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UNIDADE 5 1 HUMANIZACAO EM SAUDE

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Estratégia de Saúde da Família
APRESENTAÇÃO
Você sabia que a Estratégia Saúde da Família (ESF) é considerada uma estratégia primordial 
para a organização e o fortalecimento da Atenção Básica no Sistema Único de Saúde (SUS)? A 
Atenção Básica é conhecida como a "porta de entrada" dos usuários nos sistemas de saúde e tem 
por objetivo orientar sobre a promoção, a prevenção de doenças e o tratamento de agravos e 
direcionar os mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade. 
Nesta Unidade de Aprendizagem você vai conhecer os aspectos conceituais e as normativos da 
Estratégia Saúde da Família (ESF), além de aspectos práticos como território de abrangência, 
estrutura, composição e processo de trabalho das equipes e sua inserção na rede de serviços de 
saúde dos municípios. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer a importância da Estratégia Saúde da Família na organização e no 
fortalecimento da Atenção Básica.
•
Identificar os profissionais que compõem uma equipe mínima da Estratégia Saúde da 
Família.
•
Especificar os principais atributos das Equipes de Estratégia Saúde da Família.•
DESAFIO
Estratégia Saúde da Família é a estratégia que busca reorientação do modelo assistencial através 
da implementação de equipes multiprofissionais em unidades de saúde. As ESFs são 
responsáveis pelo cuidado de um número definido de famílias em uma área geográfica limitada.
 
 
Considerando que as equipes de ESF têm em sua estrutura um número determinado de 
profissionais para uma dada população adscrito, quantos e quais profissionais de saúde seriam 
necessários para que você consiga implementar cobertura de ESF para a população? Quantas 
equipes de ESF seriam necessárias?
INFOGRÁFICO
A Estratégia Saúde da Família nasceu com uma tradição de utilização de equipes 
multiprofissionais, envolvendo médico, enfermeiro, técnico e/ou auxiliar de enfermagem e 
agente comunitário de saúde e ampliando para equipe de saúde bucal. Contudo, a situação 
brasileira de tripla carga de doenças com forte predomínio de condições crônicas, exige um 
novo modelo de atenção o que convoca a utilização de outros profissionais. Acompanhe no 
infográfico.
CONTEÚDO DO LIVRO
A ESF visa à reorganização da Atenção Básica (AB) no país de acordo com os preceitos do 
Sistema Único de Saúde. É tida pelo Ministério da Saúde e gestores, como estratégia de 
expansão, qualificação e consolidação da Atenção Básica por favorecer uma reorientação do 
processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, as diretrizes e os 
fundamentos da AB, de ampliar a resolutividade e o impacto na situação de saúde das pessoas e 
das coletividades, além de propiciar importante relação custo-efetividade.
Leia o capítulo Estratégia de Saúde da Família do livro Saúde Coletiva, base teórica para esta 
unidade de aprendizagem.
Boa leitura.
SAÚDE 
COLETIVA II - 
POLÍTICAS 
PÚBLICAS 
Janete Arcari
Estratégia de Saúde 
da Família
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste capítulo, você deverá apresentar os seguintes aprendizados:
 Reconhecer a importância da Estratégia de Saúde da Família na or-
ganização e no fortalecimento da Atenção Básica.
 Identificar os profissionais que compõem uma equipe mínima da
Estratégia de Saúde da Família.
 Especificar os principais atributos das Equipes de Estratégia de Saúde 
da Família.
Introdução
Você sabia que a Estratégia de Saúde da Família (ESF) é considerada uma 
estratégia primordial para a organização e o fortalecimento da Atenção 
Básica (AB) no Sistema Único de Saúde (SUS)?
A AB é conhecida como a porta de entrada dos usuários nos sistemas 
de saúde e tem por objetivo orientar sobre a promoção da saúde, a 
prevenção de doenças e o tratamento de agravos, além de direcionar os 
pacientes em situações mais graves para níveis de atendimento superiores 
em complexidade. 
Neste capítulo, você vai conhecer os aspectos conceituais e as nor-
mativas da ESF, além de seus aspectos práticos, como território de abran-
gência, estrutura, composição e processo de trabalho das equipes e sua 
inserção na rede de serviços de saúde dos municípios. 
O SUS e a ESF
A histórica Conferência de Alma Ata, que em 1978 reuniu delegações de 134 
países sob a liderança da Organização Mundial da Saúde (OMS), consagrou 
a Atenção Primária à Saúde (APS) como estratégia para que os países alcan-
çassem a meta Saúde Para Todos no ano 2000.
