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Teorias da sanção penal
Aspectos gerais da sanção penal, sua historicização, teoria geral, funções e princípios gerais norteadores.
Profa. Luciana Fernandes
1. Itens iniciais
Propósito
Conhecer as teorias da sanção penal é essencial para que se reflita sobre os efeitos imediatos da
responsabilização penal e para que se coloque em perspectiva a legitimação do sistema penal.
Preparação
Antes de iniciar este estudo, tenha em mãos a Constituição, o Código Penal e as seguintes leis penais
extravagantes: Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019); Lei de Execuções Penais (art. 112, Lei nº 7.210/84); Lei
de Execuções Penais (Lei nº 7.210/1984); e Lei nº 13.271/2016.
Objetivos
Analisar as transformações históricas da sanção penal
Identificar as teorias e as finalidades das penas
Listar os princípios constitucionais afetos à pena, bem como o modelo de responsabilização criminal
ancorado na Constituição
Introdução
O direito penal é certamente um dos ramos de nosso campo de atuação mais singulares. Dada a centralidade
dos efeitos decorrentes da responsabilização criminal, é referido inclusive a partir da menção à sua sanção
apriorística: a “pena”. Lidamos, nessa área, com a habilitação de uma modalidade de coerção estatal que pode
ser definida como “ato de violência programado pelo poder político e racionalizado pelo saber jurídico”
(CARVALHO, 2013, p. 41).
Diferente da sanção no direito civil, que interpela direitos patrimoniais, disponíveis, a sanção penal coloca em
constante risco a liberdade e a dignidade de pessoas que estejam em conflito com a lei, bens centrais e cujas
perdas são, na maioria das vezes, irrecuperáveis. Isso implica que tenhamos compromisso e responsabilidade,
em um curso sobre “penalogia”, com a redução de danos e com os direitos humanos.
Por isso, neste estudo, conheceremos a historicização, o conceito, as teorias legitimantes e não legitimantes
da sanção penal e o arcabouço de princípios de direitos humanos e constitucionais que regem a matéria. São
assuntos essenciais para refletirmos sobre como construir uma dogmática penal democraticamente engajada
e que possa nos fazer sempre voltar às perguntas que sugerimos para conduzir seu estudo: 
Por que punir? Como punir?
• 
• 
• 
1. Transformações históricas
Transformações históricas da sanção penal
No vídeo a seguir, a professora Luciana Fernandes apresenta um panorama sobre as transformações
históricas da sanção penal. Vamos assistir! 
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Embora atualmente, em regra, naturalizemos que uma das respostas oferecidas pelo Estado para uma
situação conflituosa com relevância penal seja uma pena aflitiva, nem sempre foi assim. A história da pena por
excelência de nosso campo de pesquisa, a privativa de liberdade, está conjurada com a história do capitalismo
na Europa Central e, em países como o Brasil, com o colonialismo e a transição para o regime republicano pós-
abolição formal do regime escravocrata.
Neste módulo, iremos remontar a este passado, historicizando a sanção penal, e discutir, em linhas gerais,
como os poderes centralizados passaram a gerir o poder punitivo ao longo dos últimos séculos e de que forma
essa gestão ainda se mantém justificada.
Punição e o Estado absolutista na Europa Central do
século XIII: o modelo do suplício
Na Europa Central, século XIII, a emergência do Estado absolutista fez surgir um dos primeiros modelos de
gestão centralizada das penas: o Tribunal da Inquisição. Assim se deu o nascimento dos rituais administrados
de gestão da conflitividade e da violência, a partir da centralização da Igreja e do Estado, que se utilizaram do
discurso médico, teológico e jurídico para inaugurar uma forma de punição até então desconhecida pelas
comunidades anteriores (BATISTA, 2016).
Se até nas sociedades feudais — e ainda nos dias de hoje, nas comunidades tradicionais e povos originários
— os conflitos eram (auto)compostos entre as partes, a partir de tratativas horizontalizadas, com os
movimentos de criação de um poder hierarquizado e central, que deram origem às monarquias e ao aparato
colonial, foram sendo aniquiladas as formas de solução que não envolviam as forças soberanas.
Conforme o absolutismo ia fortalecendo-se, o conflito ia sendo confiscado (FOUCAULT, 2009) e um
sistema próprio de responsabilização, vantajoso aos interesses dos poderes instituídos, ia sendo
organizado.
Saint Dominic Presiding over an Auto-da-fe , Pedro
Berruguete, 1495
As primeiras penas impostas pelo Estado,
assim, foram decorrência do momento que
sucedeu à centralização do Estado e da Igreja,
qual seja, a Inquisição, e de seu procedimento
bastante próprio, que tomava a objetificação do
herege e da bruxa, a tortura e a confissão como
métodos. Foi na Idade Média, portanto, que
surgiu a primeira agência de aplicação de
castigos (ANITUA, 2008) no sentido aflitivo que
hoje conhecemos, já que antes disso as
sociedades mantinham formas de
autocomposição dos conflitos.
Um dos principais filósofos a recuperar essa
história foi Michel Foucault, que, ao analisar o
período, referiu-se ao método de punição daquele tempo como “suplício” (FOUCAULT, 2009). Segundo o
autor, os castigos impostos pelos Tribunais inquisitoriais — como já dito, os primeiros aplicados por um poder
soberano centralizado — tinham como elementos constitutivos:
 
A dor corporal (sofrimento físico)
O espetáculo
As cenas dos sofrimentos em praça pública,
após uma jurisdição marcada pelas técnicas de
extração da verdade baseadas na tortura e pela
construção da figura de pessoas acusadas
como inimigas, sintetizam essa primeira
orientação do poder burocrático.
 
Por isso é possível dizer que, no nascedouro da
ideia de pena que hoje temos como referência,
residem as punições inquisitoriais que
imprimiam sofrimento corporal e chegavam ao
limite da morte como principal expressão.
Assim como o espetáculo, momento catártico
em que as pessoas “julgadas” eram
apresentadas à comunidade como o “mal” que
deveria ser aniquilado, servindo a pena como
um exemplo de “penitência” para todas as
pessoas que viviam aquela experiência e como um verdadeiro entretenimento que fazia nutrir, em todos
atravessados por essas forças, o desejo pela punição.
O suplício, portanto, primeiro modelo de pena das burocracias estatais, voltava-se ao corpo e tinha
como base um procedimento de responsabilização criminal pautado na perseguição daqueles que
eram indicados, sobretudo pelo clero, como “subversores”, uma ordem que se manteve até o século
XV. E esta é a gênese até hoje presente na forma como pensamos e sentimos a questão criminal
(BATISTA, 2016).
