado em condições frias (0° e 5°C). Se a umidadeda semente for menor de 14%, mesmo em baixas temperaturas, não haverá formação de cristais de gelo. A respiração de uma massa de sementes também é importante. O processo respiratório que ocorre em nível celular libera energia em forma de calor e água, aumentando ainda mais a umidade da semente e propiciando o desenvolvimento de microrganismos. 5) Danos depois da colheita Danos físicos são todos os tipo de danos causados às sementes por processos mecãnicos de manuseio de equipamentos de colheita, transporte, máquinas de beneficiamento ou na própria semeadeira. No armazenamento, as sementes mecanicamente danificadas não mantém sua viabilidade e vigor devido às quebras, rachaduras do tegumento, amssaduras, dano ao embrião. 6) Idade Fisiológica Durante o armazenamento, com o aumento da idade das sementes, ocorre um envelhecimento natural que também deteriora a semente, continuando até quando as mesmas deixam de ser viáveis. Como visto anteriormente, esse processo não pode ser evitado, apenas retardado com condições adequadas de armazenamento.
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