As nações economicamente mais desenvolvidas puseram em prática um 
processo de reorientação dos respectivos sistemas nacionais de saúde que 
avançou a passos largos. A principal estratégia adotada para seguir a orien-
tação da OMS e fortalecer a APS foi investir na formação de especialistas 
em Medicina de Família e Comunidade. Segundo Mendes (2007, 2012, 2015), 
estudos realizados em vários países da Europa, bem como no Canadá, Es-
tados Unidos e, por último, também no Brasil, evidenciam que os sistemas 
de saúde orientados para os cuidados de saúde primários atendem com mais 
eficiência as necessidades de saúde da população. A APS é reconhecidamente 
um componente-chave dos sistemas de saúde.
No Brasil, a implementação do SUS o definiu na Constituição Federal de 
1988 como sendo um direito de todos e dever do estado, regulamentado pelas 
Leis 8.080/90 e 8.142/90, conhecidas como Leis Orgânicas da Saúde.
O SUS foi concebido como um conjunto de ações e serviços de saúde e é 
chamado de sistema único porque segue os mesmos princípios e as mesmas 
diretrizes em todo o território nacional, determinando que as três esferas de 
governo (federal, estadual e municipal) são responsáveis por sua consolidação, 
na qual o sistema passou a exigir novas formas de organização do trabalho 
na saúde.
O Ministério da Saúde (MS) adotou a AB como o nível do sistema com 
maior poder para cuidar da saúde, considerando-a a base do sistema. Para 
isso, foi necessário demonstrar que a AB organizada, com qualidade e reso-
lubilidade, constitui precondição para o funcionamento de um sistema eficaz, 
eficiente e equitativo.
Agora, os profissionais precisam fazer parte de uma saúde construída com 
base nos princípios do SUS, que deve garantir a universalidade do acesso, 
equidade e integralidade na assistência, resolubilidade dos principais problemas 
de saúde através de uma gestão municipalizada da saúde visando atender a 
descentralização, regionalização com o objetivo prestar uma assistência de 
saúde voltada para o perfil epidemiológico de cada território, e hierarquiza-
ção com foco na atenção primária; contudo, nenhum sistema de saúde pode 
prescindir dos outros níveis de atenção. Para alcançar essa configuração, o 
Estratégia de Saúde da Família2
MS aprovou o Programa Saúde da Família (PSF) que teve a sua implantação 
gradativa a partir de 1994.
A ESF e sua relação com o Programa de Agentes 
Comunitários de Saúde (PACS)
A ESF surgiu como um programa: O PSF, que teve início com a implantação 
do PACS, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país, em 1991, com 
as fi nalidades de servir como elo entre os serviços de saúde e a comunidade e 
diminuir as mortalidades infantil e materna. Dadas as suas competências, o 
PACS teve um impacto positivo sobre os indicadores de saúde, principalmente 
aqueles mais associados às famílias carentes.
O programa ainda teve como referência experiências exitosas desenvolvidas 
em outros países, como Canadá, Cuba e Inglaterra, em função dos resultados 
positivos apresentados.
No final de dezembro de 1993, em Brasília (DF), ocorreu uma reunião sobre 
o tema Saúde da Família que discutiu uma nova proposta a partir do êxito do 
PACS e da necessidade de agregar novos profissionais no programa a fim de 
que os agentes comunitários não funcionassem isoladamente. A supervisão 
do enfermeiro na experiência realizada no Ceará serviu de motivação para a 
discussão de incorporação de novos profissionais.
Diante do sucesso da experiênciade agentes comunitários no Ceará, o MS 
lançou, em 1994, o PSF como política nacional da AB com caráter organi-
zativo e substitutivo em relação ao modelo hegemônico médico-curativista 
e hospitalocêntrico.
Sinalizou a necessidade de adoção de uma postura mais ativa das Equipes 
de Saúde na reorganização das práticas assistenciais como novas bases e cri-
térios em substituição ao modelo tradicional de assistência, para uma atenção 
centrada não mais no indivíduo e sim na família e no âmbito biopsicossocial, 
possibilitando as Equipes de Família, que passam a ser compostas por equipes 
saúde da família que envolvem enfermeiros, médicos, técnicos em enfermagem, 
odontólogos e agentes comunitários de saúde (ACSs), em uma compreensão 
mais ampliada do processo saúde-doença, com isso melhorando a qualidade 
de vida dos brasileiros.
