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processo_civil3 Prof. Einstein Taquary Direito Processual Civil - Execução e Cautelar

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1 - Direito Processual Civil 29-07-10.docx
Direito Processual Civil 29-07-10
Professor Einstein
Em nosso curso, vamos tratar primeiramente da execução do título executivo extrajudicial, revisitando o que vimos no semestre passado com relação ao cumprimento de sentença. 
No segundo bimestre veremos as ações cautelares. Aplica-se o processo de conhecimento no processo cautelar. Há também outros conteúdos que precisamos saber, os quais não tivemos oportunidade de trabalhar ainda. À medida que formos caminhando, vamos ver o que nos interessa. 
Vamos falar muito sobre recursos. Agravo de instrumento, recurso de apelação, embargos de declaração... noções de tudo isso. Até mesmo alguns assuntos de Direito Falimentar e Direito Tributário. Por isso precisamos trazer o Código de Processo Civil e todos os demais diplomas legais que costumamos usar.
Tragam o Código. Precisamos anotar no Código, e poderemos usar o Código com anotações feitas em sala. Somos intérpretes da lei; estamos aqui para entendê-la. 
O momento de errar é agora. A briga é pelo conhecimento. Para termos esse conhecimento, temos que ir atrás da bibliografia. Use o autor que quiser, de preferência mais do que um, e compare-os. Quem trouxer livro para a sala de aula terá que abrir! Estamos aqui para discutir.
Notem que isso tudo que veremos existia já na Idade Média, e estamos promovendo como se fosse coisa nova.
Avaliação
Também decorre de um critério subjetivo, e sabemos disso. Mas também há o critério objetivo, que é a prova. Temos uma primeira avaliação e uma segunda. Quem ficar em recuperação irá fazer a terceira prova. A Avaliação Multidisciplinar Cumulativa – AMC será computada para aumentar a nota final.
A primeira prova é subjetiva, com problemas para serem resolvidos. Não devemos decorar conceitos, mas entendê-los, mediante leitura e aplicação.
Frequência
Chamada no início das aulas, e no fim para os que não conseguirem chegar em tempo, já que o professor chega rapidamente.
Primeiras ideias
Qual é mesmo a trilogia conceitual do processo? Jurisdição, ação e processo. Jurisdição é o poder-dever do Estado de dizer o Direito. Mas que Direito é esse, de onde surgiu? É um Direito Objetivo. A jurisdição é inerte, imparcial, una. Quando virmos o processo cautelar, veremos que a jurisdição não necessariamente é só provocada. A jurisdição também é secundária, porque substitui as partes na resolução de seus conflitos. É um terceiro, que nada tem a ver com a briga das partes. Por isso é indelegável. 
A jurisdição é delimitada pela competência, de acordo com o valor, a função, o território e a matéria. Com relação ao valor, ela pode ser absoluta ou relativa, neste último caso não pode ser arguida de ofício, exceto no caso de foro de eleição em contratos de adesão. Essa foi uma inovação trazida pela Lei 11280. 
A jurisdição também tem que ser imparcial, não pode ter relação pessoal com as partes, não pode advogar para elas e não deve ter interesse na causa. O juiz, por outro lado, também pode ter valores próprios, então “ele poderá ser imparcial em relação às partes, mas será sempre parcial em relação a si mesmo.” – Olavo de Carvalho.
O exercício do prestação jurisdicional dado ao Estado trouxe junto direitos e deveres. Como chamamos esse Direito? É o direito de ação. É um direito subjetivo, que pode ser exercido se o sujeito quiser. Esse direito, por outro lado, também não é absoluto, e tem que respeitar algumas regras. Possibilidade jurídica, interesse de agir e legitimidade. O que é um pedido possível? É aquele que está amparado, assentado na ordem jurídica vigente. Interesse de agir é necessidade e adequação, motivados pela resistência ao cumprimento da obrigação. 
Quais as formas de prestação jurisdicional que conhecemos até hoje? O primeiro mecanismo de instrumentalização da ação que conhecemos é o processo de conhecimento. A relação jurídica que tende à resolução do conflito. Desenvolve-se por meio do procedimento. Há o ordinário, o sumário e o especial.
Quanto tempo leva um processo de conhecimento de rito ordinário? Pode levar mais de 40 anos. Ao final, temos uma sentença. 
Com a sentença, precisávamos, até 2005, de um novo processo, o processo de execução, hoje substituído pela fase de cumprimento de sentença. É da execução que vamos falar a partir de amanhã.
10 - Direito Processual Civil 27-08-10.docx
Direito Processual Civil 27-08-10
Da avaliação
Finalidade
Procedimento
Da adjudicação
Natureza
Legitimidade
Procedimento
Vimos o arresto na aula passada. Anotamos que o arresto não é uma pré-penhora, mas medida provisória, enquanto a penhora é medida definitiva. O arresto tem por finalidade garantir a execução por quantia certa. Busca-se preservar o bem executado para que se possa entregar a prestação jurisdicional.
Fizemos todo esse passeio sobre a penhora. Quando o oficial de justiça procede à penhora, especialmente no DF, ele busca avaliar o bem, fazendo uma qualificação, e conhecer seu valor. Conhecendo o valor, procedem-se aos demais atos executivos. O bem, se pertencente a incapaz, não poderá ser alienado a valor inferior a 80% da avaliação. Se destinado à adjudicação, não se poderá aliená-lo por valor inferior ao da avaliação. 
Avaliar é dar a informação de quanto vale o bem penhorado. 
A penhora, uma vez feita, acabou. Em função da avaliação, pode-se renovar a penhora, ou fazer um reforço dela. O devedor também pode arguir que o valor do bem penhorado é excessivo. 
Art. 667: “Não se procede à segunda penhora, salvo se:
 I – a primeira for anulada;
 II – executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do credor;
 III – o credor desistir da primeira penhora, por serem litigiosos os bens, ou por estarem penhorados, arrestados ou onerados.” 
Vamos também ler o art. 680: “A avaliação será feita pelo oficial de justiça (art. 652), ressalvada a aceitação do valor estimado pelo executado (art. 668, parágrafo único, inciso V); caso sejam necessários conhecimentos especializados, o juiz nomeará avaliador, fixando-lhe prazo não superior a 10 (dez) dias para entrega do laudo.” 
Se houver necessidade de conhecimento técnico maior para avaliar um bem, como um imóvel, que pode requerer um especialista, como um corretor ou engenheiro, o juiz dará 10 dias para que o perito nomeado apresente o laudo.
Pode-se também requerer a suspeição e o impedimento do perito. Art. 138: “Aplicam-se também os motivos de impedimento e de suspeição:
[...]
 III – ao perito;”
Forma-se, portanto, um incidente dentro do processo de execução. A maior dificuldade ocorre quando o oficial faz a avaliação com base numa presunção, o que é muito difícil derrubar, pois ele tem fé pública. Temos que trazer elementos concretos para requerer uma nova avaliação.
Claro que, infelizmente, também existem oficiais de justiça que agem dolosamente.
Art. 681: “O laudo da avaliação integrará o auto de penhora ou, em caso de perícia (art. 680), será apresentado no prazo fixado pelo juiz, devendo conter:
 I – a descrição dos bens, com os seus característicos, e a indicação do estado em que se encontram;
 II – o valor dos bens.
 Parágrafo único. Quando o imóvel for suscetível de cômoda divisão, o avaliador, tendo em conta o crédito reclamado, o avaliará em partes, sugerindo os possíveis desmembramentos.” 
Há fazendas que podem ser penhoradas somente em parte. Como é divisível, o oficial de justiça ou perito já fará essa divisão. 
Art. 683: “É admitida nova avaliação quando:
 I – qualquer das partes arguir, fundamentadamente, a ocorrência de erro na avaliação ou dolo do avaliador;
 II – se verificar, posteriormente à avaliação, que houve majoração ou diminuição no valor do bem; ou
 III – houver fundada dúvida sobre o valor atribuído ao bem (art. 668, parágrafo único, inciso V).” 
Art. 684: “Não se procederá à avaliação
se:
 I – o exequente aceitar a estimativa feita pelo executado (art. 668, parágrafo único, inciso V);
 II – se tratar de títulos ou de mercadorias, que tenham cotação em bolsa, comprovada por certidão ou publicação oficial.” 
Para se fazer essa avaliação, feita dessa forma, caso seja de títulos da bolsa, basta pesquisar a cotação do dia. Não precisamos decorar este procedimento, mas só entender a importância dessa avaliação. Todos os atos executórios, daqui para frente, tomarão por base o valor do bem avaliado. A partir disso se busca reforço da penhora ou redução.
Podemos fazer a substituição do bem penhorado em função da avaliação feita. Verifica-se, aqui, o excesso do valor do bem penhorado, ou a sua insignificância. E pode ser objeto até dos embargos do devedor do executado, em que ele alegará o excesso de penhora.
Terminamos a avaliação. Antes de partirmos para a adjudicação, vamos lembrar como é essa dinâmica.
Vamos voltar à parte do processo de conhecimento para executar o devedor por quantia certa. Para provocar a jurisdição, o que fazemos? Petição inicial. Quais seus requisitos? Cabeçalho, qualificação das partes, fatos, fundamentação, pedido, valor da causa, requerimento para citação, além da prova documental.
