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Fatores do Direito

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Fatores do Direito: elementos que condicionam os fenômenos sociais e induzem transformações no Direito. O estudo dos fatores do Direito deve ser precedido pelo exame dos princípios metodológicos aplicáveis. Orientam o pesquisador quanto ao processo de investigação e fase de conclusão. 
→ Fatores naturais: exercem um amplo condicionamento sobre o homem no tocante à sobrevivência, espaço vital e à criação dos objetos culturais. Ex.: geográfico, demográfico.
→ Fatores culturais: Produzidos pelo homem, inclusive pela ação do homem sobre a natureza. Ex.: econômicos, invenções, moral, religião, educação e ideologia. 
Forças atuantes na legislação: política, opinião pública, grupos organizadores e medidas de hostilidade. 
Fontes do Direito: expressão metafórica para os modos de formação das normas jurídicas, ou seja, sua entrada no ordenamento.
→ Históricas: indicam a origem/gênese das instituições jurídicas. São a época, o local, o contexto que levaram ao surgimento das instituições jurídicas. Todos os documentos prévios que influenciaram a formação de um dado diploma legal. 
→ Fontes reais: concepções filosóficas, doutrinárias e até mesmo religiosas que justificam o direito posto em qualquer época. Formam o aparato ideológico que tanto serve como diretriz e terminologia quanto justifica filosoficamente a materialização do Direito. No ordenamento jurídico, as fontes reais são os contratualismo e axiologicamente as noções de liberdade, segurança, o bem estar, desenvolvimento, igualdade e justiça.
→ Materiais: o direito não é um produto arbitrário da vontade do legislador, mas uma criação que se lastreia no querer social. São constituídas pelos fatos sociais, pelos problemas que emergem na sociedade e que são condicionados pelos fatores do Direito. Fatores ou influências de ordem social que auxiliam na criação ou modificação das normas jurídicas, gerando dispositivos jurídicos válidos. A ideia de fonte material liga-se às razões últimas, motivos lógicos ou morais, que guiam o legislador à criação de novas leis.
Teoria funcionalista: Direito = expressão dos interesses gerais da sociedade. Ex.: paz.
Teoria do conflito social: Direito = resultado de uma luta contínua entre interesses opostos.
→ Fontes formais: são os meios de expressão do Direito, as formas pelas quais as normas jurídicas se exteriorizam. Para que um processo jurídico constitua fonte formal é necessário que tenha o poder de criar o Direito. Podem ser classificadas quanto à sua natureza, quanto ao órgão produtor e quanto ao grau de importância. 
Próprias e impróprias: próprias ou puras: pode-se citar as leis no sentido amplo ou material e as leis no sentido estrito ou formal. Impróprias: aquelas que assumem função de fontes de Direito por excepcionalidade, como a doutrina, a jurisprudência e os costumes. 
Estatais (monismo jurídico) e não estatais: estatais: relações sociais reguladas pelo Direito. Não estatais: decorrentes de grupos sociais particulares (ex.: direito religioso, esportivo).
Fontes formais principais e acessórias: fontes principais são caracterizadas como lei em sentido geral e amplo, ou seja, sem lacunas. Somente em casos excepcionais o juiz poderá decidir com base nas fontes acessórias (costumes, doutrina, jurisprudência, princípios gerais...)
Conceito e fomação da lei: A lei se estrutura nas vontades sociais. Aspectos negativos das leis: decretismo e vícios do parlamentarismo.
Lei em sentido amplo: toda e qualquer norma jurídica. 
Lei em sentido restrito: compreende apenas os diplomas emanados pela Assembleia da República.
Lei no sentido formal é termo usado quando nos referimos às Leis Complementares, Leis Ordinárias ou Leis Delegadas, isto é, atos normativos produzidos exclusivamente pelo Congresso Nacional ou por ele delegados, seguindo os dispositivos dos artigos do Título IV, Capítulo I, Seção VIII, Subseção III da Constituição Federal de 1988.
