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TRABALHO DE PENAL - PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

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FACULDADE DE DIREITO DA SERRA
REDE DOCTUM DE ENSINO
CURSO DE DIREITO
LORRAYNE AZEVEDO FROEDE
CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS DELITOS
SERRA
2015
LORRAYNE AZEVEDO FROEDE
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Trabalho apresentado à disciplina de Direito Penal II do Curso de Direito da Faculdade Doctum da Serra, ministrada pelo Prof. Luciano Costa Félix, como requisito para avaliação e obtenção de nota.
SERRA
2015
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
CONCEITO
São penas alternativas expressamente previstas em lei, tendo por fim evitar o encarceramento de determinados criminosos, autores de infrações penais consideradas mais leves, promovendo-lhes a recuperação através de restrições e certos direitos. É o que Nilo Batista define como um movimento denominado “fuga da pena”, iniciado a partir dos anos 70, quando se verificou, com maior evidencia, o fracasso do tradicional sistema punitivo no Brasil.
NATUREZA JURIDICA
A pena restritiva de direitos consiste na inabilitação temporária de um ou mais direitos do condenado, na prestação pecuniária ou na perda de bens ou valores, imposta em substituição à pena privativa de liberdade, e cuja espécie escolhida tem relação direita com o delito cometido.
Apena restritiva de direitos foi instituída para substituir a pena privativa de liberdade, não perdendo o caráter de castigo, porém evitando os malefícios da pena carcerária de curta duração.
ESPECIES DE PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO
No Código Penal (art. 43), encontramos cinco modalidades: a) prestação pecuniária; b) perda de bens e valores; c) prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas; d) interdição temporária de direitos; e) limitação de fim de semana.
Prestação Pecuniária: Consiste no pagamento em dinheiro feito a vítima e seus dependentes ou a entidade pública ou privada, com destinação social, de uma importância fixada pelo juiz, não inferior a um salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos. Pode, conforme o caso, transforma-se em prestações de outra natureza.
Perda de Bens e Valores: Consiste na transferência, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, de bens e valores adquiridos licitamente pelo condenado, integrantes do seu patrimônio, tendo como teto o montante do prejuízo causado ou o proveito obtido pelo agente ou terceiro com a pratica do crime, o que for maior.
Prestação de Serviços à Comunidade ou a Entidades Públicas: É a atribuição de tarefas gratuitas ao condenado junto as entidades assistenciais, hospitais, orfanatos e outros estabelecimentos similares, em programas comunitários ou estatais. Trata-se em nosso entender, da melhor sanção penal substitutivas da pena privativa de liberdade, pois obriga o autor do crime a reparar o dano causado através do seu trabalho, reeducando-se, enquanto cumpre pena.
Interdição Temporária de Direitos: É a mais autentica pena restritivas de direitos, pois tem por finalidade impedir o exercício de determinada função ou atividade por um período determinado, como forma de punir o agente de crime relacionado a referida função ou atividade proibida, ou frequentar determinados lugares.
Limitação de Fim de Semana: Consiste na obrigação do condenado de permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em Casa do Albergado ou lugar adequado, a fim de participar de cursos e ouvir palestras, bem como desenvolver atividades educativas.
REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS.
São três requisitos objetivos e um subjetivo, decomposto em vários itens (art. 44, CP): 
OBJETIVOS: 
A) Aplicação da pena privativa de liberdade não superior a quatro anos, quando se tratar de crime doloso; B) Crime cometido sem violência ou grave ameaça a pessoa; C) Réu não reincidente em delito doloso; 
SUBJETIVO: Condições pessoais favoráveis
Culpabilidade; B) antecedentes; C) Conduta Social; D) Personalidade; E) Motivos; F) Circunstancias. 
Quanto a duração da pena aplicada, a restrição a um montante de quatro anos somente se dá no tocante de crime doloso. Os culposos não possuem limites.
Não cabe ao juiz estabelecer exceção não criada pela lei, de forma que estão excluídos todos os delitos violentos ou com grave ameaça, ainda que comportem apenas de pouca duração. No caso da lesão corporal dolosa- leve, grave ou gravíssima (pouco importando se de “menor potencial ofensivo” ou não) -, para efeito de aplicação da substituição da pena, não mais tem cabimento a restritiva de direitos. 