Ao fazer essa petição baseada num título executivo extrajudicial, provocamos o Estado-juiz, que avaliará se a petição inicial está perfeita. Se não, ele mandará emendar. Qual o prazo para emenda? Dez dias. O ato que manda emendar a petição inicial é sentença, que termina o processo sem resolução de mérito. Sendo uma sentença, o recurso que ela desafia é o de apelação. Qual o prazo para apelação? 15 dias. Isso está nos arts. 614 a 619. Pode o juiz retratar sua decisão aqui? Sim. Art. 285-A. “Quando a matéria controvertida for unicamente de direito e no juízo já houver sido proferida sentença de total improcedência em outros casos idênticos, poderá ser dispensada a citação e proferida sentença, reproduzindo-se o teor da anteriormente prolatada.” O juiz terá 48 horas para se retratar. 
Recebida a petição inicial, o juiz manda citar o devedor. “Cite-se”. É decisão interlocutória, então cabe agravo de instrumento.
A citação no processo de execução por quantia certa contra devedor solvente tem a finalidade de chamar o devedor a pagar, aqui, chamado executado.
O executado também pode opor embargos. Qual o prazo ele terá para isso? 15 dias. Veremos os embargos em aula próxima.
Iniciada a execução, aqui começa a nomeação de bens à penhora. É o primeiro ato executório que estudamos. A penhora visa à expropriação do bem, e tem a finalidade de garantir a execução, mediante a individualização e conservação de bens do patrimônio do devedor, com fins de satisfazer o credor. A penhora também tem o condão de tornar a alienação ineficaz em relação ao credor.
E o procedimento? O oficial de justiça deverá atender aos princípios da menor onerosidade e da satisfação do interesse do credor. Não se podem, portanto, penhorar bens inúteis.
E se sobre o bem penhorado houver várias penhoras, feitas por credores quirografários? A penhora anterior tem prevalência sobre a posterior.
O devedor pode requerer a substituição do bem penhorado, sendo ele dinheiro? Súmula 417 do STJ: “Na execução civil, a penhora de dinheiro na ordem de nomeação de bens não tem caráter absoluto.” Qual o prazo que tem a parte para se manifestar com relação ao pedido de substituição do bem à penhora?
Se a execução é promovida pelo credor com garantia real, que penhora outros bens do devedor que não o gravado com a garantia, pode o devedor requerer a nulidade da penhora? Pode, pois o credor tem a obrigação de executar primeiramente o bem que está sob sua garantia.
Promovida a execução contra devedor que vive em união estável, um imóvel pode ser penhorado. Não tendo sido intimada da penhora a companheira(o) do devedor, gerar-se-á nulidade? Sim! Mesmo que não esteja no art. 655, § 2º: “Recaindo a penhora em bens imóveis, será intimado também o cônjuge do executado.” 
Não encontrando o devedor em sua residência, procede-se ao arresto. 
O devedor pode ter, por ordem judicial, arrestado seu salário para fins de penhora. Não apenas; o juiz fez login no Bacen Jud 2.0 e ordenou, por meio do Banco Central, o bloqueio de valores em contas do devedor para a satisfação do credor, mas sem saber que tal dinheiro tratava-se de salário. Neste caso, o que o advogado do devedor poderá fazer? O salário é bem impenhorável. Só se pode penhorá-lo para se pagar pensão alimentícia. O que fazer? § 2º do art. 655-A: “Compete ao executado comprovar que as quantias depositadas em conta corrente referem-se à hipótese do inciso IV do caput do art. 649 desta Lei ou que estão revestidas de outra forma de impenhorabilidade.” 
Esse ato do juiz que deferiu a penhora online é uma sentença ou decisão interlocutória? Decisão interlocutória, e desafia o recurso de agravo de instrumento, a ser interposto no prazo de 10 dias. Para evitar problemas na prática, primeiro agrava-se depois faz-se pedido de reconsideração ao juiz.
Se a penhora recair sobre as roupas do devedor, poderão elas ser penhoradas? Sim, desde que de marca e valiosas, assim podendo satisfazer o interesse do credor. É nesta etapa que chegamos à avaliação.
Qual a finalidade da avaliação? Saber se o bem é suficiente para o pagamento da dívida. Daqui pode-se pedir a redução ou a majoração da penhora. Mas vejam bem: foi feita a citação, e oportunizado o prazo para oposição dos embargos. Existe contestação no processo de execução? Não. Os embargos são um processo de conhecimento. Mas vamos estudá-los depois. Vamos logo mais para os atos expropriativos. Assim, estamos pressupondo que os embargos não foram opostos, ou, se o foram, foram rejeitados.
Se o bem visa à satisfação do credor, por que não permitir, primeiramente, a adjudicação do bem penhorado? Vejamos.
A adjudicação
A adjudicação assemelha-se ao instituto da dação em pagamento. É o art. 356 do Código Civil. “O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.” 
Mas aqui há um detalhe. Assemelha-se, mas não é dação em pagamento, pois aqui falamos de ato expropriatório, executivo, violento. Onde está a declaração de vontade do devedor? Não há. Estamos, portanto, tratando de atos executórios, que são violentos. Não há, nessa situação, a declaração de vontade do devedor.
Um bem de valor maior poderá ser penhorado. O credor, neste caso, deverá pagar a diferença. 
Existia, até a edição da Lei 11382, a possibilidade da remição da dívida feita pelos parentes do devedor. Havia um bem penhorável, e a família, para quem importava o bem, remia a dívida com relação àquele bem penhorado. Hoje a família não pode mais fazer isso, mas, em contrapartida, a família pode requerer a adjudicação. Os credores, inclusive os com penhora registrada, também podem adjudicar o bem. quando há vários credores interessados, o juiz deverá abrir uma concorrência entre eles. Sócio remanescente tem preferência para obter as quotas societárias, enquanto descendente tem preferência sobre cônjuge para receber bens do falecido em sucessão.
Art. 685-A: “É lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da avaliação, requerer lhe sejam adjudicados os bens penhorados. [...]” 
É requisito que haja requerimento, não podendo o juiz determinar de ofício. O valor também não pode ser inferior ao da avaliação. Não se esqueçam desses dois requisitos da adjudicação.
§ 1º: “Se o valor do crédito for inferior ao dos bens, o adjudicante depositará de imediato a diferença, ficando esta à disposição do executado; se superior, a execução prosseguirá pelo saldo remanescente.” 
§ 2º: “Idêntico direito pode ser exercido pelo credor com garantia real, pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo cônjuge, pelos descendentes ou ascendentes do executado.” 
§ 3º: “Havendo mais de um pretendente, proceder-se-á entre eles à licitação; em igualdade de oferta, terá
preferência o cônjuge, descendente ou ascendente, nessa ordem.” 
§ 4º: “No caso de penhora de quota, procedida por exequente alheio à sociedade, esta será intimada, assegurando preferência aos sócios.” 
§ 5º: “Decididas eventuais questões, o juiz mandará lavrar o auto de adjudicação.” 
O auto de adjudicação é o documento formal de seu encerramento. Assinado, torna-se, em tese, um ato irretratável e irrevogável. Em tese, pois há vícios e podem ser opostos os embargos à adjudicação. 
Feita a adjudicação sem vícios, o juiz expedirá a carta de adjudicação, que dá poderes da transferência do bem ao adjudicante. Ela é o documento hábil à transferência. Art. 746: “É lícito ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da adjudicação, alienação ou arrematação, oferecer embargos fundados em nulidade da execução, ou em causa extintiva da obrigação, desde que superveniente à penhora, aplicando-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. [...]”
§ 1º: “Oferecidos embargos, poderá o adquirente desistir da aquisição.” 
§ 2º: “No caso do § 1º deste artigo, o juiz deferirá de plano o requerimento, com a imediata liberação do depósito feito pelo adquirente (art. 694, § 1º, inciso IV).” 
§ 3º: “Caso os embargos sejam declarados manifestamente protelatórios, o juiz imporá multa ao embargante, não superior a 20% (vinte por cento) do valor da execução, em favor de quem desistiu da aquisição.” 
A adjudicação, portanto, é a entrega de coisa diversa da querida pelo credor, mas é ato executório e violento, sem manifestação de vontade do devedor. Assemelha-se, mas não é, à dação em pagamento. Feita a adjudicação, lavra-se um auto. 
Art. 685-B: “A adjudicação considera-se perfeita e acabada com a lavratura e assinatura do auto pelo juiz, pelo adjudicante, pelo escrivão e, se for presente, pelo executado, expedindo-se a respectiva carta, se bem imóvel, ou mandado de entrega ao adjudicante, se bem móvel.
 Parágrafo único. A carta de adjudicação conterá a descrição do imóvel, com remissão a sua matrícula e registros, a cópia do auto de adjudicação e a prova de quitação do imposto de transmissão.” 
11 - Direito Processual Civil 02-09-10.docx
Direito Processual Civil 02-09-10
Alienação por iniciativa particular
Momento 
Legitimidade
Procedimento
Hasta pública 
Conceito
Natureza
Modalidades
Procedimento
Publicidade
Licitação
Arrematação 
Edital
Conteúdo
Dispensa
Divulgação
Na sexta-feira passada falamos da primeira forma de pagamento ao credor: a arrematação. Foi adicionada com a Lei 11382. Receber prestação diversa à pactuada, o que se assemelha à dação em pagamento. Qual é mesmo a diferença básica entre as duas? A presença ou ausência da vontade do devedor. Aqui na adjudicação, por estarmos diante de atos executivos, não importa a vontade do devedor. Na dação, o devedor e credor pactuam, por livre e espontânea vontade, que aquele dará a este bem ou prestação diversa da devida como meio extintivo da obrigação.