Lei em sentido formal caracteriza-se, como o nome dá a entender, pela forma, não necessariamente pelo conteúdo; deve seguir todo um determinado trâmite pelas Casas Legislativas.
As Leis (em sentido formal) são o fruto do Poder Legislativo por excelência. Não há hierarquia entre elas, sendo que as Complementares apenas gozam de "dignidade" diferenciada, uma vez que exigem um quórum especial para votação no Congresso (isto porque LC só é utilizada nos casos em que a Constituição expressamente pede esta espécie de Lei, e o faz apenas nas matérias mais relevantes - exemplo: art. 59, parágrafo único da Constituição).
A Lei é o mais alto nível de produção Legislativa, abaixo apenas da Emenda à Constituição - o que, em si, não é produção de Lei, mas de alteração ao texto da Constituição; ou seja, abaixo apenas da Constituição propriamente dita.
Lei no sentido material, por sua vez, são outros atos de caráter normativo, cuja matéria - por isso o material - deveria ser tipicamente tratada em Lei (de sentido formal). Exemplo disso são as Medidas Provisórias, que inclusive, para efeitos jurídicos, têm força de Lei enquanto duram (a diferença da MP para a Lei, dentre outras, é que esta não tem "prazo de validade"). Outro exemplo: Decreto-Lei (não existem mais, mas alguns ainda têm vigência), como o Código Penal.
A forma é o menos importante para caracterizarmos legislação materialmente falando; o que importa é seu conteúdo.
Nem sempre as Leis em sentido material são produzidas (ou a produção é delegada) pelo Legislativo. Por exemplo, a própria Medida Provisória, que é feita pelo Presidente da República - chefe do Poder Executivo, independente de delegação pelo Congresso.
OBS: a Constituição não é Lei em sentido formal, mas, fazendo algum esforço, pode ser tratada como Lei em sentido material, se considerarmos quando algumas pessoas falam: "em nome da Lei..." ou "tal princípio tem fundamento legal"; alguns vão mais a fundo e chamam-na "Lei Maior".
→ Lei substantiva ou material (principal): normas de conduta social que definem os direitos e deveres das pessoas.
→ Lei adjetiva ou formal (natureza instrumental): conhecimento necessário apenas àqueles que participam das ações judiciais. Agrupamento de regras que definem s procedimentos.
→ Leis de ordem pública: preceitos de importância fundamental ao equilíbrio e à segurança da sociedade, pois disciplina os fatos de maior relevo ao bem estar da coletividade. 
→ Processo legislativo: 
Iniciativa → Emendas parlamentares → Votação → Sanção/veto → Promulgação e publicação 
Iniciativa: faculdade atribuída a pessoas ou órgãos para apresentarem projetos legislativos. 
Emendas parlamentares: fase para propositura de emendas ao projeto.
Votação: fase de decisão sobre o projeto. 
Sanção/veto: atos legislativos exclusivos do Presidente da República.
Promulgação e publicação: condições de vigência e aplicabilidade da lei.
→ Obrigatoriedade da lei: 
Teoria da autoridade: considera a obrigatoriedade da lei ao seu conteúdo de força. 
Teoria da valoração: subordina a obrigatoriedade da lei ao seu conteúdo ético. 
Teoria contradualista: para quem a norma é obrigatória se e enquanto devem obedecê-la concorrem para a sua formação.
Teoria neocontradualista: condicionam a obrigatoriedade da lei à adesão dos que lhe são subordinados.
Teoria positivista: a norma jurídica deve ser considerada como o último elo de uma corrente, cujos elos precedentes constituem a ordem jurídica já existente em certa comunidade.
→ Aplicação da lei: 
Diagnose dos fatos: consiste no levantamento e estudo da questio facti. Tarefa preliminar de definição dos fatos. O magistrado considera a narrativa apresentada pelas partes, examina as provas e firma o diagnóstico quanto à matéria de fato.
Diagnose do Direito: constatação da existência da lei.
Crítica formal: examinar se o ato legislativo se reveste de todos os requisitos de caráter formal.
