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Civilização 
 
Civilização é um complexo conceito da antropologia e história. Numa 
perspectiva evolucionista é o estágio mais avançado de determinada 
sociedade humana, caracterizada basicamente pela sua fixação ao solo 
mediante construção de cidades, daí derivar do latim civita que designa 
cidade e civile (civil) o seu habitante. 
 
 Observe-se que essa noção traduz os conceitos etnocêntricos do início 
da antropologia onde se contrapõe as sociedades complexas às 
primitivas. É nesse contexto que também aparece a sequência evolutiva 
selvajaria - barbárie - civilização, entendida por Gordon Childe1 como 
os estágios evolutivos obrigatórios das sociedades antigas desde a 
passagem de um sistema social/econômico/tecnológico de caçadores-
coletores ("selvageria") para agricultores e pastores ("barbárie") até a 
concentração em cidades e divisão social ("civilização"). É Gordon Childe 
que populariza os conceitos de revolução neolítica (ou revolução 
agrícola) e revolução urbana para marcar a passagem entre tais estágios 
evolutivos da humanidade. 
 
Para Darcy Ribeiro2, a evolução sociocultural consiste no movimento 
histórico de mudança dos modos de ser e de viver dos grupos humanos, 
desencadeado pelo impacto de sucessivas revoluções tecnológicas 
(agrícola, industrial, etc.) sobre sociedades concretas, tendentes a 
conduzi-las à transição de uma etapa a outra, ou de uma a outra 
formação sociocultural. 
 
Observe-se porém, como ressalva Matias3 que tal conceito de evolução 
difere da perspectiva evolucionista nos estudos clássicos da 
antropologia, pois considera o movimento de evolução sociocultural 
como um processo complexo de civilização, marcado por mudanças e 
permanências, seja por aceleração evolutiva (ou estagnação cultural) 
devido à dinâmica da própria cultura, seja por atualização ou 
incorporação histórica devido a contatos interculturais. Para Darcy 
Ribeiro4 , progressos e regressões são dois mecanismos de configuração 
histórica que representam o avanço ou retrocesso dos aspectos 
produtivos, sociais e culturais de uma determinada sociedade em seu 
percurso evolutivo relativo a outras sociedades e não a um fim 
específico, que é a nossa sociedade, como os evolucionistas 
pressupõem. 
 
Num sentido mais amplo e comumente empregado, a civilização designa 
toda uma cultura de determinado povo e o acervo de seus 
característicos sociais, científicos, políticos, econômicos e artísticos 
próprios e distintos. 
 
Teorias em conflito 
A civilização é um processo social em si, inerente aos agrupamentos 
humanos que tendem sempre a evoluir com a variação das 
disponibilidades econômicas, principalmente alimentares e sua 
decorrente competição por estes com os agrupamentos vizinhos. 
 
Alguns historiadores têm defendido que o surgimento de grandes 
civilizações sempre depende do progressivo acúmulo de recursos 
naturais por um determinado grupo étnico e tem por detonador o 
acúmulo de poder bélico nas mãos de certos líderes e suas famílias. A 
hegemonia de tais grupos sobre outros acaba sempre influenciando 
culturalmente toda a região e o produto, invariavelmente, redunda em 
um novo estabelecimento de regras sociais, impressionantes 
construções e a produção de obras de arte numa etapa posterior. 
 
Para Norbert Elias5 , o conceito de civilização é uma apropriação de um 
“termo nativo” (utilizado na França e na Inglaterra, a partir do século 
XVI, principalmente) e implica não só em uma realidade específica, 
empiricamente observável, como também em uma abstração teórica, 
um modelo de interpretação da história e da sociedade, entendida como 
um processo e constituída a partir de uma rede de interdependência 
funcional. O processo civilizador, segundo ele, manifesta-se numa 
cadeia de lentas transformações dos padrões sociais de auto-regulação 
e caminha "rumo a uma direção específica de forma não linear e 
evolutiva, mais de modo contínuo, com impulsos e contra-impulsos 
alternados". 
 
Identidade cultural 
A "Civilização" também pode se referir à cultura de uma sociedade 
complexa, e não apenas à sociedade em si. Toda sociedade civilização, 
ou não, tem um conjunto específico de ideias e costumes e um 
determinado conjunto de manufaturas e artes que a tornam única. As 
civilizações tendem a desenvolver culturas complexas, que incluem a 
literatura, a arte, arquitetura, uma religião organizada e costumes 
complexos associados à elite. 
 
A cultura complexa associada com a civilização tem uma tendência a se 
espalhar e influenciar outras culturas, às vezes, assimilando-as para 
dentro da civilização (um exemplo clássico foi o da civilização chinesa e 
sua influência sobre as civilizações próximas, tais como Coreia, Japão e 
Vietnã). Muitas civilizações são realmente grandes esferas culturais que 
englobam muitas nações e regiões. A civilização em que alguém vive é a 
mais ampla identidade cultural dessa pessoa. 
 
