Prévia do material em texto
Fenômenos de transporte Parte B Segundo semestre de 2015 1 Fenômenos de Transporte: Parte B Transferência de Calor - Introdução - Resistência Térmica - Condução de calor unidimensional Parede plana; Configuração radial; Configuração cilíndrica. - Transferência de calor por convecção nas configurações: Parede plana; Configuração radial; Configuração cilíndrica. 2 Unidades de medida Medida S.I Inglês Métrico Tempo (t) Segundo (s) Segundo (s) Segundo (s) Comprimento (L) Metro (m) Pé (ft) Metro (m) Massa (M) Massa (kg) Libra-massa (lb) Quilograma (Kg) Temperatura (T) Kelvin (K) Tk=Tc+273,15 Farenheit (°F) TF=1,8.Tc+32 Celsius (°C) Força (F) Newton (N) F=m.a=Kg.m.s-2 Libra-força (lbf) Kilograma-força (Kgf) Energia (E) Joule (J) E=F.dx=N.m Lbf.ft (BTU) Kgfm (kcal) Potencia (P) Watt (W(=J/s)) BTU/s Kcal/h 3 Condução de calor unidimensional em regime permanente – Lei de Fourier 𝑞. = −𝐴𝑘 𝑑𝑇 𝑑𝑥 𝑞𝑥 " é o fluxo de calor por condução por unidade de área k é a condutividade térmica do material dT/dx é o gradiente de temperatura na direção x do fluxo de calor. Unidade de medida de k: Métrico: kcal/h.m.°C SI:W/m.K Inglês: BTU/h.ft.°F 𝑞𝑥 " = −𝑘 𝑑𝑇 𝑑𝑥 4 Coeficiente de condutividade térmica em condições normais de pressão e temperatura 5 Coeficiente de condutividade térmica em função da temperatura no SI para diferentes materiais 6 Lei de Fourier em regime permanente - Não há variação da quantidade de calor com o tempo; - A área de secção transversal é constante; - A condutividade térmica é um valor médio; Assim: 𝑞′𝑑𝑥 = −𝑘𝐴𝑑𝑇 7 𝑞′ 𝑑𝑥 𝐿 0 = −𝑘𝐴 𝑑𝑇 𝑇2 𝑇1 𝑞′ = − 𝑘𝐴 𝐿 ∆𝑇 8 Exemplo 01 – Exercício 1.1 Uma folha isolante extrudada rígida possui k=0,029 W/(m.K). A diferença de temperatura entre as superfícies da parede é de 10°C (T1-T2). A folha tem espessura de 20 mm. a) Qual o fluxo térmico através da folha isolante cuja as dimensões dos lados da seção transversal ao fluxo é de 2m x2m? b) Qual a taxa de transferência de calor através da folha de isolante? 9 • Exemplo 02 – Exercício 1.11 Em um circuito integrado um chip quadrado de silício (k=150 W/(m.K)) com lados de 5 mm e espessura 1 mm, está termicamente isolado pelos lados e pela superfície inferior, a superfície superior está exposta a um fluido refrigerante. Se 4 W forem dissipados na superfície inferior do chip, qual a diferença de temperaturas das superfícies inferior e superior no estado estacionário? 10 Convecção: Fundamentos Lei Básica da convecção – Lei de resfriamento de Newton: 𝑞′ = −𝐴𝑑𝑇 q’ é a taxa de transferência de calor (W=J/s); A área de transferência de calor (m2); ∆𝑇 diferença de temperatura entre a superfície de contato e o fluido (Ts-T∞) (K); h coeficiente convectivo (coeficiente de transferência de calor por convecção) ou coeficiente película (J/s.m2.K). A equação embora simples não explica o comportamento do coeficiente convectivo. 11 • Exemplo 03 – Exercício 1.13 Com a superfície da mão a 30°C, determine o fluxo de calor por convecção para (a) uma velocidade de deslocamento de um veículo de 35 Km/h no ar a -5°C, com coeficiente convectivo de 40W/(m2 K); (b) em uma corrente de água com velocidade de 0,2 m/s com temperatura de 10°C, com coeficiente convectivo de 900W/(m2 K). Qual condição faria sentir mais frio? 12 • Exemplo 04 – Exercício 1.18 Em um circuito integrado um chip quadrado (k=200W/(m.K)) com lados de 5 mm e espessura 1 mm, está termicamente isolado pelos lados e na superfície inferior a superfície superior está exposta a um fluido refrigerante. O chip opera em condições isotérmicas. A temperatura do fluido refrigerante que escoa na superfície superior do chip é de T∞=15°C. A temperatura máxima na superfície superior do chip não pode ultrapassa a 85°C. Determine a máxima potência que poderá ser dissipada pelo circuito se: a) O líquido refrigerante for ar (h=200 W/m2K). b) O líquido refrigerante for um fluido dielétrico (h=3000 W/m2K). 13 Exemplo 05 Um recipiente barato para alimentos e bebidas é fabricado de poliestireno (k=0,023 w/mK), com espessura de 25 mm e dimensões interiores de 0,8mx0,6mx0,6m. Sob condições nas quais a temperatura da superfície internar é de aproximadamente 2°C e a da superfície externa de 20°C. Qual o fluxo térmico através das paredes do recipiente? Considerando desprezível o ganho de calor pela base do recipiente de 0,8mx0,6m. Qual é a carga térmica total para as condições especificadas incluindo a tampa de mesmo material? 14 Exemplo 06 Qual é a espessura requerida para uma parede de alvenaria com k=0,75w/m.k, se a taxa de calor deve ser 80% da de uma parede estrutural (k=0,25w/mK) cujo dx=100mm? A diferença de temperatura imposta nas duas paredes é a mesma. 15 Resistência térmica No caso da transferência de calor unidimensional sem geração de energia interna e com propriedades constantes podemos fazer a seguinte analogia: Da equação de Fourier temos: 𝑇𝑠,1 − 𝑇𝑠,2 𝑞′𝑥 = 𝐿 𝐾𝐴 O lado esquerdo da Equação acima relaciona a força motriz 𝑇𝑠,1 − 𝑇𝑠,2 para o processo de transferência de calor e a respectiva taxa de transferência de calor. 16 A razão entre a força motriz e a taxa é conhecida como resistência térmica para a condução (𝑅𝑇,𝑐𝑜𝑛𝑑 ): 𝑇𝑠,1 − 𝑇𝑠,2 𝑞′𝑥 = 𝐿 𝐾𝐴 ≡ 𝑅𝑇,𝑐𝑜𝑛𝑑 A analogia é em relação à condução de eletricidade que um material pode oferecer ou não resistência à condução dos elétrons (≡fônons de energia térmica); Pela lei de ohm 𝐸𝑠,1;𝐸𝑠,2 𝐼 = 𝐿 𝜍𝐴 ≡ 𝑅 17 • Assim para a condução podemos associar a um determinado material a sua resistência térmica à condução através da relação: 𝑅𝑇,𝑐𝑜𝑛𝑑 ≡ 𝑇𝑠,1 − 𝑇𝑠,2 𝑞′𝑥 = 𝐿 𝐾𝐴 Para fluidos na superfície da parede a lei do resfriamento de Newtons fica rearranjada para: 𝑞 = 𝐴(𝑇𝑠 − 𝑇∞) 𝑅𝑇,𝑐𝑜𝑛𝑣 ≡ 𝑇𝑠 − 𝑇∞ 𝑞 = 1 𝐴 18 A analogia com a condução de eletricidade facilita a solução de alguns problemas em fenômenos de transferência de calor. Podemos usar o conceito de circuitos em circuito térmico equivalente: a) Parede plana com convecção nas duas superfícies Como o fluxo de calor é constante: Pode-se representar cada meio material como um material resistivo térmico e por analogia fazer uma associação em série: 19 Assim podemos escrever o fluxo como: 𝑞𝑥 = 𝑇∞,1 − 𝑇𝑠,1 1/1𝐴 = 𝑇𝑠,1 − 𝑇𝑠,2 𝐿/𝑘𝐴 = 𝑇𝑠,2 − 𝑇∞,2 1/2𝐴 A diferença de Temperatura total é: 𝑇∞,1 − 𝑇∞,2 Então: 𝑞𝑥 = 𝑇∞,1;𝑇∞,2 𝑅𝑇,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 Onde : RT,total é a resistência térmica equivalente do sistema em análise: 𝑅𝑇,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 1 1𝐴 + 𝐿 𝐾𝐴 + 1 2𝐴 20 b) Parede composta: 𝑞𝑥 = 𝑇∞,1 − 𝑇∞,4 𝑅𝑇 RT é a resistência térmica de cada componente do sistema 21 Dois valores diferentes de RT são obtidos, o valor real da taxa de transferência estará compreendido entre estes dois valores; Quanto maior a diferença entre a condutividade térmica dos corpos em paralelo maior será a diferença entre as resistividades térmicas, no caso da figura, superior e inferior. 