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1A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação Lilia Gonçalves 2A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação Sumário Introdução ......................................................................................................... 03 Objetivos .......................................................................................................... 04 Estrutura do conteúdo .................................................................................... 04 A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação Tópico 1: História da Língua Portuguesa .......................................................... 05 Tópico 2: O Acordo Ortográfico ........................................................................ 07 2.1 Acentuação ................................................................................. 08 2.2 Emprego do hífen ....................................................................... 12 2.3 Uso de maiúscula e minúscula ................................................... 15 Tópico 3: Regras de Acentuação Gráfica ......................................................... 16 Tópico 4: Pontuação: emprego da vírgula ........................................................ 19 Resumo ............................................................................................................. 23 Leitura Complementar .................................................................................... 25 Referências Bibliográficas .............................................................................. 26 3A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação Olá! Seja bem-vindo(a) ao conteúdo “A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação”. Neste material estudaremos a atual nova ortografia, as regras de acentuação gráfica e a pontuação. Abordaremos três fases da evolução da Língua Portuguesa e as alterações decorrentes do novo acordo ortográfico. Bons estudos! 4 Estrutura do Conteúdo Objetivo s A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação Esperamos que ao final deste material/ conteúdo, você seja capaz de: 1. Distinguir sílabas tônicas e átonas; 2. Conhecer as principais alterações trazidas pela reforma ortográfica; 3. Conhecer as regras para emprego do hífen; 4. Grafar corretamente as palavras quanto à acentuação e ao emprego do hífen; 5. Entender a importância da acentua- ção gráfica para a clareza da comuni- cação; 6. Conhecer e aplicar as regras de acentuação gráfica; 7. Conhecer os casos remanescentes do acento diferencial; 8. Empregar a vírgula corretamente. Para melhor compreensão do conteúdo, este material foi dividido de acordo com os seguintes ítens: 1. História da Língua Portuguesa 2. O Acordo Ortográfico 3. Regras de Acentuação Gráfica 4. Pontuação: emprego da vírgula 5A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação 1. História da Língua Portuguesa Você sabe como surgiu a Língua Portuguesa? Sabemos que não há língua que permaneça uniforme e todas elas mudam. Assim, o conhecimento histórico do passado é imprescindível para quem usa e se interessa por uma determinada língua. Conheça um pouco da história da nossa língua! • A língua portuguesa pertence ao grupo de línguas originárias do latim, língua essa falada pelo povo romano. Desse grupo fazem parte o espanhol, o francês, o italiano, o romeno, o rético, o sardo, dentre outros idiomas. • O latim foi introduzido na Península Ibérica por volta do século III a.C. Os romanos venceram a chamada Guerra Púnica, contra os cartagineses, e deram início à romanização da Ibéria, que se tornou uma província de Roma. • Chama-se romanização o processo de assimilação da cultura latina pelos povos da Península, que se submeteram ao poder político-cultural de Roma. • Os povos da Península adotaram a língua de Roma (o latim) e imprimiram nela muitas modificações. • A Península chega ao século V d.C. completamente romanizada e falando a língua de Roma. • No séc. V d.C., a Península foi invadida pelos bárbaros (suevos, alanos, vândalos e visigodos), que causaram a dissolução política do império. • O latim vulgar, falado no território da Península, já estava bastante modificado pelas línguas que eram faladas na região. Dizemos que surgiu na região um dialeto, originado da ação da língua falada pelos habitantes da península sobre a língua latina. 