Muitos historiadores têm-se centrado nessas esferas culturais amplas e 
têm tratado as civilizações como unidades distintas. Um filósofo do 
início do século XX, Oswald Spengler6 usa a palavra alemã "Kultur", 
"cultura", para o que muitos chamam de uma "civilização". Spengler 
acredita que a coerência de uma civilização é baseada em um único 
símbolo primário cultural. As culturas experimentam ciclos de 
nascimento, vida, declínio e morte, muitas vezes suplantados por uma 
cultura nova poderosa, formada em torno de um novo símbolo cultural 
atraente. Spengler defende que a civilização é o início do declínio de 
uma cultura como, "... os estados mais exteriores e artificiais dos quais 
uma espécie de humanidade desenvolvida é capaz." 6 
 
Este conceito de "cultura unificada" da civilização também influenciou 
as teorias do historiador Arnold J. Toynbee em meados do século XX. 
Toynbee explorou os processos da civilização em seu livro Um Estudo 
da História, que traçou a ascensão e, na maioria dos casos, o declínio 
de 21 civilizações e cinco "civilizações presas". Civilizações em geral 
declinam e somem, de acordo com Toynbee, devido ao fracasso de uma 
"minoria criativa", através de um declínio moral ou religioso, para 
atender algum desafio importante, ao invés de meras causas 
econômicas ou ambientais. 
Samuel P. Huntington define civilização como "o maior agrupamento 
cultural de pessoas e o mais amplo nível de identidade cultural que 
distingue os seres humanos de outras espécies." 
 
Civilizações Antigas 
Para Samuel P. Huntington7 a humanidade poderia ser dividida em oito 
civilizações, a saber: 
Civilização sínica ou chinesa; 
Civilização nipônica ou japonesa; 
Civilização hindu; 
Civilização islâmica, muçulmana ou árabe; 
Civilização ocidental; 
Civilização ortodoxa e 
Civilização subsaariana. 
 
No entanto, a perspectiva do choque de civilizações de Huntington tem 
sido criticada pelo seu caráter parcial, de verificação empírica e 
contrário ao multiculturalismo. 
 
Darcy Ribeiro, por sua vez, distingue as "Civilizações Regionais" 
(associadas à revoluções tecnológicas da metalurgia, regadio, pastoreio 
e escravismo) das "Civilizações Mundiais" (associadas ao mercantilismo, 
revolução industrial e capitalismo/socialismo). Podem ser desenvolvidos 
ainda critérios da periodicidade histórica e principalmente 
características de sua cultura material tecnológica. 
 
Têm sido chamadas civilizações antigas ou extintas aquelas da 
Antiguidade que em virtude de seus feitos, principalmente 
arquitetônicos e artísticos, passam a ser estudadas pelos historiadores 
e arqueólogos depois de seu desaparecimento. São exemplos destas 
grandes civilizações: 
Civilização Acádia 
Civilização Árabe 
Civilização Assíria 
Civilização Asteca 
Civilização Babilônica 
Civilização Celta 
Civilização Chinesa 
Civilização Fenícia 
Civilização Grega 
Civilização Inca 
Civilização Indiana 
Civilização Japonesa 
Civilização MaiaCivilização Persa 
Civilização Romana 
Civilização Suméria 
Civilização Turco-Otomana 
 
A cultura popular e o gênio de alguns escritores também falam de 
certas civilizações lendárias, que supostamente foram esquecidas pelo 
tempo, mas das quais de fato não existem provas concretas. 
O padrão comum nestes casos é o de uma terra utópica de riqueza e 
prosperidade de alguma forma isolada do resto do mundo e que 
eventualmente é destruída em uma catástrofe. Dentre estas civilizações 
lendárias se destaca Atlântida. 
 
 
 
CHILDE, G. A evolução cultural do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 
1978. A edição original, Man Makes Himself, é de 1936. 
 
RIBEIRO, Darcy. O processo civilizatório. RJ, Civilização Brasileira, 
1975 
 
Matias, Glauber Rabelo. Aspectos do Evolucionismo Antropológico em O 
Processo Civilizatório de Darcy Ribeiro. Revista Urutágua – revista 
acadêmica multidisciplinar Nº 15 – abr./mai./jun./jul. 2008 – 
Quadrimestral – Maringá - Paraná . PDF Jul. 2011 
 
ELIAS, Norbert. O processo civilizador, v 1, e 2 RJ Jorge Zahar Ed., 
1994 apud: Lima , Maria de Fátima F. Civilização e os modos à mesa: 
relações entre espaços de consumo alimentar e o processo civilizador. 
 
XII Simpósio Internacional Processo Civilizador / Recife Brail 11-13 
Novembro de 2009 PDF Jul. 2011 
 
Huntington, Samuel P. The Clash of Civilizations, vol. 72, no. 3, 
Summer 1993

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