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Estratégia de Saúde da Família APRESENTAÇÃO Você sabia que a Estratégia Saúde da Família (ESF) é considerada uma estratégia primordial para a organização e o fortalecimento da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde (SUS)? A Atenção Básica é conhecida como a "porta de entrada" dos usuários nos sistemas de saúde e tem por objetivo orientar sobre a promoção, a prevenção de doenças e o tratamento de agravos e direcionar os mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade. Nesta Unidade de Aprendizagem você vai conhecer os aspectos conceituais e as normativos da Estratégia Saúde da Família (ESF), além de aspectos práticos como território de abrangência, estrutura, composição e processo de trabalho das equipes e sua inserção na rede de serviços de saúde dos municípios. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a importância da Estratégia Saúde da Família na organização e no fortalecimento da Atenção Básica. • Identificar os profissionais que compõem uma equipe mínima da Estratégia Saúde da Família. • Especificar os principais atributos das Equipes de Estratégia Saúde da Família.• DESAFIO Estratégia Saúde da Família é a estratégia que busca reorientação do modelo assistencial através da implementação de equipes multiprofissionais em unidades de saúde. As ESFs são responsáveis pelo cuidado de um número definido de famílias em uma área geográfica limitada. Considerando que as equipes de ESF têm em sua estrutura um número determinado de profissionais para uma dada população adscrito, quantos e quais profissionais de saúde seriam necessários para que você consiga implementar cobertura de ESF para a população? Quantas equipes de ESF seriam necessárias? INFOGRÁFICO A Estratégia Saúde da Família nasceu com uma tradição de utilização de equipes multiprofissionais, envolvendo médico, enfermeiro, técnico e/ou auxiliar de enfermagem e agente comunitário de saúde e ampliando para equipe de saúde bucal. Contudo, a situação brasileira de tripla carga de doenças com forte predomínio de condições crônicas, exige um novo modelo de atenção o que convoca a utilização de outros profissionais. Acompanhe no infográfico. CONTEÚDO DO LIVRO A ESF visa à reorganização da Atenção Básica (AB) no país de acordo com os preceitos do Sistema Único de Saúde. É tida pelo Ministério da Saúde e gestores, como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, as diretrizes e os fundamentos da AB, de ampliar a resolutividade e o impacto na situação de saúde das pessoas e das coletividades, além de propiciar importante relação custo-efetividade. Leia o capítulo Estratégia de Saúde da Família do livro Saúde Coletiva, base teórica para esta unidade de aprendizagem. Boa leitura. SAÚDE COLETIVA II - POLÍTICAS PÚBLICAS Janete Arcari Estratégia de Saúde da Família Objetivos de aprendizagem Ao final deste capítulo, você deverá apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer a importância da Estratégia de Saúde da Família na or- ganização e no fortalecimento da Atenção Básica. Identificar os profissionais que compõem uma equipe mínima da Estratégia de Saúde da Família. Especificar os principais atributos das Equipes de Estratégia de Saúde da Família. Introdução Você sabia que a Estratégia de Saúde da Família (ESF) é considerada uma estratégia primordial para a organização e o fortalecimento da Atenção Básica (AB) no Sistema Único de Saúde (SUS)? A AB é conhecida como a porta de entrada dos usuários nos sistemas de saúde e tem por objetivo orientar sobre a promoção da saúde, a prevenção de doenças e o tratamento de agravos, além de direcionar os pacientes em situações mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade. Neste capítulo, você vai conhecer os aspectos conceituais e as nor- mativas da ESF, além de seus aspectos práticos, como território de abran- gência, estrutura, composição e processo de trabalho das equipes e sua inserção na rede de serviços de saúde dos municípios. O SUS e a ESF A histórica Conferência de Alma Ata, que em 1978 reuniu delegações de 134 países sob a liderança da Organização Mundial da Saúde (OMS), consagrou a Atenção Primária à Saúde (APS) como estratégia para que os países alcan- çassem