6A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação • No séc. VIII foi a vez de os árabes invadirem a Península, de onde só foram expulsos no séc. XV, em 1492. A língua árabe pouco influenciou a língua falada na região, deixando, como principais marcas, vocábulos, de modo geral, iniciados pelo prefixo AL: álgebra, alface, algarismo, álcool, alfazema, alcachofra, algema, algodão etc. • Dá-se o nome de romanço à língua surgida da mistura da língua latina com a língua dos nativos. Período do Português Arcaico Séculos XII – XVI. No século XII aparece o primeiro texto inteiramente em português. É a “Cantiga da Ribeirinha”, poesia escrita por Paio Soares de Taveirós. Um exemplo de como era a nossa língua: “No mundo nom me sei parelha(1)/mentre(2) me for como me vai/Ca(3) já moiro por vos – e ay!”. 1 – parelha = igual, parecida; 2 – mentre – enquanto; 3 – Ca – pois, porque. Período do Português Moderno Do século XVI aos nossos dias. A obra Os Lusíadas, de Luís de Camões é considerada o marco do português moderno. Evolução da Língua Portuguesa Fase Pré-Histórica - Começa com as origens da língua e vai até o século IX. Do século V ao IV temos o que se chamou romance lusitânico. Fase Proto-Histórica – estende-se do século IX ao XII. Nesta fase, encontram- se nos documentos redigidos em latim algumas palavras portuguesas. Fase Histórica – inicia- se no século XII e se estende aos nossos dias. Compreende dois períodos: 7A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação Período Fonético Começa com os primeiros documentos escritos em português e vai até o século XVI. A língua era escrita para o ouvido, com certa flutuação na escrita. Era possível se encontrar duas ou mais grafias para a mesma palavra. Ex.: omrra (honra), ceeo (céu), composison (composição)... Período pseudo-fonético Inicia-se no século VI e vai até o ano de 1904. Nesse ano é publicada a Ortografia Nacional, de Gonçalves Viana. Esse período é marcado pelo uso de consoantes geminadas (dobradas) e insonoras (sem som), de grupos consonantais falsamente chamados de gregos, de letras como Y, k e w, sempre que ocorriam nas palavras originárias. Ex.: sepulchro (sepulcro), chrystal (cristal), pharmacia (farmácia), asthma (asma), systhema (sistema) etc. Período simplificado Tem início com a publicação da Ortografia Nacional, de Gonçalves Viana, em 1904, e chega aos nossos dias. O autor defende a existência de dois sistemas simplificados: o português e o luso-brasileiro. Até século XVI Do século XVI até o ano de 1904 De 1904 até hoje 2. O Acordo Ortográfico Apesar das diversas críticas, o novo acordo ortográfico mexe com menos de 0,5% (meio por cento) das palavras utilizadas no português do Brasil. A acentuação gráfica, por exemplo, alterou apenas as regras especiais e os acentos diferenciais. Veja: 8A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação 2.1 Acentuação Trema Foi abolido, mas a pronúncia das palavras que o recebiam continua a mesma. LingÜiça LingUiça Era Assim cinqüenta lingüiça freqüente argüir Ficou Assim cinquenta linguiça frequentearguir Essas palavras devem ser pronunciadas como antes: cinqUenta, lingUiça, freqUente, argUir. } O trema é mantido em palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros: hübneriano, de Hübner; mülleriano, de Müller etc. Importante! Hiato – oo Não recebe mais acento circunflexo. Também dos verbos crer, dar, ler, ver (e derivados) foi abolido o acento circunflexo na terceira pessoa do plural do presente do indicativo. 