Pode acontecer de o exequente não querer adjudicar. No mesmo prazo de 5 dias, feita a avaliação, as outras pessoas interessadas em adjudicar não se manifestam. O credor pode pedir ao juiz a alienação do bem, promovida pelo próprio credor. Isso não é novidade em nosso ordenamento jurídico, mas sim no processo de execução.
O requisito para que isso ocorra é que o credor requeira. Deve haver manifestação expressa dele. Quem irá conduzir o procedimento será o Estado-juiz. Ao chegar ao patamar de se excluir o devedor, o credor poderá estabelecer o preço da alienação, que será escrito no edital. Um corretor pode ser chamado para auxiliar, ou qualquer profissional para a avaliação do bem. Se o credor, já em seu requerimento, manifesta o interesse pelo profissional, o juiz irá nomeá-lo. Escolherá um dentre os que estejam inscritos há pelo menos 5 anos no conselho de classe e estejam também inscritos na secretaria do juízo. 
O credor também pode vender sem a ajuda de ninguém. Se eventualmente não conseguir e depois requerer a ajuda do profissional, não haverá problema, exceto que o próprio credor irá pagar os honorários do profissional. Art. 685-C: “Não realizada a adjudicação dos bens penhorados, o exequente poderá requerer sejam eles alienados por sua própria iniciativa ou por intermédio de corretor credenciado perante a autoridade judiciária. [...]” 
Aqui está a oportunidade para o credor requerer o auxílio profissional. É nesse momento em que o credor fará a opção ou não por um profissional, como um corretor.
§ 1º: “O juiz fixará o prazo em que a alienação deve ser efetivada, a forma de publicidade, o preço mínimo (art. 680), as condições de pagamento e as garantias, bem como, se for o caso, a comissão de corretagem.” 
§ 2º: “A alienação será formalizada por termo nos autos, assinado pelo juiz, pelo exequente, pelo adquirente e, se for presente, pelo executado, expedindo-se carta de alienação do imóvel para o devido registro imobiliário, ou, se bem móvel, mandado de entrega ao adquirente.” 
Essa carta de alienação tem o mesmo conteúdo da carta de adjudicação. É a mesma coisa, só muda o nome. É ela que possibilita a transferência do domínio do bem imóvel para o adquirente da coisa. 
Professor ainda não viu isso ser usado.
§ 3º: “Os Tribunais poderão expedir provimentos detalhando o procedimento da alienação prevista neste artigo, inclusive com o concurso de meios eletrônicos, e dispondo sobre o credenciamento dos corretores, os quais deverão estar em exercício profissional por não menos de 5 (cinco) anos.” 
O professor também desconhece provimento do TJ para essa regulamentação. Talvez por isso não seja usado. Provavelmente há outras coisas mais importantes para dar celeridade ao processo de execução. Não obstante está aqui a possibilidade: fazer com que a lei funcione. O juiz continua atuando no processo. Toda execução é ato judicial para nós do Brasil.
Imaginem agora que o credor não quis adjudicar, não quis promover a alienação por iniciativa própria, mas quer fazer a...
Hasta pública
...ou seja, ele quer que o Estado promova essa alienação. O que é a hasta pública? É a transferência do bem penhorado a terceiro mediante o pagamento do respectivo preço para a satisfação do credor. Estamos falando de uma compra e venda judicial. Se pesquisarmos, começa-se a extrair a natureza jurídica da hasta pública dizendo-se justamente que não é uma compra e venda. Por que não se fala em compra e venda aqui? O que norteia a compra e venda, ou melhor, todos os contratos? A vontade das partes! É ato executório. Daqui tiramos que a natureza jurídica da hasta pública, da alienação e da adjudicação é ato executório, violento. A compra e venda são feitas de forma a suprir qualquer vontade do devedor. É uma venda coercitiva. Vende-se o bem do devedor para pagar o credor, apurando-o para transformá-lo em dinheiro. 
Moacir Amaral não usa o termo “hasta pública”, mas sim arrematação. É o que fazemos. Mas a arrematação é ato final, é a concretização do procedimento da hasta pública. O arrematante é o licitante que deu o lanço suficiente para a aquisição da coisa. 
A hasta pública tem duas modalidades. Vamos fazer bem essa separação: praça e leilão. No Direito do Trabalho chama-se tudo ou de praça ou de leilão, misturando-se os termos. Para nós, aqui, devemos diferenciar bem a praça do leilão. Praça é realizada para bens imóveis, enquanto o leilão é para bens móveis. A praça é realizada por oficial de justiça ou pelo porteiro. É feita no átrio do fórum, no pátio ou no corredor. O leilão é realizado onde o juiz determinar ou onde se encontram os bens móveis. O leiloeiro é um agente particular, que pode ser indicado pelo exequente, e que terá a função de elaboração do edital, de prestar contas, e receberá seus honorários do arrematante, e não é barato: 5% do valor da arrematação.
Art. 705: “Cumpre ao leiloeiro:
 I – publicar o edital, anunciando a alienação;
 II – realizar
o leilão onde se encontrem os bens, ou no lugar designado pelo juiz;
 III – expor aos pretendentes os bens ou as amostras das mercadorias;
 IV – receber do arrematante a comissão estabelecida em lei ou arbitrada pelo juiz;
 V – receber e depositar, dentro em 24 (vinte e quatro) horas, à ordem do juiz, o produto da alienação;
 Vl – prestar contas nas 48 (quarenta e oito) horas subsequentes ao depósito.” 
Art. 706: “O leiloeiro público será indicado pelo exequente.” 
Precisamos ter regras bem estabelecidas para o leilão ou praça. Estão no...
Edital
O conteúdo do edital é pré-estabelecido, sob pena de nulidade. Fala-se qual é o bem, se existem ônus reais sobre ele, se existem outras ações, onde se encontra e em que condições, o dia e hora da realização da primeira hasta pública e da segunda hasta pública.
O que acontece? Tanto para bens imóveis quanto para bens móveis, temos a primeira praça ou leilão. Geralmente não aparece ninguém para comprar, pois o preço neste momento será o preço mínimo da avaliação. Digamos R$ 300 mil. Se lanço a oferta, ela não poderá ser inferior a R$ 300 mil, mas, na segunda praça, poderá ser feita por quem der o maior lanço. E aqui o devedor encontra uma dificuldade. É o preço vil: um preço muito inferior, que não é suficiente para o pagamento da dívida. Determinar se o preço de venda de determinado bem do devedor é vil torna-se muito subjetivo.
Houve em São Paulo a hasta de um hospital que foi alienado pelo preço de 18 milhões de Reais. Comentários de corredor apontavam que o valor real do hospital estava em cerca de R$ 50 milhões. O TST disse que o preço não era vil. É subjetivo mesmo. Nosso Tribunal de Justiça do DF considera que o preço igual ou acima de 65% do valor do bem não é considerado preço vil. O devedor quer receber o que ele entende justo pela coisa. 
E o que deveremos entender, aqui, por preço vil? Vamos seguir o TJDFT e considerar o valor inferior a 65% como preço vil. Não é possível conseguir muito mais que isso, na prática. Esse será o valor que deveremos considerar para nossa prova. Anotem no art. 692: “Não será aceito lanço que, em segunda praça ou leilão, ofereça preço vil. 
 Parágrafo único. Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos bens bastar para o pagamento do credor.” 
Não tragam calculadora para a sala de aula.
O edital traz um conteúdo pré-estabelecido. Art. 686: “Não requerida a adjudicação e não realizada a alienação particular do bem penhorado, será expedido o edital de hasta pública, que conterá:
 I – a descrição do bem penhorado, com suas características e, tratando-se de imóvel, a situação e divisas, com remissão à matrícula e aos registros;
 II – o valor do bem; 
 III – o lugar onde estiverem os móveis, veículos e semoventes; e, sendo direito e ação, os autos do processo, em que foram penhorados; 
 IV – o dia e a hora de realização da praça, se bem imóvel, ou o local, dia e hora de realização do leilão, se bem móvel; 
 V – menção da existência de ônus, recurso ou causa pendente sobre os bens a serem arrematados; 
 VI – a comunicação de que, se o bem não alcançar lanço superior à importância da avaliação, seguir-se-á, em dia e hora que forem desde logo designados entre os dez e os vinte dias seguintes, a sua alienação pelo maior lanço (art. 692). [...]”
Também não precisamos decorar o conteúdo do edital, claro. O que precisamos saber é onde encontrar esses requisitos. 
Feito o edital, a ele tem que ser dada...
Publicidade 
...que é feita no órgão, na parte em que se trata da venda imobiliária. Não apenas; também usam-se jornais. Não é barato. Correio Braziliense já cobrou R$ 500,00. Imagine se houver um erro: novo edital deverá ser publicado. Como não é o cliente quem o elabora, cabe ao advogado a diligência de conferi-lo. Em caso de erro então quem deve pagar é o advogado. Mesmo sendo ele conferido pelo diretor do fórum e pelo secretário que o redigiu. Quanto mais divulgação, melhor para o devedor.