a meta Saúde Para Todos no ano 2000. As nações economicamente mais desenvolvidas puseram em prática um processo de reorientação dos respectivos sistemas nacionais de saúde que avançou a passos largos. A principal estratégia adotada para seguir a orien- tação da OMS e fortalecer a APS foi investir na formação de especialistas em Medicina de Família e Comunidade. Segundo Mendes (2007, 2012, 2015), estudos realizados em vários países da Europa, bem como no Canadá, Es- tados Unidos e, por último, também no Brasil, evidenciam que os sistemas de saúde orientados para os cuidados de saúde primários atendem com mais eficiência as necessidades de saúde da população. A APS é reconhecidamente um componente-chave dos sistemas de saúde. No Brasil, a implementação do SUS o definiu na Constituição Federal de 1988 como sendo um direito de todos e dever do estado, regulamentado pelas Leis 8.080/90 e 8.142/90, conhecidas como Leis Orgânicas da Saúde. O SUS foi concebido como um conjunto de ações e serviços de saúde e é chamado de sistema único porque segue os mesmos princípios e as mesmas diretrizes em todo o território nacional, determinando que as três esferas de governo (federal, estadual e municipal) são responsáveis por sua consolidação, na qual o sistema passou a exigir novas formas de organização do trabalho na saúde. O Ministério da Saúde (MS) adotou a AB como o nível do sistema com maior poder para cuidar da saúde, considerando-a a base do sistema. Para isso, foi necessário demonstrar que a AB organizada, com qualidade e reso- lubilidade, constitui precondição para o funcionamento de um sistema eficaz, eficiente e equitativo. Agora, os profissionais precisam fazer parte de uma saúde construída com base nos princípios do SUS, que deve garantir a universalidade do acesso, equidade e integralidade na assistência, resolubilidade dos principais problemas de saúde através de uma gestão municipalizada da saúde visando atender a descentralização, regionalização com o objetivo prestar uma assistência de saúde voltada para o perfil epidemiológico de cada território, e hierarquiza- ção com foco na atenção primária; contudo, nenhum sistema de saúde pode prescindir dos outros níveis de atenção. Para alcançar essa configuração, o Estratégia de Saúde da Família2 MS aprovou o Programa Saúde da Família (PSF) que teve a sua implantação gradativa a partir de 1994. A ESF e sua relação com o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) A ESF surgiu como um programa: O PSF, que teve início com a implantação do PACS, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país, em 1991, com as fi nalidades de servir como elo entre os serviços de saúde e a comunidade e diminuir as mortalidades infantil e materna. Dadas as suas competências, o PACS teve um impacto positivo sobre os indicadores de saúde, principalmente aqueles mais associados às famílias carentes. O programa ainda teve como referência experiências exitosas desenvolvidas em outros países, como Canadá, Cuba e Inglaterra, em função dos resultados positivos apresentados. No final de dezembro de 1993, em Brasília (DF), ocorreu uma reunião sobre o tema Saúde da Família que discutiu uma nova proposta a partir do êxito do PACS e da necessidade de agregar novos profissionais no programa a fim de que os agentes comunitários não funcionassem isoladamente. A supervisão do enfermeiro na experiência realizada no Ceará serviu de motivação para a discussão de incorporação de novos profissionais. Diante do sucesso da experiênciade agentes comunitários no Ceará, o MS lançou, em 1994, o PSF como política nacional da AB com caráter organi- zativo e substitutivo em relação ao modelo hegemônico médico-curativista e hospitalocêntrico. Sinalizou a necessidade de adoção de uma postura mais ativa das Equipes de Saúde na reorganização das práticas assistenciais como novas bases e cri- térios em substituição ao modelo tradicional de assistência, para uma atenção centrada não mais no indivíduo e sim na família e no âmbito biopsicossocial, possibilitando as Equipes de Família, que passam a ser compostas por equipes saúde da família que envolvem enfermeiros, médicos, técnicos em enfermagem, odontólogos e agentes comunitários de saúde (ACSs), em uma compreensão mais ampliada do processo saúde-doença, com isso melhorando a qualidade de vida dos brasileiros. 