9A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação abençoo, creem, deem, leem, enjoo, perdoo, zoo ^ Era Assim abençôo vôo enjôo magôo Ficou Assim abençoo voo enjoo magoo Letras “i” e “u” nos hiatos Não se mais acentuam as letras “i” e “u” tônicas que formam hiato com a vogal anterior, quando precedidas de ditongo. Era Assim baiúca boiúca feiúra Ficou Assim baiuca boiuca feiura 10A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação ENXÁGUE OU ENXAGUE? ARGÚI OU ARGUI? Qual das duas está correta? • Era assim: ENXÁGÜE Ficou assim: ENXÁGUE • Era assim: ENXAGÚE Ficou assim: ENXAGUE • Era sssim: Ele ARGÚI Ficou assim: Ele ARGUI Se as palavras forem oxítonas, o acento se mantém: Piauí, tuiuiú Nos demais casos, nada muda. As letras “I” e “u” receberão acento agudo se ficarem sozinhas na sílaba ou acompanhadas de –s, se vierem precedidas de vogal e não forem seguidas de –n ou –nh: saída, saíste, saúde, balaústre, baús, rainha, caindo, campainha. Importante! “U” dos grupos GUE, GUI, QUE, QUI, se fossem átonos, recebiam o trema; se fossem tônicos, eram acentuados. Agora nem trema, nem acento. Os verbos terminados em –UAR oferecem duas pronúncias. Em ENXÁGUE, uma forma rizotônica, a vogal tônica é – A, e deve ser acentuada. A outra pronúncia possível é ENXAGUE, em que a vogal tônica é – U. 11A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação Acento diferencial O Acordo aboliu os acentos diferenciais, como em: • pára (verbo) x para (preposição) • pêlo (substantivo) x pelo (contração) x pélo (verbo pelar) • pêra (substantivo) para distinguir de pera (preposição arcaica). Porém, foi mantido nos seguintes casos: Pôde (3ª. pessoa do sing. pretérito perfeito do verbo poder) para distinguir de pode (3ª. pessoa do sing. do pres. do indicativo do mesmo verbo). Pôr (forma verbal) x por (preposição). É facultativo o acento diferencial em: fôrma (substantivo)x forma (substantivo ou verbo); dêmos (1ª. pessoa do plural do pres. do subjuntivo) para distinguir de demos (1ª. Pess. do plural do pret. perfeito do indicativo) e nas formas da 1ª. Pess. do plural do pret. perfeito do indicativo dos verbos da 1ª. conjugação, para diferenciar da mesma pessoa e número do presente do indicativo: amamos (pres.) x amámos(pret.), cantamos(pres.) x cantámos(pret.), estudamos(pres.) x estudámos (pret.). ? ? ? ? para têm polopôde pára pode 12A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação 2.2 Emprego do hífen Embaraçoso, complexo e controvertido. O emprego do hífen nas palavras prefixadas e nas compostas sempre foi acompanhado desses comentários. As regras trazem mais dúvidas que certezas, desde a reforma de 1943. O atual acordo ameniza em parte as dificuldades, mas há pontos que continuam obscuros. A sistematização do hífen é muito difícil. Há casos em que o acordo se omite, há outros em que não há clareza quanto ao uso ou não do hífen. Aconselha-se sempre a consulta a um bom dicionário e ao Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), da Acade- mia Brasileira de Letras. Se a palavra for composta, seguir a norma que impõe o hífen sempre que o nome composto sofrer alguma alteração em relação às partes que o formam. Se houver prefixos, seguir as regras específicas de alguns deles e as normas gerais que se aplicam aos demais. Veja os casos mais comuns: • Palavras compostas por justaposição (as palavras não sofrem alteração fonética), sem elemento de ligação: sul-africano, guarda-chuva, amor-perfeito, couve-flor. • Obs.1: Não se emprega o hífen nos compostos onde se perdeu a noção de composição: girassol, mandachuva, pontapé, paraquedas etc. • Obs.2: Continuam com hífen: para-lama, reco-reco, tira-teima... • Topônimos (nomes de lugar)/topônimos compostos, iniciados pelos adjetivos grã, grão, por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo: Grã-Bretanha, Passa-Três, Baía de Todos-os-Santos, Trás-os-Montes etc. Os demais nomes de lu- gar, com exceção de Guiné-Bissau, devem ser escritos sem hífen: Costa Rica, Nova Zelândia, Porto Alegre etc. 