22 Resistencia de contato (R”T,c) 𝑅"𝑇,𝑐 = 𝑇𝐴 − 𝑇𝐵 𝑞′′𝑥 23 Em sistemas compostos é normal a solução de problemas de transferênciade calor em termos do coeficiente global de transferência de calor U: Onde U está relacionado ao fluxo de calor através da relação: 𝑞𝑥 = 𝑈𝐴𝑑𝑇 Onde: dT é a diferença global de temperatura; Da equação de fluxo de calor para parede composta: 𝑞𝑥 = 𝑇∞,1;𝑇∞,4 𝑅𝑇 Temos que: 𝑈𝐴 = 1/𝑅𝑇,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 Ou: 𝑈 = 1 𝐴.𝑅𝑇,𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 24 Exemplo 07 Uma parede de um forno é constituída de duas camadas uma com 0,20 m de espessura de tijolo refratário e outra de 0,13 m de espessura de tijolo isolante. A temperatura na superfície interna do refratário é de 1675°C e a temperatura na superfície externa do isolante é de 145°C. desprezando a resistência térmica das juntas de argamassa calcule: a) O calor perdido por unidade de tempo e por m2 de parede. b) A temperatura da interface refratário/isolante. Krefratário=1,2 kcal/hm°C e Kisolante=0,15 kcal/hm°C 25 26 Exemplo 08 A base de concreto de um porão tem 11 m de comprimento, 8 m de largura e 0,20 m de espessura. Durante o inverno, as temperaturas são normalmente de 10°C e 17°C em suas superfícies superior e inferior, respectivamente. Se o concreto tiver uma condutividade térmica de 1,4 W/(mK), qual é a taxa de perda de calor através da base? (4312 W). 2. Uma câmara de congelador é um espaço cúbico de lado igual a 2 m. Considere que a sua base seja perfeitamente isolada. Qual é a espessura mínima de um isolamento à base de espuma de estireno (k = 0,030 W/(m.K)) que deve ser usada no topo e nas paredes laterais para garantir uma carga térmica menor do que 500 W, quando as superfícies interna e externa estiveram a -10 e 35°C? (0,054m) Exemplo 09 Obtenha a equação para o fluxo de calor em uma parede plana na qual a condutividade térmica varia com a temperatura de acordo com a equação: K = a + b T 27 Condução de calor através de configurações radiais Temperaturas interna e externas constantes haverá transferência de calor em regime permanente. 28 A taxa de calor por unidade de área que atravessa a parede radial é dado pela Lei de Fourier: 𝑞′ = −𝑘𝐴 𝑑𝑇 𝑑𝑟 Com 𝑑𝑇 𝑑𝑟 o gradiente de temperatura na direção radial. A área de configurações radiais é dado em função do raio e comprimento: A=2πrL Assim: 𝑞′ = −𝑘(2𝜋𝑟𝐿) 𝑑𝑇 𝑑𝑟 Para as condições de contorno do problema rearranjamos a equação acima e integramos os dois lados da mesma: 29 𝑞′ = −𝑘(2𝜋𝑟𝐿) 𝑑𝑇 𝑑𝑟 𝑞′ 𝑑𝑟 𝑟 𝑟2 𝑟1 = −𝑘(2𝜋𝐿) 𝑑𝑇 𝑇2 𝑇1 𝑞′ ln 𝑟 𝑟1 𝑟2 = −𝑘2𝜋𝐿 𝑇 𝑇1 𝑇2 𝑞′ = 𝑘2𝜋𝐿 𝑙𝑛(𝑟2/𝑟1) . (𝑇1 − 𝑇2) 30 Resistencia térmica em configurações radiais Por definição: a razão entre o potencial térmico e o fluxo de calor é a resistência térmica: 𝑞′ = 𝑑𝑇 𝑅 𝑞′ = 𝑘2𝜋𝐿 𝑙𝑛(𝑟2/𝑟1) . 𝑑𝑇 1 𝑅 = 𝑘2𝜋𝐿 𝑙𝑛(𝑟2/𝑟1) Então a resistência térmica em parede radiais será: 𝑅 = 𝑙𝑛(𝑟2/𝑟1) 𝑘2𝜋𝐿 31 Para configurações com associação em paralelo a solução de problemas será análoga às configurações planas modificando apenas a resistência térmica: 𝑞′ = 𝑑𝑇 𝑅 com 𝑅 = 𝑅1 + 𝑅2 +⋯+ 𝑅𝑛 A resistência convectiva permanece a mesma observe apenas a necessidade de modificar área de troca de calor. 32 Condução por convecção e configuração radial: Pela lei de resfriamento de Newton o fluxo de calor é: 𝑞′ = 𝐴𝑑𝑇 Então: 𝑞′ = (2𝜋𝑟𝐿)𝑑𝑇 Sendo q’ , h (coeficiente convectivo), r o raio, e L o comprimento do tubo, por exemplo, então: 𝑞′ = (2𝜋𝑟𝐿) 𝑑𝑇 𝑇𝑠 𝑇∞ A Solução é: 𝑞′ = 2𝜋𝑟𝐿 𝑇𝑠 − 𝑇∞ A resistência térmica será: 𝑅𝑇,𝑐𝑜𝑛𝑣 = 𝑑𝑇 𝑞′ 1 𝑅𝑇,𝑐𝑜𝑛𝑣 = 2𝜋𝑟𝐿 𝑅𝑇,𝑐𝑜𝑛𝑣 = 1 ℎ 2𝜋𝑟𝐿 Atenção para o raio ele deve ser a medida do centro da configuração até a superfície onde há a troca de calor. A diferença de temperatura sempre obedece o sentido do fluxo de calor. 33 Exemplo 10: 15,1 0,075 0,038 Um tubo de aço de 1,25 cm de espessura e 25 cm de diâmetro externo é utilizado para conduzir ar aquecido. O Tubo é isolado com 2 camadas de materiais isolantes: a primeira de isolante de alta temperatura com espessura de 2,54 cm e a segunda com isolante térmico de 2 cm de espessura. Sabe-se que a temperatura na superfície interna do tubo é de 800°C e a temperatura na superfície externa é de 30°C. Determine: a) A taxa de transferência de calor por unidade de comprimento do tubo. 0,917 (q’=846,15w) b) Determine a temperatura na interface dos dois isolantes. 469,7°C c) Compare a taxa de transferência de calor se houvesse a troca de posição dos dois isolantes. (o fluxo diminui resolvido na Turma B) 34 35 Exemplo 11 Uma tubulação de cobre (K=400 W/mK) de diâmetro igual a 40 mm e espessura de 0,9 mm é usada para transportar água a 5°C para um trocador de calor. Considere que o coeficiente convectivo da água com a superfície interna do tubo é de 10 W/m2K. Em regime estacionário e para um comprimento unitário de tubo em um ambiente com ar a 27 °C determine: a) A taxa de transferência de calor para o ambiente, considerando a temperatura externa do tubo como a mesma do ambiente. b) Qual deve ser a espessura de um isolante de fibra de vidro (k=0,036 W/mK) necessário para reduzir em 80% a taxa de transferência de calor? Esfera oca A lei de Fourier apropriada para essa configuração (fluxo de calor) é: 𝑞′𝑟 = −𝑘𝐴 𝑑𝑇 𝑑𝑟 = −𝑘(4𝜋𝑟2) 𝑑𝑇 𝑑𝑟 Área normal à direção de transferência de calor 4𝜋𝑟2 Limites da condução: r1 a r2 = espessura e dT T1 a T2 𝑞′𝑟 𝑑𝑟 𝑟2 𝑟2 𝑟1 = −𝑘(4𝜋) 𝑑𝑇 𝑇2 𝑇1 𝑞′𝑟 𝑟 ;2𝑑𝑟 𝑟2 𝑟1 = −𝑘(4𝜋) 𝑑𝑇 𝑇2 𝑇1 36 𝑞′𝑟 𝑟 ;2𝑑𝑟 𝑟2 𝑟1 = −𝑘(4𝜋) 𝑑𝑇 𝑇2 𝑇1 𝑞′ −𝑟;1 𝑟1 𝑟2 = −𝑘4𝜋 𝑇 𝑇1 𝑇2 𝑞′𝑟 = 4𝜋𝑘(𝑇𝑠,1 − 𝑇𝑠,2) 1 𝑟1 − 1 𝑟2 A resistência térmica será: 𝑅𝑇,𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑑𝑇 𝑞′ 𝑞′𝑟 = 4𝜋𝑘(𝑇𝑠,1;𝑇𝑠,2) 1 𝑟1 ; 1 𝑟2 1 𝑅𝑇,𝑐𝑜𝑛𝑑 = 4𝜋𝑘 1 𝑟1 ; 1 𝑟2 𝑅𝑇,𝑐𝑜𝑛𝑑 = 1 𝑟1 ; 1 𝑟2 4𝜋𝑘 37 Transferência por convecção e configuração esférica: Pela lei de resfriamento de Newton o fluxo de calor é: 𝑞′ = 𝐴𝑑𝑇 Então: 𝑞′ = (4𝜋𝑟2)𝑑𝑇 Sendo q’ , h (coeficiente convectivo), r o raio, e L o comprimento do tubo, por exemplo, constantes, então: 𝑞′ = (4𝜋𝑟2) 𝑑𝑇 𝑇𝑠 𝑇∞ A Solução é: 𝑞′ = 4𝜋𝑟2 𝑇𝑠 − 𝑇∞ A resistência térmica será: 𝑅𝑇,𝑐𝑜𝑛𝑣 = 𝑑𝑇 𝑞′ 1 𝑅𝑇,𝑐𝑜𝑛𝑣 = 4𝜋𝑟2 𝑹𝑻,𝒄𝒐𝒏𝒗 = 𝟏 𝒉𝟒𝝅𝒓𝟐 Atenção para o raio ele deve ser a medida do centro da configuração até a superfície onde há a troca de calor. A diferença de temperatura sempre obedece o sentido do fluxo de calor. 