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1 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. INSERÇÃO DA FISIOTERAPIA NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMILIA ¹ JOUSE DE CARVALHO GONDIM MAGALHÃES ² AURICELIA DE CARVALHO GONDIM E GABRIELA ANICETO DE SOUSA OLIVEIRA DO RÊGO BARROS ³ RESUMO A fisioterapia atuou por muito tempo de forma individual, mas com o próprio avanço da ciência sua história permite ao profissional atuar em todos os níveis de saúde. Os primeiros serviços de reabilitação no Brasil instalaram-se em hospitais gerais e psiquiátricos, entidades beneficentes e programas de reabilitação efetivados pela Previdência Social. A formação acadêmica possibilita ao fisioterapeuta prestar serviços nas áreas de saúde, educação, esporte, empresarial, atuando ainda no campo de pesquisa. Na saúde permite ao profissional atuar em hospitais, clínicas, ambulatórios, consultórios, centro de reabilitação e nas ações básicas de saúde, como a Estratégica de Saúde da Família (ESF). Objetivo: Analisar a atuação do profissional de fisioterapia dentro de Estratégia de Saúde da Família. Foram utilizadas 30 obras onde concluiu que a inserção do fisioterapeuta nas equipes de saúde da família vem adquirindo crescente importância, pois profissional se desvincula da parte só curativa e reabilitadora e passa a atender em todos os níveis de saúde. PALAVRAS-CHAVE: Programa de Saúde da Família, Fisioterapia, Atenção Primária. ABSTRACT The therapy worked for a long time individually, but with the very advance of science history allows the professional to act on all levels of health. The first rehabilitation services in Brazil settled in general and psychiatric hospitals, charities and rehabilitation programs effected by Social Security. 2 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. Academic training enables physical therapists to provide services in health, education, sport, business, still serving in the search field. In health allows the professional to work in hospitals, clinics, dispensaries, clinics, rehabilitation center and the basic health interventions, such as the Family Health Strategy (FHS). Objective: To analyze the performance of professional physical therapy within the Family Health Strategy. 30 works were used where it was concluded that the inclusion of the therapist in family health teams is becoming increasingly important, because professionals are disassociated from the only curative and rehabilitative and shall serve at all levels of health. KEY-WORDS: Family Health Program, Physical Therapy, Primary Care ___________________________________________________________ INTRODUÇÃO Durante a Segunda Guerra Mundial surgem as primeiras escolas de cinesioterapia, para recuperar e reabilitar os sequelados da guerra, que necessitavam readquirir um mínimo de condições para retornar as atividades de vida diária. Com isso a fisioterapia caracteriza como profissão da área de saúde. A fisioterapia atuou por muito tempo de forma individual, ou seja, atendendo pessoas já acometidas de alguma enfermidade, mas os programas para incapacitados físicos só emergiram a partir do movimento internacional de reabilitação, com os trabalhos de massoterapia desempenhados por Mendell e Cyriax, cinesioterapia respiratória realizado por Winifred Linton e trabalhos de fisioterapia neurológica, parceria dos autores Berta Bobath e Karel Bobath. (GAVA, 2004) Pelo próprio avanço da ciência a história da fisioterapia passa por diversas oscilações, sendo fortemente influenciada pelos veteranos de guerra incapacitados, transformando a reabilitação no terceiro nível de atenção à saúde, praticada a partir da instalação de incapacidades por 3 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. deficiência congênita, doenças crônicas, acidentes ou por lesões de origem ocupacionais. Segundo Soares (1991) os primeiros serviços de reabilitação que se instalaram no Brasil foram em hospitais gerais e psiquiátricos, seguidos das entidades beneficentes para os deficientes e dos programas de reabilitação profissional efetivados em alguns institutos da Previdência Social. Em 13 de outubro de 1969, a junta militar que governava o Brasil reconhece a fisioterapia como curso superior onde ficou definida como uma atividade privativa do fisioterapeuta a execução de métodos e técnicas fisioterápicas, com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física do paciente. Em 1975, durante o governo Ernesto Geisel, o Conselho Federal de Fisioterapia (COFFITO) foi criado para