3Estratégia de Saúde da Família A ESF deixou de ser um Programa O processo de reorientação do modelo assistencial no Brasil, cujo marco foi a implantação em 1994 do PSF, antecessor da ESF, tem merecido reconhecimento internacional pelos resultados obtidos no curto prazo. A ESF representa uma alternativa signifi cativa e estruturante para a política de saúde brasileira, com vistas a atender ao disposto na Constituição Brasileira de 1988 sobre saúde, e aos princípios do SUS. Em 2006, o PSF deixou de ser um programa e habilitou-se como ESF através da Portaria Nº 648, de 28 de março de 2006. A ideia foi transformar o PSF numa estratégia permanente e contínua, uma vez que os programas possuem tempo determinado. Assim, a ESF é uma estratégia de reorientação do modelo assistencial em saúde a partir da AB, com proposta de mudança do modelo centrado no médico e no hospital para um modelo focado na integralidade da assistência, no qual o usuário está inserido dentro da sua comunidade socioeconômica e cultural, estabelecendo o reconhecimento da saúde como um direito de cidadania evidenciado pela melhoria das condições de vida através de serviços mais resolutivos, integrais e humanizados. Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (ESFRs) e Fluviais (ESFFs) O Brasil, devido a sua grande extensão territorial e suas diversidades loco- -regionais, no intuito de contemplar a todas as populações, contempla tam- bém as ESFRs e as Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSFs), que estão direcionadas para o atendimento das populações ribeirinhas. Os municípios podem optar entre dois arranjos organizacionais para equipes de Saúde da Família, além dos existentes para o restante do País: ESFRs: desempenham a maior parte de suas funções em UBSs cons- truídas/localizadas nas comunidades pertencentes a regiões à beira de rios e lagos cujo acesso se dá por meio fluvial; e ESFFs: desempenham suas funções em UBSFs. A implantação das ESFRs e ESFFs segue os mesmos critérios das equipes e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF). Estratégia de Saúde da Família4 Profissionais que compõem uma equipe mínima da ESF A ESF é tida pelo MS e pelos gestores estaduais e municipais como estratégia de expansão, qualifi cação e consolidação da AB por favorecer uma reorientação do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da AB e de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, além de propiciar importante relação custo-efetividade. Um ponto forte da ESF é a equipe multiprofissional, composta por, no mínimo: (I) médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou médico de Família e Comunidade; (II) enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família; (III) auxiliar ou técnico de enfermagem; e (IV) agen- tes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal (ASB ou TSB). A Política Nacional de AB definiu que cada equipe de ESF deve ser res- ponsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas, respeitando critérios de equidade para essa definição. Recomenda-se que o número de pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que, quanto maior o grau de vulnerabilidade, menor deverá ser a quantidade de pessoas atendidas por equipe. Os atributos da APS e a ESF A organização dos serviços de saúde da Atenção Primária por meio da ESF prioriza ações de promoção, proteção e recuperação de saúde, de forma integral e continuada. Em expansão por todo o território nacional, a ESF defi ne-se por um conjunto de ações e serviços que vão além da assistência médica, estruturando-se com base no reconhecimento das necessidades da população, apreendidas a partir do estabelecimento de vínculos entre os usuários dos serviços e os profi ssionais de saúde, em contato permanente com o território. A ESF propõe que a atenção à saúde se centre na família, entendida e percebida a partir de seu ambiente físico e social, o que leva os profissionais de saúde a entrar em contato com as condições de vida e saúde das populações, permitindo-lhes uma compreensão ampliada do processo saúde-doença e da necessidade de intervenções que vão além das práticas curativas. Para tanto, os profissionais que nela atuam deverão dispor de um arsenal de recursos tecnológicos bastante diversificados e complexos. 