3Estratégia de Saúde da Família
A ESF deixou de ser um Programa
O processo de reorientação do modelo assistencial no Brasil, cujo marco foi a 
implantação em 1994 do PSF, antecessor da ESF, tem merecido reconhecimento 
internacional pelos resultados obtidos no curto prazo. A ESF representa uma 
alternativa signifi cativa e estruturante para a política de saúde brasileira, com 
vistas a atender ao disposto na Constituição Brasileira de 1988 sobre saúde, 
e aos princípios do SUS.
Em 2006, o PSF deixou de ser um programa e habilitou-se como ESF 
através da Portaria Nº 648, de 28 de março de 2006. A ideia foi transformar 
o PSF numa estratégia permanente e contínua, uma vez que os programas 
possuem tempo determinado.
Assim, a ESF é uma estratégia de reorientação do modelo assistencial 
em saúde a partir da AB, com proposta de mudança do modelo centrado no 
médico e no hospital para um modelo focado na integralidade da assistência, 
no qual o usuário está inserido dentro da sua comunidade socioeconômica 
e cultural, estabelecendo o reconhecimento da saúde como um direito de 
cidadania evidenciado pela melhoria das condições de vida através de serviços 
mais resolutivos, integrais e humanizados.
Equipes de Saúde da Família Ribeirinhas (ESFRs) e 
Fluviais (ESFFs)
O Brasil, devido a sua grande extensão territorial e suas diversidades loco-
-regionais, no intuito de contemplar a todas as populações, contempla tam-
bém as ESFRs e as Unidades Básicas de Saúde Fluviais (UBSFs), que estão 
direcionadas para o atendimento das populações ribeirinhas.
Os municípios podem optar entre dois arranjos organizacionais para equipes 
de Saúde da Família, além dos existentes para o restante do País:
  ESFRs: desempenham a maior parte de suas funções em UBSs cons-
truídas/localizadas nas comunidades pertencentes a regiões à beira de 
rios e lagos cujo acesso se dá por meio fluvial; e 
  ESFFs: desempenham suas funções em UBSFs.
  A implantação das ESFRs e ESFFs segue os mesmos critérios das 
equipes e dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF).
Estratégia de Saúde da Família4
Profissionais que compõem uma 
equipe mínima da ESF
A ESF é tida pelo MS e pelos gestores estaduais e municipais como estratégia de 
expansão, qualifi cação e consolidação da AB por favorecer uma reorientação do 
processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e 
fundamentos da AB e de ampliar a resolutividade e impacto na situação de saúde 
das pessoas e coletividades, além de propiciar importante relação custo-efetividade.
Um ponto forte da ESF é a equipe multiprofissional, composta por, no 
mínimo: (I) médico generalista, ou especialista em Saúde da Família, ou 
médico de Família e Comunidade; (II) enfermeiro generalista ou especialista 
em Saúde da Família; (III) auxiliar ou técnico de enfermagem; e (IV) agen-
tes comunitários de saúde. Podem ser acrescentados a essa composição os 
profissionais de Saúde Bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista 
em Saúde da Família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal (ASB ou TSB).
A Política Nacional de AB definiu que cada equipe de ESF deve ser res-
ponsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 
pessoas, respeitando critérios de equidade para essa definição. Recomenda-se 
que o número de pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade das 
famílias daquele território, sendo que, quanto maior o grau de vulnerabilidade, 
menor deverá ser a quantidade de pessoas atendidas por equipe.
Os atributos da APS e a ESF
A organização dos serviços de saúde da Atenção Primária por meio da ESF 
prioriza ações de promoção, proteção e recuperação de saúde, de forma integral 
e continuada. Em expansão por todo o território nacional, a ESF defi ne-se 
por um conjunto de ações e serviços que vão além da assistência médica, 
estruturando-se com base no reconhecimento das necessidades da população, 
apreendidas a partir do estabelecimento de vínculos entre os usuários dos 
serviços e os profi ssionais de saúde, em contato permanente com o território.
A ESF propõe que a atenção à saúde se centre na família, entendida e 
percebida a partir de seu ambiente físico e social, o que leva os profissionais 
de saúde a entrar em contato com as condições de vida e saúde das populações, 
permitindo-lhes uma compreensão ampliada do processo saúde-doença e da 
necessidade de intervenções que vão além das práticas curativas. Para tanto, 
os profissionais que nela atuam deverão dispor de um arsenal de recursos 
tecnológicos bastante diversificados e complexos.
