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Noção de Subjetividade na Perspectiva da Psicologia Social

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Noção de Subjetividade na Perspectiva da 
Psicologia Social 
Resumo: Esse breve trabalho é resultado de um levantamento inicial 
que ocorreu por meio de pesquisa bibliográfica sobre o tema 
subjetividade na perspectiva da Psicologia Social. Inicialmente foram 
selecionados 11 artigos na Biblioteca eletrônica Scielo pela palavra chave 
“Subjetividade” e utilizado como base o livro Histórias da Psicologia do 
Brasil - Subjetividade: um objeto para uma psicologia comprometida com 
o Social de Lúcia Helena Garcia Bernardes e o livro Psicologia Social de 
Aroldo Rodrigues e colaboradores, além de outras publicações (conforme 
Bibliografia citada.). A definição inicial do tema se deu pelo fato de tentar 
entender de como a subjetividade passa a ser objeto de estudo da 
Psicologia na perspectiva social. 
Palavras-chave: Psicologia Social, Sociedade, Subjetividade, Sujeito. 
1. Introdução 
Segundo o dicionário Aurélio - online - Subjetividade é o caráter do 
que é subjetivo; adj. Que diz respeito ao sujeito. / Que se passa no íntimo 
do sujeito pensante (por opos. a objetivo, que diz respeito ao objeto 
pensado). / Que varia de acordo com o julgamento, os sentimentos, os 
hábitos etc. de cada um; individual (...). Nestes termos, a subjetividade 
engloba todas as particularidades inerentes à condição de ser do sujeito, 
envolvendo as capacidades sensoriais, afetivas, imaginárias e racionais de 
um determinado indivíduo, em todas as suas expressões. 
Assim, o homem não pode ser considerado apenas como um animal 
racional, sendo este uma unidade complexa de necessidades, desejos, 
sentimentos, angústias, temores (imaginários ou não), racionalidades e 
paixões, sendo mais do que um organismo com funções biológicas e 
psicológicas, possuindo a capacidade de interagir com o meio 
transformando-o e tornando-se parte do mesmo. Da mesma forma, não 
podemos reduzir a subjetividade a uma dimensão meramente cognitiva, a 
uma consciência, desconsiderando todas as demais facetas da complexa 
interioridade de cada um. 
Para o entendimento da subjetividade, não é possível apenas a 
utilização da psicologia, são necessárias também as categorias da filosofia, 
sociologia, antropologia e história. Porém, de modo global, estudar 
subjetividade é procurar no indivíduo as marcas da sociedade, essa 
mediação social, onde o significado das influências socioculturais é 
internalizado pelo sujeito. Assim, pode-se entender que essas influências 
representam um papel construtivo do desenvolvimento humano. Desse 
modo, a psicologia, para entender as questões que se referem à 
subjetividade, deve compreender as finalidades, os meios, pelos quais 
uma determinada cultura forma o sujeito. Pela dificuldade e complexidade 
na definição de subjetividade foi adotada nesse trabalho preliminar, a 
tentativa do entendimento da “subjetividade” na perspectiva da Psicologia 
Social. 
2. Desenvolvimento 
Como já descrito anteriormente, a investigação da subjetividade 
possui barreiras, principalmente quando estudada por um único campo 
de conhecimento. Contudo, nesse trabalho preliminar, a subjetividade 
será tratada dentro da Psicologia Social. 
2.1 Breve Histórico 
Como consta na literatura, não há um consenso quanto à data e ao 
contexto em que nasceu a Psicologia Social. Com seu início entre a 
metade e o final do século XIX, surgindo como uma área de aplicação da 
psicologia para estabelecer uma ponte entre a psicologia e as ciências 
sociais (sociologia, filosofia, antropologia, história, ciência política). 
Nas últimas décadas a psicologia social brasileira, segundo Almeida 
(2012), foi marcada por dois psicólogos bastante antagônicos: Aroldo 
Rodrigues (empirismo e que adotou uma abordagem mais de 
experimental-cognitiva.) e, mais recentemente, Silvia Lane (marxista e 
sócio-histórica). 