Disciplina e prisão na Europa Central e a historicização do
poder punitivo brasileiro
• 
• 
Execução da punição de açoitamento, Jean-Baptiste
Debret, anterior a 1830.
Ainda que não tenhamos tido nenhum tribunal
de inquisição no Brasil, nossa matriz de direito,
que é ibérica, veio carregada por essa
localização, assim como os primeiros juristas
que chegavam aqui como elite colonial e
formaram as primeiras burocracias organizadas.
Além disso, o colonialismo e as atrocidades
promovidas pelo escravismo e pelo genocídio
de negros africanos e indígenas historicizaram
o poder punitivo brasileiro na violência do poder
imperial que dava à ideia de suplício um tom
bastante próprio.
O segundo modelo de punição referido por
Foucault (2009) é o modelo disciplinar, do
qual emergem as prisões. Com o Estado
Moderno, entre os séculos XIII e o XVIII, as técnicas da Inquisição passaram a ser conciliadas com o
fortalecimento da burguesia e de novas estruturas que fundamentavam os próprios poderes
instituídos.
Na ambiência do iluminismo, na Europa Central, emerge, então, o contratualismo e começam a efervescer
revoluções que questionavam o absolutismo, bem como passaram a entrar nas agendas políticas
reivindicações por um sistema de direitos que limitasse os arbítrios do soberano.
Desse modo, junto com o avanço do capitalismo, entram em pauta ideias como a da legalidade, além de
outrasgarantias, que acabam demandando novas técnicas de responsabilização e punição, já que as práticas
de punição-castigo legitimadas pelo discurso teológico inquisitorial se mostravam inconciliáveis com o
contexto desenhado. Além disso, avolumavam-se os de contingentes de mão de obra que passavam a ser
exploradas pela burguesia nascente, um antigo campesinato que agora experenciava as rotinas esgotantes
das primeiras fábricas.
Nesse contexto, os sistemas de penalidades, mecanismos de coerção dos mais diversos, já não eram mais
pautados no sofrimento carnal espetacularizado, mas sim nos dispositivos técnico-disciplinares que passaram
a capturar o tempo das pessoas , especialmente da classe proletária:
A prisão deve ser um aparelho disciplinar exaustivo. Em vários sentidos: deve tomar a seu cargo todos os
aspectos do indivíduo, seu treinamento físico, sua aptidão para o trabalho, seu comportamento
cotidiano, sua atitude moral, suas disposições; a prisão, muito mais que a escola, a oficina ou o exército,
que implicam sempre numa certa especialização, é “onidisciplinar”. Além disso a prisão é sem exterior
nem lacuna; não se interrompe, a não ser depois de terminada totalmente sua tarefa; sua ação sobre o
indivíduo deve ser ininterrupta: disciplina incessante.
(FOUCAULT, 2009, p. 198-199)
As primeiras prisões na Europa Central, portanto, foram retrato desse processo, com modelos de arquitetura e
técnicas de disciplinamento muito similares às das fábricas (RUSCHE; KIRCHHEIMER, 2004).
Jean-Baptiste Debret, 1826
Saiba mais
Destaca-se que as prisões não foram as únicas instituições “disciplinares”. Foi nesse período também
que o sistema liberal-clássico de direitos surgiu, reivindicando uma série de balizas jurídico-normativas
para os procedimentos de responsabilização e para as coerções penais. Segundo Baratta (2002, p. 33),
os discursos consistiam em uma “formulação pragmática dos pressupostos para uma teoria jurídica do
delito e da pena, assim como do processo, no quadro de uma concepção liberal do estado de direito”. 
No Brasil, o liberalismo foi sendo conciliado
com o escravismo das Ordenações Filipinas ao
Código de 1830, que sustentavam um sistema
de punições que imprimia os sentidos mais
brutais ao sofrimento corporal nas senzalas e
mantinham o sistema de garantias para as
elites coloniais. As garantias liberais da
Constituição de 1824, que só atingiam homens
brancos e proprietários, foi dando o tom para
como o sistema de justiça criminal se
organizava e como se racionalizava a sanção
penal em nosso território, enquanto legitimava
toda a ordem de alijamentos que a
escravização promoveu.
Atenção
No território brasileiro, a historicização em termos de cisões completas entre o sentido das sanções
penais disciplinares e das suplicantes não faz sentido, por isso, deve-se atentar para a forma como se
entrecruzam e se apresentam até hoje. 
Com a emergência de um sistema sólido de garantias, após o pacto democrático, embora as formas mais sutis
dessa história ainda estejam apresentadas — e estejam evidentes na forma como se naturalizam violências no
cárcere, por exemplo — nosso papel é reivindicar por um conjunto de direitos que possa tomar como
compromisso a ampliação dos sentidos de liberdade e a contenção das formas brutais de sofrimento que a
sanção penal pode imprimir.
Verificando o aprendizado
Questão 1
(DPE-SP - 2012) Em Vigiar e Punir, Michel Foucault explicita os mecanismos disciplinares de poder que,
segundo o filósofo, caracterizam a forma institucional da prisão do início do século XIX. De acordo com as
análises deste autor, pode-se afirmar que a modalidade panóptica do poder disciplinar:
A
Não está na dependência imediata nem é o prolongamento direto das estruturas jurídico-políticas de uma
sociedade e, portanto, é absolutamente independente destas estruturas.
B
Está na dependência imediata e é o prolongamento direto das estruturas jurídico-políticas de uma sociedade
e, desse modo, é absolutamente dependente destas estruturas.
C
Está na dependência imediata, mas não é o prolongamento direto das estruturas jurídico-políticas de uma
sociedade e, desse modo, é absolutamente dependente destas estruturas.
D
Não está na dependência imediata, mas é o prolongamento direto das estruturas jurídico-políticas de uma
sociedade e, entretanto, não é absolutamente dependente destas estruturas.
E
Não está na dependência imediata nem é o prolongamento direto das estruturas jurídico-políticas de uma
sociedade e, entretanto, não é absolutamente independente destas estruturas.
A alternativa E está correta.
Os mecanismos disciplinares analisados por Foucault, dentre os quais está a prisão — embora nela não se
esgote — estão em permanente comunicação com as estruturas jurídico-políticas, as quais legitimam o
poder punitivo, mas delas não dependem. Isso porque as relações de poder que estão inscritas ao
fenômeno tornam essas relações capilarizadas.
