O MECANICISMO E O PROBLEMA MENTE E CORPO EM DESCARTES. - Cópia

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O MECANICISMO E O PROBLEMA MENTE-CORPO EM
“RENÉ DESCARTES” 
(1596-1650). UDF-DIREITO
Prof. Fábio Liborio
Descartes faz uma reflexão metódica acerca de cada coisa que há no mundo, procurando saber se ela poderia lhe fornecer uma verdade segura através apenas da razão individual e não mais apenas de Deus.
Descartes, Pintura à Óleo De Frans Hals.
Dedicou o prefácio da obra DISCURSO DO MÉTODO, ao Papa de sua época. O erro de Descarte foi dizer que pensa que penas: Penso, logo existo. Mas o que significa existir, e o existir por opinião própria é real? Não. Vamos compreender a trajetória de sua teoria a seguir. Em Psicologia é muito debatido o “erro de Descartes”.
Em minha opinião, depois da celebre frase “Penso, Logo Existo”, eu me impressionei muito com um postulado de Descartes sobre o que chamou de “MORAL PROVISÓRIA”; ademais, a postulação que inferiu, “Dei-me o benefício da dúvida”, foi também muito importante para a racionalidade da Filosofia. Descartes, deste modo afirma assim na terceira parte da obra:
“[...] AFINAL, COMO NÃO É SUFICIENTE, ANTES DE DAR INÍCIO À RECONSTRUÇÃO DA CASA ONDE RESIDIMOS, DEMOLI-LA, OU MUNIR-NOS DE MATERIAIS E CONTRATAR ARQUITETOS, OU HABILITAR-NOS NA ARQUITETURA, NEM, ALÉM DISSO, TERMOS EFETUADO COM ESMERO O SEU PROJETO, É PRECISO TAMBÉM HAVERMOS PROVIDENCIADO OUTRA ONDE POSSAMOS NOS ACOMODAR CONFORTAVELMENTE AO LONGO DO TEMPO EM QUE NELA SE TRABALHA. DA MESMA MANEIRA, PARA NÃO HESITAR EM MINHAS AÇÕES, ENQUANTO A RAZÃO ME OBRIGASSE A FAZÊ-LO, EM MEUS JUÍZOS, E A FIM DE CONTINUAR A VIVER DESDE ENTÃO DE MANEIRA MAIS FELIZ POSSÍVEL, CONCEBI PARA MIM MESMO UMA MORAL PROVISÓRIA, QUE CONSISTIA APENAS EM TRÊS OU QUATRO MÁXIMAS QUE EU QUERO VOS ANUNCIAR [...]”.
Desta maneira, aos poucos no texto da obra, Descartes vai dando pistas do que seria tal moral provisória:
Descartes, Pintura à Óleo De Frans Hals.
“[...] POR FIM, PARA A CONCLUSÃO DESSA MORAL, DECIDI PASSAR EM REVISTA AS DIFERENTES OCUPAÇÕES QUE OS HOMENS EXERCEM NESTA VIDA, PARA PROCURAR ESCOLHER A MELHOR; E, SEM PRETENDER DIZER NADA A RESPEITO DAS DOS OUTROS, ACHEI QUE O MELHOR A FAZER SERIA CONTINUAR NAQUELA MESMA EM QUE ME ENCONTRAVA, OU SEJA, UTILIZAR TODA A MINHA EXISTÊNCIA EM CULTIVAR MINHA RAZÃO, E PROGREDIR O MÁXIMO QUE PUDESSE NO CONHECIMENTO DA VERDADE, DE ACORDO COM O MÉTODO QUE ME DETERMINARA [...]”.
Por estas proposições, Descartes é conhecido por ser o primeiro filósofo racionalista e metódico. Àquilo que fosse falso, ele consideraria falso; àquilo que fosse incerto seria tomado igualmente como falso. Apenas algo realmente seguro poderia passar por seu crivo. Primeiro o sujeito deve fazer um exame inicialmente interno. Em primeiro lugar, Descartes percebeu que as opiniões das pessoas comuns e especialistas eram duvidosas. 
Acreditava que estas não fizeram um processo do pensar interno. Deve-se interrogar a si mesmo, chegando à compreensão de que os nossos sentidos nos enganam. E considerou o ato de duvidar como um ponto de segurança e referência do eu pensante, ara que este sujeito pudesse avançar rumo a verdade depois de uma meditação sobre o problema dado. Por isso Descartes disse:
“EU PENSO, LOGO EXISTO.” 
 O homem já era a partir de agora, com Descartes, conhecido como centro de seu mundo; agora ele mesmo tem um centro, uma razão, uma consciência. A partir do “eu” pensante e que existe, Descartes deduz a existência de Deus; um Deus deduzido como causa necessária para existência do homem que pensa sobre ele e não poderia conceber aquilo que não existe, mesmo que este pensamento fosse precário. Assim, Descarte afirma que Deus existe:
“[...] Afinal, se ainda há homens que não estejam totalmente convencidos da existência de Deus e da alma, com as razões que apresentei, quero que saiba que todas as outras coisas, a respeito das quais se consideram talvez certificados como a de possuírem um corpo, existirem astros e a Terra, e coisas parecidas, são ainda menos certas. Pois, apesar de se ter dessas coisas uma certeza moral, que é de tal ordem que, salvo sendo-se extravagante, parece impossível colocá-la em dúvida [...]”.
Descartes também não exaltou o homem como um ser magnífico somente porque pode pensar e raciocinar, ele, com efeito, afirmou que: “[...] As maiores almas são capazes dos maiores vícios, tanto quanto das maiores virtudes [...]”. O homem deve pensar pois assim como Platão, Descartes afirmou que os sentidos nos enganam. Logo, devemos nos precaver raciocinando bem devagar rumo ao conhecimento da verdade e os passo são estes :
“O primeiro era o de jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal”. (DESCARTES); 
Procedimento analítico, separar as dificuldades. “(...) dividir cada umas das dificuldades que eu examinasse em tantas parcelas quantas possíveis e necessárias fossem melhor para resolvê-las.” (DESCARTES); 
Organizar o pensamento, “subindo” degraus em ordem de dificuldade. “(...) conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de compreender...” (DESCARTES); 
Revisar para ter a certeza de nada omitir. 
Postulamos tal como afirmou o filósofo Ferrater Mora, que o pensamento “a priori” é constituído pela filosofia de Descartes. 
Não há em René Descartes nenhuma doutrina formal do “a priori”, mas a sua noção de ideia inata de seu livro “Meditações Metafísicas” e de “Os Princípios da Filosofia”, aproxima-se da concepção moderna de ideia a priori visar para ter a certeza de nada omitir. 
Logo, existe Deus sim no pensamento cartesiano, pois Descartes retoma a tradição agostiniana que culmina posteriormente em Malebranche. Segundo este, a alma apreende diretamente Deus e o mundo só através de Deus. Daí a fórmula “vemos todas as coisas m Deus”. 
Quando você medita, acha a inteligência de Deus que está em você e o intui dentro de si. O método cartesiano também não exclusivo dele. Esse método foi utilizado por alguns matemáticos e filósofos modernos (Descartes, Hobbes, entre outros).