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Universidade de BRarasília Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia Civil e Engenharia Ambiental Fungos Anemófilos Avaliação da presença de micro-organismos no ar Aluna: Marilia Candida Pinto Borges Matrícula: 12/0178061 Professora: Lenora Gomes Disciplina: Microbiologia Ambiental e Experimental Engenharia Ambiental Brasília – DF, 26 de novembro de 2013 Introdução Devido ao fato dos micro-organismos possuírem a característica de serem ubíquos, ou seja, podem estar em qualquer meio, são encontrados também na atmosfera, embora sem qualquer atividade, pois para que possam se manter em atividade é necessário que estejam em contato com o substrato de onde retiram os nutrientes de que necessitam. A população microbiana do ar é transitória e variável. O ar não é o meio no qual possam crescer os micro-organismos, mas é um portador de poeiras e gotículas que podem estar carregadas desses seres. Quanto mais movimentado e populoso é o ambiente, mais rico em micro-organismos passíveis de serem disseminados pela movimentação do ar e pelas correntes aéreas será o local. A demonstração da sua existência na atmosfera é de grande importância e seu destino final é governado por um conjunto complexo de circunstâncias que inclui a umidade, a temperatura, a quantidade de luz solar e o tamanho das partículas portadoras. Existem diferentes técnicas utilizadas para a análise microbiológica do ar. Nesse ensaio foram utilizados o método Amostrador Bioaerossol e a coleta por Deposição Livre. A análise em questão teve como objetivo: Avaliar o potencial de dispersão de fungos anemófilos em diferentes locais do SG-12; Quantificar o número de UFC/m³ de ar e avaliar a qualidade do ar em diferentes lugares do prédio; Comparar a quantificação das colônias pelos dois métodos de coleta utilizados; Observar o crescimento das colônias e fungos isolados em diferentes lugares do prédio. Procedimentos gerais Foram preparadas placas de Petri com Ágar Sabouraud que seriam submetidas (abertas) à exposição por um determinado tempo. Logo em seguida as placas seriam fechadas e incubadas por cerca de 7 dias à temperatura ambiente. Após a amostra ser incubada o crescimento das colônias é quantificado e a contagem das partículas viáveis é dada em UFC (unidade formadora de colônia). Com os valores do fluxo de ar, tempo de exposição da amostra e o número de colônias é possível obter a concentração de bioaerossóis no ar em termos de UFC/m³. Onde V é o volume (m³), Q é a vazão (28,3 l/min. – valor recomendado) e t é o tempo (min.) de exposição da placa. Concentração total de colônias: Os locais definidos para a exposição das placas foram: Ambiente externo, próximo à porta de entrada do prédio SG-12 Saguão de entrada do prédio SG-12 Corredor do primeiro andar do prédio do SG-12 Laboratório de Análise de Águas Laboratório de materiais Método Amostrador de Ar O tempo de exposição da placa de Petri com o uso do amostrador de bioaerossóis foi de 10 minutos. A aspiração é feita por uma bomba de vácuo que trabalha em regime constante, adotando vazão = 28,3 l/min. Coleta por Deposição Livre Na coleta por deposição livre foram utilizadas duas placas de Petri, onde, uma foi exposta por 5 minutos e a outra por 30 minutos. Dados obtidos: Amostrador de Bioaerossóis Local de amostragem Turma Número de colônias Número de tipos de colônias Porta de entrada SG12 1B 78 10 Saguão entrada SG12 1C 89 7 Corredor 1° andar SG12 3B 76 11 Lab. Materiais, sala máquinas 2C 116 7 Laboratório LAA 5B 79 5 Tabela 1 – Resultado do crescimento de fungos em placa de ágar Sabouraud expostas ao ar por 10 minutos com o uso do Amostrador de Bioaerossóis Gráfico 1 – Representação gráfica da Tabela 1 Deposição Livre Local de amostragem Turma Número de colônias 5 minutos Número de colônias 30 minutos Número de tipos de colônias 5 minutos Número de tipos de colônias 30 minutos Porta de entrada SG12 1B 4 27 4 10 Saguão entrada SG12 1C 1 20 1 9 Corredor 1° andar SG12 3B 9 48 5 5 Lab. Materiais, sala máquinas 2C 2 3 2 3 Laboratório LAA 5B 5 13 5 7 Tabela 2 – Resultado do crescimento de fungos em placa de ágar Sabouraud expostas ao ar por 5 e 30 minutos por Deposição Livre. Gráfico 2 – Representação gráfica da Tabela 2 Análise dos dados: Para o método amostrador de bioaerossóis foi calculado o volume de ar amostrado