Questão 2
(DPE-ES - 2016 - ADAPTADA) Na história da administração penal, várias épocas podem ser destacadas,
durante as quais vigoraram sistemas de punição completamente diferentes. Indenização (penance) e fiança
foram os métodos de punição preferidos na Idade Média. Eles foram sendo gradativamente substituídos por
um duro sistema de punição corporal e capital que, por sua vez, abriu caminho para o aprisionamento, em
torno do século XVII. (RUSCHE, G.; KIRCHHEIMER, O. Punição e Estrutura Social. 2. ed. Rio de Janeiro: Revan,
2004, p. 23) 
De acordo com o clássico trabalho de Rusche e de Kirchheimer de 1939, é correto afirmar que:
A
A pena de prisão foi tida pelos autores como uma forma positiva de adaptação dos trabalhadores ao sistema
produtivo, trazendo a ressocialização ao centro do sistema punitivo.
B
O surgimento da prisão como forma hegemônica de punição da modernidade foi uma conquista iluminista de
humanização das penas frente à barbárie da Idade Média.
C
Os autores críticos que fazem essa historicização das formas de sanção penal não percebem nenhuma
relação entre as formas de punição da era medieval e moderna.
D
Não há nenhuma relação entre as prisões e as fábricas.
E
A pena de prisão é relacionada ao surgimento do capitalismo mercantil, com a consequente necessidade de
disciplina da mão de obra para beneficiar interesses econômicos.
A alternativa E está correta.
Rusche e Kirchheimer foram dois dos maiores autores que historicizaram as sanções penais, no clássico 
Punição e Estrutura Social, e foi a partir de seus estudos que Foucault escreveu o conhecido livro Vigiar e
Punir. Incrédulos de qualquer função positiva da pena de prisão, eles a relacionaram com a emergência do
capitalismo mercantil, mas não deixaram de refletir sobre a forma como ainda hoje podem estar
relacionadas com formas anteriores de sancionamento, leitura que propusemos ao longo do módulo.
2. Teorias e finalidades penais
Teorias e finalidades da pena
No vídeo a seguir, a professora Luciana Fernandes comenta sobre as diferentes teorias da pena e suas
funções. Vamos assistir!
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Neste módulo, continuaremos a estudar a pena, explorando a sua definição, teorias e as suas finalidades. Ter
em vista um bom conceito de pena, no campo do direito que leva o nome mesmo da sua sanção por
excelência, é fundamental para que não se perca de vista quais os efeitos da manutenção e justificação do
poder que lhe é correlato, o punitivo. Do mesmo modo, refletir sobre a questão “para que serve a pena no
direito penal?”, que colocamos como sugestão de orientação dos estudos dos tópicos que serão
desenvolvidos, é basilar para que se construa um sistema de justiça criminal democrático.
Começando pela definição, é possível dizer que a pena é um ato de poder, resultando na imposição,
pelo Estado, da perda de diversos direitos, sobremaneira o da liberdade, à pessoa que comete um
crime.
Nesse sentido, tomamos emprestadas as lições clássicas de Heleno Fragoso:
[o direito penal] visa, segundo a teoria dominante,a garantir as condições fundamentais e
indispensáveis da vida social, distinguindo-se pelo meio específico de coação e tutela com que atua e
que é precisamente a pena. Essa sanção característica da lei penal, ou seja, a pena, não consiste na
execução coativa do preceito jurídico violado (praeceptum legis), mas na perda de um bem jurídico
imposta ao autor do ilícito, isto é, um mal infligido ao réu, em virtude de seu comportamento antijurídico.
(FRAGOSO, 1955, p. 57)
A construção filosófica da sua justificação, no campo da dogmática penal, foi disputada por alguns autores ao
longo da história, que conceberam aquilo a que hoje nos referimos como teorias em torno do conceito e razão
da pena. Conhecer as teorias e como se conectam com as finalidades declaradas (ou oficiais) da pena é
central também para nosso estudo.
Teoria absoluta da pena e a finalidade retributiva
A teoria absoluta da pena surge ambientada no idealismo alemão, principalmente ancorada na metafísica
kantiana. Com esse movimento, a pena passou a ser racionalizada, em linhas gerais, como um fim em si
mesmo. Isso quer dizer que, para a teoria, é irrelevante qualquer efeito ou projeção social e a pena permanece
justificada por seu intrínseco valor axiológico.
Esse modelo sustenta-se na matriz do contratualismo, a partir do qual o crime é visto como uma violação ao
contrato social. A pena, então, emerge como uma obrigação, como uma indenização e, por isso, como um 
direito/dever estatal. Segundo Ferrajoli (2012, p. 204), a sanção aqui se fixaria “não em meio, e tampouco um
custo, mas sim um dever ser metajurídico que possui em si seu próprio fundamento”.
Desse modo, a pena representaria uma
resposta ao ato de se ter delinquido e qualquer
tentativa de justificá-la por razões utilitárias —
como veremos nas chamadas funções
preventivas da pena, no item seguinte —
implicaria uma “afronta à dignidade humana do
delinquente, já que este seria utilizado como
instrumento para a consecução de fins sociais”
(PRADO, 2004, p. 2).
A legitimação da pena estaria colocada na
reparação pelo ato cometido, que, conforme
Fragoso (1955, p. 57):
A justificação da pena criminal — por que punir? — estaria na reparação da violação a um dever
jurídico.
Essa teoria está diretamente relacionada a uma primeira função declarada, a da retribuição. Segundo ela, a
sanção penal representaria a imposição de um “mal justo contra o mal injusto do crime” (SANTOS, 2014, p.
425). Trata-se da mais antiga função atribuída e que retoma a ideia de um imperativo de justiça, uma
compensação da culpabilidade contra aquela pessoa que pratica um crime, por isso, dotada de natureza
expiatória.
Uma das principais críticas à teoria absoluta é que, por dispensar qualquer justificativa que considerasse os
impactos para a sociedade e para a pessoa acusada, a sanção poderia ser um mero instrumento de vingança
estatal, um ato de poder que, em vários níveis, poderia se mostrar — como se tem mostrado — discricionário.
Seria como impor o mal pelo mal (CARVALHO, 2013, p. 58). Há que se questionar, todavia, o quanto essa visão
persiste nos discursos oficiais da pena como suposta neutralização por um mal cometido, e como esse
discurso carece de evidências.