5Estratégia de Saúde da Família
Ao considerar a família como objeto de atenção, a ESF está contemplando dois atributos 
derivados da APS: a orientação familiar/comunitária e a competência cultural, que 
pressupõem o reconhecimento das necessidades familiares em função do contexto 
físico, econômico e cultural.
Alicerçados no trabalho de Barbara Starfield, uma das mais importantes 
autoras da área, que traz os princípios gerais da APS como sendo: a oferta de 
ações de atenção à saúde integradas e acessíveis segundo as necessidades locais, 
desenvolvidas por equipes multiprofissionais responsáveis por abordar uma ampla 
maioria das necessidades individuais e coletivas em saúde, desenvolvendo uma 
parceria sustentada com as pessoas e comunidades (STARFIELD, 1998 apud 
FIGUEIREDO; DEMARZO, [2011]). A seguir, a Figura que representa em resumo, 
as quatro características ou atributos essenciais, mais três derivados (Figura 1).
Figura 1. Atributos essenciais e derivados da APS.
Fonte: Adaptada de Oliveira e Pereira (2013).
Estratégia de Saúde da Família6
Das atribuições específicas dos Profissionais da ESF
Conhecedores das atividades comuns a todos os profi ssionais envolvidos na 
ESF, cada um deles tem função específi ca, que será apresentado a seguir. O 
ponto de partida para o trabalho de equipe multiprofi ssional deve estar centrado 
numa fi losofi a em que o paciente e seus problemas dependam de todos, com 
igual intensidade dentro da área de competência de cada sujeito do grupo.
Das prerrogativas do enfermeiro (BRASIL, 2011), profissional que exerce a 
direção dos órgãos de enfermagem e integra a estrutura básica de instituições 
de saúde, pública ou privada, e a chefia de serviço de enfermagem, coorde-
nando a atuação do auxiliar e do técnico de enfermagem. Cabe ainda a ele 
atender a saúde dos indivíduos e famílias cadastrados, realizando consulta de 
enfermagem, procedimentos e atividades em grupo, e, conforme protocolos, 
solicitar exames complementares, prescrever medicações, gerenciar insumos 
e encaminhar usuários a outros serviços. Desenvolver as atividades de edu-
cação permanente da equipe de enfermagem, bem como o gerenciamento e a 
avaliação das atividades da equipe, de maneira particular do ACS, que ocupa 
na ESF papel fundamental para a manutenção do vínculo entre os usuários 
e a Unidade de Saúde.
O médico (BRASIL, 2011) é um profissional que se ocupa da saúde hu-
mana, promovendo saúde, atuando na prevenção, diagnóstico e tratamento 
de doenças com competência e resolutividade, responsabilizando-se pelo 
acompanhamento do planoterapêutico do usuário. Deve realizar atividades pro-
gramadas (consultas ou visitas domiciliares de caráter clínico, agendadas para 
seguimento longitudinal) e de atenção à demanda espontânea, principalmente 
urgências de baixa e média complexidade, de forma compartilhada, consultas 
clínicas e pequenos procedimentos cirúrgicos, quando indicado na Unidade 
de Saúde, no domicílio ou em espaços comunitários, responsabilizando-se 
pela internação hospitalar ou domiciliar e pelo acompanhamento do usuário. 
Deve ainda, em um trabalho conjunto com o enfermeiro, realizar e fazer parte 
das atividades de educação permanente dos membros da equipe e participar 
do gerenciamento dos insumos.
O ACS exerce o papel de elo entre a equipe e a comunidade, devendo residir 
na área de atuação da equipe, vivenciando o cotidiano das famílias/indivíduos/
comunidade com mais intensidade em relação aos outros profissionais. Realiza 
visitas domiciliares na área adscrita, produzindo dados capazes de dimensionar 
os principais problemas de saúde de sua comunidade. A esses profissionais 
cabe cadastrar todas as pessoas do território, mantendo esses cadastros sempre 
atualizados, orientando as famílias quanto à utilização dos serviços de saúde 
7Estratégia de Saúde da Família
disponíveis. Devem acompanhá-las, por meio de visitas domiciliares e ações 
educativas individuais e coletivas, buscando sempre a integração entre a 
equipe de saúde e a população adscrita à UBS. Devem desenvolver atividades 
de promoção da saúde, de prevenção das doenças e agravos e de vigilância à 
saúde, mantendo como referência a média de uma visita por família ao mês 
ou, considerando os critérios de risco e vulnerabilidade, em número maior. 