5Estratégia de Saúde da Família Ao considerar a família como objeto de atenção, a ESF está contemplando dois atributos derivados da APS: a orientação familiar/comunitária e a competência cultural, que pressupõem o reconhecimento das necessidades familiares em função do contexto físico, econômico e cultural. Alicerçados no trabalho de Barbara Starfield, uma das mais importantes autoras da área, que traz os princípios gerais da APS como sendo: a oferta de ações de atenção à saúde integradas e acessíveis segundo as necessidades locais, desenvolvidas por equipes multiprofissionais responsáveis por abordar uma ampla maioria das necessidades individuais e coletivas em saúde, desenvolvendo uma parceria sustentada com as pessoas e comunidades (STARFIELD, 1998 apud FIGUEIREDO; DEMARZO, [2011]). A seguir, a Figura que representa em resumo, as quatro características ou atributos essenciais, mais três derivados (Figura 1). Figura 1. Atributos essenciais e derivados da APS. Fonte: Adaptada de Oliveira e Pereira (2013). Estratégia de Saúde da Família6 Das atribuições específicas dos Profissionais da ESF Conhecedores das atividades comuns a todos os profi ssionais envolvidos na ESF, cada um deles tem função específi ca, que será apresentado a seguir. O ponto de partida para o trabalho de equipe multiprofi ssional deve estar centrado numa fi losofi a em que o paciente e seus problemas dependam de todos, com igual intensidade dentro da área de competência de cada sujeito do grupo. Das prerrogativas do enfermeiro (BRASIL, 2011), profissional que exerce a direção dos órgãos de enfermagem e integra a estrutura básica de instituições de saúde, pública ou privada, e a chefia de serviço de enfermagem, coorde- nando a atuação do auxiliar e do técnico de enfermagem. Cabe ainda a ele atender a saúde dos indivíduos e famílias cadastrados, realizando consulta de enfermagem, procedimentos e atividades em grupo, e, conforme protocolos, solicitar exames complementares, prescrever medicações, gerenciar insumos e encaminhar usuários a outros serviços. Desenvolver as atividades de edu- cação permanente da equipe de enfermagem, bem como o gerenciamento e a avaliação das atividades da equipe, de maneira particular do ACS, que ocupa na ESF papel fundamental para a manutenção do vínculo entre os usuários e a Unidade de Saúde. O médico (BRASIL, 2011) é um profissional que se ocupa da saúde hu- mana, promovendo saúde, atuando na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças com competência e resolutividade, responsabilizando-se pelo acompanhamento do planoterapêutico do usuário. Deve realizar atividades pro- gramadas (consultas ou visitas domiciliares de caráter clínico, agendadas para seguimento longitudinal) e de atenção à demanda espontânea, principalmente urgências de baixa e média complexidade, de forma compartilhada, consultas clínicas e pequenos procedimentos cirúrgicos, quando indicado na Unidade de Saúde, no domicílio ou em espaços comunitários, responsabilizando-se pela internação hospitalar ou domiciliar e pelo acompanhamento do usuário. Deve ainda, em um trabalho conjunto com o enfermeiro, realizar e fazer parte das atividades de educação permanente dos membros da equipe e participar do gerenciamento dos insumos. O ACS exerce o papel de elo entre a equipe e a comunidade, devendo residir na área de atuação da equipe, vivenciando o cotidiano das famílias/indivíduos/ comunidade com mais intensidade em relação aos outros profissionais. Realiza visitas domiciliares na área adscrita, produzindo dados capazes de dimensionar os principais problemas de saúde de sua comunidade. A esses profissionais cabe cadastrar todas as pessoas do território, mantendo esses cadastros sempre atualizados, orientando as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde 7Estratégia de Saúde da Família disponíveis. Devem acompanhá-las, por meio de visitas domiciliares e ações educativas individuais e coletivas, buscando sempre a integração entre a equipe de saúde e a população adscrita à UBS. Devem desenvolver atividades de promoção da saúde, de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à