38 Exemplo 12 Um recipiente esférico metálico com parede delgada é usado para armazenar nitrogênio líquido a 77 K. O recipiente possui um diâmetro de 0,5m e é coberto por um isolante térmico refletivo, composto de sílica com vácuo nos interstícios. O isolante tem espessura de 0,25 m e sua superfície externa está exposta a uma temperatura de 300 K. O coeficiente convectivo do fluido externo é 20 W/m2.k. O calor latente de vaporização e a densidade do nitrogênio líquido são 2x105J/kg e 804 kg/m3, respectivamente. a) Determine a taxa de transferência de calor para o nitrogênio líquido. b) Qual é a taxa de perda de líquido para o ambiente.Condições: • Regime estacionário; • Transferência de calor unidimensional na direção radial • Desprezar a transferência de calor na parede do recipiente e dessa para o líquido, parede delgada. • Propriedades constantes. • Troca térmica entre superfície externa do isolante e vizinhanças por radiação desprezível; • Há conservação de energia térmica: Eentra=Esai 39 40 Transferência de Calor em Superfícies estendidas Até este pondo consideramos a transferência de calor através das fronteiras de um sólido na mesma direção do fluxo de calor. Uma superfície estendida é extremamente importante em processos de transferência de calor pois permite aumentar a área de transferência de calor e consequentemente a eficiência de troca de calor entre uma superfície e um fluido refrigerante. Diferente do que já analisamos em superfícies estendidas a transferência de calor é perpendicular ao sentido do fluxo de calor. 41 Comparação do fluxo de calor entre parede plana e superfície estendida: 42 Em geral, superfícies estendidas são utilizadas para aumentar a taxa de transferência de calor; Neste caso a superfície estendida é camada de aleta. Diversas configurações são possíveis: Trocadores de calor com tubos aletados: 43 Configurações de aletas: Aleta plana com seção transversal uniforme Aleta plana com seção transversal não-uniforme Aleta anular Aleta puntiforme 44 Condução de calor por aletas análise geral Em nossa análise iremos considerar que: Condições de regime estacionário de calor; Condutividade térmica constante; Radiação na superfície desprezível; Efeito de geração de calor ausente; Coeficiente de transferência de calor por convecção uniforme; Como há conservação de energia a equação de taxa de transferência de calor global pode ser escrita como: 𝑞𝑥 = 𝑞𝑥:𝑑𝑥 + 𝑑𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 45 𝑞𝑥 = 𝑞𝑥:𝑑𝑥 + 𝑑𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 (Eq. 1) Para um elemento diferencial de sólido temos que: 𝑞𝑥 = −𝑘𝐴𝑡𝑟 𝑑𝑇 𝑑𝑥 (Eq. 2) 𝑑𝑞𝑐𝑜𝑛𝑣 = 𝑑𝐴𝑠(𝑇 − 𝑇∞) (Eq. 3) 46 A taxa de transferência de calor no elemento de volume (x+dx) é: 𝑞𝑥:𝑑𝑥 = 𝑞𝑥 + 𝑑𝑞𝑥 𝑑𝑥 𝑑𝑥 Então: 𝑞𝑥:𝑑𝑥 = −𝑘𝐴𝑡𝑟 𝑑𝑇 𝑑𝑥 − 𝑘 𝑑 𝑑𝑥 𝐴𝑡𝑟 𝑑𝑇 𝑑𝑥 𝑑𝑥 Substituindo as equações de taxa de calor na equação de balanço de energia teremos: Eacu = Eentra-Esai+Eg 𝑑2𝑇 𝑑𝑥2 + 1 𝐴𝑡𝑟 𝑑𝐴𝑡𝑟 𝑑𝑥 𝑑𝑇 𝑑𝑥 − 1 𝐴𝑡𝑟 𝑘 𝑑𝐴𝑠 𝑑𝑥 𝑇 − 𝑇∞ = 0 Forma geral da equação de energia para a superfície estendida. Sua solução necessita das condições de contorno definidas. 47 A – transferência de calor por convecção na extremidade da aleta. B – despreza a perda de calor na extremidade da aleta , troca de energia nula portanto adiabática C – Temperatura na extremidade é especificada; D – Aleta longa 48 Valores de P e Atr=Ac para configurações com área de seção transversal uniforme 49 Exemplo 15: Um bastão de cobre (k=380 w/mK) com 100 mm de comprimento e 5 mm de diâmetro se estende horizontalmente a partir de uma solda a 200 °C. O bastão encontra-se em um ambiente com T∞=20 °C e h=30W/m2K. Quais são as temperaturas no bastão a 25, 50 e 100 mm da solda? 25 mm= 195,56°C 50 A – transferência de calor por convecção na extremidade da aleta. B – despreza a perda de calor na extremidade da aleta , troca de energia nula portanto adiabática C – Temperatura na extremidade é especificada; D – Aleta longa P é o perímetro da superfície da base da aleta (superfície de contato da solda) 51 Exemplo 3: Solução O que é para determinar? Temperatura em 3 pontos distintos ao longo do comprimento da aleta. Conceitos envolvidos: A temperatura ao longo da aleta deve diminuir com o comprimento devido à perda de calor no sentido transversal ao fluxo de calor. A distribuição de temperatura ao longo da aleta de seção transversal uniforme (quando essa perde calor também pela extremidade) é dado pela relação: 𝜃 𝜃𝑏 = ,cosh 𝑚 𝐿;𝑥 -: ℎ 𝑚𝑘 ,𝑠𝑒𝑛ℎ (𝑚 𝐿;𝑥 - cosh 𝑚𝐿 : ℎ 𝑚𝑘 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑚𝐿) Onde: h é o coeficiente convectivo; L é o comprimento da aleta; x é o ponto em relação ao comprimento onde se deseja saber a temperatura; k é o coeficiente de condutividade térmica do material da aleta; 𝜃 = 𝑇𝑥 − 𝑇∞ diferença de temperatura entre o fluido ao redor da aleta e o ponto x. 𝜃𝑏 = 𝑇𝑏 − 𝑇∞ diferença de temperatura entre a base (Tb) da aleta e a temperatura do fluido ao redor da mesma (Tx). 𝑚 = ℎ𝑃 𝑘𝐴𝑡𝑟 m constante para uma aleta específica onde h é o coeficiente convectivo do fluido; P é o perímetro da ÁREA DA BASE DA ALETA; K é a condutividade térmica do material da aleta; Atr é a AREA DE SEÇÃO TRANSVERSAL DA ALETA. 