O ACS também é responsável por cobrir toda a população cadastrada, com 
um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da 
Família (BRASIL, 2011).
Ao técnico e auxiliar de enfermagem cabe realizar procedimentos regula-
mentados no exercício de sua profissão tanto na Unidade de Saúde quanto em 
domicílio e outros espaços da comunidade, educação em saúde e educação 
permanente (BRASIL, 2011).
O cirurgião-dentista deve desenvolver com os demais membros da equipe 
atividades referentes à saúde bucal, integrando ações de saúde de forma mul-
tidisciplinar. A ele cabe, em ação conjunta com o TSB, definir o perfil epide-
miológico da população para o planejamento e a programação em saúde bucal, 
a fim de oferecer atenção individual e atenção coletiva voltadas à promoção 
da saúde e à prevenção de doenças bucais, de forma integral e resolutiva. 
Deve realizar os procedimentos clínicos, incluindo atendimento das urgên-
cias, pequenas cirurgias ambulatoriais e procedimentos relacionados com a 
fase clínica da instalação de próteses dentárias elementares, além de realizar 
atividades programadas e de atenção à demanda espontânea e ao controle de 
insumos (BRASIL, 2011).
É responsável ainda pela supervisão técnica do TSB e do Auxiliar em 
Saúde Bucal (ASB) (BRASIL, 2011).
Ao TSB cabe, sob a supervisão do cirurgião-dentista, o acolhimento do 
paciente nos serviços de saúde bucal, a manutenção e a conservação dos 
equipamentos odontológicos, a remoção do biofilme e as fotografias e tomadas 
de uso odontológicos, o preparo cavitário na restauração dentária direta, a 
limpeza e a antissepsia do campo operatório, antes e após atos cirúrgicos, e 
as medidas de biossegurança de produtos e resíduos odontológicos. O ASB 
realiza procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão, como 
limpeza, assepsia, desinfecção e esterilização do instrumental, dos equipa-
mentos odontológicos e do ambiente de trabalho, processa filme radiográfico, 
seleciona moldeiras, prepara modelos em gesso, além das demais atividades 
atribuídas ao TSB (BRASIL, 2011).
Estratégia de Saúde da Família8
Percebe-se que todos esses profissionais devem ter o compromisso com o 
acesso, o vínculo entre usuários e profissionais e a continuidade e a longitu-
dinalidade do cuidado, trabalho complexo que só possível de ser executado 
por meio do cuidado colaborativo e compartilhado.
9Estratégia de Saúde da Família
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: 
Senado, 1998.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011. Aprova a 
Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas 
para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o 
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Brasília, DF, 2011. Disponível 
em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt2488_21_10_2011.html>. 
Acesso em: 05 fev. 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006. Aprova a 
Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas 
para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o
Programa Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Brasília, DF, 2006. Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/prtGM648_20060328.pdf>. Acesso 
em: 05 fev. 2018.
FIGUEIREDO, E. N.; DEMARZO, M. M. P. Atenção primária à saúde e política nacional de 
atenção básica. [2011]. Disponível em: <http://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_vir-
tual/esf/11/Unidade1/Atencao_Primaria_a_Saude/p_01.html>. Acesso em: 19 mar. 
2018.
MENDES, E. V. A construção social da atenção primária à saúde. Brasília, DF: Conselho 
Nacional de Secretários de Saúde, 2015.
MENDES, E. V. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o impe-
rativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília, DF: Organização 
Pan-Americana da Saúde, 2012.
MENDES, E. V. Revisão bibliográfica sobre redes de atenção à saúde. 2007. Disponível 
em: <http://portalses.saude.sc.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_
download&gid=4241&Itemid=82>. Acesso em: 19 mar. 2018.
OLIVEIRA, M. A. C.; PEREIRA, I. C. Atributos essenciais da atenção primária e a estra-
tégia saúde da família. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 66, nesp., p. 158-164, 2013.
Leituras recomendadas
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, DF: Ministério 
da Saúde, 2012. (Série E. Legislação em Saúde).
BULGARELLI, A. F. et al. Redes de atenção à saúde: práticas, experiências e propostas 
na gestão da saúde coletiva. 2016.