 (CONTINUAR)
MOMENTOS PARA A CONVERSÃO
O mais comum é a conversão na sentença condenatória, seguindo os parâmetros do art. 44 do Código Penal.
Entretanto, ainda existe esta possibilidade durante a execução da pena, respeitando o disposto no art. 180 da Lei de Execução Penal:
Pena privativa de liberdade não superior a 2 anos;
Cumprimento da pena em regime aberto;
Ter cumprido pelo menos ¼ da pena;
Antecedentes e personalidade do condenado indicarem ser conveniente a conversão.
EXIGENCIAS PARA A CONVERSÃO
Preceitua o art. 44, § 2º, do Código Penal, que a condenação a pena privativa de liberdade igual ou inferior a um ano pode ser substituída por uma restritiva de direitos ou multa; se a condenação for superior a um ano, a substituição será por duas penas restritivas de direitos ou uma restritiva e uma multa. Essa norma não se aplica aos delitos contra o meio ambiente, previstos na Lei 9.605/98, podendo-se substituir penas superiores a um ano por apenas uma restritiva de direitos, desde que respeitando o teto de quatro anos para crimes dolosos (art. 7º).
Este dispositivo provocou um conflito aparente de normas, pois teria entrado em confronto com o dispositivo disposto no art. 60, § 2º, do CP, que autoriza a substituição de pena privativa de liberdade por multa, desde que o montante não supere seis meses.
Pensamos que há solução, sem predomínio de uma norma sobre a outra. Há duas posições:
Os que entendem ter o art. 44, § 2º por ser o mais recente (lei posterior afasta a aplicação da lei anterior - aplicação do critério da sucessividade), revogado o disposto no art. 60, § 2º; razão pela qual a substituição é possível;
Aqueles que sustentam ser compatível a aplicação dos dois, dispositivos, reservando-se a pena igual ou inferior a seis meses a possibilidade de substituição por multa (aplicando- se no art. 60, § 2º) ou por restritiva de direitos (aplicando-se no art. 44, § 2º), conforme o caso, bem como a pena superior a seis meses, igual ou inferior a um ano somente uma pena restritiva de direitos.
Por tanto, é preferível a última opção, pois a possibilidade de harmonia é evidente: penas menos elevadas (seis meses ou inferiores) podem ser convertidas em multa ou restritivas de direitos, enquanto penas mais elevadas (mais de seis meses até um ano) podem ser substituídas por uma única pena restritiva, já que para a penalidade acima de um ano é indispensável fixar duas restritivas de direito ou uma restritiva acompanhada de uma multa.
Essa interpretação, compondo as duas normas, é mais indicada, também por outros fatores. Deve –se salientar que o art. 60 é especial em relação ao art. 44. Este último cuida da aplicação de penas restritivas de direitos, substancialmente, somente tangenciando a questão relativa a multa. Por outro lado, o título do art. 60 bem demostra a sua inserção no capitulo relativo à aplicação da pena: “ critérios especiais da pena de multa”. Ora, se para a fixação da pena pecuniária deve o magistrado levar em consideração principalmente a situação econômica do réu e não os demais requisitos comuns as penas privativas de liberdade, é natural supor que o § 2º do art. 60, tratando da multa substitutiva, dava ser considerado, em igualdade de condições, especifico para essa possibilidade de substituição.
Ademais, seria ilógico, por exemplo, uma pena de multa para um furto simples, cuja pena não ultrapasse um ano, podendo o juiz aplicar igualmente, apenas uma pena de multa para o furto privilegiado (art. 155, §2º, CP), quando considerarde pequeno valor a coisa subtraída e primário o autor do crime. Estar-se-ia equiparando, indevidamente, situações francamente desiguais. Portanto, se a aplicação exclusiva da pena de multa foi reservada para a melhor das hipóteses de furto privilegiado, tudo leva a crer que a pena pecuniária não é compatível com delitos de sanção superior a seis meses. Parece-nos a melhor exegese a ser extraída do confronto entre os arts. 44, § 2º, e 60, § 2º, do Código Penal.
RECONVERSÃO DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS EM PRIVATIVA DE LIBERDADE

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