13A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação • Palavras compostas que designam espécies botânicas ou zoológicas: bem-te- vi, abóbora-menina, couve-flor, erva-de-passarinho, flor-de-santo-inácio, bem-me- quer etc • Compostos iniciados pelos prefixos ante-, anti-, auto-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pan-, semi-, sobre, sub-, super-, supra-, ultra- etc. • Quando o segundo elemento começa por h: anti-higiênico, circum-hospitalar, co- herdeiro, pan-helenismo, pré-história, semi-hospitalar. • Quando o prefixo termina com a mesma vogal que começa o segundo elemento: anti-ibérico, auto-observação, contra-almirante, re-escrever • Obs.: O prefixo co-, quando se junta a outro elemento iniciado por o, não se separa por hífen: cooperar, coordenar, coordenação. Com os prefixos circum- e pan-, quando o segundo elemento começa por vogal, “m”, “n”, “h”: circum-escolar, circum-navegação, pan-africano. • Com os prefixos hiper-, inter-, super-, quando o segundo elemento começa por r: hiper-requintado, inter-racial, super-realista. • Com os prefixos tônicos acentuados graficamente pós-, pré-, pró-, quando o segundo elemento tem vida autônoma: pós-operatório, pré-escolar, pró-britânico. Não se usa hífen: a) quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s: antirreligioso, antissemita, contrarregra, cosseno. b) quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente dela: antiaéreo, autoestrada, coeducação, socioeducativo. c) quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r, s ou vogal diferente antissocial, autorretrato etc. 14A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação Era Assim anti-religioso anti-semita contra-regra contra-senha extra-regular auto-aprendizagem auto-estrada Ficou Assim antirreligioso antissemita contrarregra contrassenha extrarregular autoaprendizagem autoestrada Prefixo Agro, ante, anti, arqui, auto, contra, extra, infra, intra, macro, mega, micro, maxi, mini, semi, sobre, supra, tele, ultra... Hiper, inter, super Vice Sub Pan, circum Usa hífen Quando a palavra seguinte começa com h ou com vogal igual à última do prefixo: auto-hipnose, auto-observação, anti-herói, anti-imperalista, micro-ondas, mini-hotel. Quando a palavra seguinte começa com h ou com r: super-homem, inter-regional. Sempre: vice-rei, vice-presidente Quando a palavra seguinte começa com b. h ou r: sub-base, sub-reino, sub-humano. Quando a palavra seguinte começa com h, m, n ou vogais: pan-americano, circum-hospitalar. Esta é uma amostra sucinta. Devem-se consultar uma boa gramática, o VOLP, já citado, ou alguns manuais, como os indicados na bibliografia. 15A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação 2.3 Uso de maiúsculas e minúsculas Maiúscula minúscula • Segundo a Base XIX do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, a letra maiúscula inicial é obrigatória em: • Antroponômios (nomes próprios) se- jam reais ou fictícios: Brasil, Branca de Neve, João, Pinóquio. • Toponômios (nomes de lugares), se- jam reais ou fictícios: Bahia, Atlántida, Brasília, Pasárgada.• Seres antropomorfizados (semelhan- tes ao ser humano) ou mitológicos: Zeus, Netuno, Adamastor. • Nomes que designam instituições: Ins- tituto do Servidor, Ordem dos Advoga- dos do Brasil, Senado Federal. • Nomes de festas, festividades e efe- mérides: Quaresma, Carnaval, Pás- coa, Ramadã, Ano Novo, Dia das Mães. • Títulos de jornais e revistas, que de- vem ser grafados em itálico: O Estado de São Paulo, Veja, O Globo, A Tarde. • Siglas, abreviaturas, símbolos usados internacional ou nacionalmente (nesse caso não necessariamente apenas na letra inicial): IBGE, H2O, ONU. Escrevem-se com inicial minúscula: a) os nomes de dias, estações e me- ses do ano: quarta-feira, sábado, domingo; janeiro, fevereiro, março; primavera, outono. b) as designações de pessoas desco- nhecidas ou que não se quer nome- ar: fulano, beltrano, sicrano. c) os nomes dos pontos cardeais: nor- te, sul, leste, oeste. Abreviaturas: N, S, L, O, com