COSTA, E. M. A. C.; CARBONE, M. H. Saúde da família: uma abordagem multidisciplinar. 
2. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2009.
GIACOMOZZI, C. M.; LACERDA, M. R. A prática da assistência domiciliar dos profis-
sionais da estratégia de saúde da família. Texto & Contexto Enfermagem, v. 15, n. 4, p. 
645-653, 2006.
LIMA, P. V. P. S. et al. O Programa dos Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e os 
indicadores de saúde da família no Estado do Ceará. [2008]. Disponível em: <http://
www2.ipece.ce.gov.br/encontro/artigos_2008/26.pdf>. Acesso em: 19 mar. 2018.
RODRIGUES, R. D.; ANDERSON, M. I. P. Saúde da família: uma estratégia necessária. 
Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade, v. 6, n. 18, p. 21-24, 2011.
ROSA, W. A. G.; LABATE, R. C. Programa Saúde da Família: a construção de um novo 
modelo de assistência. Revista Latino-americana de Enfermagem, v. 13, n. 6, p. 1027-
1034, 2005.
Estratégia de Saúde da Família10
DICA DO PROFESSOR
Acompanhe no vídeo como a Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, 
no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de 
agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da 
saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da 
continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da 
equidade e da participação social.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) A Estratégia Saúde da Família (ESF) visa à reorganização da Atenção Básica no País, 
orientada pelos preceitosdo SUS. Deve ampliar a resolutividade e o impacto na 
situação de saúde das pessoas e de coletividades. Um ponto importante é o 
estabelecimento de uma equipe multiprofissional composta por no mínimo: médico 
generalista, enfermeiro generalista, auxiliar ou técnico de enfermagem, agentes 
comunitários de saúde (ACS). Podem se adicionar profissionais de saúde bucal: 
cirurgião-dentista e auxiliar e/ou técnico em saúde bucal. Diante do enunciado e o 
que foi estudado no decorrer da disciplina, é correto afirmar que: 
A) Cadastramento de cada profissional de saúde em apenas uma ESF, inclusive ao 
profissional médico, com carga horária total de 40 horas semanais.
B) O número de Agentes Comunitários de Saúde devem ser suficientes para cobrir 100% da 
população cadastrada, com no máximo uma população de 750 pessoas sob 
responsabilidade do ACS e de 12 ACS por equipe de saúde da família, não ultrapassando o 
limite máximo recomendado de pessoas por equipe.
C) Cada equipe de saúde da família deve ser responsável por, no máximo, 6.000 pessoas, 
sendo a média recomendada de 5.000, respeitando critérios de equidade para essa 
definição.
D) Uma ESF composta por uma equipe multiprofissional (equipe de saúde da família) tem no 
mínimo médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e de 
comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família e técnico de 
enfermagem.
E) A equipe de ESF pode acrescentar a sua composição, como parte da equipe 
multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou 
especialista em saúde da família podendo acrescentar a esta composição, como parte da 
equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou 
especialista em saúde da família, tornando-se assim uma ESF-SB.
2) Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) devem buscar instituir a plena 
integralidade das ações do cuidado físico e mental aos usuários do Sistema Único de 
Saúde por intermédio da qualificação e da complementaridade do trabalho das 
equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF). Analise as seguintes afirmativas e 
assinale a que estiver correta: 
A) Os profissionais que atuam em equipes de NASF não possuem determinação mínima de 
carga horária semanal na sua contratação.
B) A atuação dos NASF permite realizar discussões de casos clínicos, contudo, sem 
participação nas ações de prevenção e de promoção da saúde a qual fica a cargo da equipe 
de ESF.
C) Os NASF configuram-se como equipes multiprofissionais que atuam de forma integrada 
com as Equipes de Saúde da Família (ESF), mas ainda não está habilitada sua atuação com 
as equipes de Atenção Básica para populações específicas (consultórios na rua, equipes 
ribeirinhas e fluviais) e com o Programa Academia da Saúde.
D) A composição de cada um dos NASF será definida pelos gestores municipais, seguindo os 
critérios de prioridade identificados a partir dos dados epidemiológicos e das necessidades 
locais e das equipes de saúde que serão apoiadas.
E) Segundo o Ministério da Saúde, apenas municípios com mais de 7.000 habitantes podem 
implantar em seus serviços de saúde equipes NASF.