Crítica substancial: verificar os elementos de validade e efetividade da lei.
Interpretação da lei: revelar o sentido e o alcance das normas.
Aplicação da lei. 
→ Direito Costumeiro: Atualmenteo costume se apresenta apenas com a função supletiva da lei. A lei é direito que aspira à EFETIVIDADE e o costume norma efetiva que aspira à VALIDADE.
Conjunto de normas de conduta social, criadas espontaneamente pelo povo, através do uso REITERADO, UNIFORME e que GERA A CERTEZA DE OBRIGATORIEDADE JURÍDICA. Diante de uma situação concreta, não definida por qualquer norma vigente, as partes envolvidas, com base no bom senso e no sentido natural de justiça, adotam uma solução que, por ser racional e acorde com o bem comum, virá a servir de modelo para casos semelhantes. 
Duas forças psicológicas concorrem para a formação do costume: hábito e imitação.
Elementos do costume: 
Material (objetivo): repetição constante e uniforme de uma prática social.
Psicológico (subjetivo): convicção que a prática social reiterada é necessária e obrigatória. É a certeza de que a norma possui valor jurídico. 
→ Posição da Escola Histórica do Direito: o objeto de análise da EHD foi a importância do costume como fonte jurídica. Tinha por escopo combater o movimento racionalista. Costume como fonte mais legítima do Direito.
Espécies dos costumes: 
Secundum legem: quando o costume é expressamente autorizado pela lei.
Praeter legem: costume que atua ou funciona quando a lei legislada não existe ou, existindo, seja omissa. 
Contra legem: se atua em desacordo com a lei, contradiando-a. 
Art. 126. O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. No julgamento da lide caber-lhe-á aplicar as normas legais; não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e aos princípios gerais de direito. (Redação dada pela Lei nº 5.925, de 1º.10.1973)
→ O desuso das leis: todo fator de incerteza é corpo estranho na ordem jurídica, que compromete o sistema, devendo ser eliminado. Necessários dois elementos: tempo e generalidade. Duas séries de causas: uma que se localiza na própria lei e outra provocada por interesse da administração pública. 
Leis anacrônicas: envelheceram durante o seu período de vigência e não foram revogadas pelo legislador. 
Artificiais: não tem por base a experiência social. Mera criação teórica e abstrata.
Injustas: nega ao homem o que lhe é devido ou lhe confere o que é indevido. 
Defectivas: não fornecem todos os recursos técnicos para a sua aplicação, exigindo uma complementação do órgão que as editou. 
A TESE DA VALIDADE DAS LEIS EM DESUSO.
Existem autores que ensinam não haver sentido uma lei ser revogada pelo costume, em razão da hierarquia das fontes formais (Pirâmide). 
A TESE DA REVOGAÇÃO DAS LEIS EM DESUSO.
Há juristas que sustentam a revogação da lei pelo desuso, porque o Estado teria tacitamente, renunciado à aplicação da lei.
→ Jurisprudência: reunião de decisões judiciais, interpretadoras do Direito vigente. Em seu contínuo labor de julgar, os tribunais desenvolvem a análise do Direito, registrando, na prática, as diferentes hipóteses de incidência das normas jurídicas. A jurisprudência constitui, assim, a definição do Direito elaborada pelos tribunais. 
A jurisprudência NÃO CONSTITUI fonte formal, pois sua função não é gerar normas, apenas interpretar o Direito em casos concretos.
IMPORTANTE!!!!: consoante a lição de Miguel Reale, toda fonte pressupõe uma estrutura de poder. A lei é emanação do Poder Legislativo, o costume é expressão do Poder Social e a sentença é ato do Poder Judiciário; os atos regras que denomina por fonte negocial, são manifestações do poder negocial ou da autonomia da vontade. 
Jurisp. em sentido amplo: coletânea de decisões proferidas pelos tribunais sobre determinada matéria jurídica. Tal conceito comporta: jurisprudência uniforme e divergente. 