Saiba mais
Alguns dos autores que a defendem dizem que deve travestir-se de um efeito justamente limitativo do
poder, “segundo o qual o delito perpetrado deve operar como fundamento e limite da pena, que deve ser
proporcional à magnitude do injusto e da culpabilidade” (PRADO, 2004, p. 2). Assim, sob o aspecto
normativo, vale lembrar que só se sustenta desde que amparada nas mais íntimas relações que possa vir
a ter com os preceitos constitucionais e os direitos humanos. 
Teoria relativa e funções preventivas da pena
Kant 
No caso de Kant, viria como uma retribuição
moral, “segundo a qual a pena é concebida
como exclusivo princípio de justiça e como
imperativo categórico".
Hegel 
No caso de Hegel, seria uma retribuição
jurídica, "em que a pena aparece como
negação do delito e como
restabelecimento do império do
direito".
No lado oposto da teoria absoluta, estão as teorias relativas da pena que encontram um fundamento utilitário
para a sanção penal. Aqui, são colocadas utilidades para a sanção penal. Segundo essa teoria, a pena deveria
basear-se na proporcionalidade, necessidade e culpabilidade e teria uma finalidade intimidatória, “pois o
exemplo aplicado ao infrator seria o meio necessário para constranger o corpo social a não incorrer na mesma
conduta” (CARVALHO, 2013, p. 63).
Essa teoria dialoga com a função declarada da prevenção, que se subdivide em duas outras:
 
Prevenção geral
Prevenção especial
Primeiro, a função de prevenção geral, segundo a qual a pena estaria dirigida à coletividade. O Estado puniria,
aqui, reforçando seus pilares normativos, para evitar a prática de crimes pelas demais pessoas daquele corpo
social — consideradas, assim, na sua abstração. 
Também referida como de função pedagógica ou formativa, a sanção penal teria um efeito
dissuasório, intimidando ou coagindo psicologicamente qualquer integrante da sociedade que
cogitasse infringir a lei.
A prevenção geral costuma ser subdividida em duas outras:
Prevenção geral positiva (ou integradora)
Destaca que a sanção reforçaria a coesão social naquela sociedade, fortalecendo a confiança
normativa. Por meio da resposta oferecida pelo Estado à violação da lei penal, o poder instituído
reestabeleceria a vigência da norma e, assim, os valores sociais, uma função que está em diálogo
direto com os ideais do contratualismo.
Prevenção geral negativa (prevenção geral de intimidação)
Coloca em foco o caráter intimidatório da pena, isto é, a sua função pedagógica ao transmitir para a
sociedade a resposta coatora do Estado diante da infração, dissuadindo qualquer pessoa a violar a
lei.
Ainda como função correlata às teorias relativas está a função da prevenção especial, que, diferentemente da
anterior, é dirigida ao indivíduo que houver praticado o crime, ancorando-se, portanto, em uma ideia de 
periculosidade individual. A prevenção especial subdivide-se em:
Prevenção especial negativa
Considera que a pena impediria o agente a
novamente delinquir, neutralizando-o ao longo
da execução penal. Em outras palavras, como a
pessoa que cometeu o crime estaria em um
estado de limitação de direitos, a sanção faria
com que ela mesma estivesse coagida a não
reincidir.
Prevenção especial positiva
• 
• 
Buscaria a chamada ressocialização da pessoa em conflito
com a lei, “realizada pelo trabalho de psicólogos,
sociólogos, assistentes sociais e outros funcionários da
ortopedia moral de estabelecimento penitenciário”
(SANTOS, 2014, p. 428).
As evidências de como diversos delitos podem ser
cometidos, inclusive quando as pessoas estão em execução
de uma condenação, coloca em questão a prevenção
especial negativa. Mas é na prevenção especial positiva que
a crítica às funções declaradas se torna ainda mais
veemente.
Inicialmente, porque estrutura-se em uma visão
dicotomizante e salvacionista perigosa da pena, segundo a qual a pessoa deveria ser “resgatada” ou
“melhorada”, patologizando e inferiorizando aqueles que são selecionados pelo sistema penal. 
Essa ideologia, carregada de preconceitos, no
geral, volta-se apenas contra a clientela
preferencial do sistema penal, isto é, a
juventude negra, pobre e periférica da
sociedade, já que, por exemplo, os chamados
criminosos do colarinho branco, ocupantes das
elites do país, dificilmente são entendidos como
pessoas que precisam ser “recuperadas”.
Rege esse ideário uma noção
extremamente estigmatizante, já que o
pressuposto básico para o discurso da
ressocialização seria o de que as pessoas em conflito com a lei estariam apartadas da sociedade.
Ainda, porque está revertida de uma abstração completamente deslocada da realidade do sistema carcerário
brasileiro, que não tem oferecido condições básicas de atenção às pessoas que respondem à uma sanção
penal. Pelo contrário, tal sistema só tem reforçado efeitos de estigmas,muitas vezes irreversíveis, que fazem
com que uma pessoa egressa tenha danos psíquicos irreversíveis, dificuldade de se inserir no mercado de
trabalho, ser aceita em alguns de seus círculos sociais e familiares, entre outros.
Teoria mista
A teoria mista (unitária, eclética, conciliatória ou intermediária), a mais difundida e variada, adere às funções
retributivas e preventivas da pena, que descrevemos anteriormente. Ou seja:
(...) admitem, ao lado da necessidade da pena, a sua utilidade (...) não obstante atribuírem à pena caráter
essencialmente ético e, portanto, um sentido de retribuição, afirmam que a pena não é um fim em si,
mas visa à repressão e a outros fins utilitários.
(FRAGOSO, 1955, p. 58)
Assim, para essa teoria, a sanção penal:
1 Função retributiva
Seria uma retribuição ou compensação do injusto (função retributiva).
2
Prevenção geral negativa
Agiria em favor da sociedade, coibindo no geral novas práticas criminosas (prevenção geral
negativa) e reforçando a segurança normativa (prevenção geral negativa).
3
Prevenção especial negativa
Agiria em favor da pessoa em conflito com a lei, neutralizando-a e, assim, evitando que incorra em
crimes ao longo da execução (prevenção especial negativa) e cumprindo o papel de corrigi-lo e
reintegrá-lo (prevenção especial positiva).
Essa foi a teoria adotada pelo nosso Código Penal e pela Lei de Execução Penal:
Código Penal, artigo 59
O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente,
aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. (Grifo
nosso)
Lei nº 7.210/84, artigo 10
A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o 
retorno à convivência em sociedade. (Grifo nosso)
As críticas feitas a essa teoria são as mesmas que às suas versões fragmentadas da função preventiva e
retributiva que expusemos anteriormente. Maria Lucia Karam as refere bem na seguinte indagação:
As dores da privação da liberdade revelam a irracionalidade da punição. O sistema penal é
absolutamente irracional. Qual a racionalidade de se retribuir um sofrimento causado pela conduta
criminalizada com um outro sofrimento provocado pela pena? Se pretende evitar ou, ao menos reduzir,
as condutas negativas, os acontecimentos desagradáveis e causadores de sofrimentos, por que insistir
na produção de mais sofrimento com a imposição da pena?