52 Dados fornecidos pelo problema: k=380 W/mK h=30 W/m2K D=0,005 m L=0,1 m T∞=20°C Tb=200°C x1=0,025m x2=0,05m x3=0,1m Para a configuração da aleta temos que: 𝑚 = ℎ𝑃 𝑘𝐴𝑡𝑟 com: 𝑃 = 2𝜋𝐷 2 = 𝜋𝐷 𝐴𝑡𝑟 = 𝜋𝐷2 4 Então: 𝑚 = ℎ𝑃 𝑘𝐴𝑡𝑟 = 4ℎ 𝑘𝐷 = 4 𝑥 30 380 𝑥 0,005 =7,95m-1 Temos também: 𝑚𝑘 = 30 380𝑥7,95 = 9,93x10;3 53 Para o ponto x2=0,025 𝜃 𝜃𝑏 = ,cosh 7,95 0,1;0,025 -:9,93x10−3 ,𝑠𝑒𝑛ℎ 7,95 0,1;0,025 - cosh 7,95𝑥0,1 :9,93x10−3𝑠𝑒𝑛ℎ(7,95𝑥0,1) 𝜃 𝜃𝑏 = cosh (0,596) + 9,93x10;3𝑠𝑒𝑛(0,596) cosh (0,7950) + 9,93x10;3𝑠𝑒𝑛(0,7950) 𝜃 𝜃𝑏 = 1,183 + 9,93x10;3(0,632) 1,33 + 9,93x10;3(0,881) = 1,183 + 6,275𝑥10;3 1,33 + 8,748𝑥10;3 𝜃 𝜃𝑏 = 1,18927 1,33875 = 0,88 Como: 𝜃𝑏 = 𝑇𝑏 − 𝑇∞ = 200 − 20 = 180 𝜃 = 𝑇𝑥 − 𝑇∞ = 𝑇𝑥 − 20 Então: 𝑇𝑥 − 20 = 0,88 180 𝑇𝑥 = 159,9 + 20 𝑻𝒙 = 𝟏𝟕𝟗, 𝟗°𝑪 54 𝜃 𝜃𝑏 = ,cosh𝑚 𝐿;𝑥 -: ℎ 𝑚𝑘 ,𝑠𝑒𝑛ℎ (𝑚 𝐿;𝑥 - cosh 𝑚𝐿 : ℎ 𝑚𝑘 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑚𝐿) Para o ponto x2=0,05 𝜃 𝜃𝑏 = ,cosh 7,95 0,1;0,05 -:9,93x10−3 ,𝑠𝑒𝑛ℎ 7,95 0,1;0,05 - cosh 7,95𝑥0,1 :9,93x10−3𝑠𝑒𝑛ℎ(7,95𝑥0,1) 𝜃 𝜃𝑏 = cosh (0,3975) + 9,93x10;3𝑠𝑒𝑛(0,3975) cosh (0,7950) + 9,93x10;3𝑠𝑒𝑛(0,7950) 𝜃 𝜃𝑏 = 1,08 + 9,93x10;3(0,408) 1,33 + 9,93x10;3(0,881) = 1,08405 1,33875 = 0,81 Como: 𝜃𝑏 = 𝑇𝑏 − 𝑇∞ = 200 − 20 = 180 𝜃 = 𝑇𝑥 − 𝑇∞ = 𝑇𝑥 − 20 Então: 𝑇𝑥 − 20 = 0,81 180 𝑇𝑥 = 145,8 + 20 𝑻𝒙 = 𝟏𝟔𝟓, 𝟖 °𝑪 55 Para o ponto x2=0,1 𝜃 𝜃𝑏 = ,cosh 7,95(0,1;0,1)-:9,93x10−3 ,𝑠𝑒𝑛ℎ 7,95 0,1;0,1 - cosh 7,95𝑥0,1 :9,93x10−3𝑠𝑒𝑛ℎ(7,95𝑥0,1) 𝜃 𝜃𝑏 = cosh (0) + 9,93x10;3𝑠𝑒𝑛(0) cosh (0,7950) + 9,93x10;3𝑠𝑒𝑛(0,7950) 𝜃 𝜃𝑏 = 1,00 + 9,93x10;3(0) 1,33 + 9,93x10;3(0,881) = 1,000 1,33875 = 0,74 Como: 𝜃𝑏 = 𝑇𝑏 − 𝑇∞ = 200 − 20 = 180 𝜃 = 𝑇𝑥 − 𝑇∞ = 𝑇𝑥 − 20 Então: 𝑇𝑥 − 20 = 0,74 180 𝑇𝑥 = 134,4 + 20 𝑻𝒙 = 𝟏𝟓𝟒, 𝟒 °𝑪 56 Desempenho das aletas Efetividade da aleta (𝜀𝑎): razão entre a taxa de transferência de calor da aleta e a taxa de transferência de calor sem a aleta. 𝜀𝑎 = 𝑞𝑎 𝐴𝑡𝑟,𝑏𝑇𝑏 Onde 𝐴𝑡𝑟,𝑏 é a área de transferência de calor da base da aleta e Tb é a temperatura da base da aleta. Quando a 2 justifica-se o uso de aletas 57 Considerando o caso de aleta infinita, teremos: 𝑞′𝑎𝑙𝑒𝑡𝑎 = 𝑀 = 𝜃𝑏 𝑃𝑘𝐴𝑡𝑟 Onde P é o perímetro da área de seção transversal da aleta. Assim: 𝜺𝒂 = 𝑻𝒃 𝒉𝑷𝒌𝑨𝒕𝒓,𝒃 𝒉𝑨𝒕𝒓,𝒃𝑻𝒃 = 𝑷𝒌 𝒉𝑨𝒕𝒓,𝒃Observações: a aumenta com o uso de materiais com elevado; a aumenta com o aumento da relação P/Atr,b; Aletas devem ser usadas onde h é pequeno; Para a 2 Pk/hAtr,b 4; Não é necessário o uso de aletas muito longas pois para L=2,65/m obtém-se 99% da transferência de calor de uma aleta infinita (ver exemplo 3.8 do Incorpera, cap. 3, 4ªed) 58 a pode ser quantificado em termos de resistência térmica: Na aleta: 𝑞𝑎𝑙𝑒 = 𝑇𝑏 𝑅𝑡,𝑎𝑙𝑒 Na base exposta: 𝑞𝑏 = 𝑇𝑏 𝑅𝑡,𝑏 Então: 𝜀𝑎 = 𝑞𝑎𝑙𝑒 𝑞𝑏 = 𝑅𝑡,𝑎𝑙𝑒 𝑅𝑡,𝑏 Eficiência da aleta (𝜂𝑎𝑙𝑒): é dada pela razão entre a taxa de transferência de calor através da aleta pela taxa ideal de transferência de calor através da aleta para toda a superfície da aleta a temperatura da base. 𝜂𝑎𝑙𝑒 = 𝑞𝑎𝑙𝑒 𝐴𝑎𝑙𝑒(𝑇𝑏−𝑇∞) Onde Aale é a área da superfície externa da aleta e Tb a temperatura da base (não haveria diferencial de temperatura com o comprimento da aleta). 𝑅𝑡𝑒𝑟𝑚 = 𝑑𝑇 𝑞 59 Para aleta plana, seção uniforme e extremidade adiabática tr b tr a 2 2 b hP A hP A tanhmL tanhmL hPL Lh P a 2 2 trtr 1 tanhmL 1 tanhmL L LhPh P AhP A a tanhmL mL Então 𝜃𝑏 = (𝑇𝑏 − 𝑇∞) 60 Um artifício utilizado para se trabalhar com a equação da aleta com convecção desprezível no topo, que é mais simples, consiste em se trabalhar com um comprimento adicional da aleta (Lc) de forma a compensar a convecção desprezada no topo, ou seja: c c L L t / 2 L L D/ 4 para aleta retangular para aleta puntiforme T é a espessura e D é o diâmetro Assim: 𝑞𝑎 = 𝜃𝑏 𝑃𝑘𝐴𝑡𝑟,𝑏 tan 𝑚𝐿𝑐 𝜂𝑎 = tan 𝑚𝐿𝑐 𝑚𝐿𝑐 Erros associados a essa aproximação são desprezíveis se 61 Para uma aleta retangular com a largura w muito maior que a altura t o perímetro pode ser aproximado por P=2w e: multiplicando o numerador e o denominador por Lc 1/2 e introduzindo uma área corrigida do perfil da aleta Ap=Lc.t, resulta: c c c c tr hP h2w 2h mL L L L A wt t 62 Tabela 3.5- Relação da Eficiência da aleta (𝜂𝑎𝑙𝑒 = 𝜂𝑓) para algumas geometrias comuns, Incropera. 63 Exemplo 4: Uma aleta plana fabricada com liga de alumínio 2024 (k=185 W/mK) tem uma espessura na base de 3mm e um comprimento de 15 mm. Sua temperatura na base é de Tb=100°C e ela está exposta a um fluido no qual T∞= 20°C e h=50 W/m2K. Para as condições dadas e uma aleta de largura unitária, compare a taxa de transferência de calor na aleta e a eficiência para os perfis retangular, triangular e parabólico. 64 Hipóteses: 1 – regime permanente; 2 condução unidimensional; 3 – propriedades constantes; 4 – Radiação desprezível; 5 coeficiente convectivo constante ao redor da aleta. Dados: Aleta de base retangular de alumínio 2021 KAl = 185 W/mK Espessura na base, = t = 3mm = 0,003m Comprimento, L= 15 mm= 0,015m. Temperatura na base, Tb=100°C fluido com T∞= 20°C e h=50 W/m 2K. largura unitária w= 1 m Compare a taxa de transferência de calor na aleta e a eficiência para os perfis retangular, triangular e parabólico. Solução: Sabe-se que a eficiência de uma aleta é dada por: 𝜂𝑎𝑙𝑒 = 𝑞𝑎𝑙𝑒 𝐴𝑎𝑙𝑒(𝑇𝑏−𝑇∞) Onde: 𝒉𝑨𝒂𝒍𝒆𝑻𝒃 é a taxa transferência ideal, caso não houvesse dT ao longo da aleta. Assim pode-se: i) Calcular qale usando a relação:𝑞𝑎𝑙𝑒 = 𝜂𝑎𝑙𝑒𝐴𝑎𝑙𝑒(𝑇𝑏−𝑇∞) ii) A eficiência 𝜂𝑎𝑙𝑒 para uma configuração conhecida pode ser obtida através da Tabela 3.5 mostrada a seguir. iii) Poderia ser calculado qale se conhecermos a relação de taxa para a geometria dada e depois calcular a eficiência. Por facilidade vamos usar os passos ii e i. 65 66 Para aleta retangular : 𝜂𝑎𝑙𝑒 depende do fator m dado por: 𝑚 = ℎ𝑃 𝐾𝐴𝑡𝑟 ; como a largura da aleta de base retangular, w, é muito maior que a espessura o perimetro pode ser dado por P=2w+2t=2w, (w>>t), e sendo Atr=w.t, assim: 𝑚 = 2ℎ 𝐾𝑡 = 2 𝑥 50 185 𝑥 0,003 = 13,4 𝑚;1 𝑚𝐿 = 13,4 𝑥 0,015 ≅ 0,201 𝑜𝑢 𝑚𝐿𝑐 = 13,4 𝑥 0,015 + 0,003 2 = 0,221 A eficiência da aleta é: 𝜂𝑓 = tanh 𝑚𝐿𝑐 𝑚𝐿𝑐 = 0,218 0,222 = 0,982 ~ 98,2% 𝐴𝑎𝑙𝑒 = 𝐴𝑓 = 2𝑤𝐿𝑐 = 2 𝑥 1 𝑥 0,015 + 0,003 2 = 0,033𝑚2 A taxa de transferência de calor é: 𝑞′ = 𝜂𝑎𝑙𝑒𝐴𝑎𝑙𝑒𝑇𝑏 = 0,982 x 50 x 0,033 x 100 − 20 = 129,6 W/m 67 Para aleta Triangular: 𝜂𝑎𝑙𝑒 depende do fator m dado por: 𝑚 = ℎ𝑃 𝐾𝐴𝑡𝑟 ; como a largura da aleta de base retangular, w, é muito maior que a espessura o perimetro pode ser dado por P=2w+2t=2w, (w>>t), e sendo Atr=w.t, assim: 𝑚 = 2ℎ 𝐾𝑡 = 2 𝑥 50 185 𝑥 0,003 = 13,4 𝑚;1 𝑚𝐿 = 13,4 𝑥 0,015 ≅ 0,201 𝑜𝑢 𝑚𝐿𝑐 = 13,4 𝑥 0,015 + 0,003 2 = 0,221 A eficiência da aleta é: 𝜂𝑓 = 1 𝑚 𝐼1tanh 𝑚𝐿𝑐 𝐼0𝑚𝐿𝑐 = 0,205 (0,201)0,222 = 0,978 ~ 97,8% 𝐴𝑎𝑙𝑒 = 𝐴𝑓 = 2 𝐿 2 + 𝑡 2 2 1 /2 = 0,030𝑚2 A taxa de transferência de calor é: 𝑞′ = 𝜂𝑎𝑙𝑒𝐴𝑎𝑙𝑒𝑇𝑏 = 0,978 x 50 x 0,030 x 100 − 20 = 117,3 W/m 68 Para aleta Parabólica: 𝜂𝑎𝑙𝑒 depende do fator m dado por: 𝑚 = ℎ𝑃 𝐾𝐴𝑡𝑟 ; como a largura da aleta de base retangular, w, é muito maior que a espessura o perimetro pode ser dado por P=2w+2t=2w, (w>>t), e sendo Atr=w.t, assim: 𝑚 = 2ℎ 𝐾𝑡 = 2 𝑥 50 185 𝑥 0,003 = 13,4 𝑚;1 𝑚𝐿 = 13,4 𝑥 0,015 ≅ 0,201 𝑜𝑢 𝑚𝐿𝑐 = 13,4 𝑥 0,015 + 0,003 2 = 0,221 A eficiência da aleta é: 𝜂𝑓 = 0,963 ~ 96,3% 𝐴𝑎𝑙𝑒 = 𝐴𝑓 = 0,030𝑚 2 A taxa de transferência de calor é: 𝑞′ = 𝜂𝑎𝑙𝑒𝐴𝑎𝑙𝑒𝑇𝑏 = 0,963 x 50 x 0,030 x 100 − 20 = 115,6 W/m 69 Convecção: Fundamentos Lei Básica da convecção – Lei de resfriamento de Newton: 𝑞′ = 𝐴𝑑𝑇 q’ é a taxa de de transferência de calor) (W=J/s); A área de transferência de calor (m2); ∆𝑇 diferença de temperatura entre a superfície de contato e o fluido (Ts-T∞) (K); h coeficiente convectivo (coeficiente de transferência de calor por convecção) ou coeficiente película (J/s.m2.K). A equação embora simples não explica o comportamento do coeficiente convectivo. 