para o tempo de 10 minutos e o resultado obtido foi de 0,283 m³. Com esse valor foi possível calcular a concentração total de colônias, expressa em UFC/m³, para cada ambiente e os dados obtidos foram: Local de amostragem Turma Concentração (UFC/m³) Porta de entrada SG12 1B 275,62 Saguão entrada SG12 1C 314,49 Corredor 1° andar SG12 3B 268,55 Lab. Materiais, sala máquinas 2C 409,89 Lab.LAA 5B 279,15 Tabela 3 – Concentração total de colônias obtida com o uso do Amostrador de Bioaerossóis Gráfico 3 – Representação gráfica da tabela 3 De acordo com a Resolução - Renº9, o VMR – Valor máximo recomendado (valor limite recomendável que separa as condições de ausência e presença do risco de agressão à saúde humana) – para a contaminação deve ser ≤ 750 UFC/m³. Com os dados obtidos por meio do cálculo de concentração total de colônias é possível ver que em nenhum ambiente apresentou uma concentração acima desse valor. É necessário realizar, também, o cálculo da relação entre ambiente interno e externo ( ), que deve assumir valor ≤ 1,5. Nesse caso o valor dessa relação foi de 0,802. Confirmando o VMR dentro dos parâmetros aceitáveis. No método de deposição livre foi necessário calcular dois volumes: 5 minutos: V = 0,1415 m³ 30 minutos: V = 0,849 m³ Com esses valores de volume foi calculado o valor da concentração total de colônias obtidas por meio da deposição livre. Local de amostragem Turma Concentração (UFC/m³) 5 minutos Concentração (UFC/m³) 30 minutos Porta de entrada SG12 1B 28,27 31,80 Saguão entrada SG12 1C 7,07 23,56 Corredor 1° andar SG12 3B 63,60 56,54 Lab. Materiais, sala máquinas 2C 14,13 3,53 Lab. LAA 5B 35,34 15,31 Tabela 4 – Concentração total de colônias obtida por meio da Deposição livre. Gráfico 4 – Representação gráfica da tabela 4 Com os resultados obtidos, nota-se que mais o VMR é respeitado (≤ 750 UFC/m³) na coleta por deposição livre, assim como a relação de ambiente interno e externo, cujos resultados foram: Concentração em 5 minutos: = 0,5 Concentração em 30 minutos: = 0,168 Mais uma vez respeitando o valor limite de ≤ 1,5. Outro resultado importante nesse ensaio é o número de partículas viáveis que é dado pela fórmula: O diâmetro da placa de Petri é de 9,2 mm = 0,0092 m. A área é igual a 6,65*10-5 m². Amostrador de Bioaerossóis Local de amostragem Turma Número de colônias Número de partículas viáveis Porta de entrada SG12 1B 78 1173354,023 Saguão entrada SG12 1C 89 1338827,026 Corredor 1° andar SG12 3B 76 1143268,022 Lab. Materiais, sala máquinas 2C 116 1744988,034 Lab.LAA 5B 79 1188397,023 Tabela 5 – Número de partículas viáveis obtidas com o método Amostrador de Bioaerossóis. Deposição Livre Local de amostragem Turma Número de colônias 5 minutos Número de colônias 30 minutos Concentração UFC/m² 5 minutos Concentração UFC/m² 30 minutos Porta de entrada SG12 1B 4 27 60172,00117 406161,0079 Saguão entrada SG12 1C 1 20 15043,00029 300860,0058 Corredor 1° andar SG12 3B 9 48 135387,0026 722064,014 Lab. Materiais, sala máquinas 2C 2 3 30086,00058 45129,00088 Lab. LAA 5B 5 13 75215,00146 195559,0038 Tabela 6 – Número de partículas viáveis obtidas por meio da Deposição Livre. Conclusão O ensaio realizado em laboratório tinhacomo objetivo avaliar a presença de micro-organismos no ar do prédio do SG-12. Utilizando dois métodos distintos foi possível quantificar a concentração desses seres em diversos ambientes. Respeitando a Resolução REnº9, de 16 de janeiro de 2013, a análise dos resultados obtidos nos dois métodos mostrou que o Valor Máximo de Recomendável para a contaminação microbiológica (≤ 750 UFC/m³) está sendo respeitado. Se esse valor fosse ultrapassado seria necessário fazer um diagnóstico de fontes de poluentes para uma intervenção corretiva. Em suma, os resultados foram satisfatórios mostrando que o prédio do SG-12 ainda está dentro dos padrões estabelecidos para a qualidade do ar. Ambos os métodos resultaram conforme o esperado e com isso foi possível comprovar algumas bases teóricas. Referências bibliográficas http://aprender.unb.br/file.php/3646/2_2013/Resolucao_RE_n_09.pdf; http://aprender.unb.br/file.php/3646/2_2013/Roteiro_MAE_Microbiota_Ar_2_2013.pdf; Documentos publicados no moodle: Método amostrador bioaerossol; Resultados fungos anemófilos – amostrador; Resultados fungos anemófilos – deposição livre; Microbiologia de Brok – capitulo 28, páginas 327 e 328.