(KARAM, 2018, p. 21)
Teoria agnóstica da pena
Lançando-se nesse mote contestatório das funções declaradas, emerge a teoria agnóstica da pena, tendo
como principal expoente o jurista Eugenio Raúl Zaffaroni (1991), embora sejam muitos os seus defensores em
território brasileiro hoje. Essa teoria parte da descrença das finalidades que trabalhamos anteriormente,
retributivas e preventivas, tanto no campo teórico quanto empírico, valendo-se sobretudo da denúncia dos
excessos inerentes ao exercício político do poder de punir (CARVALHO, 2013).
Para seus defensores, a sanção penal seria um ato de poder, isto é “(a) uma coerção, (b) que impõe uma
privação de direitos ou uma dor, (c) que não repara nem restitui (d) nem tampouco detém lesões em curso ou
neutraliza perigos iminentes” (FERRAZ, 2018, p. 11). 
A única finalidade possível, segundo o modelo agnóstico, é a da contração do poder punitivo,
cabendo-se pensar apenas, enquanto do seu estágio de manutenção jurídico-normativa, em
estratégias de redução de danos de seus efeitos imediatos mais nocivos.
Como dito, segundo aqueles que a propagam, a pena não retribui nem previne delitos, mas, como ato de
coerção, ato político, precisa de um sistema de contrações. O saber jurídico, nesse caso, deveria ser
mobilizado para que as ferramentas do direito possam restringir o punitivismo. Trata-se, portanto, não de,
propriamente, uma teoria da pena, mas um modelo dogmático crítico sobre ela (CARVALHO, 2013).
Saiba mais
A visão crítica esboçada dá vazão à reflexão sobre aquilo o que passou a ser referido enquanto funções
não declaradas (ou latentes) da pena. Além da constatação de que o castigo não é uma consequência
do crime, deve-se notar, a partir desse registro, a funcionalidade do sistema penal para a manutenção
do sistema de desigualdades em nossa sociedade, por exemplo, já que é mediante as políticas criminais
implantadas que se torna possível criminalizar diferencialmente determinadas classes de nossa
sociedade. 
Após a leitura deste módulo, convidamos você a refletir se as funções declaradas da pena estão sendo
cumpridas. Ainda, considerando a manutenção do poder punitivo, pense como é possível que um Estado
democrático de direito trabalhe com um conceito de pena e com um sistema de justificação e legitimação da
sanção penal a partir de um sistema de garantias constitucionais, questões que serão desenvolvidas no último
item deste estudo.
Verificando o aprendizado
Questão 1
(DPE-BA - 2016) “Ao nível teórico, a ideia de uma sanção jurídica é incompatível com a criação de um mero
obstáculo mecânico ou físico, porque este não motiva o comportamento, mas apenas o impede, o que fere o
conceito de pessoa (...) por isso, a mera neutralização física está fora do conceito de direito, pelo menos no
nosso atual horizonte cultural. (...) A defesa social é comum a todos os discursos legitimantes, mas se
expressa mais cruamente nessa perspectiva, porque tem a peculiaridade de expô-la de modo mais grosseiro,
ainda que também mais coerente (...).” (ZAFFARONI, E. R. et al. Direito Penal Brasileiro I. Rio de Janeiro: Revan,
2003, p. 270) 
A teoria da pena criticada na passagem acima é a:
A
Agnóstica.
B
Retributiva.
C
Prevenção especial ressocializadora.
D
Prevenção geral intimidatória.
E
Prevenção especial negativa.
A alternativa E está correta.
A citação refere-se a uma finalidade de pena dirigida ao indivíduo, não à coletividade, motivo pelo qual está
alinhada à função da prevenção especial da pena. Ainda, destaca os efeitos de neutralização (isolamento)
da pessoa em regime de execução penal, como nas expressões "neutralização física" e "obstáculo
mecânico ou físico", finalidade referida, por isso, ao seu aspecto negativo.
Questão 2
Sobre o tema das “funções da pena”, assinale a alternativa correta:
A
A prevenção geral negativa ou intimidatória assume a função de dissuadir possíveis infratores/as da prática de
delitos futuros por meio da ameaça de pena.
B
A prevenção especial positiva assume a função de reforçar a adesão dos cidadãos à ordem social a que
pertencem.
C
A característica essencial da teoria relativa da pena consiste em conceber a pena como um mal, um castigo,
como retribuição ao mal causado por meio do delito.
D
Para a teoria absoluta da pena, a pena se justifica não para retribuir o fato delitivo cometido, mas, sim, para
prevenir a sua prática.
E
Segundo a teoria agnóstica da pena, a sanção penal bastaria em sua função expiatória, funcionando como
dissuasão para a prática de novos delitos na sociedade.
A alternativa A está correta.
A prevenção especial volta-se ao indivíduo, não à coletividade, motivo pelo qual a assertiva B está
incorreta. A teoria relativa adere às funções preventivas, enquanto a absoluta à retributiva, pelo que estão a
C e D, que invertem essa colocação, incorretas. A teoria agnóstica coloca em xeque as funções declaradas
da pena, o que torna o último enunciado também incorreto.
3. Princípios constitucionais
Princípios norteadores da pena no Estado democrático de
direito
Neste módulo, refletiremos sobre a centralidade de princípios ou regras do campo do direito constitucional,
penal e direitos humanos para a construção de um regime de execução penal democraticamente legitimado.
Conhecer esse arcabouço é fundamental no intuito de conter a ação do poder punitivo-executório do Estado
de Polícia e fortalecer o chamado Estado democrático de direito (ZAFFARONI et al., 2003).
No mesmo sentido, esse conhecimentoé essencial para o que se pode nomear como uma “teoria
redutora de danos na execução penal (...) a existência de um autêntico dever jurídico-constitucional de
redução do sofrimento e da vulnerabilidade das pessoas encarceradas, sejam condenadas ou não.”
(ROIG, 2018, p. 28).
Conheceremos, assim, o sistema geral de tratamento dos princípios e, depois, quais são os princípios em
espécies mais importantes aplicáveis à matéria, sem esquecer a importância central destes para uma
disciplina de “penalogia” democraticamente engajada.