legislar e estabelecer o código de ética regularizando a atuação do fisioterapeuta, e, com a função de legalizar e fiscalizar o serviço criou-se o CREFITO, os conselhos regionais. Segundo o COFFITO (1987), a Fisioterapia é uma ciência da saúde que estuda o movimento humano, em todas as suas formas de expressão e potencialidades, quer nas suas alterações patológicas, quer nas suas repercussões psíquicas e orgânicas, visando, preservar, manter, desenvolver e/ou restaurar a integridade de órgãos, sistema ou função. A formação acadêmica possibilita ao fisioterapeuta prestar serviços nas áreas de saúde, educação, esporte, empresarial, atuando ainda no campo de pesquisa. Contudo, a saúde é a área de mercado mais abrangente, pois permite ao profissional atuar em hospitais, clínicas, ambulatórios, consultórios, centro de reabilitação e nas ações básicas de saúde, como a Estratégica de Saúde da Família (ESF). Dentro da abordagem de promoção da saúde, respeitando as diretrizes do SUS, propõe um modelo de assistência integral, que como proclama Costa 4 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. Neto e Menezes (2000), enfatiza a atenção primária e à promoção da saúde familiar. Estabeleceu-se, em 1994, o Programa de Saúde da Família (PSF), que hoje é chamada de Estratégia de Saúde da Família (ESF), como um modelo de atenção a saúde para todo o Brasil, a ser desenvolvido essencialmente pelos municípios. A ESF tem ampliado as suas possibilidades de se tornar uma proposta exitosa, em especial pela capacidade criativa dos municípios, ganhando contornos que ultrapassam o conceito habitual de programa. Assim, apesar de conter diretrizes normativas, com objetivos e operações evidentemente definidos, sua implantação, quando adequada, oferece resultados que extrapolam o nível da atenção primária e a possibilidade de intervenção com estratégias como a promoção de saúde. Deve ser adequada às diversas realidades locais a operacionalização da Estratégica de Saúde Familiar, devendo manter seus princípios e diretrizes fundamentais. (SAMPAIO e LIMA, 2004). A Estratégica de Saúde da Família advém de uma proposta de ação que inclui três esferas do governo. Compete aos três níveis contribuir para a reorientação do modelo de atenção à saúde no Brasil, visando a organização dos sistemas de saúde; avaliação e acompanhamento de seu desempenho e o envolvimento na capacitação e educação permanente dos recursos humanos. Essas três esferas correspondem ao Ministério da Saúde, às Secretarias Estaduais de Saúde e às Secretarias Municipais de Saúde. Compete ao Ministério da Saúde a formulação geral do programa e a sua coordenaçãonacional, revendo as suas diretrizes e renegociando pactos, na medida em que forem acumulando experiências que demonstrem essa necessidade. Deve garantir, também, fontes de recursos federais para o financiamento do programa; regulamentar os mecanismos de cadastramento, inclusão e exclusão das equipes e 5 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. profissionais para pagamentos de incentivos federais; prestar assessoria técnica aos estados e municípios no processo de implantação e expansão do programa; articular instituições, em parceria com Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde, para capacitação e garantia de educação permanente aos profissionais de saúde membros das equipes de Saúde da Família e promover experiências, objetivando o aperfeiçoamento e a disseminação de tecnologias e conhecimentos voltados à Atenção Primária. As Secretarias Estaduais de Saúde estabelecem, em parceria com o Ministério da Saúde, as normas e as diretrizes complementares do programa, quais sejam: prestar assessoria técnica aos municípios no processo de implantação e ampliação, assim como o monitoramento do programa; disponibilizar aos municípios instrumentos técnicos e pedagógicos que facilitem o processo de formação e educação permanente dos membros das equipes e promover o intercâmbio de experiências entre os diversos municípios, a fim de disseminar tecnologias e conhecimentos voltados à melhoria da Atenção Básica ou Primária, além de participar do financiamento, quer seja através da participação dos estados no financiamento global da saúde, como preconiza a lei, quer seja através de incentivos estaduais para a Saúde da Família. Compete às Secretarias Municipais de Saúde a operacionalização do PSF, inserindo este programa em sua rede de serviços, tendo em vista a organização descentralizada do Sistema Único de Saúde. Faz parte também da competência dos municípios a garantia da infraestrutura necessária ao funcionamento das Unidades de Saúde da Família, dotando-as de recursos materiais, equipamentos e insumos necessários para o conjunto de ações preconizadas pelo Programa e selecionar, contratar e remunerar os profissionais que formam as equipes multiprofissionais, de acordo com a legislação vigente. 