Há muita gente que é especialista em arrematar bens por preços fantasticamente baixos. Tais sujeitos ficam à porta dos fóruns. 1
O juiz pode alterar essa forma de publicidade.
Não é mais obrigatória a publicação no Diário Oficial. Era mais caro do que o jornal comercial de maior circulação. Só será publicado no Diário da Justiça se o credor for assistido pela justiça gratuita. Pode também ser dispensado o edital se o bem objeto da hasta pública for de valor inferior a 60 salários mínimos.
§ 1º do art. 686: “No caso do art. 684, II, constará do edital o valor da última cotação anterior à expedição deste. ” 
§ 2º: “A praça realizar-se-á no átrio do edifício do Fórum; o leilão, onde estiverem os bens, ou no lugar designado pelo juiz. ” 
§ 3º: “Quando o valor dos bens penhorados não exceder 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo vigente na data da avaliação, será dispensada a publicação de editais; nesse caso, o preço da arrematação não será inferior ao da avaliação.” 
Há outra coisa importante a ser dita aqui, que está no art. 687. É a questão da intimação do devedor, que é obrigatória. Mas não mais acontece o que acontecia antes da edição da Lei 8953/94. O grande problema era fazer tudo isso e, depois, intimar o devedor. E se ele não fosse encontrado? A intimação era pessoal, e não na pessoa do advogado. Existia divergência se a intimação poderia ser dirigida ao advogado. O que se faz hoje, então, intimar o devedor na pessoa do advogado. Só será pessoal se ele não tiver advogado nomeado nos autos, o que é dificílimo de acontecer a essa altura do processo de execução. 
Eis o art. 687, que traz o procedimento da publicidade. Não precisamos decorar, mas sim saber onde pesquisar: “O edital será afixado no local do costume e publicado, em resumo, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias, pelo menos uma vez em jornal de ampla circulação local. 
 § 1º A publicação do edital será feita no órgão oficial, quando o credor for beneficiário da justiça gratuita.
 § 2º Atendendo ao valor dos bens e às condições da comarca, o juiz poderá alterar a forma e a frequência da publicidade na imprensa, mandar divulgar avisos em emissora local e adotar outras providências tendentes a mais ampla publicidade da alienação, inclusive recorrendo a meios eletrônicos de divulgação.
 § 3º Os editais de praça serão divulgados pela imprensa preferencialmente na seção ou local reservado à publicidade de negócios imobiliários. 
 § 4º O juiz poderá determinar a reunião de publicações em listas referentes a mais de uma execução.
 § 5º O executado terá ciência do dia, hora e local da alienação judicial por intermédio de seu advogado ou, se não tiver procurador constituído nos autos, por meio de mandado, carta registrada, edital ou outro meio idôneo.
 Art. 688. Não se realizando, por motivo justo, a praça ou o leilão, o juiz mandará publicar pela imprensa local e no órgão oficial a transferência.
 Parágrafo único. O escrivão, o porteiro ou o leiloeiro, que culposamente der causa à transferência, responde pelas despesas da nova publicação, podendo o juiz aplicar-lhe a pena de suspensão por 5 (cinco) a 30 (trinta) dias.”
Há outra intimação muito importante, que é a do credor com garantia real. Este credor deverá ser intimado sob pena de desfazimento da hasta. É necessária essa intimação para que ele possa exercer seu direito. Também falamos do credor com a penhora registrada deverá ser intimado.
Art. 698: “Não se efetuará a adjudicação ou alienação de bem do executado sem que da execução seja cientificado, por qualquer modo idôneo e com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência, o senhorio direto, o credor com garantia real ou com penhora anteriormente averbada, que não seja de qualquer modo parte na execução.” 
Isso gera o desfazimento. No art. 694, caput e incisos III e IV temos: “Assinado
o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo serventuário da justiça ou leiloeiro, a arrematação considerar-se-á perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado.” 
 “§ 1º A arrematação poderá, no entanto, ser tornada sem efeito: [...]
 III – quando o arrematante provar, nos 5 (cinco) dias seguintes, a existência de ônus real ou de gravame (art. 686, inciso V) não mencionado no edital;
 IV – a requerimento do arrematante, na hipótese de embargos à arrematação (art. 746, §§ 1º e 2º);” 
O parágrafo contradiz o caput. 
Com as regras da publicidade, buscamos dar a maior divulgação possível ao ato. O bem levado à hasta deve valer a pena para o cumprimento da obrigação.
Marcado o dia da hasta pública, que pode ser praça ou leilão, pode-se realizar sua suspensão. Devemos ter cuidado de não confundir gêneros com espécies, o que é feito na justiça do trabalho e pela Caixa Econômica Federal. 
Procedimento da hasta pública
Procedimentos estão nos art. 688 e 689. “Não se realizando, por motivo justo, a praça ou o leilão, o juiz mandará publicar pela imprensa local e no órgão oficial a transferência.
 Parágrafo único. O escrivão, o porteiro ou o leiloeiro, que culposamente der causa à transferência, responde pelas despesas da nova publicação, podendo o juiz aplicar-lhe a pena de suspensão por 5 (cinco) a 30 (trinta) dias.” 
Art. 689: “Sobrevindo a noite, prosseguirá a praça ou o leilão no dia útil imediato, à mesma hora em que teve início, independentemente de novo edital.” 
Os procedimentos podem ser feitos por meio eletrônico, via Internet. Basta que o tribunal regulamente isso. 
Art. 689-A: “O procedimento previsto nos arts. 686 a 689 poderá ser substituído, a requerimento do exequente, por alienação realizada por meio da rede mundial de computadores, com uso de páginas virtuais criadas pelos Tribunais ou por entidades públicas ou privadas em convênio com eles firmado.
O Conselho da Justiça Federal e os Tribunais de Justiça, no âmbito das suas respectivas competências, regulamentarão esta modalidade de alienação, atendendo aos requisitos de ampla publicidade, autenticidade e segurança, com observância das regras estabelecidas na legislação sobre certificação digital.” 
Tudo é simples, o problema é regulamentá-los nos tribunais. Já existe o pregão eletrônico, pelo menos.
Licitação
Afinal de contas, quem pode licitar? Quem tem legitimidade para fazer uma licitação? Quem está na administração de seus bens. Então são todos que tenham capacidade de gerir seus bens. Pode comprar, licitar, arrematar. Em outras palavras, maior capaz e “vacinado”. 
Há certas pessoas, por outro lado, que não podem licitar. A lei as exclui dessa possibilidade. O oficial de justiça, o tutor, o curador, o juiz, o serventuário da justiça, o síndico... Nenhum desses poderá licitar. 
Art. 690-A: “É admitido a lançar todo aquele que estiver na livre administração de seus bens, com exceção:
 I – dos tutores, curadores, testamenteiros, administradores, síndicos ou liquidantes, quanto aos bens confiados a sua guarda e responsabilidade;
 II – dos mandatários, quanto aos bens de cuja administração ou alienação estejam encarregados;
 III – do juiz, membro do Ministério Público e da Defensoria Pública, escrivão e demais servidores e auxiliares da Justiça.
 Parágrafo único. O exequente, se vier a arrematar os bens, não estará obrigado a exibir o preço; mas, se o valor dos bens exceder o seu crédito, depositará, dentro de 3 (três) dias, a diferença, sob pena de ser tornada sem efeito a arrematação e, neste caso, os bens serão levados a nova praça ou leilão à custa do exequente.” 
São capazes e estão no pleno gozo de suas faculdades mentais. Não poderão em função do cargo que ocupam.
1 – Nos EUA inclusive há alguns que ficam de prontidão nas escadarias dos prédios das cortes, esperando acabar uma audiência de cobrança ou de falência.
12 - Direito Processual Civil 03-09-10.docx
Direito Processual Civil 03-09-10
Legitimidade para arrematar
Exequente
Hasta de diversos bens
Formas de pagamento
Arrematação de imóvel
Proposta escrita!
Imóvel de incapaz
Imóvel divisível
Perda da eficácia da arrematação
Auto/carta de arrematação
Efeitos
Evicção/vícios redibitórios
Vamos continuar falando sobre a arrematação. Quem tem legitimidade para fazê-la é, entre outras pessoas, o exequente. Parágrafo único do art. 690-A: “O exequente, se vier a arrematar os bens, não estará obrigado a exibir o preço; mas, se o valor dos bens exceder o seu crédito, depositará, dentro de 3 (três) dias, a diferença, sob pena de ser tornada sem efeito a arrematação e, neste caso, os bens serão levados a nova praça ou leilão à custa do exequente.” 
Pode ocorrer de a hasta envolver vários bens. O juiz pode mandar que se faça uma lista. Será dada preferência ao arrematante que oferecer lanço para todos, de forma englobada. Parágrafo único do art. 692: “Será suspensa a arrematação logo que o produto da alienação dos bens bastar para o pagamento do credor.” 
Vamos ver o pagamento da arrematação. O pretendente dá o lanço e, para sair vencedor, ele deverá pagar à vista ou a prazo de 15 dias, desde que ofereça caução idônea, real ou fidejussória. Assim ele arrematará.