Considerações gerais sobre os princípios em matéria de
sanção penal
Começamos com o apontamento de que, em uma visão penal-constitucional, os princípios não são meramente
informadores, ou programáticos. Antes, possuem força normativa e, nesse campo, tutelam direitos
fundamentais das pessoas em cumprimento de pena.
Essa localização também aponta para duas condições básicas centrais de tais princípios: 
A primazia dos princípios, a maior parte deles sediados em nossa Constituição e/ou tratados de direitos
humanos, constitui um modelo de garantias basilar à constituição do Estado democrático de direito. São,
portanto, compromissos políticos, vínculos “formais e materiais de validade das normas e das decisões sobre
a responsabilidade penal e a aplicação da pena.” (CARVALHO, 2013, p. 252). É com base nessas regras de
disciplina básica que sugerimos que conheça algumas das disposições de execução penal que trabalharemos
em seguida.
Princípios em espécie
No vídeo a seguir, a professora Luciana Fernandes discorre sobre os princípios que regem as sanções penais,
trazendo exemplos. Vamos assistir!
Limitador 
São limitadores do poder de punir, por isso
jamais podem ser mobilizados para restringir
direitos das pessoas acusadas ou justificar
um rigor contra pessoas presas.
Amplificador 
Devem ser interpretados sempre de
modo a ampliar o sentido da liberdade
em um caso concreto.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Escolhemos trabalhar com seis princípios selecionados, entendendo-os como os mais centrais e com
condições específicas para a disciplina, entretanto, destacamos que a regra básica de regência dos institutos
da dogmática pelas normativas de direitos humanos e de disposições constitucionais é plenamente válida.
Então, falaremos sobre os princípios da:
Humanidade Legalidade
Não discriminação Individualização da pena
Transcendência mínima Celeridade
Ressaltamos que outros, tais como o da intervenção mínima, culpabilidade, lesividade e presunção de
inocência, ensinados nos temas gerais de dogmática, também são aplicáveis e conduzem à nossa
responsabilidade com o pacto democrático.
Princípio da humanidade
Com sede em diversos tratados de direitos humanos, o princípio da humanidade é, no nosso sistema
constitucional, decorrência do princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, CRFB/88).
Trata-se de uma regra que induz a proibição da tortura, tratamento cruel e degradante, proibição de
penas de morte, cruéis e perpétuas (art. 5º, III e XLVII, da CRFB/88) e diversos outros direitos em
prol da liberdade das pessoas acusadas. 
O mandamento impõe previsões normativas e práticas em execução penal ampliativas de direitos e garantias
individuais e, em sede de legislação infraconstitucional, é o que rege, por exemplo, a vedação da cela escura e
sanções que coloquem em perigo a integridade física e moral da pessoa condenada (art. 45, §§1º e 2º, Lei nº
7210/1984).
As condições degradantes do cárcere em todo país e a ausência de políticas de contenção do
encarceramento em massa são os principais exemplos de como o princípio ainda não é inteiramente
respeitado. São muitos os relatórios que tornam pública a situação descrita. Destacamos aqui o produzido
pelo Mecanismo de Combate à Tortura do Rio de Janeiro, que manifestava a preocupação com o estado em
meio à pandemia de COVID-19:
“Ainda é preciso frisar que o MEPCT/RJ denuncia desde
2011 a situação de superlotação extrema nas unidades,
onde presos não possuem sequer espaço suficiente para
dormir, por vezes dividindo camas e com proximidade
permanente um dos outros. É completamente inviável neste
cenário a efetivação concreta da medida no que concerne
aos presos, já que estes sequer possuem espaço suficiente
para estarem de modo adequado nas celas. O contato é
inevitável, o que pode ser corroborado pelos frequentes
surtos de doenças de pele, a rápida transmissão de
meningite, a epidemia de tuberculose e o recente
surgimento de casos de sarampo, marcadamente na
Penitenciária Ary Franco.” (RIO DE JANEIRO, 2020, p. 109)
Princípio da legalidade
Previsto no art. 5º, XXXIX, da Constituição de 88 e no art. 1º do Código Penal, também estrutura as sanções
penais, aqui indicando que, para serem aplicadas, devem estar prévia (princípio da anterioridade) e 
estritamente previstas, de modo escrito, em âmbito legal ou regulamentar — lei prévia, escrita e estrita.
Em caso de conflito de leis (aqui de execução penal) no tempo, a regência deve ser da retroatividade da
previsão mais benéfica ao direito da pessoa em cumprimento da prisão e de que a analogia, em caso de
lacuna, só é possibilitada em favor do réu.
Exemplo
As alterações recém-inseridas pelo chamado Pacote Anticrime (Lei nº 13.964/2019) à Lei de Execuções
Penais (art. 112, Lei nº 7.210/84), as quais dificultaram a obtenção do benefício da progressão de regime,
constringindo o direito à liberdade e tornando mais gravoso o cumprimento da pena de prisão, não
retroagem a fatos cometidos anteriormente à sua vigência. 
Logo, vale destacar que o princípio tem como função básica conter o arbítrio disciplinar e judicial e garantir
que pessoas em privação de liberdade só passem pela experiência da violência da pena nos limites mínimos
configuradores do Estado democrático de direito.
Princípio da não discriminação
Também é fruto de diferentes estatutos de direitos humanos, como as Regras Mínimas das Nações Unidas
para o Tratamento de Reclusos, cujos reflexos no ordenamento interno estão, por exemplo, no art. 38 do CP e
arts. 3º e 41, XII da LEP.
Trata-se de um postulado que impõe tanto a isonomia entre as pessoas privadas de liberdade
quanto em relação às pessoas livres, dado que a legislação apenas menciona de modo genérico
“igualdade de tratamento”.
Assim, o que se busca a partir desse princípio é que não haja diferença de tratamento contra pessoas
aprisionadas, considerando que as distinções são motivadas pelo fato de estarem, ao longo da execução, em
situação de assujeitamentos e violências diversas. É uma regra de fundamental importância ao espectro
democrático, haja vista os objetivos centrais da República Federativa Brasileira previstos na Constituição (art.
3º da CRFB/88).
Cabe lembrar que a acepção mais básica da igualdade está atenta à possibilidade de diferenciações, desde
que não discriminatórias. Por isso, esse princípio demanda também atenção especial na instituição de
programas disciplinares e regulamentos internos que vedem as principais formas de discriminação nos
ambientes de prisão, quais sejam, as condições de gênero, sexualidade, raça, classe e territorialidade, e que
garantam a fruição de direitos de todas as pessoas, considerando as particularidades de cuidado de cada
uma das pessoas em estado de custódia.