6 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. A ESF, de acordo com Mandu et al (2008), tem como desafios ampliar o acesso às ações de saúde, dar forma concreta a uma interpretação ampla de saúde e as idéias de integralidade, promoção da saúde, enfoque familiar, desenvolvimento de corresponsabilidades, humanização da assistência e formação de vinculo entre profissionais e população territorializada. A ESF, como também proclama Dominguez (1998) é desenvolvido de acordo com as características e problemas de cada localidade para atender à saúde do indivíduo e da família dentro do contexto da comunidade. Segundo Arruda et. al (2008) a Estratégica de Saúde da Familia é formada por equipes multiprofissionais que são basicamente compostas por médicos, odontólogos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes da saúde. Outros profissionais também podem ser inseridos dependendo da necessidade do município. O plano de trabalho dessas equipes devem visar a interação entre seus profissionais, de tal forma que possam receber a população e solucionar, na própria Unidade de Saúde da Família – USF, os problemas mais freqüentes relacionados à saúde da coletividade a qual está vinculada. Segundo Trelha et al (2007), a inserção do fisioterapeuta nas equipes de saúde da família vem adquirindo crescente importância, pois profissional se desvincula da parte só curativa e reabilitadora e passa a atender em todos os níveis de saúde. Com o objetivo prioritário de prevenção, buscando reduzir ao mínimo indispensável o atendimento ambulatorial ou hospitalar, os fisioterapeutas vêem trabalhando com a finalidade de conscientizar seus pacientes e respectivos familiares quanto às limitações das deficiências e o compromisso com o tratamento. Para isso, fazem uso de recursos fisioterapêuticos acessíveis à comunidade. Previnem os acidentes no domicílio e na comunidade em geral; facilitam a acessibilidade e atuam na prevenção dos distúrbios da coluna vertebral através de grupos educativos com a equipe da Saúde da Família, além de 7 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. realizar palestras sobre assuntos pertinentes à Fisioterapia. (RAGASSON, 2003) O Atendimento Domiciliar é um serviço ofertado aos pacientes que apresentam dificuldades para realizar o seu tratamento fisioterápico fora da residência, seja por motivos de transporte, tempo, distância ou condições físicas. São exemplos de processos fisiopatológicos normalmente encontrados em domicílio: distúrbios neurológicos (acidente vascular encefálico) – AVE, traumatismo crânio-encefálico – TCE, Paralisia Infantil, Parkinson, ortopédicos (fraturas, entorses, contusões, etc.), respiratórios (asma, doença pulmonar obstrutiva crônica - DPOC, bronquite, etc.), como desenvolve ações para condicionamento físico e intervenções com terapias alternativas. Conforme Nogueira (2000) a Assistência Domiciliar Terapêutica tem como princípio de intervenção estimular a independência do pacientes e de seus familiares, visando criar condições para que possam desempenhar diversas atividades de complexidade pequena no ambiente doméstico, significando uma possibilidade de aceleração no processo de tratamento e uma maneira de permitir que todos trabalhem com os mesmos objetivos. Segundo menciona Shestack (1987) os objetivos da Fisioterapia se direcionam no sentido de restaurar ou aumentar a capacidade do corpo do paciente, devolvendo-lhe, na maioria das vezes, suas primitivas funções, tentando reintegrá-lo em seu meio ambiente e em suas atividades diárias. A Estratégia de Saúde da Família vem mobilizando as equipes de saúde dos Municípios de todo o Brasil, mudando conceitos e direcionando ações no âmbito dos governos municipal, estadual e federal, segundo Silva (2003). Véras et al (2005) preconiza que apesar do pouco tempo de atuação do fisioterapeuta na saúde da família, o resultado tem se mostrado bastante promissor, pois revela uma mudança paradigmática na atuação deste profissional, que anteriormente desempenhava suas ações 8 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. principalmente no campo da reabilitação, e que agora passa a intervir significativamente na prevenção de doenças. A prevenção