saúde, mantendo como referência a média de uma visita por família ao mês ou, considerando os critérios de risco e vulnerabilidade, em número maior. O ACS também é responsável por cobrir toda a população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família (BRASIL, 2011). Ao técnico e auxiliar de enfermagem cabe realizar procedimentos regula- mentados no exercício de sua profissão tanto na Unidade de Saúde quanto em domicílio e outros espaços da comunidade, educação em saúde e educação permanente (BRASIL, 2011). O cirurgião-dentista deve desenvolver com os demais membros da equipe atividades referentes à saúde bucal, integrando ações de saúde de forma mul- tidisciplinar. A ele cabe, em ação conjunta com o TSB, definir o perfil epide- miológico da população para o planejamento e a programação em saúde bucal, a fim de oferecer atenção individual e atenção coletiva voltadas à promoção da saúde e à prevenção de doenças bucais, de forma integral e resolutiva. Deve realizar os procedimentos clínicos, incluindo atendimento das urgên- cias, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com a fase clínica da instalação de próteses dentárias elementares, além de realizar atividades programadas e de atenção à demanda espontânea e ao controle de insumos (BRASIL, 2011). É responsável ainda pela supervisão técnica do TSB e do Auxiliar em Saúde Bucal (ASB) (BRASIL, 2011). Ao TSB cabe, sob a supervisão do cirurgião-dentista, o acolhimento do paciente nos serviços de saúde bucal, a manutenção e a conservação dos equipamentos odontológicos, a remoção do biofilme e as fotografias e tomadas de uso odontológicos, o preparo cavitário na restauração dentária direta, a limpeza e a antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, e as medidas de biossegurança de produtos e resíduos odontológicos. O ASB realiza procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão, como limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, dos equipa- mentos odontológicos e do ambiente de trabalho, processa filme radiográfico, seleciona moldeiras, prepara modelos em gesso, além das demais atividades atribuídas ao TSB (BRASIL, 2011). Estratégia de Saúde da Família8 Percebe-se que todos esses profissionais devem ter o compromisso com o acesso, o vínculo entre usuários e profissionais e a continuidade e a longitu- dinalidade do cuidado, trabalho complexo que só possível de ser executado por meio do cuidado colaborativo e compartilhado. 9Estratégia de Saúde da Família BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1998. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Brasília, DF, 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html>. Acesso em: 05 fev. 2018. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Brasília, DF, 2006. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/prtGM648_20060328.pdf>. Acesso em: 05 fev. 2018. FIGUEIREDO, E. N.; DEMARZO, M. M. P. Atenção primária à saúde e política nacional de atenção básica. [2011]. Disponível em: <http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_vir- tual/esf/11/Unidade1/Atencao_Primaria_a_Saude/p_01.html>. Acesso em: 19 mar. 2018. MENDES, E. V. A construção social da atenção primária à saúde. Brasília, DF: Conselho Nacional de Secretários de Saúde, 2015. MENDES, E. V. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o impe- rativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília, DF: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012. MENDES, E. V. Revisão bibliográfica sobre redes de atenção à saúde. 2007. Disponível em: <http://portalses.saude.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_ download&gid=4241&Itemid=82>. Acesso em: 19 mar. 2018. OLIVEIRA, M. A. C.; PEREIRA, I. C. Atributos essenciais da atenção primária e a estra- tégia saúde da família. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 66, nesp., p. 158-164, 2013. Leituras recomendadas BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012. (Série E. Legislação em Saúde). BULGARELLI, A. F. et al. Redes de atenção à saúde: práticas, experiências e propostas na gestão da saúde coletiva. 2016. COSTA, E. M. A. C.; CARBONE, M. H. Saúde da família: uma abordagem multidisciplinar. 2. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2009. GIACOMOZZI, C. M.; LACERDA, M. R. A prática da assistência domiciliar dos profis- sionais da estratégia de saúde da família. Texto & Contexto Enfermagem, v. 15, n. 4, p. 645-653, 2006. LIMA, P. V. P. S. et al. O Programa dos Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e os indicadores de saúde da família no Estado do Ceará. [2008]. Disponível em: <http:// www2.ipece.ce.gov.br/encontro/artigos_2008/26.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2018. RODRIGUES, R. D.; ANDERSON, M. I. P. Saúde da família: uma estratégia necessária. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 6, n. 18, p. 21-24, 2011. ROSA, W. A. G.; LABATE, R. C. Programa Saúde da Família: a construção de um novo modelo de assistência. Revista Latino-americana de Enfermagem, v. 13, n. 6, p. 1027- 1034, 2005. Estratégia de Saúde da Família10 DICA DO PROFESSOR Acompanhe no vídeo como a Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da Atenção Básica no País, orientada pelos preceitosdo SUS. Deve ampliar a resolutividade e o impacto na situação de saúde das pessoas e de coletividades. Um ponto importante é o estabelecimento de uma equipe multiprofissional composta por no mínimo: médico generalista, enfermeiro generalista, auxiliar ou técnico de enfermagem, agentes comunitários de saúde (ACS). Podem se adicionar profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista e auxiliar e/ou técnico em saúde bucal. Diante do enunciado e o que foi estudado no decorrer da disciplina, é correto afirmar que: A) Cadastramento de cada profissional de saúde em apenas uma ESF, inclusive ao profissional médico, com carga horária total de 40 horas semanais. B) O número de Agentes Comunitários de Saúde devem ser suficientes para cobrir 100% da população cadastrada, com no máximo uma população de 750 pessoas sob responsabilidade do ACS e de 12 ACS por equipe de saúde da família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe. C) Cada equipe de saúde da família deve ser responsável por, no máximo, 6.000 pessoas, sendo a média recomendada de 5.000, respeitando critérios de equidade para essa definição. D) Uma ESF composta por uma equipe multiprofissional (equipe de saúde da família) tem no mínimo médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e de comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família e técnico de enfermagem. E) A equipe de ESF pode acrescentar a sua composição, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em saúde da família, tornando-se assim uma ESF-SB. 2) Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) devem buscar instituir a plena integralidade das ações do cuidado físico e mental aos usuários do Sistema Único de Saúde por intermédio da qualificação e da complementaridade do trabalho das equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF). Analise as seguintes afirmativas e assinale a que estiver correta: A) Os profissionais que atuam em equipes de NASF não possuem determinação mínima de carga horária semanal na sua contratação. B) A atuação dos NASF permite realizar discussões de casos clínicos, contudo, sem participação nas ações de prevenção e de promoção da saúde a qual fica a cargo da equipe de ESF. C) Os NASF configuram-se como equipes multiprofissionais que atuam de forma integrada com as Equipes de Saúde da Família (ESF), mas ainda não está habilitada sua atuação com as equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes ribeirinhas e fluviais) e com o Programa Academia da Saúde. D) A composição de cada um dos NASF será definida pelos gestores municipais, seguindo os critérios de prioridade identificados a partir dos dados epidemiológicos e das necessidades locais e das equipes de saúde que serão apoiadas. E) Segundo o Ministério da Saúde, apenas municípios com mais de 7.000 habitantes podem implantar em seus serviços de saúde equipes NASF. 3) No Estratégia Saúde da Família (ESF), o trabalho em equipe é a base para fortalecimento das ações efetivas em saúde. Nesse contexto, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) é um profissional significativo para otimizar o processo do trabalho. Assinale a alternativa que corresponde as atividades do ACS: A) Faz parte