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15:26 44 A psicologia da saúde: aspectos teór... Disciplina: PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE (PSI Reconhecimento da repetição transferencial Com escuta atenta e análise a psicóloga compreendeu que os comportamentos transferenciais também se manifestavam como repetição: a paciente esperava ser dirigida como ocorria no passado com a senhora e a patroa. Ao perceber esse padrão, a profissional escolheu não ocupar esse lugar diretivo: em vez disso, sinalizou sutilmente que espaço da era voltado à escuta dos próprios desejos da paciente. Essa mudança na condução terapêutica teve um efeito significativo: a paciente passou a se expressar com maior liberdade. Acolhimento da expressão emocional A acompanhou cuidadosamente a ampliação dessa escuta de si, acolhendo inclusive momentos em que a paciente demonstrava raiva ou afeto intensos reações que surgiam em situações inesperadas entre as sessões. A profissional compreendeu tais expressões como parte do manejo transferencial, acolhendo-as como material clínico valioso para a transformação subjetiva da paciente. Elaboração de conteúdos profundos Além disso, questões de ordem sentimental e sexual começaram a emergir conforme a paciente se sentia mais segura. A psicóloga ofereceu continência psíquica diante desses conteúdos, mantendo foco na elaboração do sofrimento e na construção de autonomia emocional. Encerramento do atendimento Por se tratar de um ambulatório hospitalar, atendimento era previsto para ocorrer por tempo determinado. Sabendo disso, a profissional conduziu processo de encerramento de modo ético e sensível e planejou sessões para ajudar a paciente a elaborar fim do vínculo terapêutico. Essa atitude visou minimizar sentimentos de abandono e garantir que processo pudesse ser encerrado de forma respeitosa e integrada. Pinheiro (2002) defende que, apesar da brevidade do atendimento, é possível mudar a postura subjetiva de uma paciente como mulher subjugada e silenciosa para uma pessoa que começa a entrar em contato com seus próprios desejos. Isso exemplifica a possibilidade de analista trabalhar a transferência de forma a assegurar a verdade e a singularidade de cada paciente, mesmo que sua atuação seja em hospital.

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