70 O coeficiente película é uma função complexa que depende: - Escoamento do fluido; - Propriedades físicas do fluido: densidade, viscosidade, condutividade térmica e calor específico; - Da geometria do sistema; Em relação ao ESCOAMENTO DO FLUIDO: - Pode ser laminar ou turbulento Fluxo livre Camada limite hidrodinâmica Camada limite hidrodinâmica: - Variação de velocidade (u) do escoamento do fluido nas proximidades da superfície; - Variação de velocidade e u 0 nas proximidades da superficie devido à viscosidade. 71 A camada limite térmica é caracterizada pela existência de um diferencial de temperatura entre o fluido contido na camada limite hidrodinâmica. Para haver transferência de calor por convecção entre o fluido e a superfície é necessário: Gradiente de temperatura (camada limite térmica) Região de baixa velocidade (camada limite hidrodinâmica): sempre ocorre em escoamento de fluidos 72 No caso da condução de calor através da camada limite temos duas regiões: 1 – região de baixa velocidade : condução é predominante (fluido estacionário); 2 – região de alta velocidade: convecção mistura entre massa de fluido demaior temperatura com fluido de menor temperatura. Assim podemos considerar o fluido próximo à superfície (camada limite térmica) como uma parede sólida (hipótese). Com isso: O fluxo de calor é: 𝑞′ = 𝑘𝑡𝐴 𝛿𝑡 (𝑇𝑠 − 𝑇∞) Com 𝛿𝑡 a espessura da camada limite térmica onde prevalece a condução. 73 Na região onde há variação de velocidade (transferência de calor por troca de massa de fluidos) prevalece a convecção: 𝑞′ = 𝐴 𝑇𝑠 − 𝑇∞ Igualando as equação de troca de calor para a camada hidrodinâmica: 𝑘𝑡𝐴 𝛿𝑡 (𝑇𝑠 − 𝑇∞) = 𝐴 𝑇𝑠 − 𝑇∞ = 𝑘𝑡 𝛿𝑡 O coeficiente convectivo ou película é inversamente proporcional à espessura da camada limite térmica o que justifica o aumento da velocidade de escoamento para melhorar a eficiência de troca de calor. 74 Coeficiente convectivo local e médio Considerando uniforme a temperatura na superfície e havendo 𝑇𝑠 ≠ 𝑇∞ ocorrerá transferência de calor por convecção: A taxa de transferência de calor pode ser obtida pela integração do fluxo de calor ao longo de toda a superfície: 𝑞 = 𝑞"𝑑𝐴 𝑠 Então podemos escrever a lei de resfriamento de Newton como: 𝑞 = 𝑇𝑠 − 𝑇∞ 𝑑𝐴s h pode variar em função da área, então: 75 Define-se um valor médio do coeficiente convectivo: A taxa total por convecção fica: 𝑞 = 𝐴𝑠(𝑇𝑠 − 𝑇∞) Igualando as equações de convecção: 𝑇𝑠 − 𝑇∞ 𝑑𝐴 s = 𝐴𝑠(𝑇𝑠 − 𝑇∞) = 1 𝐴𝑠 𝑑𝐴 s Para uma placa plana podemos simplificar a equação anterior (h irá varia apenas com a distância da extremidade até L) assim o comprimento da extremidade é constante: = 1 𝐿 𝑑𝑥 → 𝑢𝑠𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑜𝑠 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 0 𝑎 𝐿. 76 Determinação do coeficiente de película ou convectivo: As variáveis associadas à transferência de calor por convecção são: 1) Dimensão de troca de calor Dtr; 2) Propriedades física do fluido: viscosidade 𝜇, massa específica 𝜌, calor específico cp; condutividade térmica k; coeficiente de expansão volumétrica 𝜏. 3) Estado de movimento do fluido: Velocidade u; aceleração da gravidade g; diferença de temperatura ∆𝑇. Então, h é uma função complexa do forma: = 𝑓(𝐷𝑡𝑟 , 𝜇, 𝑐𝑝, 𝜌, 𝜏, 𝑢, 𝑔, ∆𝑇) ????? Muitas variáveis 77 A transferência de calor por convecção é um processo complexo devido às variáveis envolvidas no coeficiente película ou coeficiente convectivo h. Assim são feitas condições de contorno e uso de equações empíricas adimensionais para determinação do coeficiente convectivo: Equações adimensionais em transferência de calor: Numero de Nusselt(Nu): representa a relação entre o fluxo de calor por convecção e o fluxo de calor por condução no próprio fluido. 𝑁𝑢 = 𝑙 𝐾 Número de Prandtl(Pr): envolve apenas propriedades do fluido e representa a razão entre a difusão de quantidade de movimento e a difusão de calor. 𝑃𝑟 = 𝕧 𝑎 Número de Grashof(Gr): inter-relaciona as forças de empuxo provocadas por efeito térmico e as forças viscosas. Tem a mesma função do numero de Reynolds para a convecção forçada. 𝐺𝑟 = 𝑔𝛽∆𝑇𝐿3 𝑣2 78 Número de Reynolds: é resultante da razão entre as forças de inércia, que tendem a manter o movimento, e as forças viscosas que tendem a impedir o movimento. Ele mede o regime de escoamento através de um valor crítico que separa o escoamento: - Laminar: amortecimento das perturbações por prevalecimento das forças viscosas; do - Turbulento: em que prevalece as forças de inércia que amplificam as perturbações introduzindo o modelo caótico de escoamento. 𝑅𝑒 = 𝜌𝑢𝐿 𝜇 79 A determinação de h é feita através de casos particulares usando equações empíricas e análise dimensional. Para convecção forçada regime laminar a equação é: 𝑁𝑢 = 𝑓 𝑅𝑒, 𝑃𝑟 Onde: Nu é denominada de Número de Nusselt 𝑁𝑢 = 𝐷 𝑘 Re é o número de Reynolds 𝑹𝒆 = 𝑫𝒖𝝆 𝝁 Pr é o número de Prandtl 𝑷𝒓 = 𝒄𝒑𝝁 𝒌 D diâmetro Regime turbulento: 𝑁𝑢 = 0,023. 𝑅𝑒0,8. 𝑃𝑟𝑛 Onde: n=0,3 para fluido resfriando n=0,4 para fluido aquecendo 80 Para convecção Natural a equação é: 𝑁𝑢 = 𝑓 𝐺𝑟, 𝑃𝑟 Onde: Nu é denominada de Número de Nusselt 𝑁𝑢 = ℎ𝐷 𝑘 (para configuração radial); 𝑁𝑢 = ℎ𝐿 𝑘 (para configuração plana) L comprimento da superfície Pr é o número de Prandlt 𝑷𝒓 = 𝒄𝒑𝝁 𝒌 Gr é o número de Grashof Gr= 𝑫𝟑𝝉.𝒈.