A garantia fidejussória é prevista neste procedimento pois pode ser que o arrematante não cumpra com a obrigação. A consequência será que não poderão participar de nova licitação o arrematante e seu fiador, nem oferecer novo lanço. Art. 695: “Se o arrematante ou seu fiador não pagar o preço no prazo estabelecido, o juiz impor-lhe-á, em favor do exequente, a perda da caução, voltando os bens a nova praça ou leilão, dos quais não serão admitidos a participar o arrematante e o fiador remissos.” 
Antes havia, nos parágrafos, uma previsão de uma multa, que não existe mais. Foram revogados pela Lei 11382/06. Contudo, pode ocorrer de o fiador pagar a obrigação. Claro que ele terá o direito de sub-rogar-se em seguida. Art. 696: “O fiador do arrematante, que pagar o valor do lanço e a multa, poderá requerer que a arrematação Ihe seja transferida.” 
As penalidades para o arrematante faltoso se restringem ao processo atual.
Arrematação de bem imóvel
A arrematação de bem imóvel tem algumas características próprias. A regra do art. 690 é que o pagamento é à vista ou a prazo em 15 dias: “A arrematação far-se-á mediante o pagamento imediato do preço pelo arrematante ou, no prazo de até 15 (quinze) dias, mediante caução.” Mas pode acontecer de alguém oferecer, mediante proposta escrita, pagamento a prazo, com boa proposta. O interessado pode oferecer 30% inicialmente e financiar o restante de 70% em 180 meses, deixando o próprio bem como garantia. 
Assim, iniciada a praça, pode ocorrer de surgir alguém oferecendo um valor melhor pelo imóvel.
E se esse imóvel pertence a um incapaz? A hasta desse imóvel de incapaz obedece a alguns requisitos. O primeiro é que na segunda hasta o preço não pode ser inferior a 80% do valor da avaliação. 
Não aparecendo nenhum lançador, a hasta ficará suspensa por um ano. Nesse período o juiz poderá determinar a locação do imóvel, e os alugueis serão revertidos para amortização da dívida. Se nesse período de um ano surgir alguém com interesse pela compra, o juiz determinará a realização da hasta. Se o arrematante desistir, o juiz lhe imporá multa de 20%.
Na prática ocorre a possibilidade de, passado o prazo de um ano, na segunda hasta o bem ser vendido por quem der o melhor lanço.
Art. 701: “Quando o imóvel de incapaz não alcançar em praça pelo menos 80% (oitenta por cento) do valor da avaliação, o juiz o confiará à guarda e administração de depositário idôneo, adiando a alienação por prazo não superior a 1 (um) ano.
§ 1º Se, durante o adiamento, algum pretendente assegurar, mediante caução idônea, o preço da avaliação, o juiz ordenará
a alienação em praça.
§ 2º Se o pretendente à arrematação se arrepender, o juiz Ihe imporá a multa de 20% (vinte por cento) sobre o valor da avaliação, em benefício do incapaz, valendo a decisão como título executivo.
§ 3º Sem prejuízo do disposto nos dois parágrafos antecedentes, o juiz poderá autorizar a locação do imóvel no prazo do adiamento.
§ 4º Findo o prazo do adiamento, o imóvel será alienado, na forma prevista no art. 686, Vl.” 
Também não há dificuldade. Este artigo sintetiza o que falamos logo antes de lê-lo. A dificuldade que eventualmente poderemos ter numa prova é lembrar-se desses 80% do valor da avaliação para o imóvel do incapaz. Não confunda com o preço vil de 65% que estabelecemos ontem.
Bens imóveis divisíveis
Uma fazenda que comporta uma divisão cômoda pode ser avaliada por parte. Pode ser que uma das partes seja suficiente para o pagamento da dívida, para satisfazer o crédito. Assim ele fará justamente a hasta-praça dessa parte. Só ocorrerá a praça da integralidade se esse pedaço não for suficiente ou não houver licitante para o pagamento ao credor.
Art. 702: “Quando o imóvel admitir cômoda divisão, o juiz, a requerimento do devedor, ordenará a alienação judicial de parte dele, desde que suficiente para pagar o credor.
Parágrafo único. Não havendo lançador, far-se-á a alienação do imóvel em sua integridade.” 
A divisão, como acabamos de ler, só se fará a requerimento do devedor. Isso também pode ter sido feito na avaliação. Quando da avaliação, o devedor deverá ficar atento e pedir que ela seja feita em partes.
Art. 693: “A arrematação constará de auto que será lavrado de imediato, nele mencionadas as condições pelas quais foi alienado o bem.
Parágrafo único. A ordem de entrega do bem móvel ou a carta de arrematação do bem imóvel será expedida depois de efetuado o depósito ou prestadas as garantias pelo arrematante.” 
O auto, como vimos, será feito pelo leiloeiro, e expede-se a carta de arrematação, que é o documento hábil à transferência do imóvel. Leva-se ao cartório depois e transfere-se o bem para o sujeito. 
Se se falar em bem móvel, o devedor deverá entregar. Em se recusando, basta requerer a busca e apreensão. O edital inclusive dirá que a arrematação só se aperfeiçoará com a compensação do cheque, se este for o meio de pagamento. Feito isso, torna-se pronta a arrematação, que passa a ser irretratável. Nem a procedência de eventuais embargos do devedor será suficiente para o desfazimento da arrematação, nem mesmo uma ação proposta pelo devedor em que este argui a nulidade ou nega a condição de devedor. Isso se resolverá em perdas e danos. O credor deverá indenizar o devedor, com responsabilidade objetiva.
Art. 694, caput: “Assinado o auto pelo juiz, pelo arrematante e pelo serventuário da justiça ou leiloeiro, a arrematação considerar-se-á perfeita, acabada e irretratável, ainda que venham a ser julgados procedentes os embargos do executado. [...]” 
Há, contudo, algumas exceções. São situações que levam à perda da eficácia dessa arrematação. Exemplo: a arrematação feita por quem não tinha legitimidade para licitar, como o juiz, o tutor ou curador.
§ 1º: “A arrematação poderá, no entanto, ser tornada sem efeito: 
I – por vício de nulidade; [...]” 
Vício de nulidade: falta de capacidade para licitar. Claro que há várias situações que levam à nulidade. O vício é um exemplo.
 “II – se não for pago o preço ou se não for prestada a caução;” 
Inclusive a prestação da caução é uma condição. A carta só será expedida se for pago o valor.
 “III – quando o arrematante provar, nos 5 (cinco) dias seguintes, a existência de ônus real ou de gravame (art. 686, inciso V) não mencionado no edital;” 
Também é caso de desfazimento. Chegamos a discutir isso na aula passada, o que gera nulidade e é motivo para embargos à arrematação.
 “IV – a requerimento do arrematante, na hipótese de embargos à arrematação (art. 746, §§ 1º e 2º);” 
Quando opostos os embargos, o arrematante pode desistir; ele pode ficar desanimado com a oposição de embargos. Mas poderá ser imposta multa ao embargante se forem meramente protelatórios. Art. 739, inciso III...
 “O juiz rejeitará liminarmente os embargos:
[...]
III – quando manifestamente protelatórios.” 
...e 740, parágrafo único: “No caso de embargos manifestamente protelatórios, o juiz imporá, em favor do exequente, multa ao embargante em valor não superior a 20% (vinte por cento) do valor em execução.”
Art. 746: “É lícito ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da adjudicação, alienação ou arrematação, oferecer embargos fundados em nulidade da execução, ou em causa extintiva da obrigação, desde que superveniente à penhora, aplicando-se, no que couber, o disposto neste Capítulo. [...]”
Voltando:
 “V – quando realizada por preço vil (art. 692); ” 
Já discutimos também. É o preço inferior ao valor do bem, que elimina as chances de se solver a dívida em sua integralidade.
 “VI – nos casos previstos neste Código (art. 698).” 
O art. 698 fala justamente da ausência de intimação do credor com garantia real ou com penhora registrada: “Não se efetuará a adjudicação ou alienação de bem do executado sem que da execução seja cientificado, por qualquer modo idôneo e com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência, o senhorio direto, o credor com garantia real ou com penhora anteriormente averbada, que não seja de qualquer modo parte na execução.” 
Fechada a arrematação, ela produz alguns efeitos. Quais são mesmo? Transferir o bem ao arrematante! Coisa lógica. O bem é transferido de domínio. Além disso...
Os frutos pendentes passam a ser de direito do arrematante;
Torna o arrematante e seu fiador devedores do preço. Lógico também; 
Obriga à transferência da posse do bem;
Extingue a hipoteca sobre o bem;
A penhora é transferida para o preço do bem.
Observação: bens que não podem ser alienados não podem ser penhorados. Só o que está no mercado pode ser objeto de penhora.
Responsabilidade pela evicção
Jéssica, a arrematante, compra a casa, paga à vista, está comemorando e, de repente, surge o Sr. oficial de justiça em sua casa. Ele cita-a da ação que lhe é proposta pelo Dr. Motta, que discute a propriedade dessa casa. O que fazer? Art. 447 do Código Civil: “Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.” 
Aqui se fala na evicção. Jéssica fará o quê? Denunciará à lide. Art. 70 do CPC: “A denunciação da lide é obrigatória:
I – ao alienante, na ação em que terceiro reivindica a coisa, cujo domínio foi transferido à parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção Ihe resulta; [...]” 