maiúsculas. Observação: Quando empregados para designar uma região, os nomes dos pontos cardeais devem ser escritos com inicial maiúscula. Exemplos: Parou de chover no Nordeste. Está nevando no Sul. 16A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação O uso da letra maiúscula é opcional em formas de tratamento (chamados de áulicos) ou de hierarquia (Senhor Doutor ou senhor doutor Antonio Carlos, dona ou Dona Célia); nomes que indicam disciplinas ou ramos do saber: Física (ou física), Astronomia (ou astronomia). O uso também é facultativo em inícios de versos, em termos que designam locais públicos (avenida ou Avenida Rio Branco) e em templos e edifícios (Igreja ou igreja do Bonfim, palácio ou Palácio da Alvorada). Acesse o Recurso Multimídia e conheça as regras de separação silábica. Conteúdo On-line 3. Regras de Acentuação Gráfica A reforma ortográfica, como já vimos, simplificou e muito as regras de acentuação. Veremos agora as regras gerais e as especiais, além de um sinal de pontuação corriqueiro, mas traiçoeiro, a vírgula. Tão traiçoeiro que pode até matar uma pessoa: Um general ditou um recado para o comandante da tropa que estava no front: “A guerra acabou, não mate o prisioneiro.” O rapaz que copiou o recado, contudo, mudou o lugar da vírgula: “A guerra acabou não, mate o prisioneiro”. E a guerra recomeçou! Todas as palavras, com exceção dos monossílabos átonos, possuem sílaba tônica. No entanto, poucas recebem acento. O princípio geral é que se acentuam as palavras que fogem ao padrão mais comum de tonicidade. O uso do acento gráfico tem como finalidade marcar a sílaba tônica de algumas palavras e/ou marcar o timbre aberto ou fechado de algumas vogais. Assim, quanto à posição da sílaba tônica, as palavras podem ser: 17A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação • Oxítonas, quando a tonicidade está na última sílaba (Paraná); • Paroxítonas, quando a tonicidade está na penúltima sílaba (caráter); • Proparoxítona, quando a tonicidade está na antepenúltima sílaba (sábado). Monossílabos tônicos e átonos Veja a frase: O sol já se pôs. Essa frase é formada apenas por monossílabos, dos quais sol, já e pôs são pronunciados com maior intensidade, enquanto que “o” e “se” são pronunciados fracamente, não têm acento próprio e apoiam-se nas palavras que os antecedem ou os seguem. É como se fosse uma sílaba dessa outra palavra. Os primeiros são monossílabos tônicos e os outros, monossílabos átonos. Monossílabos Átonos Artigos: o, a, os, as, um, uns; pronomes pessoais oblíquos: me, te, se, o, a, os, as, lhe, nos, vos; preposições: a, com, de, em, por, sem, sob; pronome relativo: que; e as conjunções: e, ou, que, se. Monossílabos Tônicos Os monossílabos tônicos serão acentuados quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de s. Exemplos: pá, pás, pé, pés, mês, rês, pó, pós, dó, cós. 18A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação REGRAS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA 3.1 Oxítonas 3.2 Paroxítonas 3.3 Proparoxítonas 3.4 Casos Especiais São aquelas cuja sílaba tônica é a última. São acentuadas quando terminarem em A, E, O, seguidos ou não de -s, e quando terminarem em -EM, -ENS. Exemplos: maracujás, Maringá, rapé, massapê, filé, mocotó, jiló; amém, armazém, parabéns, armazéns. A sílaba tônica é a antepenúltima. Todas as proparoxítonas são acentuadas. Exemplos: tráfego, tráfico, síndrome, ínterim, lêvedo, lâmpada, sândalo. São aquelas cuja sílaba tônica é a penúltima. São acentuadas quando terminarem em: Exemplos: ● UM, -UNS: álbum, médiuns ● L: amável, lavável ● PS: bíceps, fórceps, ● X: ônix, fênix ● EI(s): vôlei, pôneis ● Ã(s), -ÃO(s): órfã, ímã, órfãos, órgão ● U(s): Vênus, vírus ● Ditongo crescente(s): secretária, história ● N: abdômen, Éden. ● I(s): táxi, júris, ● R: âmbar, caráter. a) Ditongos de pronúncia aberta éu, éi, ói – O acento nesses ditongos permaneceu nas palavras oxítonas ou monossilábicas: céu, anéis, dói, mausoléu, herói, pastéis. Nas palavras