3) No Estratégia Saúde da Família (ESF), o trabalho em equipe é a base para 
fortalecimento das ações efetivas em saúde. Nesse contexto, o Agente Comunitário de 
Saúde (ACS) é um profissional significativo para otimizar o processo do trabalho. 
Assinale a alternativa que corresponde as atividades do ACS: 
A) Faz parte das atribuições dos ACS, acompanhar por meio de visita domiciliar, todas as 
famílias e os indivíduos sob sua responsabilidade e cadastrar todas as pessoas de sua 
microárea e manter os cadastros atualizados.
B) Realizar ações de média e de baixa complexidade, por exemplo, aferição de sinais vitais, 
realização de curativos.
C) Trabalhar com adscrição de famílias sem base geográfica definida.
D) Não faz parte das atribuições do ACS estar em contato permanente com as famílias, 
desenvolvendo ações educativas de promoção à saúde.
E) Não faz parte das atribuições dos ACS o trabalho de vigilância à saúde, por meio de visitas 
domiciliares e de ações educativas individuais, por exemplo, combate à dengue, malária, 
leishmaniose, entre outras.
4) Acerca da Estratégia da Saúde da Família (ESF) do Ministério da Saúde, julgue os 
itens que se seguem e assinale a resposta correta. 
A) As ESF são responsáveis por oferecer serviços de saúde por meio de ações de recuperação 
e de reabilitação na comunidade.
A estratégia de saúde da família prevê a implantação de equipes multiprofissionais em B) 
serviços de saúde de baixa, média e alta complexidade.
C) A saúde da família, considerada um conjunto de ações vinculadas à atenção terciária, 
direcionadas para distintos grupos populacionais, constitui a principal estratégia de atenção 
à saúde no país.
D) Na estratégia de saúde da família, uma das atividades do Agente Comunitário de Saúde é o 
cadastramento das famílias, a identificação de microáreas e os grupos de risco. Essa 
atividade caracteriza hierarquização da população adstrita.
E) Entre as metas da ESF estão a educação em saúde com ênfase na educação permanente das 
equipes, coordenações e gestores, além da institucionalização de processos de 
acompanhamento, monitoramento e avaliação da atenção básica.
5) Em relação aos princípios da Estratégia Saúde da Família (ESF), assinale a 
alternativa CORRETA. 
A) As ações de saúde realizadas pelas equipes de saúde da família devem ser resultado de 
programações pactuadas com a comunidade e devem ser baseadas no diagnóstico 
situacional do território.
B) A Atenção básica está contida na Estratégia da Saúde da Família e tem o objetivo de 
reorganizá-la.
C) Prevê a implantação de equipes multiprofissionais em serviços de saúde de baixa, média e 
alta complexidade.
D) A atuação das equipes de saúde da família deve ser planejada, visando ao alcance de 
resultados mais eficazes, de acordo com as especialidades dos profissionais disponíveis no 
município.
E) As equipes de ESF atendem toda a população que necessita de cuidados de saúde. Não há 
determinação de adscrição de clientela nem território definido.
NA PRÁTICA
Acompanhe um exemplo de Atenção Básica no processo de trabalho da Estratégia Saúde da 
Família.
Dona Maria, 53 anos, casada, tem três filhos adultos que trabalham em outra cidade, ela não tem 
emprego fixo, procura a Unidade Básica de Saúde quase todos os dias.
 
 
Como os Profissionais da (ESF) podem ajudar Dona Maria sair desse quadro?
A equipe pode fazer um estudo de caso com o NASF, procurar integrar a usuária em outros 
espaços de convivência como oficina terapêutica, trabalhos de apoio que pode estar acontecendo 
na Secretaria de Assistência Social, encaminhar para CAPS AD, propor que ela participe da 
academia de saúde, grupos de caminhada, certificar-se de que realmente o tratamento 
medicamentoso vem sendo realizado adequadamente.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Conheça a Estratégia Saúde da Família
A Estratégia Saúde da Família é a Estratégia do Governo Brasileiro que tem por objetivo a 
promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e a manutenção da saúde 
da comunidade.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Estratégia Saúde da Família
Vídeo elaborado pelo canal Conexão SUS sobre um dos mais importantes componentes dos 
serviços de saúde no Brasil.
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Saúde da família: desafios no processo de reorientação do modelo assistencial
Este estudo tem como objetivo refletir sobre os desafios desta estratégia quanto às práticas de 
saúde no contexto da atenção primária.
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