Aqui temos as normas combinadas. A dificuldade da Jéssica é: quem denunciar à lide? O devedor, que foi o maior beneficiário, que permitiu a venda de uma coisa que não lhe pertencia. Mas ele era insolvente. Restará, então, para o credor.
Na arrematação, portanto, cabe a figura da evicção.
Lucas adquiriu, recentemente no tribunal, uma Mercedes ano 2009, e pagou R$ 600 mil. Está andando com ela e, de repente, o automóvel sofre pane. Poderá o arrematante se valer dos vícios redibitórios? Não. Não para a desconstituição da arrematação feita. Seria, aparentemente, um caso de enriquecimento sem causa. Alguma compensação deverá ser buscada. 
Art. 886, Código Civil: “Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao lesado outros meios para se ressarcir do prejuízo sofrido.” 
O sujeito deverá buscar numa ação anulatória, então. Não há sentença, então não cabe ação rescisória. 
Art. 485, CPC: “A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I – se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II – proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;
III – resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes,
a fim de fraudar a lei;
IV – ofender a coisa julgada;
V – violar literal disposição de lei;
Vl – se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória;
Vll – depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável;
VIII – houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença;
IX – fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;
§ 1º Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando considerar inexistente um fato efetivamente ocorrido.
§ 2º É indispensável, num como noutro caso, que não tenha havido controvérsia, nem pronunciamento judicial sobre o fato.”
A ação rescisória serve para a relativização e flexibilização da coisa julgada. Não é nosso caso pois não temos sentença. Não significa que não se pode tentar uma ação anulatória.
Art. 746, desta vez completo: “É lícito ao executado, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da adjudicação, alienação ou arrematação, oferecer embargos fundados em nulidade da execução, ou em causa extintiva da obrigação, desde que superveniente à penhora, aplicando-se, no que couber, o disposto neste Capítulo.
§ 1º Oferecidos embargos, poderá o adquirente desistir da aquisição.
§ 2º No caso do § 1º deste artigo, o juiz deferirá de plano o requerimento, com a imediata liberação do depósito feito pelo adquirente (art. 694, § 1º, inciso IV).
§ 3º Caso os embargos sejam declarados manifestamente protelatórios, o juiz imporá multa ao embargante, não superior a 20% (vinte por cento) do valor da execução, em favor de quem desistiu da aquisição.”
13 - Direito Processual Civil 09-09-10.docx
Direito Processual Civil 09-09-10
Formas de pagamento ao credor
Dinheiro
Usufruto
Na aula passada terminamos de falar sobre a arrematação e a hasta pública. Discutíamos, naquela ocasião, que transfere-se a propriedade ao arrematante;além de se transferirem a posse e os frutos, o fiador e o arrematante passam a ter a obrigação de transferir o dinheiro.
Fizemos tudo isso, a penhora, a alienação, a hasta pública com uma única finalidade: pagar o credor. É o que queremos: apurar, transformar tudo em dinheiro. A forma de pagamento ao credor é muito simples: se existe um credor apenas, ele requererá ao juiz o levantamento do dinheiro. O que sobrar é entregue ao devedor. Se faltar, a execução prossegue. 
O juiz irá instituir a execução em função do pagamento feito. Art. 794: “Extingue-se a execução quando:
 I – o devedor satisfaz a obrigação;
 II – o devedor obtém, por transação ou por qualquer outro meio, a remissão total da dívida;
 III – o credor renunciar ao crédito.” 
É aqui também que encontraremos uma sentença na execução. 
Art. 795: “A extinção só produz efeito quando declarada por sentença.” 
O juiz só dirá: “execução cumprida. Processo extinto com resolução de mérito”.
Pluralidade de credores
Pode ser que o dinheiro seja reivindicado por vários credores. Como resolver essa situação? Se instaurará um concurso entre eles. São credores quirografários;estamos excluindo daqui os credores com garantia real e os privilegiados. Haverá uma disputa em relação à preferência. Quem primeiro tiver penhorado irá levar. 
Art. 708: “O pagamento ao credor far-se-á:
 I – pela entrega do dinheiro;
 II – pela adjudicação dos bens penhorados;
 III – pelo usufruto de bem imóvel ou de empresa.” 
Art. 709: “O juiz autorizará que o credor levante, até a satisfação integral de seu crédito, o dinheiro depositado para segurar o juízo ou o produto dos bens alienados quando:
 I – a execução for movida só a benefício do credor singular, a quem, por força da penhora, cabe o direito de preferência sobre os bens penhorados e alienados;
 II – não houver sobre os bens alienados qualquer outro privilégio ou preferência, instituído anteriormente à penhora.
 Parágrafo único. Ao receber o mandado de levantamento, o credor dará ao devedor, por termo nos autos, quitação da quantia paga.” 
Art. 710: “Estando o credor pago do principal, juros, custas e honorários, a importância que sobejar será restituída ao devedor.” 
Sobejar é sobrar.
Art. 711: “Concorrendo vários credores, o dinheiro ser-lhes-á distribuído e entregue consoante a ordem das respectivas prelações; não havendo título legal à preferência, receberá em primeiro lugar o credor que promoveu a execução, cabendo aos demais concorrentes direito sobre a importância restante, observada a anterioridade de cada penhora.” 
O incidente será instaurado e resolvido via agravo de instrumento.
Art. 712: “Os credores formularão as suas pretensões, requerendo as provas que irão produzir em audiência; mas a disputa entre eles versará unicamente sobre o direito de preferência e a anterioridade da penhora.” 
Sem dificuldades. Importa quem primeiro houver penhorado.
Art. 713: “Findo o debate, o juiz decidirá.” 
Usufruto 
O usufruto é direito real de garantia. O credor pode simplesmente chegar até este momento da execução e dizer: “não quero nada daquilo; não quero adjudicar, receber, nada. Quero o direito de usufruto até a satisfação do crédito.”Esse usufruto será levado ao registro imobiliário. Depende de requerimento do credor.
O usufruto aqui serve para a ocasião em que frustrar a hasta pública ou a alienação. Torna-se menos oneroso ao devedor, respeitando a menor onerosidade, e satisfaz o credor. Sem que se verifique que tais princípios vão ser respeitados, o juiz não deferirá o usufruto. Vamos ler os artigos que tratam da matéria em nosso Código de Processo:
Art. 716: “O juiz pode conceder ao exequente o usufruto de móvel ou imóvel, quando o reputar menos gravoso ao executado e eficiente para o recebimento do crédito.”
Art. 717: “Decretado o usufruto, perde o executado o gozo do móvel ou imóvel, até que o exequente seja pago do principal, juros, custas e honorários advocatícios.”
Engloba tudo, todas as despesas. É mais vantajoso para ambas as partes. 
Art. 718: “O usufruto tem eficácia, assim em relação ao executado como a terceiros, a partir da publicação da decisão que o conceda.” 
Na verdade, a decisão não dará essa eficácia, essa publicidade toda. O que a dará é o registro. Deve-se levar o usufruto a registro no cartório imobiliário. Só assim consegue-se a publicidade devida. Quem eventualmente adquirir a coisa deverá respeitar esse usufruto.
Lembrem-se da possibilidade de se nomear um administrador, que pode ser inclusive o credor ou o próprio devedor. 
Art. 719: “Na sentença, o juiz nomeará administrador que será investido de todos os poderes que concernem ao usufrutuário.
 Parágrafo único. Pode ser administrador:
 I – o credor, consentindo o devedor;
 II – o devedor, consentindo o credor.” 
Art. 720: “Quando o usufruto recair sobre o quinhão do condômino na co-propriedade, o administrador exercerá os direitos que cabiam ao executado.” 
O instituto do usufruto é muito usado no Direito de Família. Muitas vezes os pais doam a casa aos filhos com cláusula de usufruto vitalício. 
Dos arts. 721 a 729 temos a execução da obrigação de fazer e entregar coisa certa ou incerta. Não vamos falar agora. Vamos aos arts. 732 e seguintes, que tratam da execução por quantia certa contra devedor solvente envolvendo pensão alimentícia.
O que são alimentos? São recursos necessários à mantença de um dependente. Temos os alimentos civis e os naturais. Civis são a educação, o vestuário, o lazer. Os naturais são a comida propriamente dita. Temos também outros alimentos provisórios que são os instituídos por lei para suprir a necessidade básica do devedor. Há também os provisionais,que poderão ser pedidos sem que o requerente pague as custas processuais (inclusive honorários
advocatícios) e despesas do processo. Também chamados de provisórios, assim chamados na Lei 5478/68, que são pedidos inaudita altera pars. 
O credor de alimentos não precisa da capacidade postulatória. Comum é que constitua um advogado ou defensor, mas poderá fazê-lo sozinho.
Os alimentos provisórios ou provisionais são fixados liminarmente. Muito embora haja os definitivos, dos quais o sujeito se tornará devedor. Os alimentos são devidos em função da necessidade. Esse conceito é bastante amplo. Quem está fora do mercado de trabalho e não tem condições de se sustentar não deverá passar fome. São alimentos devidos em função de um vínculo de parentesco, do matrimônio, da união estável. Avós também poderão ser obrigados a pagar.
Código Civil, art. 1694: “Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação.
 § 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
 § 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia.”
Temos que ter um equilíbrio também: a possibilidade. Precisamos, na verdade, de uma trilogia: o vínculo, a necessidade e a possibilidade.