Exemplo
No que se refere à população LGBTQIA+, a Resolução Conjunta 01/2014, que regra o cumprimento da
pena de prisão, faz menção a uma série de direitos, tais como “atenção integral à saúde de
acompanhamento de saúde específico, inclusive com a manutenção do tratamento hormonal (...) direito
à não transferência compulsória entre celas e alas ou quaisquer outros castigos ou sanções em razão da
condição de pessoa LGBT”. 
Princípio da individualização da pena
Aposto no art. 5º, XLVI da CRFB/88, implica também em uma série de regramentos que minimizem os danos
ao longo da execução da sanção penal, demandando que as pessoas em situação de restrição de liberdade
sejam vistas de forma humanitária e que suas necessidadessejam atendidas individualmente, inclusive se isso
demandar que considerações em abstrato sobre um contexto sejam desprezadas.
Assim escreve Rodrigo Roig sobre a sintonização entre o regime da legalidade e da individualização e sobre a
forma como o judiciário deve estar compromissado com a sua efetivação:
(...) a individualização da execução somente se mostra constitucional quando operada no sentido
redutor de danos (como, por exemplo, a flexibilização das regras do regime de cumprimento de pena,
permitindo a imposição de regime menos gravoso não em função do texto de lei, mas em virtude da
necessidade de individualização). De fato, como excepcionalização do princípio da legalidade, a
individualização da pena não pode ser empregada em prejuízo do condenado (...) em matéria de
execução da pena, individualização significa também a vedação de apelo a considerações relativas à
espécie abstrata do delito, fato este que retiraria da agência judicial o poder discursivo e argumentativo
de, individualizadamente, limitar com racionalidade o poder punitivo.
(ROIG, 2018, p. 65-66)
Princípio da transcendência mínima
Esse princípio está conectado com o princípio da culpabilidade ao afirmar que apenas aqueles que tiverem
concorrido com a infração penal devem, em termos abstratos, sofrer os efeitos da sanção penal.
Considerando-se as violações que a responsabilização criminal implica, esse imperativo também tem um
papel central para a redução de danos ao longo da execução e para a compatibilização do estágio de
manutenção do direito penal com o Estado de Direito.
Ainda, sabemos que é praticamente impossível que o círculo social da pessoa que responde por uma sanção
penal não seja por ela atravessada, sobretudo em países assolados por uma gestão pública que promove a
precarização dos ambientes prisionais, como é o caso do Brasil.
Exemplo
Basta lembrar a costumaz denúncia de ausência de itens básicos de higiene pessoal e da má qualidade
da alimentação de pessoas em penitenciárias. Em muitos casos, é a família da pessoa custodiada que
costuma fornecer, nos dias de visitação, subsídios essenciais para fruição de algum espectro da
dignidade humana nesses ambientes. Além disso, o distanciamento também pode provocar efeitos
imediatos e muitas vezes irrecuperáveis para o círculo social da pessoa em situação de privação de
liberdade. 
Pense, nesse sentido:
1
Impactos na família da pessoa responsabilizada
No que concerne à limitação da convivência, especialmente sinuosa quando há crianças e
adolescentes envolvidas.
2
Efeitos financeiros
Para aquelas que sejam as principais responsáveis economicamente em um círculo familiar.
3
Danos Afetivos, psicológicos e sociais
De variadas ordens que decorrem da segregação e atingem pessoas que não necessariamente
tenham se envolvido com o ilícito penal.
Esses e outros exemplos, que dão o desenho da resposta criminal a um ilícito, foram alguns dos motivadores
para que um conjunto de leis esteja sendo editado considerando o mote da transcendência mínima. Vejamos: 
 
A Lei nº 7.210/84 proibiu que a restrição à visitação possa ser uma sanção disciplinar (arts. 41 e 53, III).
A Lei nº 13.271/2016 vedou a revista íntima vexatória, que atentava especialmente mulheres que
sustentam pessoas de seu círculo afetivo e social quando encarceradas.
• 
• 
O Código de Processo Penal propôs regimes menos restritivos à liberdade para pessoas, por exemplo,
“imprescindíveis aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com
deficiência” ou “com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos”, contando essas e outras
pessoas com o direito de postularem pelo regime de prisão domiciliar nos termos do art. 318 e
seguintes deste diploma.
Princípio da celeridade
Por fim, também conhecido como razoável duração do processo de execução penal, o princípio da celeridade
envolve uma importante reflexão sobre morosidade judicial, também basilar em sede de construção de um
Estado democrático de direito. Previsto em uma série de diplomas internacionais sobre direitos humanos, está
contido no art. 5º, inciso LXXVIII, da nossa Constituição.
Embora seja um princípio fundamental para qualquer área do sistema de justiça, ganha especial condição no
que concerne ao campo penal já que, nesse caso, a demora na prestação jurisdicional implica na manutenção
de um estado de violações gravíssimo, porque fere um dos direitos mais nodais da pessoa: o da dignidade
humana.
Deve ser repudiada a demora na apreciação de pedidos tais como da liberdade provisória, do
livramento condicional ou da progressão de regime — que têm o condão de fazer com que uma
pessoa custodiada possa cumprir a execução de forma menos atentatória à liberdade.
Isso implica um importante debate: a pessoa que está sendo processada não deve sofrer os impactos
negativos (também) da procrastinação processual que, em muitas Comarcas, assola a burocracia de
serventias judiciais.
Saiba mais
O compromisso pela celeridade, em conjunto com decisões sintonizadas com os demais princípios que
trabalhamos neste estudo — como o da humanidade, da legalidade, da não discriminação, da
individualização da pena e transcendência mínima — é o que pode resgatar algum conteúdo
democrático ao sistema de justiça criminal. 
Verificando o aprendizado
Questão 1
No que se refere ao conteúdo dos princípios regentes na disciplina da sanção penal, assinale a alternativa
correta:
A
O princípio da celeridade emplaca a necessidade de que sejam vedados recursos em sede de execução penal.
B
O princípio da taxatividade é observado na previsão legal das faltas disciplinares de natureza grave, que
admitem interpretação analógica.
C
• 
O princípio da anterioridade da lei penal é aplicado se sobrevier lei que agrave o lapso temporal para a
progressão de regime, que só passa a valer para os crimes cometidos a partir de sua vigência.
D
O princípio da humanidade dispõe sobre a necessária defesa da sociedade contra pessoas em condição de
custódia.