Jurisp. em sentido estrito: a jurisprudência consiste apenas no conjunto de decisões uniformes, prolatadas pelo órgão do PJ, sobre uma determinada questão jurídica. É a autoridade do casos julgados semelhantes.
→ Espécies de jurisprudência: 
Secundum legem: ocorre para auxiliar na interpretação das normas jurídicas vigentes;
Praeter legem: é o caso da lei apresentar “brechas”, ser incompleta e se torna necessária a utilização da jurisprudência para preencher esse espaço vazio;
Contra legem: quando a lei demonstra comportamento injusto, o juiz ou tribunal realiza o uso da jurisprudência para corrigir esse erro.
Paralelo entre jurisprudência e costume: 
A jurisprudência seria análoga à lei por sua formação reflexiva e semelhante ao costume por necessitar de uma pluralidade de atos. 
A formação de ambos exige a pluralidade de prática: enquanto o costume necessita da repetição de um ato pelo povo, a jurisprudência requer uma série de decisões judiciais, sobre uma determinada questão. 
Distinguem-se nesses pontos: 
Enquanto a norma costumeira é obra da coletividade, a jurisprudência é produto de um setor da organização social.
Norma costumeira é criada no relacionamento comum dos indivíduos e jurisprudência forma-se diante de conflitos e é produto dos tribunais.
I - Decisão isolada
O Direito funciona por uma mecânica impositiva. Dizer isso significa que ele não se limita apenas a ordenar e prescrever comportamentos, mas utiliza-se também de sanções no caso de descumprimento da norma. Desta mesma maneira impositiva são solucionados os conflitos de Direito levados ao Poder Judiciário. Assim, afirma-se que os tribunais resolvem as controvérsias jurídicas a eles encaminhadas de forma definitiva; ou seja, possuem a “última palavra”. Caso um ordenamento jurídico não funcionasse dessa maneira, a aplicação do Direito seria impossível.
Quando essa decisão judicial - que representa a “última palavra” - não pode mais ser derrubada via instrumento jurídico recursal, passa a ser considerada e a possuir força de coisa julgada.
Torna-se latente a relevância da Jurisprudência enquanto elemento de constituição do Direito e de condição precípua para a sua aplicação/fruição. Extrai-se também que as decisões dos Tribunais possuem caráter vinculativo para as partes litigantes; e mediante seu poderio decisório terminam por criar normas jurídicas individuais aplicáveis a casos concretos3 .
II - Jurisprudência assentada
A jurisprudência assentada compreende um conjunto de decisões uniformes dos tribunais, proveniente de uma aplicação uniforme de um mesmo conjunto de normas a casos semelhantes. Caso tribunais distintos decidirem por um largo período de tempo de uma maneira semelhante, o grau vinculativo desse posicionamento será muito maior que o da decisão isolada. Quando isso ocorre, temos a existência de uma jurisprudência assentada, que diferentemente da decisão isolada, desempenha uma função muito mais integradora do Direito, pacificando o entendimento interpretativo do direito vigente.
Por mais que exista uma jurisprudência assentada/dominante sobre uma determinada questão jurídica, nada impede que no futuro, um tribunal venha a decidir de uma maneira distinta. Contudo, por comprometerem a segurança jurídica e a própria autoridade do Poder Judiciário, modificações jurisprudenciais efetuadas por tribunais inferiores são algo extremamente raro.
Assim e na prática, a existência de uma jurisprudência assentada afeta substancialmente o modo pelo qual futuros tribunais decidirão casos abarcados pela jurisprudência existente.
III - Súmulas
A segurança jurídica afigura-se enquanto elemento imprescindível para a consecução das finalidades do Estado de Direito Moderno. A contribuição dos tribunais a esse princípio norteador do ordenamento jurídico constitucional ocorre pela uniformização da jurisprudência via publicação de súmulas de jurisprudência predominante.