Madrasta não precisa pagar alimentos, em tese, mas a tendência atual é que se comprove a afetividade. 
Os arts. 1695 e seguintes do Código Civil trazem a responsabilidade dos demais parentes sobre os alimentos. E é uma responsabilidade muito grande: se o membro da família não puder cuidar, o Estado irá cuidar. Aonde? No sistema penitenciário. Pode acontecer com as melhores famílias. Por exemplo, Dr. Motta, devedor de alimentos, compareceu à 3ª Vara de Família do DF e se comprometeu a pagá-los antes que pudessem surgir mais problemas. Generoso, com uma única filha, assumiu pagar 10 salários mínimos à dependente. Um dia ele resolveudeixar de pagar.
A sentença homologatória do acordo constitui título executivo judicial. Só que o legislador, ao proceder à reforma do Código de Processo Civil, não mexeu na dinâmica do procedimento da execução de pensão alimentícia. Continua na forma de execução de quantia certa contra devedor solvente com base em título judicial.
Há julgados no STJ admitindo a possibilidade de se promover essa execução de alimentos na forma do cumprimento de sentença. Mas há a multa do art. 475-J! “Caso o devedor, condenado ao pagamento de quantia certa ou já fixada em liquidação, não o efetue no prazo de quinze dias, o montante da condenação será acrescido de multa no percentual de dez por cento e, a requerimento do credor e observado o disposto no art. 614, inciso II, desta Lei, expedir-se-á mandado de penhora e avaliação.” 
Como estamos falando em prestação periódica, que é a natureza da obrigação alimentícia(obrigação de trato sucessivo), como aplicaríamos essa multa? Em cada parcela, ou sobre o total? Daí a dificuldade. O Superior Tribunal de Justiça entendeu que pode ser aplicada a multa sobre cada parcela. Temos, então, três formas de promover essa execução. 
O primeiro ato executório que vimos é a penhora. Mas o filho do Motta precisa comer e ir à escola. Em nome de seu filho, representando-o em juízo, sua ex-mulher poderá pedir sua prisão civil. Claro que ele será preso caso não tenha uma justificativa para o não cumprimento da obrigação. Constituição, art. 5º, inciso LXVII: “não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel.”
Vejam o requisito: o devedor de alimentos será preso salvo em caso de inadimplemento involuntário e inescusável. 
Foi preso? Certo, continua devedor dos alimentos. A prisão tem efeito psicológico.
O que autoriza a prisão são as três últimas parcelas vencidas. O que é pretérito, se não cobrado, significa que não era necessário àquele tempo.
Súmula 309 do STJ: “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.” Então os alimentos pretéritos não autorizam o pedido de prisão. Haverá uma pergunta exatamente assim na prova. Os alimentos são imprescritíveis, mas as prestações são prescritíveis em 2 anos. Art. 206 do Código Civil, § 2º: “Prescreve [...] Em dois anos, a pretensão para haver prestações alimentares, a partir da data em que se vencerem.” 
Enquanto o pai ou mãe que ficar com a guarda do filho não pedir em juízo, representando-o, os alimentos, a prescrição continua correndo e o devedor não será considerado como tal. Ajuizado o pedido, a prescrição interrompe. Efeitos da citação do art. 219: “A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. 
§ 1º A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação. [...]”
Voltemos à ordem que estávamos no CPC. Art. 732: “A execução de sentença, que condena ao pagamento de prestação alimentícia, far-se-á conforme o disposto no Capítulo IV deste Título.
Parágrafo único. Recaindo a penhora em dinheiro, o oferecimento de embargos não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.” 
Art. 733: “Na execução de sentença ou de decisão, que fixa os alimentos provisionais, o juiz mandará citar o devedor para, em 3 (três) dias, efetuar o pagamento, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo.
§ 1º Se o devedor não pagar, nem se escusar, o juiz decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses.
§ 2º O cumprimento da pena não exime o devedor do pagamento das prestações vencidas e vincendas. 
§ 3º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão.” 
Art. 734: “Quando o devedor for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa, bem como empregado sujeito à legislação do trabalho, o juiz mandará descontar em folha de pagamento a importância da prestação alimentícia.
Parágrafo único. A comunicação será feita à autoridade, à empresa ou ao empregador por ofício, de que constarão os nomes do credor, do devedor, a importância da prestação e o tempo de sua duração.” 
Art. 735: “Se o devedor não pagar os alimentos provisionais a que foi condenado, pode o credor promover a execução da sentença, observando-se o procedimento estabelecido no Capítulo IV deste Título.” 
O Capítulo IV deste título, reiteradamente mencionado, trata-se da execução por quantia certa contra devedor solvente.
Como o devedor de alimentos toma conhecimento da ação? Ao olhar seu contracheque. O empregador ou diretor de RH que não cumprir a ordem judicial também poderá ser preso pelo descumprimento desta ordem judicial.
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Direito Processual Civil 10-09-10
Tratávamos na última aula do usufruto e a Súmula 309 do STJ. “O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo.” Qual o prazo prescricional para o pedido da prestação de alimentos? Dois anos. O direito em si é imprescritível; o que são prescritíveis são as prestações. E para a decretação da prisão civil do devedor de alimentos? O que a justifica? O inadimplemento voluntário e inescusável. 
Qual o prazo para o devedor de alimentos justificar o porquê de não ter pagado? Três dias. O devedor, depois de preso, continua devedor pois a prisão não substitui a dívida, não é uma sanção pessoal, e tem somente um caráter psicológico. Entretanto, tem-se notado algumas pessoas ajuizando, por meio da Defensoria Pública, pedido de prisão a cada três meses. Isso configura litigância de má-fé.
Outra forma de execução por quantia
certa é aquela promovida contra a Fazenda Pública. A execução pode ser de títulos judiciais ou extrajudiciais. Na maioria das vezes encontraremos títulos executivos judiciais. Assim como ocorreu com a prestação alimentícia, o legislador não mexeu nesse procedimento. Estamos falando da execução promovida contra a Fazenda Pública e não por ela. Mas os bens do Estado não podem ser penhorados, então, o que fazer? Nada de expedir pedido de citação, penhora e avaliação. Se não se pode penhorar, o que se faz é a inscrição de precatório. Precatório é a ordem de pagamento. O art. 100 da Constituição Federal foi inclusive modificado para, entre outras coisas, permitir o leilão dos precatórios, com o próprio Estado comprando. O pedido então é simples: que a Fazenda Pública pague ou ofereça embargos, e então que seja expedido o precatório. Se se tratar de dívida alimentar, será expedido precatório, mas terá preferência sobre as demais. Até 60 salários mínimos temos a RPV: a Requisição de Pequeno Valor. 
Art. 87 do ADCT: “Para efeito do que dispõem o § 3º do art. 100 da Constituição Federal e o art. 78 deste Ato das Disposições Constitucionais Transitórias serão considerados de pequeno valor, até que se dê a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes da Federação, observado o disposto no § 4º do art. 100 da Constituição Federal, os débitos ou obrigações consignados em precatório judiciário, que tenham valor igual ou inferior a:
 I – quarenta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito Federal;
 II – trinta salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios.
 Parágrafo único. Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido neste artigo, o pagamento far-se-á, sempre, por meio de precatório, sendo facultada à parte exequente a renúncia ao crédito do valor excedente, para que possa optar pelo pagamento do saldo sem o precatório, da forma prevista no § 3º do art. 100.” 
Na prática, até chegarmos aos precatórios, foram-se quatro ou cinco anos. A Fazenda Pública, em sua defesa, na maioria das vezes embargará discutindo o valor, alegando excesso de execução, conseguindo levar a discussão até o Supremo. A Fazenda é obrigada a recorrer.
Art. 100 da Constituição: “À exceção dos créditos de natureza alimentícia, os pagamentos devidos pela Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. [...]” 
Até julho, pode-se expedir o precatório para o Presidente do Tribunal para que este apresente ao Congresso, para que entre no orçamento da União para que, no ano seguinte, ele seja pago. Inclusive há mercado de precatórios: um precatório para ser recebido em data incerta pode ser vendido com deságio para um interessado. O Estado, com a modificação da Emenda Constitucional nº 30, permite a compra de precatórios com deságio pelo próprio Estado.
§ 1º: “Os débitos de natureza alimentícia compreendem aqueles decorrentes de salários, vencimentos, proventos, pensões e suas complementações, benefícios previdenciários e indenizações por morte ou por invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença judicial transitada em julgado, e serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, exceto sobre aqueles referidos no § 2º deste artigo.” 
Verba alimentar tem preferência. Não quer dizer que será paga imediatamente. Há todo uma ordem cronológica. Precatório na verdade é herança; até receberem muitos poderão já ter morrido.
§ 2º: “Os débitos de natureza alimentícia cujos titulares tenham 60 (sessenta) anos de idade ou mais na data de expedição do precatório, ou sejam portadores de doença grave, definidos na forma da lei, serão pagos com preferência sobre todos os demais débitos, até o valor equivalente ao triplo do fixado em lei para os fins do disposto no § 3º deste artigo, admitido o fracionamento para essa finalidade, sendo que o restante será pago na ordem cronológica de apresentação do precatório.” 
Muito bonito isso, mas entra-se na fila dos idosos, que não é pequena. Acaba não sendo uma norma muito efetiva.