paroxítonas, o acento foi abolido: assembleia, ideia, heroico, jiboia. b) Acentuação da vogais i e u nos hiatos - Não mais se acentuam as letras i e u tônicas que formam hiato com a vogal anterior, quando precedidas de ditongo: feiura, baiuca, boiuna. Obs.1: O acento nas letras i e u foi mantido nas palavras oxítonas: baú, Piauí, tuiuiú Obs.2: Nos demais casos, nada muda. As letras i e u receberão acento agudo se ficarem sozinhas na sílaba (ou juntas com -s), vierem precedidas de vogal, e não forem seguidas de -nh: saída, saíste, saúde, balaústre, baú, baús; rainha, bainha, tainha, campainha. c) Os verbos ter, vir e derivados, no presente do indicativo, têm as 3as. pessoas do plural e do singular assim acentuadas. Obs.: Não se esqueça de que a terminação –eem dos verbos crer, dar, ler, ver e seus derivados não é mais acentuada: eles creem, leem, veem, releem, descreem. 19A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação “... nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão.” Mário Quintana. 4. Pontuação: emprego da vírgula a) Para separar os termos da oração com a mesma função sintática, se não estiverem ligados por “e”. • O mar, o céu, as estrelas, tudo representa a glória de um criador. • João, Chico, Antônio, José e eu somos amigos. b) Para isolar o vocativo. • Meninos, estudem. • Saiam da sala, crianças. • Tu, que me ouves, deves andar nos bons caminhos. • “D. Glória, a senhora persiste na ideia de meter o nosso Bentinho no Seminário?” (Machado de Assis) c) Para isolar o aposto. • Iracema, a virgem dos lábios de mel, tinha...” • O aluno mais velho da turma, Antonio Carlos, será o orador. 20A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação d) Para separar o adjunto adverbial, quando formado por várias palavras (locução adverbial) e em ordem inversa. • Naquela terra onde nasci, todos falam português. • Por impulso instantâneo, eu a pus fora da minha vida. • “Durante o curso, tire todas as dúvidas com o professor. e) Nas datas ou para separar o local da data. • Vitória, 12 de fevereiro de 2010 f) Entre as orações coordenadas assindéticas. • Ela chora, canta, ri de tanta felicidade pela aprovação no concurso. • “A máquina calou-se, dobraram-se as portas, o juiz levantou-se.” (Graciliano Ramos) g) Entre as orações coordenadas ligadas pela conjunção “e “, se houver sujeitos diferentes. • Veio a noite, e o medo tomou conta da comunidade. • Ele sempre gostou de física, e eu, de português. h) Para separar as orações subordinadas adjetivas explicativas. • O homem, que é mortal, julga-se às vezes imortal. • O Rio de Janeiro, que já foi a capital do Brasil, sediará as Olimpíadas de 2016. i) Para separar orações subordinadas adverbiais. • Se não chover, não subireia serra. • Embora o marido proibisse, ela continuou os estudos. 21A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação j) Para separar as orações adverbiais reduzidas de gerúndio, de particípio ou de infinitivo. • Apesar de ser pobre, minha mãe sempre auxiliava os outros. • Acabado o jogo, iremos jantar. • Ele chorou, ao ver o time rebaixado para a 2ª divisão. • Chegando a primavera, o calor no Rio diminuirá. k) Para separar os termos e orações intercaladas ou palavras denotativas. • O presidente, coitado, foi deposto. • “A mocidade, disse José de Alencar, é uma sublime impaciência.” • A prova do Enem foi cancelada, digo, adiada. • A sua mãe, ou melhor, a sua tia, ofereceu-me um emprego. l) Para marcar a supressão ou omissão do verbo (elipse ou zeugma). • Eu sempre estudei francês, e Jorge, inglês.” • Uma flor, a nossa professora. • Nem ele entende a nós, nem nós, a ele. m) Para evitar a ambiguidade. • ”As manhãs, na fazenda, eram boas: tanto meu pai ordenhava as vacas, como ordenhava, minha mãe.” • Eu vou comer carne, e a empregada peixe. n) Para separar os elementos paralelos de um provérbio. • Quem semeia vento, colhe tempestade. • Mocidade ociosa, velhice vergonhosa. • Muito riso, sinal de pouco siso. 22A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação Não se coloca vírgula entre sujeito e predicado; entre verbos e nomes e os seus complementos. Exemplo: Todas as ruas(,) ficaram alagadas. Eu vou à feira comprar(,) legumes. 