Por configurarem-se enquanto proposições que dizem respeito a interpretação do direito como resultado de uma jurisprudência assentada, as súmulas formalizam juridicamente as teses jurídicas corroboradas pelos tribunais. É o que se percebe no caput do artigo 479 do Código de Processo Civil: o julgamento, tomado pelo voto da maioria absoluta dos membros que integram o tribunal, será objeto de súmula e constituirá precedentena uniformização da jurisprudência.
Por mais que possuam um grau alto de importância, as súmulas não vinculam de maneira plena os tribunais que as emitem e os tribunais a eles inferiores. Tal assertiva decorre da premissa teórica de que a atividade judicial dos juízes brasileiros reside em interpretar e aplicar as normas gerais do ordenamento jurídico. Ou seja, não tem o poder para criar essas normas gerais, nem tampouco para vincular plenamente os demais membros do Poder Judiciário.
Contudo, na prática vislumbra-se uma tendência generalizada de respeito a súmula que corrobora uma jurisprudência dominante. Isso explica melhor a constatação empírica de as súmulas serem publicadas não somente nas coletâneas de jurisprudência mas também nas de legislação; cumprindo salientar que a existência de uma súmula não impede que no futuro uma lei disponha entendimento contrário ao que ela denota.
→ O grau de liberdade dos juízes: 
Livre estimação: esta corrente preconizou uma ampla liberdade para os juízes que poderiam aplicar o Direito consoante os princípios de equidade.
Limitação à subsunção: o juiz operaria apenas com os critérios rígidos das normas jurídicas, com esquemas lógicos, sem possibilidade de contribuir, com a sua experiência, na adaptação do ordenamento à realidade.
Complementação coerente e dependente de preceito: devem interpretar o direito vigente evolutivamente, conciliando velhas formas com as novas exigências históricas.
A DOUTRINA JURÍDICA: (ou Direito científico)
Compõe-se de estudos e teorias, desenvolvidos pelos juristas, com o objetivo de interpretar e sistematizar as normas vigentes e de conceber novos institutos jurídicos, reclamados pelo momento histórico. Esse acervo de conhecimentos é resultado da experiência de juízes. É composta de estudos e teorias metódicas, divulgadas por meio de livros, monografias, artigos, e ainda sentenças prolatadas pelos juízes mais experientes e testados.
 Funções no mundo jurídico: 
a) o estudo aprofundado das principais normas e princípios do Direito; 
b) Atualização dos conceitos e institutos para estar sempre em contato com a dinâmica realidade, que muda a todo o tempo.
c) a sistematização e organização de todo o conteúdo do Direito, agrupando-o em de forma coerente e lógica, pois será através da divisão dos vários ramos e espécies de normas, é que será possível total compreensão da Ordem Jurídica. 
d) Estabelecer críticas ao objeto de estudo, devido ao senso jurídico e crítico que deve possuir o jurista; de forma que mediante debates se chegue a uma correta proposição. 
e) Verificar maneiras para aperfeiçoar o Direito, de que forma que vez cada mais esteja voltado para os seu fim maior: a Justiça;
 A influência da Doutrina: 
Se desenvolve apenas no plano teórico, oferecendo valiosos subsídios ao legislador, na elaboração dos documentos legislativos.
A doutrina NÃO É FONTE FORMAL, porque não possui estrutura de poder.
ARGUMENTO DE AUTORIDADE: 
Consiste na citação de opiniões doutrinárias, como fundamento de uma tese jurídica que se desenvolve perante a justiça. 
→ PROCEDIMENTOS DE INTEGRAÇÃO: ANALOGIA LEGAL
Lacunas da lei: 
A integração é um processo de preenchimento de lacunas existentes na lei, por elementos que a própria legislação oferece ou por princípios jurídicos, mediante operação lógica e juízos de valor. 
Autointegração: opera pelo aproveitamento de elementos próprios do ordenamento.
Heterointegração: se faz com a aplicação de normas que não participam da legislação.
 O postulado da plenitude da ordem jurídica: 
Se há divergências doutrinárias quanto às lacunas jurídicas, do ponto de vista prático vigora o postulado da plenitude da ordem jurídica. É princípio de que os juízes NÃO PODEM DEIXAR DE JULGAR.