O problema do precatório é: se não fosse por ele, qual seria outra forma de o Estado pagar seus credores? Como se honrariam seus compromissos?
§ 3º: “O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado.” 
§ 4º: “Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias, valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício do regime geral de previdência social.” 
§ 5º: “É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente.” 
[...]
E aí afora. Os demais parágrafos são, por ora, curiosidade para nós.
A execução contra a Fazenda Pública é bem simples: basta uma petição de um parágrafo. Só falta mesmo é o valor atualizado. 
Voltemos ao CPC, agora no art. 730: “Na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, citar-se-á a devedora para opor embargos em 10 (dez) dias; se esta não os opuser, no prazo legal, observar-se-ão as seguintes regras: (Vide Lei nº 9.494, de 10.9.1997)
 I – o juiz requisitará o pagamento por intermédio do presidente do tribunal competente;
 II – far-se-á o pagamento na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo crédito.” 
Citar-se-á o devedor para opor embargos em 10 dias. Mas há outra disposição corrigindo para 30 dias: o art. 1º-B da Lei 9494. Então cuidado: o prazo para oposição dos embargos é de 30 dias. 
Art. 731: “Se o credor for preterido no seu direito de preferência, o presidente do tribunal, que expediu a ordem, poderá, depois de ouvido o chefe do Ministério Público, ordenar o sequestro da quantia necessária para satisfazer o débito.” 
Estudem os demais parágrafos do art. 100 da Constituição.
Extinção da execução 
Extingue-se a execução quando é feito o pagamento. Mas, assim como ocorre no processo de conhecimento, a execução pode ser suspensa. Morte do procurador, por exemplo. Art. 265 do CPC. 
“Suspende-se o processo:
 I - pela morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
 II - pela convenção das partes; (Vide Lei nº 11.481, de 2007)
 III - quando for oposta exceção de incompetência do juízo, da câmara ou do tribunal, bem como de suspeição ou impedimento do juiz;
[...]
 § 2o No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz marcará, a fim de que a parte constitua novo mandatário, o prazo de 20 (vinte) dias, findo o qual extinguirá o processo sem julgamento do mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou mandará prosseguir no processo, à revelia do réu, tendo falecido o advogado deste.
[...]
 § 4o No caso do no III, a exceção, em primeiro grau da jurisdição, será processada na forma do disposto neste Livro, Título VIII, Capítulo II, Seção III; e, no tribunal, consoante Ihe estabelecer o regimento interno.
[...]” 
Um processo de execução tem sentença de mérito? Há acertamento de contas? Na verdade, não. No processo suspenso, podem-se adotar as medidas necessárias para a garantia da prestação jurisdicional. O juiz pode, por exemplo, deferir medidas cautelares
enquanto o processo estiver suspenso. 
Art. 1055: “A habilitação tem lugar quando, por falecimento de qualquer das partes, os interessados houverem de suceder-lhe no processo.” 
Fazemos uma petição pedindo a habilitação. Primeiro, a suspensão do processo até a determinação dos herdeiros, abrir o inventário, se foi nomeado inventariante... por isso suspende-se o processo com determinado lapso temporal. 
Convenção das partes: temos que ter o máximo de cuidado da execução por conta do acordo, quando houver convenção das partes. O juiz pode interpretar o acordo como nova ação. Essa transação, que deveria somente suspender o processo, leva à sua extinção. A redação da petição deve ficar muito clara. Acontece muito na prática. As partes ainda vão além: pedem para o juiz homologar.
Há outra situação que permite a suspensão do processo de execução ou o sobrestamento do feito. É a suspensão do feito. Pode cair. É requerido pelo credor, que o pede com prazo de 180 dias, de 30 dias, o que for. Se não encontrar bens penhoráveis do devedor, pode-se suspender o processo sine dia, ou seja, sem prazo marcado. Mas, quando ajuizada a ação de execução e promovida a citação do devedor, quais foram os efeitos aqui produzidos? Art. 219, que já vimos repetidas vezes: “A citação válida torna prevento o juízo, induz litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a prescrição. [...]”
Vamos ver se há algo parecido no art. 617: “A propositura da execução, deferida pelo juiz, interrompe a prescrição, mas a citação do devedor deve ser feita com observância do disposto no art. 219.” A citação interrompe a prescrição. Conseguimos citar o devedor, mas não conseguimos penhorar bens. Eles não foram encontrados. E agora? Como ficará a questão da prescrição? Basta requerer a suspensão do processo sine dia. 
Código Civil, art. 206, § 3º, inciso VIII: “Prescreve em três anos a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial;” Anotem em seus Códigos, no art. 585, inciso I.
Com a citação válida, a prescrição estava interrompida, o que só ocorre uma única vez. Cinco anos depois, o credor descobre que o devedor comprou uma BMW. Registrou o carro novo no Detran. O que o credor faz quando toma conhecimento disso? Pede ao juiz o desentranhamento do processo. O que o devedor poderá argumentar neste caso? Prescrição intercorrente! A partir da suspensão do processo, volta a contar a prescrição. Enquanto suspenso por um período X, ela não é contada. O que o credor deve fazer é pedir, periodicamente, a suspensão do processo por 30 dias, 60 dias, 180 dias. Há um entendimento já de que aqui não há abandono processual, como no art. 267. O juiz não interfere nisso, apenas defere.
Art. 202 do Código Civil: “A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
 I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei processual;
 II – por protesto, nas condições do inciso antecedente;
 III – por protesto cambial;
 IV – pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
 V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
 VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
 Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.”
Largado o processo numa caixa, não será mais possível interromper.
Art. 791: “Suspende-se a execução:
 I – no todo ou em parte, quando recebidos com efeito suspensivo os embargos à execução (art. 739-A); (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006).
 II – nas hipóteses previstas no art. 265, I a III;
 III – quando o devedor não possuir bens penhoráveis.” 
A questão dos embargos à execução será objeto de estudo nas duas próxima aulas. A oposição de embargos pode retardar por muitos anos, às vezes dez.
Inciso II: fala da sentença de mérito: morte, acordo, etc.
Art. 792: “Convindo as partes, o juiz declarará suspensa a execução durante o prazo concedido pelo credor, para que o devedor cumpra voluntariamente a obrigação.
 Parágrafo único. Findo o prazo sem cumprimento da obrigação, o processo retomará o seu curso. (Incluído pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)” 
Aqui deveremos ter o maior cuidado possível, para não constituir nova ação com o acordo.
Art. 793: “Suspensa a execução, é defeso praticar quaisquer atos processuais. O juiz poderá, entretanto, ordenar providências cautelares urgentes.” 
Inclusive e principalmente o arresto. O credor fica observando o devedor, e, quando este de repente aparecer com um novo carro importado, o credor procede ao arresto. O grande problema de tudo é provar.
Art. 794: “Extingue-se a execução quando:
 I – o devedor satisfaz a obrigação;
 II – o devedor obtém, por transação ou por qualquer outro meio, a remissão total da dívida;
 III – o credor renunciar ao crédito.”
@@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 5620
Art. 569: “O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas.
 Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
 a) serão extintos os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o credor as custas e os honorários advocatícios; (Incluído pela Lei nº 8.953, de 13.12.1994)
 b) nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do embargante.”
Primeiro, o credor pode desistir. Mas, se houverem sido postos embargos e versarem só sobre matéria de forma, para impugnação desta, @@@@@@@@@@@@@@@@@@@ 58
O embargante pode até alegar não concordância pois não é devedor daquele título. Neste caso, independentemente da execução, não irão prosseguir os embargos. 
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Direito Processual Civil 16-09-10
Moratória do devedor, formas de defesa, exceção de pré-executividade e embargos
O conteúdo da prova vai até hoje. Amanhã vamos fazer um apanhado para quem quiser. Não haverá chamada. 
A prova será toda subjetiva, com 5 questões.
O professor viajará do dia 4 ao 18 de outubro. Provavelmente o Professor Zeca Galvão virá substituir.
Falamos que, quando o devedor é citado, oportuniza-se a ele o prazo de 3 dias para pagar e de 15 dias para se defender. Na execução, como é exercido o direito de defesa do devedor? Mediante embargos, com prazo de 15 dias. Nesse prazo dos embargos, pode acontecer de o devedor ir ao seu advogado e dizer: “quero pagar essa dívida, e só não paguei porque meu credor só recebe à vista. Se eu chegar lá, ele quererá 100% de juros, sem parcelar, dividir, etc. o que eu quero é pagar mesmo, e reconheço que devo! É que eu não tenho mesmo condições de pagar.”
O que fazer? O legislador já pensou: dá-se a oportunidade ao devedor para requerer sua moratória. Ele irá a juízo dizer que não oporá embargos, mas sim pagar a dívida, com algumas condições impostas pela lei: depositará 30% iniciais e pagará o restante em 6 parcelas, com juros de 1% ao mês. Atendidos esses requisitos, o juiz irá deferir. Deferido, o depósito de 30% não será devolvido. É no prazo para os embargos, então não mais poderá opor embargos. Ocorre a preclusão consumativa. Ele não mais poderá exercer seu direito de ação para se opor à execução mediante embargos.
Art. 745-A: “No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de 30% (trinta por cento) do valor em execução, inclusive custas e honorários de advogado, poderá o executado requerer seja admitido a pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e juros de

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