Segundo Rodrigues et al. (2009) a Psicologia Social estuda o que 
acontece quando o indivíduo está interagindo com outras pessoas ou na 
expectativa dessa interação, sendo definido por ele como: (...) o estudo 
científico da influência recíproca entre as pessoas (interação social) e do 
processo cognitivo gerado por essa interação (pensamento social).(...). Nesta 
definição, podemos concluir que pensamos e sentimos de determinada 
maneira porque somos seres sociais, o mundo em que vivemos é, em 
parte, produto da maneira como pensamos, sendo a integração social - 
relação entre os indivíduos - os objetos investigados por essa área da 
psicologia. 
Dessa perspectiva os principais conceitos são: a percepção social; a 
socialização; os grupos sociais; as atitudes e mudanças e os papéis sociais. 
2.2 Psicologia Social e a Subjetividade 
Segundo a bibliografia consultada, os fundamentos teórico-
metodológicos da Psicologia Sócio-Histórica são as produções de Vigotski, 
Leontiev, Luria e outros autores soviéticos, onde a consciência passa a ser 
o objeto de estudo, e para compreendê-la, passa a ser necessário 
considerar os processos que a constituem e que fazem com que seja 
constituída. 
Entre estes processos, estão a subjetividade, a individualidade, a 
personalidade e a identidade. Termos estes, que são comumente usados 
na psicologia, referindo-se ao objeto de estudo, ou seja, para designar 
processos e/ou resultados que compõem, auxiliando na compreensão do 
objeto da ciência psicológica. 
Para que possam ser verdadeiramente compreendidos, a 
subjetividade, a individualidade, a personalidade e a identidade, faz-se 
necessário uma discussão ontológica. Partindo de uma perspectiva 
dialética de compreensão do homem e de suas relações sociais, é possível 
apontar que a “identidade” pode ser compreendida como constituição do 
sujeito, desde que seu significado esteja na direção daquilo que se faz 
aberto e inacabado. Nesta perspectiva, a subjetividade é uma dimensão 
deste sujeito, assim como a objetividade que, a partir das relações 
vivenciadas, se faz construtora de experiências afetivas e reflexivas, capaz 
de produzir significados singulares e coletivos (MAHEIRE, 2002). 
No que se refere à subjetividade, um dos desafios para o estudo da 
mesma pela Psicologia, provêm das dificuldades que envolvem tanto o 
indivíduo na sua constituição como na formação do psicólogo, que precisa 
de subsídios teóricos, que podem ser fornecidos por outras áreas - pela 
filosofia, pela sociologia, pela literatura e por outras formas de arte - sobre 
seu objeto de estudo. 
Embora a subjetividade seja fruto das circunstâncias sociais atuais, há 
também uma relação histórica subentendida no desenvolvimento da 
civilização. Estes fatos acabam acarretando problemas relacionados ao 
estudo da subjetividade, onde, para um melhor entendimento, deverá ser 
levada em conta, mais de uma perspectiva. 
Conforme consta na literatura, alguns acontecimentos sociais 
constituíram as condições históricas para o nascimento do sujeito 
psicológico, levando-se em conta a subjetividade, onde pela mediação da 
cultura o sujeito pode pensá-la como própria, caracterizando o surgimento 
de um discurso psicológico na modernidade. Nesse contexto, embora o 
sentido de subjetividade não seja único, o conceito nos remete ao 
entendimento de produção de singularidade resultante pelo processo de 
formação social. 
Conforme Cambaúva e Tuleski (2007), considera-se que o contexto 
histórico e cultural no qual o indivíduo está inserido é que vai constituir o 
mesmo como sujeito, por meio de uma relação dialética entre objetividade 
e subjetividade. 