 Noção geral de analogia: 
É um recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma hipótese não prevista na lei, a solução por ele apresentada para uma outra hipótese semelhante à não prevista. 
Analogia NÃO É FONTE FORMAL, porque não cria normas jurídicas, apenas conduz o intérprete ao seu encontro. A aplicação da analogia legal decorre da existência de lacunas da lei.
→ PROCEDIMENTOS DE INTEGRAÇÃO: PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO:
Diante de uma situação fática, os sujeitos de direito, necessitando conhecer os padrões jurídicos que disciplinam a matéria, devem consultar, em primeiro plano, a lei. Se esta não oferecer a solução, seja por um dispositivo específico ou por analogia, o interessado deverá verificar a existência de normas consuetudinárias. Na ausência da lei, de analogia e costumes, o preceito orientador há de ser descoberto mediante os princípios gerais do Direito. 
Funções: 
São importantes em duas fases principais: elaboração das leis e aplicação do Direito. “Guiam, fundamentam e limitam as normas positivas já sancionadas.” 
ESTRUTURA NORMATIVA DE PODER: 
Poder legislativo 
↓ 
Jurisdição
 ↓
Poder Social
↓ 
Poder negocial/autonomia da vontade
→ Categorias de leis: 
Constituição Federal
A constituição ou carta magna é o documento que reúne as leis fundamentais de estruturação do estado, formação dos poderes, formas de governo e direitos e deveres do cidadão de um país.
Emendas à constituição
Podem propor emendas à constituição:
um terço dos membros da câmara dos deputados;
um terço dos membros do senado federal;
o presidente da república;
mais da metade das assembleias legislativas dos estados, manifestando-se cada uma delas pela maioria de seus componentes.
A Constituição Federal pode ser alterada por meio de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que é avaliada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania) da câmara e do senado, e votada por deputados e senadores. Nos 25 anos de vigência da atual Carta Magna, esta recebeu mais de 70 emendas, sendo a primeira de 1992.
É natural a qualquer ordenamento a necessidade de mudança, para que possa estar em sintonia com as mudanças sociais internas e externas. Tais mudanças podem simplesmente ter origem nos costumes, tradições, alterações sociológicas ou empíricas ou, mesmo, o posicionamento adotado pela corte suprema do país a respeito de um determinado assunto.
Toda alteração deve obrigatoriamente respeitar os fundamentos da república (artigo 1º, da constituição), bem como seus objetivos (artigo 3º). Assim, as emendas não devem desnaturar o perfil da lei, pelo bem de sua própria supremacia.
A emenda à Constituição Federal, enquanto proposta, é considerada um ato infraconstitucional sem qualquer normatividade, só ingressando no ordenamento jurídico após sua aprovação, passando então a ser preceito constitucional, de mesma hierarquia das normas constitucionais originárias.
Em caso de emenda que envolva os preceitos fixados pelo artigo 60 da constituição, esta ingressará no ordenamento jurídico com status constitucional, devendo ser compatibilizada com as demais normas originárias.
Tratados internacionais sobre Direitos Humanos
A partir de 2004, com a Emenda Constitucional nº. 45, os tratados internacionais que versam sobre direitos humanos passaram a ser incorporados ao ordenamento de uma maneira diferente. A emenda trazia que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que passassem pelo processo de aprovação do poder legislativo em moldes similares ao das Emendas Constitucionais (3/5 dos votos, em 2 turnos de votação em ambas as casas legislativas), seriam equiparados às emendas constitucionais.
Em relação aos demais tratados internacionais, o Supremo Tribunal Federal, entende que tais normas, das quais o Brasil seja signatário, possuem natureza "supralegal", ou seja, estão em patamar intermediário entre a constituição e as demais leis, e seu trâmite para aprovação e consequente integração do ordenamento jurídico brasileiro é o mesmo das leis ordinárias.