∆𝑻 𝝁𝟐 D diâmetro 81 Exemplo 13 O coeficiente de transferência de calor por convecção local é dado pela relação: 𝑥 𝑥 = a𝑥 ;0,1 Onde a é um coeficiente (W/m1,9K) e x(m) é a distância da aresta frontal da placa. Encontre uma expressão para a razão entre o coeficiente de transferência de calor médio em uma placa de comprimento x e o coeficiente de transferência de calor local hx em x. 82 Exemplo 17: Em uma placa plana de 150 x 100 mm, eletricamente aquecida, a máxima temperatura no centro da placa é 135°C. Para este caso específico o número de Grashof é 2,2x107 e o número de Prandtl é 0,7. Sabe-se que a equação empírica para convecção natural em uma placa plana é: Nu=0,555.Gr1/4.Pr1/4 Calcule o fluxo de calor, para ambos os lados da placa, para o ar atmosférico sabendo que kar=0,026 Kcal/hm°C, considere a temperatura do ar como sendo de 25°C. 83 O coeficiente película é dado pela relação de Nusselt: Nu=0,555.Gr1/4.Pr1/4= ℎ𝐿 𝐾 placa plana Portanto: = 0,555. 2,2𝑥107 1 4. 0,7 1 4 . 0,026𝑥103 0,10 = 34,60 .0,026𝑥103 0,10 = 0,899𝑥103 0,10 = 8,99𝑥103𝑐𝑎𝑙/𝑚2°C O fluxo de calor será obtido pela lei de resfriamento de Newton: 𝑞 = . 𝐴. 𝑇𝑠 − 𝑇∞ ; como o problema pede para os dois lados da placa: 𝑞 = . 2𝐴. 𝑇𝑠 − 𝑇∞ 𝑞 = 8,99𝑥103. 2. (0,1𝑥0,15).(135-25) 𝑞 =29,67x103 cal/h=~124,01 kJ/h 0,15m q' q' 0,10m Escoamento Ts= 135°C; T∞= 25°C Gr = 2,2x107 Pr = 0,7 kar=0,026 Kcal/hm°C 84 Um tubo de latão (k=101 W/mK) de diâmetro igual a 200 mm e espessura de 5 mm é usados para aquecer um fluido em 150°C, que escoa em regime laminar em seu interior. Para tal aquecimento uma convecção forçada é desenvolvida no exterior do tubo e a relação adimensional do número de Nusselt para esse problema pode ser aproximada por: 𝑁𝑢 = 0,023. 𝑅𝑒0,8. 𝑃𝑟0,3 Sabendo que Re é de 580 e que Pr é 9, Determine: a) o calor necessário para manter a temperatura na parede interna de um tubo unitário em 150°C. assuma que ar aquecido a 400°C escoa na superfície externa e o coeficiente de condutividade é de 0,15w/mK. b) Caso o tubo fosse envolvido com uma folha de cobre de 5 mm qual seria calor necessário? 85 Fenômenos de Transporte Trocadores de Calor Para o exemplo anterior considere que o tubo seja de cobre com 32 mm de diâmetro externo e espessura ideal. Assumindo que o tubo passe 10 vezes pelo trocador de calor TC-1-2 determine a taxa de transferência de calor para um caso unitário quando: a) A corrente for paralela. b) A corrente for oposta. O fluido do tubo é óleo cujo o coeficiente convectivo é 32 W/m2k. E o fluido externo é vapor de água com coeficiente convectivo de 60 W/m2k. Trocadores de calor • equipamentos usados no processo de troca de calor entre dois fluidos que estão em diferentes temperaturas e separados por uma parede sólida. • Estão presentes em diversas aplicações da engenharia. • São usados em: aquecedores,resfriadores, condensadores, evaporadores, torres de refrigeração, caldeiras, entre outras. Tipos de trocadores de calor - Fluidos são separados por parede através da qual o calor atravessa. a) Duplo Tubo São formados por dois tubos concêntricos, pelo interior do tubo interno passa um fluido e, no espaço entre as superfícies externa do primeiro e interna do segundo, passa o outro fluido. A área de troca de calor é a área do tubo interior. • Vantagens: é simples, tem custo reduzido e facilidade de desmontagem para limpeza e manutenção. • Desvantagem: pequena área de troca de calor . Duplo Tubo http://www.metalica.com.br/images/stories/Id3728/trocadores-de-calor-01.jpg b) Trocador do tipo serpentina • São formados por um tubo enrolado na forma de espiral, formando a serpentina, a qual é colocada em uma carcaça ou recipiente. • A área de troca de calor é área da serpentina. • permite maior área de troca de calor que o duplo tubo e tem grande flexibilidade de aplicação • usado principalmente quando se quer aquecer ou resfriar um banho. http://wwwusers.rdc.puc-rio.br/wbraga/transcal/Trocadores/Trocs13.htm https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&docid=Cc x8Q4_yx5M87M&tbnid=MqO_Bh7XffbvhM:&ved=0CAMQjhw&url=http%3A%2F%2Fsuperatomic os.blogspot.com%2F2010%2F04%2Ftrocador-de-calor-modelo- serpentina.html&ei=LLmwUcySMZHF4AOM84DAAg&psig=AFQjCNFPR5x3TKpcOO4K9T- dpNAUWFKwaw&ust=1370622319577281 c) Trocador Multitubular São formados por um feixe de tubos paralelos contidos em um tubulação cilíndrico denominado de casco. Um dos fluidos (fluido dos tubos ) escoa pelo interior dos tubos, enquanto que o outro (fluido do casco ) escoa por fora dos tubos e dentro do casco. Defletores (ou chicanas) são normalmente utilizados para aumentar o coeficiente convectivo do fluido do casco pelo aumento da turbulência e da velocidade de escoamento deste fluido. http://www.hrs-heatexchangers.com/pt/galeria/image.aspx?img=mi-series%2Fmi- series-header-detail.jpg http://rotadosconcursos.com.br/provas/tecnico-area-operacoes-5243/11 Trocador de Calor casco e tubos com um passe no casco e um passe nos tubos (Contracorrente). Feixe tubular com tubos (alto rendimento térmico) http://www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema003/trocador/cascotub.htm Trocador de Calor casco e tubos a - Um passe no casco e dois passes nos tubos. b - Dois passes no casco e quatro passes nos tubos. Trocadores do tipo casco-tubos, são os mais usados na indústria porque oferecem uma grande área de troca de calor se um dos fluidos do trocador condensa ou evapora, o trocador é também denominado condensador ou evaporador, respectivamente d) Trocadores de calor compactos – Quando um trocador de calor tem uma densidade de área superficial superior a 700 m2/m3 para gases e 400 m2/m3 para líquidos e chamado de trocador de calor compacto. – Estes trocadores são normalmente empregados com correntes gasosas, seu coeficiente de troca de calor é baixo, mais são pequenos e compactos. – Apresentam densas matrizes de tubos aletados ou placas e são tipicamente usados quando pelo menos um dos fluidos é um gás. Os tubos podem ser planos ou circulares. ALGUMAS DEFINIÇÕES • Um fluido dá um passe quando percorre uma vez o comprimento do trocador. • Aumentando o número de passes, para a mesma área transversal do trocador, aumenta a velocidade do fluido e portanto o coeficiente convectivo, com o consequente aumento da troca de calor. Porém, isto dificulta a construção e limpeza e encarece o trocador. • A notação utilizada para designar os números de passes de cada fluido é exemplificada na figura abaixo. ALGUMAS DEFINIÇÕES Tipo