E
O princípio da transcendência mínima está consagrado na vedação às penas cruéis e tortura.
A alternativa C está correta.
O princípio da celeridade é plenamente conciliável com a matéria dos recursos, que são orgânicos à
estrutura da ampla defesa e contraditório de nosso processo penal. Quanto à taxatividade, imprimem às
faltas graves e quaisquer disposições acerca do regime disciplinar a vedação à analogia como um recurso
de integração. O princípio da humanidade visa colocar no centro a dignidade da pessoa humana — não a
defesa social, como na alternativa D — e resulta na vedação às penas cruéis — não o da transcendência
mínima, como afirmado na alternativa E.
Questão 2
Sobre os princípios constitucionais que regem a execução penal, é correto afirmar que: .
A
O princípio da humanidade das penas garante que os efeitos da condenação não extrapolarão as pessoas
responsáveis pelo ilícito penal.
B
O princípio da individualização das penas é o que legitima que mulheres gestantes possam fazer jus à prisão
domiciliar.
C
O princípio da intranscendência da pena, ou transcendência mínima, impede que a progressão de regime
ocorra de forma automática.
D
O princípio da humanidade das penas é violado com a previsão legal da vedação à revista vexatória.
E
O princípio da humanidade das penas é plenamente cumprido na execução das penas no Brasil, a despeito da
superlotação das unidades prisionais.
A alternativa B está correta.
O princípio da transcendência mínima (também chamado por alguns de intranscendência) é o que dispõe
que os efeitos da sanção penal não devem extrapolar as pessoas que cometem um crime, por isso, também
é o mais diretamente relacionado à vedação das chamadas revistas vexatórias. O princípio da humanidade
não tem aplicação plena no Brasil, dado o estado de encarceramento em massa e as condições de
insalubridade dos espaços de presídio em todo o país.
4. Conclusão
Considerações finais
Como vimos, as sanções penais mudaram ao longo da história e a pena por excelência ao campode
responsabilização criminal, que é a pena de prisão, tem uma relação direta com as transformações e
interesses do sistema produtivo capitalista.
No Brasil, a história das sanções penais precisa ser descrita em conjunção com a emergência do direito em
meio ao colonialismo, a transição do regime imperial para o regime republicano e o pós-abolição da
escravização.
Deve-se sempre relembrar que as violações promovidas ao longo do tempo atravessam, até os dias de hoje, a
forma como pensamos e sentimos a punição em seu caráter aflitivo.
Além de retomar o conceito de pena, ainda é preciso pensar sobre as teorias que a legitimam e sobre as
funções que desempenham para que sempre possamos refletir em que termos o regime de responsabilização
criminal pautado na pena ainda se justifica em um Estado democrático de direito.
Por fim, conhecemos os princípios regentes da disciplina e que nos informam que, em uma democracia,
qualquer resposta penal a um conflito deve ser balizada pela dignidade da pessoa humana. Esperamos que as
lições possam trazer horizontes mais democráticos ao sistema de justiça criminal.
Podcast
Agora com a palavra a professora Luciana Fernandes, relembrando tópicos abordados em nosso estudo.
Vamos ouvir!
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Para refletir mais sobre o assunto deste estudo:
Assista ao documentário Sem pena (2014), dirigido por Eugenio Puppo e produzido por Heco
Produções, Espaço Filmes e Prefeitura de São Paulo.
 
Veja um artigo construído a partir do documentário: O funcionamento das máquinas de tortura: sobre a
justiça das penas de prisão. Uma análise a partir do documentário sem pena, de Camila Cardoso de
Mello Prando (2015). O artigo foi publicado na Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM e pode
ser encontrado no portal de periódicos da universidade.
 
Leia o artigo Vidas matáveis, morte em vida e morte de fato, de Fábio Mallart e Rafael Godoi, publicado
em 2 out. 2017 e disponível no site do Le Monde Diplomatique Brasil.
Referências
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Instituto Carioca de Criminologia, 2008. (Coleção Pensamento Criminológico, 15)
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Juarez Cirino dos Santos. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan/Instituto Carioca de Criminologia, 2002. (Coleção
Pensamento Criminológico, 1)
 
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FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 37. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.
 
FRAGOSO, H. C. O problema da pena. Revista Forense, Rio de Janeiro, n. 161, p. 56-62, 1955.
 
KARAM, M. L. Apresentação. In: HULSMAN, L.; CELIS, J. B. de. Penas perdidas: o sistema penal em questão. 3.
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RIO DE JANEIRO. Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Rio de Janeiro. Relatório Anual
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ROIG, R. D. E. Execução penal-teoria crítica. 4. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
 
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SANTOS, J. C. Direito penal: parte geral. 6 ed. Curitiba: ICPC, 2014.
 
ZAFFARONI, E. R. Em busca das penas perdidas: a perda da legitimidade do sistema penal. Tradução: Vânia
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ZAFFARONI, E. R. et al. Direito Penal Brasileiro I. Rio de Janeiro: Revan, 2003.
	Teorias da sanção penal
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Preparação
	Objetivos
	Introdução
	1. Transformações históricas
	Transformações históricas da sanção penal
	Conteúdo interativo
	Punição e o Estado absolutista na Europa Central do século XIII: o modelo do suplício
	Disciplina e prisão na Europa Central e a historicização do poder punitivo brasileiro
	Saiba mais
	Atenção
	Verificando o aprendizado
	2. Teorias e finalidades penais
	Teorias e finalidades da pena
	Conteúdo interativo
	Teoria absoluta da pena e a finalidade retributiva
	Saiba mais
	Teoria relativa e funções preventivas da pena
	Prevenção geral positiva (ou integradora)
	Prevenção geral negativa (prevenção geral de intimidação)
	Prevenção especial negativa
	Prevenção especial positiva
	Teoria mista
	Função retributiva
	Prevenção geral negativa
	Prevenção especial negativa
	Código Penal, artigo 59
	Lei nº 7.210/84, artigo 10
	Teoria agnóstica da pena
	Saiba mais
	Verificando o aprendizado
	3. Princípios constitucionais
	Princípios norteadores da pena no Estado democrático de direito
	Considerações gerais sobre os princípios em matéria de sanção penal
	Princípios em espécie
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	Humanidade
	Legalidade
	Não discriminação
	Individualização da pena
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	Exemplo
	Princípio da não discriminação
	Exemplo
	Princípio da individualização da pena
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	Exemplo
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	Efeitos financeiros
	Danos Afetivos, psicológicos e sociais
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	4. Conclusão
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