Leis complementares
Lei complementar é a espécie normativa sujeita a um processo legislativo especial e com matéria própria. Serve para regular os assuntos que o legislador constituinte entende de importância fundamental.Ao mesmo tempo, o conteúdo da lei complementar não pode ser alterado por lei ordinária devido aos critérios de aprovação. Do mesmo modo, matéria reservada à lei complementar não poderá ser disciplinada por lei ordinária, sob pena de inconstitucionalidade da lei por violar preceito constitucional que determina a reserva de competência de algumas matérias ao âmbito da lei complementar.
A diferença entre lei ordinária e lei complementar reside em dois aspectos: o material e o formal. No aspecto material, temos assuntos que obrigatoriamente devem ser regulamentados por lei complementar. A lei ordinária, por sua vez, é residual, pois trata das matérias que a constituição não exija regulamentação por lei complementar, decreto legislativo ou resolução.
A segunda distinção é formal e refere-se ao quorum de aprovação da lei complementar, que é de maioria absoluta, enquanto o quorum de aprovação da lei ordinária é de maioria simples. Na votação por maioria simples, o projeto de lei é aprovado se obtiver a maioria dos votos favoráveis dos parlamentares presentes na sessão. Já a votação por maioria absoluta considera os votos favoráveis da metade mais um do total dos parlamentares, independente do número de congressistas presentes naquela sessão.
Leis ordinárias
Este instituto aborda assuntos diversos nas áreas penal, civil, tributária, administrativa, regulando quase todas as matérias de competência da união, com sanção do presidente da república. O projeto de lei ordinária é aprovado por maioria simples e pode ser proposto pelo presidente da república, deputados, senadores, Supremo Tribunal Federal (STF), tribunais superiores e procurador-geral da república. Os cidadãos também podem propor tal projeto, desde que subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado do país, distribuído pelo menos por cinco estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.
A lei ordinária é o ato legislativo típico por excelência, o ato normativo primário que edita normas gerais e abstratas. Caracteriza-se pela generalidade de seu conteúdo, podendo tratar de quase toda matéria. A exceção é a matéria destinada à lei complementar e os assuntos do congresso, câmara e do senado (reservados aos decretos legislativos e das resoluções). Há ainda os incisos do §1° do artigo 68 da constituição que são disciplinados por lei ordinária e insuscetíveis de delegação.
Leis delegadas
Lei delegada é uma figura prevista no artigo 68 da constituição. Trata-se de um ato normativo do presidente da república que necessita autorização do congresso nacional para sua elaboração. A lei delegada está presente também nos âmbitos estadual e municipal.
Com ela, o executivo pode criar ou aumentar empréstimos compulsórios e impostos da competência residual da União (a constituição veda a delegação de matéria reservada à lei complementar). Leis delegadas não podem versar sobre atos de competência exclusiva do congresso, sobre matéria de lei complementar, nem a legislação sobre planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos, entre outros.
Na prática, a lei delegada não é utilizada, pois o executivo encontrou na figura da medida provisória um instrumento mais confortável para aumentar sua autonomia institucional. De fato, apenas duas leis delegadas foram promulgadas após a Constituição de 1988 (leis delegadas nº 12, de 7 de agosto de 1992 e nº13, de 27 de agosto de 1992).
Medidas provisórias
A inspiração para a criação das medidas provisórias veio da legislação italiana. No Brasil, sua antecessora era o decreto-lei, extinta com o advento da atual constituição.
As medidas provisórias são editadas pelo presidente em casos de relevância e urgência. Com força de lei e vigência imediata, perdem a eficácia caso não convertidas em lei pelo congresso nacional em até sessenta dias, prorrogáveis por igual período.
Tal instrumento foi criado para dar ao presidente uma dinâmica político-administrativa sem que ficasse caracterizada intromissão nas atividades do poder legislativo.
A constituição, em seu artigo 62, estipula que em caso de relevância e urgência, o presidente pode fazer uso de medida provisória com força de lei, devendo esta ser submetida imediatamente ao congresso, que terá prazo de cinco dias para se reunir, após convocação extraordinária, caso esteja em recesso.