Segundo Bock (2001): 
[...] o fenômeno psicológico deve ser entendido como construção no nível individual do 
mundo simbólico que é social. O fenômeno deve ser visto como subjetividade, concebidacomo algo que se constitui na relação com o mundo material e social, mundo este que só 
existe pela atividade humana. Subjetividade e objetividade se constituem uma à outra sem 
se confundir. A linguagem é mediação para a internalização da objetividade, permitindo a 
construção de sentidos pessoais que constituem a subjetividade. O mundo psicológico é 
um mundo em relação dialética com o mundo social. Conhecer o fenômeno psicológico 
significa conhecer a expressão subjetiva de um mundo objetivo/coletivo; um fenômeno que 
se constitui em um processo de conversão do social em individual; de construção interna 
dos elementos e atividades do mundo externo. Conhecê-lo desta forma significa retirá-lo de 
um campo abstrato e idealista e dar a ele uma base material vigorosa (BOCK, 2001, p.23). 
Sendo, portanto, a subjetividade constituída por fatores internos e 
externos, no qual, a forma que o sujeito se percebe, está relacionado com 
as relações sociais que se estabelecem em um contexto específico, 
decorrente de condições histórico-sociais. 
Desse modo, para psicologia social que tem como característica a 
ênfase colocada na influência de fatores situacionais, envolvendo todos os 
fenômenos sociais, comportamentais e cognitivos decorrentes da 
interação interpessoal dos sujeitos, o estudo da subjetividade viabiliza a 
compreensão do homem em todas as suas expressões, as visíveis (nosso 
comportamento) e as invisíveis (nossos sentimentos), as singulares 
(porque somos o que somos) e as genéricas (porque somos todos assim). 
Sendo a subjetividade a síntese singular e individual que cada um de nós 
vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as 
experiências da vida social e cultural (BOCK et. al 2002) 
3. Conclusão 
O presente trabalho, de forma bem preliminar, proporcionou ter uma 
noção de subjetividade e como ela nos coloca em uma relação com o 
mundo social, onde o homem é um ser que se constitui ao longo de sua 
vida, agindo, interagindo e transformando seu meio social. 
De uma forma bem introdutória, nos leva a entender que a construção 
da subjetividade vem dessa relação com o mundo social, e que a relação 
entre indivíduo e sociedade implica na consideração da subjetividade e da 
objetividade na perspectiva da constituição recíproca de um e de outro. 
Certamente é uma relação muito complexa e precisa ser aprofundada 
para melhor entendimento, inclusive, das diferentes perspectivas da 
subjetividade com outras abordagens psicológicas. 
Fica claro, que se faz necessário uma mudança de postura em relação 
à visão reducionista, popularizada pelo senso comum, sobre o objeto de 
estudo da psicologia. 
Nestes termos, é notório que muito se tem a levantar e confrontar, 
fazendo necessário um aprofundamento do tema e das práticas de 
subjetivação de Michel Foucault, que na verdade não foi citado 
diretamente no trabalho, mas influenciou o despertar do tema para 
desenvolvimento do mesmo. 
Sobre o Autor: 
Raquel Passeri Aguiar - Discente do curso de Psicologia da 
Universidade Salgado de Oliveira - Universo - Niterói. 
Referências: 
ALMEIDA, Antônio Ribeiro de. TENDÊNCIAS DA PSICOLOGIA SOCIAL 
NO BRASIL. Síntese-Revista de Filosofia, v. 16, n. 47, 2012. 
BOCK, A. M. B., FURTADO, O. e TEIXEIRA, M de L. T. Psicologias: uma 
introdução ao estudo da Psicologia. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2002 
BOCK, A. M. B. (2001). A psicologia sócio-histórica: uma perspectiva 
crítica em psicologia. In: Bock, A. M. B; Gonçalves, M. G. G.; Furtado, O. 
(Orgs.). Psicologia sócio-histórica: uma perspectiva crítica em psicologia. 
São Paulo: Cortez, p. 15-35. 
CAMBAÚVA, L. G. & TULESKI, S. C. (2007). A pseudo-concreticidade do 
conceito de subjetividade na Psicologia. Revista de Educação, (23), 79-90. 
MAHEIRIE, Kátia. Constituição do sujeito, subjetividade e identidade. 
Interações, São Paulo , v. 7, n. 13, jun. 2002 . Disponível em 
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
29072002000100003&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 06 nov. 2013.

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