de escoamento relativo dos fluidos do casco e dos tubos: Escoamento em correntes paralelas (fluidos escoam no mesmo sentido ) e correntes opostas ( fluidos escoam em sentidos opostos) Para cada um do casos de escoamento relativo a variação da temperatura de cada um dos fluidos ao longo do comprimento do trocador pode ser representada em gráfico As diferenças de temperatura entre os fluidos nas extremidades do trocador, para o caso de correntes paralelas, são: ( te - Te) que é sempre máxima (ΔTmax) e (ts-Ts) que é sempre mínima (ΔTmin ). No caso de correntes opostas, as diferenças de temperatura nas extremidades (te– Ts) e (ts - Te) podem ser máxima (ΔTmax) ou mínima (ΔTmin) dependendo das condições específicas de cada caso. O fluxo de calor transferido entre os fluidos em um trocador é diretamente proporcional à diferença de temperatura média entre os fluidos. No trocador de calor de correntes opostas a diferença de temperatura entre os fluidos não varia tanto, o que acarreta em uma diferença média maior . Como consequência, mantidas as mesmas condições, o trocador de calor trabalhando em correntes opostas é mais eficiente. MÉDIA LOGARÍTMICA DAS DIFERENÇAS DE TEMPERATURAS Como a variação de temperatura ao longo do trocador não é linear , para retratar a diferença média de temperatura entre os fluidos é usada então a Média Logarítmica das Diferenças de Temperatura (MLDT) Exemplo 1 - Num trocador de calorTC-1.1 onde o fluido quente entra a 900°C e sai a 600°C e o fluido frio entra a 100°C e sai a 500°C, qual o MLDT para : a) correntes paralelas; b) correntes opostas. BALANÇO TÉRMICO EM TROCADORES DE CALOR Fazendo um balanço de energia em um trocador de calor, considerado como um sistema adiabático, temos : Calor transferido do fluido quente = calor recebido pelo fluido frio −𝑞𝑡𝑟𝑎𝑠 = 𝑞𝑟𝑒𝑐 − 𝑚. 𝑐𝑝 𝑡𝑠 − 𝑡𝑒 = 𝑀. 𝑐𝑝 𝑇𝑠 − 𝑇𝑒 Se um dos fluido sofre transformação de estado, então o calor é dado pelo calor latente de transformação (Htrasformação) , e não haverá variação de temperatura. 𝑞 = 𝑚.𝐻𝑡𝑟𝑎𝑠𝑛𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSFERÊNCIA DE CALOR Consideremos a transferência de calor entre os fluidos do casco e dos tubos nos feixes de tubos de um trocador multitubular. O calor trocado entre os fluidos através das superfícies dos tubos pode ser obtido considerando as resistências térmicas : Como em um trocador de calor a resistência térmica na parede do tubo é desprezível então Como o objetivo do equipamento é facilitar a troca de calor, os tubos metálicos usados são de parede fina (ri≅re). Portanto, as áreas da superfícies interna e externa dos tubos são aproximadamente iguais, ou seja, Ai≅Ae. Assim, temos que : O coeficiente global de transferência de calor em um trocador ( UC) é definido como: A expressão para a transferência de calor em um trocador fica: Como visto anteriormente, o ∆T em um trocador de calor é representado pela média logarítmica das diferenças de temperatura (MLDT). Fenômenos de Transporte - Transferência de calor em regime transiente 2° Semestre de 2015 Equação da difusão de calorO fluxo de calor é dado pela relação de Fourier: 𝑞" = −𝑘 𝑑𝑇 𝑑𝑥 O fluxo de calor é uma grandeza direcional sempre normal à uma superfície isotérmica. O fluxo de calor na direção normal é positivo (↑) e o gradiente de temperatura é negativo (↓), portanto para manter a igualdade da lei de Fourier o sinal negativo é introduzido na relação. Por ser uma grandeza direcional o fluxo de calor é uma grandeza VETORIAL. Fluxo de calor normal à uma superfície isotérmica em um sistema de duas coordenadas. Considerando que há um diferencial de temperatura, portanto um campo de temperatura, podemos associar esse à uma função escalar T(x,y,z). Podemos escrever a equação de fluxo de calor como: 𝑞" = −𝑘𝛻𝑇 = −𝑘 𝑖 𝜕𝑇 𝜕𝑥 + 𝑗 𝜕𝑇 𝜕𝑦 + 𝑘 𝜕𝑇 𝜕𝑧 Onde 𝛻 é o operador da função escalar do campo de temperatura. A transferência de calor será mantida enquanto houver o gradiente de temperatura. Por se tratar de uma grandeza vetorial podemos escrever o fluxo térmica da seguinte forma: 𝑞"=qx"𝑖 + qy"j + qz"𝑘 Que é um vetor perpendicular à superfície isotérmica, suas componentes são: 𝑞"𝑥 = −𝑘 𝜕 𝜕𝑥 𝑇 𝑞"𝑦 = −𝑘 𝜕 𝜕𝑦 𝑇 𝑞"𝑧= −𝑘 𝜕 𝜕𝑧 𝑇 Algumas propriedades térmicas: Capacidade calorífica volumétrica (Cv): medida da capacidade de um material de armazenar energia térmica. (produto da massa específica, 𝜌, pelo calor específico, 𝑐𝑝): 𝐶𝑉 = 𝜌𝑐𝑝 [J/(m3K)]; Muitos sólidos e líquidos são bons para armazenar energia: Cv > 1MJ/(m 3K); gases baixa massa específica maus armazenadores de energia. Difusividade térmica (𝛼): razão entre a condutividade térmica e a capacidade térmica volumétrica. 𝛼 = 𝑘 𝜌𝑐𝑝 [m2/s] Mede a capacidade do material em conduzir energia térmica em relação à sua capacidade de armazená-la. Alto valor de 𝛼 indica capacidade de resposta rápida à mudança de condições térmicas para atingir o equilíbrio. Até aqui só avaliamos o caso de condução de calor em regime estacionário ou permanente. Agora vamos avaliar problemas em que as condições mudam com o tempo: não estacionários ou TRANSIENTES. Um exemplo é a imersão de um metal quente com temperatura uniforme (Tsol) em um fluido de temperatura menor (T∞): tempera convsai qE acuE Se o processo de tempera inicia em t=0 a temperatura do metal irá diminuir para t>0 até que ele atinja a temperatura do fluido (T∞). Considere um elemento de volume para a análise da equação de condutividade térmica em regime transiente. Tem-se o seguinte balanço de Energia térmica para o elemento de volume: Eacu relacionado à variação de energia interna do elemento de volume; Eent relacionado à energia térmica que entra no elemento de volume; Esai relacionado à energia térmica que sai do elemento de volume por condução; Eg Energia térmica gerada no elemento de volume. T(x,y,z,t) acu ent sai gE E E E Com isso temos que • O fluxo líquido de calor que entra por condução no elemento de volume será para no sistema de coordenadas retangulares: (Eent-Esai) = 𝑞𝑥 − 𝑞𝑥 + 𝑑𝑞𝑥 𝑑𝑦𝑑𝑧 + * 𝑞𝑦 − 𝑞𝑦 + 𝑑𝑞𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑧++ 𝑞𝑧 − 𝑞𝑧 + 𝑑𝑞𝑧 𝑑𝑦𝑑𝑥 (Eent-Esai) = 𝑑𝑞𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝑑𝑞𝑦𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝑑𝑞𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 • A geração interna de calor (conversão de energia química; elétrica ou nuclear) é dada pela função g(x,y,z,t): Eg=g(x,y,z,t)dxdydz • A energia acumulada é dada em função da taxa de variação de energia interna do elemento de volume: Eacu=𝜌𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧𝑐𝑝 𝜕𝑇 𝜕𝑡 A Equação de balanço de volume para o elemento de volume ficará: 𝑑𝑞𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 − 𝑑𝑞𝑦𝑑𝑥𝑑𝑧 − 𝑑𝑞𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 +g(x,y,z,t)dxdydz=𝜌𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧𝑐𝑝 𝜕𝑇 𝜕𝑡 Dividindo a equação pelo volume do elemento de volume, e utilizado diferencial parcial devido à função de temperatura: − 𝜕𝑞𝑥 𝜕𝑥 − 𝜕𝑞𝑦 𝜕𝑦 − 𝜕𝑞𝑧 𝜕𝑧 + 𝑔 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡, = 𝜌𝑐𝑝 𝜕𝑇 𝜕𝑡 Substituindo as componentes do fluxo de calor: − 𝜕 𝜕𝑥 −𝐾 𝜕𝑇 𝜕𝑥 − 𝜕 𝜕𝑥 −𝐾 𝜕𝑇 𝜕𝑦 − 𝜕 𝜕𝑧 −𝐾 𝜕𝑇 𝜕𝑧 + 𝑔 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡, = 𝜌𝑐𝑝 𝜕𝑇 𝜕𝑡 Ou 𝜕 𝜕𝑥 𝐾 𝜕𝑇 𝜕𝑥 + 𝜕 𝜕𝑥 𝐾 𝜕𝑇 𝜕𝑦 + 𝜕 𝜕𝑧 𝐾 𝜕𝑇 𝜕𝑧 + 𝑔 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡, = 𝜌𝑐𝑝 𝜕𝑇 𝜕𝑡 acu ent sai gE E E E A Equação a seguir é a equação geral da condução de calor em coordenadas cartesianas: 𝜕 𝜕𝑥 𝐾 𝜕𝑇 𝜕𝑥 + 𝜕 𝜕𝑥 𝐾 𝜕𝑇 𝜕𝑦 + 𝜕 𝜕𝑧 𝐾 𝜕𝑇 𝜕𝑧 + 𝑔 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡, = 𝜌𝑐𝑝 𝜕𝑇 𝜕𝑡 Que poderá ser escrita em uma forma mais compacta: 𝛻. 𝑘𝛻𝑇 + 𝑔 𝑥, 𝑦, 𝑧, 𝑡 = 𝜌𝑐𝑝 𝜕𝑇 𝜕𝑡 Onde: 𝛻 = 𝜕 𝜕𝑥 𝑖 + 𝜕 𝜕𝑦 𝑗 + 𝜕 𝜕𝑧 𝑘 𝛻𝑇 = 𝜕𝑇 𝜕𝑥 𝑖 + 𝜕𝑇 𝜕𝑦 𝑗 + 𝜕𝑇 𝜕𝑧 𝑘 CAPÍTULO 5 - CONDUÇÃO TRANSIENTE 5.1. Método da Capacitância Global convsai qE acuE Figura 5.1: Resfriamento de um metal quente Admite a hipótese de que a temperatura do sólido é uniforme no espaço, em qualquer instante durante o processo transiente. Rcond pequena Rconv grande acu ent sai gE E E E s dT Vc hA T T dt s Vc d hA dt i t s 0 Vc d dt hA T T Aplicando a equação da Energia Fazendo Separando as variáveis e integrando a partir das condições iniciais e t 0 iT(0) T i iT T onde (5.1) (5.2) (5.4) (5.3) 5.1. Método da Capacitância Global s i Vc ln t hA Efetuando as integrações ou (5.6) (5.5) 5.1. Método da Capacitância Global shA t Vc i i T T e T T i s Vc t ln hA t t t s s Vc 1 Vc R C hA hA Interpretando como uma constante de tempo térmica: sVc/hA (5.7) 5.1. Método da Capacitância Global onde tR tC - Resistência a transferência de calor por convecção - Capacitância térmica global do sólido A distribuição de temperatura fica: 5.1. Método da Capacitância Global s 1 t Vc hA i i T T e T T t t 1 t R C i i T T e T T t 1 t i i T T e T T Qualquer aumento em Rt ou Ct causará uma resposta mais lenta do sólido a mudanças em seu ambiente térmico. Esse comportamento é análogo ao decaimento da voltagem que ocorre quando uma capacitor é descarregado através de um resistor em um circuito elétrico RC t t s 0 0 Q qdt hA dt Para determinar o total de energia transferida Q Substituindo da equação (5.6) 5.1. Método da Capacitância Global integrando shAt t Vc s i o Q hA e dt shA t Vc iQ Vc 1 e Obs.: tt at at 0 0 e e dt a ou ou ainda 5.1. Método da Capacitância Global s 1 t Vc hA iQ Vc 1 e t t t R C iQ Vc 1 e finalmente t t iQ Vc 1 e (5.8a) 5.1. Método da Capacitância Global Q está relacionada com a variaçãode energia interna do sólido acuQ E (5.8b) t 1 t acu iE Vc 1 e Seja considerada a figura a seguir 5.2. Validade do Método da Capacitância Global Para regime estacionário s1 s2 s2 kA T T hA T T L Rearranjando s1 s2 cond s2 conv L /kAT T R hL Bi T T 1/ hA R k hL Bi k onde É o Número de Biot (5.9) Para a utilização do Método da Capacitância Global, deve-se ter: 5.2. Validade do Método da Capacitância Global chLBi 0,1 k (5.10) Fornece uma medida da queda de temperatura no sólido em relação a diferença de temperatura entre a superfície e o fluido Bi onde cL Escala de comprimento correspondente a máxima diferença espacial de temperatura 5.2. Validade do Método da Capacitância Global Fornece uma medida da queda de temperatura no sólido em relação a diferença de temperatura entre a superfície e o fluido Bi 5.2. Validade do Método da Capacitância Global onde Por conveniência define-se: c s V L A V sA Volume do sólido Área superficial do sólido 5.2. Validade do Método da Capacitância Global Escrevendo o expoente da equação em função de Lc Retomando a equação (5.6) shA t Vc i i T T e T T s c hA t ht Vc cL Multiplicando o numerador e o denominador por Lck s c c 2 2 c c c hA t hL hLht k t t Vc cL k c kL L 5.2. Validade do Método da Capacitância Global shA t Bi Fo Vc Então Bi Fo i i T T e T T s c 2 c hA t hL t Vc k L Definindo e lembrando que resulta: 2 c t Fo L chLBi k (5.13) Exemplo 5.1 Uma placa de alumínio [k=160W/(moC), =2790 kg/m3, cp=0,88kJ/(kg oC) ] com L=3cm de espessura e uma temperatura uniforme T0=225 oC é repentinamente imersa em um fluido agitado, mantido a uma temperatura constante Too =25 oC. O coeficiente de transferência de calor entre a placa e o fluido é h=320 W/(m2 oC). Determine o tempo necessário para que o centro da placa atinja 50oC. Exemplo 5.1 Verificação do número de Biot A capacitância global pode ser aplicada pois Bi é menor que 0,1 c V L.A L L 1,5 cm A 2.A 2 sh.L 320.0,015Bi 0,03 k 160 s c hhA tt cLVc i i T T e e T T Utilizando a equação (5.6) Exemplo 5.1 substituindo os valores t 239 s 4min i s Vc t ln hA 2790.880.0,015 225 25 t ln 320 50 25 c icLt ln h Exercícios Exercício 5.5 do Incropera Bolas de aço com 12mm de diâmetro são temperadas pelo aquecimento a 1150K seguido pelo resfriamento lento até 400K em um ambiente com ar a T∞=325K e h=20W/m2K. Supondo que as propriedades do aço sejam k=40W/mK, =7800kg/m3 e c=600J/kgK. Estime o tempo necessário para o processo de resfriamento. Exercícios Exercício 5.7 do Incropera O coeficiente de transferência de calor para o ar escoando sobre uma esfera deve ser determinado pela observação do comportamento dinâmico da temperatura de uma esfera, que é fabricada de cobre puro. A esfera que possui 12,7mm de diâmetro, encontra-se a 66oC antes de ser inserida em uma corrente de ar que tem a temperatura de 27oC. Um termopar sobre a superfície externa da esfera indica 55oC após 69s da inserção da esfera na corrente de ar. Admita e então justifique, que a esfera se comporta como um objeto espacialmente isotérmico e calcule o coeficiente de transferência de calor.