Ao ser editada, entra em vigor por 60 dias, prorrogáveis por mais sessenta, quando passam a trancar a pauta do congresso e precisam ser apreciadas. Após este prazo, se o caso o congresso não converta a medida provisória em lei, esta perde sua eficácia e, assim, caberá ao congresso disciplinar as relações jurídicas delas decorrentes.
Decretos legislativos
É um ato destinado à veiculação das matérias de competência exclusiva do congresso nacional. Tais matérias estão elencadas em sua maioria no artigo 49 da constituição federal.
O decreto legislativo serve também como instrumento de regulamentação das relações jurídicas decorrentes do período de eficácia das medidas provisórias antes de sua conversão em lei.
Para sua validade, este deve necessariamente ser instruído, discutido e votado em ambas as casas legislativas. O quorum de aprovação do decreto legislativo é o de maioria simples do artigo 47 da constituição, e o seu procedimento é o mesmo de lei ordinária, diferindo apenas no momento da promulgação, feita pelo presidente da república. Seu procedimento de aprovação é, portanto, considerado especial, pois é tratado pelo Regimento Interno do Congresso e pelos Regimentos Internos das duas casas e porque, também é desvinculado da sanção do Presidente da República.
A legitimidade para a iniciativa no processo de criação do decreto legislativo recai sobre o presidente da república ou membro ou comissão do congresso nacional. O decreto legislativo produz um efeito externo ao congresso nacional, contrariamente às resoluções.
Resoluções
Resolução é um ato administrativo normativo emitido por autoridade superior, com a finalidade de disciplinar matéria de sua competência específica.  As resoluções não podem produzir efeitos externos, tampouco contrariar os regulamentos e os regimentos, mas sim explicá-los. Tanto as resoluções quanto os decretos legislativos tratam de matéria de competência exclusiva do poder Legislativo. 
Qual a diferença entre decreto e regulamento?
A diferença é sútil, mas existe. Os decretos são a forma do ato, já regulamento é o conteúdo do ato. O conteúdo é o que o ato significa, já a forma é o veículo introdutor do conteúdo. 
Súmula vinculante
Trata-se de decisão normativa que obriga todos os órgãos da Administração Pública e do Judiciário a atuarem conforme seus parâmetros. De acordo com o artigo 103-A, da Constituição Federal, "o Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei".
 A Força dos Precedentes do Novo Código de Processo Civil 
Embora o Brasil possua um sistema jurídico essencialmente baseado na Civil Law, é possível constatar que os precedentes judiciais estão sendo aos poucos adotados pela legislação processual civil com a finalidade de imprimir maior segurança jurídica aos jurisdicionados e maior celeridade ao trâmite processual. O sistema do Common law também vem sofrendo modificações, estreitando suas relações com o stare decisis e aproximando-se cada vez mais do ordenamento brasileiro. No projeto do Novo Código de Processo Civil é possível perceber a intenção do legislador em aproveitar os fundamentos do Common law e do stare decisis, com o objetivo de privilegiar a busca pela uniformização e estabilização da jurisprudência e garantir a efetividade do processo, notadamente das garantias constitucionais.
→Poder negocial (fonte não formal):
As fontes formais negociais consistem no poder negocial (mediatas) e no instrumento utilizado por ele para a veiculação de normas jurídicas (imediatas). Em regra, todas as pessoas capazes possuem poder negocial, sendo válidas as normas negociais que criam (art. 104 do CC). Isso significa que todo ser humano maior de idade e consciente pode criar tais normas, desde que respeite a função social dos contratos e a boa fé (arts. 421 e 422 do CC).
fonte formal imediata legislativa, mostrando que deriva do poder legislativo; tratamos do papel dos costumes, destacando que são fontes indiretas, pois dependem de autorização expressa da lei; apresentamos, ainda, a fonte formal imediata jurisprudencial, decorrente do poder jurisdicional. Agora, devemos abordar duas espécies de fontes restantes: as negociais e as racionais.

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