23A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação Neste material vimos um breve histórico da língua portuguesa, sua origem, as influências recebidas e sua trajetória até os dias de hoje. Em seguida, focalizamos o que mudou no português escrito no Brasil com o novo acordo ortográfico assinado pelos países lusófonos. Assim você deverá ter atenção: Aos hiatos de letras duplicadas, pois não recebem mais acento, como é o caso de veem, leem, deem e voo. Ao trema, que não deve ser usado em palavras como tranquilo, linguiça etc. Ao acento em ditongos abertos na posição de paroxítonas como em ideia e assembleia. Quanto ao emprego do hífen, as principais alterações são: Emprega-se o hífen em palavras compostas por justaposição; emprega-se o hífen nos topônimos (nomes de lugar)/topônimos compostos, iniciados pelos adjetivos grã, grão, por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo: Grã-Bretanha, Passa-Três; com os prefixos hiper-, inter-, super-, quando o segundo elemento começa por r: hiper-requintado, inter-racial, super-realista. Não se emprega hífen a) quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s: antirreligioso, antissemita, contrarregra, cosseno; b) quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por vogal diferente dela: antiaéreo, autoestrada, coeducação, socioeducativo; c) não se usa mais o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r, s ou vogal diferente. Além disso, as regras de acentuação gráfica foram abordadas, considerando as mudanças do novo acordo ortográfico e também o uso adequado da vírgula. No tópico “Regras de acentuação gráfica: oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas” aprendemos que as oxítonas ocorrem quando a última sílaba da palavra é tônica, e serão acentuadas somente as palavras terminadas em: a(s), e(s), o(s), em e ens. As paroxítonas ocorrem quando a penúltima sílaba da palavra é tônica, mas acentuam-se as terminadas em: ditongo crescente, ã, ão, i(s), on(s), um, uns, us, l, n, r, ps e x. Já as proparoxítonas ocorrem quando a antepenúltima sílaba é acentuada, sendo todas acentuadas. 24A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação Em seguida, destacamos quais os países de língua portuguesa assinaram o Novo Acordo Ortográfico e também que é preciso estar atento às mudanças na escrita de algumas palavras. Analisamos, ainda, alguns casos especiais em que ocorrem algumas mudanças, tais como: ditongos abertos, acentuação de hiatos e regras de acento diferencial. Por último, observamos as principais situações do uso da vírgula, entre elas: separar aposto, vocativo, orações coordenadas, exceto aquelas começadas por e, separar orações coordenadas assindéticas, e, em alguns casos, orações começadas por “e”, intercalar expressões, separar orações subordinadas adverbiais deslocadas etc. Os tópicos abordados nesta material, são relevantes na elaboração de diferentes gêneros textuais. 25A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação FEITOSA, Vera Cristina. Redação de textos científicos. Campinas: Papirus, 1995. FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto. Leitura e redação. São Paulo: Ática, 1990. GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: FGV, 1992. 26A Nova Ortografia, Acentuação Gráfica e Pontuação ABAURRE, Maria Luíza M.; PONTARA, Marcela. Gramática – Texto: Análise e Construção de Sentido. São Paulo: Moderna, 2009. LEDUR, Paulo Flávio. Guia Prático da Nova Ortografia. 4ª. Ed. Porto Alegre: AGE Editora, 2009. RIBEIRO, Manoel P. O Novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Metáfora Editora, 2009. TOMASI, Carolina; MEDEIROS, João Bosco. Ortografia – Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. São Paulo: Atlas, 2009.
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