na saúde está presente na história natural de doenças. Assim, pode-se distinguir três níveis de medidas preventivas: primária, secundária e terciária O nível primário de prevenção, como explica o Ministério da Saúde ( 2000), é aplicável durante o período de pré-patogênese. A prevenção primária atua nos períodos em que o organismo se encontra em equilíbrio, estabelecendo, segundo Rouquayrol (1999) ações que mantenha esse organismo nessa situação. O nível secundário de prevenção pode ser determinado no instante em que o organismo já se encontra com alterações na forma e na função. Está, então, o organismo no período de patogênese e em enfermidade real. Já o nível terciário, de prevenção é estabelecidoquando o indivíduo portador de enfermidade passou pelos estágios anteriores, permanecendo com uma seqüela e/ou uma incapacidade que precisam ser minimizadas. A meta principal, como apresenta o Ministério da Saúde (2001) é recolocar o indivíduo afetado em uma posição útil na sociedade, na expectativa da máxima utilização de suas capacidades funcionais. Visando apoiar a inserção da Estratégia Saúde da Família na rede de serviços e ampliar a abrangência e o escopo das ações da Atenção Primaria bem como sua resolutividade, além dos processos de territorialização e regionalização, o Ministério da Saúde criou o Núcleo de Apoio à Saúde da Família - NASF, com a Portaria GM nº 154, de 24 de Janeiro de 2008, Republicada em 04 de Março de 2008. O NASF deve ser constituído por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, para atuarem em conjunto com os profissionais das Equipes Saúde da Família, compartilhando as práticas em saúde nos territórios sob-responsabilidade das Equipes de SF no qual o NASF está cadastrado. 9 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. OBJETIVO • Analisar a atuação do profissional de fisioterapia dentro de Estratégia de Saúde da Família. MATERIAIS E MÉTODOS Este estudo consiste em uma revisão de literatura de artigos científicos, livros e periódicos datados de 1970 a 2009, pesquisados em bases de dados – SCIELO BRASIL- e para a seleção dos artigos forma utilizados palavras-chave como: Fisioterapia e Atenção Básica, Estratégia de Saúde da Família e Sistema Único de Saúde. Também foi utilizado revistas, portarias e editais do COFFITO (Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional). A pesquisa foi realizada entre os anos 2008-2010. RESULTADOS PALAVRAS- CHAVE TOTAL Fisioterapia 14 Atenção primária 10 Programa de Saúde da Família 14 Em um total de 30 obras sendo que as palavras-chave se repetem em algumas citações. DISCUSSÃO A forma como o fisioterapeuta vem se inserindo na rede pública de saúde sofre influência do seu surgimento, uma vez que teve sua gênese e evolução caracterizada pela atuação na reabilitação. Assim, excluíram da rede básica os serviços de fisioterapia, acarretando uma grande 10 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. dificuldade de acesso da população. As competências esperadas na formação do fisioterapeuta, apontam para um profissional que se insira nos três níveis de atenção à saúde, inclusive na atenção básica recuperando a funcionalidade e prevenindo disfunções cinético- funcionais. Em um estudo realizado por Ribeiro (2002) sobre um levantamento de experiência da atuação da fisioterapia na atenção primária a saúde realizada nas comunidades periféricas do município de João Pessoa demonstrou que esta tem se caracterizado por atividades relacionadas à reabilitação por ser a necessidade mais premente da população e a função mais conhecida do fisioterapeuta. (PIANCASTELLI, 2001). Outra pesquisa, em Uberlândia (MG) o fisioterapeuta atua na prevenção e na fase curativa. A prevenção, segundo Ribeiro (2002) é realizada em grupos, onde o fisioterapeuta faz orientações quanto à postura, preparo para o parto, participando também de programas de hanseníase, prevenção de incapacidade, grupos de lombalgia e hipertensão. O primeiro município, em Pernambuco, a implantar o PSF, foi Camaragibe, em 1994, constituindo-se em referência nacional aos programas de atenção básica. O citado município desenvolveu um programa de assistência a pessoas com deficiência, criando-se um núcleo de reabilitação conduzido por dois fisioterapeutas, dois fonoaudiólogos, um assistente social, um psicólogo, um terapeuta ocupacional e um neurologista, como expressa o Jornal Camaragibe (2000). Nesse município, o fisioterapeuta está inserido em duas equipes do PSF nas regiões mais populosas e no Núcleo de Reabilitação. Relata Santana (2001) que as equipes do PSF devem abordar a população de maneira ativa, indo ao domicilio, ao trabalho, à escola onde estarão os cidadãos. O fisioterapeuta tem desenvolvido assistências em outros locais como asilos e creches. Um ponto observado por Trad. et. al 11 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. (2002) foi a valorização das visitas no PSF e os trabalhos com grupos operativos. A visita domiciliar foi a atividade mais evidenciada pelos usuários. Tanto Santana (2001) como Trad. et. al (2002) consideram que a visita traz ao profissional de saúde a possibilidade de novas portas de acesso na vida cotidiana da população, assim como o poder de influência nas medidas e comportamentos de saúde a serem adotados. Os fisioterapeutas da cidade de Sobral (CE) exerciam suas funções apenas em hospitais e clínicas conveniadas ao SUS. A partir de 2000, após um trabalho realizado por uma fisioterapeuta em atendimentos domiciliares quando solicitada pela Equipe de Saúde da Família é que o profissional foi inserido no PSF neste município. O fisioterapeuta realiza a Escola de Postura baseada na prevenção e tratamento das algias da coluna, atua em grupo de gestantes, de hipertensos, diabéticos e hansenianos, além de atendimento a pacientes com necessidades especiais. Como afirma Pereira (2004) o trabalho multiprofissional e, por vezes interdisciplinar, é um dos pontos relevantes da inserção no fisioterapeuta no PSF de Sobral (CE). Uma experiência vivenciada em Natal (RN) é relatada por Sampaio (2002), onde o fisioterapeuta atua junto à população diabética, controlando níveis glicêmicos por meios de exercícios aeróbicos e aquáticos. Esta pesquisa ainda ressalta a importância da atuação na prevenção de neuropatias periféricas e na promoção do bem-estar por intermédio de atividades de lazer. Segundo Rebelato (1999), o profissional para atuar no PSF deve ser capaz de adaptar - se a experiências novas. Pereira et. al. (2004) esclarecem que o fisioterapeuta deve ter a habilidade de adaptar ações e instrumentos terapêuticos de acordo com recursos disponíveis na comunidade. É um profissional que realiza também atividades educativas como palestras, devendo ter habilidade em comunicação e orientações diversas. 12 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. No entanto, para Simões e Fávero (2000), a competência em liderança é importante para o profissional, uma vez que cria oportunidades para a inovação e implantação de mudanças. De acordo com as diretrizes do SUS o Programa de Saúde da Família tem como objetivo o desenvolvimento de uma assistência integral, com ênfase na proteção e promoção à saúde. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo feito mediante a revisão bibliográfica aponta a historia da fisioterapia e sua importância no contexto da saúde pública, principalmente no Programa de Saúde da Família. Este Programa tem demonstrado resolutividade e satisfação da população, visto ser uma estratégia que permite uma melhora na qualidade de vida do individuo através da integralidade e universalidade do atendimento. O fisioterapeuta é um profissional apto a atuar nas Equipes de Saúde da Família por utilizar ações integradas que proporciona assistência básica à saúde do individuo,que muitas vezes são impossibilitadas de assistência a saúde dificuldades físicas e financeiras. Com o presente trabalho observou-se a importância da implantação do atendimento fisioterapêutico nos municípios e a satisfação da população. Diante da discussão apresentada nota-se também que apesar da formação acadêmica do fisioterapeuta voltada para a reabilitação esse atua de forma significativa a prevenção de doenças, garantindo a população o acesso à fisioterapia. A inserção do fisioterapeuta no Programa de Saúde da Família, ainda é um processo em construção limitada em nosso país embora, a população beneficiada demonstre satisfação quanto aos serviços prestados por esses profissionais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 13 ¹ Trabalho de Conclusão de Curso da especialização Saúde da Família 2. ²Fisioterapeuta ³Formada em Letras e Mestre em Ciências da Linguagem. Cirurgiã-dentista e Pós-graduada em Saúde da Família. ARRUDA, A.D.; et al. A importância da inclusão da fisioterapia no programa saúde da família. Documento disponível em: http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis &src=google&base=LILACS&lang=p&nextAction=lnk&exprSearch=491106 &indexSearch, 2002. Acesso em 08 de fevereiro de 2009. 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