das atribuições dos ACS, acompanhar por meio de visita domiciliar, todas as famílias e os indivíduos sob sua responsabilidade e cadastrar todas as pessoas de sua microárea e manter os cadastros atualizados. B) Realizar ações de média e de baixa complexidade, por exemplo, aferição de sinais vitais, realização de curativos. C) Trabalhar com adscrição de famílias sem base geográfica definida. D) Não faz parte das atribuições do ACS estar em contato permanente com as famílias, desenvolvendo ações educativas de promoção à saúde. E) Não faz parte das atribuições dos ACS o trabalho de vigilância à saúde, por meio de visitas domiciliares e de ações educativas individuais, por exemplo, combate à dengue, malária, leishmaniose, entre outras. 4) Acerca da Estratégia da Saúde da Família (ESF) do Ministério da Saúde, julgue os itens que se seguem e assinale a resposta correta. A) As ESF são responsáveis por oferecer serviços de saúde por meio de ações de recuperação e de reabilitação na comunidade. A estratégia de saúde da família prevê a implantação de equipes multiprofissionais em B) serviços de saúde de baixa, média e alta complexidade. C) A saúde da família, considerada um conjunto de ações vinculadas à atenção terciária, direcionadas para distintos grupos populacionais, constitui a principal estratégia de atenção à saúde no país. D) Na estratégia de saúde da família, uma das atividades do Agente Comunitário de Saúde é o cadastramento das famílias, a identificação de microáreas e os grupos de risco. Essa atividade caracteriza hierarquização da população adstrita. E) Entre as metas da ESF estão a educação em saúde com ênfase na educação permanente das equipes, coordenações e gestores, além da institucionalização de processos de acompanhamento, monitoramento e avaliação da atenção básica. 5) Em relação aos princípios da Estratégia Saúde da Família (ESF), assinale a alternativa CORRETA. A) As ações de saúde realizadas pelas equipes de saúde da família devem ser resultado de programações pactuadas com a comunidade e devem ser baseadas no diagnóstico situacional do território. B) A Atenção básica está contida na Estratégia da Saúde da Família e tem o objetivo de reorganizá-la. C) Prevê a implantação de equipes multiprofissionais em serviços de saúde de baixa, média e alta complexidade. D) A atuação das equipes de saúde da família deve ser planejada, visando ao alcance de resultados mais eficazes, de acordo com as especialidades dos profissionais disponíveis no município. E) As equipes de ESF atendem toda a população que necessita de cuidados de saúde. Não há determinação de adscrição de clientela nem território definido. NA PRÁTICA Acompanhe um exemplo de Atenção Básica no processo de trabalho da Estratégia Saúde da Família. Dona Maria, 53 anos, casada, tem três filhos adultos que trabalham em outra cidade, ela não tem emprego fixo, procura a Unidade Básica de Saúde quase todos os dias. Como os Profissionais da (ESF) podem ajudar Dona Maria sair desse quadro? A equipe pode fazer um estudo de caso com o NASF, procurar integrar a usuária em outros espaços de convivência como oficina terapêutica, trabalhos de apoio que pode estar acontecendo na Secretaria de Assistência Social, encaminhar para CAPS AD, propor que ela participe da academia de saúde, grupos de caminhada, certificar-se de que realmente o tratamento medicamentoso vem sendo realizado adequadamente. SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Conheça a Estratégia Saúde da Família A Estratégia Saúde da Família é a Estratégia do Governo Brasileiro que tem por objetivo a promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e a manutenção da saúde da comunidade. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Estratégia Saúde da Família Vídeo elaborado pelo canal Conexão SUS sobre um dos mais importantes componentes dos serviços de saúde no Brasil. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saúde da família: desafios no processo de reorientação do modelo assistencial Este estudo tem como objetivo refletir sobre os desafios desta estratégia quanto às práticas de saúde no contexto da atenção primária. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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